Unknown

0 views11558 WordsCopy TextShare
Unknown
Video Transcript:
Boa noite a todas as pessoas aqui eh seja sejam todos bem-vindos e bem-vindas a esse canal da prograde eh nós estamos hoje aqui com atividade bem diferente aqui no nosso canal nós estamos hoje iniciando eh uma rodada de discussão sobre as obras literárias do vestibular da UNEB E aí nós estamos nominando as terças literárias Então a partir de hoje e algumas terças-feiras subsequentes teremos discussões aqui de professores convidados de autores de livros de professores da área para discutir as obras eh eu sou Gabriela Pimentel Sou professora da UNEB e atualmente eu estou como pró-reitora de
ensino de graduação desta Universidade a qual eu já sou docente há 23 anos e eu me sinto é um prazer eh fazer parte dessa equipe eh dessa gestão da Universidade hoje comandada eh pela nossa pela nossa reitora é a professora Adriana mármore ela que apoia todas essas iniciativas e ela vem né apoiando de perto essa discussão sobre as obras inclusive como sugestão de que nós trouxéssemos para a discussão todos os livros todos os livros que foram escolhidos para o vestibular da UNEB então aqui eu gostaria de externar eh o nosso agradecimento a reitora a professora
Adriana mármore por apoiar e por acreditar nesse trabalho que se começa hoje também gostaria de externar o nosso agradecimento à professora Maria das Dores e ao professor Gil deci que conduziram e a organização dessas atividades o contato com os docentes a composição das obras que seriam discutidas os dias and os horários a disponibilidade dos nossos convidados E aí também já externando nosso agradecimento a todos os docentes autores convidados que estarão conosco eh a partir de hoje e em especial hoje ao nosso colega professor da universidade o professor aderlan que tá aqui conosco é um prazer
recebê-lo eh e aí a ele estender meus cumprimentos a todos os docentes e que estarão aqui Professor vércio aqui hoje professor Welton e depois subsequente alguns outros docentes eh esse ano do po vestibular 2005 nós estamos eh trabalhando com 10 obras literárias para o vestibular da UNEB ampliamos eh modificamos uma lista que já vinha há mais de 8 anos né então fizemos um trabalho dentro da Universidade de 6 meses de escuta Aos departamentos aos cursos de língua portuguesa eh sobre a indicação de quais obras deveríamos mudar e acrescentar no vestibular da UNEB considerando os marcadores
sociais considerando aquilo que a universidade traz como princípio que é a diversidade que é a inclusão que é a perspectiva de trabalhar todos os marcadores sociais dentro do do fluxo Acadêmico da Universidade do Estado da Bahia que é uma universidade de toda a Bahia então eu não vou me alongar Porque hoje a noite é dos autores dos docentes que estão aqui passei só para dar essas boas-vindas e iniciar essa atividade das terças literárias hoje o professor aderlan que ele vai se apresentar vai vai conduzir essa discussão eh com os os dois professores convidados E aí
seja bem-vindo aderlan já externando aqui o nosso agradecimento tá aqui conosco nesse momento nessa noite tão especial e desejar né aos nossos inscritos no vestibular da UNEB boas vibrações Bons estudos Aproveite Essas atividades nossas aqui divulgue compartilhe eh os vídeos todas as lives ficarão gravadas aqui no canal da prograde então vocês podem indicar mostrar os links voltar rever quantas vezes vocês tiverem necessidade daquilo que foi discutido aqui então Anderlan com você e bom trabalho aí boa discussão com os nossos colegas Obrigado Professora Gabriela boa noite boa noite ao professor welon professor Vil aos demais que
estão nos acompanhando aí né no canal do YouTube pela prograde eu sou o professor aderlan sou do campus nove da Universidade do Estado da Bahia em Barreiras fui aluno desta Universidade no curso de letras hoje sou docente do colegiado de letras também tenho formação em Direito sou mestre em língua e cultura pela Universidade Federal da Bahia e eu estarei aqui acompanhando as discussões de vocês no chat dialogando né a a intermediando as discussões dos professores convidados dados como a professora Gabriela muito bem pontuou eh Esta é uma atividade da prograde né da pró-reitoria de ensino
de graduação que vai trazer aí discussões de obras literárias que estão ah elencados aí para o vestibular 2024 a gente sabe que a literatura ela tem o poder de nos tocar de nos sensibilizar de nos humanizar e mais do que a obtenção de um resultado no no vestibular eh eh a gente acredita que essas obras elas são necessárias as discussões elas são pertinentes porque a gente sempre precisa ressignificar o nosso olhar né na sociedade nas nossas relações interpessoais e a literatura ela tem esse papel Então essas nossas lives das terças literárias elas vão até o
dia 3/12 então Todas as terças a partir das 19:30 a gente vai se encontrar aqui acompanhando toda as discussões né com os convidados bom hoje nós teríamos ah duas obras literárias para a discussão né a niquet uma história de poligamia da escritora moçambicana Paulinha chiziane e a outra obra dia bonito para chover de Lívia Natália infelizmente nós tivemos um contratempo nós tivemos aí um um impedimento de agenda e esta segunda obra neste exato momento ela não vai ser discutida Tá então vamos para as nossas eh discussões e aqui brevemente vou apresentar as credenciais dos nossos
convidados Então quem vai dialogar conosco aqui é o professor José Welton Ferreira do Santo Júnior o professor José Welton é doutor em letras pela Universidade de São Paulo mestre em estudos étnicos africanos pela UFBA graduado em letras também pela Ufba e atualmente é professor da UNEB Campus 23 Seabra na sequência nós teremos aí o professor vér Gonçalves Conceição que vai mediar as discussões o professor vércio é pós-doutor pela Universidade Federal do Maranhão Doutor e mestre em Literatura e cultura pela Ufba graduado em letras espanhol pela Universidade Estadual de Santa Cruz UESC e atualmente a professor
da UNEB Campus 2 Alagoinhas então estamos aí com todos os As Pratas da casa os nossos docentes professores que vão contribuir para essas discussões então o professor José Welton muito bem-vindo Professor V muito bem-vindo e neste momento eu passo a fala né para vocês Olá boa noite Professor aderlan eh Professora Gabriela eh Paloma da libras Bom primeiramente eu gostaria de agradecer ao convite né realizado pela prograde em nome da professora Maria das Dores né com quem venho dialogando a fim de construir né esse momento importante né que traz eh visibilidade para as obras do vestibular
da UNEB mas sobretudo Celebra a importância das literaturas africanas né num contexto de relevância e de divulgação como é esse que contribui eh a partir da inserção dessa de uma obra numa lista de vestibular né então eh fico muito contente de saber eh dessa inserção do do niquet da Paulina xizi que é uma obra eh cujos veios cujas perspectivas apontam para muitas direções né E que nos forçam que nos força uma obra que nos força a refletir né sobre o contexto socio-histórico de Moçambique eh sobretudo no contexto pós-guerra né e também nos faz pensar a
recepção dessa produção literária em específico moçambicana no Brasil né eh dito isso eu queria eh iniciar a minha eh exposição eh Artur se você puder colocar o slide eu agradeço Bom primeiramente quero lhes apresentar a Paulina chiziane né essa senhora com esse sorriso simpático né ao mesmo tempo essa expressão forte né que eh é autora entre outras obras de niquet e antes de mais nada eu gostaria de fazer uma breve nota biográfica de Paulina apenas pra gente situá-la né enquanto eh enfim as a sua relação com Moçambique e mesmo as suas eh escolhas enfim que
que atravessam e que marcam a sua produção literária então Paulina Ricardo xi nasceu em 4 de junho de 1955 em manjacaze na Província de Gaz em Moçambique tem origem Shop e é a filha de um Alfaiate e de mãe camponesa mudou se aos 6 anos de sua Aldeia para viver na cidade de Lourenço marqu né hoje a capital de Moçambique designada como Maputo estudou em uma escola missionária católica e morava no bairro de chaman culo no subúrbio da cidade nesse bairro marcado pela divisão racial da Colonial disz ter compreendido o meio o mundo desculpe por
meio de dois fenômenos o domínio dos brancos sobre os negros e a condição da mulher no sistema patriarcal casou-se e teve dois filhos trabalhou na Cruz Vermelha e ingressou no curso de linguística na universidade Eduardo ml embora não tenha concluído Paulina afirma que seu pai nunca aceitou o processo de assimilação mantendo-se resistente ao sistema colonial na escola a escritora aprendeu a língua portuguesa mas em sua casa a comunicação só ocorria em língua Shop um dos idiomas falados em Moçambique em diversos depoimentos fala da importância de uma avó para sua formação como escritora pois teria sido
com ela que aprendera a contar histórias ouvindo principalmente o acervo de as da oralidade Shop ganhou em 2003 o prêmio José craveirinha da associação de escritores moçambicanos justamente com a obra niquet uma história de poligamia entre suas obras destacam-se balada de Amor ao Vento de 1990 Ventos do apocalipse de 1999 o sétimo juramento de 2000 o Alegre canto da perd 2008 As Andorinhas de 2009 e e um livro ensaístico que me parece eh um diálogo interessante para pensar a discussão que ocorre em niquet que é o livro eu mulher por uma nova visão de mundo
do mundo de 2013 lutou na frente de libertação de Moçambique partido que venceu a luta nacionalista contra o colonialismo português levando a independência política do país em junho de 1975 em 2021 ganhou o prêmio por sua contribuição às literaturas de língua portuguesa bom dito isso né apresentando a Paulina eh eu gostaria de ler essa esse fragmento de uma entrevista que ela concedeu a ananá Pereira né em sua tese de doutorado no instituto de psicologia na Universidade de São Paulo e ela diz eu digo que não sou feminista sabe por quê sabe por quê Eu sou
uma mulher conheço histórias de mulheres vivo no meio de mulheres então quando escrevo não estou a seguir corrente nenhuma estou a falar da minha verdade que é que é ser mulher então ser feminista não é crime mas há pessoas que de vez em quando levam esse nome para extremos Ah desculpe é mais extremos ênfase eu não gosto de extremos Eu sou uma mulher passei por situações pelo fato de ser mulher pelo fato de ser negra então deixe-me dizer aquilo que sinto o meu discurso não tem propriamente o caris feminista orientado sei lá por uma determinada
corrente porque a gente sabe que há feministas socialistas feministas de extremos e feministas de outras orientações eu não considero tal coisa eu não me considero tal coisa considero-me uma mulher que vejo um mundo de injustiças à minha volta na minha própria sociedade Então como eues disse Esse é um fragmento de uma entrevista de Paulina A pesquisadora Iá Pereira bom e você pode passar por favor o slide aí tem o mapa de Moçambique né o mapa meio estilizado né que eu encontrei na internet só para que a gente tenha essa perspectiva mais gráfica né do que
vem a ser Moçambique já que ao longo desse romance frequentemente haverá referências ao Norte ao sul né alguns nomes dessas localidades respectivos povos oriundos dessas mesmas localidades né como vocês podem notar Maputo aparece aí bem na pontinha do mapa né no sul de Moçambique e isso é importante de ser tiddo tendo em vista que trará digamos assim eh uma perspectiva específica sobre o processo histórico e a posição da própria narradora personagem dentro do romance pode passar por favor bom Eh aí a gente entra propriamente no livro mas antes eu gostaria de fazer duas advertências a
primeira dela dessa entre essas advertências é que o que eu proponho aqui é uma leitura né E essa síntese ela é sempre um risco né E ela não se sobrepõe ao encontro de fato com a obra então fica a recomendação de que a leitura da obra ocorra né e em paralelo ou ou como consequência dessa advertência a outra que gostaria de fazer que essa minha leitura está ancorada numa perspectiva teórico num olhar analítico específico das dos meus estudos das minhas pesquisas logo eu espero ao menos quando chegar no final dessa exposição parecer coerente com aquilo
que o texto apresenta como possibilidade interpretativa Então feito feit essas duas advertências eu gostaria de partir pra história propriamente dita né E aí eu gostaria de começar com uma provocação do ponto de vista da própria estruturação da obra do ponto de vista de começar a obra ela se apresenta pra gente né penso emquete simultaneamente como um romance como uma história mas também no seu sentido mais eh culturalmente enraizado como uma dança e aí eu penso que essas camadas ou dobras é que constituem o texto de Paulinho um romance que apresenta a história de uma heroína
né de uma personagem narradora que enfrenta desafios desafios que estão marcados tanto pela dinâmica com outros personagens quanto com a própria observação daquilo que entendemos como realidades socio-históricas além disso esse romance ou essa história já que também há um que nesse texto de produzir uma história sobre esse complexo tema que é a poligamia em Moçambique Eh ele também nos ela também nos possibilita eh identificar algumas inscrições culturais desse país por nós brasileiros de maneira geral pouco conhecidos pouco conhecido ou ainda absolutamente marcado por uma mistificação em relação a uma ideia eh como eu posso dizer
eh por vezes pouco concreta da realidade que se apresenta nesses contextos né E aí eu falo de Moçambique em específico mas ampliaria para os demais contextos africanos e por essas áfricas que construímos a partir do nosso imaginário no Brasil eh dito isso aí eu chego a motiv ação Central né do do próprio título né que é identificá-lo como uma dança e acho muito oportuno est Aqui Diante de vércio que é um pesquisador de ritmos e de música de Moçambique portanto poderá contribuir de maneira ainda mais assertiva mas é a própria narrativa que em dado momento
nos dá referências e índices para que possamos Reconhecer essa esse elemento cultural identificado como uma dança do zambezi e de nula e uma personagem a narradora perdão em resposta narradora uma personagem dirá qual que diz Mauá naquele dia despia ao som ritmado dos batuques da minha terra e preparava minha alma para dançar oquete niquet perguntam uma dança nossa dança Maua explica Mauá uma dança do amor que é as raparigas recém iniciadas executam para afirmar somos mulheres maduras como frutas estamos prontas para a vida então para além dessa identificação dequete lá no glossário do livro né
como aparece nas edições do Brasil e isso é muito comum na recepção brasileira das Produções africanas né Essa do glossário já que essas línguas do continente vão aparecendo aqui acá como elemento estruturante dos textos já dizem né que se trata de uma dança de amor mas gostaria de frisar que no interior do romance uma das personagens nos apresentará essa motivação conceitual né que vai dar o título ao romance dito isso né Eu gostaria de avançar um pouco mais e na minha proposta de síntese sempre perigosa tiv semis podê podem nativ comend nuances que apresa doia
eu são as mulheres moçambicanas em sua diversidade cultural corpórea etária né enfim sua condição social e ainda a alegoria da Nação né H nessa tentativa de mapear esses diferentes jeitos formas e e sentidos de ser mulher também uma tentativa de construir esse amálgama né esse tecido cultural que constitui a pluralidade Cultural de Moçambique um país que territorialmente limitado né se divide ainda que de maneira permeável entre o sul e o norte né mas é na sua inteireza que vem reelaborando reconstruindo a sua unidade Nacional desde a independência e 1975 dito isso Volto ao texto para
mais uma vez entendermos como eh essa minha proposta pode se ancorar na própria materialidade textual e cito somos uma amostra dirá a narradora de norte a sul O país inteiro nas mãos de um só homem em matéria de amor o Tony né esse homem dentro da poligamia no romance simboliza a unidade Nacional você pode mudar por favor o slide Bom a partir disso a gente entra na narrativa propriamente dita né Eh pensando em fragmentos né que eu fui selecionando ao longo porque nada melhor do que estudar literatura com a própria literatura acho que é esse
o nosso compromisso como leitores né como professores como alunos né investigar as possibilidades analíticas por meio do que o nosso objeto nos oferece então ainda o começo do romance aparece uma confusão né a própria Rami ou Rosa Maria a narradora personagem né em torno da qual a história vai se desenrolar vivendo um dilema com seu filho mais novo né Há uma confusão na rua e ela já associa a uma determinada conjuntura que talvez não tivesse sido superada ela diz um estrondo ouve-se do lado de lá uma bomba minha antipessoal deve ser a guerra a regressar
outra vez eu não coloquei esse fragmento aí mas eu queria chamar a atenção porque esse dado é um dado importante da história de Moçambique que não pode ser negligenciado né é um dado que confere uma materialidade histórica ao texto identificando justamente nesse período posterior à guerra de eh eh de desestabilização e depois a guerra civil né O que Ramy aponta o que essa narradora aponta É para um conflito histórico né um conflito bélico que vai ocorrer entre o a o o partido que leva Moçambique à Independência a frelimo e um partido que contesta a frelimo
que é a Renam e e e após a independência isso é com a ruptura com o sistema colonial esses dois grupos eles entrarão em conflito armado desde 76 até 1992 né quando eh eh eh Essa guerra ela tem ela acaba né mas os efeitos dela perdurarão inclusive na memória desses indivíduos então quando Rami faz essa referência à guerra estaria ela portanto apontando para esse episódio da história de Moçambique e portanto informando como esse texto ele está ancorado nessa atualidade moçambicana né tendo sido um livro publicado nos anos 2000 né Eh como sabemos tá E aí
ela segue a essa narradora fazendo nessa primeira confusão observação em relação às vidas femininas e que em relação eh eh em relação as quais ela estabelece algum tipo de conexão ou são suas vizinhas moram próximas moram na rua e ela estabelece a partir disso algumas considerações E ela diz quando ela olha para essas mulheres olho para todas elas mulheres cansadas usadas mulheres belas mulheres feias mulheres novas mulheres velhas mulheres vencidas na batalha do amor vivas por fora e mortas por dentro eternas habitantes das Trevas mas porque se foram embora os nossos maridos Por que não
abandonam Por que nos abandonam depois de muitos anos de convivência Por que nos largam como trouxas como fardos para perseguir novas Primaveras e paixões Por que é que já na velhice criam novos apetites Quem disse aos homens velhos que as mulheres maduras não precisam de carinho ó meu Tony queria tanto que estivesse presente traz-me de de novo a primavera onde andas tu que não me ouves Essa é a referência que Rami faz e que se identifica com as outras mulheres de sua rua a ausência desse homem que vai viver ao longo desse romance apenas como
uma espécie de fantasma que aparece aqui e aco lá né Eh eh na na própria igr enagem do romance mas o centro de digamos assim discursivo será de certo as serão de certo as vozes femininas em seguida ela vai ao viver essa observação social entrar em conflito consigo mesma o objeto em relação ao qual ela vai construir de si uma autoimagem é justamente um espelho né isso aparece como uma figura né como um elemento ao longo do romance que obviamente recupera tanto uma relação intertextual né com as narrativas que em que as princesas olham Pro
espelho dialogam com o espelho mas também uma uma tentativa de autoconhecimento né e de digressão subjetiva e ela fala paro de chorar e volto ao espelho os olhos que se refletem brilham como diamantes é o rosto de uma mulher feliz os lábios que se refletem traduzem uma mensagem de felicidade não não podem ser os meus eu não sorrio eu choro meu Deus o meu espelho foi invadido por uma Intrusa que se ri de minha desgraça Será que essa Intrusa está dentro de mim esfrego os olhos acho que enlouqueci penso em fugir daquela imagem para o
conforto dos lençóis Dou Dois Passos em aga a imagem me imita dou outros dois em frente e ficamos a olhar-te de luz e eu sou um foço de tristeza sou gorda pesada e Ela é magra e bem cuidada mas os olhos dela tem a cor dos meus a cor da pele é semelhante à minha de quem será esta imagem que me hipnotiza e me encanta Quem és tu pergunta eu não me reconheces olha bem para mim Estou a olhar sim mas quem és tu está cega Gêmea de mim um pouco mais adiante ela diz a
narradora tento beijar-lhe o rosto não alcanço beijo lhe então a boca e o beijo sabe a gelo e vidro Ah meu espelho confidente Ah meu espelho estranho espelho revelador vivemos juntos desde que me Casei Porque S hoje me revelas o teu poder Então a partir dessas reflexões dessas considerações Rami vai iniciando a narrativa por favor você muda o slide Artur dito isso Rami irá ser provocada a considerar que seu marido tenha um amante e ela vai em busca dessa amante descobrirá nesse processo que na verdade não não se trata de apenas um amante mas pouco
a pouco vai descobrindo que são quatro mulheres quatro mulheres que se que incorporam digamos assim uma geografia de do próprio Moçambique são mulheres do centro mulheres do Norte e ela mesma uma mulher do Sul entra a suas considerações né quando ela vai percorrendo interrogando que questionando né entrando em contato com as personagens em que ela e eh eh digamos assim constrói uma uma interrogação sobre si mesma ela vai percebendo algumas instituições que inclusive diferem culturalmente o sul do norte duas dessas instituições que eu gostaria de chamar atenção e que perduraram ao próprio colonialismo e o
período posterior a coloniza ação ainda que de maneira eh complexa trata--se do lobolo no sul né o mecanismo em que o marido A Família do marido recompensa a família da noiva né Por esta ser retirada do convívio e portanto por essa sair da unidade de produção familiar então isso pode ser pago com bois com criações ou com dinheiro e caracteriza o sul de Moçambique ou no caso dos ritos de iniciação no norte pelos quais as mulheres aprendem a estimular a sua sexualidade seja a partir da transformação da sua genitália a partir de mecanismos a serem
aprendidos para a uma um desenvolvimento da sua capacidade como eh sujeitos e capazes de envolver o homem capazes de participar do ato sexual de maneira mais plena e uma vez que ela vai conhecendo essas mulheres ela interpela o próprio Tony e ela diz Traição é crime Ton traição não me faça rir a pureza é masculina e o pecado é feminino só as mulheres podem trair os homens são livres o qu por favor deixe-me dormir mas Tony sacudo furiosamente Tony acorda Tony Tony ele não me escuta ronca consegue dormir feliz e deixar-me neste dilema sacana desgraçado
insensível tirano saio da cama e me sento no sofá só para observá-lo sorri sonha por onde desculpe sorri sonha por onde divaga a sua alma em sonhos parece estar no subterrâneo do mar nos interstícios dos Corais no Paraíso Marinho cheio de Paixões no mundo mais azul muito mais puro do que este estará nos braços de Julieta ou de um amor por mim desconhecido revolto Meu tony por onde andas tu você muda por favor o O slide as mulheres do Sul e e uma vez vivendo esse dilema a narradora vai tentar estabelecer uma forma né digamos
assim de apresentar esse dilema ao dizer as mulheres do Sul A partir dessa divisão entre Norte e Sul tá as mulheres do Sul acham que as do Norte são umas frescas umas falsas as do Norte acham que as do Sul São umas frouxas umas frias em algumas regiões do Norte o homem diz querido amigo em honra de nossa amizade para estreitar os laços de nossa Fraternidade dorme com minha mulher esta noite no sul o homem diz a mulher é meu gado minha Fortuna deve ser pastada e conduzida com vara curta no norte as mulheres enfeitam-se
com flores embelezam cuidam-se no Norte a mulher é luz e deve dar luz mundo no norte as mulheres são leves e voam de acordo de acorde soltam sons mais doces e suaves que o canto dos pássaros no Sul as mulheres vestem cores fria tristes e pesadas tem o rosto sempre zangado cansado e falam os gritos como quem briga imitando os estrondos da trovoada usa o lenço na cabeça sem arte nem como quem amarra um feixe de lenha vestem-se porque não podem andar nuas sem gosto sem jeito sem arte o corpo delas é reprodução apenas é
preciso dizer que no contexto da colonização o sul foi muito mais ostensivamente ocupado pelo projeto Colonial né e portanto por todo o seu conjunto de ideologias e de cosmovisões que trataram de sufocar as diversas formas de vida locais nesse sentido como Demonstra o próprio texto as mulheres do Sul acabam sendo mais oprimidas e aí a gente pode pensar inclusive numa dupla opressão a opressão do próprio sistema colonial e a opressão a partir do próprio recrudescimento dessas relações patriarcais entrei em vertiginosas buscas queria saber tudo sobre os amores do meu Tony fui ter com a s
s desculpe a maconde do Norte portanto ela indicou-me a Mauá Mauá suale uma macoinha que é um encanto também do Norte o coração do meu Tony é uma constelação de cinco pontos um pentágono eu Rami sou a primeira dama a rainha mãe depois vem a Enganada ocupando o posto de segunda dama segue-se a luí a desejada no lugar da terceira dama a s a apetecida é a quarta finalmente Mauá sualé a Amada a caçulinha recém adquirida o nosso lar é um polígono de seis pontos é polígamo um hexágono amoroso né o próprio jogo de palavras
de polígono e polígamo né portanto abordando essa questão que também é Central que é a poligamia você passa por favor slide Então nesse sentido haverá uma busca dessa narradora por entender do que se trata essa poligamia tendo em vista que sua vivência cultural no sul de Moçambique e impediu inclusive pela sua vinculação ao cristianismo uma aproximação né pela própria superação dessa prática no Sul a poligamia como Tabu e como história é isso que nos demonstra a narradora ao longo no nesse trilhar da narrativa entendendo que tipo de relações era eram essas nas quais ela est
ela estava inserida poligamia é o destino de tantas mulheres neste neste mundo Desde o tempo sem memória conheço um povo sem poligamia o povo Maua este povo deixou as suas raízes e ap poligam onse por influência da religião islamis soue os homens deste povo aproveitaram a ocasião e converteram-se de imediato é importante dizer que a partir do século vi há uma circulação bastante intensa dos árabes no interior do continente Então as práticas culturais de então acabavam passando por uma espécie de encontro e acolhimento das práticas culturais né de culturas como o Islã né e posteriormente
né o próprio cristianismo eh conheço um povo com tradição poligam desculpe porque poligamia é poder porque é bom ser Patriarca e dominar conheço um povo com tradição poligâmica o meu do Sul do meu país inspirado no Papa nos padres e nos Santos disse não a poligamia cristianizou se jurou deixar os costumes bárbaros de casar com muitas mulheres para tornar-se mon monógamo ou celibatário tinha o poder e renunciou a prática mostrou que com uma só esposa não se faz um grande Patriarca Por isso os homens deste povo hoje reclamam o estatuto perdido e querem regressar às
raízes praticam uma poligamia do tipo ilegal informal sem cumprir os devidos mandamentos é isso que ocorre ao longo de do do da narrativa um dia dizem não aos costumes sim ao cristianismo e a Lei no momento seguinte dizem não onde disseram sim ou sim onde disseram não contradizem-se mas é fácil de entender a poligamia da a privilégios ter mordomia é coisa boa uma mulher para cozinhar outra para lavar os pés uma para passear outra para passar a noite ter reprodutoras de mão de obra para as pastagens e gados para os campos de cereais para tudo
sem o menor esforço pelo simples fato de ter nascido homem faça o balanço do dia trazer estas mulheres perdão apenas para situá-los em relação a essa eh esse outro fragmento e uma vez que ela compreende pelo diálogo com a tia mais velha e por uma série de perguntas à sua família o como compreender a poligamia e que essa poligamia ilegal ela era uma instituição que apenas eh eh garantia privilégios aos homens Ram decide portanto tomar as rédeas dessa situação e esse modelo que antes não lhes era não lhes era interessante tornando interessante e condizente com
aquilo que seria a verdadeira poligamia com seus compromissos e com aquilo que o homem deveria eh assumir como eh sua obrigação enquanto polígamo e ela no aniversário de 50 anos de Tony decide levar as mulheres até a casa e ao levar essas mulheres para casa escancara para a sociedade para a família importante dizer do Sul de Moçambique portanto não poligâmica tudo aquilo que se passava com sua família né nesse contexto escondido velado proposto pelo Tony faça o balanço do dia no final do escândalo obviamente que ocorre Nesse contexto do aniversário paraa trazer estas essas mulheres
para aqui foi um autêntica dança um ato de coragem um triunfo instantâneo no jogo do amor o Tony agrediu me e retribuí o golpe usando a sua própria arma o mundo irá compreender-me ou condenar-me desculpe o mundo irá compreender-me ou condenar-me quem venceu esta guerra quem perdeu ter talvez tenhamos ganhado talvez ambos tenhamos perdido que futuro Abrir eu hoje com estas Minhas loucuras não sei doida eu sou doida me chamo me chamam agora percebo que fui longe demais Onde estará o meu pobre marido a esta hora em casa da Mauá fico com uma crise de
remorço e choro desconsolada não era isto que eu queria para mim nem para o meu lar não era isso que eu queria para o o meu marido você passa por favor o slide nesse sentido dada essa conjuntura toda né portanto Rami entendendo que essa poligamia deveria ser tomada como uma instituição eh já que ela já ocorria mas como uma instituição que atendesse as demandas dessas mulheres compreenderá e fará as mulheres compreender que a sua submissão estaria diretamente vinculado à dependência financeira a Tony e portanto vai definir estratégias junto a essas mulheres para que essas mulheres
garantam a sua própria subsistência conseguimos ter o mínimo de segurança para comprar o pão o sal e o sabão sem suportar a humilhação de estender a mão e pedir esmola as minhas rivais andam Encantadas e tem remorsos da solva que um dia me deram as brigas lá do passado mas eu digo não tem importância foram coisas daquele tempo o que queriam vocês que acontecesse né E aí seguindo eh Há uma uma um questionamento de de ton a Rami no momento em que ele disse que vai se separar dela e Justamente a acusa de ter manipulado
essas outras mulheres contra ele dificultando portanto toda a sua vida e a r e e e ele vai dizer a Rami Rami a minha vida era boa Fazia tudo o que queria visitava as mulheres como me apetecia tirava o dinheiro do meu bolso pagava as quando mereciam agora que tem esses vossos negócios julgam-se senhoras mas não passam de rameiras julgam que tem É isso aí um probleminha mas não passam de um buraco julgam que T direito e voz mas não passam de Patos mudos patas mudas estamos a ganhar dinheiro para melhorar a vida Ton eh
Por isso me afrontam porque tem dinheiro por isso me abusam porque tem negócios Por isso me faltam ao respeito porque se sentem senhoras Mas eu sou um galo uma cabeça no alto eu canto eu tenho dotes Peço desculpas por esses problemas de digitação mas foram retirados diretamente de uma versão digital então Imagino que nessa coisa da digitalização deve ter tido algum problema você passa por favor o slide nesse sentido a narrativa entra numa outra ordem de conflito a acontec uma série de coisas e o o Tony é dado como morto uma vez que ele é
dado como morto a sua família pratica em nome da tradição uma série de violências contra Rami destituído como a mulher eh autêntica né como a viúva verdadeira e portanto obrigando-a a passar por uma série de rituais que vão desde a a raspar o cabelo mudar suas vestes até retirar todos os seus bens todas as possibilidades de conforto que ela deveria ter como viúva inclusive para manutenção dela e de seus filhos e em meio a tudo isso Tony retorna né e entra em conflito com as artimanhas dessa tradição que foi orquestrada por sua própria família e
em relação a qual Rami num primeiro momento não consegue confrontar depois descobre o que a armação que tá ocorrendo mas em alguma medida pretende se beneficiar disso porque tem a possibilidade de passar por um novo rito de iniciação e ter uma noite de amor com um homem interessante né E que a interessa um primo de Tony Levi e Ton vai dizer foi desumano o que fizeram contigo a cultura assassina ele entra em Delírio diz que não sabia que a vida era má nem imaginava que as mulheres sofriam tanto a gente vai vendo uma mudança dessa
perspectiva de Tony sempre achara que a sociedade estava bem estruturada e que as tradições eram boas mas só agora percebia a crueldade do sistema que seria do teu futuro se eu tivesse mesmo morto e o que seria dos meus filhos dos seus estudos tantos anos trabalhei trabalhei para construir e vejo tudo destruído por causa de um engano podiam levar tudo Ram mas ao menos deixaram colchão para meus filhos não condenes a tradição Ton Ram eu já morri assassinado pela tradição por isso assumo o risco de desafiar o mundo dos homens aí mas ao final né
vai fazendo umaação em torno de o desenvolvimento da própria história porque cada uma das mulheres vai percebendo que aquela relação com Tonio já não mais as interessa e elas vão seguir o seu caminho e ramia avalia da seguinte forma ruínas de uma família a Lu que é a luí né a desejada Partiu para os braços de outro com Vel e grinalda a Ju a Julieta a Enganada está loucamente apaixonada por um velho português cheio de dinheiro a s a apetecida enfeitiçou o padre italiano que até deixou a batina só por amor a ela a Mauá
a Amada ama outro alguém só fiquei eu a rainha a principal para lhe salvar a honra de macho todas elas vieram e pousaram no meu teto uma a uma como aves de rapina agora levantaram voo uma atrás da outra todos amaram o meu homem sugaram lhe todo o mel e partiram agora está a beira do abismo treme pede socorro meu Deus eu sou poderosa eu sinto que posso salvá-lo desta queda tenho nas mãos a Fórmula Mágica dizer sim é resgatá-lo dizer não é perdê-lo mas eu o perdi muito antes de o encontrar ignorou muito antes
de me conhecer e Dirá para Ton não posso não te posso salvar tento salvar-te mas não o consigo não tenho força sou fraca não existo sou mulher os homens é que salvam as mulheres e não o contrário E aí o final do romance é Tony percebendo vai acontecer spoiler percebendo que Rami está grávida questiona como uma espécie de última Âncora da sua dignidade né de homem eh ferido se Aquele filho é seu e Rami informará que o filho é de seu primo né Tony sai pela rua embaixo da chuva e com todos os seus arrependimentos
e todas essas mulheres esse mosaico de mulheres demonstram eh digamos assim uma perspectiva sobre a história de poligamia Muito obrigado então agora a é comigo né já que não tem ninguém da da organização aí eh eu fiquei muito feliz em ver a sua a sua eh leitura jusé Welton porque eh embora eu não trabalhe com esse período pós Independência de alguma forma quando a gente pesquisa o período colonial a gente acaba indo para eh pensar também o pós Independência porque houve né como você bem colocou a guerra pela independência e e no imediato eh eh
eh momento livre de Moçambique inicia-se uma uma uma guerra civil como aconteceu em Angola e nos outros territórios de língua portuguesa e aí e é você faz uma uma uma leitura muito coerente assim para que eu conheço de Moçambique porque eu estive lá e eu converso com os moçambicanos e e eh eu percebi embora não tenha lido com do jeito que você leu né e eh niquet mas participando de vários eventos com as pessoas de letras eh a leitura é sempre muito focada no olhar do Brasil e do ocidente do feminismo negro né as pessoas
esquecem que eh eh estudar as literaturas desses desses territórios eh africanos de língua portuguesa mas não só né Falo de língua portuguesa porque é onde temos nos concentrado nos últimos anos eh eh é levar em consideração essa relação que está ainda muito e eh não vou nem dizer latente que ela é presente né a tradição e eh eh e a modernidade né aimo que que é é a frente de libertação de Moçambique que começa como uma organização eh eh contra a o o colonialismo mas se se transforma em partido que está no poder até hoje
tem é pensou o ideal de nação e eu percebi isso sem ler o romance nas nas nas nos vários nas várias apresentações sobre ele assim gente está gritando aí e e conhecendo um pouco da personalidade de Paula chiani uhum né que ela tá o tempo todo nesse lugar de de de de retorno à às Origens as tradições né o eu vi um último clipe dela que e eh não sabia que ela cantava também mas tem um clipe dela lindo Hum e e e ela traz uma coisa pra cena do clipe que é interessante porque assim
para frelimo isso não é possível se eu não me engano não é nem permitido sim pelo menos no sul fazer referências a as a aos cultos né tradicionais eu estive lá e eu perguntei né uma das primeiras coisas que eu perguntei gente como são os cultos tradicionais que lá no Brasil a gente juntou tudo chama de Candomblé aqui como é el não se fala nisso é um silêncio dizer que não existe pronto que acabou que colonização terminou com isso que que lá Eles venceram o que essas palavras aparecem muito fortes ainda hoje que já estava
no discurso de Eduardo ML na década de 60 né é preciso matar a tribo para nascer a aí já tá dizendo é preciso deixar para trás a tradição né o que eles cham de tribalismo é tudo relacionado a tradição eu acho muito legal essa essa explicação que você traz aqui eu não tinha pensado ainda de Tony representar essa nação única né não era mais porque assim tem as nações africanas como luí Bernardo ou Ana coloca né que que tem a ver com isso os macuas os no contexto de Moçambique pensar na ação para o para
o o moçambicano é pensasse como makua como chope como como changana como honga que né changana E honga que estão no sul Mas são são duas eh Nações africanas diferentes dentro de Moçambique né Uhum que que essa coisa da até essa coisa da geográfica ela é pensada pela pela eh pela colonização né sim com certeza eh e é é é muito aleatório para para os povos tradicionais L E aí eu fico preocupado com foi a primeira questão que eu pensei em trazer quando eu eu eu recebi o convite né eu nem sabia ainda que era
que era você que ia apresentar a obra que que Como você como é que as pessoas no Brasil estão abordando esse essa essas essas obras porque eu estive numa numa numa das últimas dos últimos eventos que eu fui a pessoa fazia uma leitura exatamente fincada no Brasil e nos Estados Unidos era como se Rame fosse essa mulher traída apenas esquece que ali estamos falando e uma coisa que eu que eu percebo como muito forte nas narrativas de Moçambique mas ouso a dizer que nos outros territórios também embora eu conheça pouco mas eu percebo isso em
em onj quando ele faz a nós choramos pelo Canoso de novo ele O conoso Ali é apenas uma uma alegoria né s pode funcionar como muita coisa logicamente xian enqu ela tá trazendo a relação de gênero mas trazendo a relação de gênero na perspectiva de contestar aí e o o o o a tradição e a e a a a a sociedade o homem novo né a nação moderna e aí me me surge a pergunta porque essa você você você tem consciência que essa leitura Nossa pro Brasil ela eh eh eh vai ser contestada em muitos
muito pros nossos colegas né Uhum O que é que o Enem espera E aí eu tô falando agora pensando e Eh esses esses estudantes que estão assistindo a Live para falar né responder uma prova eu não sei porque Hoje realmente eu estou muito por fora quem elabora essa essas questões né Eh eh O que que a banca espera desses estudantes que temha que trega essa leitura Nossa que tem muito mais o pé fincado no que o Moicano pensa do que né quando você trouxe aquela fala de X ali F assim não estamos certos com essa
contradição é E aí mas assim eu pensei e se a tendência Qual é o que que a banca espera desse estudante que ele apresente essa leitura Nossa ou mantenha essa essa leitura muito fincada nas nas nau do pensamento ocidental e aí eu tô falando ocidente gente para quem tá assistindo aí não como apenas o lugar geográfico né mas esse lugar que narrou a história no mundo né e eh por muito tempo que hoje vem sendo contestado né esse lugar de de poder de pensamento e aí e eh eu eu me preocupo muito sobre isso o
que é que a banca Quer esse esse estudante ele vai falar vai ler sobre o contexto né de Moçambique e eh entender como como Paulina xizi você Eu adorei quando você fez essa essa apresentação que as pessoas esquecem né que ela lutou pela freim ela pegou em aras de lutar de participar apenas como intelectual ela pegou em armas ela foi pro campo de batalha Mas hoje ela também cont testa frelimo sim não só ela né não sei se você tá acompanhando muitas intelectuais muito é é porque assim quando eu fui lá em 2020 era silêncio
total mas eu tô vendo muitos intelectuais se posicionando tá e embora eu acho que pra gente de fora é muito difícil julgar porque é aquilo Nós estamos vendo como Moçambique como e quer fazer uma comparação com o Brasil como o próprio agualusa estando lá fez né ah esse cara é um novo é um bolsonaro moçambicano uhum e aí a gente sabe que não é só isso que está em questão Até mesmo porque todos eles são eh eh majoritariamente no cenário polí político são cristãos alguns católicos né fervorosos outros evangélicos outros neopentecostais então isso aí é
a cena sempre foi essa porque a a lá atrás na no na luta pela independência essas pessoas estavam também na na na na construção né desse desse projeto E aí eu me preocupo com isso né como é que esses alunos esses estudantes V vão se colocar para pensar sobre niqu Eu acho essa sua pergunta extremamente provocadora mas antes de chegar nela eu gostaria de retomar um tópico da sua fala certo sobretudo em relação à tradição de fato concordo com você com essa sua leitura muito oportuna né de de chamar a atenção dessa eh desse olhar
digamos assim político né para a noção de tradição no período pós Independência né dentro de uma agenda do Estado né do Estado frista de sistemático apagamento dessa dessas referências culturais tidas como tradicionais porque elas impediriam a unidade Nacional né e elas estariam ligadas àquilo que a gente de maneira muito grosseira mas aí eu vou usar também a o romance a própria personagem chama de superstição né as superstições né então Eh me parece e é importante que é Rami que é do Sul que você porque essa ideia é justamente do Sul né exatamente exato que olha
como com um olhar bastante envez né hegemônico para o norte né e de maneira muito eh eh eh discriminatória né seria no norte seria no centro que continua essas práticas o que a gente vai ver é que essa tradição ela acaba sendo ou essa suposta tradição ela acaba sendo um mecanismo de socialização espalhado por todo o território e que vez ou outra ele será agenciado conforme os interesses como interessou a família do Tonio oprimir ainda mais Rami então a própria Rami vai percebendo as contradições nas quais ela cai ao longo ao longo do texto né
é uma personagem marcada por essas tradições o amor Cristão o dilema de ser uma mulher submissa ou se que é uma força e que é bom a gente a gente Trazer isso colocando que é uma forçação de barra para cader para caber nessa nessa nessa ideia de de modernidade né porque e eh quando eu estive em Moçambique a pessoa que me alugou o quarto trabalha numa u de controle de infecção do vírus do HIV sim né E aí ela me disse que a poligamia é algo das eh eh eh dos povos originários de lá né
sim está está na ordem do dia sim o que é que acontece eh mesmo sendo proibida pela freim né sendo tratada como algo que é um ranço do passado Sim ela a poligamia não não deixou de existir e por que que eu fico sabendo disso a partir da da de uma ONG que trata de pessoas que né E como virus Porque ela disse assim se esse cara é polígamo né que é muito comum fica ele ficar realmente ela coloca aí cinco porque geralmente são cinco mulheres cinco esposas né na porque na na na Rami tá
em crise então ela vai tratar como como amantes né ela tá se colocando como ocidentalizada né mas são cinco esposas O que é que essa essa pessoa me disse se esse marido ele sai desse ciclo aqui de cinco esposas e e e e e se relaciona sexualmente com uma mulher que está infectada com HIV quando ele volta para cá Tod então assim são mais é é essa mulher que ele pegou e mais seis pessoas Então é isso que faz aumentar o número de pessoas infectadas então eu trago isso pra gente pensar por a poligamia ainda
está lá ou seja existe uma um esforço para dizer que não é natural mas é vamos dizer pensando né e e de forma mais direta para pra gente se fazer eh eh entender eh a a a monogamia está para as culturas moçambicanas assim como no norte e a a a família matrilinear né os grupos matrilineares então assim eh é é comum são coisas que às vezes a gente acaba lendo com pela lente do Brasil e acaba eh não enxergando coisas que estão ali muito evidentes na na superfície do texto né de forma muito direta e
a gente acaba fazendo uma leitura a outra e e eh eu tô trazendo esses elementos para ajudar pensar mas ao mesmo tempo dizendo assim será que é isso que a banca quer sim então em relação a essa questão da banca bom infelizmente eu não posso traduzir o que essa banca vai definir como critério até porque é a primeira vez né que entra uma obra africana ou já teve antes sim eu acho que sim eu acho que sim e agora eu queria e chamar atenção vércio Para uma questão eu acho que essa [Música] eh essa eh
apropriação do texto africano né que ocorre por exemplo pelos vestibulares no Brasil eu acho que ou ou ou essa apropriação ela vem de maneira séria levando em consideração aspectos pertinentes né que estão ali gravitando Nos romances ou essa apropriação ela é um equívoco né a gente sabe que mesmo no âmbito da UNEB nós temos um grupo alguns grupos de intelectuais dedicados aos estudos africanos Imagino que e é importante que se pense na relevância desses intelectuais né entre os quais estamos nós mas também a outras pessoas né que são capazes de construir uma leitura estabelecer uma
reflexão considerando aspectos específicos dessa culturas desses processos históricos e eu acho que isso vem muito eh eh em sequência né como efeito da efetiva aplicação da Lei 10639 depois reconfigurada pel 11645 né ao mesmo tempo que se fala de culturas afro de Cultura afro-brasileira história afro-brasileira há um índice lá de que fala de cultura e história africana ou a gente leva isso a sério no momento de solicitar né de inserir uma obra dessa entre no acervo eh eh para o qual os nossos em relação ao qual os nossos alunos né pleiteantes a uma vaga na
universidade estão se preparando ou há um equívoco nessa apropriação né mais uma vez estamos mistificando o continente Africano acho essa na verdade silenciando né E aí pensando nisso isso né eu tô falando isso porque eu já tive com colegas meus né colegas eh daqui da Bahia e em eventos por exemplo pessoas que são professoras de literaturas africanas Uhum E aí eu vou eu vou eu vou tratar de novo dessa situação lá no Maranhão em relação a niquet que a leitura foi completamente fora do do do contexto de de de de de de Paulina chiani e
do contexto de Moçambique eraa uma leitura é assim como se o livro fosse escrito por concessão Evaristo Sim vamos voltar e as coisas em pratos limpos que é pra gente tentar ajudar essa galerinha que tá aqui né então a a a a dica que eu daria n para essa questão é aí para vocês é eh não sei se Zé vai vai vai concordar comigo vocês vão observar Como está sendo construída as questões em torno do do romance porque aí vocês vão perceber se se trouxer essas questões conforme estamos colocando aqui que assim é é é
o que chega mais próximo né do que a autora tem como a autora tem se colocado publicamente em suas páginas mas em em eventos e e e programas de televisão né Eh pra gente que estudou o contexto de Moçambique que conhece a cultura a situação política do país antes eh durante a colonização e após a a a a independência seria isso né então assim vocês vão perceber se está sendo se se tá sendo se eh eh o tipo de de narrativa que as questões está estão querendo n construir é essa que estamos colocando aqui ou
se é levando para vocês se apropriarem da narrativa como se fosse uma situação brasileira para vocês terem essa pode acontecer porque eu já tive com professores que estão nas universidades públicas né não nem dizer que está numa numa instituição que não tenha eh pesquisadores São pessoas que pesquisam e com leituras completamente distorcidas da como você bem colocou aí uma apropriação vida da da de de de um de um de um de um produto literário né de uma produção literária que tem um uma historicidade que tem vozes representadas ali e aí nós aqui do Brasil apenas
por sermos negros e por sermos de Candomblé muitas vezes acreditamos que possamos falar dessas desses contextos sem ao menos aprofundar fazer uma leitura verticalizada né eu eu Concordo concordo com tudo isso que você que você falou e e eu queria só chamar atenção Para um aspecto aí considerando a própria Paulina eh todo e qualquer escritor escritora eh ele tem um debate político a ser colocado em evidência né uma posição a ser colocada né O que a gente percebe no trabalho de Paulina e emquete me parece que isso tá muito materialmente posto é que essa polifonia
essas muitas vozes que se contradizem no interior de Moçambique ganham uma plena materialidade Então os nossos alunos não devem compreender niquet como uma receita de bolo se é isso ou aquilo se é verdade ou mentira mas acompanhar o fio da narrativa e aí a gente volta para aquela minha questão lá Inicial eh de de considerar niqu um romance uma história e uma dança porque o romance enquanto enquanto gênero ele é marcado o bom romance ele é marcado por essa polifonia ele é marcado por essas contradições acrescente-se a isso esse contexto que você já enunciou um
pouco vércio de Moçambique em que os intelectuais atravessam processos de censura e de autocensura no próprio interior da do governo instituído né então a gente sabe que há uma geração de intelectuais escritores dos anos 80 que vão tensionar nesse campo de forças ideológicos e assumir um ponto de vista eu acho que o ponto de vista de Paulina é da mulher da mulher moçambicana das divisões e desigualdades de raça né dos conflitos eh que não se resumem a o reducionismo do conflito adição modernidade isso era uma leitura das literaturas africanas nos anos 90 nos anos 2000
estamos agora em outro momento Rami é uma mulher que agencia a a poligamia um dado digamos assim de uma outra tradição diferente da dela já que ela pertence ao sul né A partir daquilo que pode digamos assim contribuir para um posicionamento menos violento menos agressivo menos opressor em relação às mulheres moçambicanas tá que é por aí isso mesmo é é Inclusive a leitura que quando eu vi a pessoa apresentando sobre a exposição de Tony ass ela tava expondo apenas para famí essa contradição cultural né Mas ó tem uma uma pessoa que eu tô vendo aqui
perguntando qual é o sentimento de de de de de Ramy pelas amantes de Tony né que aí a gente só vai corrigir é que não fica amantes amantes é eu acho que eu acho que o discurso de Rami tá tão impregnado acho que que e e Paulina faz a coisa tão bem no início do romance A narradora controla isso tão bem que convenceu até os alunos de que se tratam di amantes quando na verdade elas são ao longo do romance elas acendem a uma outra posição social já mencionada por você eh vércio bom eu penso
que Rami entende que essa estrutura que tá posta ela é uma estrutura legitimada pelo patriarcado né em relação à qual a luta que ela estabelece não pode ser uma luta contra as mulheres e aderida ao homem porque na verdade no movimento de articulação com as mulheres que ela vai conseguir reordenar essa experiência social minimamente para atender a Seguridade a afetividade né a uma vida menos sofrida do que aquela que parece est as mulheres eles estarem fadadas né então me parece que o sentimento dela é de uma construção política social afetiva em nome de um outro
sistema que questiona o patriarcalismo Professor tem outra pergunta aqui a da Letícia Rami é de qual região mesmo do Sul do Sul de Moçambique provavelmente Maputo por ali por a capital uhum tem uma outra pergunta aqui de uma de uma outra candidata ela estava perguntando se estas lives Elas seriam suficientes para eh dispensar a leitura do texto original uma vez que a ela fala que e pess Jé até falou isso no início né Fiz uma advertência no começo reitero advertência não isso é só uma leitura é um convite entendam assim a leitura pensando a partir
de algumas especificidades que nós eu vércio vem assim a gente vem levantando como pesquisadores do campo só isso mas a e olha gente para quem não puder comprar o livro hoje já se encontra muitos livros Inclusive eu acho que uniket por ser pela popularidade dele já deve ter em PDF viu não é uma questão apenas de não poder comprar Eu acho que já é possível ótimo ti que bom que você tá gostando o primeiro passo para entender literatura é gostar já dá a dica aí tissa pro pessoal onde foi que você encontrou o livro em
PDF Você comprou o livro físico É sempre bom ler né porque lendo eh vocês vão ampliar eh eh para além do que a gente conversou aqui porque que a gente e José Welton trouxe trechos né para uma leitura que ele apresentou então assim é preciso que vocês tenham para para estarem preparados pro Enem tem faça uma leitura mesmo atenta né de qualidade mesmo se posicionando eh criticamente entendendo a que mesmo que vocês não consigam de imediato eh eh eh significar as as metáforas né Mas alguma eh Porque foi assim quando eu fui trabalhar com conoso
eu não entendi quase nada mas eu sabia que tinha algo que eu não podia responder com pela teoria da literatura tradicional Uhum E foi aí que eu fui buscar um outro referencial então assim a escrita moçambicana tem características próprias de Moçambique né tanto que vendo treo gqu aqui dis gente muito parecido com Luiz Bernardo ou Ana escrevendo muito lembra Jack também né que tá em Angola mas Jack bebe nessa fonte de Luiz Bernard e aí ó José José Maria tá dizendo que tem PDF gente então assim É sempre bom fazer essa leitura tá preparado pr
pra banca né do Enem inclusive no sentido do que a gente colocou aqui porque é o que foi o que mais me preocupou porque pode pode podem podem ter formulado eh eh as questões né pesquisadores com com posicionamento meu de José welon Mas podem ser outros pesquisadores que que que muitas vezes não não eh por ser Literatura e ser uma obra aberta né considera que é e eh é o a literatura é um texto aberto eu sempre falo brincando com meus alunos é a literatura é a arte em geral é uma obra aberta mas não
é escancarada né assim ela a gente precisa situar essa leitura num contexto histórico social cultural né entender Quem é esse autor que está por trás desse texto né né qual é qual é o posicionamento que que esse autor tem né temos a observação aqui do herasmo também como ah Agora eu entendi errado ele colocou essa observação pode ler Professor Agora eu entendi errado ou a Rami concorda com essa visão de que as mulheres não podem ter direitos simplesmente se submeter pergunto isso por tudo que ela sofreu e dizer que homens então Erasmo eu pensaria aí
no numa estratégia bastante irônica de de Paulina xizi né Eh considerando essas eh transformações pelas quais passa Tony e ela mesma né entendendo que de fato há uma conjuntura opressiva em relação às mulheres os desafios que se colocam para as mulheres são maiores são mais evidentes mas eu acho que ao final ali quando ela diz que e eh o o como é a mulher não salva o homem precisa ser lido pela ótica da ironia né precisa dizer que aquilo que Rami está dizendo é aquilo que essa sociedade em torno está pensando e era aquilo que
até um pouco antes desse arrependimento do do do Tony fazia sentido para ele então é como se ela fizesse uma espécie de couro né a essa essa fala de uma sociedade que continua a subordinar as mulheres embora saibamos que Rami vai formular encontrar construir todas as ferramentas para sair desse contexto opressivo ela vai dinamizar a relação com as mulheres ela vai eh expor o Tony quer dizer não Tony ela vai expor a condição que Tony submete a ela e as mulheres a toda a sociedade né E ela vai mais do que isso ela vai criar
ela vai eh ensinar as mulheres a produzir um efetivo agenciamento que é pela própria capacidade de se manter financeiramente né Eu ia até comentar isso fundamental porque sabemos que no continente africano e pensando eh eh de maneira mais dilatada a mulher é o centro da produção e da reprodução social é ela que produz no campo e é ela que reproduz Porque é ela que tem os filhos isso um fato isso é um fato mas quando a gente pensa nas relações sociais sobretudo marcadas por uma eh relação com os mecanismos digamos assim da vida fora das
Aldeias né interferidas pelo colonialismo tudo isso acaba eh colocando sobre a mulher esse peso sem reconhecer a sua relevância nesses dois lugares da produção e da reprodução Ram irá reiterar essa posição Mas a partir de um outro viés é a partir doo partir de estratégias outras desculpa interromper nós só temos mais TR minutinhos para as considerações e algumas outras perguntas aqui se vocês puderem fazer esse comentário rápido essa situação eu ia comentar justamente porque é preciso considerar uma coisa aí né ela el estratégia da inclusive de revolução no contexto de Moçambique forjar uma submissão para
ir comendo eh corroendo feito C pim né e eh e a gente precisa considerar vou dar um spoiler aqui quem é Tony socialmente falando ele é um homem que trabalha para o Estado então ele eh eh ao ao se tornar polígamo ele está descumprindo como homem de estado com o próprio Estado então há uma denúncia aí dele para afmo de alguma forma né né esse olha o que esse homem que honrado está a fazer né Essa questão aí que a gente precisa considerar quando vai fazer essa essa leitura sobre para quem é que a quem
Ram está denunciando essa essa essa essa postura de Tony que ela é a esposa então assim não como denunciar a família n professores vamos agora aqui para observações rapidinho eh o Adriano colocou aqui Quais os livros do cânone posso fazer paralelo conquete Nossa pergunta difícil não qual ele tá falando né precisa saber qual Canon de brasileiro é preciso saber de qual can pertea se não é é a Júlia coloca outra observação aqui vocês podem fazer um breve resumo histórico sobre de que forma Moçambique foi foi colonizado de modo eh que cada religião região A exemplo
do sul e do norte possui grandes divergências sobretudo em relação à religião isso é muito complicado essa síntese questão mais histórica né melhor buscar textos na busque no no Google e eh eh textos sobre e principalmente assim ó se você coloca descolonização de Moçambique vai contextualizar tudo vai aparecer vários vão aparecer vários textos contando a história da coloniza e do processo de descolonização a Laura colocou um comentário Interessante este livro é escandaloso e chocante mas muito bom principalmente sobre a questão do papel da mulher moicana dentro de sua realidade isso mesmo você vê que ela
rompe né ela fica assim eu nem a tradição vou vou Reproduzir uma fala que vovô do as pessoas falam que foi Sueli Carneiro Mas eu vi um texto de vovô na no jornal na década de 70 ele dizendo assim direita e a esquerda eu sou negro e eu acho que Rami faz isso entre a tradição e a e a modernidade Eu continuo sendo mulher e e e o patriarcado é é preponderante nas nos dois contextos sim né ela abre mão do casamento engravida de outro e segue professores então a gente chegou aqui ao horário já
estipulado já agradecendo a presença aí do professor Welton Professor vér question aí dos nossos futuros alunos da UNEB que estão aí empolgados ratificando a Fala aí dos professores que a Live ou que resumo ou que podcast nunca substitui a leitura de uma obra né do seu original e isso é importante ressaltar Então gostaria que os professores fizessem ess suas considerações sinais pra gente sinalizar fechar na verdade a nossa Live e a próxima vai ficar para o dia vai ficar não na verdade já está agendada para o dia 12 próxima terça-feira às 19 horas teremos outra
rodada aí né outras discussões e que vocês poderão aí fazer perguntas para os convidados então professores poderiam finalizar aí quais são as suas considerações primeiro quem eu ou vércio você que foi o expositor bom gostaria de agradecer ao convite acho que é sempre uma oportunidade né poder poder falar sobre o nosso objeto de trabalho sobre aquilo que a gente gosta isso nos e sobretudo para um público que tá ávido né por conhecer por estabelecer um diálogo né volto a dizer que essa minha proposta eu a entendo como um convite à leitura né poder conhecer a
obra de Paulina não fiquem apenas no niquet né Apesar dessa demanda específica do vestibular Paulina é uma autora que demorou para ganhar a importância que hoje ela tem no Brasil mas me parece que agora esse reconhecimento vai ganhar cada vez mais uma força né E cabe a nós lermos essa autora que tem tanto a nos ensinar né e é uma porta de entrada para uma produção literária que conta com muitos outros escritores escritoras e eh é um modo de olhar para o continente africano talvez distante de alguns dos nossos preconceitos pressupostos e portanto considerar aquilo
que tem de histórico de humano de concreto de verídico naquelas sociedades né E como estudantes que somos sempre temos que partir desse princípio essa curiosidade essa vontade de encontrar o outro tá bom muito obrigado tô muito feliz eu vou no mesmo caminho que eu quiser e vou falar justamente isso é preciso a gente está trabalhando com uma escritora moçambicana Quando vamos ler uma espanhola uma inglesa uma estadunidense a gente a gente entende a a nacionalidade dessa desse texto e vai buscar né às vezes mesmo quando você gosta de ler não é nem a escola que
pediu você vai saber quem é esse escritor que De onde ele vem em que contexto ele escreveu aquele livro você faz isso com música com com o filme com tudo no no no quando vai pro contexto eh eh africano é muito comum a gente considerar África como eh um país e uma realidade única né uma voz única é preciso dissociar e entender que é um continente enorme com vários países cada país com sua história Observe que em alguns momentos comparamos né eu principalmente comparei com angola mas é é uma comparação eh eh dentro de contextos
parecidos eu não posso conhecer Angola e falar de Moçambique porque Moçambique é Moçambique Angola é Angola estando os dois países no no no continente africano então assim é se ligar mesmo Nessas questões e pra aluna que pediu leitura sobre isso eu vou ser bem direto para você Júlia tem textos meus que são bem objetivos que eu faço um um um um várias leituras e e explico né pr pra leitura do conoso que vai explicar essa Inclusive essa essa disputa entre norte e o sul e eh configurando a a a a frelimo e Renan a briga
interna né ent freim e renal pode buscar lá mas tem outros textos também ok professores muito obrigado pelas considerações pelas colocações e a todos que estiveram presentes aqui e na próxima terça-feira às 19 horas estaremos aqui com outra rodada de discussões e de obras literárias também então bom descanso boa noite a todos vocês obrigado obrigado
Related Videos
Terças Literárias -  Laboratório de Incertezas | Contos indígenas Brasileiros
1:29:52
Terças Literárias - Laboratório de Incert...
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO DA UNEB
65 views
AS ESFERAS DA CONSCIÊNCIA - Lúcia Helena Galvão da Nova Acrópole
1:42:08
AS ESFERAS DA CONSCIÊNCIA - Lúcia Helena G...
NOVA ACRÓPOLE BRASIL
471,897 views
Luciano Subirá - CONFERÊNCIA O IMPACTO DA SANTIDADE
3:46:58
Luciano Subirá - CONFERÊNCIA O IMPACTO DA ...
Luciano Subirá
5,830,620 views
Ana Paula Henkel: Pesquisas erraram mais uma vez na eleição americana
7:35
Ana Paula Henkel: Pesquisas erraram mais u...
Programa 4 por 4
903 views
PENSAR CIÊNCIA !
1:17:56
PENSAR CIÊNCIA !
NOVA ROUPAGEM PRODUCOES
1 view
Think Tank - O país visto por Jorge Marrão e Carlos Albuquerque - 21/10/2024
1:14:30
Think Tank - O país visto por Jorge Marrão...
A Cor Do Dinheiro
26,770 views
Beautifully Chopin: 21 Beautiful Solo Piano Pieces
1:28:29
Beautifully Chopin: 21 Beautiful Solo Pian...
Classical Oasis
254,409 views
Análise: As mudanças propostas para a jornada de trabalho | WW
20:04
Análise: As mudanças propostas para a jorn...
CNN Brasil
9,640 views
12 A.M Study Session 📚 [lofi hip hop]
1:02:00
12 A.M Study Session 📚 [lofi hip hop]
Lofi Girl
7,369,814 views
A HISTÓRIA DE JUDAS ISCARIOTES, O HOMEM QUE TRAIU JESUS (Rodrigo Silva) | PrimoCast 372
3:28:23
A HISTÓRIA DE JUDAS ISCARIOTES, O HOMEM QU...
PrimoCast
1,421,719 views
Think Tank - O país visto por Jorge Marrão e Carlos Albuquerque - 05/11/2024
1:33:13
Think Tank - O país visto por Jorge Marrão...
A Cor Do Dinheiro
22,005 views
Dostoiévski - O Escritor que Entendeu a Vida
21:47
Dostoiévski - O Escritor que Entendeu a Vida
Aphoteos
262,793 views
Guia Essencial da Filosofia: Pensamentos Clássico, Moderno e Contemporâneo - Aulas com Paulo Niccoli
2:19:17
Guia Essencial da Filosofia: Pensamentos C...
Casa do Saber
222,297 views
Afternoon Jazz 🎷 [jazz lofi]
29:23
Afternoon Jazz 🎷 [jazz lofi]
Lofi Girl
3,339,580 views
Carl Jung - Como o seu lado Obscuro pode revelar o propósito de sua vida ( Filosofia Junguiana )
21:18
Carl Jung - Como o seu lado Obscuro pode r...
A Psique
225,179 views
Chopin - The Complete Nocturnes Remastered
1:57:51
Chopin - The Complete Nocturnes Remastered
Classical Oasis
809,566 views
V Seminário do Grupo de Pesquisa Poéticas da Diversidade- Mesa 1
1:47:02
V Seminário do Grupo de Pesquisa Poéticas ...
Grupo de Pesquisa Poéticas da Diversidade
183 views
PASTOR ANTÔNIO JUNIOR - Inteligência Ltda. Podcast #442
3:54:06
PASTOR ANTÔNIO JUNIOR - Inteligência Ltda....
Inteligência Ltda
4,183,849 views
TRUMP É UMA TRAPAÇA - EDUARDO BUENO
29:21
TRUMP É UMA TRAPAÇA - EDUARDO BUENO
Buenas Ideias
102,179 views
Como DEMONSTRAR seu VALOR em SILÊNCIO - FILOSOFIA ESTOICA
47:58
Como DEMONSTRAR seu VALOR em SILÊNCIO - FI...
Escola da Filosofia
300,629 views
Copyright © 2025. Made with ♥ in London by YTScribe.com