um bom podcast nasce de três coisas muita conversa pesquisa e também fatos reais na salve também funciona assim a salve é uma marca de dermocosméticos de alta performance eles são criados a partir de conversas com a comunidade inspirados pelas necessidades reais da pele brasileira e depois de muita pesquisa essas conversas viram fórmulas fórmulas que são inovadoras e que são veganas para você usar na sua pele a salve é o lugar perfeito para você montar sua rotina de skinc do seu jeito e com resultados que você vai ver vai ver em mim inclusive porque depois de
38 anos sem usar nenhum cosmético eu comecei a usar salve quer conhecer mais ou garantir os seus favoritos com o cupom salve podcast você ganha 10% de desconto nas compras no site da Salve que forem acima de R 149 eu vou repetir o código é Salve podcast e salve tem dois Ls de lontra s a l l v e e a palavra podcast É só usar lá no site da Salve Obrigado [Música] salve eu acho que esse podcast foi uma aposta de que as pessoas estão virando a chavinha de que as pessoas estão começando a
ficar um pouco céticas com rede social porque é um fenômeno muito recente faz 10 anos que surgiu e mudou muito e ficou cada vez mais pessoal e as pessoas cada vez mais se televisionando bota a mão na consciência e vamos pensar assim tá fazendo bem ou tá fazendo mal como é que eu posso calibrar essa relação eu imaginava que poderia acontecer Tipo quem que essa pessoa cheg desconhecida na porta da sua casa e você não fala entra né ela falou entra exato ela falou entra literalmente assim ela me comodou para entrar ela vive uma vida
mesmo anônima anônima vida comum assim e ela tá muito [Música] bem e aí a gente tem essa experiência muito maluca né de abrir as redes sociais e aí tá lá o o nutricionista o advogado o Personal Trainer tá todo mundo jogando esse jogo porque todo mundo entendeu que se eu não jogar esse jogo eu vou ficar de fora eu vou morrer de fome eu Possivelmente não vou pagar meu aluguel exato essa noção de que o público tá sempre presente e até meio atormentador porque é muito é muita coisa e porque eu tô colado nessa tela
o tempo inteiro ela é assim bastante sufocante né E a vergonha é esse afeto sufocante né que faz a gente sentir que assim ah tá tudo errado [Música] comigo eu sou o Chico felite e esse é de saída a vida fora da internet um podcast que encontrou uma das YouTubers mais famosas do Brasil anos depois dela ter sumido da internet e também um document coment que fala sobre a nossa relação com as redes sociais hoje mais do que nunca Episódio 4 Chico e Bia viciados já perceberam que esse episódio é um pouco diferente não é
um documentário é uma conversa eu t aqui com a Beatriz trev que entrevistou audu oi Bia oi Chico como você tá tô bem muito bom falar com você e poder compartilhar nos experiências né que que você achou de eu ter chamado a gente de Viciado você não sabia do título desse Episódio até agora n não sabia eu acho engraçado eu acho difícil a gente aceitar que tem uma relação ruim com a internet com o celular com as telas assim e se aceitou né que uma coisa que eu achei muito corajosa da entrevista e que deu
um caráter muito humano pra entrevista é que você começou a se abrir também com a Júlia e tem um momento que você fala eu não tenho coragem de ver quantas horas por dia eu uso de rede social como é foi isso é isso é verdade eu não consigo ver porque eu sei que se eu vir isso vai me deixar ansiosa por saber quanto tempo eu estou perdendo com o celular e com as redes sociais daí você joga para debaixo do tapete você finge que não existe eu finge que não existe exatamente e enfim falando já
um pouquinho da entrevista com ela se criou um ambiente muito leve onde ela tava me contando relatos experiências muito pessoais então eu também me senti confortável para me abrir assim uma coisa que eu falei para ela foi que que eu não eu nem consigo não tem como eu chegar lá e falar eu não eu tenho uma relação super saudável com a internet ou eu sei quantas horas eu uso o Instagram tiktok é sempre fazendo algo útil e não é sabe eu já me conformei acho que há um tempo há um ano eu ia tentar negar
mais Uhum mas hoje e muito mais depois da gente ter entrevistado tanta gente falando sobre esse assunto sobre a relação deles deles com a internet ter conversado com a Júlia eu assumo e eu sei que que a minha relação Não não é boa tá assim eu passo muito tempo vendo coisas que não são úteis e eu sinto a minha vontade de pegar o celular o tempo todo tá é e isso que eu achei bonito da entrevista assim porque eu acho que realmente Num caso desses que é uma entrevista é uma conversa a gente não tá
ali para conseguir uma informação específica você não precisa que a pessoa Diga ai cometi o crime ou não cometi o crime é uma troca e no fim ficou muito bonito porque foi uma troca e até se criou uma relação entre vocês duas e acho que é isso is que faz o o o encontro bonito o podcast bonito porque é uma mulher mais jovem de 20 e Poucos Anos e uma mulher mais velha de 30 e poucos que você já admirava e que você teve a oportunidade ali de conversar então fazia todo sentido que você também
contribuísse pra conversa eu acho que isso eu sou viciado em internet eu sou acho que a nossa relação é um pouco diferente a gente vai falar dela com rede social mas eu sou 100% viciado e acho que foi por isso que a gente foi atrás dessa história né Foi um ano atrás a gente decidiu que a gente queria entrevistar juu descobrir onde ela tava mas não só para saber dela saiu porque te xingaram e você ficou ofendida ou por para contar onde ela tá que a gente não conta mas era para falar de uma coisa
maior que é tá que que nós estamos fazendo com rede social e desde então você abriu o seu aplicativo de quanto tempo de uso você tem de rede social por dia eu abri mas só porque a gente tava a gente veio seguindo um teste de 30 dias né para tentar romper com o seu celular mudar sua relação com o celular então o primeiro passo era justamente ver as suas estatísticas tá então você foi fazer um Rehab é isso eu fiz tipo um Rehab exato como é que foi baseado no que assim então foi baseado naquele
livro né que a gente até conversou deixa eu pegar o nome aqui que eu esqueci como romper com o seu celular como se distanciar ai que chique Ela fala em inglês eu não sei o título em português mas saiu no Brasil esse livro eu tava procurando justamente o título em português celular como dar um tempo o plano de 30 dias para se livrar da ansiedade tomar a sua vida é da Catherine Price que foi um livro que vendeu horrores no mundo inteiro tem muita resenha positiva tem sei lá 300.000 resenhas no goodreads foi publicado no
Brasil mas a gente não encontrou para vender no Brasil é ele ele tá esgotado a gente só conseguiu inglês Ah foi bom sinal eu achei que ele tivesse ido mal e eles tivessem tirado de edição tá esgotado é pois é tá E daí você foi tentar seguir esse plano Fui tentar seguir Eu não segui ele certinho confesso eu pulei algumas etapas principalmente essas etapas de analisar os dados Tá mas qual é o número você foi lá o primeiro passo era abrir então o número é em média eu não sei se isso é muito ou pouco
pros seus parâmetros mas o meu eu fiz pelo aplicativo mesmo do iPhone deram 6 horas de tela diárias seis a 7 E aí quando eu parei eu apaguei o aplicativo do Instagram para fazer esse teste porque uma das etapa zero ah ok Desculpa quanto é o seu 7 horas eu acabei de abrir o meu pela primeira vez na minha vida eu meu minha média de uso diário é 6:40 mas caiu 75% da semana passada ou seja semana passada eu usava entre 10 e 11 horas por dia de tela no meu dia então é praticamente sei
lá 80% do tempo que eu tô acordado eu tô numa tela e foi isso que eu parei para pensar grande parte do tempo que eu estou acordado eu tô num min tela e acho que isso daí a gente Entra naquele outro papo que a gente vai ter sobre quem trabalha mesmo com a internet ou quem se vê obrigado a produzir conteúdo o tempo todo a blogera a bloger gente qualquer um assim a pessoa é jardineira não tem nada a ver com internet ela se sente obrigada a publicar cois na internet porque senão ela não vai
conseguir trabalhar com jardinagem pessoa é cabeleireira ela se vê obrigada a fazer vídeo pro tiktok tiktok senão ela não vai conseguir ter cliente que é acho que um efeito bem nefasto e bem recente do que tem acontecido né sim mas no meu caso assim né eu ok a gente trabalha com a internet a gente faz podcast mas muito do meu trabalho tá na vida real entrevistar pessoas e atrás essas pessoas e conversar com elas em conversas reais então Acho que por isso o meu número é menor mas eu sei que esse tempo que eu passo
ele Muita parte desse tempo não me faz bem sabe eu é vendo coisas que não e fazem tipo ah uma uma entrevista ou uma notícia algum conteúdo né Essa palavra que não significa nada algo de importante pra minha vida é só às vezes rolando feed ou vendo os Stories e comparando a minha vida com a vida das outras pessoas Olha o que essa pessoa fez Olha onde ela foi então eu já tive momentos por causa dessa minha relação com a internet de eu me questionar se a minha vida era tão tão interessante quanto eu achava
que era ou não tá sabe eu não tô fazendo coisas tão legais eu não tô fazendo coisas tão divertidas e eu percebi isso quando eu fiquei esse tempo sem o Instagram com o aplicativo Fechado apag Como que foi conta o passo a passo aí daí você descobri você se humilhou descobriu que você passa 7 horas do seu dia na internet depois aí depois eu não vi mais as estat estatísticas falei não quero ver deixa ali guardadinho e eu falei ah já vou então apagar o meu aplicativo do Instagram e do tikt tem apar aptiv pass
vamos digerir o livro já que tá esgotado vamos dar alguns passos alguns spoilers do que esse livro sugere que a gente faça é um desses Passos é você apagar os seus aplicativos de rede social eu deix o WhatsApp porque né eu preciso conversar questões de trabalho mas eu já tive uma época na pandemia que eu também fiz esse teste eu apaguei tudo assim fiquei sem WhatsApp sem Instagram nunca fui muito do tiktok nem do Twitter e daí se você quiser usar você tem que ir pro computador não é que você saiu dessas redes tem que
ir pro computador você só tirou elas da Palma da Mão exato isso já vi muita diferença com relação com o celular assim Chico de e eu consegui estar mais focada num programa de TV que eu tô vendo numa série num filme porque quando o celular tá do meu lado e eu sei que o meu acesso ao Instagram e a vida das outras pessoas essa tal noção de Estar atento e sabendo de tudo que tá acontecendo Eu percebo uma vontade muito grande de pegar e olhar assim tanto que os meus pais o meu o meu namorado
eles falam tipo assiste o filme sabe mas é uma delícia por exemplo ver Big Brother no Twitter é só quando eu instalo o Twitter que eu tenho pavor de eu tenho Twitter fobia mas no Big Brother eu faço questão de assistir no Twitter é porque parece que é meio um complemento assim parece que o prog prama não é tão divertido você não tá vendo as pessoas comentando em tempo real sim porque eu eu também o o Big Brother é um dos programas que eu vejo em duas telas e eu baixei de novo o Instagram depois
de uma semana sentar com ele você roubou então eu dei o plano do livro é o qu você tem que apagar todos os aplicativos apagar todos os aplicativos para no primeiro dia assim não na é que eu pulei umas etapas mas no sexto dia você apaga os seus aplicativos a primeira fase é de você realmente pensar sobre essa sua relação então ler as estatísticas analisar comparar Quanto tempo você tava usando se era o mesmo que você pensava que usava ou não eh ter essa noção para você realmente entender comal a sua relação com o celular
como eu já sei que é ruim eu falei vou pular pra parte mais difícil eh e aí eu baixei de novo o aplicativo um dia e cara eu percebi instantaneamente o meu comportamento mudar do qu pro quê do de quando de de por exemplo eu tava vendo um filme eu não tinha nada para ver no celular e eu senti minha vontade de pegar meu celular só porque ele tava do meu lado e eu sabendo que eu tinha o Instagram teria para onde ir para rolar porque eu também não sou do tiktok então eu já tinha
apagado tiktok deixei apagado twitter também já tá apagado sim então o meu esse vício né enfim aceitar usar essa palavra ele é muito focado em mim no Instagram essa coisa de ficar rolando e vem dos Stories E aí eu lembro que teve até uma hora que eu peguei meu celular e fiquei tipo nossa né Por que que eu tô agindo assim não tem necessidade Uhum Então que é uma coisa um truque que a Deia Freitas ensinou que eu achei meio genial que foi trocar um aplicativo pelo outro que ela colocou no lugar da tela dela
onde ficava o Twitter ela foi lá e colocou o aplicativo do G1 e daí quando ela vai lá inconscientemente clicar no Twitter ela abre o G1 ele é uma notícia não isso é fantástico Até porque eu também eu vi faz eu me vi fazendo isso e procurar abrir o celular clicar onde a gente sabe instintivamente assim você não precisa nem pensar sua mão seu dedo vai direto para ele só vai tá mas você falar agora de ver Stories acho que vou me abrir um pouco me expor um pouco porque minha relação é diferente por mais
que eu seja viciado e não tô negando Oi meu nome é Chico Felice eu sou oficiado em internet e eu não sei se tem é uma questão de idade eu tô chegando noos 40 anos ou se é uma questão de de hábito mesmo eu não vejo hisor dos outros eu tenho uma relação Horrorosa com rede social que é que nem uma nada assim eu jogo e eu saio correndo então eu gosto de contar as minhas idiotices gosto de fazer minhas coisas gosto de fazer postagem mas meu Instagram tem um pau que é até bom para
mim que ele não atualiza Stories então se eu vou ver Stories tão sempre os mesmos na frente das mesmas pessoas então se eu vejo as 7 da manhã eu vou ver sei lá da Bianca de la fence daí às 7 da noite tá o mesmo Story da Bianca de la fence seguido da mesma pessoa e eu não quero nunca concentrar consertar esse bug porque não me interessa assim eu vejo sempre as mesmas pessoas três Stories e acabou assim daí eu acho que você acaba tando menos exposto você acaba se comparando menos e você sei lá
para mim serve para extravazar assim porque como eu viajo muito a trabalho e vejo muita coisa legal sou meio para raio de louco eu acabo encontrando muita coisa que eu não podia usar em lugar nenhum sabe hoje por exemplo indo pra natação eu encontrei um carro com um monte de dinossauro de brinquedo em cima Tipo isso não é um episódio de Podcast não é nada mas isso é um Story engraçado daí eu vou lá filmo publico e sigo a vida sigo o baile vou adiante converso com as pessoas mas também não fico eu não consumo
e eu não sei se isso é de temperamento não sei se isso é de idade ou não sei se isso é de um problema do meu Instagram que acaba me fazendo bem assim então concordo contigo assim Acho que virou um mercado de peixe todas as redes sociais tá todo mundo gritando é que nem se fosse um Mercadão Municipal da sua cidade tá pessoa gritando a nespera nespera r 8 A o peixe ou roubá-lo tá todo mundo tentando vender alguma coisa pouquíssima gente Ainda posta idiotice Porque para mim rede social é é banal tem que ser
banal tem que ser ah fui almoçar com a minha tia-avó Zumira hoje uma foto do spendor relo que é um restaurante no J é isso assim não é parece que todo mundo só fala ai projeto projeto ou emprego novo virou meio LinkedIn assim ficou ficou para mim ficou chato assim vou ser sincero eu não tenho mais prazer em ver rede social mas já não via muito assim eu uso muito mais para postar e para falar com gente eu amo DM do que para para ver a pessoa que tá em micono sabe eu nunca me interessei
Você tá em miconos quita Tipo o que que eu tenho a ver com isso assim vai minha filha vai viver sua vida eu não tenho nada a ver com isso então acho que tem um efeito diferente por mais que eu seja muito viciado tem um efeito que é um pouquinho diferente que o meu é mais para falar bobagem e e trocar ideia com as pessoas o bonfá que trabalha com a gente oav bonfá Inclusive eu conheci anos atrás na internet conheci numa rede social Então acho que dá para conhecer gente interessante que você não conheceria
de outro jeito mas o problema é é a passiv idade né O problema é que é uma ferramenta que é feita e Projetada para você ser passivo é feita e Projetada para você ficar olhando dos outros e pensando e se comparando olhando dos outros e querendo comprar alguma coisa para ser chegar perto e eu queria falar além do seu vício Não mas termina Como tá seu Rehab assim em que pé Você tá em que dia você tá e qual que que aconteceu nesse período fazem 11 dias eu comecei dia 4 de novembro e hoje nós
estamos gravando dia 15 feriado estamos gravando dia 15 mas só queria comentar também que também tem a ver de como é tá sendo meu reab minha relação com a rede social que é isso que você falou da sua experiência de você ser usar mais para bobeira e só quando você quer postar eu acho que é assim que tinha que ser mesmo assim que nasceu a gente usava Facebook para botar 300 fotos de uma formatura horrorosa fotos Horrorosas a gente não ficava pensando na edição daquela foto tem fazer um vídeo lindo para contar como que foi
aquele evento e todo não parece que todo mundo ficou obrigado a ser blogueiro ou blogueira é a blogera de tudo tudo tem que ser agora o ângulo certo a câmera certo o corte certo a transição certa tem que ser lindo e tem que viralizar né Eu acho que nesse sentido Chico talvez o seu consumo apesar de você ter visto que é maior é mais saudável que o meu porque talvez não afete tanto a sua vida a sua relação com você mesmo e acho que no meu caso em onde assim Eu não posto coisa né É
muito difícil eu postar coisas no feed você é muito discreta você é muito misteriosa misteriosa morro de inveja de gente misteriosa eu morro de inveja gente que consegue falar a gente tem o Alan que também trabalha com a gente nosso produtor que é tipo lindo e só tem uma foto sabe ele é jovem e ele é lindo ele não posta nada nunca e o o mistério alimenta eu não sou fuleiro assim eu posto as coisas mais feia mas eu posso quando eu tô com piriri sabe e não quero lidar com isso assim para mim é
só gritar no Vale do Eco e sair correndo o que me cansou também muito na internet que que nem você falou hoje eu acho chato eu vejo que tudo ali eh é forçado de alguma forma é feito de alguma forma para ser perfeito incrível e isso me cansa Eu acho que por isso talvez eu seja muito mais os Stories também que ali as pessoas parecem um pouco mais espontneas espas e daí estão gravando com telepronter né porque tem gente que tem aplicativo de telepronter que mostra o que você tem que falar e o texto que
você tem que falar e para fingir naturalidade exato e assim eu nunca fui de postar coisas no Fed né Tipo eu demoro muito às vezes eu fico seis meses sem postar nada mas ao mesmo tempo também eu me cobro para isso de estar mais ativa online até por questões de trabalho a gente vai falar mais sobre isso depois eh mas eu também não posto tanto porque eu nunca acho que tá bonito o suficiente para estar nesse lugar porque agora tem um sarrafo né Precisa est muito bom para poder entrar no feed que muit não pode
entrar fuleiro tem que entrar perfeita examente todo mundo tem que ser perfeita no feed é então assim isso me cança até Stories às vezes eu penso várias vezes antes de postar um Story às vezes eu posto Story me arrependo e apago Quanto tempo depois assim qual é a vida útil cara tem história que eu apago tipo 20 minutos depois uma hora depois eu falar ai odiei e você fica pensando nisso ou ti V um arrepio você tá andando na rua te V um arrepio você fala I vou apagar exatamente sabe e acho que também é
muito questão de personalidade é eu acho que é muito uma questão de enfim eu acho que como a gente é na vida real reflete também na vida online assim questões de autoestima de insegurança de autoconfiança a gente também vai ser um pouco de ISS online e como na vida real eu já tenho uma questão maior com autoestima eu vou reproduzir isso no meu no meu perfil sabe eu não vou ser tão confiante para gravar um vídeo ou para postar foto vou postar vou pensar várias vezes antes de postar Justamente que você falou tem um parâmetro
agora né Tem um um nível que você precisa tá pras pessoas gostarem e acho que isso afeta muito a nossa cabeça pelo menos a minha fora da internet também então aí quando eu baixei quando eu apaguei o meu aplicativo eu senti até isso Chico até senti que diminuiu um pouco a minha comparação com as outras pessoas em saber o que elas estão fazendo o tempo todo isso vai est no nosso dia a dia né histó ali todos os dias Alguém tem gente postando Story então o tempo todo vai vai ter jeito de você se comparar
com outras pessoas com outras vidas e acho que não tendo isso tão fácil não são outras vidas né na verdade são recortes muito específicos da vida então não que tudo seja mentira Ninguém tá aqui para demonizar a Internet rede social mas você só posta o a fatia interessante do seu dia às vezes a fatia interessante do seu dia foram 30 segundos só que aqueles 30 segundos vão ser o único registro e vão levar todo mundo acreditar que sua vida inteira suas 24 horas foram aqueles 30 segundos sim e é enganar sem enganar é mentir Sem
mentir tem gente que mente de verdade tem gente que vive disso que mente de verdade eu sou amigo não diria amigo amigo mas enfim eu sou próximo de uma influenciadora bem grande bem bem grande assim milhões e milhões de seguidores que começou muito pobre ela era classe média baixa baixa e começou a fazer sucesso porque ela é muito talentosa muito astuta fala muito bem ela começou a ganhar dinheiro com a internet daí ela entrou numa crise muito grande que era se eu mostrar que eu tô ganhando dinheiro a eu vou perder o que eu tinha
de precioso as pessoas vão se afastar de mim e o que que essa pessoa faz hoje e eu não direi o nome dela nem pro Supremo Tribunal Federal Ela finge que ela continua sendo pobre ela mudou para uma casa muito mais barata do que ela poderia pagar ela tem duas empregadas trabal Olo na casa dela e ela não mostra as empregadas Ela finge que ela ainda faz tudo de limpeza de cozinhar de lavar e passar roupa porque ela acha que é isso que faz o público gostar dela daí já me pega no me aperta o
calo e daí eu acho que foi o motivo que a gente quis ir atrás da Julia e quis ir atrás de mais gente que tem relação interessante com a internet para discutir rede social porque daí para mim já é mentira deslavada daí você tá enganando as pessoas não é que você tá postando só Ah eu fui no crossfit às 6 da manhã e tô aqui suado e gostoso vou postar só isso e depois vou para firme e meu meu dia vai ser uma merda mas o que vai ficar registrado é o o a foto do
CrossFit todo mundo vai achar que minha vida é ótima não aí é mentira deslavada e nada contra essa pessoa entendo ela precisa viver mas cara você fingir que você vive uma vida que você não vive e e que é de mentira aí já é um descaminho aí já é um baita de um descaminho Então acho que é uma das discussões para se ter de rede social é isso assim é verdade ou é uma fatia fina da realidade de cada um ou às vezes é uma mentira se essa pessoa tem interesse comercial se essa pessoa vai
ganhar dinheiro com isso muitas vezes é mentira e eu acho que esse podcast foi uma aposta de que as pessoas estão virando a chavinha de que as pessoas estão começando a ficar um pouco céticas com rede social porque é um fenômeno muito recente faz 10 anos que surgiu e mudou muito e ficou cada vez mais pessoal e as pessoas cada vez mais se televisionando Ontem eu vi uma criadora de tiktok que fez 200 horas de Live num mês essa pessoa se filmou todo dia 10 horas por dia transmitiu a vida dela para ganhar R 3.000
não é pouco dinheiro são dois salários mínimos e um pouquinho mas cara essa pessoa se filmou por 10 horas por dia 8 horas por dia para ganhar r$ 3.000 e acho que isso conversa muito sobre esse fetiche da de ser a profissão assim ai criador ou criadora de conteúdo influencer é mentira tem muito pouca gente ganhando dinheiro com isso pouquíssimas pessoas ganhando muit muito dinheiro é que nem jogador de futebol né é que nem jogador de futebol é que nem tem três pessoas que vão jogar no no barça eu não sei jogar de futebol V
jogar no Corinthians eu não sei se Corinthians paga bem V jogar no barça Vamos jogar no parris saint-germain e ganham milhões enquanto isso 99.9% das pessoas estão na categoria de base Ganhando Nada comendo no Bandejão e é essa é a lógica de de criação da internet também e que não é ruim não é tipo ah é um emprego menor que os outros pior que os outros não é é deo tem gente que faz muito bem Tem gente que leva informação para muita gente mas não é essa mina de ouro cara não é Serra Pelada Uhum
é que foi até um dos assuntos principais assim da entrevista da conversa com a Júlia que é fora da internet eu vou ser feliz ou fora da internet eu vou ter paz ou os meus problemas estão todos na internet a gente tem muito isso né eu eu me incluo nesse grupo é um fetiche que eu tinha de achar que tipo se eu saísse da internet minha vida ia virar o folheto da Testemunha de Jeová assim todo mundo feliz e com uma roupa passada fazendo carinho num tigre numa cachoeira a gente não vai ter mais ansiedade
acabou nossos problemas os problemas são resolvidos é até porque eu acho que a gente também tem que tomar esse cuidado que é o que a gente está tomando de ai demonizar a internet a internet é uma grande vilã Ah ela falou não eu estou fora da internet mas eu oço eu ouço música eu compro coisas paga conta pelo amor de Deus é muito melhor do que na lotérica assim é muito melhor do que na caixa do Banco e e pagar ali na boca do caixa é muito Melhorou a vida em muitos aspectos mas talvez tenha
chegado a hora da gente pensar em como a gente usa não é se a gente usa ou não usa não é tipo vamos todo mundo virar um Náufrago não não não nem era ideia assim mas tipo não tá na hora de pensar como a gente usa se a gente deixa a criança usar como é que isso foi programado para viciar como é que isso é programado para roubar nossa atenção nossa atenção tá em leilão porque acho falar disso De que cara não é não estamos tentando convencer ninguém a sair da internet sabe é só mostrar
a história da Júlia que é interessante mostrar outras histórias que são interessantes mas a internet ajuda muita gente assim esses dias eu vi no Netflix um documentário lindo lindo lindo lindo de chorar que chama extraordinária vida de Berlim que é um moço um jovem que tem uma doença degenerativa e ou seja ele vai perdendo os movimentos do corpo desde criança então ele fica numa cadeira de roda desde muito jovem sei lá 8 9 anos e ele vai finando ele sabe que ele vai morrer porque ele vai perdendo movimento e daí ele começa a jogar um
jogo que chama World of Warcraft Warcraft acho e no Warcraft ele cria um personagem e ele passa tipo 20 horas do dia dele no Warcraft e lá no Warcraft porque o ele não tem restrição nenhuma o corpo dele existe ele faz amigos ele tem uma namorada e ninguém sabe que ele tem uma doença degenerativa e as pessoas só descobrem que ele tem isso passa anos ele cria relações reais assim ele cria relações Profundas e reais dentro do jogo com pessoas de outro país e tal e as pessoas só descobrem que ele tava sofrendo e tinha
uma doença no fim e é meio bonito porque mostra que transcende mostra que ele conseguiu viver na internet uma vida que ele não conseguiria viver no mundo real por causa de restrições de saúde Então cara isso é lindo eu sugiro muito ess documentário é de chorar baldes e é uma coisa linda que só a internet traria Então não é tipo ai sai agora deleta tudo mas bota a mão na consciência e vamos pensar assim tá fazendo bem ou tá fazendo mal como é que eu posso calibrar essa relação e e é isso né A internet
é que a gente não tá para falar mal ela ela é essencial pra nossa vida para tudo que a gente faz pro nosso trabalho mas tem muitos efeitos ruins assim também acho que a gente precisa colocar um limite igual a gente conversou com muitas pessoas que não trabalham com internet se vêm presas de alguma forma obrigadas a estar online A publicar fazer vídeo eh divulgar o seu trabal a médica que tira pedra no rim faz cirurgia de pedra no rim e fala cara eu não gosto esse depoimento dela me pegou muito eu não gosto não
é para mim mas se eu não te fizer isso eu não tenho mais paciente daí você vê que teve uma blogueira sim que muita gente cada vez mais gente precisa ser blogueira e talvez isso cresça cada vez mais é muito assustador pensar que a pessoa vai procurar médica no Instagram porque não uma coisa uma coisa outra coisa é outra coisa assim não tem nada a ver não é para isso talvez sabe ISO que aconteceu com recomendação sabe que aconteceu com a lista do plano de saúde o que que aconteceu com a a UBS que aconteceu
com achar um médico que vai te acompanhar a vida inteira um clínico é isso tem muito a ver a gente volta a falar de novo sobre a nossa relação com a imagem também com o jeito que a gente se vê se tudo a gente só acha Na internet nesse perfil nessa fatia bonita linda eu sinto que para mim isso também me afeta na vida real sim sabe e eu por exemplo eu cresci até eu fui o Instagram surgiu na minha vida quando eu tinha uns 15 anos é cedo né Para mim já foi adulto e
eu ainda peguei no fim assim é cedo mas eu eu não acho tão cedo assim se a gente for ver as crianças já tá formado já tá formado de alguma forma então eu tenho eu vejo essa diferença de como era antes dos 15 sem um Instagram só com MSN enfim Orkut e depois uhum como tudo entrou muito nesse parâmetro instagramável mesmo se a gente for até ver aqueles eh hoje tem um tem milhares centenas de de de perfil no Instagram para recomendar comidas em São Paulo e tudo é o melhor restaurante o melhor café da
manhã o melhor rodízio de não sei o que ou secreto Eu amo quando eles falam que uma coisa secreta e eles vão no piolhinho assim que é um restaurante que existe apenas 200 anos no mesmo lugar é super secreto para chamar a atenção das pessoas precisa ser sempre hiperbólico precisa ser sempre o melhor o pior a opinião mais escrota a coisa mais polêmica é o que vai ganhar atração é o que vai ser mostrado para mais gente enquanto o que é sensato e tá em contexto tá de flop flop flop Total Mas enfim vamos vamos
aproveitar o nosso tempo aqui antes do nosso convidado para falar um pouquinho da entrevista me conta desse processo que foram seis meses para encontrar a Júlia assim como é que foi esse pplo então a gente começou né justamente justamente falando sobre a nossa relação com a internet era Vamos fazer um podcast sobre pessoas que desistiram na internet de alguma forma é um assim uma expressão generalizada Mas a intenção era justamente essa né discutir as nossas relações e a gente pensou cara judu Júlia é a pessoa o maior expoente disso de alguém que foi teve um
um auge muito alto ali na internet e falou não quero mais vou viver minha vida de outra forma e aí A grande questão era né Acho que as duas grandes questões eram a a e depois de achar onde ela tava tentar que ela falasse tentar que ela falasse entender que ela poderia não falar porque se ela ela já não está querendo falar né Ela já saiu da internet porque ela não quer falar com mais ninguém e ela tem mais audiência que a gente se ela quisesse falar ela botaria um vídeo no YouTube dela que ia
ter 10 milhões de vius exatamente Então esse temor assim essa angústia ela me acompanhou desde o começo eu fui tentar encontrá-la né duas vezes e na cidadezinha onde ela tá e você foi PR Niterói antes ou depois da cidadezinha foi você foi primeiro para Niterói que é onde ela tinha crescido e onde tá parte da família dela e o que que você achou lá na verdade eu fiz depois para é eu fui entre duas viagens uhum eh eu fui no prédio que era onde talvez ela poderia estar mas não estava lá eu consegui até alguns
contatos mas eu acho importante até dizer que a nossa intenção era realmente falar com ela pessoalmente a gente não queria mandar um e-mail antes pedindo uma entrevista a gente queria que tivesse esse fator humano humanizado de chegar lá realmente bater palma no portão e se apresentar falou só tô aqui porque eu quero falar com você assim quero te ouvir o que você tiver para falar e talvez por isso a entrevista tenha rolado se a gente tivesse mandado um e-mail ou conseguido um telefone ela tivesse só ignorado ou recusado né ela diz isso na entrevista exato
então eu não acho nem que talvez eu acho que a entrevista Só rolou por causa disso porque se tivesse chegado de outra forma acho que ela não teria nem visto boa chancea não ter nem visto o e-mail não ter recebido essa mensagem mas na verdade a gente não teria publicado nada se ela não tivesse tentado falar e nós temos direito assim não é ofensivo bater na porta de uma pessoa e perguntar olha quero te entrevistar educadamente se ela disser não vira as coas e vai embora isso é nosso trabalho Senão o nosso trabalho Fica impossível
de F também mas eu também acho que era importante falar com ela era muito importante a gente ouvir dela qual que por que ela tomou essa decisão E como que é essa vida fora da internet porque assim acho que ela é realmente a maior pessoa hoje dessa nova geração das redes sociais de internet que tomou essa decisão a não ser que o Felipe Neto ou o Winderson também desliguem o modem de hoje para amanhã e sumam eu acho que ela é maior ela é Ana Paula Rosa da internet a gente precisava ouvir dela e enfim
nessa primeira vez não rolou a casa tava vazia quando eu voltei você ficou lá quanto tempo na cidade era uma semana cada cada ID semana cada ida foi sem transparece no podcast porque Claro a história tem que andar e tal mas cara é muito trabalho é muito tempo não foi bem difícil é falar com muita gente da cidade e na cidade muita gente você diz que a maioria conheceria ou não conhecia ela não conhecia ela assim se eu for dizer poderia ter gente que quando eu mostrava a foto reconhecia a foto mas não sabia o
nome ou alguém que sabe o nome mas assim eu nem cheguei a conversar com essa pessoa sabe mas conhece o nome porque viu ela passar no mercado assim é é ela vive uma vida mesmo anônima anônima vida comum assim e ela tá muito bem enfim tá muito bem com essa com essa outra Liberdade né outra forma de vida que ela tá vivendo é isso a gente não sabia quando ela ia estar de volta lá nem se ela voltaria exato uma das questões era ela pode ter se mudado sim sabe e de fato ela tem duas
casas né de fato ela tem uma casa que é Ainda Mais afastada aind ainda mais difícil de encontrar que ela passa meio a meio do tempo exato e quando ela me recebeu assim de braços muito abertos assim ela não se retraiu em nenhum momento ela não demonstrou desconfiança em nenhum momento que eu imaginava que poderia acontecer Tipo quem que essa pessoa chegou desconhecida na porta da sua casa e você não fala entra né ela falou entra exato ela falou entra literalmente assim ela me convidou para entrar me ofereceu o café da manhã a gente teve
até mesmo antes da da gravação da entrevista a gente teve muitas trocas pessoais assim conversas mesmo então foi parecia mesmo que eu estava vendo uma amiga que eu não vi há muito tempo não e é muito bonito porque de verdade é uma troca assim eu queria até reconhecer publicamente a grandeza do que você conseguiu Bia porque é muito difícil primeiro era muito difícil encontrar essa pessoa que não queria ser encontrada já era uma tarefa hercula ali impossível e era uma tarefa hercul impossível Ao Cubo porque essa pessoa já não queria falar ela tinha optado pelo
silêncio então só reconhecer assim o trabalho excelente que você fez é um feito e tanto eh de ter conseguido ess entrevista porque é muito difícil e a gente não quer que pareça difícil a gente quer que pareça fácil faz parte do nosso trabalho todo trabalho é muito mais difícil do que visto de fora mas eu queria só te agradecer e te parabenizar porque é um feito e tanto assim é uma baita de uma entrevista é uma entrevista que eu sempre quis fazer na minha vida e você conseguiu Nossa muito obrigada a agora começa a chorar
é minha cara eu também choro eu sou super Chorão não consegui mais nem gravar aqui é mas acho que vale dizer então isso assim que foi uma entrevista super difícil de conseguir foi uma proeza e tanto e rendeu e ficou linda né ficou porque é uma entrevista pouco óbvia assim não é a Marília Gabriela perguntando para ela como é viver com a internet como é ser uma Musa Não é tipo eu sou uma mulher eu tenho 10 anos a menos que você você me influenciou tem muita honestidade ali tem uma dose cavalar de honestidade que
para mim é o que é lindo sabe porque você acaba virando um personagem tanto quanto e e ajuda as pessoas a entenderem também porque acho que muita gente vai se ver em você espero podcast ainda não saiu a gente não sabe o que esperar né mas isso eu pensei que você falou agora bem no começo do nosso papo que foi as as pessoas se identificam muito com esse tema de como é sua relação com a internet sobre que também envolve autoestima comparação eh timidez enfim vários pontos e eu acho que foi isso mesmo que aconteceu
com com a Júlia né com a nossa entrevista que ela virou uma conversa porque a gente tava ali falando de coisas que a gente se identifica muito e eu não tava ali claro tinha um roteiro de perguntas que eu queria fazer mas eu não tava ali seguindo um roteiro eu tava cara eu quero te ouvir Ah mas você tirou uma casquinha vai eu acho que muita gente pode ter ficado com inveja de é isso assim você pode ganhar uns conselhos da jut assim que foi Nossa conselheira e Nossa amiga imaginária por muito tempo Inclusive a
minha que sou velho e sou homem mas sou [ __ ] mas foi minha amiga imaginária e você teve a oportunidade de est era o que todo mundo queria na época era tipo a queria sentar numa mesa de bar e trocar ideia com ela você sentou não numa mesa de bar você sentou numa mesa de café da manhã com ela ele trocou a ideia e acho que era isso mesmo eu tava ali para escutar dela sabe escutar eh qualquer coisa assim porque como já era muito difícil de encontrá-la eu não queria ali enfim botar alguma
banca sabe de jornalista era muito assim vamos conversar eu quero te ouvir e Óbvio também tirei essa casquinha a gente deu muita risada e ela é uma pessoa muito carismática né Ela mesmo fala em um momento eu nasci a minha missão na vida é falar lá começar B muito obrigado pelo papo você fica por aqui nós vamos agora receber um convidado que vai tentar ajudar a gente a organizar essas ideias que a gente coletou em campo mas antes disso a gente vai ouvir um pouquinho de outros áudios que a gente não usou na série que
são áudios de pessoas que não trabalham com a internet mas se vem cada vez mais obrigadas a produzir conteúdo para conseguir viver da profissão delas A Mariana tá prestes a se formar em psicologia e antes de entrar no mercado de trabalho ela já ouve sem parar que vai ter que mergulhar nas redes sociais Oi Chico tô aqui para compartilhar um pouco do meu processo como formanda de psicologia e agora que eu tô apta a poder começar a atender e divulgar meu trabalho a única resposta que eu recebo tanto de professores supervisores e até mesmo colegas
É de de que sim eu vou precisar fazer perfis em redes sociais e começar a produzir conteúdo pra internet acontece que durante esse período do curso eu achei que eh todos os meus estudos todo o meu currículo ele seria né válido o suficiente para que eu não precisasse fazer esse processo mas a resposta que eu tô chegando ao longo desses últimos meses é que não há saída inclusive meus professores que já atuam no mercado há mais de 30 anos a grande maioria eles também estão indo conteúdo pra internet e eu tô começando a chegar em
um lugar que não tem muito para onde correr luí prazinho é médico especialista em unha pele e cabelo e parece que ele já se conformou com a ideia de que a internet é como uma sala de espera do seu consultório olha hoje em dia o cartão de visita do médico Sem dúvida é o Instagram né não dá mais para contar que os pacientes vão chegar pra gente através de catálogo de convênio ou boca a boca chega muito mas através de catálogo de convênio ou cartãozinho de visita como antigamente eles não chegam eu acho que quando
alguém precisa de um médico hoje em dia a primeira coisa que pergunta é Qual é o Instagram dele então eu acho que hoje em dia se você quer ser visto e mais importante se você quer ser escolhido você precisa est presente nas redes não tem jeito e a gente também conversou com uma advogada do interior do Rio Grande do Sul que preferiu não compartilhar o seu nome mas compartilhou a sua aventura profissional com a internet bom eu sou advogada desde 2010 a minha trajetória profissional ela é marcada por alguns começos e recomeços e em 2018
eu abri um escritório numa cidade nova eh numa cidade bem pequena no interior e eu precisava chegar até as pessoas que não conheciam o meu trabalho e que não me conheciam então veio a pandemia e em setembro de 2019 quando a gente vivia assim um Boom de digital né de cursos e coisas que eram feitas exclusivamente online eu pensei por que não criar uma conta profissional no Instagram então eu acabava perdendo um certo tempo do meu dia fazendo isso né eu acabei produzindo conteúdo por um ano 1 ano e meio acho não chegou a do
anos e acabei meio que desativando esse perfil [Música] esse podcast é para quem mergulha nas histórias e se reconecta com o mundo real para quem busca os benefícios de uma vida mais offline e off repelente tá com a gente incentivando você a perceber que os melhores momentos da vida acontecem do lado de fora pode parecer difícil se desconectar mas com off você fica protegido e livre para explorar o mundo para criar memórias inesquecíveis Viva Mais offline off os melhores momentos da vida acontecem offline saiba mais sobre as iniciativas de off no link que tá na
descrição desse Episódio Valeu [Música] off e agora para tentar organizar um pouco as ideias que a gente colheu no campo a gente recebe um dos maiores nomes da podosfera brasileira é o André Alves que é psicanalista e pesquisador ele apresenta o podcast vibes em análise junto com o Lucas ldk e os dois são autores do livro que leva o nome do podcast André obrigado por ter vindo Obrigado Chico tô muito contente de estar aqui empolgado é eu Tom mais assim porque pintou seu nome Ouvindo uma coisa que você disse eu tava te ouvindo no podcast
e comecei a urrar dentro do carro quando você começou a dar nome PR as coisas que a gente encontrou nesse documentário Ah olha só porque nosso trabalho é meio Caçador coletor assim a gente vai pra floresta e pega uns pássaros e traz os pássaros para para cá ou enfim para onde quer que seja e daí De Repente É como se tivesse começ a nomear cada pássaro e falar ah esse pássaro é tal espécie esse pássaro é uma uma ararinha azul porque tudo que a gente encontrou na prática e não sabe articular você conceituava numa fala
sua que eu ouvi recentemente então muito feliz de ter você olha só né O vibes e análise nasceu com esse objetivo a float né o Instituto float vibes que o Lucas e a gente tem nasceu com esse objetivo né dá nome aos sentimentos coletivos que nos tiram do sério excelente sabia que você era e por isso acho que sua fatia pesquis é a que mais me interessa porque rede social é um fenômeno muito recente parece que existe desde sempre mas acabou de surgir uhum na então a ciência tá começando a engatilhar e começando a articular
nomes e para coisas que não existiam até anteontem né Uhum daí você v esses livros coqueluche esses livros Sensações e Nação dopamina ah geração ansiosa que viram bestseller que todo mundo Lê porque são pare meio Desbravadores são as primeiras pessoas que dão nome para aquilo e começam a mostrar dados dailo Claro e falar olha tem alguma coisa estranha aqui vamos olhar vamos olhar acho que a gente olhou nos três primeiros episódios do podcast para alguns fenômenos e o primeiro que eu queria trocar uma ideia sobre é o fetiche da Juju e aqui eu me coloco
que é eu invejo a pessoa que sai de rede social meu sonho de consumo hoje em dia é sair de rede social Hum E acho que eu não tô sozinho a gente recebeu muitas mensagens e viu muitas mensagens na internet falando cara assim um eu ficar rico eu vou fazer exatamente que nem você sumi Quando foi que sumi passou a ser uma coisa desejável assim num Universo em que todo mundo quer ser visto quando o oposto de ser visto passou a também ser um fetiche vou direto no olho da questão da minha visão que é
quando a gente entendeu que internet não era só um jogo de conexão mas também uma possibilidade de mobilidade social Talvez uma das últimas que nos restem para além do jogo do Tigrinho e elas são casadas é verdade né Elas são irm mesas as duas As duas são construídas dentro de um cassino cognitivo né Pena que Os experimentos somos nós Talvez o maior experimento coletivo da história da humanidade agora acho que você pega num ponto chave da história que é quem tem o direito de estar fora disso quem tem o direito de estar fora do jogo
da Mega escala de querer enriquecer através das redes ou de pelo menos estar fora a ponto de não saber tudo que tá acontecendo e que supostamente a gente deveria saber porque a gente fala bastante desse assunto há um certo tempo já mas a não é só que o Creator ou quem pratica né esse jogo da internet virou uma espécie de sujeito Mágico do nosso tempo mas também todo mundo vai virando meio Creator né nesse estágio de depreciação ou mesmo de precarização de trabalho e tal eu ia usar canibalismo mas é lind eu fui mais neoliberal
que você você foi mais não você foi mais contundente assim eu vou na sua nesse estágio de canibalismo é que o tecn neoliberalismo é o capitalismo terminal Então nesse sentido assim é vamos pra versão mais assim difícil E aí a gente tem essa experiência muito maluca né de abrir as redes sociais e aí tá lá o nutricionista o advogado o Personal Trainer tá todo mundo jogando esse jogo porque todo mundo entendeu que se eu não jogar esse jogo eu vou ficar de fora eu vou morrer de Fora eu Possivelmente não vou pagar meu aluguel exato
que foi uma coisa que a gente encontrou a gente entrevistou foi muito maluco porque depois que a gente conseguiu a entrevista com a Júlia a gente pensou tá como é que a gente vai contar essa história mas vai tentar ampliar essa história como é que a gente vai contar a história dela mas vamos falar sobre redes sociais em 2024 então a gente foi atrás da Deia Freitas que depende da internet para para viver e é uma figura gigantesca mas teve questões ali com o uso dela de internet hoje em dia restringiu muito olha só hoje
em dia ela criou perfis pessoais dissociou do perfil do podcast não inviabilize e contou pra gente que ela tem uma restrição de 2 horas por dia para usar Hum ela tem um aplicativo que trava proíbe ela falou desde então eu parei de perder tempo eu vou lá e leio notícia em vez de ficar procurando o que falam de mim na internet ou enfim entrando em polêmica de [ __ ] nenhuma polêmica meu pai me comprou um sorvete da bateo de late sabe essas eu estou ensinando meu marido a comer brócoli essas polêmicas de [ __
] nenhuma que não servem para nada é só o féu pelo féu parece que as pessoas vão lá para sentir raiva para se enfurecer e discutir sobre uma coisa que não não faz sentido nenhum é discussão de bêbado no bar na Paulista na Augusta às 4 da manhã assim literalmente entrar num bar às 4 da manhã na Augusta e se metero numa conversa de dois bêbados assim não faz sentido né Vila Madalena final de campeonato de futebol né assim uma referência um pouco mais étero e um pouco mais Vila Madalena Do que eu daria mas
perfeito é não sei também o que você apou de mim mas desceu desceu mas veio né sim é que você chegou no no Ponto Central assim para mim o ponto mais importante do podcast são pessoas que não trabalham com a Internet e que estão frustradas e que estão perdendo o sono porque elas estão se vendo obrigadas a produzir conteúdo essa palavra horrorosa Putz aí vamos lá né Essa palavra que ela é Tão misteriosa né Chico não significa nada exato ao contrário da informação que tem um objetivo talvez de fazer algum tipo de transformação do nosso
pensamento ou mesmo do entretenimento a unidade de entretenimento que sempre teve essa intenção de nos relaxar o conteúdo a gente não sabe muito bem né e tem muita gente pensando nessa ideia acho que o que você curtiu foi um pedaço do trabalho que a gente empresta da de uma mina muito interessante chamada Kate eichhorn que é professora de media studies na onde mesmo Ela é professora ela publicou pelo MIT o livro e é um livro chamado conteúdo e ela faz uma arqueologia né de como é que essa palavra chegou no lugar que chegou e o
que que ela significa mas dá pra gente pensar que no estado atual principalmente das mídias sociais que passaram a virar um sinônimo de internet na cabeça de muitos de nós o objetivo do conteúdo é escalar e engajar é manter preso né é manter atento é roubar atenção exato E aí a gente vai todo mundo sendo muito direcionado né Por e até valorado conforme a nossa capacidade de produzir engajamento de manter o outro de alguma forma ligado a isso assistindo não desliga de jeito nenhum E aí como é que a gente vai fazer isso de um
jeito que seja euforizante que a gente se mantenha numa espécie de abertura do primeiro filme da Lego né tudo é maravilhoso everything is awesome ou a gente faz isso por uma via muito afirmativa e multisensorial e um pouco histriônica ou até bastante estérica né em que a gente tá o tempo inteiro mais mais mais mais é muito curioso né o feed chamar feed porque de alimento não tem muito né nossa nunca tinha pensado nisso feed chama feed Uhum que é o verbo alimentar ou o alimento substantivo não vem muita nutrição né vem mais são microdoses
dopaminas que nos deixam sempre na insatisfação a gente tá todo mundo tentando matar sede com refrigerante só que a outra forma de fazer isso que tem se mostrado ainda mais efetiva é a gente mobilizar dois afetos que são muito primários e muito Fundos em todos nós o medo e o ódio a gente acabou de ver trump foi eleito né O que que é isso é medo e Ódio mobilizados assim em larga escala de um jeito muito maestral né E aí a gente por isso fica tendo essas conversas esses bate bocas né parece que a gente
tá batendo boca o tempo inteiro quando a gente não tá fazendo na internet a gente tá fazendo sozinho no chuveiro devia ter respondido isso eu faço isso na rua eu fico ensaiando resposta na rua mas desde criança desde pré internet então acho que é um desvio de caráter não foi a internet que me estragou eu nasci com esse S aí mistura tudo né aess mcmillan Cotton que é uma socióloga bem interessante ela escreve esse texto muito incisivo né num livro chamado thick em que ela fala que a gente fica tentando ter conversas Profundas em meios
muito estreitos e é isso né é desenhado desse jeito em que são pedacinhos de informação são pedacinhos de opinião e que no final das contas a gente tá muito mais interessado nessa no choque né no embate ou no que a gente topa na float essa ideia de que não é economia da atenção não é economia da distração é economia da tem são estamos todos colocados numa arena meio Bárbara muitas vezes para que a gente consiga viver da treta né sim e isso é muito interessante de ouvir porque parece que a mudança da Júlia veio muito
com o advento de rede social popularização de rede social para ela a internet era ok a internet era ótima enquanto ela era um rosto no YouTube e ela publicava vídeos de 15 20 30 minutos quem quisesse via quem não quisesse não via e meio morria por ali claro parece que passou a ser um problema ou ou passou a causar um cansaço quando tudo virou debate o tempo inteiro que é o que ela diz assim tem uma enchurrada de opinião todo mundo tem opinião sobre tudo e precisa extravazar sua opinião sobre tudo o tempo inteiro isso
ficou intolerável para ela então Eh de novo dando nome pro que a gente encontrou em campo e não é capaz de nomear assim talvez seja essa economia da atenção que parou de ser só Ah eu gosto do que essa jovem fala ou eu não gosto ressoa comigo ou não ressoa comigo e é eu preciso falar alguma coisa respeito disso e quanto mais treteira for a coisa que eu falar mais gente vai entrar nessa discussão é E aí eu tenho que achar Qual que é a falha né Qual que é a fissura no discurso como é
que eu posso destruir como é que eu posso detonar tá muito nessa gramática né quando você a tua primeira pergunta né quando foi que a gente entrou nessa quando a gente topou esse essa gramática obscena em que a gente implodiu o mundo privado a gente transformou tudo em público e a intimidade passou a ser um negócio aí a gente tem uma crise de Solidão a a gente tem muita dificuldade de estabelecer diferença entre as coisas ou a gente fica muito seduzido pela ideia de quem consegue ter acesso ao privado que é a inveja que eu
sinto da judu e possivelmente outras pessoas claro eu não sei qual é a vida dela não sei o que ela tá fazendo eu não tenho esse acesso ela mesma quando revela fala não resolveu minha vida sair da internet tem ASP que estão melhores mas não achem que tipo virou um mais de flores não virou um mais de flores claro que para mim foi um tapa na cara e acho Por isso excelente como é que foi esse tapa na cara fiquei curioso foi porque eu realmente fantasiava uma vez eu tava indo gravar um documentário em Campinas
daí na volta de Campinas eu tava passando pelo Serra Azul que é um um shopping Zinho que tem ali de Beira estrada na frente do Hop har e daí eu me peguei fantasiando com alugar um quarto no Serra Azul e morar no Serra Azul por uns tempos sem ninguém me encontrar e sem internet eu eu tava nesse nível de cansaço eh a Miranda julai até escreveu um livro maravilhoso que chama All Force que acho que é de quatro em português que é exatamente isso a personagem aluga um quarto no no hotel de beira de estrada
e começa a morar lá só que foi antes de eu ler o livro então foi só uma coincidência assim foi só o espírito dos tempos e há algum tempo eu venho sonhando com isso assim eu venho sonhando com uma solidão e e com tipo me ficar recluso olha só Então esse esse é o isso é o pedaço do meu trabalho que mais me interessa mesmo Chico assim que é essa ideia de egos alterados em como tudo isso vai produzindo muitas mudanças ou transformações ou efeitos ou empuxos ou impactos em todos nós no jeito que a
gente se identifica se relaciona consome e por aí vai porque essa essa ideia ela é meio absurda né vamos vamos pensar assim evern goffman né um sociólogo muito importante a performance doe eu na vida cotidiana Isso é meio que o mundo contemporâneo de uma forma geral a gente tem versões de nós para cada contexto da nossa vida né a gente apresenta a nossa versão pro médico que é diferente um pouco da versão que a gente apresenta bêbado na balada enfim só que aí olha que curioso esse experimento em que a gente vai tentar sustentar uma
performance para todo mundo meio que ao mesmo tempo mesmo que você não tenha uma grande rede de seguidores por exemplo tá lá a sua mãe os seus amigos os crushes o chefe né tudo meio que Junto e Misturado Uhum E aí isso que você falou mais no começo Dos comentários das opiniões é o produto dessa história que é a explosão do contexto o colapso do contexto em que a gente não tem mais performances contextuais a gente tenta manter performances que vão ter que abarcar audiências inclusive cada vez maiores se a gente tiver interessado no jogo
do engajamento uhum Aí lascou porque aí vai ficar muito difícil todo mundo tendo acesso a nós aí sendo bem psicanalista nesse momento né o sujeito se forma na coxia não no palco necessariamente a gente precisa desse momento off Topic né desse momento fora um pouco do Olhar de todos escondido do pano opticon senão a gente tá muito exposto e exposto o tempo inteiro fica insuportável Por que que tantos de nós estamos tão mobilizados pela vergonha e não pela culpa porque a vergonha ela inviabiliza o sujeito inteiro né assim eu não acredito que eu fiz isso
logo eu não mereço estar aqui clínica de adolescentes é isso que a gente escuta assim diariamente porque vamos pensar acho que a gente tem mais ou menos a mesma faixa etária né Chico eu tô com 58 Olha só mentira 38 mas com carinha de 60 bullying na nossa adolescência Era um negócio que hoje é bastante diferente né bullying na adolescência Atual O que que a gente escuta Quais são os relatos Ah todas as pessoas da minha sala de aula me manda WhatsApp todos os dias falando para me suicidar u né indo para casos bastante extremos
tô pegando pesado aqui mas essa noção de que o público tá sempre presente e até meio atormentador porque é muito é muita coisa e porque eu tô colado nessa tela o tempo inteiro ela é assim bastante sufocante né E a vergonha é esse afeto sufocante né que faz a gente sentir que assim ah tá tudo errado comigo né não tem como eu continuar aqui Uhum Então no final das contas parece só um jogo de entretenimento mas e tem muito mais coisa implicada nisso né na nossa relação com tudo isso e aí a gente sonhar em
morar no quarto de Bea de estrada para ver se dá um pouco de paz se acalma um pouco Ainda mais você que tá profundamente mergulhado nisso né nessa história estudando e pensando e ouvindo as reações das pessoas e você tem isso também B foi um um um lapso aqui eu deixei escapar uma coisa completamente constrangedora eu já até pedi para comentar mesmo que talvez o meu seja até um pouco mais tenho um pouco mais de vergonha de assumir que às vezes eu penso em acontecer alguma coisa leve de saúde para ficar internada tipo uma semana
sem ter que dar satisfação para ninguém sem celular sem rede social e ao mesmo tempo eu me sinto muito solitária algumas vezes por causa do do Instagram assim e você falou da vergonha a vergonha eu acho que ela é tá muito em mim com as minhas redes sociais Uhum Então se eu vou postar uma foto eu vou pensar muitas vezes antes de postar aquela foto porque eu ela não tá bonita do jeito que tinha que tá ou aquela legenda não tá do jeito que tinha que tá Stories eu f falei pro Chico um um pouco
antes que às vezes eu apago o Story que eu postei eu me arrependo de ter postado às vezes não é nem foto minha às vezes é uma opinião minha ou uma coisa vi um filme que eu achei legal E aí o cara postar daí depois eu fal a nada a ver né vou apagar mas é medo de julgamento ou você acha que você não banca aquela opinião ou s não necessariamente pensa naquilo é medo não é que eu não banco é medo do que as outras pessoas estão pensando no geral eh mas uma sensação de
estar talvez sempre inadequada Uhum eu acho que a internet para Minas redes sociais em específico ela me passa muita sensação de inadequação que já é uma sensação que eu já tenho fora das redes e acho que as redes aumentam Então o que eu queria te perguntar André é que você também falou em uma das suas entrevistas que a internet ela achata as nossas as redes sociais achatam a nossa subjetiv as nossas subjetividades e eu queria saber se isso também é levado para fora das redes porque a gente Às vezes a gente vê as pessoas falando
e a gente até mesmo fala ah tipo só desliga sai do Instagram sabe esse rate não vai é não vai afetar a sua vida real e muito do rate não afeta mesmo mas além do hate essa comparação esse você ter que est sempre num ponto muito bom para estar online né isso afeta a nossa como afeta a nossa autoestima na vida fora das redes bom se não afetasse olha o estado das coisas né e principalmente das relações acho que as relações são o melhor exemplo as nossas relações passam por isso também né o Michel C
forado gosta de falar essa frase eu acho ela bem impactante mesmo né que é se você não se relaciona com alguém que você conheceu através dos aplicativos ótimo mas se prepara o próximo vai vir daí né É um experimento massivo que é cada vez maior né E apesar de ser algo recente se a gente pensa na na grande perspectiva histórica também é algo que por exemplo a a luz uma socióloga muito importante tá estudando isso há 20 anos sim né isso que ela chama de uma era das intimidades frias essa solidão que você sente não
é uma solidão só tua né é uma solidão muito partilhada e aí a gente começa a jogar com essas contradições meio doidas mesmo do nosso tempo que é como é que tá todo mundo tão conectado E ao mesmo tempo todo mundo tão individual e sozinho e o achatamento Na minha opinião tá muito relacionado a isso porque o campo relacional é é um campo para mim bastante ente frutífero né clínica de casais também ajuda bastante a gente a pensar nisso que é não gostei do que ele disse bloqueia não vou responder ghosting benching enfim todos esses
sintomas novos né que dizem respeito a uma coisa muito simples que é não consigo lidar com essa frustração e não estou interessado em elaborar isso junto com o outro porque além de tudo o mal tenho tempo para isso os laços são feitos de cetim né você corta um laço no momento que você quiser e tá cortado perfeito Porque não são laços são conexões uau é eu li a geração ansiosa que foi esse grande bestseller mundial e tô completamente achando que o mundo vai acabar antes do Apocalipse climático vai vir um apocalipse social causado pelas redes
sociais que é um livro que fala sobre o impacto da primeira geração que cresceu com rede social e celular na infância com tela na infância Nossa e é é muito baseado em dado e tem esses dados que todo mundo joga aumentou 250% o número de tentativa de suicídio entre jovens desde a popularização de Smartphone e redes social e tal mas tem uma coisa mais profunda assim que é menos digno de Manchete mas que é as pessoas especificamente os meninos porque menino diz no livro tende a gostar mais de jogo menina tende a gostar mais de
rede social tem um recorte de gênero ali que até enfim atribuições sociais assim como a pessoa é criada que daí existe uma incapacidade de manter relacionamentos na vida real que a pessoa não é treinada naquilo o cérebro dela não se desenvolve para aquilo ela acha que qualquer conflito é o término da relação e você nunca mais vai falar com a pessoa qualquer ela é incapaz de falar com estranho na rua assim que é uma coisa que a gente vê também entrevistando molecada entrevistando genz assim uma dificuldade atrz de ter troca de parar para uma pessoa
na padaria e falar desculpa sabia onde é o oxo Desculpa me tô com o número errado do estúdio aqui é o 64 da da Rua Vila Madalena não conseguiu uma incapacidade de viver no mundo real é é um a gente vai ficando muito acostumado com intimid com forma sintética de intimidade né em que é pouco não consegue entregar pra gente o mínimo de eh preenchimento relacional que a gente precisa e e a gente precisa porque a gente é um animal muito social a gente precisa interagir com as pessoas na rua a gente precisa conseguir falar
com as não é à toa que a gente escuta tanto sobre esses distúrbios de ansiedades sociais e uma dificuldade né as histórias são muito didáticas né assim não consigo entrar para fazer a prova do Enem porque tem muita gente lá dentro não consigo lidar com muita gente me dá ansiedade que é o que você ouve muito assim me ataca ansiedade minha ansiedade me limita PR exato não vou no show não vou no jogo não vou no não pera aí mas não vou na igreja né mas a gente precisa conseguir negociar com essas frustrações E essas
experiências de descontentamento que fazem parte do convívio em sociedade senão a gente não consegue ter sociedade o segundo fenômeno assim que eu que eu acho que daria para nomear é um certo tel planismo Bia que é assim a gente vai achatando não só a nossa subjetividade mas também a realidade que é vamos pensar juntos né eu vejo o vídeo no tiktok a faxina em 5 minutos muito divertida a trilha é ótima os efeitos assim maravilhosos Magníficos luz perfeito fazer a faxina coisa mais interessante do mundo bom sábado vamos lá dia da Faxina pega os produtos
de limpeza pega tudo que tem que fazer e separa seis ou 7 horas porque não dá fazer em 5 minutos exato É um pouco mais frustrante né e não tem podcast que você vai escutar que vai transformar aquilo na melhor experiência do mundo ler um livro mesma coisa fazer exercícios físicos fazer uma dieta enfim todas essas várias atividades da nossa rotina manter uma relação né que são mais fáceis entre aspas na tela do que necessariamente na experiência concreta então é a realidade que tá errada não é o corte do tiktok mudem agora ser mais rápido
tem que ser mais fácil não pode ter fricção não pode ter tempo jogado fora e vamos embora e aí a gente vai se instalando nessa tirania da conveniência em que se não é tudo muito fácil muito rápido muito cômodo próximo e por mais que a gente goste de acreditar que o mundo não está necessariamente nessa direção Mas e aí num exercício de futurologia tirando a bola de cristal do bolso agora existe solução então Chico eu ganho a vida aparecendo esse Cavaleiro do Apocalipse né que tá sempre vestido de Preto passando de lugar em lugar dizendo
que vai acabar dando tá distribuindo tapa na cara é rodízio de tapa na cara mas eu sou eu sou esperançoso no sentido da Esperança como algo que se pratica e e eu eu sempre penso que a gente escorregar para as duas pontas do Gradiente é armadilha duas semanas atrás né o esse caso muito triste né de um adolescente de 14 anos se eu não me engano interagindo com o ai né tipo essa ferramenta que emula personagens e a Dener Star garian convence né ou dá ali o seu argumento final para é vem viver comigo e
o adolescente tira a própria vida uau né E essa história não é única a gente você conhece isso melhor do que eu porque você investigou muitas histórias de influenciadores brasileiros inclusive né e a gente vê o potencial destrutivo de algumas dessas coisas de algum desses empuxos 8 de janeiro né esse exemplo no Brasil didático sim né a gente vê a gente assiste né uma Horda de tias do Zap entrando dentro de um dos prédios mais importantes do país e agora recentemente um homem vestido de coringa jogando uma bomba na estátua da Justiça na Praça dos
Três Poderes como é que a gente fala sobre isso como é que a gente aponta também responsáveis porque há uma disparidade de responsabilidade muito grande como tudo no nosso estado maravilhoso tecn neoliberalismo é tudo culpa do indivíduo ou do usuário né e as plataformas são neutras Mas como dizem Muitos historiadores não há tecnologia negativa positiva e muito menos neutra é como a gente usa ela é o uso que a gente faz dela e os interesses que estão por trás uso que é feito de nós então eu acredito que tem algumas coisas que a gente tem
que mudar radicalmente número um as plataformas TM poder demais número dois a gente não faz a menor ideia de como esse negócio funciona a ideia de que ninguém faz a menor noção de como os algoritmos operam para mim ela é absurda número três como é que a gente vai conseguir criar formas de equalização ou de balanceamento ou de exercícios de comunidade como é que a gente consegue atravessar em grupo algumas coisas e não só ficar nesse jogo de eu preciso aprender a usar melhor isso sozinho e se eu não fizer isso ninguém vai me ajudar
e ainda vão me julgar e ainda não pera aí e eu tô lascado e eu vou deixar de ganhar dinheiro e exato não como é que a gente cria alternativas então e assim para minha frase de efeito que ela me acompanha todos os dias é Senão nós quem sim se a gente não fizer isso quem vai fazer a gente vai jogar pra próxima geração é sacanagem né Eles já vão ter que salvar o mundo Deixa que li com mais essa ex eles já estão atribulado vamos atribular mais um pouco o livro do Max Fisher é
fascinante né a máquina do caos né Eu eu não sou apocalíptico que nem Jonathan Cry alguns acadêmicos que falam assim tira da tomada que esse negócio vai expir tudo já era exato já era ou a gente para agora ou já era não topa porque assim vamos lá quantas histórias a gente conhece quantas pessoas eu já entrevistei né pela no no nos os trabalhos que a gente faz na float que me dizem coisas do tipo cara se não fosse o YouTube ou se não fosse o que eu aprendi no tiktok e tal eu jamais teria aprendido
a fazer colar de miçanga vestido ou bolo de pote conseguido deixar meu marido e aí finalmente parar sair daquela relação abusiva criar minha filha tal tem muitas histórias né assim se não fosse pelo canal do professor de cursinho Eu não conseguiria ter passado no vestibular que eu sempre sonhei e eu que sou de uma realidade periférica não teria menor acess tem histórias maravilhosas eu concordo contigo bom como é que a gente enaltece e amplifica esse potencial no lugar da gente passar tanto tempo só se sentindo radicalmente inadequado como você tava falando então Eh no final
é a gente pensar que esses interesses estão em jogo e eles estão desenhados para por exemplo botar a gente para brigar né 2009 é o ano em que cria-se tanto o botão de retuitar quanto o botão de curtir né Isso vai sendo para todas as plataformas e E aí a gente entra num jogo de comparação meio maluco e meio cruel bom o que que a gente faz para além de Então a gente vai parar de mostrar Quantas curtidas Alguém teve é pouco sabe o que é pouco é meio jogar um dedal de água no incentea
tá pegando fogo você pega um dedal de água e fala resolvido ch G água aqui ex né que é é chega a ser até bonitinho né curioso assim porque de tão ingênuo que é como é que você vai resolver um problema desse tamanho com uma solução tão pontual e tão única né e não uma rede de medidas e uma série de decisões que precisam ser tomadas continuamente para que a gente vá conseguindo atravessar isso juntos né então não vai ser a empresa xpto que vai criar A melhor solução somos bonzinhos ai mudamos de ideia gente
vamos ser bonzinho aí vamos lá quem é dono desses dados quem tem acesso a esses dados é uma vilania tão Desc que a gente pensa Nossa será que isso é real é o meme do menininho né Real Life é Real Life é aqui que a gente tá nesse estágio mas ao mesmo tempo a gente precisa se conseguir se responsabilizar ou a gente precisa se responsabilizar pelas coisas que a gente fala na internet porque na atual configuração do Anonimato O que que a gente aprendeu que a palavra perdeu o valor né você fala isso eu lembro
de um de uma série de posts suas da foi eu me dei conta de uma maneira muito burra e muito intuitiva que se as pessoas fossem responsabilizadas como elas são na vida real pelo que elas fazem na internet cara ia matar 99% dos problemas se eu virasse para você e falasse é a sua [ __ ] eu ia ser acusado de crime de de lgbtq fobia exato ponto e eu ia ter essa responsabilidade e isso ia me barrar ia me parar de fazer isso cou resido você não entra no ônibus aponta o dedo na cara
de alguém e fala você é feia a não ser que você seja um maluco uma maluca ainda acontece acontece mas é muito mais raro do que na internet Claro e há consequências sim né só que eu eu acho eu não acho nada burgic acho muito bom acho muito prático isso que você enxergou e muito sensível no sentido de que a gente tá vivendo esse problema quando a gente fala sobre inadequação ou sobre essas ansiedades sociais por que que ninguém se tolera mais no Natal e no ano novo nas festas em família porque a palavra perdeu
um pouco do valor a ponto de que a gente pratica tanto os nossos afetos mas destrutivos nessa Arena digital chega na reunião de trabalho e quer matar todo mundo né ou chega na reunião de família e não tem a menor paciência para escutar nada de ninguém é mas assim a a má notícia é a gente vai precisar conseguir pactuar vai conseguir vai precisar criar diálogos possíveis mas a gente precisa reintegrar o valor da palavra nesse sentido e lembrar né que a palavra tem consequências senão a gente tá jogando um jogo cada vez mais perigoso mesmo
que aí vou lá levo a cadeirada quebrei a costela posta o laudo não é isso o outro usou cocain não pera aí pera aí uhum maluí Mas sabe uma coisa que eu acho fascinante que eu me deparei recentemente uma pessoa excelente no mundo real que era um monstro no Twitter era horrível eu conheci um moço recentemente e ele era ótimo ele era fascinante eu abri a rede social dele Uhum eu quase saí correndo pelado pela Rua Conselheiro Brotero assim porque era a pior pessoa que eu já cruzei na minha vida e E era uma dissociação
assim era um médico e um monstro que não era e Talvez seja isso assim talvez seja ele tem um superg ou ele tem alguma coisa na vida real que ele não tem na internet e daí fiquei pensando tá Qual é o de verdade assim o de verdade é o do Twitter ou o de verdade é o que senta para tomar café com é Elizabeth o suu ou o monstro eliz suu né nesse jogo da substância dig no Twitter ele era um fake tinha um perfil fake ou era ele mesmo ele é isso que me deixa
e tudo era muxoxo tudo era reclamação tudo era Shade tudo era não é bom falando mal de tudo e de todos o tempo todo mas daí você sentava na frente da pessoa e era uma pessoa razoável sensata e engraçada ah Chico mas aí é bom a gente vai 3S horas hoje hein espero que vocês estejam preparados porque é muito assunto bom eh porque olha que interessante né o isso eu também acho que tem a ver com um outro negócio que a gente estuda e que a gente acha meio fascinante que é essa ideia de captura
da audiência Vamos pensar nesse termo meio clássico né que a gente fala desde os tempos da TV assim de que ai a a fulana quer capturar a sua audiência né ou o programa tal quera captur Sushi erótico contra o latininho assim na década de 90 na televisão aberta Olha aí o que ingeno né EA no daena Olha que exemplo muito melhor esse né a maior guerra de audiência que já existe no Brasil eu quero um dia fazer um documentário sobre isso bom estaremos todos lá assistindo né Certeza só cacura né vai ser vai ser um
filme só pros 30 mais mas eh tem um fenômeno um pouco diferente que a gente tá vendo na internet acontecer que é um pouco do espelho disso que é o Creator vai lá e de novo pensando que todos nós somos um poucos um pouco Creators eu vou pegar esse exemplo que você trouxe talvez a gente seja meio cancelado depois disso mas o o sujeito o senhor que vai lá e na vida real ele é muito agradável mas no Twitter ou no ex ele é reclamão horrível não é uma pessoa horrível intragável Não vamos não vamos
dourar pílula é uma pessoa detestável objeta quanto de engajamento essa versão mais abjeta dele reúne mas muito mais do que se ele elogiasse o que ele acha legal ou se ele fosse contextualizar as opiniões dele é até o hate tem que ser o pior hate possível né não basta você só odiar você tem que odiar muito alguma coisa e aí o que que essa pessoa descobre que esse hate lapidado né assim muito refinado Escolhido a Dedo Como vai ser a pessoa mais agradável que possa existir na na superfície terrestre engaja Mais logo esse é o
drama de muitos Creators né vai se enxergando cada vez mais aspas obrigado a fazer esse tipo de conteúdo a ter essa presença digital a ser essa versão de si mesmo e aí quem capturou quem né uau isso é muito lindo porque também reflete muito uma entrevista que a gente fez hum com uma jovem a Vitória que foi garota capricho na época que ser do do grupo da Galera Capricho era uma coisa mas no Gavas tinha acabado de passar por lá daí ela tinha sei lá 10.000 seguidores é chamada para ser e é maravilhoso e ela
vai contando como ela vai se lapidando como ela vai deixando de ser ela mesma porque ela passa a precisar que as pessoas gostem dela porque é o dinheiro a audiência passa a ser o dinheiro que ela ganha do YouTube no fim do mês quando ela tem 17 anos então ela fala que ela gravava o mesmo Story 400 vezes com medo de desagradar alguém com medo de não ser a versão mais afável dela com medo de e ela larga a internet também Hum mas isso essa entrevista me pegou fundo porque ela diz com todas as palavras
eu deixei de ser eu eu comecei a tentar ser a versão mais agradável e no caso dela acho que tem um recorte de gênero também porque espera-se de uma mulher que ela seja agradável que ela sorria que ela esteja bonita que ela esteja maquiada que não é exatamente o que se espera de um homem e que isso foi ela começou a ter momentos de pânico e largou a internet com sei lá 18 anos ela teve uma carreira de 10 anos na internet com 20 assim dos dos 10 aos 20 anos e não conseguiu viver com
essa pressão só que só quando ela conseguiu o emprego CLT ela conseguiu lagar e a Vitória ela fala isso em um momento que é eh eu conversava com muita gente mas eu não tinha nenhuma conexão eu não olhava no olho delas sabe elas tiravam muito de mim mas se eu precisasse desabafar com alguma delas elas não estariam ali porque elas não existem na minha vida então acho que a internet é um pouco isso né né É isso que a gente chama de intimidade sintética né que é uma e isso é uma relação altamente parassocial né
que é não existe algum tipo de troca eí afetiva né existe no final das contas é uma parte que tá broadcasting ou que tá transmitindo paraa outra né E aí fica complicado né porque é quase é é meio absurdo que eu vou dizer mas é quem cuida da Solidão dos criadores né ao mesmo tempo agora você vai ser cancelado até agora você não I agora chegou Parabéns batendo na p chu você vai defender blogueira mas eu acho curioso né porque a gente tem esses casos todos quantos quantos Creators a gente já ouviu falar sobre Burnout
sobre depressão sobre essas formas de Sofrimento psíquico que são bem presentes inclusive no nosso país né nosso país vamos lembrar a periferia do Capital né tudo acontece aqui de um jeito ainda mais desagradável tardio só que muito mais amplificado né demora 5 anos para chegar aqui mas quando chega é 90% da população junta os diagnósticos de depressão e de ansiedade no Brasil diagnosticado que assim foi no posto de saúde e ganhou esse esse atestado né a gente tem 1/4 da população brasileira né uau um quarto isso só depressão ou qualquer depressão e ansiedade jogou só
esses dois juntou só esses dois você já tem metade da é 1/4 da população brasileira populção auau ahi não tem nada a ver uma coisa com a outra bom é claro então o que tem né é a água né é o Flu que colocaram na água em 1982 ex tem alguma coisa no carnaval que espalha para todo o resto dos an dos meses no ano né mas é é assim todos esses casos e aí tudo que a gente escuta é ai as pessoas vão dar um tempo mesmo da internet elas vão ficar um pouco longe
ou elas precisam sozinhas ou com as suas próprias redes de apoio conseguir chegar em algum lugar que elas consigam transformar essa relação nessa hora Chico eu fico furioso porque assim cadê as plataformas n tá jogando a culpa no indivíduo né de novo cadê as plataform Nessas horas né cadê aparatos que existam para que a gente conseguir dar algum tipo de suporte acolhimento para falar o mínimo né o ha é muito engraçado e muito divertido mas ele é um caminho meio sem volta no sentido de que só dá para ir radicalizando eu tô muito longe de
defender por exemplo o Monarque que é um exemplo bastante icônico né que a gente tem na nossa paisagem cultural Olha a que ponto chegamos mas no atual estado das coisas da internet não há remissão possível né não há como esse homem de alguma forma entrar em contato com uma versão um pouco menos pior né do que ele faz Então olha que curioso esse caminho né ele sai do Flow e ele vai para algo ainda mais radical ainda mais extremo é zelado político e é falar que se ele vier para cá ele vai ser perseguido e
cada vez mais parece mais marginalizado ou numa autom marginalização perfeito ou numa captura sim enfim foi longe foi não mas eu gostei muito assim eu eu vejo um reflexo no no outro Polo que não é um outro Polo digo político mas que é de influenciadora Milionária Virgínia que tem 30 milhões de seguidores que cada vez vai ter que ser uma bolsa mais cara do mimi mei cada vez vai ter que ser um avião mais caro porque já não faz mais uma bolsa da hermz de R 30.000 não tem mais o efeito da bolsa de 700.000
ris da da MS não e aí a gente vê como a gente tá doente como sociedade né doente a palavra porque é é a mesma coisa dos dos bilionários né a gente trata os bilionários como espécies de Heróis de um ponto de vista da Saúde Mental E aí sendo bem psicanalista nesse sentido essa pessoa tá doente ela tá doente porque ela tá muito fixada no acúmulo da Ostentação de uma prótese narcísica colocada no dinheiro pra gente ser mais técnico assim que lindo isso é nome de romance assim do do Itamar Vieira Júnior [Risadas] prótese narcísica
o fogo certo queimar a prótese narcísica pronto isso falou fogo só que a gente trata eles como Magos né que tem que ser prefeito da cidade tem que ser sábio tem que ser seguidos que tem muito a ensinar e ao invés de colocá-los no lugar de essa pessoa precisa talvez de tratamento e a gente precisa prestar bastante atenção que o que tá vindo dali não é necessariamente muito legal a gente inverte a lógica e entra numa mentalidade de seita e o o guru a ser seguido E aí por que que a gente faz isso porque
essas pessoas têm um dos maiores sonhos que a gente almeja hoje na psicoespaço o direito de fazer o que quiser hum pudesse fazer o que quiser e o único jeito de julgar é através da via do hate e não da gente conseguir pensar que assim pera aí Mas é interessante isso a bolsa de r$ 70000000 faz sentido no atual estado da as coisas vamos parar para pensar um pouco é a história muito engraçada da gente achar que uma geração vai nos salvar né Esse foi a narrativa sobre J durante pelo menos uns 3 4 anos
claro essa geração vai nos salvar assim que elas deixarem de comprar celular e tênis novo no tiktok quando isso vai acontecer adoraria saber mas que é claro e não dá pra gente terceirizar tudo pro jovem da mesma forma que o geração ansiosa ele é um pouco eh ele é cístico né eu acheo ele bem pessimista é e ao mesmo tempo não dá pra gente concentrar isso só na juventude porque o jovem é a esponja do mundo então se a gente tá falando que o jovem tá mais ansioso a gente também tá tendo notícias de que
a gente também não anda lá muito bem da cabeça né então como é que a gente consegue de novo articular sistemas ou articular formas né É É interessante como quando a Camila Frender recebe um hate falando que o nariz dela tá assim ou assado e ela fala olha deixa eu te falar uma coisa tô preocupada com você vamos ter que pensar né olha que interessante né assim ela ela faz uma função analítica quase de eu não vou pra clínica do não vou pra clínica do confronto né eu não vou tentar um ataque frontal contra você
como todo mundo tá fazendo na internet eu vou te dizer olha vamos para um terceiro lugar em que a gente vai as duas juntas olhar para essa situação e falar assim faz sentido como é que a gente consegue fazer isso em larga escala Esse é o problema que eu tô interessado era isso que eu queria te perguntar é assim existe saída individual ou coletiva e que que você sugere que possam ser não quero não quero Fórmula Mágica porque não existe Fórmula Mágica Mas quais são os caminhos possíveis você falou só um comentário que eu queria
fazer que agora e as escolas e até o aesp Né o governo de São Paulo eh tá considerando proibir celulares em escolas para criança e adolescente você acha que é um caminho também olha vamos lá vocês avisaram né que era bom vir o pesquisador não o psicanalista né porque psicanalista dá resposta gente quis sua faceta não a gente quis sua faceta que talvez nos exponha então Eh esse caso dos celulares nas escolas ele é muito muito bom né Eu tô bem mergulhado nessa história principalmente porque Os relatos clínicos das reuniões de pais nas escolas sobre
esse assunto Olha esse merecia um documentário Hein gente vocês dois que são bons nisso esse esse rendia bastante por qu eu acho isso muito fascinante porque não dá pra gente achar que a escola vai resolver né terceirizar isso pra escola é um negócio muito ingrato a gente precisa de mais aparatos a gente precisa de mais soluções é Aquela Velha História mas meio absurda meio clichê mas ainda assim absurda né o governo federal teve muito mais reuniões com as empresas de bets do que necessariamente com as ongis e com os órgãos de saúde responsáveis pela proteção
adicção uhum bom spoiler não acaba bem né já sabemos onde é que vai parar essa história mas eu eu acredito numa né um dos livros que mais me orienta que é o livro do gataria a revolução molecular a gente precisa conseguir criar vários grupos de várias formas de várias dimensões para que a gente consiga atravessar isso juntos eu não sou o tipo de analista que acredita que a cura tá só entre quatro paredes Precisa de algum tipo de engajamento social e precisa de algum tipo de pactuação com o grupo curioso que você ten usado a
palavra engajamento Olha só ó fiz até minha voz de analista para você uma vizinha analisei você se análise selvagem chama isso hein é no meu caso completamente selvagem porque eu nunca estudei eu nunca abri um livro do Lacan então muita gente como as pessoas escrevem nos nossos comentários eu sou um psicanalista formado pelo vibes e análise exatamente tirei meu diploma Mas quais são os grupos que a gente consegue pensar né que a gente consegue porque engajamento é essa palavra que foi sequestrada né mas o engajamento Tem uma função essa função hoje ela tá sendo exercitada
ela tá sendo exercitada paraas igrejas a gente tem um terço da população brasileira evangélica não é à toa e e eu tomo muito cuidado antes da gente entrar na chave da demonização de Esse povo é tudo maluco etc e tal Porque existe uma função social que as igrejas fazem hoje que nenhuma instituição tá conseguindo fazer no nosso país que é grupo de apoio vamos conversar tá difícil reparo social Fulano perdeu emprego como é que a gente vai ajudar essa pessoa criação de comunidade exato o probleminha que a gente tá vendo é que no caso isso
também tá sendo amplamente usado como massa de manobra manipulação poder enfim a lista é vasta mas né Não quero ser ingênuo ou superficial demais aqui mas como é que a gente recorre a grupos que consigam fazer a gente atravessar algumas dessas coisas e acho que isso de alguma forma acontece quando a gente vê por exemplo tantos grupos do livro ou mesmo tantas comunidades ou as pessoas tentando criar o o date no grupo de corrida mas claro isso ainda tá restrito a partes muito baixas da população né E aí letramento midiático E aí quantas coisas relacionadas
a regulamentação né e tudo isso vai ficando meio atravancado né porque viver no Brasil é isso né a gente Caminha caminha caminha e parece que o carro quebra e a gente tem que dar uma empurrada mas aí não consegue leva 8 anos para trocar o pineu exato Ah gostei não não faria muito sucesso num tweet porque é meio complexo demais e tem contexto demais mas eu me dou por satisfeito eu tentei Chico não t tentamos todos assim não estamos aqui para trazer resposta graças a Deus a gente só tá aqui para trazer gente falando e
não para trazer resposta mas olha que é básico mas também tão raro né tão escasso eu penso muito nisso eu penso muito nisso na clínica que é a nossa gramática afetiva vai ficando meio empobrecida quando a gente só consegue consumir coisas da mesma forma ou do mesmo jeito sabe é Ah eu só assisto e só escuto true crime bom primeiro boa sorte segundo vai chegar uma hora que vai ficar difícil a gente conseguir se relacionar com as pessoas trocar ideia com qualquer pessoa exato bom preciso diversificar um pouco o o tipo de afeto ou de
circuito afetivo que eu entro no meu entretenimento enfim a mesma coisa na internet né a mesma coisa nas nossas relações a gente não tem o o o melhor amigo que faz tudo necessariamente com a gente ou a vida é povoada por amigos que fazem exatamente as mesmas coisas que a gente a gente precisa de um pouco de variedade né de diferentes tipos de capital social né Um capital que estabelece Pontes com pessoas que são diferentes e um capital social que ou relações que ofereçam pra gente também Irmandade com pessoas que são parecidas algo parecido pra
gente pensar no nosso consumo internético ou o que que a gente obtém das mídias sociais que é sempre o mesmo tipo de conteúdo a gente tem um problema ou isso mobiliza na gente o mesmo tipo de afeto a gente tem um problema tem um personagem que você identificou uma vez Chico que eu achava muito interessante que era meio que um Hater profissional eu gosto muito dele a gente Manteve contato desde então ele era fascinante né é isso é uma pessoa normal com uma vida normal ele chega em casa ele entra num perfil fake e ele
tem ele só segue criadores de conteúdo que ele odeia e ele passar de duas a 3 horas por noite xingando essas pessoas é o lazer dele em vez de ver um filme ele entra e ele vai xingar as pessoas no Instagram que ele detesta se a gente dá um experimento de 5 bilhões de pessoas na mão das pessoas em que todo mundo pode exercer tá essa sua função troll porque é isso né a função troll acabou o mundo bom aí vai ficar difícil né a gente vai votar como trolls a gente vai comprar como trolls
a gente vai se relacionar como trolls e aí vamos ligando ponto assim né só psicologia aula um Ah então agressões violência é um negócio que não para de crescer suicídio é um negócio que não para de crescer ansiedade é um negócio que não para de crescer radicalização política é um negócio que não para de crescer hum Onde estará o problema ou eu eu acredito que o mcluhan tava certo o meio é a mensagem e o sujeito é a mídia e a gente hoje incorporou a mídia nada hoje parece tão importante na Esfera social e cultural
quanto o perfil o perfil nos define consequentemente onde a gente exercita esse perfil também influencia as nossas identificações as nossas relações E aí vai todo beabá de novo então bom Vamos repensar esse negócio porque tem AL uma coisa que tá tá esquisita mesmo no ar a gente tá sentindo isso tudo é urgente você precisa falar daquilo naquele momento mas nada é importante é tudo desimportante é tudo uma discussão que você não teria na vida real isso é o que a gente nomeia como entretenimento crônico Ah e presente extremo né é uma um achatamento ó láia
de novo o achatamento mas é um achatamento temporal em que a gente não tem mais passado presente e futuro a gente só tem o presente imediato o presente Extremo e o presente iminente né tá tudo nesse Grande de presentismo em que a pergunta mais absurda que pode existir é onde você se enxerga Daqui a 5 anos né Ainda mais se vi do RH Ainda mais se vi numa entrevista de emprego aí aí pegou gente Ah acho que é isso obrigado pela sua consulta gratuita saímos com eu tô fascinada assim te ouvindo são vários vários tapas
na cara né a gente pensa muito Nossa B eu ainda viin paisana assim achei que eu tava leve hoje mas não não consegui né Não mas a Bia é uma privilegiada sabe por quê Porque Primeiro ela conseguiu a oportunidade de conversar com a Juju por 4 horas que era uma coisa que é o sonho de muita gente trocar ideia com a judu e agora uma sessão de análise de graça exatamente pô e ainda é CLT Bia vai Sai da internet você não precisa eu vou ser cancelada no Twitter sai você não precisa é o o
Twitch vai ser esse né assim a Bia é uma Ah é muito fácil né É muito fácil ser a Bia do jeito que ela também tem acesso né assim sem Seme nessa chave vira para um outro lado André Muito obrigado vai curtir seu feriado a gente já te fez trabalhar no no dia 15 de Novembro estamos aqui muito um prazer te receber Obrigado Bia obrigada Chico Obrigada André muito bom te ouvir gente Obrigado pelo convite sempre um prazer contem comigo e com isso a gente fica por aqui esse foi de saída a vida fora da
internet um podcast que encontra e conversa com uma das maiores YouTubers do Brasil que decidiu sair da internet há 4 anos e [Música] meio sou Chico felite criador e roteirista eu sou Beatriz Trevisan faço a reportagem e também assino roteiro a produção é do Otávio bonf do Alan Batista a edição de som e trilha sonora S do Lu lenc a arte de capa do podcast da Catarina pinato e a gerência das redes do podcast é da domica mes obrigado por ter ouvido até aqui e a gente se em breve um abraço [Música]