[Música] [Música] [Música] temos medo do que não conhecemos quando não confiamos nas pessoas quando não nos sentimos Seguros e confortáveis o medo da violência se tornou a aflição das grandes cidades e acabou atingindo em cheio crianças e adolescentes os medos da infância imaginários que podiam ser superados depois de uma noite de sono foram substituídos por uma realidade cruel que insiste em se mostrar os espaços onde deveriam se sentir Seguros não são mais que o digam a menina Maria Eduarda morta na escola em que estudava ou o menino Wesley que conversava com amigos perto de casa
quando foi baleado o Caminhos da reportagem de hoje mostra os efeitos dessa rotina de violência mas também o que pode ser feito para olher entender e ajudar a seguir em frente sem medo de viver minha terra é a Penha o medo mora aqui todo dia chega a notícia que morreu mais um ali nossas casas perfuradas pelas balas que atingiu corações cheios de medo do polícia que surgiu se essm sair à noite já não posso mais pelo risco de morrer e não voltar para os meus pais minha terra tem horrores que não encontro outro lugar a
falta de segurança é tão grande que Mal Posso relaxar não permita Deus que eu morra antes de sair deste lugar me leva para um lugar tranquilo onde canto sabiar esses versos baseados no poema canção do exílio de Gonçalves Dias foram inscritos por dois alunos de uma escola do Complexo do Alemão no subúrbio do Rio a força das palavras fez com que ganhassem repercussão nas redes sociais e na imprensa versos de protesto contra uma violência cotidiana que atinge cheio o Rio de Janeiro uma violência cada vez mais vivenciada por crianças e jovens eu pelo menos quando
era criança eu vivia com constante medo de sair de casa para ir pra escola porque eu lembro de situações onde eu já tava na rua indo pra escola e começava o tiroteio e a minha mãe não tinha onde me esconder e eu vi desespero dela não por por ela o medo mas por mim sabe a gente se jogava no chão e mesmo assim não tinha onde se esconder eu me lembro de uma de uma situação muito forte eu devia ter uns 4 5 anos e a minha irmã mais velha que ela tomava conta da gente
PR minha mãe trabalhar e a gente estava em casa e aí tinha um helicóptero sobrevoando E aí minha irmã tanto ela quanto a amiga dela que também ajudava e meu irmão meu irmão minha outra irmã debaixo da cama e ela me chamando para entrar também e eu teimando e não entrar tal até aquela birra de criança né mas você convivia com isso desde pequeno de brincando na rua daqui a pouco aparece polícia você sabe que tem que entrar claro que era bem diferente da época para hoje eu ten um exemplo disso é meu sobrinho ele
tem faz TRS anos hoje ele tem uma creche que é bem próximo a casa da minha mãe e por Devido a muitos tiroteios Hoje ele tinha até medo de ir pra creche tem vezes tem tiroteio a nenhuma criança ouve só ele ouve ele já começa a chorar ele fica desesperado a gente tem que abraçar ele tem uma vez que abraçou ele ficou desesperado teve que abraçar porque tava muito muito mesmo ele acabou dormindo mas depois ele acordou assim aí ele tanto é que ess ele não queria aí eu tinha que ficar um tempo com ele
lá olhando tal aí quando el se distraísse que eu saía porque E aí você vê uma criança entende o meu pai pelo menos quando era pequenininha para não me assustar quando dava tiro ele falava que era balão ou ele falava que estavam batendo palma Então para mim eu nunca tinha essa percepção do que era tiro de que era perigoso porque eu tava dentro de casa e meu pai tava me protegendo psicologicamente então quando assim eh começou eu acho que na minha cabeça não não pensava que era perigoso mas depois que ia acontecendo EA acontecendo Eu
sempre via que a professora falava tem que abaixar Porque é perigoso porque é isso eu via que minha mãe ficava desesperada eu comecei a ter noção que alguma coisa realmente era errada naquilo ali tinha um uma vontade imensa de ir pra escola por conta da das aulas de teatro Mas também quando tinha confronto eu tinha um medo terrível que eu morava com conforme o lugar onde eu morava vivia bandido para caramba que era uma esquina minha casa era a última casa diferente pro mato assim e um pouquinho antes tinha um tipo uma esquinazo aí eu
sempre quando dá confronto Eu tentava sair para ir pra casa e era meio difícil por conta que aonde aonde eu entrava tinha D um tiro aonde eu ia tava um tiro e começou o tiroteio na na praça dali que é perto da escola começou o tiroteio tiroteio e quando minha mãe foi me buscar Porque tem esse hábito começou dar tiro não sei o que que passa na cabeça das mães que elas vão assim começar dar tiro buscar os filhos em vez de esperar um pouquinho for abaixar elas já vão buscar minha mãe foi me buscar
e quando a gente saiu tinha um cara no chão com a poça de sangue horrorosa assim e aquele dali foi o máximo daquele ano e a gente precisou ir para uma escola mais para fora da da Vila Cruzeiro que é o o CEP né o brisolão e lá que tava tendo as aulas porque não dava para encarar aquela aquela escola tá de frente ali a gente ficou três meses sem aula estudando no CEP e no CEP a gente entrava 8 da manhã e saia 9 da da manhã ficava uma horinha só para marcar presença para
não perder a frequência e ensino mesmo a gente não tinha era uma loucura porque era uma mãe uma responsável por oito sete crianças sabe e de que entra na farmácia aí começava o tiro tiro tiro tiro esfriava o tiro aí corre vai andando vai todo mundo pelo Canto Como se a gente fosse soldado e a gente tendo que viver com aquela realidade triste sabe de que a gente vai aí corre corre corre tiro de novo aí entra pra próxima casa e que assim a gente de casa em casa de casa em casa de beco em
beco Até chegar na nossa residência para se sentir seguro a gente não tem segurança e tende a piorar enquanto ninguém fizer nada vai piorar e a gente vai continuar vendo sangue de gente que não merece sendo derramado a gente vai continuar vendo nessa dor todos esses jovens de realidade são próximas integram o grupo teatro da laje da Vila Cruzeiro também no Complexo do Alemão é o o grupo teatro da laje ele se notabiliza na na cidade não necessariamente por ser um grupo de favela mas por recuperar essa tradição de um teatro que é encharcado que
é embebido digamos assim eh dos temas eh do território e foi através da arte da transposição do dia a dia que surgiu uma cena que retrata o terror de um tiroteio ao lado de uma escola o caveirão entrou na comunidade e parou na porta da escola recuem para as salas de aula agora todos recuando para as salas de aula agora ninguém com cabeça em porta ou e janela tentando espiar nada protejam-se protejam-se a cena do tiroteio na peça ela é tensa para todo mundo que tá assistindo e pra gente que tá dentro porque todo mundo
tem com que se identificar sabe todo mundo já passou por isso uma vez ou outra a gente sabe o que que é essa dor de não saber se a gente vai conseguir sair de casa e não saber se é sua família tá bem não saber se aconteceu alguma coisa com a nossa família ninguém tem respeito e a gente vê que isso não muda faz um tempo que que que a polícia vem entrando em horário escolar vai que a polícia dentra a comunidade horário escolar e aí e aí a é quando a aí quando a gente
começa a ver é o pânico o pânico no aluno o pânico no responsável o pânico no Professor o grande medo de se trabalhar na mar é o risco que se corre a educação não é contra a incursão da polícia na comunidade o que a educação é contra é incursão da po na comunidade no horário escolar porque aí você põe Tá pondo em risco vida de criança e criança não tá criança não compra droga criança não não trafica vai acabar morrendo Inocente a polícia militar ela sim orienta suas unidades para que não realizem operações nos horários
de entrada e saída e dos colégios e também no nos horários de maior trânsito de pessoas nestas comunidade contudo quando temos ações eh de quando temos ações de criminosos ações eh que exigem uma atuação emergencial nós nos deparamos com esse dilema atuar ou não atuar o medo está longe de ser enfundado o número de escolas na linha de tiro entre policiais e traficantes é enorme as marcas nas fachadas das instituições de ensino em áreas conflagradas mostram como a situação é grave a escola Daniel pisa no bairro de Acari cenário da morte da estudante Maria Eduarda
de apenas 13 anos de idade é exatamente assim a a escola tem tem e diversas marcas de bala ela fica realmente de fato na linha de fogo você vê eh a polícia de um lado e e e eh tentando se proteger você vê os traficantes do outro também tentando se proteger e a escola tá ali no meio menor ameaça assim de de possibilidade de se ter um um confronto a gente cancelava as aulas porque a gente tem que prezar pela segurança eh pela nossa segurança pela segurança dos nossos alunos que vão estar sob Nossa responsabilidade
podem ter acontecido sei lá 100 vezes e nunca nunca aconteceu nada demais mas a única vez assim que foi tão de repente tão rápido aconteceu o uma tragédia como essa Maria Eduarda foi morta com quatro tiros quando participava de uma aula de Educação Física no pátio da escola pelo menos um deles foi disparado por um policial a polícia militar ela foi acionada para aquela região porque estava vendo um arrastão naquela na rua do colégio na Rua salessa Prefeito salessa e fomos acionados por cidadãos que eram vítimas daqueles criminosos que ali estavam nos deslocamos para o
local houve confronto e o resultado foi esse resultado traumático que nós conhecemos hoje no dia que que ela morreu eu dei aula pra turma dela de manhã e eu dei uma bronca qualquer para um rapaz da turma e professor de história aquilo né às vezes nas broncas começa aquele discurso né e t e eu falei com eles né que ass a aqui prestar atenção nas nossas atitudes porque pessoas eh De onde nós viemos eh socialmente eh geograficamente da cor da pele que nós somos a gente nasce vive e morre com com alvo nas costas e
chega tarde acontece O que aconteceu é como se fosse um quebra-cabeça se juntando né de fato um sonho interrompido né abreviado porque tinha um alvo nas costas a escola ainda tenta se recuperar do golpe atividades e oficinas foram montadas para a transição de volta às aulas nos grafites espalhados pelas paredes a lembrança da estudante e um pedido que ainda parece ser um Sonho Distante porque a gente sente que o o o trabalho ali é como se fosse um e a gente tivesse construindo um castelinho de areia e que de repente a gente veio uma onda
e destruiu tudo até quando a gente vai ter que ir pra escola tomar um tiro até quando eu vou tirar uma foto da minha irmã eu vou tomar um tiro até quandoo eu vou sair na porta de casa eu vou tomar um tiro e e eu vou viver como dentro da comunidade sabe é muito Eu me emocionei Eu chorei tanto e é importante falar Maria Eduarda ela não foi a primeira criança a morrer no interior de um colégio a naquela região e se o contexto social daquela região não for modificado muito lamentavelmente ela não será
a última após a morte de Maria Eduarda o prefeito do Rio Marcelo Crivela anunciou que a prefeitura importaria uma argamassa especial capaz de blindar as escolas do município para evitar novas mortes Sinceramente se o prefeito acha que a melhor alternativa é blindar as escolas que ele blinde mas ele não pode fechar os olhos e frente ao que acontece nessas comunidades essa blindagem ela pode ser utilizada contra a gente porque Qual é a garantia que de repente os traficantes ou os policiais não vão entrar na escola né com todo com toda a movimentação para se proteger
porque a vida deles que também tá em risco né E eles vão buscar proteção a polícia quando Sea ela entrava para dentro do colégio para se proteger usava a gente como refém a a os alunos eles se tornaram refém dos próprios policiais não vou te dizer que a gente tem que deixar né Eh que então não deve se fazer nada para proteger minimamente o mais rápido possível essas crianças mas isso tá longe de ser uma solução queria eu que isso fosse uma solução mas tá longe de ser uma solução profissionais da educação ficam especialmente preocupados
com a fragilidade das chamadas escolas do amanhã projeto que foi a menina dos olhos do antigo Prefeito Eduardo pais eles alegam que as escolas em regime de tempo integral instaladas no Complexo da Maré uma das áreas mais violentas da cidade são incapazes de proteger os alunos durante os constantes tiroteios na região AOL que para quem tem em casa cado se aquilo Se você dá um soco no Drol ou D uma martelada no Drol tu vai abrir um buraco imagina um tiro de AK47 vai sair vai pegar de um lado e vai sair do outro tem
escolas que nem muro tem tem uma grade essas tem que ter muro mas não é não é esse muro que vai proteger de uma criança e atingida dentro porque quando há uma guerra uma guerra realmente braba entre facções ou polícia as balas vêm de todos os lugares Aí teria que botar a escola dentro de um casulo agora que altura tem que ser esse moro Ah tem que ser muito alto o que não vai ser possível né então eu não acho ruim murar as escolas Mas não é isso que vai proteger as crianças de serem assassinadas
dentro das escolas cada bala é uma possibilidade uma Maria Eduarda eu tem tem escolas ali de concreto que numa Parente você vai contar 162 burac de balas são 162 possibilidades 162 Marios Agora imagina isso num escola que não tem pração nenhuma hoje em várias unidades daidade da Maré você não tem onde se esconder você começar não tem houve um pedido deles dos professores dos Pais de alunos dos diretores Para para que a prefitura providenciasse um reforço nessas paredes né que é um pedido legítimo e numa reunião que nós tivemos com os 45 diretores da Maré
e o prefeito estava presente o prefeito é engenheiro ele disse eu sei que existe uma argamassa capaz de deter tiro de fuzil né Eh então surgiu essa ideia ali né Eu não entendo porque as pessoas criticam elas nunca viram o dia que uma vez eu tava comentando com uma pessoa o dia que você passar numa escola dessa um tiroteio você vai ser você vai entrar na linha de frente defendendo a blindagem a secretaria de educação a prefeitura graças a Deus tomou a a a iniciativa al começ a ver isso porque até então T ignorando esse
fato tava fingindo escola pelo amor de Deus vamos ter um pouco de consciência vamos ter um pouco de consciência porque vai esperar o matar um a sugestão de blindagem das escolas pode ser questionável mas basta ouvir o tiroteio gravado por uma professora para ter certeza de que uma solução precisa ser encontrada nós tivemos reunião com grupo da Cruz Vermelha internacional né que já tem um protocolo de de ação em situações de guerra né então nós eles vão começar a formar multiplicadores dentro da rede né E que que nos ensinem ao o comportamento em caso de
conflagração O que é uma coisa trágica né porque é um pessoal que atua em Bagdá atua em alepo entendeu atua em Sei lá onde vai atuar no Rio de [Música] [Música] Janeiro no rio os enfrentamentos entre policiais e traficantes são uma rotina milhares de famílias tentam levar uma vida normal mas isso na maioria das vezes é impossível aqui do Alto da Penha a gente pode ver boa parte do Complexo do Alemão uma região que foi símbolo da tentativa de pacificação do Rio e que hoje está novamente em guerra nos últimos dias morreram aqui três rapazes
entre eles um menino de apenas 13 anos que jogava bola de gud na porta de casa a violência também deixa milhares de jovens sem aulas segundo o levantamento da Secretaria Municipal de Educação nos primeiros 22 dias letivos deste ano as escolas fecharam 60 vezes por causa de tiroteios estimamos que temos cerca de 400 escolas dentro de áreas conflagradas e essa é uma é uma característica também provavelmente específica do Rio de Janeiro que é a perda de controle territorial pelo Estado de áreas grandes e densamente povoadas né Eh então você tem um um subconjunto de regiões
do Rio de Janeiro que não está mais sob o controle das forças legais né Isso dá uma especificidade à cidade nós estamos trabalhando intensamente em torno desse problema que já se tornou um problema de múltiplas dimensões quer dizer humano pedagógico né todos os dias nós fechamos entre 15 e 20 escolas entre 6 e 7000 crianças ficam sem aula todos os dias no Rio de Janeiro né Por conflitos inseridos numa rotina de violência os jovens vivem numa atmosfera de medo que é a marca da geração atual de crianças e adolescentes é óbvio que essa sensação de
medo ela se faz cada vez mais presente né porque nós temos sempre o que nós estamos vivendo hoje nós temos a sensação que é a época mais violenta e mais terrível eh Nem sempre ess é realidade mas tudo indica que nesse caso sim é real principalmente com crianças e adolescentes que estão na escola né Eh você pergunta isso se via há 20 anos atrás acho que não se via né uma menina ser morta como foi a Maria Eduarda e outros casos também porque não é o primeiro isso não se via Então não é só a
sensação de medo que realmente nós estamos vivendo situações muito complicadas muito violentas e situações Onde tem um impacto né muito negativo no dia a dia de todos mas principalmente de crianças e adolescentes e jovens né Eh nos últimos tempos a nossa juventude vem morrendo antes da hora né E a gente tem que problematizar isso cada vez mais eh até porque a gente hoje tem um perfil do que que é um agressor né a gente construiu um perfil do agressor eh as políticas de segurança por exemplo as políticas de Segurança Pública Elas costumam definir o que
é um perfil de um agressor elas constróem esse perfil do agressor Ach constrói esse perfil desse inimigo e o perfil desse inimigo nada mais é do que a própria Juventude né É o jovem Preto né periférico né com eh enfim eu gosto de falar periférico mas é baixada favela e periferia né enfim Então e e esse jovem então Eh o jovem tá nessa camada eh nessa camada muito suscetível a própria ação da própria polícia né então já vem vem morrendo pela ação da polícia né várias vezes sou parado confundido com com bandido independente não é
uma abordagem tranquila é uma abordagem violenta Eles Não perguntam primeiro quem você é eles já chegam te culpando te jogando nesse lugar e e é horrível sair assim eu Eu não me sinto tranquilo de sair sozinho lá eu sempre tô andando em grupo sempre tô andando em bonde que é mais tranquilo mais tranquilo não menos fácil de ser parado desse jeito você é desrespeitado você você é é bandido Você é mulher de bandido você tá guardando alguma coisa pros bandidos um levantamento da Faculdade latinoamericana de Ciências Sociais mostra que o Brasil ocupa o terceiro lugar
no ranking dos países mais violentos para os jovens só fica atrás do México e di Salvador entre os anos de 2003 e 2013 mais de 10 adolescentes de 16 e 17 anos morreram por dia no Brasil os estados com índices mais altos são Alagoas espírito s e Ceará no Rio de Janeiro assusta o número de mortes por intervenção de forças legais de acordo com o ipia Instituto de Pesquisa Econômica aplicada mais de 46% dos homicídios deste tipo aconteceram no estado nos anos 2004 a 2014 a maioria das vítimas são homens entre 15 e 29 anos
os jovens Wesley de Paula e Davi renanda Rocha não fugiram dessa estatística Eles foram mortos quando saíam de um pagode no morro do Falé em Santa Teresa região central do Rio testemunhas disseram que os tiros partiram de policiais quando eu fui paraa casa eles estavam sentado lá perto do evento tudo sentado um monte de menino e um monte de meninas tudo mexendo no celular agarrado ainda falei com ele por causa do horário da escola do outro dia que que ele estud pegava de manhã na escola e eu saía mais cedo do que ele para ir
trabalhar aí quando qu a gente chegou dentro de casa que eu botei a comida PR esquentar a gente escutou muito tiro Mas foi muito tiro aí depois deu aquela calmaria e quando foi aquela calmaria e bateram na minha porta tia Corre que o Wesley tá baleado lá na escada a mãe conta que Wesley era estudioso e não faltava aulas nas horas vagas se divertia dançando [Aplausos] passinho de fazer web des de dançar era isso que ele falava o tempo todo assim na escola só elogio cara só elogio eu não sabia que meu fil que meu
filho era tão querido [Música] [Aplausos] assim é só justiça que eu quero sei lum for o por para que tanta violência daquela forma ninguém fica ileso a a essa violência né porque o ato de violência El ele não termina no próprio ato né ele se dissemina por toda a sociedade então Eh quando a gente define que um jovem que passa pela gente negro é um possível é ameaçador uma outra parte da sociedade a gente estabelece uma relação de inimigo com esse outro né a gente estabelece uma Rela relação de afastamento e distanciamento desse jovem né
então a gente estabelece uma relação de medo então metade da nossa sociedade outra uma parte da nossa sociedade estabelece ção de medo com essa Juventude e eu acho que essa estigmatização é muito perigosa né é muito perigosa e ela provoca enfim um limite ela provoca a morte né o medo da violência não aflige apenas os jovens que vivem em áreas pobres da cidade está em todas as classes sociais para proteger os filhos de assaltos e agressões os pais que têm mais poder aquisitivo procuram cercá-los de garantias vãs ou motoristas que as levam para o colégio
os jovens dispensam os ônibus preferem ccar pela cidade de táxi e os mais ricos contratam seguranças essa outra parte da juventude que a classe média para se proteger desse suposto agressor ela vai se blindando né jovens também que passam a ter uma vida muito isolada muito afastada né muito esvaziada né jovens que não conseguem mais circular pela cidade jovens que são muito inseguros e também muito vulneráveis a situações que exigem da própria Juventude né um pouco mais de malandragem um pouco mais de Sabedoria e são jovens que acabam tipo eh sem o próprio direito também
dir vire então a própria Juventude desses dois extremos uma que se blinda e outra que tá totalmente exposta a a violência desse estado são juventudes que estão sendo estão muito vulneráveis a maior parte das cidades brasileiras as grandes cidades brasileiras eh vivem um um fenômeno que não é exclusivo do Brasil não é assim a gente tem desigualdades muito marcantes nas cidades e obviamente isso afeta as crianças e os adolescentes eu diria até que afeta mais as crianças e os adolescentes porque eles são eh seres humanos em uma condição peculiar de desenvolvimento né assim crianças e
adolescentes são sempre os mais afetados pelas desigualdades Uma pesquisa realizada em 2015 pela organização rei de nossa São Paulo com 805 crianças e adolescentes de 10 a 17 anos na capital paulista mostrou que 56% deles temem a violência na cidade cada vez mais as crianças são vítimas de violência e elas são vítimas de violência não só eh na comunidade né Elas são vítimas de violência eh em casa na escola na rua eh elas ouvem elas assistem pela televisão então assim a violência tá presente em todos os ambientes da vida dela nos prédios e casas segurança
ostensiva o que às vezes não impede casos de violência essa produtora cultural teve a casa invadida por assaltantes a família ficou sob a mira de armas e aí aquela invasão né da nossa privacidade uma violência grande assim de todos os níveis né ele começou a entrar na casa mexer em tudo queria dinheiro queria joia não tinha não sei o qu até que achou um pouco de joia que eu tinha levou mas o mais duro foi ver entrar no quarto da minha filha rar tudo abr tudo e ela junto né um ficava meio parado o outro
ficava catando as coisas revirando tudo mas tudo assim muito Frenético passado Pânico o medo se instaurou na casa e a preocupação maior dos pais foi de como os filhos lidariam com aquilo a menina tinha apenas 13 anos primeira reação você v embora do Brasil V embora fechar tudo embora né Porque ficaram muito mexidos e a minha filha do colé do segundo então Eu acho que isso é bom porque a gente conversou muito então ela tem amigos em faixa várias faixas sociais tem filho do pedreiro o filho da professora o filho do advogado isso faz com
que ela vivencie uma pluralidade de de classes sociais eu acho isso muito legal e essa discussão foi levada muito com a minha filha por conta da dessa coisa do ensino né dessa dessa oportunidade porque as pessoas Acho que não fazem esse tipo de coisa porque elas querem né a gente senti aquela uma necessidade mas em muitos casos apenas o apoio dos pais não é suficiente para que a experiência traumática seja superada os diagnósticos mais prevalentes hoje em dia é o transtorno de estresse postraumático né que geralmente São pessoas que chegam a nós jovens que chegam
a nós eh naquele estado de afastamento naquele corpo em Alerta um corpo que eh olha pro lado e e estabelece uma relação com a sociedade de muito medo né o entorno se torna muito ameaçador e ela acaba assumindo mecanismos de defesa para evitar que isso reapareça então ela acaba se isolando né ela acaba eh eh criando uma relação do próprio corpo dela no estado sempre de alerta sempre vigi né tudo é uma tudo pode ser perigoso né a vida acaba se tornando muito perigosa e para isso ela acaba se isolando o apoio psicológico porém Nem
sempre é possível os serviços oferecidos pelo SUS não CONSEG atender tanta procura um projeto de lei que prevê a presença de psicólogos e agentes de serviço social em escolas públicas de ensino básico em todo o país poderia ser a solução mas já são 17 anos tramitando no Congresso um jovem que tá numa situação de vulnerabilidade social gravíssima e que precisa ter um acompanhamento a garantia de direito ele vai ter a partir do profissional de psicologia e a partir do profissional de assistência social a garantia de a partir da exterioriza poder ter mais direitos sendo acompanhados
garantidos complementados o que o espaço da Unidade Escolar com a estrutura que a gente tem hoje que ainda é muito fragilizada não consegue fazer é claro a gente sabe que num primeiro momento você não consegue garantir um psicólogo e um assistente social dentro de cada Unidade Escolar e essa foi uma modificação inclusive que teve no projeto agora você garantir que a rede das unidades escolares possa ter o acompanhamento de um assistente social e de um psicólogo a gente acha que é a garantia do direito à Vida Saudável desses estudantes essa matéria já passou pelas comissões
teve um grande embate na comissão de educação da Câmara dos Deputados acabou sendo aprovada por unanimidade foi aprovada na comissão de constituição e justiça agora falta ser votada pelo plenário da câmara eu tenho história de menino de uma turma meu primeiro dia de aa na escola e acho que l dele também de aula desse ano letivo né eu fui chamar a atenção dele e fui me aproximar dele e fui para colocar um ombro quando eu fui colocar a mão no ombro ele já gritou não coloca a mão em mim não começou a gritar faz um
menino de 12 anos eu tirei a mão e falei assim nossa deixei ele seguir reclamando xingando pelo corredor Você pode passar a vida inteira aqui sem env uma pistola eles não passam meia hora sem ver um fuzil então só por isso você já vê que deve ter algum tipo de impacto né outro aspecto dramático de toda essa situação é acrescente aceitação de todo aquele caos como algo normal quando ele vê um rapaz passando armado por ele ele não consegue muitas vezes um rapaz que cresceu junto com ele que cresceu com seu pai que cresceu com
a sua mãe e que é capaz de apertar a mão dele ele não consegue enxergar aquilo ali como uma espécie de violência afinal entre muitas aspas aquele rapaz ali não representa um perigo para ele o perigo representa quando há alguma interferência externa que aí sim há O Confronto seja a interferência externa por conta das ações policiais ou de uma outra facção então ele lidar com esse tipo de ação com esse tipo de presença ao seu redor é muito difícil para ele identificar como como a violência por conta da muito específico aquele um exemplo Claro do
que estamos falando aconteceu semana passada em Jacarepaguá na zona oeste do Rio um grupo de meninos foi flagrado por policiais brincando de boca de fumo eles usavam réplicas de armas como fuzis e pistolas foram encontrados além de cópias de notas de dinheiro falsos sacolé de maconha com achocolatado dentro e papelotes com leite em pó para simular cocaína havia até mesmo um caderno com anotações do movimento da boca as crianças foram encaminhadas aos pais você não pode deixar que para uma criança a violência seja normal Ah isso é normal tá ali um corpo esquartejado Ah isso
é normal como você não pode deixar isso acontecer porque não é normal né e as as crianças perguntam muitas vezes na sua casa tem tiro eu disse olha tem tido porque tem assalto mas não tem como aqui aí por que que na sua casa não tem na minha tem então você é é é é uma questão sociológica que você tem que explicar você tem que explicar a sociedade partida Então você tem gerações que estão Crescendo com a ideia de que a sociedade partida é uma coisa natural e não é natural e quando aquela rotina passa
a ser vista como natural o crime se torna uma alternativa para a vida embora eles mesmos saibam que não é uma opção de futuro eu tava numa outra idade e aí eu tava lá preparado para subir aí um aluno chegou para mim não vou para não Professor Não vou paraa não porque Cara eu não sei nem por eu tô fazendo isso aqui se n eu tô fazendo isso aqui daqui a pouco eu tô mor mesmo daqui a pouco eu tô morto daqui a pouco eu vou querer o quê per meu tempo a gente tá vivo
hoje mas tá morto muito triste isso né hoje mesmo tava vindo para cá um alun Pou Ô Professor tudo bem S ele tava com a pistola na mão aquele ali eu perdi aqu ali eu perdi mas tem Aluno por exemplo que você passa pro colégio militar Tem aluno que tá na faculdade e eu [Música] venc quando a gente fala sobre infância uma palavra que vem à cabeça é a inocência nessa época da vida os meninos e meninas deveriam estar preocupados apenas em se divertir e imaginar Só que essa não é a realidade de muitas crianças
que vivem nas áreas de risco do Rio para elas brincar se tornou uma atividade bastante perigosa eu fui muito presa e hoje em dia e felizmente Eu tenho dois sobrinhos menores que depois de quase 14 anos que isso passou da minha vida eu vejo eles nessa mesma situação de não poder ir pra rua não poder andar de bicicleta e a gente colocou eles até no futebol mas o campo de futebol é um lugar muito e não tem estratégia para eles então a gente teve que tirar eles por causa disso então é uma coisa que vai
sabe deixando marca de você pensar o divertimento é escola é a área de lazer é escola aí a gente vê jovens correndo com minha criança na hora do recreio na hora do almoço porque moram em vi elas não tem mão tem espaço dentro de casa mas apesar do esforço para fazer das escolas espaços de neutralidade a evasão de alunos é cada vez mais sentida e quantos jovens quantos adolescentes deixam o espaço escolar pela violência que sofre nas próprias unidades e pela violência cotidiana nas suas comunidades nas suas famílias nas suas relações a evasão escolar no
Brasil é muito alta e você ter aparatos que garantam que esse jovem possa ter um acompanhamento e um acolhimento é fundamental inclusive para que que ele tenha garantido o seu direito à educação e o seu direito muitas vezes à vida porque também é uma verdade que aquele jovem que tem menos anos de escolaridade ele vai ter mais dificuldades em conseguir ter um rendimento mínimo para se sustentar e para garantir uma vida saudável tem uma escola que eu não vou mencionar aqui que tinha 700 alunos noo ano hoje tem 500 esses 200 alunos evadiram esse ano
em questão de meses e esses alunos parte deles foi pra minha escola e uma parte voltou pro norte e a outra parte Simpe suiu essas crianças e esses adolescentes prisão de gostar muito desse espaço para eles eh continuarem a querer frequentar esse espaço que passa a ser um espaço de perigo de certa forma porque a escola durante muitos anos né o caso hoje foi um local um espaço um locos muito protegido quer dizer uma criança que saía da sua casa um adolescente que chegava na escola o os pais tinham certeza que esse adolescente essa criança
iria voltar hoje a sensação não é mais essa e não é mais essa não só eh pros pais não só pros adultos né ou pros responsáveis senão paraa própria criança ou adolescente Infelizmente o o que eu vejo é que muitos alunos eles estão preocupados primeiramente com a sobrevivência Ah não tão preocupados necessariamente com fórmulas com eh como é que se fala corretamente ou quem fez isso ou deixou de fazer aquilo eles estão preocupados com a sobrevivência E isso não acontece apenas no Rio De acordo com uma pesquisa do movimento Todos Pela Educação para 85,2 dos
alunos do ensino médio em todo o país hoje a segurança é o fator mais importante na escola foram ouvidos 1551 jovens entre 15 e 19 anos vamos tirar da cabeça a ideia de que existe um caminho geral milagroso que do gabinete de alguém lá de cima vai ter uma ideia que vai solucionar não vai quer dizer e não existe uma Regra geral é preciso conhecer a geografia física humana política de cada região né as lideranças de cada região as possibilidades de diálogo em cada região as medidas pequenas porém eficazes que podem ser tomadas em cada
região às vezes em cada escola em busca de gerar perspectivas para essas crianças e jovens que vivem numa realidade tão complicada foi desenvolvida uma disciplina extracurricular a disciplina projeto de vida a minha intenção de trabalhar que desenvolver aluno fazer o aluno ter uma nova visão de mundo de que o mundo tá ali para ele tem muito a ser oferecido que ele pode desfrutar daquilo dalii eu tenho que fazer de uma forma que pareça uma brincadeira e que ele vai absorvendo sem ele perceber por vez eu coloco começo a colocar isso na forma de conteúdo na
forma de texto não vai funcionar porque ele já fica sete tempos de aula sentado ali na na cadeira por dia então a gente tem uma uma série de dinâmicas então eu tento trazer aquilo PR pro mundo deles eu acho que a maneira mais fácil que eu encontrei de trazer foi desenhando me mostrando histórias através de desenhos Eu costumo dizer que a gente é hema na Maré contra a maré a gente faz o nosso trabalho faz D melhor porque não para mim particularmente não importa se eu estou na Maré ou se estou no lebrom a qualidade
do ensino tem que deve e será a mesma porque tem que fazer aquele menino acreditar que o mundo não é só amaré eu tenho que fazer ele acreditar que ele pode ser o que ele quiser desde que ele queira estude Bito deixa o povo cantar deixa o povo colher deixa o povo ser feliz deij cantar deixe o povo colher deixe o povo ser feliz Em vez de apenas esperar os órgãos públicos a sociedade civil decidiu tomar a iniciativa no Complexo da Maré há 20 anos o projeto Ere tenta ensinar a mais de 400 adolescentes e
crianças vítimas de violência um novo jeito de aprender o projeto ê é uma escola diria alternativa especializada em crianças com algum problema de cognição devido a violências constantes não é essas crianças necessitam de uma pedagogia diferenciada que é que eu tenho lá né então Eh nós funcionamos como uma escola não é uma escola de reforço é uma escola onde se aprende a grade curricular toda de novo com uma outra maneira diferenciada dentro da sala de aula a inteligência é a mesma tem nada errado com a inteligência é só como a maneira de ensinar é que
tem que ser modificada o projeto também convida professores a reaprender a ensinar é preciso treinar os professores professores que vão trabalhar em zona de riscos T que ser treinados eles T que saber exatamente o que eles vão encontrar porque as crianças funcionam de uma outra maneira né crianças da classe média alta se estão perto dos tiroteios também funciona mal se você perguntar numa das minhas classes quem já perdeu aqui um familiar assassinado de bala perdida quase todos levantam a mão a situação no local é tão crítica que o projeto decidiu instalar um aviso no telhado
para tentar evitar os tiros de po e traficantes foi um helicóptero da polícia numa operação que parou em cima da escola e começou a tirar então o que que eu pensei meu Deus do céu eu tô em alepo na Síria aí eu pensei ter um cabo de vassoura com uma uma uma coisa branca para sair mas não dava era muito tiro eu falei o que que eu vou fazer para me proteger Aí eu resolvi botar uma placa no teto da Escola dizendo escola não atire foi o que eu o que eu pensei que lá em
cima eles vão ver uma placa amarela com preto dizendo escola não atira Mas isso é uma berra como é que você vai viver isso hoje em dia no Brasil em 2017 no país entre aspas em paz eu vou dizer a você que eu não sei como isso vai ser resolvido eu só sei que vai ter que ser resolvido algum momento porque você tá criando já eu tô na Maré desde 1997 são Três Gerações que as gerações hoje são curtas que cresceram sobre a é da violência Epa Shakespeare na isso é possível atividades culturais também são
muito bem-vindas para crianças e jovens o grupo teatro da laje da Vila Cruzeiro já tem 17 anos de história uma iniciativa que mexeu com a vida não apenas de seus integrantes mas de uma comunidade inteira quanto todo o mundo tá se queixando que as plateias estão fugindo o grupo teat algico tem uma plateia que eu costumo brincar dizendo que não é plateia torcida organizada porque assim nos espetáculos do grupo teat tagem na arena de cró onde a gente faz residência eh descem 350 jovens e tem a lotação na capacidade da Arena lotada né para ver
pagando pagando mesmo quando tem tiroteio na comunidade a plateia reduz mas desce para ver então é necessário levar Shakespeare para a favela para quê se Romeu e Julieta já estão lá PR que se lá já está assim ó de mabet Iago pergunta na favela quem não conhece a história de mabet garoto ambicioso matou o chefe para ficar no seu lugar para ter poder grana e fama quem não conhece a história deo queria ser braço e não conseguiu se vingou fazendo o chefe acreditar que levava chifre da mulher com seu melhor amigo lá na favela todo
mundo conhece ou melhor todo mundo vê essa história acontecer todos os dias depois que eu entrei pro Teatro que eu fui vendo a vida fui abrindo meus horizontes reconhecendo as coisas vendo vendo as paradas e para mim o teatro para mim mudou mudou muito mudou muito minha vivência meu pensamento morar na Vila Cruzeiro faz com que aquele sujeito seja único entende como é que eu tô dizendo né Eh a Vila Cruzeiro Eu costumo dizer que existem dois equívocos ao se pensar na Vila Cruzeiro um é achar que que o o centro do mundo é a
Vila Cruzeiro que o mundo se resume a Vila Cruzeiro o outro é achar que a Vila Cruzeiro não faz parte do mundo né a ideia da gente é acender no mar da cidade mais esse ponto luminoso chamado Vila Cruzeiro junto com outros quem mora no morro nunca tem seu valor ele é discriminado seja lá onde for o h Se nvo piorar qualquer situação ele é sempre um mal visto nunca tem a razão me chamam de flavel de ladrão marinal mas o preconceito me abala geral Mas eu moro no morro vivo passando sufoco Ainda sou humilhado
assim pouco a pouco e carrego nas costas o peso da dizer só o f e também sof não ten uma chance T pouca opção dear que sou humano e tenho um bom [Aplausos] coração [Música] de um episódio de violência nasceu outro projeto artístico em comunidades cariocas depois de ter o pai sequestrado e morto Carlos Eduardo Prazeres decidiu criar uma orquestra que pudesse levar um Pouco de Esperança ao Complexo da Maré Justamente a comunidade onde o carro do pai foi encontrado desde então a orquestra Maré Do Amanhã vem transformando em músicos crianças e jovens da região
a música é uma é um é uma expressão que ela vai direto ao coração ela não passa pela pela razão ent então às vezes você tá em casa aí você começa a ouvir uma música que te remete ao a um a um namorado a uma namorada lá atrás que você viveu uma coisa maravilhosa você se emociona você chora entendeu a música tem esse poder eu acho que a música quando eles começam a fazer também tem esse poder de abstraí-los e eu vejo que muitos deles muitas vezes botam uma surdina e botam um fone e toca
um instrumento para fugir daquela realidade consigo ocupar a minha cabeça não tô fazendo besteira ela sabe que eu todo dia de tarde eu vou est aqui vou est estudando ela que me fez ser a pessoa que eu sou hoje aprender as coisas que eu aprendi e ir a lugares que eu nunca imaginaria que eu ia sabe que eu pudesse ir Sabe aquela ditada que não tem como explicar o amor então para mim é isso não tem como explicar a música Apenas faz só sentir entendeu eles hoje têm condições de transformar a própria vida e o
que eu acho mais significativo é que todos eles quando falam que querem transformar a vida o sonho deles é tirar a família dali de dentro Isso é muito ruim entendeu assim você eu quero sair daqui eu não aguento mais viver aqui eu acho que podia ser diferente não sabe qual é a sensação de tocar e todo mundo te aplaudir sabe é gratificante sério é o melhor emprego do mundo do 3 [Música] e [Música] k [Música] [Música] [Aplausos] a Y