Salve meus cavaleiros, aqui é o Thiago sejam muito bem-vindos ao Impérios AD. Quantos brasileiros você conhece que são artistas, poetas, linguistas, que estudam medicina ciências naturais, que falam fluentemente 17 idiomas e mais três mais ou menos, que foi tradutor, geógrafo, diplomata, grafiteiro nas horas vagas e que tem 14 sobrenomes? Todas essas qualidades só um brasileiro teve: D.
Pedro II! Simplesmente, o MAIOR brasileiro de todos os tempos! É, depende pra quem você pergunta!
Mas o fato é que D. Pedro II, recebeu a pesada responsabilidade de estabilizar e organizar uma jovem nação independente, e que teve como sua missão de vida elevar o Império do Brasil a um nível respeitado internacionalmente; mas nesse caminho ele encontraria políticas atrasadas e inimigos implacáveis que fariam de tudo para ter o poder e o controle desse gigante americano. Nascido no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1825, D.
Pedro II, com apenas 1 ano de idade já passaria por um dos maiores traumas que uma criança pode ter: a morte de sua querida mãe, Dona Leopoldina. Mas o pai, D. Pedro I, era macho, gostava de uma mulher, mais de uma mulher, e ao mesmo tempo.
Mas ele se casou, com ela, Amélia, e estavam felizes, alegres, satisfeitos. Mas em 1831 , eles entram numa nau, e vão pra Portugal; e onde está o pai estão seus filhos. Mas seu filho não está aqui, não está aqui, nem aqui, e em nenhum lugar disso tudo aqui.
Ele está aqui, tão longe de seu pai, tão jovem, tão indefeso: com 9 anos já não tinha mãe e agora nem pai. Eles nunca mais se veriam de novo. Mas antes que você comece a xingar D Pedro I de tudo que é nome, saiba que essa decisão foi a mais difícil de sua vida e graças a ele a história do Brasil mudaria drasticamente.
E agora você vai entender o porquê. Assim, D. Pedro I deixa o Brasil.
. . mas aqui deixa seu filho, o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, D.
Pedro II. E aqui a sua história começa. .
. Esse é mais um dia na vida do jovem Pedrinho II, com 8 anos de idade: às 6:30 da manhã ele levanta, toma seu café e como futuro imperador, rico, poderoso, o que que você acha que ele vai fazer hoje hein? Se você pensou nisso , nisso ou nisso você não sabe de nada, porque até as 22:00 horas da noite ele vai fazer isso aqui: E todos os dias, das 7 da manhã às 22:00 da noite ele estudava, podendo brincar só 2 horas no dia.
E José Bonifácio, seu tutor guardião, cuidava e escolhia pessoalmente os melhores mestres para o futuro Imperador do Brasil. Mas Bonifácio foi preso e acusado de traição por rivais políticos em 1833, deixando Pedrinho sob os cuidados do Marquês de Itanhaém. Sem seus pais, afastado de suas irmãs, poucos amigos, e agora sem Bonifácio, a infância de Pedro era triste e vazia.
Mas se a situação de Pedro já estava ruim, não tema, ela vai ficar muito pior. Com a saída de Pedro I, o Brasil entrou no Período Regencial, que governaria a nação até que Pedro II atingisse a maioridade aos 18 anos. Mas quando Pedro tinha apenas 12 anos de idade a treta rolou solta no império: facções políticas começaram a brigar entre si pra ganharem poder, e o país mergulhou no caos, quase anarquia.
A situação ficou tão descontrolada que a assembleia geral e o próprio povo brasileiro concordavam que só uma pessoa poderia trazer estabilidade como símbolo vivo da união da pátria. . .
com 14 anos de idade, D. Pedro II recebe e aceita a declaração da maioridade em 23 de julho de 1840. Um ano depois, em 18 de julho de 1841 D.
Pedro II é coroado e aclamado Imperador do Brasil. Agora, o Brasil tinha um imperador, adulto, e com um imperador o país estava calmo, tranquilo, sereno. .
. Mas Pedro estava estranho, aflito, agitado. .
. A solução seria ela, a bela pra acalmar a fera, a estonteante, dolce italiana, a mãe dos brasileiros, Teresa Cristina. Ele ficou tão louco que casou por procuração em 30 de maio de 1843: ela na Itália, e ele no Brasil.
E Pedro mal podia esperar para ter sua amada em seus braços. . .
finalmente, em setembro ela chega no Brasil onde é recebida por seu ansioso marido: D. Pedro II precisou até sentar porque Teresa Cristina, era. .
. deixa eu procurar uma expressão certa pra não ser cancelado. .
. “FEIA PRA Chuchu! ” Baixinha, fofuxinha, manca, nariguda.
. . Pelo menos essa foi a primeira impressão que o nosso Pedro teve quando viu a esposa pela primeira vez: e antes que você chame o Imperador de machista feiofóbico, tente se colocar no lugar dele: essa foi a primeira foto que Pedro recebeu de Teresa; e essa foi a Teresa que Pedro recebeu.
Dizem as crônicas que naquela mesma noite Pedro chorou igual criança com sua cuidadora, a condessa de Belmonte: Mas o que Teresa tinha de menos, Pedro tinha de muito: bonitão, alto, forte, quase 2,0 m de altura, e por último, mas não menos importante: imperador. Com tantas qualidades assim, a mulherada perdia a cabeça com ele, mas ele nunca perdia a cabeça com elas, porque ele era casado, e tinha que ser fiel a sua esposa. .
. Mas Pedro se arrependeu; ele queria mudar de vida, ser um marido melhor, mas tinha que sair daquela capital pecadora, o Rio de Janeiro, aquele antro devasso da perdição desenfreada. Então ele começa a subir, e quanto mais ele subia, mas ficava perto do céu, mais perto de Deus, e mais ele subia, mas quando não dava mais pra subir ele parou, e ficou, e em 16 de março de 1843 criou uma cidade, uma bela cidade, a cidade dele, com o nome dele: Petrópolis!
Entre palácios, cervejas, catedrais e até uma Quitandinha, a cidade era um pedacinho da Europa que Pedro tanto amava e admirava. E assim, em todos os verões, a cidade e seu Palácio Imperial se tornavam a capital e o centro cultural do país. Com o friozinho serrano, Pedro se tornou ainda mais calmo e discreto, só falava o suficiente e quando necessário, e era extremamente culto, tendo nos livros a sua melhor companhia.
Não à toa, Pedro era considerado o patrono das artes e das ciências, e admirado por famosos eruditos como Nietzsche e Victor Hugo. Ele amava e se dedicava tanto a educação que disse: "Se não fosse imperador, gostaria de ser um professor. Não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã.
" Financiou e desenvolveu o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, A imperial academia de música, o Colégio Pedro II, referência nacional de ensino até hoje, Investiu na Imperial Escola de Belas Artes. Ele era tão respeitado no mundo científico que o próprio Charles Darwin declarou: Já em 1846, com apenas 20 anos, Pedro começa a viajar pelo Brasil: Pedro queria ver o povo, e o povo queria ver Pedro: por onde ele passava, a cidade parava; o povo amava seu imperador, como pessoa e como governante: Pedro governava uma monarquia parlamentarista, dividida entre conservadores e liberais, com seus ministros, deputados e senadores eleitos pelo povo que exerciam suas respectivas funções de acordo com a constituição. Mas como ele era o chefe do Poder Moderador, ele podia colocar e tirar quem ele quisesse, e se o político não prestasse: E por mais que isso não seja nada democrático pros padrões modernos, a Constituição Imperial dava esse poder a ele, então não tinha nada de ilegal ou tirano nisso.
Mas de acordo com o Historiador Roderick Barman, uma das maiores referências do Brasil Império, ele demonstrava claro respeito pelas instituições, intervindo apenas em casos flagrantes de incapacidade. Por isso, de acordo com o historiador, Pedro era visto como alguém “indispensável para a paz e prosperidade permanente do Brasil. ” Mas Pedro começaria a ter grandes preocupações, e elas tinham nome: Guerra dos Farrapos e Revolução Praieira: Rio Grande do Sul e Pernambuco se levantaram com ideais republicanos e de independência, mas as duas foram suprimidas pelo Império, mostrando que apesar de muito jovem, D.
Pedro lutaria para manter a unidade da nação. Só que agora, um velho fantasma atormentaria o Imperador: o comércio de escravos com a África. E como campeões do abolicionismo, e com a Revolução Industrial como uma boa propaganda de troca, os britânicos resolveram dar uma ajudinha: Pedro II, abolicionista declarado e que nunca teve escravos, aproveita a oportunidade para pressionar o parlamento e nobres brasileiros que não queriam ceder, mas Pedro estava intransigente: O Parlamento não tinha outra opção: o comércio com a África tinha que acabar, e ele acabou com a Lei Eusébio de Queiroz, em 4 de Setembro de 1850.
E isso não deixou só os senhores e nobres do Brasil nervosos. . .
Vários reinos africanos também ficaram revoltados com essa decisão do Ocidente: segundo o renomado historiador queniano Bet Hwell Ogot: D. Pedro II havia dado o primeiro passo num longo, doloroso mas importante processo de abolição no Brasil. Agora, com apenas 35 anos de idade e 20 anos de governo, D.
Pedro II conseguira o que ninguém havia conseguido em mais de 300 anos na história do Brasil: estabilidade e prosperidade social, política e econômica. Mas isso não vinha sem trabalho; e como Pedro trabalhava: os registros mostram que a rotina normal de Pedro começava às 7:00 da manhã e ia até as 2:00 do dia seguinte. E como você acha que D.
Pedro II, o imperador de um grande e rico país, ia pro trabalho hein? Se você acha isso, você tá errado! Porque ele usava isso aqui, e só!
E essa simplicidade conectava o povo ao imperador, que era ainda mais visto e respeitado com o “Imperador Cidadão. ” E se fora de casa a vida de Pedro era um mar de rosas, dentro dela. .
. Era um drama: ele tinha perdido seus dois filhos homens, Afonso e Pedro, e isso foi devastador para o imperador, que sofria diariamente com sua perda e com o futuro da nação. Mas ele também teve duas filhas, Leopoldina e a mais velha, Isabel, sua futura herdeira.
E por mais que ele amasse Isabel, ele a deixava longe da vida política. E Pedro cada vez mais se envolvia na sua vida pública, e cada vez mais era respeitado; Ele tinha tanta confiança no povo, que ele andava sem proteção de guardas pelas ruas. Mas o perigo real vinha de fora do país!
Dois incidentes colocariam o Brasil na mira britânica novamente: O outro incidente foi a prisão de dois oficiais baderneiros da marinha britânica no Rio. A situação entre os dois reinos estava tensa: o Consul Britânico Douglas Christie ameaçou entrar em guerra e afundar qualquer navio brasileiro que avistasse, se suas demandas não fossem atendidas. Mas ceder estava fora dos planos de Pedro: E Christie não esperava por isso: temendo uma guerra sangrenta, ele tentou recuar pra diplomacia, mas já era a tarde: nenhum dos dois lados cedia e a chamada Questão Christie cortou laços entre o Brasil e Reino Unido em 1863.
Mas apenas um ano depois, uma guerra civil estourou no Uruguai e o Brasil resolve intervir para recuperar a tranquilidade na região, mas nas sombras desse conflito, uma nova e perigosa ameaça surgia contra a soberania do Brasil. . .
“Toc Toc” “Quem é? ” “Solano Lopez! ” O ditador paraguaio aproveita a atenção do Brasil no Uruguai e invade o Mato Grosso; em seguida foi a vez da Argentina e de lá, Solano partiria para o fragilizado Rio Grande do Sul.
Só uma resposta viria do Imperador: Em dezembro de 1864 iniciava a Guerra do Paraguai, o maior conflito da história Sul americana. Para dar o exemplo à nação, Pedro quis participar da Guerra pessoalmente, mas quando foi negado pelo parlamento, ele disse: O governo não tinha outra alternativa se não deixar Pedro lutar. Depois de 6 anos de guerra, Solano foi derrotado e o Paraguai saiu praticamente destruído da guerra, com 300 mil mortos.
No Brasil foram quase 100 mil baixas, e um rombo nos cofres públicos inevitável. Mas o Brasil estava com as bases econômicas sólidas, graças aos investimentos e iniciativas dele, o liberal abolicionista, o pai do capitalismo brasileiro, Barão de Mauá. E o Brasil cresceu ainda mais após o conflito, principalmente depois dos pedidos formais de desculpas do Reino Unido feitos pela rainha Vitória através do embaixador Edward Thornton, Essa vitória diplomática sobre a nação mais poderosa do mundo encheu o Brasil de orgulho e elevou a moral de Pedro ainda mais perante a nação, como exemplo de cidadão e líder.
Mas no início dos anos 70, Pedro enfrentaria outra questão, e quase tão grave quanto uma guerra aberta: uma questão religiosa. Não, Pedro não era maçom, era cristão, mas não via nenhum problema em ter maçons católicos, se é que isso faz algum sentido. Mas a igreja, não quer maçons, expulsa maçons, desafiam Pedro, Pedro não gosta, Pedro prende bispos.
Com essa confusão toda com a Igreja, Pedro ganhava inimigos fortes, poderosos, e que alimentariam um desejo de vingança diabólico contra o imperador. Mas nada disso abalava Pedro e sua moral: Guerra do Paraguai vencida, Relações com o Reino Unido retomadas, crescimento econômico, reformas políticas, a reputação do Brasil crescia no exterior, abertura para investimento privado e estrangeiro, imigração aumentou, novas estradas de ferro. D.
Pedro era tão respeitado no Estados Unidos, que durante a guerra civil americana, ele era visto pelos dois lados da guerra como o único possível mediador entre eles, com o próprio Abraham Lincoln declarando que preferiria ter D. Pedro como mediador na Guerra do que qualquer outro monarca europeu. Mesmo com todo esse prestígio e respeito, Pedro ainda tinha um fantasma antigo para exorcisar e que o atormentava há muitos anos: Estes foram grandes heróis que lutaram contra um sistema econômico poderoso mas podre em todo sentido humano.
Mas o maior ato da vida de D. Pedro II, não viria pelas mãos dele: em junho de 1887 ele estava muito doente e recebia tratamento na Europa. Mas antes de partir, ele deixara sua filha, a princesa regente Isabel com a honra de colocar um ponto final no que o próprio imperador chamava de “a vergonha nacional!
” Portanto, em 13 de maio de 1888 a Princesa Isabel assinava a Lei Áurea, colocando o fim definitivo na escravidão no Brasil. Ao saber disso, Pedro chorou copiosamente enquanto dizia: "Demos graças a Deus, Grande povo! , Grande povo!
” Ao retornar ao Brasil foi saudado e recebido com muita alegria. Mas a escravidão e seu fim ainda deixariam marcas profundas na história do Brasil, no seu povo, e no seu próprio imperador. E essa é, infelizmente, a principal mancha que atormenta a imagem de D.
Pedro II e da família imperial brasileira! Tirando qualquer contexto da época: é fato que o Brasil foi o último país ocidental a acabar com a escravidão em seu território. Aliás, muitos comparam a escravidão brasileira com a americana que aboliu a escravidão 23 anos antes.
Mas colocando essas afirmações dentro do contexto da época, essa situação fica muito mais complexa e complicada do que simplesmente: “quem acabou por último com a escravidão ” uma das mais influentes autoridades na escravidão nas Américas, o historiador americano Frank Tannenbaum no seu livro Slave and Citizen, na página 110 diz: E ele tem razão: a abolição abrupta da escravidão nos EUA causou a guerra civil mais sangrenta da história desse continente, com quase 1 milhão de pessoas mortas. Já no Brasil, segundo o historiador americano Martin Marger (p. 427), a abolição foi gradativa e causou menos inquietação e revoltas sociais e políticas, ao contrário dos Estados Unidos, onde seu fim rápido levou a uma “guerra civil cataclísmica.
” E D. Pedro II amigo pessoal dos abolicionistas americanos, sabia que se encerrasse abruptamente a escravidão em território brasileiro, uma guerra civil poderia acontecer com centenas de milhares de pessoas mortas. É porque os senhores de terra e donos de escravos eram muito mais poderosos do que muitos gostam de admitir.
E foram esses mesmos senhores, contrariados e prejudicados, que incentivaram o golpe fatal no coração do Brasil em 1889: Marechal Deodoro da Fonseca lidera o golpe militar que expulsa D. Pedro II e sua família do seu próprio país; sem o povo saber; sem o povo querer! E foi pelas mãos deles que o maior brasileiro foi expulso de sua própria terra.
Com um golpe a república nasceu, e com um golpe o nosso legado foi destruído. E assim o Brasil seguiu com golpe sobre golpe, e sendo corrompido por dentro. Mesmo assim, longe de sua terra, as últimas palavras de D.
Pedro II deixam claro sobre onde ele sempre quis estar: Muito obrigado por assistir, um grande abraço, se cuida e adeus!