A criança-no-adulto - com Marion Minerbo

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SPBsb Sociedade de Psicanálise de Brasília
Apresentação: Marion Minerbo - psicanalista e analista didata da Sociedade Brasileira de Psicanális...
Video Transcript:
bom então a Maria ou Mary boné graduado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo é doutor em psicanálise pela Unifesp analista de data e docente da Sociedade Brasileira de psicanálise de São Paulo com diversos livros em psicanálise como o diabo da Clínica psicanalítica neurose neurose a posteriori Um percurso transferência e contratransferência e novos diálogos sobre clínica psicanalítica é então esse essa reunião vai ser gravada e publicada no nosso YouTube Quem quiser depois visitar e também os textos aí eu sugiro eu fiz algumas né Não sei se tem algum livro
que ficou sem ser citado Marion e tem uns artigos publicados em outros e revistas especializadas em psicanálise e além de ouvir a Maria é muito gostoso ler você né então Olá a todos depois para fazer minhas leituras Meu nome é Daniela Prieto sua diretora científica da sociedade dos canais de Brasília em um prazer ter vocês conosco hoje então vamos lá essa palavra para Marion Obrigada Daniela primeiro Bom dia todo mundo aqui onde Doutor Boa tarde mas enfim Agradeço ao convite para estar com vocês de novo né um mês depois compartilhando o mesmo espaço né da
diretoria científica e hoje eu vou falar da criança no adulto e é para mim escutar analiticamente é tentar reconhecer no conteúdo Manifesto do que o adulto contem sessão o sofrimento da criança no adulto esse sofrimento ele tem a ver com Com as experiências emocionais da criança com os seus objetos e que ficaram inconscientes mas como escutar isso quando o paciente fala do seu dia no trabalho ou então uma disputa pela Herança da família bom para mim esse é o pulo do gato da prática da prática clínica e como a gente sabe todas as experiências vividas
por uma criança deixa o marcas e é quais são as inscrições psíquicas e o sujeito vai se constituir é claro que ninguém pode falar desse processo Porque em grande parte ele é inconsciente então eu gostaria de compartilhar com vocês um pequeno experimento Mas é difícil que eu venho fazendo que é dar voz a essa criança eu tenho escrito alguns textos que bem poderiam ser considerados ficção baseada em fatos reais e essa fricção ela é extraída da Clínica é o que Freud chamou de construções em análise é uma tentativa um exercício de entender e de imaginar
a criança para conseguir entender o adulto e eu publiquei alguns textos nessa linha no blog faltou dizer na do negócio bom eu vou eu dou avance a para essa criança daquela nos conte como ela percebe o seu cotidiano junto as figuras parentais para aquela compartilhe com a gente como que é o mundo visto através dos seus olhos para que a gente consiga penetrar no misterioso bizarro e muitas vezes terrível universo emocional infantil e o importante é que graças a esse artifício literário o sofrimento da criança deixa de ser apenas uma teoria e ganha realidade para
nós e os analistas de criança tem oportunidade de penetrar nesse universo por meio do brincar mas os analistas de adulto podem acabar perdendo o contato para criança no adulto porque têm uma tendência natural quando o paciente está na nossa frente uma tendência a esquecer que uma parte da personalidade amadurece a pessoa trabalha se casa tem filhos e em paralelo uma outra parte da personalidade continua sentindo pensando e agindo como uma criança pequena que aquele adulto foi por isso não devemos espantar já que essa parte é justamente o que Freud chamou de o inconsciente mas quando
a gente escuta o adulto falar do seu trabalho ou da briga pela Herança da família muitas vezes a gente se esquece que existe uma vida emocional paralela acontecendo um exemplo uma mulher de seus sei lá 28 anos e já tá namorando há seis anos todo mundo pergunta Quando que você vai casar e ela vai empurrando com a barriga é porque a gente acaba descobrindo que na vida emocional paralela dela a criança nela Me senti como se ela fosse o capitão abandonando o barco da família é bizarro vai fazer assim que ela frente e a criança
no adulto sente pensa e age de acordo com uma loja que emocional própria Oi e o noivo que quer porque quer casar com ela não tem a menor ideia dessa vida emocional paralela ele vai descobrir isso no dia a dia bom então o meu objetivo Hoje é sensibilizar a nossa escuta para presença e para as manifestações químicas da criança no adulto no material Clínico banal de um adulto em análise Oi E para isso eu vou tentar imaginar qual pode ter sido a experiência emocional da criança nos seus vínculos intersubjetivos e de que maneira essa experiência
impediu que essa parte da personalidade amadurecesse junto com as outras eu vou dividir a minha apresentação em quatro partes primeiro uma introdução rápida para esclarecer o que eu tô chamando de criança no adulto depois três fragmentos da análise de Luísa uma mulher os seus torno de 30 anos e eu vou trabalhar com esses fragmentos para ver como é que agente faz para encontrar luzinha ali depois eu vou fazer a reconstrução ficcional a tal secção com base em fatos reais do ambiente emocional no qual Luisinha eu sou eu no qual luzinha pode ter se constituído talvez
tenha se constituído por fim eu vou tentar mostrar como essa reconstrução ajuda a gente a interpretar o material Clínico de Luiza bom então vamos lá primeiro o que que eu tô chamando de criança a adulto a todos nós nos objetivamos no vínculo com as nossas figuras parentais e com ambiente eu já tive experiências emocionais a gente recebe mensagens inconscientes de todos os tipos muitas dessas mensagens e experiências não são metabolizados pelo eu de modo suficiente e por isso em vez de serem Integradas essas experiências vão ter dois destinos principais elas vão ser recalcadas ou elas
vão ser clivadas e o que caracteriza esses dois destinos primeiro a a parte recalcada das experiências e das mensagens vai constituir o que a gente chama de ou infantil as experiências foram percebidas foram representadas mas estão fora da consciência elas estão latentes elas podem ser acessadas por meio das associações livres é a parte que levada das experiências e mensagens constitui o arcaico essas experiências e mensagens foram percebidas mas nunca foram representadas e por isso elas não podem ser acessadas por meio de associações Livres elas vão ser reconhecidas no material Clínico do adulto graças a linguagem
pré-verbal com a qual essas mensagens e experiências ficaram registradas e afetos em estado bruto sensações em estado bruto percepções em estado bruto e eu tenho usado uma imagem para falar de dois tipos de simbolização e essa é uma ideia que eu aprendi com você on a simbolização primária e secundária a imagem que eu criei foi do processo de transformação de espigas de trigo em farinha de trigo e depois em pão o clivada são as inscrições arcaicas que ainda estão na forma de espiga Oi e o recalcado são inscrições que já estão na forma de farinha
Ah então vocês estão vendo que o trabalho para passar de espiga o Japão é mais complicado do que para passar só de farinha para pão mas enfim tudo isso para dar uma ideia do que seria então o arcaico e o infantil o arcaico é o privado o infantil é um recalcado Oi e para facilitar Eu juntei o infantil eo arcaico nesse termo a criança no adulto bom então a nossa primeira tarefa é a gente conseguir reconhecer se a gente está diante do infantil ou do arcaico por quê Porque eu trabalho analítico ele é diferente em
cada caso a estratégia a técnica aquilo que a gente precisa conseguir fazer é diferente em cada caso bom posso isso a criança continua Vida Viva No adulto ela é responsável por comportamentos sentimentos ou pensamentos Nos quais o adulto não se reconhece o e às vezes isso atrapalha tanto a vida que a pessoa procura uma análise e é comum a pessoa se perguntar da onde me vem isso a resposta é simples vem da parte recalcada ou da parte privada do nosso psiquismo vem da criança no adulto em Freud dizia que o material inconsciente penetram na consciência
de modo disfarçado eu vou dizer a mesma coisa de um outro jeito a linguagem os temas e os afetos da criança se misturam se infiltram na linguagem nos temas e na vida afetiva do adulto o Luiza fala mas Quem determina o que ela vai dizer é Luizinha Oi Luizinha pauta a fala de Heloísa inserção Ah tá bom então agora conhecer Luiza te procurou análise lá em torno dos seus 30 anos eu vou apresentar como eu falei três fragmentos fragmento 1 e ela chega para análise há muitos anos diz que se acha estranha não consegue se
relacionar com os homens porque ela não consegue se imaginar saindo para jantar ou alguém por quê Porque ela tem muita vergonha de ficar em restos de comida nos dentes sem que ela perceba e ela falando e sorrindo com um rapaz que tá na frente dela é aquela coisa nojenta tá lá grudada no dente da frente e aí tem uma coisa até pior e se ela quiser ir e se ela quiser ir no banheiro no meio do jantar morrer ia de vergonha de ter que se levantar para ir no banheiro e ela não chega dizer isso
explicitamente mas ela dá entender a gente entende que o que deixa ela tão perturbada é imaginar que o interlocutor o tal rapaz tem o Ju dos restos de comida nos dentes ou do que ela foi fazer no banheiro Oi Luiza percebe é a sua vida amorosa está impedida mas ela não entendi da onde ele vem isso bom então a gente tem aqui o conteúdo Manifesto restos de comida nos dentes Luiza sentir hoje muita vergonha planta ela nem pode sair para jantar com alguém não pode ser só por causa da sujeira nos dentes essa desproporção chamou
a atenção de Freud ele chamou esse mecanismo de deslocamento os afetos foram deslocados de uma representação angustiante para uma outra representação inocente é a representação inocente restos de comida penetram na consciência enquanto a outra representação que é angustiante permanece recalcada é mais em que outro contexto a vergonha de Luiza faria sentido a vergonha faria sentido se em vez de restos de comida a representação fosse restos de fezes de excrementos opa vejam luzinha aparecendo a representação restos de excrementos pertence ao universo emocional infantil e Vejam só com uma luzinha se infiltrou na vida de Luísa O
Frade diria que os restos de escremento essa de fezes é a representação que está recalcada e eu prefiro dizer que alguma experiência intersubjetiva ligada a essa representação está recalcada E por quê Porque ninguém recalca alguma coisa do nada tem que ter um motivo para isso e o motivo só pode estar na relação com a figura parental é só pode estar no modo de presença desse objeto é de que jeito é esse objeto esteve presente no vínculo Que mensagem serve para ele passou que forçaram certa forma luzinha a recalcar essa experiência então a representação da experiência
não só de uma representação de uma experiência inteira emocional for recalcada mas os afetos ligados a esse universo e agora nós já entendemos que são afetos experiências E a festa que tem a ver com a nalidade esses afetos continuam lá e a gente vai querer saber o que aconteceu entre luzinha esse objeto para que ela fosse obrigada a recalcar sem experiência e a intensidade dos afetos ligadas a representação inocente indica que eles não foram suficientemente integrados e é justamente isso que serve de bússola para gente ver a descobrir reconhecer a presença viva de Luizinha porque
E se fosse só Luiza que tivesse com a sujeira nos dentes ela limpa os dentes e pronto mas entrar com as rédeas na mão é a criança ela que impede Luiza de ir a um jantar romântico esse material é ótimo porque essa cena nunca aconteceu de verdade a gente pode escutar como se ela tivesse Contando um sonho eu sonhei que saía para jantar com um rapaz no meio do jantar eu percebo que ele não consegue tirar os olhos dos meus dentes e parecia horrorizado e fascinado o mesmo tempo de repente eu percebo que eu tô
com restos de comida bem aqui nos dentes da frente eu morria de vergonha e sabia que ele nunca mais ia sair comigo material com características únicas Ah E quem seria o rapaz diante é de quem Luiza morreria de vergonha é só pode ser o representante o suporte transferencial de uma figura parental de luzinha ela essa figura parental tá sendo descrita como hipersensível aos excrementos Seja lá o que essa figura tá vendo nos dentes aquilo fica faiscando como luzes vermelhas o olhar é atraído a uma espécie de Fascínio luzinha fica confusa porque essa mensagem enigmática ela
morre de vergonha porque ela pensa que tem alguma coisa de errado com ela a todos nós já tivemos a experiência de Fascínio e repulsa por exemplo diante de um acidente de carro é a mesma ambivalência vale para aquilo que sai do nosso corpo sangue fezes é possível que esses detritos faiscando que a figura parental não consegue deixar de ver aponte para uma mesma ambivalência em relação ao que sai do próprio corpo próprio corpo de quem primeiro da própria figura parental e depois do corpo de luzinha e em outros termos é possível que essa figura parental
tem a questões inconscientes ligadas a própria analidade o conflito o ambivalência fascínio/nojo repulsa pode ter determinado um recalque excessivo E se for isso faz sentido que ela tem uma relação muito particular com os escrementos produzidos pelo corpo de luzinha vocês percebem que a gente tá começando a imaginar o ambiente emocional Será que a gente poderia falar até de um molde emocional no qual lusinha se constituiu o porquê de algum jeito a criança percebeu os afetos intensos que os detritos do seu corpo produziram um objeto e ela a criança Professor essa informação do jeito que ela
conseguiu o importante é que a intensidade das ambivalência Fascínio nojo por parte da figura parental fez com que esse tema ficasse difícil para luzinha digerir e ela investe uma energia tentando digerir essa experiência mas não consegue pelo menos não consegue de um jeito suficiente aquilo não consegue aquilo não chega a ser integrado fica mal parado O Frade chamou isso de ponto de fixação então a Luisinha ela continua fixada aí vira e mexe ela Luizinha atrapalha a vida de Luiza por exemplo nessa fantasia de um jantar romântico O interessante é que o material ligado a nalidade
ele aparece travestido de linguagem adulta jantar com um rapaz resto de comida nos dentes se levantar para ir no banheiro e como vocês estão vendo o nosso trabalho é escutar o material da adulta e reconhecer a presença da criança isso sim isso quer dizer daquilo que a criança não pode integrar e que ainda hoje tá lá fazendo barulho produzindo sofrimento o segundo fragmento Oi Luiza contra uma situação bem comprida bem cheia de detalhes sobre como ela tenta impedir o seu padrasto de ter acesso ao dinheiro da herança da família o que já que a mãe
não quer ou não sabe mexer em assuntos de dinheiro sobrou para Luís a lidar com isso e essa situação acabou criando um climão na família e a mãe se irrita com Luiza afirma que ela mãe não se importa com dinheiro foi por ela ela até abre mão da herança e que ela não é como a Luiza que só pensa em dinheiro com a analista o que trouxe o caso não é isso é um caso de tomateiro o analista confirma que de fato Luiza fala bastante sobre dinheiro e ela disse que nesses vários anos de análise
cada vez que ela tentou fazer o reajuste mesmo que mínimo era uma guerra não é que Luiza não tenha dinheiro aquela economizar cada centavo ela tá juntando dinheiro para ir morar em outro país mas isso na verdade parece ser um traço do caráter dela e que tava presente mesmo antes dela ter esse projeto de vida e a Interpretação desse material mostra mais um elemento ligado aquele objeto interno que ver os detritos faiscando aparece mais um aspecto do ambiente emocional no qual luzinha se constituiu por quê Porque nesse fragmento aparece uma mãe que não quer se
sujar com o assunto dinheiro que não se importa com a herança que prefere abrir mão de tudo e acusa Luiza de só pensar naquilo bom e como a gente sabe Freud percebeu que dinheiro e fezes fazem parte da mesma cadeia significante o que eles têm em comum é que os dois são tratados com pudor em geral as pessoas fecham a porta do banheiro do mesmo jeito que elas escondem o seu saldo bancário e que nós todos deixamos o nosso o valor das nossas sessões discretamente em silêncio bom então pela boca de Luíza luzinha nos conta
que a sua figura materna Tem dificuldades com dinheiro E a Luísa percebe a Luisinha percebeu que a mãe prefere abrir mão do dinheiro a mexer nesse assunto a gente entulho que essa posição subjetiva da mãe da figura materna se deve a um recalque importante no campo da analidade e esse Recalque criou um ambiente emocional bastante específico que é o que eu venho falando o ambiente emocional no qual eu imagino que Luizinha foi-se constituindo e nessa altura vocês devem estar se perguntando se eu tenho bola de cristal para saber o que aconteceu no passado não tenho
mas eu tenho imaginação Clínica Vejam Só Luiza fala muito de dinheiro tem dificuldade para pagar análise economizar cada centavo é muito sensível a situações em que ela se sente estores Lda e a sessão na Qual Luíza contou como ela tentou evitar que o padrasto Ficaste com a herança da família é só uma sessão entre mil em que o tema dinheiro e os seus correlatos aparece em vários outros exemplos e o mais bonitinho é quando ela conta que ficou indignada porque ela tá ela tentando alugar um apartamento e é o dono do apartamento não queria um
fiador queria aquela comprovasse a sua renda mostrando o que a sua declaração de imposto de renda e vocês vão se perguntariam por que cargas d'água esse tema é tão presente no material Clínico por quê Calma reajuste de honorários tem que ser uma guerra então eu me fiz essas perguntas Oi e para mim uma resposta possível é uma resposta que me permite dar coerência ao material clínico é a seguinte o que foi recalcado Uma Geração tende a transbordar tende a ser atuado com a geração seguinte eu acredito que luzinha tenha se subjetivada em parte é claro
num ambiente emocional marcado pelo recalque materno e justamente por causa desse recalque esse tema transpirou em pregnolan as entrelinhas do cotidiano Ah e por isso acabou sendo muito investido pela filha só que com sinal invertido e ao contrário da mãe que diz que não se importa com dinheiro luzinha se importa com cada centavo em termos metapsicológicos luzinha construiu constituiu uma identificação complementar à da mãe o terceiro fragmento a Luíza foi trabalhar como babysitter para ganhar um dinheirinho ela tem que cuidar de uma criança pequena durante três horas e descobre que não tem ideia do que
fazer tu vai levar a criança para passear no parque e pronto foi uma hora e vai vai voltar para casa e vai dar comida pronto outra hora não sabe como matar a terceira hora e depois de um silêncio Ela diz que nunca imaginou que teria que trocar fraldas não tem ideia de como fazer isso tem nojo de limpar cocô é mas eu preciso contar para vocês como esse terceiro fragmento surgiu no Ateliê Clínico a gente venha laborando todas essas idéias esse pensamento Clínico eu tenho tudo isso que eu tô contando a gente vai falando aqui
tá muito mais organizado obviamente né mas acho que a gente vinha falando disso e descobrindo Então esse universo emocional o analista da Luísa ela tava falando alguma coisa de repente do nada ela associou com isso que eu pus daqui que é o terceiro fragmento e isso é o processo primário da analista funcionando e a gente sabe que está em terreno predominantemente neurótico que existem associações representações esse terceiro fragmento é uma associação da na lista mas é uma associação o analista nem sonhava em trazer esse fragmento Clínico ela tinha preparado outro material Clínico para discutir de
repente aparece isso e por isso é ainda mais interessante porque analista traz material que confirma o pensamento Clínico que está sendo elaborado é bom esse novo fragmento traz no outro contexto dois temas que a gente já tinha visto o primeiro tema é o da mãe que não quer não pode pôr a mão na massa esse isso já com dinheiro só que aqui é a própria Luiza que vai ter que pôr a mão na massa trocando fraldas e no outro fragmento era aquele rapaz hipotético que sentiria nojo ao ver os restos de comida em seus dentes
aqui ela Luiza que diz que tem nojo de trocar a fralda Só que tem uma inversão importante é aqui é a própria Luiza e não o seu objeto representado ou pelo rapaz ou pela própria mãe é a própria Luiza que traz uma relação emocional conflituosos asa com os escrementos da criança Agora ela tá no papel da mãe EA criança de quem ela tem que cuidar representa a própria Luizinha é mais um passo importante nessa em material é a surpresa de Luiza ela nunca imaginou que ela ia ter que trocar fralda se ela fizesse babysitter de
uma criança a surpresa de Luiza Sugere ela tá identificada ao aspecto que foi recalcado pela figura materna tal como vem aparecendo nesses fragmentos de material clínico Olá tudo se passa como se a mãe de Luizinha tivesse tecido entre aspas e a sua bebê tão fofinha também faz cocô bom e uma l'atelier vai indo e analista traz novas associações sempre nessa linha e a uma das associações foi que ela ela na lista tinha interrompido análise por alguns meses por conta da sua licença-maternidade aí a Luiza volta para o consultório olha em volta no ambiente para ver
se tá tudo do jeito que ela deixou e de todos os mil comentários que ela podia fazer ela diz você esqueceu de colocar aquele cheirinho gostoso que tinha aqui e não dá mais para deixar de escutar cheirinho gostoso como formação reativa ao universo anal e em certo momento um outro fragmento é se ela queria contar né não foi uma associação e também foi não lembro a ela contou que ela teve que fazer um manejo para conseguir fazer o reajuste dos honorários vocês lembram da Guerra Então ela resolveu fazer algum manejo ela chegou para Luiza e
falou então vou te propor três valores um reduzido um médio e um que a próximo daquilo que ela cobra do valor cheio e falou para Luíza olha você pode escolher um E a Luísa escolheu o valor mais próximo ao valor cheio Oi e aí depois de vários meses Pagando os novos honorários a paciente faz um ato falho ela se esquece do acordo e volta apagar o valor antigo o e analista por sua vez levou um bom tempo até consultar o seu saldo bancário e descobrir O equívoco teria sido um ato falho complementar é muito bom
então eu passo agora para a terceira parte da apresentação que é a reconstrução ficcional do ambiente emocional no Qual Luíza teria se constituído e vamos ouvir o que Luisinha tem a dizer eu me chamo Luizinha e trem e tenho três anos assim que eu fiz um ano mamãe me colocou para fazer cocô no penico e o meu ainda não estava pronta podem sofrimento meu corpo não controlava o que saia dos meus buracos mas eu fazia a maior força para conseguir eu fiz de tudo para tranquilizar mamãe e mostrar como eu gosto dela hoje eu vivo
obcecada com esse assunto porque é claro que quando mamãe está mostrada Eu também fico mesmo se ela não falasse nada eu percebia direitinho que tudo ligado ao meu corpo é o que saia dele era muito importante para ela e foi assim que eu assunto cocô e outras sujeiras do meu corpo foi ocupando cada vez mais espaço na minha mente muitas das minhas conversas como no mãe são sobre isso então luzinha conseguiu ainda não tenta mais um pouquinho para mamães e até nosso cachorro entrou nessa o pingo já fez cocô hoje olha o cocô dele hoje
tá verde tá mole quem vai limpar essa sujeira e esse tema fica faiscando na mente dela E desde que eu me entendo por gente eu me estressava quando escutava ela bufar cada vez que ela tinha que trocar minha fralda Ela olhava cheirava limpava limpava limpava parecia que eu tinha feito alguma coisa errada oi ou então aparecer que eu tinha feito alguma coisa mais a coisa mais maravilhosa do mundo Aquilo me deixava muito confusa eu ficava com vergonha e quanto mais vergonha mais ligada nessas coisas eu ficava eu me esforçava muito para tentar processar emocionalmente essas
coisas que eu percebi ia eu até que sonhava com isso por exemplo uma noite eu sonhei que eu era uma bonequinha muito linda e que eu nunca fazia aquela coisa marrom excedida eu tive também outro sonho eu tinha produzido uma montanha tão grande que eu e mamãe a gente ficava enterradas nessa montanha mas olha que estranho o cheiro era maravilhoso era bom e ruim ao mesmo tempo ou será que ela também fica tão ligada no cocô dela Aposto que sim a prisão de ventre dela é um dos assuntos prediletos blusinha hoje eu consegui ontem foi
só uma bolinha é uma vez Ela vomitou e não conseguia tirar os olhos daquela coisa que tinha saído de dentro dela Pensando bem eu reparei que ela toma vários banhos por dia a ouvir sempre ouvi ela dizer várias vezes que ela não suporta o suor dela é o reparei também que ela faça muito perfume já nasceu detesto Parece até que ela precisa disfarçar os cheiros do corpo ela não tolera bagunça ou sujeira ela é tão exigente com a nossa diarista por mais que ela se esforce para limpar e deixar tudo arrumado nunca tá bom um
sujeito meio estranho parece que ela curte tudo que tem a ver com isso gera limpeza fedor perfume cocô e xixi e ela curte isso tanto que eu nem vejo ela se divertindo com outras coisas ela acha tudo caro não gosta de gastar dinheiro às vezes é o contrário ela fica totalmente mão aberta gasta sem dó quase rasgando o dinheiro é uma oscilação que eu acho muito bizarra e não é de admirar que esses assuntos fiquem martelando na minha cabeça também E aí aquilo que podia ser só uma função natural do meu corpo virou um cavalo
de batalha entre nós é uma luta todo dia para ver quem tem mais poder quem manda em quem quem obedece a todos dizem que eu sou uma menininha do contra e basta ela me pediu alguma coisa começando Claro com isso que sai do meu bumbum que eu digo não eu também fiquei pão-dura eu só solto o que ela tanto quer de vez em quando e mesmo assim só de noite quando escapa na fralda sim aos 3 anos eu ainda uso fralda Ah mamãe eu estamos presas nesse mundo marrom a temos essa linguagem para demonstrar nossos
sentimentos uma em relação a outra e é com essa mesma linguagem que o interpreta as coisas que me acontecem é com esse código que eu me relaciono comigo mesma com as outras pessoas e com o mundo vou te dar uns exemplos coisa bem boba mas serve para você entender e eu não gosto de praia nem de parquinho sabe por quê Porque eu não gosto de me sujar na areia areia para mim é suja me dá aflição e eu também não empresto meus brinquedos dos Meus Amiguinhos e eu preciso ter controle sobre eles eu preciso saber
exatamente Aonde eles estão ah e também em vez de brincar com os meus brinquedos eu gosto de organizar todos eles por cor e por tamanho eu passo um tempão arrumando Porque para mim bagunça é uma espécie de sujeira ah ah mas por outro lado eu adoro brincar com argila porque você sabe o outro lado do horror a sujeira é o fascínio por ela eu adoro mexer naquela massa meio pastosa lambuzar minhas mãos e dar a ela a forma que eu quiser Parece que com isso eu consigo domesticar o nojo que eu tenho dele Tô brincando
eu transforma aquele nojo gigante daqueles de vomitar não simples nojinho divertido resumo da Ópera perdi a naturalidade tenho vergonha de tudo que possa escapar do meu corpo tem que eu consiga controlar cocô um arroto bonito eu acho que aquela cara estranha que a mamãe fazia ainda faz quando troca as minhas fraldas continua me assombrando e eu vejo as outras crianças e percebo que elas não estão nem aí com esse assunto elas exploram o mundo elas são curiosas elas brincam enquanto isso eu estou aqui lutando contra o penico a verdade é que nós duas estamos sofrendo
sem conseguir sair disso assim que eu puder eu vou querer fazer uma boa análise e eu disse na introdução que luzinha é uma ficção baseada em fatos reais Mas quais seriam os fatos reais por quê Para quê Luiza tenha desenvolvido os sintomas que a gente viu nos fragmentos um dois e três a gente tem que imaginar que luizinhas sofreu o impacto de significantes enigmáticos ligados a analidade se na ficção que eu criei ela se pergunta qual é o sentido da sua mãe tomar vários banhos por dia de a se encher de perfume daquele braço de
ferro em torno do controle se integrando do horror a sujeira se o significantes enigmáticos que a luzinha encontrou são esses que eu inventei ou se são crus eu não sei dizer mas sejam quais forem eles são reais existiram e deram muito trabalho psíquico para a Luizinha é porque se não fosse isso a gente não tem como explicar o que o Freud chamava de fixação anal também ilustrado pelo caso de Luiza eu faço agora para última parte que é como a reconstrução imaginária de luzinha nos ajuda a trabalhar com Luiza Então a primeira coisa a gente
precisa saber que tem uma diferença entre conversar com Luiza e conversar com Luisinha e quando a gente conversa com Luiza a tendência é conversar sobre a realidade da situação de escrita sobre o conteúdo Manifesto tá pegando como exemplo aquele material sobre o resto de sujeira nos dentes no tal jantar imaginado a gente pode imaginar aqui vou imaginar as três intervenções em que a gente tá conversando com a Luíza não com a Luizinha e parece que você confunde a sua imaginação com a realidade e talvez não seja bem assim eu fiquei que vai acontecer e essa
seria uma intervenção a outra Será que você não está com medo de ter um namorado a outra intervenção e é uma conversa mais com lista do veículo Zinho interface imperfeições fazem parte da vida e ainda não dá para controlar tudo você tenta controlar tudo mas é impossível controlar tudo mas conversar como a ruazinha é primeiro tentar se colocar na pele dela e conversar com ela a partir da lógica emocional dela Luizinha e não da nossa E por quê Porque a gente quer ajudar Luisinha a conhecer a gente quer ajudar Luiza a conhecer Luizinha elas não
se conhecem e idealmente a gente quer uma intervenção suficientemente aberta que pode servir simultaneamente para Luiza e para luzinha e eu vou agora imaginar algumas intervenções possíveis e depois daquele fragmento 1 sobre os restos de comida nos dentes sei então você sentiria a vergonha como se tivesse com restos de cocô nos dentes essa é uma intervenção a uma outra seria é horrível imaginar alguém com nojo da tua boca como se fosse um anos Oi e esse olhar que fica como se estivesse faiscando é um olhar de Fascínio ou é um olhar de nojo e são
três intervenções possíveis e tem evidentemente mais pelo menos umas em igualmente possíveis na conversa com luzinha depois do fragmento 2 que é sobre a mãe que não liga para dinheiro a então ela não aguenta mexer com dinheiro como se fosse uma coisa muito suja oi ou então economizar o gastar o a dúvida cruel e quando você disse que a tua mãe prefere abrir mão do dinheiro eu lembrei das nossas conversas aqui sobre os meus honorários bom e depois do fragmento 3 que é a surpresa quando ela se lembrou que tinha que trocar fraldas a três
intervenções possíveis seriam você esqueceu que bebês fazem cocô É incrível como bebês tão fofinhos podem ser tão fedidos oi ou então é fascinante ver o que sai dos buracos de um bebê o objetivo dessas intervenções é duplo e está interligado o primeiro hexham a tentativas de acessar a zona de Sofrimento emocional de luzinha para ajudar Luiza a elaborar e a gente quer com essas intervenções que Luiza continue associando é porque assim Luiza e blusinha vão acabar se encontrando e a gente quer que as duas consigam transitar por representações que estavam proibidas representações que tinham sido
excluídas da consciência por produzirem angústia e vergonha e para isso então e aqui vem o segundo objetivo dessas intervenções que está interligado é que o analista precisa criar um ambiente emocional propício para acontecer isso que eu acabei de falar bom então esse é o segundo objetivo então ao interpretar essas coisas ou analista ele está sendo ele está funcionando como um objeto diferente do original por quê Porque essas intervenções que eu imaginei só podem ser ditas por alguém que tenha uma relação suficientemente boa com a própria analidade e se quando analista consegue Isso ele já está
sendo diferente do objeto que como a gente viu na nossa construção não tinha uma relação nada tranquila com a sua própria analidade porque essas intervenções Elas têm uma característica né Elas transmitem para Além das Palavras o estimulam associações a elas transmitem um novo ambiente emocional porque o analista ele não se envergonha nem sangos tia ele tô falando idealmente né não sente nojo de mais nem facinho demais e ele também conseguiu integrar o erotismo ligado a estas funções corporais Então nesse sentido todas as intervenções que eu imaginei ela se dão necessariamente na transferência e o que
significa na transferência significa neste novo ambiente emocional criado e sustentado pelo analista e o que a gente espera é que nesse novo ambiente emocional Luiza possa aí tô achando as defesas e Que ela possa Se permitir transitar o mais liberdade de por essas representações que produzem produziam tanta angústia nesse novo ambiente Luiza e luzinha vão finalmente poder se encontrar se conhecer e conviver com uma com a outra muito obrigada pela atenção Oi linda apresentação Marion sempre bom se ouvir o eu vou abrir para el debate quem quiser se inscrever pelo site a levantar a mãozinha
Oi e a Faria e as ilustrações da Luiza da luzinha hahaha É sempre difícil olhar conseguir ilustrar e conversar sobre energia para ficar mais seis meses ele tava vamos lá e por questões éticas mais de cuidado com atual isso então agora linda Quero Agradecer Quero agradecer publicamente a analista da Luiza que autorizou gentilmente a publicação do material Obrigada Sim essa é uma boa solução porque é primeiro são fragmentos mínimos né de material clínico E ai longamente a reconstrução de luzinha é totalmente imaginária então não esbarram em uma questão ética mas de qualquer maneira né como
eu tinha dito para mim e o importante é que quando eu conto na voz de Luizinha o que pode ter sido o ambiente emocional no qual ela se constituiu a criança um adulto ganha mais realidade hoje a gente consegue de fato olhar para ela mais do que se a gente fala de um modo mais genérico sobre a criança no adulto e eu tenho feito esse exercício com casos clínicos diferentes a reconstrução de crianças completamente diferentes bom então tô nessa vibe agora atualmente [Música] o Oi alguém quer se inscrever então enquanto todo mundo se sente mais
confortável para falar queria agradecer a presença de todos aí Tô vendo vários colegas né de Brasília e também de outros locais como jozelaine nardir Mato Grosso do Sul e irmão queria te levando sua mão Teresa por favor queria sair da nossa sociedade superior começando Então essa conversa né foi Tereza está me ouvindo torre Oi então Começando aqui aquecendo essa conversa e interessante né que só apareceu a luzinha e a mãe né E cadê o pai dessa Luizinha não é que [Música] essa dizer essa você traz essa identificação essa força da presença da mãe na luzinha
né Então é eu acho que isso também entra também traz aí o contexto de uma ausência né porque que essa ela ficou tão grudada né nessa mãe e a pergunta é ótima para esclarecer o seguinte primeiro que a obviamente eu tô fazendo um recorte do ambiente no qual elas isso já ativou o ambiente no qual ela se subjetivo ou tem milhões de mensagens e informações e é um ambiente complexo do qual o pai evidentemente faz parte assim como sei lá eu usar a voz a babá aqui eu propus um um recorte onde tem só a
Luísa a Luisinha e a mãe porque Em geral os cuidados corporais da criança ficam mais a cargo da mãe mas vamos supor que ali naquela família o pai é fosse a pessoa mais disponível para os cuidados corporais da banho trocar fralda tudo isso é a figura parental presente só que eu teria que imaginar então né o recalque da analidade dessa figura paterna teria o mesmo efeito eu teria o mesmo efeito e Mas voltando para a ideia de que seja a mãe o pai depois que a mãe Trocou as fraldas o pai lá para criança no
parquinho vai brincar Sei lá canta toca violão e tudo isso também é o ambiente no qual a luzinha vai se subjetivar mas não é o que tá o que eu recortei no material Clínico da Luiza Ah não precisa não precisa do pai a para falar do material Clínico da Luiza né É bom então não estou dizendo que não teve nem nem acho na verdade aqui as duas estão numa relação grudada funcional nada disso porque porque eu acho que nós estamos diante de um núcleo mais neurótico tem uma triangulação tem um terceiro objeto as angústias não
são na angústias primitivas não são angústias de fragmentação de aniquilamento nada disso né É uma angústia muito específica né o material Clínico eu não posso jantar com um rapaz porque pode ser que fica isso gerando os dentes é lindo é lindo porque ele é tão Preciso era tão pequenininho ele dá ele nos dá notícia né de um pequeno território da vida emocional da Luísa é claro que a Luiza tem uma vida inteira ela faz milhões de coisas então ah ah é um jeito porque o meu qual é o meu interesse ao fazer esses exercícios né
é transmitir compartilhar com os colegas né a importância de escutar a criança no alto duplo E para isso eu parto do material Clínico disponível no adulto Lembrando que todas as teorias quis foram elaboradas prod Melanie Klein né todas as partes desta mesma escuta a escuta e interpretação de material Clínico de adultos e permitem imaginar criança e aí na hora de escrever a teoria o autor vai lá e faz ao contrário né a criança né na relação com seus objetos acontece isso acontece aquilo mas enfim voltando à tua pergunta o pai dela tá lá na água
de presente ajuda a uma série de coisas provavelmente da comida leva para o parquinho né E ela tem uma organização é bastante saudável mas tem esse núcleo atrapalhando a vida o Almir Rodrigues pergunta e o padrasto poderia representar que figura o padrasto poderia representar alguém que tá querendo se apropriar extorquir a o curso conteúdos preciosos de Luizinha E a propósito disso tem um material parecido bom então bom a Luísa realmente foi morar em outro país e é lá naquele outro país que em vez de fiador quiseram a declaração de imposto de renda dela e é
lá que ela tá dividindo um apartamento com uma amiga e essa amiga vire mexe usa os cremes sei creme para cabelo creme para o rosto os cremes caros e preciosos da Luísa Ela tá toda incomodada como é que ela vai falar para amiga dela parar de usar os cremes dela bom então amiga e o padrasto são a mesma figura as figuras que querem que também representam na um aspecto da figura materna é a mesma coisa um aspecto da figura materna Que dia você faz cocô aqui agora e o padrasto que diz eu quero o teu
dinheiro e amiga que diz eu quero teu creme bom então são várias representações da mesma figura eu vou trocar não é da mesma figura não é da mãe é desse aspecto da figura materna é a figura materna tem mil outros aspectos que não estão sendo considerados aqui nesse exercício e nesse material Clínico então é esquisito pensar mas é né que o padrasto é um é aquele mesmo um aspecto da figura materna pelo menos ela vamos vamos ver se a formulação Luiza vive o padrasto que que é uma parte da herança como se ele fosse um
representante da figura materna ela vive assim ninguém tá dizendo que o padrasto que a lhe sorrir nada e ninguém tá dizendo que amiga do apartamento que era extorquir os cremes ela vive nesse modo E por quê Porque essa é o modo pelo qual ela vive muitas situações do cotidiano e da vida dela e ela vive desse jeito é tão natural para ela que ela por enquanto não consegue dizer olha só né O meu padrasto nem pediu nada mas eu sinto é como se ele quisesse pegar o dinheiro da família eu já sei lá Ah é
Então é também é muito importante lembrar que a Luiza vai escolher trechos de material trechos da vida dela para contar para a gente como ela vive este conflito e no no próprio atendeu me lembro né eu acredito o seguinte a a Luísa vive com esse padrasto há muitos anos e segundo ela Luiz as padrasto é uma pessoa legal e eles fazem um monte de coisa juntas e que tudo o que se padrasto de tudo que ela poderia falar sobre o padrasto das conversas dos passeios das viagens jantares e de tudo ela escolhe falar sobre o
padrasto EA herança por quê que de tudo que o padrasto tem sei lá de importância na vida dela ela faz este recorte porque este recorte serve para contar para analista e olha eu quero que você entenda como é que eu vivo transferência aumente o meu padrasto é é O que é o jeito que ela vive a situações que tem a ver com dinheiro e não é não é casual que a questão com com padrasto né fio padrasto aparece uma questão ligada dinheiro do mesmo jeito que não é nada casual que seja uma guerra todos os
ajustes de honorários bom então só para dizer que não é porque o padrasto é um homem que ele necessariamente estaria representando uma figura paterna não nesse material pelo menos não é Lúcia amore Earth sbprj pergunta isso peraguda Luiza parece Cruel por favor pergunte por mim olha e eu a eu não acho que seja um superego cruel e na linha daquilo que eu apresentei aqui mesmo o mês atrás é porque eu lembro que eu tinha feito a diferença entre um superego Cruel que é Psicótico louco e um superego que é chato né que é tem a
ver com é que é um superego neurótico que é mais um superego cacto superego Cruel Psicótico exige e a criança não seja por quê Porque ele tem tamanha dificuldade com a alteridade que toda vez que emerge um aspecto da alteridade da criança a esse super nego quer esmagar as alteridades e aqui a gente nunca vendo um superego querendo esmagar a luzinha ou a Luiza né a gente tá vendo um superego dizer isso é muito horrível esconde e isso é muito horrível esconde não é não tem essa mesma característica Cruel Embora tenha uma característica chata porque
a Como assim né o que que uma criança pode fazer para esconder o fato de que ela come faz cocô e faz xixi tudo isso não pode fazer nada é mas a então eu entenderia aqui a gente tá mais pelo lado de um superego neurótico eu lembrei Maria ou muito do eu pensei muito no superior aí mais de maneira obsessiva nessa preocupação com detalhes com a perfeição com cuidado com as fezes né mesmo dos Ratos né Muito mais assim mais próximo essa preocupação com as fezes com o carro organizado por dinheiro né ele saco Claro
um é o que eu quis descrever o justamente como vai nascendo pelo menos um aspecto dessa neurose obsessiva o Diego tudo mais um aspecto talvez nasça desse jeito tem a claro também a questão das funções a questão incestuosa com a mãe as funções consideradas elas mesmas como perigosas como é né coisa alguma coisa que é muito assustador muito diz organizador precisa ser recalcado enfim mas sem claro nós estamos aqui vendo se constituir um superego obsessivo numa linhagem tá ligada mais a nalidade do que uma questão incestuosa Luciano pediu a palavra Luciano pode abrir o seu
microfone você Oi Val Oi tudo bom é bem falada da do trabalho lá transferência eu gostaria da gente entender um pouco né aí a artista propõe dois três preços né de reajuste como é que o próprio analista né tá lidando com essa questão da do dinheiro da na cidade essa coisa de colocar a mão no cocô né mexer com isso entrar nessa parte aí obsessiva mesmo da realidade Ué eu gostaria de a gente conversar um pouco mais sobre esse trabalho e na transferência e é bem não pode uma questão porque no fim esse é o
x da questão né o primeiro Todas aquelas intervenções que eu imaginei seria o intervenções na transferência Essa é mais evidentemente na transferência porque analista propõe três valores e eu chamei isso de manejo mais do que interpretação é porque as outras falas todas as falas que eu imaginei são interpretações propriamente ditas aqui é um manejo que tem a ver então com a guerra adiante do os restos É claro que eu Suponho né que essa na lista também interpretou Oi cansou de interpretar a questão dos honorários o dinheiro agora ela não falou o quê que ela pensava
ao propor esses três reajustes mas o que há três valores Mas o que eu entendi é que ela tava dizendo Olha Para Mim Esse assunto de dinheiro ele é tranquilo eu posso ficar bem recebendo menos médio e próximo daquilo que eu cobro Essa é a minha tranquilo eu fico bem Olha é se você apesar disso síndica eu tô te estorquindo vamos ver porque né ou vamos ver aonde em que residiria a extorsão bom então o manejo está transmitindo em ato e isso é tranquilo para mim e quando ela disse isso é tranquilo para mim e
que ela tá dizendo tá mostrando e eu não tô te estorquindo se a paciente escolhe o valor mais alto e ela pode soltar o dinheiro se ela não estiver se sentindo estorq Lda e depois Em algum momento sei lá quantos meses depois ela volta para o valor antigo é o que dá a oportunidade de conversar abertamente sobre isso eu não sei o que aconteceu é mas eu lembro que eu tinha uma paciente a tabela até tinha comentado na TVI com vocês eu tinha uma paciente tinha essa mesma dinâmica horror a seres torcida e curiosamente linha
no material Clínico coisas do tipo a minha filha toma banho no box do meu banheiro e ela usa metade do meu shampoo para lavar o cabelo dela estão vendo a extorsão e ela também diz que a diarista perguntava se podia levar para casa um pão velho e ela se sentia extorquida de ter que dar o pão velho e quando a diarista não pedia nada ela podia dar um monte de coisas e dava a angústia era seres torcida bom então tem essa configuração né que mostra é um treinamento esfincteriano complicado e não é porque a mãe
que na minha reconstrução ficcional de luzinha a Mamãe põe ela para fazer cocô com um ano é uma extorsão o que você faz agora e aqui porque eu quero me dá e não é uma coisa e não é uma coisa mais tranquila feita na hora certa de um jeito em que a e não seja vivido com essa última de violência né bom então eu foi assim que eu entendi o manejo Achei bem interessante a em esse maneiro que foi feito de analista tava trabalhando muito antes da gente elaborar esse pensamento Clínico todo né mas olha
só como analista estava sensível ao ao pavor de extorsão da Luiza as baterias a Mírian pediu a palavra Teresa Então é eu a extorsão o controle né talvez mais uma da analista dizer tenha seu tempo Faça no seu tempo né respeito perfeito isso mesmo né foi feito isso mesmo eu fiquei curiosa também maior Quando você diz das formas de retorno ou de presenças infantil né E você falou do clivada e do recalcado e às vezes assim na minha experiência de análises eu vejo assim um infantil que eu não consideraria nem privado nem recalcado mas assim
uma força de vida sabe uma uma liberdade de uma criatividade que de alguma maneira a pessoa vem tomar conheci é isso no processo de análise então quê que você pode falar sobre isso olha muito bom exemplo pelo seguinte é a integração do arcaico ou do infantil produzem uma sensação de liberdade produzem uma expansão do eu e o movimento de integração é vivido como é uma conquista de energia Vital bom então não é o infantil em si que é vital é a integração do infantil que permite isso a uma pessoa que até agora se sentia oprimida
e sempre que alguém se sente Oprimido sem saída nós estamos diante ou do infantil A do arcaico o infantil e o arcaico são os responsáveis pelo sofrimento do paciente são os responsáveis pelos impasses da vida dele o que né a pessoa sente que tem um nó impedindo a pessoa de se soltar a desamarrar esse nó bom então o infantil e o arcaico eles vão ter a ver com todas as defesas que foram utilizadas para tentar resolver um problema lá atrás bom então tem vários tipos de defesa quando eu falo de recalque e clivagem a pressão
ser os mais importantes Talvez as mais frequentes das mais conhecidas tem outras e a é mais um infantil ele não é José e Civita o infantil ele poderia ser um Vital esmagado é um Vital que a pessoa não consegue usar né então o infantil e o arcaico são a maneiras de falar daquilo que nunca foi integrado e continua produzindo sofrimento sintomas que atrapalham a vida Ah lembrei de uma frase do Freud na no eu e ele disse na Rússia via wi-fi já já verão eu né que eu acho que é isso integração né de poder
se conectar com a sua própria energia para sua própria vitalidade né que vem do lixo mas isso isso também se conectar com a sua própria energia e vitalidade Mas além disso o quanto o isso se transforma em eu a pessoa se sente mais livre do que ela tava ela tem uma vivência de liberdade então sim é para se conectar com a tua vitalidade que tava Baixada mas você fica mais livre Por que desata o nó E aí você passa sempre com tua muito muito boa a e tem uma coisa importante que é o seguinte Quantas
vezes a situação real e concreta e não muda e o que muda é a leitura que a pessoa faz da da mesma situação é a primeira leitura é uma leitura aprisionante Oi e a segunda leitura é uma leitura mais livre bom então a até usei isso quando eu falei do super-herói cruel se você se lembra da entidade a sogra né a sogra que vai cair matando porque eu não posso a coca-cola na geladeira essa é uma leitura a outra leitura é A coitada ela tem medo de estar sendo desprezada e ela pode berrar por causa
da coca-cola do mesmíssimo jeito mas é muito diferente a submissão aterrorizada a uma sogra entidade e a leitura da sogra como uma criança com medo de ser desprezada então a integração ela possibilita novas leituras que são libertadoras hoje a gente está castigando o final da nossa reunião né que que você quer falar vre o skar a já pagou o padrasto né aqui eu vou age né e quer tomar toda a herança né é que parece a identificação projetiva talvez ela mesmo tivesse essa voracidade é só videi.de ter toda a herança tudo da mãe é tudo
da família para ela né E talvez a questão do reajuste com o analista não é o guarda lista também ficar nesse lugar pronto de uma identificação projetiva deste analista borais que tomar todos os conteúdos dela né é essa é uma leitura bem interessante porque você trocou o estorquir pelo voraz né o estorquir é mais uma imagem ligada a nalidade o voraz é mais uma língua mais uma imagem ligada a oralidade voraz né e extorquindo mas a ideia da identificação projetiva né de projetar meu padrasto a sua própria vontade de estorquir por exemplo é uma leitura
interessante também é uma leitura interessante é a única coisa que eu não sei se dá para interpretar isso como você interpretar ia é né o porquê se lembra a gente tem que tentar acessar e o sofrimento da criança no adulto e ela tá trazendo o padrasto para dizer por favor não tirem o que é meu e a gente inverter e disser você tá você é você que tá querendo tirar eu não sei bem como ela receberia e vale a tentativa e erro né a Marion que agradecer demais o sol disponibilidade net está conosco aí nas
dos dois meses foram encontros muito ricos né muitas ilustrações químicas funciona Rosa né agradável e fui do tipo de falar Gypsy canais de que ser né o nosso olhar a nossa nossos contatos que agradecer também a presença de todos e todas né É nós queríamos novos eventos não com a Marion mas por enquanto né quem sabe depois queria passar a palavra para você mais não para você agora coisa vocês todos aí na tela e eu também queria agradecer muito ao convite a oportunidade é o espaço é e para mim na verdade é que é a
partilhar as coisas que eu venho pensando é uma paixão uma coisa muito importante então eu agradeço demais a presença EA disponibilidade de vocês todos para escutarem como eu andei ouvindo né atenção das pessoas hoje é o bem mais disputado do mundo né Tem milhões de pessoas fazendo lives e apresentando coisas e atenção que as pessoas podem dispensar é limitada então eu agradeço a vocês pelo quinhão de atenção que vocês me dedicaram hoje nesse sábado bom obrigada Marion são cada um com seu cada um
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