era um dia qualquer como outro qualquer e eu tava saindo do trampo cansada pegando Aquele ônibus lotado que só Deus sabe peguei o 497 ali em Botafogo lotado de gente voltando do centro como sempre sentada no fundo encostei a cabeça na janela e Fechei os olhos tentando não pensar em nada só esperando a hora de descer mas como sempre a vida não deixa a gente ficar em paz né no meio do balanço do ônibus entre uma freada e outra dei aquela olhada de lado e quem eu vejo Mariana minha vizinha ela morava no mesmo prédio
que eu no mesmo andar até só que a gente quase nunca se falava sabe aquelas pessoas que moram do lado mas você só dá um oi de vez em quando pois é era assim ela era toda certinha estudiosa vivia de óculos e livros na mão enquanto eu já era mais doida vivia na rua cheia de tatuagem cabelo colorido e som alto cada uma no seu mundo eu sempre achei engraçado como a gente era tão diferente mas ao mesmo tempo tinha alguma coisa nela que me deixava intrigada sei lá aí ela Senta do meu lado no
ônibus não era como se tivesse outra opção né O buzão estava lotado e só tinha o espaço ao meu lado Ela Sentou meio desconfortável ajeitando a bolsa no colo e eu ali só observando de canto de olho eu sempre achei ela bonita sabe daquele jeito meio nerd mas com um charme diferente não era o tipo que chamava a atenção de todo mundo mas para mim tinha algo talvez fosse o jeito tímido ou o fato de ela ser tão na dela tão distante da minha vida caótica eu tava de fone mas com o volume baixo só
esperando a oportunidade de puxar conversa só que claro a vida me deu aquela oportunidade meio do nada o ônibus freou bruscamente e ela deu aquela balançada sabe quase caiu em cima de mim Eu segurei o braço dela para ajudar e ela riu sem graça falei alguma coisa boba tipo cuidado aí quase cai em mim hein e ela riu de novo com aquele riso baixinho meio sem jeito aí a gente começou a com conversar no início era aquela conversa boba de sempre perguntei de onde ela vinha o que tava fazendo e ela falou que tinha saído
da faculdade tava estudando para um concurso nada que eu não imaginasse mas o jeito que ela falava era diferente ela parecia nervosa Sabe como se não estivesse acostumada a falar com alguém como eu ou talvez com ninguém não sei vai ver eu tava lendo demais nas coisas só que sei lá rolou uma parada ali eu comecei a perceber que apesar de a gente ser tão diferente tinha um clima estranho no ar eu tentei não pensar muito nisso segui conversando mas conforme o papo ia rolando eu senti algo se mexendo dentro de mim ela era meio
desajeitada mas era isso que me fazia querer saber mais eu queria ver o que tinha por trás daquele jeitinho quieto porque parecia que ela escondia muito mais do que mostrava Chegamos no nosso ponto lá em Vila Isabel e descemos juntas a rua tava cheia a noite começando e aquele calor típico do Rio deixando tudo mais devagar caminhamos juntas até o prédio falando de qualquer coisa e eu sentindo aquela tensão esquisita crescendo quando chegamos no portão ela me agradeceu pela conversa e eu do nada falei que a gente podia tomar um café qualquer dia desses Se
ela quisesse ela hesitou mas acabou aceitando com aquele sorriso tímido que ela sempre dava Subimos juntas e eu fui direto pro meu ap mas a cabeça já estava lá na frente pensando no que tinha rolado era só um papo certo só uma vizinha conversando com outra mas por que que eu tava pensando tanto nisso Fiquei na dúvida tentando entender por que eu estava tão interessada Não era como se eu fosse do tipo que ficava presa em detalhes eu sempre fui mais prática sabe mas por algum motivo a Mariana tinha mexido comigo os dias passaram e
eu continuei vendo ela de vez em quando no elevador no corredor mas nada demais a gente trocava uns ois uns sorrisos mas não passou disso até um dia que ela do nada me chama no corredor e pergunta se eu ainda tava afim daquele café e aí meu coração deu aquele pulo estranho no peito claro que eu tava afim falei na hora marcamos no fim de semana e eu fiquei pensando em como seria eu não fazia a menor ideia do que esperar Mariana não era o tipo de pessoa com quem eu costumava sair então eu não
sabia como agir no sábado a gente foi num café simples perto de casa chegamos lá e a conversa começou Meio devagar mas logo engrenou ela falava muito sobre os estudos sobre como a família dela sempre colocou muita pressão para ela ser a melhor e eu falei das minhas aventuras pela cidade das bandas que eu curtia e de como eu gostava de viver sem muita regra o mais louco é que quanto mais ela falava mais eu me via presa naquilo era como se a gente fosse de mundos completamente diferentes mas houvesse algo em comum uma vontade
de descobrir de sair da zona de conforto Mariana parecia Nervosa mas interessada no que eu dizia e eu não conseguia parar de olhar para ela de um jeito diferente a noite estava tranquila e o papo foi fluindo Até que a gente começou a falar de coisas mais pessoais Mariana confessou meio sem jeito que nunca tinha saído com ninguém que sempre focou nos estudos e que no fundo tinha medo de se envolver com alguém ela parecia tão vulnerável falando aquilo que eu senti uma necessidade de tranquilizá-la falei que isso era normal que ninguém tem que seguir
um roteiro na vida que cada um tem seu tempo ela ficou em silêncio olhando pro café como se estivesse tentando entender tudo aquilo foi aí que eu percebi que a gente estava num ponto sem volta não sei explicar bem mas a a atmosfera mudou o jeito que ela olhava para mim o jeito que eu olhava para ela tudo ficou mais intenso não era mais só uma conversa entre vizinhas tinha algo mais ali algo que eu não conseguia evitar quando a gente saiu do café andando pela rua já escura eu senti aquela tensão crescer caminhamos em
silêncio por um tempo até chegarmos no prédio no elevador o clima tava tão pesado que dava para cortar com uma faca quando chegamos no andar eu sem pensar muito perguntei se ela qu queria subir para meu ap tomar mais um café continuar a conversa ela hesitou Claro mas depois de uns segundos aceitou entramos no meu apartamento e tudo parecia normal mas eu sabia que nada Ali era normal eu tava nervosa o que não era comum para mim acendi uma luz fraca na sala Coloquei uma música baixinha e a gente sentou no sofá a conversa continuou
por mais um tempo mas logo o silêncio tomou conta eu tava ali olhando para ela e sabia que ela tava sentindo o mesmo e então sem pensar muito eu me aproximei foi uma coisa de momento sabe não tinha nada planejado mas o jeito que as coisas estavam indo Eu só segui o fluxo quando nossos lábios se tocaram eu senti o mundo parar por um segundo foi um beijo lento delicado mas cheio de intensidade ela parecia surpresa mas não recuou pelo contrário foi como se naquele momento tudo fizesse sentido para nós duas aquela noite foi cheia
de descobertas não só para ela mas para mim também a gente se conectou de um jeito que eu nunca tinha experimentado antes era tudo tão novo para ela e eu me senti responsável de alguma forma por guiar aquela experiência mas ao mesmo tempo ela me surpreendeu aquele jeito tímido aquela insegurança foram sumindo aos poucos e ela foi se mostrando de um jeito que eu nunca imaginei Quando a Noite terminou Eu sabia que as coisas tinham mudado para sempre não dava para voltar atrás ela dormiu nos meus braços e eu fiquei ali olhando pro teto pensando
em tudo que tinha acontecido eu sabia que aquilo não ia ser simples que tinha muita coisa pra gente descobrir mas de alguma forma eu tava empolgada com o que vinha pela frente no dia seguinte quando ela acordou o clima tava meio estranho ela tava visivelmente confusa como se ainda estivesse processando tudo a gente trocou umas palavras meio sem jeito e ela foi embora eu sabia que ela precisava de tempo para digerir o que tinha rolado e eu também a verdade é que por mais que eu tenha vivido muita coisa aquilo ali era novo para mim
também eu não conseguia parar de pensar naquilo tava tudo meio confuso na minha cabeça e olha que eu não sou de ficar pensando tanto nas coisas Geralmente eu deixo rolar vivo o momento e não fico remoendo mas depois daquela noite com a Mariana parecia que tudo tava diferente eu tava acostumada a sair com gente mais direta que já sabia o que queria Sem enrolação só que com ela o bagulho foi outro tinha uma coisa delicada sabe como se ela fosse feita de vidro e eu não quisesse quebrar nos dias seguintes a gente não se viu
tanto ou melhor eu até havia de relance no corredor descendo ou subindo do elevador mas ela parecia estar fugindo de mim eu não sou boba dava para perceber que ela tava esquisita evitando qualquer contato Oi rápido sorriso sem graça e logo sumia dentro do apartamento dela confesso que me incomodava um pouco mas também não sabia como lidar eu nunca tinha passado por isso lembro de um dia em específico foi uma terça eu tinha acabado de voltar do trampo cansada para caramba e decidi que não ia ficar encanada com essa situação fui tomar banho Botei uma
música E pensei vou dar um jeito de falar com ela acabar logo com essa tensão não aguentava mais aquele clima esquisito entre a gente Acabei o banho e fui pegar uma cerveja na geladeira sentando no sofá pensando no que falar tipo não ia ser nada demais só uma conversa para deixar as coisas Claras só que antes que eu pudesse pensar em qualquer plano de ação ouvi um barulho do lado de fora olhei pela janela e vi que tava começando a chover sabe aquelas chuvas do Rio que chegam do nada molham tudo e vão embora rapidinho
era uma dessas eu fiquei encarando as gotas caindo no vidro e de repente escutei alguém batendo na porta no fundo eu já sabia quem era levantei rápido e quando abri lá tava ela Mariana parada na porta com aquela carinha nervosa o cabelo meio bagunçado já molhado pela chuva que começava a apertar ela não disse nada de cara ficou só ali me olhando como se estivesse esperando eu falar alguma coisa eu abri um sorriso meio sem jeito e dei passagem para ela entrar perguntou se estava tudo bem mas no fundo eu sabia que não tava tava
Claro que ela estava confusa mexida com o que tinha acontecido ela entrou devagar se encolhendo um pouco como se o apartamento fosse muito grande para ela ou como se ela estivesse invadindo um espaço onde não deveria estar eu ofereci uma cerveja e ela Balançou a cabeça recusando ficamos em silêncio por alguns segundos e foi aí que ela soltou quase que de uma vez Olha eu não sei o que aconteceu mas eu não sei o que fazer com isso Aquilo me pegou de jeito sabe não pela surpresa porque eu já esperava que ela viesse com esse
papo mas pelo jeito que ela falou parecia que tava carregando o mundo nas costas eu suspirei fundo tentando entender o que falar Mariana era diferente de qualquer pessoa com quem eu já tinha me envolvido então eu não podia só jogar qualquer resposta eu disse que não precisava se preocupar que a gente não tinha que colocar um nome em nada que as coisas podiam ser mais simples falei que eu não esperava nada dela que a gente podia ir devagar só que ela ainda tava nervosa mexendo nas mãos sem saber para onde olhar e aí do nada
ela começou a falar sobre o quanto aquilo tudo era novo para ela que nunca tinha se envolvido com ninguém muito menos com uma mulher que não sabia se era isso que ela queria eu ouvi deixei ela falar tudo que precisava porque era claro que aquilo estava entalado na garganta dela ela disse que sempre viveu focada nos estudos nas expectativas da família que nunca tinha parado para pensar em quem ela era de verdade no que queria de verdade eu entendia apesar de ter vivido uma vida completamente diferente eu sabia como era viver cercada de expectativa de
gente te empurrando para uma direção que nem sempre é a sua quando ela terminou de falar eu me aproximei devagar sentando do lado dela no sofá falei que no fundo ninguém sabia o que queria logo de cara que todo mundo estava meio perdido e que não tinha nada de errado em se descobrir aos poucos disse que eu também estava tentando entender o que a gente estava vivendo e que não tinha problema se ela quisesse tempo se quisesse espaço a única coisa que eu não queria era que ela se sentisse pressionada ela olhou para mim e
eu vi os olhos dela ficarem mais calmos não completamente mas já era um começo a chuva lá fora batia na janela fazendo aquele som suave e a gente ficou um tempo em silêncio cada uma nos seus pensamentos era como se as palavras não fossem suficientes como se o que tivesse rolado entre a gente não pudesse ser resolvido só com uma conversa depois de uns minutos ela levantou dizendo que precisava ir que tinha muita coisa na cabeça eu entendi acompanhei ela até a porta e antes que ela saísse falei para ela não sumir que eu tava
ali para quando ela quisesse conversar ela sorriu de leve aquele sorriso que eu já tava começando a entender melhor meio tímido meio aliviado nos dias seguintes a gente não se falou muito mas não tava mais aquele clima estranho de antes ela não estava mais fugindo de mim e eu respeitei o espaço dela sem forçar nada mas eu sabia que aquilo não tinha acabado tinha mais coisa ali e era só questão de tempo até a gente ter que lidar com isso de novo o que eu não esperava era que essa conversa fosse acontecer tão cedo na
sexta à noite estava rolando um pagode ali perto de casa e eu resolvi dar uma passada chamei uns amigos e a gente ficou ali bebendo rindo curtindo o som eu tava distraída meio envolvida no clima mas sempre com a Mariana no fundo da mente e de repente quem eu vejo do outro lado da rua ela com uma galera que eu nunca tinha visto ela não me viu de primeira mas eu eu fiquei ali observando de longe tentando entender o que ela estava fazendo ali naquele rolê que claramente não era a praia dela ela tava com
uma amiga pelo menos parecia ser amiga e outras pessoas ao redor eles estavam conversando rindo e ela parecia mais solta do que o normal eu fiquei surpresa não era o tipo de lugar que eu imaginaria ela indo mas ao mesmo tempo algo ali me fez entender que ela tava tentando se libertar talvez experimentar coisas novas decidi não ir até ela de im ato fiquei no meu canto aproveitando a festa mas de olho lá pelas tantas vi que a galera com quem ela tava começou a dispersar E ela ficou meio sozinha Olhando em volta como se
estivesse procurando alguma coisa foi aí que ela me viu nossos olhares se cruzaram e eu dei um sorriso levantando minha cerveja num comprimento meio de longe ela hesitou por um segundo mas depois sorriu de volta e eu vi ela começar a caminhar na minha direção ela chegou meio sem jeito mas o sorriso no rosto me deixou mais tranquila falei que não esperava vê-la ali e ela riu dizendo que também não era Claro que ela estava tentando se soltar e eu respeitei isso deixando o papo fluir naturalmente perguntei como ela tava se as coisas estavam mais
calmas na cabeça dela e ela me disse que sim mas que ainda tinha muito que processar a noite foi passando e a gente ficou ali conversando rindo e eu percebi que ela tava mais leve talvez a distância dos Últimos Dias tenha ajudado mas seja como for ela tava mais à vontade t e isso fez com que eu me sentisse melhor também a gente não falou diretamente sobre o que aconteceu naquela noite no meu apartamento mas o clima entre a gente estava diferente mais tranquilo como se tivéssemos dado um passo à frente sem precisar explicar tudo
a festa foi acabando e a gente começou a voltar juntas para casa o caminho era curto mas cheio de Risadas como se o peso que tava entre nós tivesse finalmente se dissolvido quando chegamos no prédio eu senti que aquele era o momento de falar alguma coisa de deixar claro que para mim aquilo não era só um lance qualquer que eu realmente estava interessada em saber onde aquilo ia dar Parei em frente à porta do apartamento dela e antes que ela entrasse segurei a mão dela de leve falei que se ela quisesse a gente podia tentar
entender aquilo juntas Sem pressa Sem pressão disse que eu gostava da companhia dela que me sentia bem perto dela e que por mim a gente podia seguir descobrindo o que era aquilo no nosso tempo ela olhou para mim com aqueles olhos grandes e por um segundo achei que ela ia dizer alguma coisa mas ela só sorriu e deu um beijo no meu rosto não foi um beijo de despedida qualquer foi um beijo que disse muito mais do que palavras ela entrou no apartamento sem dizer mais nada mas eu sabia que a conversa não tinha acabado
ali naquela noite deitada na minha cama eu fiquei pensando em tudo Mariana não era como as outras pessoas com quem eu tinha me envolvido Ela tinha algo que me fazia querer mais que me fazia querer entender o que tinha por trás daquela fachada tímida e e insegura e pela primeira vez em muito tempo eu estava disposta a esperar a dar tempo ao tempo e ver onde aquilo ia dar no fundo eu sabia que aquilo ia ser complicado não porque ela não gostava de mim mas porque ela ainda não sabia como lidar com tudo que tava
sentindo e honestamente eu também não sabia mas uma coisa era certa eu estava disposta a descobrir essa história com a Mariana me fez perceber que a vida nem sempre Segue o nosso ritmo e tá tudo bem com isso Às vezes a gente só precisa desacelerar dar espaço e tempo para as coisas acontecerem naturalmente aprender a respeitar o tempo do outro e o nosso também é um passo importante para viver qualquer relação de forma mais leve e você já passou por uma situação parecida onde precisou esperar para entender o que realmente queria ou o que o
outro precisava me conta aí nos comentários vou adorar saber as experiências de vocês se você curtiu essa reflexão e quer mais histórias que fal sobre essas descobertas e encontros inesperados da vida não esquece de curtir o vídeo e se inscrever no canal assim você não perde os próximos relatos e reflexões que vem por aí compartilha também com alguém que pode estar precisando ouvir essa mensagem às vezes o tempo é o melhor presente que podemos dar a nós mesmos e aos outros até a próxima n