Como conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental?

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TV Senado
No Senado, uma série de debates busca medidas para a conservação ambiental. Este Senado Notícias Esp...
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junho é o mês do meio ambiente no senado uma série de debates lembra o papel dos biomas na produção de água a importância da biodiversidade e discutir estratégias de conservação ambiental mas será que temos algo a comemorar o brasil é um dos países mais importantes no cenário internacional no que se refere à biodiversidade a preservação das florestas ea manutenção dos recursos hídricos no congresso várias propostas tramitam para flexibilizar o código florestal em vigor desde 2012 também vem sendo discutida a ampliação do uso de agrotóxicos para o aumento da produção agrícola entre avanços e percalços permanece
um desafio como conciliar desenvolvimento econômico e preservação ambiental nesta edição do senado notícias dedicada ao tema do meio ambiente nós vamos conversar com o professor luiz honorato da silva júnior o professor da universidade de brasília e especialista em economia dos recursos naturais e em avaliação de políticas públicas mas antes da entrevista o professor vamos assistir a uma reportagem especial de dinalva ferreira e mariana abril sobre os avanços que o país teve nos últimos anos no tema ambiental e os principais desafios que temos a enfrentar vamos conferir o brasil é uma potência ambiental nós temos mais
de 22 por cento das espécies vivas do mundo nós temos mais de 11 por cento da água doce disponível no planeta nós somos responsáveis em parte pelo equilíbrio do planeta um avanço que merece destaque que o atingimento do desmatamento zero no bioma mata atlântica não só é essa meta foi atingida como também já é possível detectar sinais e é recuperação desse bioma nós temos hoje é cerca de 13% do território nacional é com unidades de conservação e terras indígenas é isso é bastante a gente tem a lei de crimes ambientais a lei nacional de recursos
hídricos a lei de concessões de florestas públicas do sistema nacional de unidades de conservação nós tivemos um avanço muito significativo foram 40 anos de construção de uma política ambiental reconhecido internacionalmente como consistente e que lamentavelmente em pouquíssimos meses a gente vê um esforço muito grande de desconstrução disso quando o presidente fala nós vamos transformar a amazônia em um grande celeiro de alimentos do mundo fala isso este lá no amazonas ele é envolvido com culpa podemos desmatar a amazônia porque agora tá sendo autorizado pelo governo federal será apresentado pelo presidente não está perdendo essa coisa que
é o envolvimento da sociedade com a proteção está desmatando à toa que o time precisa fazer isso no brasil tem mais de 150 milhões de hectares ou seja uma coisa tipo duas minas gerais de pastagens sendo que boa parte dois terços delas tão mal aproveitadas são horas que a gente já abriu já desmatou e não está gerando riqueza para a sociedade acho que o maior desafio é conciliar desenvolvimento um de desenvolvimento econômico conservação ambiental e na verdade em são andré agônicos e muito pelo contrário complementares nós entendemos que o maior problema hoje no brasil é
o meio ambiente em áreas urbanas o maior problema do brasil está nas cidades basta você vê o esgoto que corre a céu aberto o lixo jogado nas cidades nas ruas é a qualidade do ar que não é boa e 80% da população brasileira vive na cidade [Aplausos] [Música] a gente vê diversas iniciativas no legislativo é de desconstrução desse arcabouço legal como se fosse assim né cada a cada cinco anos a cada dez anos você revê uma legislação ambiental como se isso não tivesse um impacto nem sistemas que não se regeneram e não se mudam né
de características com essa velocidade da legislação [Música] isso é um golpe na proteção dos biomas brasileiros hoje nós já perdemos em torno de 20% da floresta com essa lei nós vamos a 40% os cientistas estão dizendo que isso nós chegarmos a mais de 30% de destruição da floresta ela deixe de ser a amazona e começa a passar por um processo de savanização e isso será uma tas triumph para o sistema hídrico brasileiro uma conquista da nossa condição que diz que o proprietário privado ele não pode usar a terra dele é como ele bem querer e
ele tem que exercer o seu domínio sobre aquela área em prol da sociedade produzindo alimentos produzir riqueza mas também preservando o meio ambiente um novo governo ele está revendo tudo que foi feito até agora e várias coisas positivas estão sendo também realistas com velocidade muito grande eu espero que essa insanidade não prospere que o congresso cumpra o seu papel de barrar essas insanidades legislativas não se pode destruir os recursos de milhares de anos pelo lucro de apenas algumas décadas com prejuízos enormes para as gerações futuras mas também agora nós queremos primeiro ter um controle do
desmatamento ilegal da amazônia é melhorar portanto o perfil dessa interface do desenvolvimento econômico com a conservação na área da amazônia queremos também é o final do mandato ter índices da da agenda de qualidade ambiental urbano saneamento na qualidade do ar no lixo enfim é índices muito melhores do que estes que nós recebemos hoje nosso maior problema é retomar a idéia de que uma política ambiental é positivo para o país porque nós estamos numa guerra de narrativas sobre a importância do meio ambiente que tem sido muito desfavorável porque fizemos enquanto 30 anos pós constituição é algo
bastante relevante temos que assegurar o patrimônio foi de poder seguir nesse caminho de valorizar o brasil enquanto o brasil enquanto o verde da nossa bandeira eu não tenho dúvida que defender o meio ambiente é defender as vidas humanas que ainda estão por vir e que por isso que eu acho que ele acha não eu tenho certeza que transcende a une o o o espaço territorial brasileiro nós estamos falando meio ambiente só no brasil o meio ambiente uma questão planetária é uma questão mundial é um direito humano essencial a crise ambiental a emergência afeta mais os
mesmos nós somos a espécie ameaçada de extinção forte o futuro desenhado com muito triste agora também pode ter um futuro muito bonito se a gente tem tempo que nós ainda temos tempo a salvar o planeta só depois disso o professor luiz honorato pelas entrevistas que a gente acabou de ver a gente percebe de um lado é que o brasil de fato construir um arcabouço legal é muito interessante no sentido da busca da preservação ambiental do desenvolvimento sustentável por outro lado a gente vê um direcionamento do atual governo no sentido de uma reorientação dessas políticas não
é ambientais que avaliação o senhor faz desse momento que nós estamos vivendo que é ser passados praticamente seis meses do novo governo mudou o direcionamento mesmo e eu acho que mudou ficou claro que houve mudanças mudanças no ponto de vista da perspectiva da agenda na e acho que algumas parcelas ou uma parcela da população brasileira que estava com menos voz passou a ter mais voz para suas a a participar mais ativamente do debate não estou dizendo com isso que isso melhor o pior é o estado de coisas da gente né do brasil mas que essa
essa parcela da população estava meio que marginalizada do debate ambiental é brasileiro né eu acho que algumas questões que que estão vindo à tona que estão sendo trazidos à baila são importantes se discute que antes era uma discussão secundária por exemplo a questão da no ambientalismo urbano na de fato a gente mora na cidade 80 por cento cada um em cada cinco brasileiros quatro na cidade uma discussão importante e isso é uma discussão que a discussão ambiental no brasil e no mundo é uma discussão muito sensível próprio é nós somos um meio ambiente nós fazemos
parte do meio ambiente não é que o meio ambiente é importante para a gente nós somos parte dele nós não temos de fato um plano b neste mundo acabasse o claro numa perspectiva mais apocalíptico até na gente não tem pra onde a gente não tem para onde me garten temos que cuidar do planeta sem dúvida alguma isso é uma condição necessária agora também temos que avançar ou pelo menos manter o estado de de coisa de bem estar econômico que a gente adquiriu nos últimos anos é sempre fizemos uso dos recursos ambientais que estamos envolvidos nisso
estamos dentro disso e não dá pra abrir mão deles agora como fazemos uso como vamos é tornar essa dinâmica possível pra que a gente possa fazer uso da maneira mais eficiente mais adequada possível essa pergunta talvez do século 21 porque porque enfim os problemas estão aparecendo né cada dia e não sei se porque eles se agravam mas também o também não é porque nós temos hoje instrumentos de medição muito mais precisos então hoje a gente tem capacidade de verificar as mudanças que que acontecem no planeta há uma discussão que não é é ainda totalmente clara
sobre a participação ou do homens de quantos por cento acho que discutir se o homem participou não parece uma discussão meio de sexo dos anjos acho que participa de sons parte do processo agora o quanto é uma discussão que a gente não consegue medir na participação humana nisso e também não está brincando a brincar com isso porque esse mundo acabar a gente acaba com ele percebe certa forma que há um discurso contrário do atual governo há há há uma diretriz internacional de de que é preciso preservar de que não se pode desmatar é argumentando de
que precisamos nos desenvolver também não me parece que a esse contraponto e aí eu pergunto é essa é se essa esse paradoxo desenvolvimento e preservação são realmente antagônicos é possível alcançar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental eu acho que sim não é mais isso e se essa minha resposta sim ela tem um limite obviamente né todo o processo de desenvolvimento cobra uma conta tem uma conta a ser paga não dá pra gente fugir disso o que a gente pode tentar é fazer essa conciliação da melhor maneira possível que também isso não está claro para
nenhum de nós como é que a gente consegue fazer isso agora o processo de desenvolvimento cobra a conta eu eu costumo dizer em sala de aula os meus alunos é que hoje nós vivemos o melhor dia da da espécie humana no planeta e o pior dia para o futuro é daqui pro futuro ou seja a cada dia a gente avança em termos de qualidade de vida o acesso a alimentos mais baratos medicamentos mais precisos mais tudo isso a gente repudia retira do do espaço do ambiente que a gente vive é óbvio que isso também deriva
de exploração dos recursos pesquisa é então assim obviamente que respondem objetivamente a pergunta é dar mas isso tem um limite quer dizer o desenvolvimento cobra-se uma conta se a gente for um pouco saudosista e olha lá pra pra história que a gente imagina da pré história porque não dá pra saber o que aconteceu na pré história né mas se a gente pudesse isso a gente pudesse mt lá pra trás as pessoas viviam muito mais de maneira muito mais harmoniosa com o meio ambiente é um pequeno os coletores e caçadores que respeitavam ambiente mas esse processo
se dava creio eu não porque eles diferentes de nós no sentido do homem não mudou a espécie humana não mudou mas porque os meios com que eles exploravam os recursos ambientais eram totalmente diferente a escala o do processo hoje é muito mais agressivo nós temos 8 bilhões de pessoas nesse mundo para alimentar para cuidar pra assistir isso cobra uma conta ambiental sem dúvida o que a gente precisa é encontrar a melhor maneira e aí eu acho que é importante né a gente melhorar o espaço de debate melhorar a discussão e ouvir todos os atores porque
todos nós somos participantes dessa dessa agenda não tem ninguém de fora agora existe um caminho algumas empresas têm procurado trilhar esse caminho nós tivemos um dos debates aqui dentro da série de discussões de junho verde no senado em que vieram representantes de empresas como por exemplo a natura veio também o representante de uma empresa que ele trabalha com placas solares energia solar ea gente vê que existe um caminho a que algumas empresas têm procurado trilhar a onde você consegue conciliar quer dizer a a sustentabilidade ambiental é com digamos assim uma sustentabilidade econômica inclusive com a
busca de lucros é uma opção econômica também existe esse caminho agora ele digamos não é qualquer negócio que que vai texto nesse caminho é professor pois é eu acho que esse é um nicho nessa oportunidade que as empresas devem estar atentas porque como disse eu esse é um desafio agenda de todos nós eu não acredito francamente que alguém seja contra o meio ambiente que alguém está disposto a ver o planeta estilo aquele filme mad max na destruído apocalypto todo mundo defende o meio ambiente agora também todos nós temos os nossos interesses e às vezes nossos
interesses eles ficam na frente né do interesse ambiental ou daquilo que a gente chama de interesse ambiental global eu acho que só a oportunidade para as empresas empresas têm que estar atentas à a a essa agenda porque ela agrega valor agrega valor é eventualmente essas empresas e não estou fazendo referência obviamente é uma das empresas citadas aqui né mas pode acontecer é isso ver e ouvir isso se torna meramente uma peça de marketing e propaganda não é e sim e também eles conseguem espaço ainda assim isso em relação aos setores de fato alguns setores eles
são é terrivelmente localizados na agenda não é difícil alguns setores da economia serem vistas o bem vistas pelo pelo ambientalismo porquê porque cai naquele schecaira naquela idéia de que olha são esses os inimigos do do ambientalismo do meio ambiente ou da árvore detalhe quer dizer estas atividades exigem os setores econômicos existe porque procuro atender às necessidades humanas então eventualmente a gente que todos nós que temos uma um uma sensibilidade maior às questões ambientais a gente se ver se pega nas contradições fazendo uso consumindo produtos que a gente talvez não quisesse está consumindo porque traz uma
contradição na a gente está comprando um produto que traz alguma de alguma maneira uma agressão forte ao ao meio ambiente mas porque temos necessidades na temos necessidades e as necessidades humanas a teoria económica estuda isso né elas são infinitas não elas não têm limites se houver oferta vai haver demanda se alguém oferecer um serviço um produto vai ter alguém interessado em adquiri lo não é e na hora que a gente está consumindo na hora que a gente está comprando eventualmente a gente não lembra do impacto que aquilo teve sobre o meio ambiente quer dizer é
mostra que de certa forma é cada pessoa tem que estar o tempo todo avaliando suas opções suas escolhas até de consumo seus padrões de consumo não é dentro desse processo por outro lado diante do que o senhor estava dizendo eu vejo também que exerceu disse existem existe um discurso existe existem interesses muitas vezes não são aparentes e quer dizer então a forma de tornar esses interesses é mais claros é o debate neto também tem que dar margem a que as opiniões contrárias se manifesta em para esclarecer se é isso então o congresso tem um papel
importante ele sem dúvida eu acho que uma era que não dá pra gente furtar pra gente sair do debate a geou em ou é se esquivado debate nem eu também acho que não não ganhamos nós agregamos nada quando a gente vai anulando o adversário da batina desqualificando o adversário porque normalmente eu eu eu parto da premissa que o inter o flamengo o meio ambiente é de interesse de todos nós eu não tenho nenhuma cápsula pra quando o planeta tiver sendo destruído fugir para o outro planeta não é ninguém tem que eu saiba a gente depende
disso aqui a gente não tem como suportar isso agora os interesses são diversos não é e os interesses também nos leva a eventualmente a mudar de de lugares não é eventualmente a gente está num lugar dependendo do meus interesses eu posso ir para o outro lado do espectro e ainda que não quisesse fazer isso porque aquilo às vezes ferem algum tipo de convicção algum tipo de percepção de alta percepção que eu tenho sobre a minha natureza mas é o meio ambiente ele tá aí pra gente usar a gente precisa né não a gente não vai
deixar de poluir gente não vai deixar de contaminar é impossível isso porque nós somos humanos e enquanto estamos vivendo estamos fazendo isso agora a gente pode sim fazer um debate a gente pode discutir a respeito de tecnologias a respeito de uso a respeito de mitigar efeitos por exemplo eu acho que o debate que a gente vem fazendo brasil muito sério hoje é a gente parte para uma discussão um pouco mais avançada sobre os instrumentos econômicos ambientais onde a gente parasse de proibir restringir limitar ea gente pudesse começar a exigir quem polui pág quem usa pague
ou seja uma política ambiental um pouco mais inteligente é uma agenda difícil muito difícil mundo todo se debate se debruçar sobre essa agenda mas eu acho que é o nosso debate e às vezes não é eu acho que ela está no meio que no século 19 meio que no século 20 as pessoas ainda estão assim xingando o outro acusando ea gente não tá é feito atualmente discutindo uma agenda mais moderna mais produtiva em que a gente atacar que frontalmente os nossos problemas que não são problema de todos nós agora professor dentro desse processo todo é
muito importante a construção de uma agenda brasileira de uma agenda que represente os legítimos interesses nacionais para que não fiquemos reféns digamos de uma agenda internacional não é sem dúvida eu acho que todos os países têm sua própria agenda né é a gente óbvio tem que estar atento ao debate lá fora né a gente não pode estar distante até porque eu como foi dito na reportagem o brasil é um país importantíssimo nessa agenda na verdade o brasil é um país importante em qualquer agenda mundial não é ea gente não possa fora do debate mundial agora
nós temos uma agenda interna nós temos problemas próprios de um país que não se desenvolver o que é um país pobre ou se você considerar de renda média não é com muita desigualdade com muita pobreza com muita miséria e ao mesmo tempo um país abençoado disso por deus né pouquíssimos países podem desfrutar daquilo que a gente recebeu com dotação inicial a gente tem uma o estoque neodi ativos ambientais imprescindíveis acho que viajava por qualquer país qualquer povo do mundo então temos que ter uma do debate nacional temos que ter um debate e um debate e
volta a dizer que a gente priorizar se os nossos problemas que a gente fosse menos armado na - é com vontade destruiu opositor na e com uma vontade maior de dialogar e encontrar soluções para os problemas que não são fáceis não são pequenos são muitos nessa agenda ambiental e sempre serão e e eu quero acreditar que ela só tendem a se agravar pra frente porque porque a gente tem ainda uma pressão demográfica muito forte no mundo todo não só do brasil no mundo todo e e f e atua a chamá a maneira como que a
gente utiliza os recursos ambientais é cada vez mais agressiva né então a gente tem uma agenda enorme pra gente discute pra frente e nós ficamos por aqui agradecemos a presença do professor luiz honorato da universidade de brasília especialista em economia dos recursos naturais e em avaliação de políticas públicas obrigado pela sua companhia e até o nosso próximo encontro [Música]
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