Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!
(Fernando Pessoa) Chutar os mouros de Portugal: Concluído Arrebentar os castelhanos: Concluído Ser a primeira nação da Europa: Concluído É muita moral mano! É. .
. só que ainda tinha um monte de espanhol aqui, e um monte de mouro aqui e aqui: então isso aqui poderia virar isso aqui de novo, ou isso aqui! E pra isso não acontecer, eles precisavam disso e disso: mas eles quase não tinham isso, e muito menos isso.
Mas aqui tinha isso, muito disso! Mas pra chegar aqui, eles tinham que passar por aqui. .
. ou por aqui. .
. e incomodar esse monte de gente aqui! E agora?
Pergunta D. João I O seu próprio filho daria uma resposta inacreditável que mudaria a História de Portugal e do planeta: ele, o professor Xavier lusitano, o Aquaman português: Infante D. Henrique.
O plano dele chocaria o mundo: Navegar os Oceanos! Ignorando todos os riscos e temores da época, ele colocaria Portugal como o líder de uma nova Era Global. E em Sagres, no sul de Portugal, ele criaria uma escola de navegação lendária pra preparar os navegadores mutantes pra enfrentar as forças do mal.
. . Mas tem gente que vai dizer que essa escola é mentira e que até os navegadores mutantes também são mentira.
. . Mimimis de lado, é aqui que a verdadeira história começa: Lisboa!
Em julho de 1415, 240 navios e 50 mil homens partem para o seu teste inicial aqui, a rica e poderosa cidade muçulmana de Ceuta, no norte do Marrocos. Com um forte espírito de cruzada, os portugueses conquistam a cidade e sobre suas cinzas nasceria o grande Império Português, em agosto de 1415. Agora, Portugal teria os recursos para financiar seu maior e mais ambicioso projeto: A Grande Era dos Descobrimentos.
Portugal, e especialmente Lisboa, seria um imã do que havia de melhor nas artes, cultura, ciência e tecnologia naval durante todo o século XV e XVI. Caravelas, Naus, Carracas e Galeões: tudo invenção dos Portugas e até ele, o caolho pegador, Luís de Camões! E com essa tecnologia era hora de encarar o Alto Mar: eles descobrem o imponente arquipélago da Madeira em 1419 e os Açores em 1432.
Mas a aventura dos portugueses seria impedida por um obstáculo colossal e insuperável: O Cabo Bojador, na África. Recifes pontiagudos, águas rasas e ondas gigantes que destruíam tudo nos penhascos; monstros do abismo. Ninguém jamais conseguira atravessar o obstáculo físico e mental daquelas águas; os que tentaram nunca mais voltaram.
Era o cabo do medo, o cabo maldito, era o fim do mundo! Mas não pra ele: o domador de monstros marinhos, o surfista prateado português, ele: Gil Eanes. Em 1434 ele e seus valentes navegadores enfrentaram e dobraram o Cabo Bojador navegando a Oeste e pela primeira vez mostraram a humanidade que ainda havia muito mundo pela frente.
Com a moral lá em cima, eles chegam a Guiné e Cabo Verde. E em 1483 eles descobrem um território que seria não só o berço de dezenas de milhares de portugueses por quase 5 séculos, mas um pedaço de portugal: Angola! Agora, toda a costa africana seria marcada com Padrões de Pedra, símbolo da chegada Portuguesa, introduzidas por esse mito aqui Diogo Cão.
Mas para chegar a rica Índia faltava um último obstáculo: o Cabo das Tormentas, o fim do continente Africano. Se o Cabo Bojador era o inferno, o Cabo das Tormentas era o Hades, o Orco e o Inferno, tudo junto! Pra cumprir essa missão, o Rei João II manda ele, o velho lobo do mar, Bartolomeu Dias.
Em 1488 Portugal fez história mais uma vez sendo o primeiro país a navegar dois oceanos ao mesmo tempo. Mas as terríveis monções da Índia e falta de suprimentos o fizeram voltar a Lisboa bem. .
. . magoado!
Mas ele deixou tudo pronto para o ato final que colocaria Portugal no topo do mundo no século seguinte. Mas 4 anos depois, um outro carinha quer chegar na Índia também e ele jura que tem um caminho melhor: ele, o impostor, o malandro ixpertinho, Cristóvão Colombo. Genovês pra muitos, português pra alguns, ele procura o rei de Portugal pra financiar sua expedição mas depois de ouvir um “Nãooooo” bem grandão, ele pede o apoio dos reis de Leão e Castela que resolvem apoiar a expedição: um mês depois ele descobre esse lugarzinho aqui: América.
Castela entra na Era dos Descobrimentos. Só que o mundo erfa pequeno demais para Castela e Portugal Pra evitar treta o papa tem uma ideia muito simples: divide o mundo no meio, aqui: daqui pra cá é de Castela, daqui pra cá é de Portugal. Então eles assinam o Tratado de Tordesilhas em 1494 e os dois reinos ficam sussa.
E é claro que Portugal já sabia da existência do Brasil antes do tratado: a insistência de João II em mover a linha 370 léguas a Oeste era atoa? Aliás, pra chegar aqui, Cabos das Tormentas, não era só vir navegando bonitinho pela costa não: ventos infernais jogavam os navios de volta pro norte. Então Bartolomeu Dias tinha que fugir desse vento, e pra fugir do vento, só tinha um jeito: chegar bem pertinho desse terrenão lindo aqui.
Nessa história, nada é mera coincidência, cavaleiros! E chega 1487: 4 Navios e 170 homens partem de Lisboa com uma missão: dobrar o temido Cabo das Tormentas e encontrar a gloriosa Índia. E sobre um homem cairia o peso dessa epopeia mortal, ele, o mestre dos mares, o Popeye português, o Poseidon lusitano, Vasco da Gama!
Ele dobra o cabo das Tormentas, navega pela primeira vez o Oceano Índico e finalmente chega à Índia em 1498. Era o fim de uma saga épica, e o início de uma nova era. E Portugal tava sem freio: descobre o Brasil, Moçambique, pega o comércio da Índia, e navega, e domina e conquista até que.
. . “Toc Toc" A maior potência islâmica chega no Oceano Índico pra acabar com a bagunça e recuperar toda a riqueza deles: e com eles vão os indianos, mamelucos e venezianos.
Eles emboscam os portugueses, e conseguem sua primeira importante vitória na Batalha de Chaul em 1508. Eles despedaçam o jovem comandante, Lourenço de Almeida, como um aviso direto do que os muçulmanos estavam dispostos fazer. Só que tinha um probleminha nisso aí: o jovem morto era filho do Vice-Rei de Portugal, Francisco de Almeida.
Ele tinha uma ordem direta do Rei: atacar o mar vermelho. Mas Almeida ignora a ordem! A sua vida agora só teria um objetivo: vingança!
Ele reúne 17 dos seus melhores galeões e parte para a Ilha de Diu, onde a frota de 200 navios muçulmanos estava. Mas ele não queria pegar os muçulmanos de surpresa. Ele manda uma carta com um aviso claro das suas intenções: “Eu estou chegando para destruir vocês!
” Em 1509, Francisco de Almeida chega a Diu e com apenas 17 navios destrói 200 e mata mais de 5 mil muçulmanos, e espalha seus membros pelos portões da cidade. Foi uma carnificina brutal e macabra que nunca mais seria esquecida: Até onde iria um pai a vingar seu filho! Os muçulmanos estavam prestes a dominar o mundo no século XVI, mas essa perspectiva afundou completamente no mar de Diu: a Batalha de Diu quebrou o mundo muçulmano no meio, sendo considerada uma das Batalhas mais importantes a mudar o curso da história.
Agora, Portugal era o mestre definitivo do Oceanos, graças a Francisco de Almeida. Mas agora era guerra declarada: Portugueses vs Otomanos! Mas Portugal tinha a mais poderosa marinha da época e também tinha ele, o casca-grossa, o leão do mar, o terror do Índico: Afonso de Albuquerque.
Com sua liderança os portugueses desenvolvem insuperáveis fortalezas oceânicas e com as melhores armas, canhões e navios da época são capazes de vencer batalhas inacreditáveis. Olhem isso aqui cavaleiros: Batalha de Cochin, 1504: 130 portugueses contra 80 mil indianos O 1º Cerco de Diu, 1538: 600 portugueses vs 20 mil turcos e indianos O Cerco de Mazagão, 1562: 2,600 portugueses vs 100 mil marroquinos O Cerco de Chaul, 1571: 1,200 portugueses contra 150 mil muçulmanos. Os caras eram muito machos, meu!
Na campanha de Ormuz de 1554, os portugueses dizimam uma armada de 100 navios Otomanos, obrigando o famoso almirante turco Piri Reis a fugir do campo de batalha e ser decapitado pelo sultão do Egito como um covarde. Os portugueses expulsam os Otomanos do Oceano Índico e vencem a Guerra Luso-Otomana! Os portugueses partem pra China em 1513; ganham Macau de presente.
Descobrem a Austrália em 1522, fazem um mapa com a Austrália. Um português dá a volta ao mundo pela primeira vez, ele, Fernão de Magalhães, em nome da Espanha, traidor. Chegam no Japão em 1543, trazem armas de fogo, as primeiras armas de fogo, ensinam os Japoneses a atirar e a rezar.
O mundo não queria os portugueses mas os portugueses queriam o mundo e em 1578. . .
“Toc Toc” Ele tinha um sonho: acabar com o islã! Ele tem 12 mil cavaleiros; ele invade o Morrocos. Mas o Marrocos tinha mouros, muitos mouros, 100 mil mouros.
Começa a Batalha de Alcácer Quibir em 1578, D. Sebastião desaparece, mas tudo bem, reis brabos morrem em batalha contra exércitos gigantes, são abduzidos, evaporam, viram lenda. .
. mas deixam filhos, herdeiros pra limpar a bagunça. .
. menos ele, D. Sebastião, que não deixa filho, nem filha, nem nada.
Portugal fica sem rei, quebrado. Mas tinha ele Felipe II, metade Português, Rei da Espanha, que pode ser rei de Portugal, e que vira Rei de Portugal, que cria a União Ibérica, que ferra Portugal. A Espanha era Espanha: apanhava de todo lado, e deles: Ingleses e holandeses.
Agora as tretas da Espanha eram tretas de Portugal. Os holandeses querem o Oceano Índico, eles invadem o Oceano Índico; detonam Portugal, que perde o Índico. Agora os Holandeses querem o Brasil, mas o Brasil era dos portugueses; Então Portugal se separa da Espanha em 1640 com a Dinastia de Bragança, que quebra os holandeses no Brasil.
Mas a União Ibérica detonou o Império Português que nunca mais foi o mesmo! E pra completar o caos em 1 de novembro de 1755 o Império tremeu na sua alma. .
. O Terremoto de Lisboa deixou a glória do grande Império Português sob cinzas, lama, cadáveres e a beira da falência. E sobre Marques de Pombal cairia a responsabilidade de reconstruir Lisboa em toda sua glória.
E foi sob a liderança dele que Portugal se tornou o primeiro país da Europa a abolir a escravidão em seu território. Mas infelizmente por ainda ser prática comum em todo o mundo, a escravidão no Brasil continuava ativa como a base de sua economia e ferozmente defendida por senhores de terra. Mas a situação de Portugal continuava ruim, e pra piorar mais ainda em 1803 surge ele, o cavaleiro da União Europeia, o Fantasma do Brexit, ele, Napoleão Bonaparte.
Ele toma a Europa inteira, mas quando chega aqui, D. João VI vasa pro Brasil numa retirada estratégica pra reagrupar, ou porque tava com medo mesmo. .
. mas a primeira opção é mais épica. E a partir daí, a história do Brasil e de Portugal se torna uma só: o que acontece no Brasil afeta Portugal e vice-versa: O Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves, Revolução do Porto, Independência do Brasil, Guerra Civil Portuguesa.
. . tá tudo conectado e aqui na História do Brasil eu expliquei tudo isso: o link do vídeo tá aí na descrição.
Mas o caos já tinha tomado conta de Portugal! Algumas décadas depois, O rei D. Carlos de Bragança e seu herdeiro Luis Filipe são assinados por republicanos em plena Praça do Comércio em Lisboa.
Manuel II, seu filho, último rei de Portugal, seria expulso do país em 1910, terminando assim com a monarquia que durara quase 8 séculos. A monarquia cai e é substituída pela República Portuguesa em 1910, que apenas 23 anos depois de seu surgimento implantaria a ditadura do Estado Novo em Portugal. E sob a república, Portugal lutaria e venceria a Primeira Guerra Mundial junto aos aliados.
Mas os portugueses ainda teriam mais uma guerra, uma das mais importantes e mortais de sua história: A Guerra Colonial Portuguesa, oficialmente chamada de A Guerra do Ultramar! Angola, Guiné Bissau, Moçambique e Estado da Índia querem independência, e a força. Em Angola partidos separatistas como MPLA e UNITA iniciam uma matança de civis portugueses e angolanos.
Mas ele não cede a pressão; um dos homens mais influentes e inteligentes que o país já produziu; mas ao mesmo tempo polêmico e controverso, o arquiteto do Estado Novo: António de Oliveira Salazar. Usando o braço forte da lei, ele dá uma resposta enérgica a chacina em Angola: “Para Angola, rapidamente e em força! ” E pra incentivar a população a lutar pelo território que sempre consideraram seu, eles criam o famoso grito “Angola é Nossa!
” Foram 14 anos de batalhas sangrentas que matou milhares de pessoas e levou Portugal à beira da falência. Anos de conflito e uma queda grave abalaram a saúde de Salazar, enfraquecendo o Estado Novo. Aproveitando o momento, uma nova Revolução surge em Portugal que colocaria fim à ditadura: A Revolução de 25 Abril de 1974.
Esse novo regime republicano põe fim a Guerra do Ultramar, permitindo a Independência dos demais territórios portugueses à partir de 1975. Os portugueses saem de Angola, mas imediatamente o país entra em uma Guerra Civil ainda mais sangrenta que só terminaria em 2002, 27 anos depois de sua independência com a vitória do partido MPLA sobre o UNITA. Mas o fim do Império português só se daria décadas depois, com a acordo diplomático entre China e Portugal resultando na entrega de Macau em 1999 aos chineses.
O primeiro e último Império Europeu moderno chegara ao fim. Uma história milenar de coragem, determinação e teimosia os fizeram derrotar gigantes! Um povo pobre, pequeno e isolado do mundo encontrou no mar sua esperança, sua vida, sua riqueza e seu lugar eterno na história como os grandes Descobridores do Mundo.
Mas isso só foi possível com sacrifícios, com vidas perdidas; E quantas vidas foram perdidas por esse sonho! Mas a pergunta é: Valeu a Pena? Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é pequena!
(Fernando Pessoa) Bônus AD A Caravelas Portuguesas estão entre as 100 maiores invenções científicas de todos os tempos que mudaram o mundo. Depois de meses de viagem em alto mar eles só tinham direito a um copo d’água de 200 ml por dia, praticamente toda a comida estragava e ficava repleta de vermes, o escorbuto acabava com os dentes e a pele dos marinheiros e cerca de 1/3 deles morriam antes de chegar na Índia. Ou seja, de 1000 navegadores, mais de 300 morriam a cada viagem.
O Historiador Americano William Weir coloca a Batalha de Diu como a 6ª mais importante da história por seu grandioso impacto a nível global. O Navio de guerra mais poderoso do mundo durante todo o século XVI era o São João Batista, carinhosamente chamado de Botafogo. .
. e você já deve imaginar porque né: ele tinha 366 canhões o que era bizarro pra época e deixou muitos inimigos com as fezes moles. Esse galeão se tornou lendário após destruir as correntes que guardavam a cidade de Túnis e permitiu a conquista dela na grande Batalha de Túnis em 1535 onde os cristãos derrotaram outra lenda, o almirante otomano Barba Ruiva.
O Bairro de Botafogo no Rio tem esse nome por causa do navio, e acho que ainda tem um time lá com esse nome também, né? Aliás com todo esse poder de fogo, os portugueses criaram e inovaram a tecnologia das guerras navais modernas adaptando canhões de bronze em seus navios o que foi um choque pra época, principalmente porque as batalhas navais eram basicamente com abalroamento de navios e lutas corporais neles. E com todo esse poder Portugal se tornou a primeira potência global da era moderna.
Nuno Álvares Pereira e Dom João I não foram os únicos heróis de Aljubarrota! Portugal também tinha ela, a Capitã Marvel portuguesa, a Diana lusitana, a Padeira louca, Brites de Almeida. Sozinha ela matou 5 castelhanos com uma pá e depois assou os caras no forno.
Se a Espanha nunca mais invadiu Portugal, agora você já sabe por quê. E muito obrigado aos meus cavaleiros apoiadores pela confiança e honra em me ajudar a continuar produzindo vídeos com a melhor qualidade possível. Se você desejar e puder ser um apoiador também, sua ajuda será muito apreciada e bem-vinda!
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