Muito bom dia, meus queridos irmãos. Peçamos a Deus que nos abençoe, que nos ajude em nossa vida no dia de hoje. Nos recomendem a Ele, rezando: Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome.
Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
O Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, meus caros.
No dia de hoje, seguimos aqui no livro "Caminho de Perfeição", de Santa Teresa de Jesus, e entramos no capítulo 15. O capítulo 15 tem como título "Discorrer sobre o grande bem que há em não se desculpar, mesmo quando se é condenado sem culpa". Então, o grande bem que há em não se desculpar, mesmo quando se é condenado sem culpa.
Vamos ver o que nos diz Santa Teresa: "Causa-me grande confusão o que vou dizer, porque eu deveria ter praticado, ao menos, um pouco as recomendações que vos faço a respeito dessa virtude. Confesso que quase nada progredi nela. Nunca, ao que parece, me falta motivo para julgar ser maior virtude desculpar-me, como algumas vezes é lícito, sendo errado não fazê-lo.
Não tenho discernimento, ou melhor dizendo, humildade para fazê-lo quando convém, porque, na verdade, é grande humildade ser condenado por alguém sem culpa. E falar isso constitui uma grande imitação do Senhor, que tomou sobre si todas as nossas culpas. Dessa maneira, rogo-vos muito que leveis isto em muita consideração, por ser um ponto que envolve grande lucro, ao passo que, em procurarmos nós mesmas livrar-nos da culpa, não vejo nenhum, a não ser, como tenho dito, em alguns casos em que causaria ofensa ou escândalo não falar a verdade.
Quem tiver mais discernimento do que eu, com certeza o compreenderá. Creio ser fundamental que vos acostumeis com essa virtude ou que procureis alcançar do Senhor a verdadeira humildade que daí deve vir. Porque o verdadeiro humilde deve desejar, com sinceridade, ser pouco considerado, perseguido e condenado sem culpa, mesmo em coisas graves.
Se quer imitar o Senhor, em que o poderia mais do que nisso. Pois, para isso, não se necessita de forças corporais, nem de ajuda de ninguém, a não ser de Deus. Irmãs minhas, eu gostaria que essas grandes virtudes fossem objeto do nosso particular esforço, tornando-se a nossa penitência.
Porque, como já sabeis, não aprovo penitências excessivas que, se forem feitas sem discernimento, podem provocar malefícios à saúde. Nesse caso, porém, não há o que temer, já que, por maiores que sejam as virtudes interiores, não privam o corpo de suas forças para servir à religião. A vida religiosa, antes, fortalece a alma.
Como eu disse outras vezes, podemos acostumar-nos a coisas muito pequenas para alcançarmos as vitórias nas grandes. Nestes, eu nunca pude fazer experiências, porque nunca ouvi dizer coisas ruins a meu respeito que não visse que deixavam a desejar. Porque, mesmo que não fosse nas mesmas coisas, eu tinha ofendido a Deus em tantas outras, parecendo ter sido muito beneficiada por não tê-las lançadas ao rosto.
Sempre prefiro que digam de mim o que é falso a que me representem todas as verdades. Ajuda muito a consideração de quando se ganha, de todas as maneiras, com isso e que, em nenhuma, de que nunca a bem dizer somos culpadas sem razão, já que o justo cai sete vezes ao dia, sendo mentira dizer que não temos pecado. Assim, mesmo que não sejamos culpadas naquilo de que nos acusam, jamais estamos inocentes de tudo.
Ao contrário do Bom Jesus, ó Senhor meu! Quando penso nos muitos sofrimentos que padecestes sem ter merecido, não sei o que dizer de mim, nem onde estava com a cabeça quando não queria sofrer, nem onde tenho juízo quando me desculpo. Vós já sabeis bem que, se tenho algum bem, ele não me é dado por outras mãos senão pelas vossas.
Será, Senhor, que vos é mais difícil dar muito do que pouco? Será porque não mereço? Eu tampouco merecia os favores que me tendes concedido.
Será possível esperar que sempre se tenha uma boa impressão de criatura tão vil quanto eu? Quando tantas coisas ruins disseram de Vós, que sois o bem que supera todos os bens? Não, não é possível suportar.
É intolerável, Deus meu! Nem queria eu que Vós o suportásseis, que haja em vossa serva algo que não agrade aos vossos olhos. Pois vede, Senhor, os meus olhos estão cegos e se contentam com muito pouco.
Dai-me luz e fazei que, com sinceridade, eu deseje que todos se aborreçam de mim, já que tantas vezes eu me aborreci de Vós, que me amais com tanta fidelidade. Muito bem, então chegamos aqui ao quinto do capítulo, do capítulo 15, perdão, do "Caminho de Perfeição". Então, no dia de hoje, Santa Teresa fala aqui das falsas acusações.
Quando recebemos uma falsa acusação, somos apontados em alguma falta que realmente não cometemos. Acredito eu que na vida de todo mundo isso ocorre em algum momento e pode ser que esteja acontecendo agora, no presente, de que você seja acusado de que um erro seja imputado a você e você simplesmente não teve culpa nenhuma. Quando as pessoas nos dizem aquilo que nós somos, realmente aquilo que nós fizemos, aquilo que faz parte do nosso comportamento…" Que Santa Teresa diz aqui: não temos o que dizer, lançar na nossa cara aquilo que nós somos seria merecido, até porque realmente nós somos muito maus em muita coisa.
Nós não conseguimos viver tão bem quanto gostaríamos, nos comportar tão bem, agir tão bem quanto gostaríamos. Então, uma coisa é quando nos apontam os nossos defeitos, que são reais e que existem, e quem convive com a gente mais de perto conhece bem a esposa, conhece o esposo, o esposo conhece a esposa, os filhos conhecem os pais como ninguém. Por quê?
Porque estão perto, olham de perto. Então, de fato, não tem o que falar. Agora, outra coisa é quando nos acusam de algo que não fizemos.
Isso nos causa aflição. Por quê? Porque é algo injusto, é algo indevido.
E qual é a nossa primeira reação? A nossa primeira reação é a defesa da nossa própria honra. E esse é o questionamento de Santa Teresa: se nós defendemos a honra de Deus como defendemos a nossa, puxa vida, tudo seria diferente na nossa vida.
Porque Jesus foi acusado de coisas e era inocente, então ele não devia nada. Agora, nós às vezes somos acusados de coisas falsas, mas como diz Santa Teresa, somos acusados num ponto de coisas falsas, mas nós erramos em tantos outros que, no fim, se Deus permite que sejamos alvo desse tipo de acusação, é porque fomos infiéis em outras coisas. Então, no fundo, por mais que isso nos pareça injusto, se Deus permite, é porque é merecido.
E, aliás, mereceríamos coisas muito piores, porque conhecemos a Deus e não o amamos como deveríamos amar. Então, às vezes Deus nos dá oportunidades de purificação, sendo acusados de coisas que não fizemos. Quando a gente ainda ouve isso das pessoas, qual é a nossa primeira reação?
Tirar isso a limpo. Tem gente que não gosta disso, né? Dependendo do gênio da pessoa, do temperamento da pessoa, a pessoa deixa pra lá, ela nem fala disso.
Agora, dependendo do temperamento, a pessoa quer ir lá, quer tirar limpo, quer colocar as coisas na mesa. Só que isso também exige uma certa prudência da nossa parte. Se, por um lado, Santa Teresa elogia o fato de sermos acusados de coisas que não fizemos como meio de purificação, por outro lado, dependendo de onde essa acusação é feita, em qual circunstância essa acusação é feita, isso pode comprometer a sua honra, o seu emprego, a sua credibilidade no seu trabalho.
Então, é preciso pesar. Então, nem sempre aceitar as falsas acusações e unir-se a Cristo, que foi acusado injustamente, sofreu como Cordeiro de Deus, nem sempre é isso que Deus está nos pedindo naquele momento. Para isso, é necessário o quê?
Discernimento. Então, dando aqui um exemplo de uma situação que eu vivi há um tempo atrás, que era uma situação que podia me prejudicar profissionalmente e que podia me prejudicar na minha vida de igreja. Uma determinada pessoa fez uma alegação gravíssima em relação a mim e a outras duas pessoas, e essa pessoa fez essa alegação diante de um grupo de padres e diante de um bispo.
Se fosse em outra situação, o que seria o melhor a fazer? Ficar quieto, deixar que as pessoas pensassem mal? Mas a situação foi diferente; a situação colocava em cheque a minha questão profissional, a minha capacidade profissional, e colocava em cheque até a minha ação dentro de alguns trabalhos que eu faço dentro da igreja.
Então, o que eu tive que fazer? Nós temos que pensar: é uma questão que vai atrapalhar o meu apostolado. Então, era uma mentira que podia comprometer o meu apostolado, que chega em outras pessoas.
Então, isso é grave e podia comprometer, principalmente, mais do que o apostolado, a questão profissional, que é o sustento da minha casa. Então, não tenho o que pensar. O que eu propus?
Fui até as pessoas que ouviram isso e propus o quê? Tirar limpo a situação. Vamos sentar todo mundo, e aí vocês falam e eu falo também, e aí a gente vai chegar à verdade.
Muito bem, a questão foi resolvida. A questão foi resolvida de maneira muito direta. Então, quando somos acusados de algo que pode comprometer a nossa vida profissional, que pode comprometer a nossa honra gravemente, que pode comprometer a nossa família, não tem o que pensar; nós temos que nos defender para que a verdade seja exposta.
Agora, em coisas menores, se somos acusados, se as opiniões dos outros sobre nós fazem com que inventem coisas sobre nós, bom, essas pequenas vexações nós podemos suportar por amor a Jesus. Então, tenhamos discernimento nessas coisas. E aquilo que Deus nos mandar é uma penitência que Ele mesmo escolheu.
Nós podemos escolher muitas penitências, mas as melhores penitências são aquelas que Ele escolhe e manda para nós. Então, se estivermos sempre rezando, teremos essa união com Deus fixada, firmada, e teremos mais discernimento para entender o que fazer e como agir em cada situação. Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude nesse entendimento.
Que Santa Teresa, nossa mestra, nesse ano também nos encaminhe. E, no dia de hoje, a Igreja celebra São Francisco de Sales, o doutor da Igreja. Então, peçamos também a intercessão desse Santo Bispo.
Na nossa live de hoje à noite, às 21 horas, eu falarei a respeito da vida de São Francisco de Sales. Vou comentar a biografia dele às 21 horas, então já fica aí agendado para vocês. Será aqui pelo canal mesmo.
Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude neste dia. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.
O Senhor nos abençoe e nos guarde e nos livre de todo mal. Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Filho, e do Espírito Santo. Amém. Deus abençoe e até a noite na nossa live de hoje.
Fique com Deus. Tchau, tchau!