Olá, galera. Tudo bem com vocês? Amara Moira falando, professora de literatura.
E estamos de volta com mais um "Quer Que Desenhe? ", o programa que te ajuda a dominar qualquer assunto a partir de mapas mentais incríveis que criamos juntos. Espera ai.
Antes de começarmos, já se inscreve no canal e ative o sininho, meu anjo. Assim, você vai ficar sempre sabendo das aulas grátis que rolam por aqui. Antes que eu me esqueça, baixe o mapa completo no link da descrição e aproveite para assinar o descomplica com desconto.
Tem coisa melhor? Só esse episódio de hoje. Vamos nessa?
Os gêneros literários foram criados há muito tempo. Foi com Aristóteles, signo (figurão) da filosofia, que lá na antiguidade clássica aconteceu a primeira tentativa de sistematização das formas literárias, organizando os textos por características de estrutura ou conteúdo em comum. Entretanto, gêneros literários são diferentes de gêneros textuais, que é uma nomenclatura moderna, contemporânea, e diz respeito aos objetivos de textos em determinadas formas de comunicação, mas neste vídeo vamos focar nos gêneros literários.
Três deles acabaram se destacando, e é sobre eles que vamos falar aqui: o épico, o lírico e o dramático. A primeira categoria que vamos desbravar hoje é a do gênero épico/narrativo. Esse é o gênero com que se contam os feitos heroicos de um povo.
A figura do herói sempre está presente e suas aventuras são narradas em tom elevado. Um bom exemplo desse momento são as famosas obras de Homero, "A Ilíada" e "A Odisseia", mas também "Os Lusíadas", de Camões. Com a perda de prestígio desse gênero no últimos séculos, o aspecto narrativo dessa narrativa começou a ser mais relevante do que a necessidade de possuir um herói ou narrar grandes feitos.
O termo, sendo agora definido como "textos destinados a contar uma história", obras em prosa, como os romances, passaram a estar incluídas aqui. Existem alguns elementos essenciais dessa classificação que você precisa saber. Anota ai.
Em primeiro lugar, o enredo, responsável por contar a história. Dai os diversos tipos de narrador que, quando for personagem, estará sempre na primeira pessoa do singular, apresentando uma visão parcial e, às vezes, pouco confiável como "Dom Casmurro", por exemplo, mas também pode ser um observador, aparecendo na terceira pessoa e geralmente de um caráter neutro. Uma outra forma possível seria um narrador onisciente, ou seja, que possui um conhecimento pleno dos personagens e suas ações, podendo, inclusive, acessar seus pensamentos.
Esse também utiliza a terceira pessoa. Outros elementos importantes do gênero narrativo são os personagens, que podem se dividir em protagonista, coadjuvante ou antagonista; o tempo, que pode ser linear, ou seja, numa sequência cronológica ou então não linear, por exemplo, um tempo psicológico, indo e vindo sem que a gente nunca saiba direito o momento em que a narrativa está; e por último, temos o espaço, onde tudo decorre, que pode ser tanto um lugar real quanto um imaginário. A segunda classificação é do gênero lírico, que recebe esse nome porque originalmente o texto era acompanhado por uma lira.
Para os antigos, esse tipo de texto era o ideal para trabalhar a subjetividade do poeta que, em versos, manifesta emoções, desejos, impressões, sensações, entre outros sentimentos. A lira deixou de ser necessária, mas o restante da definição segue super atual. Um bom exemplo disso são os sonetos do Vinícius de Moraes.
Nesse caso, não existe um narrador como vimos no gênero épico/narrativo, mas sim um eu-lírico, que se apresenta em primeira pessoa em textos geralmente poéticos. O último gênero dessa tríade é o gênero dramático. Lá <i>atrazão</i>, duas modalidades se destacavam nesse ponto.
A tragédia, em que o protagonista é oriundo de classes nobres, a linguagem é elevada e o desfecho é trágico - lembram do Édipo Rei, do Sófocles? -; e a comédia, em que o protagonista não pertence às classes nobres e a linguagem pode ser coloquial, explorando situações consideradas ridículas, risíveis. Atualmente, no entanto, várias outras modalidades surgiram e o termo vem sendo usado para agrupar textos voltados para encenação, como um roteiro de teatro, cinema e novelas, por exemplo.
A estrutura desse tipo de escrita tem pontos em comum com o gênero narrativo, como enredo, personagens, tempo e espaço, mas não possuem narrador, porque a história é contada de forma indireta por meio dos diálogos e das ações dos personagens. Existe, além disso, um outro diferencial importante. No gênero dramático, temos a presença e rubricas, que são informações de apoio para a leitura e montagem.
Acha que acabou? Que nada. Ainda temos dois pontos importantíssimos que surgiram com a modernidade e que podem ser a pegadinha daquelas questões de literatura do vestibular.
Se liga. Um deles é o termo "textos híbridos", que nada mais é do que o nome que se dá para textos que misturam gêneros distintos. Já o gênero ensaístico, é uma nova possibilidade de classificação que reúne textos não-ficcionais, mas que apresentam literariedade.
Mas o que é isso, <i>profe</i>? É o uso artístico-expressivo da linguagem. Cartas, ensaios, artigos, diários, crônicas e autobiografias são alguns dos exemplos que podem se encaixar nesse grupo.
Vamos entender isso melhor? Lembra de Pero Vaz de Caminha, aquele cara histórico que documentou a chegada de Pedro Alvarez Cabral no Brasil? Então, as cartas que ele escreveu são colocadas dentro do gênero ensaístico, porque embora tivessem um propósito nitidamente informativo, usava também muitas figuras de linguagem e outros recursos tipicamente literários, ou seja, esse texto não-ficcional fez o uso artístico da linguagem.
Sacou? Pessoal, eu vou ficando por aqui, mas vocês podem rever esse vídeo quantas vezes quiserem, acompanhando o mapa mental completo que está disponível grátis no link da descrição. E, para complementar, ainda pode garantir um desconto esperto na assinatura do Descomplica.
Vai lá conferir. Se você gostou desse vídeo, deixe seu <i>like</i> e comenta aqui embaixo. Ah, e não esquece de se inscrever no canal.
Todo dia tem uma aula grátis diferente por aqui. Vejo vocês na próxima. Tchau!