NEUROPLASTICIDADE E APRENDIZAGEM I EP.: 43

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Conexão Neural com Dr. Eduardo Jucá
A Neuroplasticidade é um conceito cada vez mais citado em diferentes áreas da vida, como a vida prof...
Video Transcript:
é o nosso cérebro quem aprende mas aprender modifica e adapta a estrutura do nosso próprio cérebro em termos de conexões neurais nós vamos conversar sobre neuroplasticidade e aprendizagem nesse Episódio 43 do conexão neural esse tema foi uma sugestão da minha amiga Marisa Ferreira que é psicóloga e trabalha com educação com aprendizagem com a pedagogia Marisa trabalha e mora lá em São Paulo e deu essa sugestão de a gente fazer um vídeo do canal de neuroplasticidade e aprendizagem são dois temas que eu gosto demais porque ambos envolvem o funcionamento do cérebro e impactam muito as nossas
vidas e também os nossos projetos o nosso aprendizado então para a gente procurar sintetizar o papel do cérebro na aprendizagem passando por meio desse conceito da neuroplasticidade a gente precisa entender que cada coisa que eu aprendo E aí vamos voltar para definição de aprendizagem que seria a aquisição de novos conhecimentos responsabilidades ou atitudes ou ainda a capacidade de resolver problemas com base na experiência prévia a gente tem muitas definições de aprendizagem Essas são duas das que eu mais gosto Então a cada coisa que a gente aprende a gente vai modificando o nosso próprio cérebro porque
ele vai sim fazendo novas conexões sinápticas os neurônios naqueles locais específicos para o aprendizado de cada tema de cada assunto eles vão aumentando as suas conexões e vão se tornando mais robustos em forma de rede e isso por si só vai aumentando a minha própria capacidade de aprender então o exercício intelectual o aprendizado o estudo a educação são fenômenos que assim como a educação física assim como atividade física vão treinando o nosso corpo os nossos músculos para exercer em atividade física de maneira cada vez melhor também o fato de exercitar o cérebro de aprender o
torna mais capaz de aprender ainda mais coisas novas coisas no futuro porque essas conexões entre os neurônios esse surgimento de novas sinapses vai tornando o cérebro mais rápido para o próprio aprendizado então aprender faz bem ao cérebro para que ele continue aprendendo E com isso a gente pode ir derrubando alguns mitos o neurocientista espanhol Francisco mora que escreveu um livro muito interessante chamado neuroeducação ele diz que existem neuromitos e um deles é esse de que a gente só conseguiria aprender até uma determinada idade que depois disso o cérebro ficaria inerte ficaria incapaz de aprender isso
é mito Cada vez que a gente aprende mais a gente fica mais apto para aprender então não tem esse limite não a neuroplasticidade que é justamente E aí Vamos definir a capacidade do cérebro de se adaptar a novas situações e também de processar novos conhecimentos de aprender a neuroplasticidade vai nos possibilitando a caminhar cada vez mais no caminho do aprendizado conhecendo o nosso mundo então não é só que aprender amplia os horizontes que é uma expressão bastante conhecida na nossa área de educação mas aprender modifica a própria microestrutura cerebral existe o surgimento de novas conexões
entre os neurônios ao longo do processo de aprendizagem mas para ter isso de maneira mais sólida mais consistente a gente pode voltar até a origem desse termo neuroplasticidade ou de plasticidade sináptica sinapse rememorando é a junção de dois neurônios em que ele se comunicam então a plasticidade sináptica foi uma expressão cunhada por um neurocientista polonês no ano de 1948 o gersey esse neurocientista com o nome bem difícil de pronunciar mas que foi fundamental na nossa área tanto da neurociência como da aprendizagem como do entendimento de como aprendizagem esse processo ele cunhou esse termo e ele
postulou Esse princípio de que a medida em que a gente aprende a gente também vai fazendo novas conexões e preparando nosso cérebro para aprender mais ainda um outro conceito em que o gerose conoros que trabalhou foi o de neurônio gnóstico ou seja o neurônio que conhece que pode ter conhecimento nas décadas seguintes esse neurônio gnóstico passou a fazer parte de uma teoria muito interessante que a teoria da célula avó ou a teoria do neurônio avó isso quer dizer que nós temos pequenos grupos de células que guardam informações com todos os aspectos de uma determinada coisa
de um determinado objeto do conhecimento por exemplo a nossa avó então a face a voz As Memórias determinadas células guardariam esses aspectos sobre a nossa voz sobre qualquer outro objeto do conhecimento sua teoria do neurônio gnóstico que depois derivou para a teoria da célula ou do neurônio avó então esse neurocientista foram expunhou o termo que ganhou muita força ao longo das décadas seguintes e como uma curiosidade a mulher a esposa do gênes econômicos que era a Liliana lubinska também neurocientista e os dois trabalhavam no mesmo Instituto lá em Varsóvia e Ela estudou bastante o sistema
nervoso periférico Olha que legal né um casal em que um estudo do sistema nervoso central o outro sistema nervoso periférico isso é praticamente um casal que compõe o sistema nervoso como todo então com esse tipo de abordagem e o gerente conosco que trabalhava experimental no seu laboratório também trabalhou com primatas e trabalhava Sobretudo com essa neurociência teórica propondo teorias de como explicar os fenômenos então com esses conceitos ele por exemplo chegou a propor porque que nós temos conhecimentos que já vem com a gente na espécie humana e que há conhecimentos que são agregados acrescentados somados
ao longo da nossa trajetória ora conexões neurais sinapticas próprias da nossa espécie já trariam então conceitos importantes e aí o que se chamaria de conhecimento e Nato que a gente já nasce com eles mas ao longo da vida a gente pode ir adaptando essas conexões para acrescentar novos conhecimentos Olha aí a neuroplasticidade e a aprendizagem que é um exemplo Claro disso a maioria dos mamíferos mesmo os bebês desses mamíferos têm medo de cobra medo de serpente mas como assim o seu nunca tive contato antes com a serpente e eu já conheço que ela pode me
fazer mal são conhecimento acumulado ao longo da evolução do sistema nervoso em que as conexões de neurônios que já vem com a gente já nasceram com a gente Ela já sabe que aquele animal pode ser perigoso E aí um conhecimento into mas ao longo da nossa caminhada eu vou acrescentando novos conhecimentos por meio da educação da aprendizagem do estudo é arrumando os meus neurônios o conosco ele chegou a estagiar com pavlov aquele do reflexo condicionado em que oferecia alguma coisa por exemplo para um cão e o cão salivava Ou seja você tem o sistema nervoso
funcionando como estímulo e resposta só que o conosco foi Além e ele postulou que além de receber o estímulo da resposta o nosso cérebro era capaz de fazer o remodelamento microestrutural que seria capaz de dar as mesmas respostas para os mesmos estímulos no futuro desde que eles acontecessem e nos despertassem isso funcionaria então como um aprendizado e não mais como um mero reflexo e o connosco chegou a trabalhar também com Skinner que é um outro importante pesquisador da área comportamental e veja como ao longo da história parece que a neurociência e a aprendizagem estiveram já
mais Unidas do que a gente imagina e hoje em dia elas devem estar Unidas também e uma discussão que existiu ao longo das décadas nesse Campo da pesquisa sobre aprendizagem sempre foi entre os behavioristas be rave quer dizer comportamento em inglês aqueles que encaram o aprendizado como uma mudança de comportamento baseada nos estímulos e os cognitivistas que encaram o aprendizado como a elaboração de processos com a construção de mecanismos internos profundos que vão elaborar os conceitos e o cognitivismo poderia sofrer então influência do humanismo ou seja as condições do aprendizado também importam o contexto daquele
estudante o contexto daquele professor a neurociência e a neuroplasticidade não faz essa diferença e talvez a neuroplasticidade possa ser aí um elemento de ligação entre os behavioristas e os cognitivistas Porque sim o nosso cérebro pode trabalhar com estímulos e respostas alterando o seu comportamento mas o fato de que isso altera microestruturalmente as sinapses com mais conexões é responsável pela elaboração de conceitos e vai consolidando mentalmente o aprendizado então é neuroplasticidade não faz diferença e na verdade todas essas abordagens Podem sim contribuir para a compreensão desse processo tão complexo que é aprendizagem Então nós vamos evitar
os antes o anti behaviorista o anticoagnitivista o anti neurociência porque na verdade a gente vê que todas essas estratégias Podem sim colaborar para compreensão do processo como um todo e nós professores e também os estudantes devemos conhecer todas essas teorias E essas abordagens para entender melhor como é que se processa o ensino e a aprendizagem a educação que é esse processo que tanto nos apaixona agora isso tudo proposto no seu início pelo colostro lá na década de 40 do século 20 Mas será que esses conceitos iniciais puderam ser verificados depois sim e aí a gente
pula algumas décadas e vai para o Prêmio Nobel de medicina ou fisiologia do ano 2000 e assim como em diversos anos foi um prêmio Nobel de medicina que foi dado para a neurociência e para um neurocientista o vencedor do prêmio Nobel do ano 2000 em medicina ou fisiologia foi Eric candel e quem gosta de neurociência reconhece logo esse nome é o autor desse livro Fantástico princípios de neurociências e o trabalho do candel que ganhou que motivou esse prêmio Nobel foi justamente no aprendizado de maneira experimental com um animal uma lesma aprísia californiana e o candel
viu alterações neuronais da estrutura neural dessa mesma a partir de aprendizados aquela estava exposta no seu comportamento quando submetida a estímulos do meio então aprendizagem com um modelo experimental modificando estrutura neural a prova experimental de que aqueles postulados teóricos do conoros que na década de 40 e 1948 estavam corretos então além de tudo Além de a neuros plasticidade ser uma realidade que a gente observa ela é científicamente comprovada E aí eu vou puxar algo que o meu professor de neurociência lá na faculdade ele já me dizia o fato de a gente conhecer um processo neural
um fenômeno neural não tira a sua beleza eu conheço colegas professores e que trabalham com a pedagogia que rejeitam que tem uma espécie de negacionismo sobre o papel da neurociência na pedagogia falou assim que isso Tiraria a beleza do processo da importância do contexto do Estudante da interação entre professor e estudante do ambiente da sala de aula de jeito nenhum conhecer um processo não tira a sua importância a sua beleza e tudo que o envolve Na verdade nós temos que entender os diversos aspectos desse fenômeno neural então entender que a aprendizado envolve sim neurociência não
tira a importância da interação entre o professor e aluno muito pelo contrário sabendo que aprender e ensinar modificam o cérebro dos Estudantes eu passo a valorizar mais ainda o papel do professor como facilitador como mediador como orientador da aprendizagem E por que não como modificador do cérebro dos seus estudantes Olha que coisa bonita olha presente que o estudante recebe com o trabalho do professor e que ele vai levar por toda a vida se aquele modo de ensinar despertar o interesse despertar as emoções modificar as conexões neurais e sinapticas do cérebro do aluno e ele levar
esse conhecimento por muitos e muitos anos ainda outras comprovações da neuroplasticidade por exemplo em modelos experimentais de doenças como a depressão e os problemas de memória eu verifico que há menos conexões entre os neurônios em quadros de depressão grave e de dificuldade de memória Ou seja a conexão entre os neurônios a sua habilidade de fazer novas conexões a neuroplasticidade ela me propicia um ambiente de maior atividade de maior ânimo para com as da vida e também de maior possibilidade de retenção de conhecimento isso que a gente chama de memória de retenção de informações que faz
parte sim da construção do conhecimento a gente tem um vídeo aqui no canal só sobre a neurociência da memória modelos de ressonância magnética funcional que me mostram áreas quentes no cérebro áreas com conexões importantes áreas com atividade neural importante também me retratam isso em que pessoas com dificuldade de aprendizado de memória ou mesmo com queda no seu nível de atividade ou até quadros de depressão vão ter é menos atividade neural em determinados áreas menos conexões portanto é caindo aí em uma comprovação do quanto que a neuroplasticidade é benéfica E com isso a gente aprende bastante
coisa por exemplo que a atividade intelectual que o estudo contínuo que aprender de maneira contínua em todas as fases da vida ou seja nós podemos estudar não interessa a idade que nós tenhamos vai fazendo bem ao nosso cérebro e será então que é por acaso que um dos fatores de proteção conhecida contra as demências seja Justamente a atividade intelectual Não isso não é por acaso aprender faz bem ao cérebro e finalmente eu posso dar um testemunho pessoal você acompanha pacientes operados em neurocirurgias crianças e a gente vê o quanto o cérebro é capaz de adaptar
as suas funções para novas realidades Então como professor e como neurocirurgião que trabalha diretamente com o cérebro e observa a recuperação dos pacientes eu tenho o privilégio de ver a neuroplasticidade atuando na minha frente seja na sala de aula seja na sala de cirurgia e a gente vê que algumas capacidades do cérebro algumas habilidades que podem ser perdidas por ocasião de uma doença como um tumor cerebral por exemplo como um traumatismo craniano e depois elas são submetidas a uma cirurgia elas podem sim ser recuperadas com essas funções sendo assumidas por outras áreas cerebrais e com
o cérebro com treinamento posteriormente readindo Essas funções isso é novamente plasticidade então profissionais da educação profissionais da Saúde profissionais da neurociência precisam estar todos unidos na compreensão desses processos porque a nossa prioridade é o estudante é o favorecimento da aprendizagem e de modo algum essas noções invalidam as teorias da aprendizagem como por exemplo a teoria construtivista de Piaget que é utilíssima e brilhante nenhuma dessas teorias são invalidadas porque eu sei que o cérebro faz conexões sinápticas na verdade é importante que a gente saiba Quais são os fatores que envolvem aquele indivíduo seu contexto o seu
comportamento aprendizagem e que no final vão levar a essa reação dos neurônios facilitando esse processo de aprendizagem se você gostou desse conteúdo desses conhecimentos existe uma vasta bibliografia na qual você pode se aprofundar Deixa que o seu comentário e as suas dúvidas nos comentários desse vídeo aqui no nosso canal eu espero ter podido Despertar a curiosidade sobre o tema porque ele é muito amplo jamais poderia ser coberto em um único vídeo aqui obrigado minha querida amiga professora Marisa pela sua sugestão porque eu gostei muito de elaborar esse vídeo interage com a gente nas nossas redes
sociais e tenha de Novo Encontro Marcado na semana que vem aqui no canal em conexão neural
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