Você sabe o que é assédio sexual? Comenta aqui embaixo o que você acha que seria um exemplo disso. O assédio sexual é comum e, nesse exato momento, várias pessoas ao redor do mundo estão passando por isso não só nos seus ambientes de trabalho, mas em outros contextos também.
Oi! Eu sou o André, tenho um doutorado em psicologia e hoje quero falar com você sobre o que é assédio sexual e como ele se manifesta no cotidiano. Também vou falar das relações do assédio com gênero, orientação sexual e a cultura.
Se você achou relevante a gente abordar esse assunto, clica no joinha, inscreva-se no canal e siga a gente nas redes sociais! O assédio sexual é qualquer comentário, gesto ou ato de caráter sexual, indesejado e dirigido a uma pessoa por causa da maneira como ela expressa o próprio gênero ou da sua orientação sexual. É comum se falar sobre assédio sexual no trabalho, mas a verdade é que ele ocorre em locais públicos, escolas, festas ou dentro do próprio lar.
O assédio também se dá através de ligações, mensagens em redes sociais ou e-mails. Quem é o alvo de um assédio sexual costuma descrevê-lo como uma experiência irritante, desagradável, humilhante, constrangedora ou assustadora, embora seja comum a vítima de um assédio demorar um bom tempo até entender o que aconteceu. Isso ocorre porque, geralmente, as situações de assédio são confusas, ambíguas e inesperadas, o que muitas vezes deixa a vítima sem saber como reagir na hora e como interpretar as ações inconvenientes do autor.
Tanto homens quanto mulheres podem ser vítimas ou autores de assédio sexual, embora mulheres sejam as vítimas mais frequentes e homens sejam os autores mais recorrentes. Quando um homem é vítima de assédio sexual, o mais comum é o que o autor seja homem também. Um homem talvez assedie outro para reafirmar sua própria dominância ou para puní-lo por agir de forma incoerente com papéis tradicionais de gênero, por exemplo.
Não é à toa que pessoas homossexuais possuem uma chance maior de sofrer assédio do que pessoas heterossexuais. Na verdade, quem faz parte de qualquer grupo minoritário também corre um maior risco de passar por isso. Um dos motivos para isso é que essas pessoas são percebidas por alguns indivíduos de grupos dominantes como menos poderosas e, consequentemente, mais vulneráveis às suas influências.
Passar por um assédio sexual costuma gerar uma grande dose de sofrimento e confusão. Viver isso é um fator de risco para desenvolver o transtorno do estresse pós-traumático, transtornos alimentares e preocupações disfuncionais com o próprio corpo. Além disso, o assédio pode causar um estrago enorme na carreira de alguém.
O assédio sexual no trabalho costuma gerar ambientes tão hostis e intimidadores que podem tirar toda a confiança e o entusiasmo da vítima com a sua profissão. Caso a vítima se demita, ela pode ficar longos períodos desempregada ou ter dificuldade em conseguir referências de chefes e colegas de trabalhos anteriores, o que diminuiria suas chances em processos seletivos futuros. Além de prejudicar as vítimas, o assédio também representa um grande prejuízo para as instituições nas quais ele ocorre.
O assédio contribui para uma redução na produtividade, no comprometimento com a organização, prejudica a reputação da mesma, estimula o aumento no número de afastamentos e na insatisfação profissional dos trabalhadores. Quando o assédio sexual é frequente em um ambiente de trabalho, todo mundo sai perdendo, a não ser o próprio autor do assédio, o qual raramente sofre qualquer prejuízo, por mais problemáticos que tenham sido seus atos. Como frequentemente o autor de um assédio no ambiente de trabalho é alguém que está em uma posição mais alta na hierarquia da organização, ele também costuma deter uma maior capacidade de silenciar denúncias e de se proteger.
O assédio é uma das consequências da maneira como somos socializados em uma cultura. Em culturas que promovem a objetificação sexual das mulheres e uma maior aceitação da violência contra elas, não é de se surpreender que elas sejam as vítimas mais frequentes de assédio. Ao mesmo tempo, em culturais nas quais a dominância masculina e a importância de demonstrar a própria masculinidade são fortes expectativas sociais, o esperado é que eles acabem sendo autores mais comuns de assédio.
Podemos dividir o assédio sexual em 3 dimensões: o assédio de gênero, a atenção sexual indesejada e a coerção sexual. O assédio de gênero envolve atos que transmitem hostilidade, desrespeito ou insulto a alguém por conta do seu gênero, identidade de gênero ou orientação sexual. Isso pode se manifestar como uma piscada de olho, um olhar prolongado e dirigido ao corpo de alguém e piadas ou comentários sexistas, por exemplo.
A atenção sexual indesejada ocorre através de comentários sobre o corpo de alguém, toques íntimos e indesejados no corpo da pessoa, criação de rumores sexuais sobre ela, pedidos repetitivos e indesejados de um abraço, beijo, encontro ou relação sexual com ela, além de tentativas de estupro ou da concretização do mesmo. Já a coerção sexual envolve o uso do poder para obter favores sexuais de alguém. O autor pode prometer recompensas como um emprego, uma promoção, melhores condições de trabalho ou melhores avaliações caso a pessoa esteja disposta a satisfazer seus desejos sexuais.
Aqui vão agora algumas dicas para identificar o assédio e o que fazer se esse for o caso. Dica número 1: preste mais atenção em como as pessoas têm te tratado. Você sente que alguém anda se comportando de forma muito invasiva, inconveniente e desagradável com você por conta do seu gênero, identidade de gênero ou orientação sexual?
Isso pode ser um sinal de que você está sofrendo assédio sexual ou moral. O assédio raramente já começa na sua versão mais extrema, ele costuma ir piorando aos poucos conforme o autor vai testando o seu nível de intimidade com a vítima. Dica número 2: procure ajuda para dar um fim ao assédio.
Muitas vítimas de assédio sentem medo de denunciar o autor e perderem o emprego, a reputação ou prejudicarem a sua família, o que é muito compreensível. Só que permanecer numa relação de assédio é um risco muito grande para a saúde física e mental, sendo essencial agir de forma cautelosa uma vez que ele seja identificado. O enfrentamento ideal de uma situação como essa vai depender muito de cada caso e buscar a ajuda de pessoas de confiança é um primeiro passo.
Uma grande parte dos casos de assédio sexual nunca chegam a ser conhecidos. Existem diferentes fatores culturais que protegem autores de assédio, o que gera um clima de impunidade. Organizações podem ajudar a reduzir isso de várias formas.
Um exemplo é garantindo que suas ouvidorias sejam capazes de apurar denúncias sem a intereferência de possíveis autores. Eu falo bastante sobre a importância dos relacionamentos e como eles podem ser um pouco menos complicados no meu livro, o "Ser humano: Manual do usuário - As origens, os desejos e o sentido da existência humana". Você pode comprá-lo no link que está aqui embaixo, na descrição do vídeo.
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Hoje explicamos o que é assédio sexual e como ele se manifesta no cotidiano. Descrevemos a relação dele com gênero, identidade de gênero, orientação sexual e a cultura. Também falamos sobre as 3 dimensões do assédio e como alguém pode identificar se está passando por isso.
O que você achou do vídeo de hoje? Se gostou, clique no joinha, comenta aqui embaixo a sua opinião, inscreva-se no canal e siga a gente nas redes sociais. Um vídeo que tem muito a ver com o tema de hoje é o que a gente fez sobre abuso sexual.