No vídeo de hoje você vai entender qual é a polêmica por trás dos alimentos transgênicos. O que exatamente é um alimento transgênico, será que você está comendo transgênicos neste momento sem saber e será que tem algum risco para a sua saúde? Eu sou Lucas Zanandrez e depois que vocês me pediram tanto, eu e a equipe do Olá, Ciência estudamos a fundo para te passar o que a ciência diz sobre a segurança dos alimentos transgênicos.
Mas o que, de fato, eles são? Ninguém pode negar que o ser humano está mudando a natureza, seja para o bem ou para o mal. Desde os primórdios da agricultura, plantas com características melhores foram selecionadas em detrimento de outras.
Nós escolhemos plantar tomates que resistem mais às pragas, espigas de milho maiores, bananas mais doces ou cenouras que sobreviviam melhor ao clima europeu e coincidentemente eram laranjas. Mas quando falamos de transgênicos, não se trata de simples seleções de organismos que atendem às nossas necessidades. Estamos falando de biotecnologia.
Transgênicos por definição envolve a manipulação genética, em laboratório, para que um gene responsável por uma característica negativa em um ser vivo seja desativado. Ou para que ele passe a ter um gene que lhe dê alguma característica que ele não tinha. Por isso, os transgênicos também são chamados de organismos geneticamente modificados.
Mas porque alguém iria escolher alterar o material genético de uma planta? Quais são as vantagens dessa modificação genética? Desde o início do século XX, já se sabe que a bactéria Bacillus thuringiensis produz um tipo de micro cristal que é tóxico para insetos considerados pragas.
Esse cristal foi a base para a criação de vários inseticidas usados até hoje. Mas e se fosse possível que a planta nascesse resistente a pragas, sem precisar da aplicação do inseticida? Parecia loucura, mas graças a biotecnologia isso foi possível.
O gene da bactéria Bacillus thuringiensis responsável pela produção dos microcristais foi transferido para o material genético de diversas plantas. Em 1995 surgiram as primeiras plantas produtoras de microcristais inseticidas, que eram capazes de sobreviver a pragas. Resultado: aumento da produtividade sem o uso de muitos agrotóxicos.
As plantas transgênicas se tornaram muito populares. Hoje, mais de 50% do algodão e 40% do milho plantado nos Estados Unidos têm essa modificação genética. E esse é só um exemplo.
Existem vários outros alimentos modificados para resistir a pragas. Estudos mostram que a adoção de transgênicos reduziu o uso de agrotóxicos em 37% e aumentou o rendimento das colheitas em 22% no mundo. Mas não só de resistência a pragas vive a indústria dos transgênicos.
Olhem essas maçãs aí. Essas são maçãs ártico, uma variedade que não escurece depois de cortada. Com o avanço tecnológico foi possível desativar o gene de uma proteína que fabrica substâncias escuras.
Maçãs mais bonitas podem até ser algo puramente estético, mas certamente, uma maçã que não escurece pode reduzir o desperdício de alimentos, um proble ma real do nosso tempo. E transgênicos também podem ser uma boa estratégia de saúde pública. Você já ouviu falar no arroz dourado?
Ele surgiu para solucionar a deficiência de vitamina A, que leva milhares de crianças à cegueira todos os anos. Como em vários países do mundo o arroz é o principal alimento da dieta, cientistas desenvolveram um arroz geneticamente modificado que contém betacaroteno, o mesmo pigmento da cenoura, que no organismo humano vai originar a vitamina A. Incrível, né?
As vantagens do uso de transgênicos são inúmeras. Trigo, arroz e feijão resistentes à seca, frutas que amadurecem mais lentamente facilitando a distribuição, um feijão com mais proteínas para veganos e vegetarianos. Tudo isso é possível graças à biotecnologia.
Toda vez que eu falo sobre esses avanços da ciência, eu fico bastante empolgado, mas sempre vem uma reflexão… Será que tanto avanço é benéfico? Ou será que o consumo de alimentos transgênicos oferece algum risco? Antes de continuar, eu quero falar sobre um outro avanço que me deixa bastante empolgado, que é como a ciência permitiu criar as roupas com tecido tecnológico da Insider, que apoiou a criação desse vídeo.
Eu estou usando a Tech T-shirt, que tem um tecido completamente diferente das camisas de algodão. A Tech-T-shirt é tão macia e gostosa que eu consigo reconhecer a camisa mesmo sem olhar. E aí qual que é a camisa Insider?
Essa aqui com certeza não. Acho que é essa aqui. Essa.
Vamos ver, vamos ver. . .
Insider! Resultado científico comprovado. A Tech T-shirt também tem tecnologia que prejudica o crescimento das bactérias que causam o mau odor e um tecido que proporciona um alto conforto térmico.
E nesse mês da Black Friday, pessoal, todos os produtos da Insider estão com 15% de desconto usando o cupom OLACIENCIA15 no site e todo dia tem promoção pra você conseguir ainda mais desconto. Então corre no link da descrição pra garantir os seus produtos Insider enquanto eu volto pra nossa reflexão… Será que você estaria comendo alimentos transgênicos sem saber? Quais alimentos são realmente transgênicos?
O Brasil, uma potência no agro, já é desde 2017 o segundo maior produtor de culturas transgênicas do mundo, depois dos Estados Unidos. 97% da nossa soja, 89% do milho e 84% do algodão produzidos aqui são transgênicos. Talvez você não coma soja.
Mas se você usa óleo de soja para cozinhar, está consumindo o óleo de soja transgênica. Se você come sardinha em óleo, ali tem óleo de soja transgênico. Biscoito água e sal?
Lecitina de soja transgênica. Bolo? O fermento contém amido de milho, transgênico.
Para saber quais alimentos contém transgênicos, você precisa procurar nas embalagens um triângulo amarelo com a letra T. Você já tinha reparado? Se sim, deixa o like no vídeo e se não deixa também mas me conta aqui nos comentários se você passou a vida inteira sem perceber esse sinal aí igual eu… Desde 2003, a legislação exige que o uso de ingredientes geneticamente modificados seja indicado no rótulo através desse triângulo amarelo aí, seguido de uma frase indicando qual ingrediente é transgênico.
Mas até mesmo a presença desse símbolo gera debates entre os especialistas. Todo mundo concorda que faz parte da transparência e que o consumidor tem direito de saber o que está consumindo. Mas alguns especialistas dizem que colocar esse símbolo é alarmismo, induz o consumidor a achar que se trata de um alimento pior e até mesmo perigoso.
O que você acha? Será que isso faz sentido? Diante de todos os benefícios dos transgênicos que eu falei no vídeo, mexer com a genética das plantas não pode causar mal para quem consome?
Será que os transgênicos oferecem algum risco? Antes de tudo você precisa saber que os alimentos transgênicos passam obrigatoriamente por vários testes de segurança para a saúde humana e meio ambiente. Como cada alimento surgiu a partir da adição ou modificação de um gene diferente, usando uma técnica diferente, cada um deve ser testado separadamente.
E, acredite se quiser, as leis de biossegurança brasileiras estão entre as mais rigorosas do mundo. Os testes são feitos para avaliar a toxicidade do alimento transgênico, se ele é capaz de gerar alguma reação alérgica no consumidor, a estabilidade do gene que foi inserido, os efeitos nutricionais associados a modificação genética, e muito mais. Só depois de passar por todos os testes e receber a aprovação das agências reguladoras, os agricultores começam a plantar e vender o produto.
E não para por aí. Para aqueles produtos aprovados, o monitoramento da segurança continua enquanto eles estiverem no mercado. Só um exemplo.
Em 1996, nos Estados Unidos, a soja foi geneticamente modificada para receber um gene da castanha do Pará e ser mais nutritiva. Mas ainda no laboratório, os cientistas fizeram vários testes e viram que a modificação genética na soja fez com que ela passasse a produzir substâncias que despertavam reações alérgicas, o que é comum na Castanha do Pará. Essa soja foi então descartada na fase de testes e nunca foi comercializada.
E uma lição foi tirada daí: é melhor evitar transferir genes de alimentos alergênicos, como a castanha, para aqueles que não tem essa característica. Os alimentos transgênicos são consumidos há mais de 25 anos em todo o mundo, sem nenhuma evidência de efeitos negativos à saúde humana. Por todos os estudos que nós temos hoje ao redor do mundo, nós podemos dizer que os alimentos com alguma certeza que os alimentos transgênicos aprovados são tão seguros quanto os não transgênicos.
Uma preocupação comum é em relação aos efeitos a longo prazo do consumo de alimentos transgênicos. Mas os estudos mostram que esses alimentos não geram risco adicional futuro, nem em relação à fertilidade ou a aumentar o risco de câncer. Na verdade isso nem faz sentido.
Pensa comigo. A maioria dos alimentos que nós comemos tem genes, tem DNA neles, já que vieram de seres vivos: plantas e animais. Aqueles genes que não foram destruídos durante o processo de cozimento do alimento são degradados pelo nosso sistema digestivo, sem qualquer efeito em nossa composição genética.
Isso vale para todos os alimentos, não só aqueles geneticamente modificados. E mesmo plantas que produzem o próprio inseticida, o que talvez seria algum problema, elas são extremamente reguladas pra que a quantidade de inseticida fique dentro dos níveis aceitáveis pra saúde humana. Na verdade, pessoal, o que eu percebo é que o nome "transgênico" assusta muito mais do que deveria.
Muita gente associa modificações genéticas a algo ruim e perigoso, que o ser humano estaria brincando com forças da natureza e até divinas. Eu entendo que o desconhecido causa medo, por isso eu resolvi fazer esse vídeo. Compartilha com os seus amigos que possam ter os mesmos receios e me ajude a espalhar o conhecimento científico, assim como eu fiz nesse vídeo aqui, que eu falo sobre agrotóxicos.
Ou se preferir, assiste esse outro vídeo que o YouTube recomendou. Um grande abraço, espero ter ativado o gene do conhecimento em você e eu te vejo no próximo vídeo, tchau.