Boa noite Dom eu tinha 20 anos quando tudo começou mas só agora aos 26 me sinto preparada para compartilhar essa história na época cursava faculdade de turismo de manhã e trabalhava à tarde e parte da noite em um bar perto de casa meu chefe gostava de dizer que aquele bar era simples mas honesto e isso descrevia bem o ambiente mesas de madeira um pouco gastas música baixa ao fundo um balcão com bancos altos onde os clientes trocavam histórias ou descarregavam as frustrações do dia eu como bartender ouvia de tudo talvez fosse essa minha abertura para
as pessoas e para o inexplicável que me tornasse mais receptiva à coisas que viriam a acontecer naquela época eu morava com minha mãe e minha irmã mais nova meu pai falecera pouco antes de eu completar 15 anos então nós três formávamos uma família unida embora eu já estivesse sonhando em ter meu espaço próprio e havia também o meu cachorro Bolota um pitbull enorme que eu adotei ainda filhote ele era o companheiro mais fiel que se pode imaginar e gostava de dormir comigo principalmente quando eu voltava tarde do trabalho era uma noite de outubro de 2019
o tempo passa rápido mas consigo lembrar até o cheiro de pão fresquinho que vinha da padaria ali do lado eu terminara de fechar o bar um pouco mais tarde que o habitual porque o movimento fora intenso já passava de meia-noite como o bar ficava na rua de trás da minha casa eu não me importava muito em ficar até mais tarde pois chegava em poucos minutos meu chefe seu Orlando sempre me alertava para ter cuidado mas eu não via tanto perigo numa caminhada de dois quarteirões naquela noite entretanto tive uma sensação estranha no caminho sabe quando
você sente que há alguém atrás de você mas ao olhar não há nada um arrepio percorreu meu pescoço a rua estava deserta e a única iluminação vinha de postes antigos daqueles que piscam de vez em quando apertei o passo Mas tentei não pensar em assaltos ou qualquer outro perigo físico eu só queria chegar em casa tomar um banho e dormir assim que entrei Bolota Correu para me receber meu cachorro nunca latia de maneira controlada sem motivo era um bicho tranquilo embora imponente mas naquela noite ele ficou me encarando como se sentisse algo diferente no ar
dei atenção a ele fiz um carinho na cabeça e fui direto pro chuveiro depois coloquei meu pijama e me deitei com Bolota deitado perto dos meus pés devia ser por volta de 2as da manhã quando acordei com o latido dele não era um latido alto mas um rosnado baixo e contínuo como se avisasse de algo abri os olhos com confusa e notei que Bolota estava parado atento à porta do meu quarto que eu costumava deixar aberta falei baixinho para ele se acalmar mas não adiantou ele deu uns passos na minha direção olhou para mim e
depois voltou A rosnar para o corredor escuro levantei-me devagar o coração acelerado chamei seu nome mas Bolota manteve-se firme farejando O ar é difícil explicar a sensação de que havia mais alguém ali não havia som de Passos nenhum ruído de diente só uma espécie de peso no ar olhei para o corredor e não vi nada ainda assim peguei meu celular para iluminar o caminho Bolota avançou um pouco mas não quis ir além da porta da sala cheguei a dar dois passos mas então parei decidi fechar a porta do quarto eu não sou corajosa a ponto
de vasculhar a casa inteira sozinha depois de sentir aquele clima esquisito pensei em acordar minha mãe e minha irmã mas elas trabalhavam cedo no dia seguinte achei melhor não fazer escândalo fechei a porta e tentei dormir de novo fingindo para mim mesma que podia ignorar o que quer que estivesse acontecendo no dia seguinte acordei cansada fui direto para a faculdade e tentei me concentrar nas aulas mas me peguei Relembrando a sensação estranha da noite anterior entre uma aula e outra Pensei que talvez estivesse apenas estressada ou impressionada eu vinha dormindo pouco trabalhava até tarde chegava
em casa depois da meia-noite queria me convencer de que não havia nada demais quando saí da faculdade e peguei o ônibus até o bar notei que a rua estava agitada era quase véspera de um feriado prolongado e muita gente passava por ali ainda assim dentro do bar antes do horário de pico o ambiente estava calmo organizei as mesas conferi o estoque limpei algumas prateleiras para não ficar no silêncio total liguei a televisão num volume baixo passando um Jornal Local enquanto tirava pó de alguns cantos ouvi um barulho que me fez parar na hora algo metálico
caindo e rolando no chão pensei que fosse um dos talheres mas não havia ninguém além de mim no bar fui até a cozinha e não encontrei nada caído tentei afastar aquele pensamento de coincidência com a noite anterior o som meio seco como se fosse uma moeda rolando pelo piso quando voltou a acontecer uns minutos depois fui até o fundo do bar parei diante de um freezer antigo que nós mantínhamos desligado nada fora do lugar voltei ao balcão e fiquei tentando imaginar se seria um ruído vindo de Fora algum vizinho mexendo em algo de metal que
fazia Eco ali porém a impressão era Clara vinha do chão do próprio bar sem achar explicação deixei para lá aquela noite correu sem grandes problemas de movimento fui para casa por volta da meite e me0 bolota veio me receber como sempre mas notei que ele parecia inquieto não balançou o rabo como de costume ficou Apenas me observando fui para meu quarto deitei e chamei-o para dormir ao meu lado ele subiu na cama mas não relaxou passou a noite se mexendo e em determinado momento saltou ao chão para encarar a porta outra vez rosnando baixinho dessa
vez tive um sobressalto aquilo estava se repetindo mas eu não conseguia ver nada acendi o abajur e bolota focou o olhar na fresta da porta senti um arrepio percorrer o corpo fiquei imóvel encarei aquele espaço e achei ter visto um movimento suave como uma sombra atravessando o corredor durou apenas um segundo mas meu estômago gelou Bolota deu dois latidos mais fortes mas permaneceu onde estava como se tivesse medo de avançar minha mãe e minha irmã não acordaram talvez por estarem em sono profundo eu me amaldiçoei por não ter fechado a porta daquela vez levantei e
caminhei até ela mesmo tremendo quando cheguei perto do batente não vi absolutamente nada só um corredor vazio iluminado de forma fraca Pela luz que vinha da janela da sala fechei a porta de novo e naquela noite dormia encostada contra ela como se fosse possível barrar alguma coisa não aguentei guardar aquilo só para mim na tarde seguinte Depois que terminei meus afazeres na faculdade chamei minha irmã Luísa para ir comigo ao bar eu não queria ficar sozinha mais tempo do que o necessário enquanto ela sentava em um dos bancos próximos ao balcão expliquei da forma mais
racional que pude o que andava acontecendo ela me olhou com certa dúvida disse que provavelmente eu estava muito cansada e que Bolota podia estar reagindo a algum cheiro novo ou barulho de gatos na rua eu assenti sem querer insistir no assunto estávamos convers sobre amenidades quando de repente ouvimos aquele mesmo som metálico caindo e se arrastando no chão luí arregalou os olhos para mim perguntou se eu também tinha ouvido a senti nervosa Fomos até o fundo do bar mas de novo não encontramos nada que justificasse o ruído luí começou a levar mais a sério o
que eu vinha dizendo ficamos ali às duas sem saber muito como reagir em meio a esse clima ouvimos uma gritaria na rua era gente correndo barulhos de moto disparando um rapaz do Comércio ao lado passou correndo em frente ao nosso bar e nos alertou que estavam acontecendo assaltos seguidos na região falou para Trancos a porta e não abrirmos para ninguém desconhecido luí rapidamente trancou tudo e me fez Ligar para o seu Orlando meu chefe ele se preocupava comigo e sempre dizia que eu deveria ligar se algo suspeito acontecesse quando ele chegou já meio assustado com
a notícia dos assaltos luí contou também sobre o ruído que ouvimos no bar confesso que me senti meio envergonhada ao detalhar essa parte pois já imaginava que soasse estranho mas seu Orlando me ouviu com atenção sem desdenhar da minha história ele tinha suas crenças E chegou a mencionar que sempre deixava em volume bem baixo algumas músicas religiosas tocando no bar talvez fosse uma forma de proteção ele sugeriu que aquele barulho de algo metálico poderia ser um sinal de alerta Divino ainda mais considerando que houvera uma onda de violência na rua naquela noite para mim aquilo
suou mais assustador do que reconfortante preferia pensar que se tratava de um problema no encanamento ou algo assim mas no fundo eu sentia que havia algo mais a sensação pesada que me acompanhava não era apenas fruto de sugestão o mês de outubro avançava e o cansaço só aumentava Bolota parecia ficar cada vez mais durante a madrugada e eu por medo passei a trancar a porta do quarto todas as noites mesmo assim meu cachorro continuava a latir ou rosnar para algo que eu não via em algumas dessas noites tive a impressão de escutar Passos leves no
corredor mas nunca encontrei ninguém quando criei coragem para olhar até que certa noite tudo saiu do controle eu havia trabalhado até quase uma da manhã pois tivemos um grupo de amigos no bar que se além do horário cheguei em casa Exausta tomei um banho rápido e mal consegui jantar cai na cama querendo apagar de vez porém já passava das 3 da manhã quando Bolota comeou a latir desesperadamente arranhando porta para sair parecia querer me avisar que algo estava prestes a entrar no quarto levantei de supetão abri a porta e para meu horror tive a impressão
de ver uma figura de pé na sala como se fosse o Vulto de uma mulher alta não consegui diferenciar traços ou feições com clareza pois a luz estava bem fraca mas era notório que havia um cabelo comprido e escuro caindo pelos ombros a figura não se moveu durante dois ou três segundos fiquei paralisada incapaz de reagir Bolota ao meu lado rosnava com o rabo entre as pernas quando tentei dar um passo à frente aquela figura se virou em direção à cozinha e sumiu na escuridão com um nó na garganta segurei a coleira de bolota E
andei até a sala de jantar talvez por instinto ou curiosidade eu queria verificar se alguém tinha entrado em casa nada fazia sentido quando cheguei perto da cozinha senti um calafrio tão intenso que precisei parar tive uma impressão nítida de que ela estava ali parada esperando por mim meu cachorro que normalmente não se intimidava por nada travou e não me acompanhou sozinha seguia adiante acendi a lâmpada da cozinha vazia nenhuma presença física Meu Coração batia acelerado foi aí que notei A Porta dos Fundos ligeiramente aberta Embora eu tivesse certeza de que a havia trancado antes de
dormir fechei a com força corri de volta para o quarto e tranquei tudo passei o restante da noite em claro pensando que talvez eu estivesse ficando louca no dia seguinte fui trabalhar com olheiras Profundas antes do início do expediente fiquei sozinha no bar para limpar os banheiros e reorganizar as bebidas o ambiente que antes eu achava acolhedor agora parecia cheio de pontos escuros e ameaçadores eu tentava me distrair ouvindo meu celular mas a música não abafava a atenção nisso pelo Canto do olho jurei ter visto um cachorro preto de porte médio entrando no bar por
um instante achei que fosse um dos cães de rua que às vezes aparecia para ganhar comida virei-me rápido para dar um Ei mas não havia Foi estranho porque tive certeza de que vira o rabo do animal passando junto ao balcão voltei ao trabalho tentando não pensar nisso pouco depois enquanto limpava uma parte alta da prateleira ouvi um barulho tão violento que quase caí da escada onde estava olhei para trás e vi que a pequena estante que ficava sobre o balcão onde o seu Orlando deixava uma imagem de São Francisco algumas velas e Flores estava toda
Caída no Chão peças de vidro espalhadas a estatueta quebrada os quadros tortos parecia que alguém tivera um ataque de raiva e jogara tudo com força mas eu estava sozinha ninguém mais entrara no bar fiquei tão em choque que deixei o pano cair as mãos tremiam as pernas pareciam não me obedecer não tive nem voz para gritar peguei meu celular corri para a porta e fiquei na calçada esperando que alguém passasse Liguei para minha irmã chorando e depois para o se Orlando quando luí chegou me encontrou tão pálida que pensou que eu tivesse sido assaltada ou
agredida entramos juntas e ela viu a bagunça vidro por toda parte as flores espalhadas o altar destruído olhou para mim sem saber o que dizer Seu Orlando chegou pouco depois ajudou a limpar tudo e ouviu meu relato confuso ele acreditava em forças espirituais mas ainda era difícil para ele aceitar a ideia de que algo assim pudesse estar acontecendo especificamente comigo comentou que aquilo era perigoso porque estava cada vez mais físico atingindo objetos e me fazendo mal ao recolhermos os cacos ele percebeu que a pequena estátua de São Francisco que deveria estar em pedaços estava apenas
sem a cabeça o restante do corpo permanecia intacto sem nenhuma trinca procuramos a cabeça no bar inteiro até na calçada Mas não a encontramos ele fez um sinal de Cruz dizendo que tinha certeza de que isso era mau Presságio Minha noite foi péssima outra vez sonhei com a imagem de uma mulher parada no meio da sala de casa sem conseguir ver seu rosto por completo Bolota me acordou rosnando mais de uma vez no dia seguinte eu não estava em condições de ir à faculdade então Seu Orlando foi me buscar cedo e decidiu me levar até
uma curandeira que ele conhecia uma senhora chamada Dona Odete que morava num bairro mais afastado onde muitas casas ainda eram de madeira e havia um ard de interior dentro da cidade grande quando cheguei confesso que fui com certo ceticismo mas só de entrar na casa dela senti um clima diferente o lugar era cheio de ervas penduradas imagens de Santos velas acessas donette me cumprimentou com um sorriso simpático não me pediu que Contasse nada além do meu nome e data de nascimento e Então fechou os olhos rezando algo que eu não entendia bem aos Pou começou
a falar como se estivesse narrando o que via há uma presença que te acompanha há algumas semanas talvez desde o início de outubro é uma mulher que sofreu muito e se identifica com alguma característica sua talvez seu cabelo sua altura ela encontrou em você um caminho para se aproximar do mundo físico e está se alimentando do seu medo da sua energia Fiquei de boca aberta eu não tinha mencionado nada sobre ter visto algo parecido com com uma mulher em casa dona Odette continuou Ela morreu de forma violenta com marcas pelo rosto isso faz com que
ela tenha essa aparência deformada que te assusta se não fizermos nada ela pode com o tempo se tornar cada vez mais forte tentando se apoderar do seu corpo ou da sua vitalidade evite lugares escuros Mantenha sempre uma luz acesa onde você for dormir e tome cuidado com sentimentos negativos que ela pode suscitar em você depois ela fez um ritual de limpeza com reas e Fumaça de ervas confesso que me senti estranhamente aliviada quando saí de lá Dona Odette me recomendou carregar um amuleto um quartzo que deveria ser presenteado por alguém que gostasse de mim de
verdade não deixe ninguém tocar nesse Cristal além de você e da pessoa que vai te dar ela disse ele será sua proteção Naquela tarde voltei ao bar com Seu Orlando as coisas estavam mais calmas mas o clima de estranheza persistia depois que organizei o balcão notei algo que me fez gelar na parte frontal onde os clientes apoiavam os cotovelos havia um nome arranhado na madeira era um nome feminino claramente feito de forma irregular como se alguém tivesse usado uma faca ou um objeto pontiagudo e não era um nome que eu reconhecesse de nenhum cliente chamei
Seu Orlando e ele ficou boc e aberto o balcão era o xodó dele passava verniz sempre que podia e cuidava para que ninguém escrevesse nada ali eu tinha certeza de que não estava lá no dia anterior vendo minha expressão de pavor ele disse para tentarmos manter a calma Nenhum de Nós conseguia explicar quem poderia ter feito aquilo devo confessar naquele momento eu quis largar o emprego já não dormia direito minha produtividade na faculdade estava caindo e minha saúde mental ia pelo ralo mas também não queria abandonar o bar pois Seu Orlando sempre fora muito bom
para mim além disso eu precisava do dinheiro optei por seguir as instruções de dona odet esperando que asis melhorassem lua minha irmã me presenteou com um quartzo azul que comprou numa feirinha de artesanato carue Aqua pedra comig para todos os cantos curiosamente algumas ocasiões elcia mudar de cor chegando a ficar mais escuro quase marrom como se estivesse absorvendo algo negativo ao longo dos dias seguintes não ocorreram mais grandes manifestações sem quedas de objetos sem barulhos metálicos misteriosos Bolota ainda tinha momentos de estranheza mas não chegou a me acordar de madrugada passei a deixar sempre uma
luz acesa no corredor como dona Odette recomendara algumas semanas Depois pedi demissão do bar já me sentia grata por tudo mas queria seguir em frente e procurar um estágio na minha área em janeiro do ano seguinte nos mudamos para um apartamento menor mas mais iluminado e seguro com o tempo deixei de sentir aquela presença Bolota também voltou a ser o cachorro dócil e preguiçoso de sempre durante as noites hoje aos 26 anos casada e esperando meu primeiro bebê ainda carrego o quartzo azul na bolsa ele já não muda de cor como antes prefiro acreditar que
estou protegida mas vez ou outra quando passo perto do antigo sinto um frio na espinha não sei se é apenas memória do que vivi ou se há algo naquele lugar que ficou sem resposta às vezes me pergunto o que teria acontecido se eu não tivesse procurado ajuda será que a tal presença teria tomado conta de mim por completo Será que eu teria enlouquecido há quem diga que cada um enxerga o que quer ver mas minha experiência me ensinou que há coisas que estão além da nossa compreensão imediata esse episódio me marcou profundamente e até hoje
me faz olhar para certos cantos escuros com um pouco mais de cuidado algumas histórias a gente carrega para sempre e apesar de tudo ainda não encontrei uma explicação que me convença totalmente de que tudo não passou de estresse ou imaginação antes de irmos para o próximo relato verifique se você já está inscrito aqui no canal e se já ativou o sino de notificação para receber as próximas histórias aprecio sua companhia e seu apoio faz toda a diferença bem vamos continuar Boa noite Dom quando isso que irei contar aconteceu eu tinha 17 anos morávamos no interior
de Minas Gerais numa casa antiga que pertencia à família desde que minha bisavó chegou da zona rural éramos sete irmãos ao todo eu a mais nova das Mulheres sempre fui muito próxima de Regina que era um ano mais velha do que eu tivemos uma infância simples subir em árvores brincar de roda no quintal e jogar conversa fora enquanto sonhávamos com um futuro melhor nunca pensei que uma curiosidade inocente pudesse desencadear tanta tragédia Naquele dia não havia ninguém em casa além de nós duas nossos pais tinham viajado a trabalho meu pai Geraldo precisava buscar uns materiais
de construção em outra cidade e minha mãe Irene ficaria uns dias ajudando uma tia doente Regina sempre cheia de ideias convidou duas amigas para passar a tarde Carla e Aline elas chegaram rindo trazendo refrigerante e biscoitos como se fosse qualquer encontro adolescente Foi então que Carla tirou de dentro da bolsa um tabuleiro ouija algo que ela tinha ganhado de um conhecido e que segundo a as fofocas era capaz de falar com espíritos eu jamais tinha visto um daqueles ao vivo lembro-me de ficar meio cética mas também curiosa o impulso de aceitar a brincadeira foi mais
forte do que qualquer bom senso que poderíamos ter sentamos todas em volta da pequena mesa na sala de jantar a casa estava silenciosa exceto pelo relógio de parede que marcava cada segundo começamos fazendo perguntas bobas como se fôssemos crianças procurando qualquer sinal Sobrenatural que nos divertisse Será que vou casar cedo vou ficar rica vou passar na prova final por um tempo nada aconteceu o ponteiro do oui já não se movia eu já estava entediada e queria parar nesse instante ouviu-se um baque seco na cozinha como se alguém tivesse batido a porta com força aquela porta
era pesada E para piorar não havia vento nenhum um frio na espinha percorreu minhas costas tá vendo Acho que chegou alguma coisa aqui Regina disse com os olhos brilhando de excitação eu Carla e Aline ficamos paralisadas sem saber como reagir a curiosidade porém falou mais alto e Regina decidiu fazer uma pergunta que hoje sei que nunca se deve fazer quando vou morrer o ponteiro começou a se mexer num arrastar lento parando em dois números 2 e 5 depois disso ninguém teve coragem de continuar largou o tabuleiro Aline cobriu o rosto com as mãos e Regina
ficou pálida encarando os dígitos que anunciavam a idade em que ela supostamente morreria parecia tão absurdo nós éramos jovens e saudáveis Mas aquela resposta ficaria marcada em nossas mentes para sempre decidimos guardar o ouija num armário e fingir que nada tinha acontecido alguns dias se passaram até que chegou a notícia do acidente do meu pai na estrada que liga nossa cidade a Montes Claros ele tinha ido buscar cimento e aço para uma obra contaram que o carro dele se chocou contra um caminhão e despencou num barranco Raso mas suficientemente perigoso um dos passageiros era o
pai da Aline que trabalhava com transporte de carga Infelizmente o homem não resistiu aos ferimentos e morreu na hora meu pai sobreviveu por milagre teve fraturas múltiplas e um ferimento Profundo no maxilar que o deixou com os dentes incrustados de forma tão bizarra que por dias os médicos duvidaram de sua recuperação depois disso a mãe da Carla entrou em desespero o marido dela que era motorista de ônibus também sofreu um incidente estranho encontraram-no em casa enforcado não havia qualquer histórico de depressão ou desentendimento familiar Então ninguém entendeu o que o levou a esse fim o
clima na cidade ficou pesado e a tragédia Era assunto em cada roda de conversa nós no entanto não falávamos sobre o tabuleiro ouija parecia que se mencionámos aquilo estaríamos assinando um atestado de culpa ou pior chamando mais desgraça ainda os anos foram se arrastando e Regina guardava o terror em silêncio quando ela estava com 24 anos engravidou pela segunda vez a primeira filha era uma menininha de apenas 4 anos e o parto tinha sido tranquilo mas desta vez durante a gestação Regina se mostrou mais frágil mais ansiosa chegou a comentar comigo certa manhã Falta pouco
pro meu aniversário de 25 não consigo parar de pensar naquilo tentei tranquilizá-la dizendo que tudo não passava de uma bobagem de adolescência mas eu mesma não conseguia esquecer quando chegou a hora do parto Regina foi para o hospital da cidade deu à luz Um menino saudável e a princípio tudo corria bem no dia seguinte porém ela apresentou uma fraqueza estranha os médicos decidiram fazer uma transfusão de sangue eu estava ao lado dela quando uma enfermeira diferente entrou no quarto pele muito clara olhos tão azuis que pareciam cinzentos uniforme impecavelmente branco não me lembro de tê-la
visto em nenhum outro momento durante a internação de Regina ela pediu para que eu saísse dizendo que precisava verificar os sinais vitais obedeci embora algo me incomodasse ali menos de uma hora depois Regina teve uma parada cardíaca tentaram reanimá-la mas não adiantou o laudo oficial apontou incompatibilidade sanguínea na transfusão O que teria provocado uma reação Fatal a coincidência me gelou o corpo Regina morreu aos 25 anos exatamente como o tabuleiro havia anunciado Esse foi o golpe mais duro que minha família sofreu o choro foi unânime do ante o velório mas dentro de mim pulsava uma
sensação de pavor Afinal parecia que aquilo tudo estava ligado à brincadeira que fizemos tanto tempo antes a atmosfera sombria não se desfez semanas depois nosso irmão mais novo Danilo sofreu um acidente na rodovia um caminhão desgovernado o atropelou quando ele saía de moto para buscar remédios na farmácia do outro lado da pista e como se tudo isso não bastasse descobri que as duas amigas que haviam participado do jogo Carla e Aline acabaram falecendo alguns anos mais tarde ambas por complicações de um câncer raro no estômago não tive coragem de ir aos velórios cada lembrança me
amarrava novamente ao medo de que isso tudo fosse uma espécie de castigo uma dívida que criamos por mexer com algo que não compreendíamos hoje olhando para trás vejo meu pai refeito mas marcado pelas cicatrizes do acidente Meus outros irmãos seguiram a vida cada um lidando com a perda de Regina à sua maneira já minha mãe raramente menciona essas tragédias só eu talvez tenha ficado com a incumbência de carregar as lembranças se me perguntam sobre o assunto Finjo que não é nada demais mas à noite ainda acordo assustada certa de que qualquer barulho lá fora pode
ser um sinal o mesmo tipo de sinal que começamos a ouvir naquele dia em que o tabuleiro se moveu nunca mais falei sobre essa história em detalhes contoa aqui pois Acho que ninguém deveria brincar com algo que pode despertar o pior nos vivos ou nos mortos essa é minha história não tenho provas de nada apenas lembranças que me atormentam há quem diga que tudo não passou de coincidência outros acreditam que provocamos algo que não deveríamos quanto a mim ainda não sei em qual versão acreditar mas se pudesse voltar no tempo jamais colocaria as mãos naquele
tabuleiro se estiver gostando dos relatos não se esqueça de já deixar o seu like ele é muito importante bem vamos continuar Boa noite Dom meu nome é Elisa Santos e passei muito tempo tentando ignorar essa história Nem meus amigos mais próximos sabem de tudo que rolou talvez porque eu mesma demorei a aceitar mas agora percebo que preciso colocar isso para fora não é coragem é mais um desabafo tudo começou quando minha mãe Vera decidiu que a gente precisava de um lugar maior e mais calmo ela não aguentava mais o nosso apartamento apertado em Belo Horizonte
principalmente porque meu irmão Caio ainda era pequeno e precisava de espaço para correr e brincar sem preocupação meu pai Miguel nunca foi muito fã da ideia ele gosta da praticidade da cidade de ter tudo por perto e não precisar lidar com o lugar meio isolado mas acabou cedendo Quando pensou no quintal onde Poderia plantar hortaliças foi assim que num fim de semana qualquer a gente foi visitar uma casa antiga nos arredores de Itabirito em Minas Gerais ficava longe do centro numa área de chácaras com uma estradinha de Terra Vermelha até à entrada o lado de
fora era todo pintado de branco mas já desbotado pelo sol e tinha um portão de madeira que rangia quando pisei lá pela primeira vez senti um incômodo esquisito mas achei que era só ansiedade por tudo que estava acontecendo a casa tinha dois andares janelas enormes de vidro antigo e um piso de tábua corrida que reclamava a cada passo o forro era de madeira dando a impressão de que havia Segredos guardados lá em cima no sótão mesmo assim minha mãe se apaixonou no mesmo instante os quartos eram grandes a cozinha tinha fogão à lenha e havia
um quintal que dava para um pequeno Pomar de Laranjeiras Caio saiu correndo pelos corredores empolgado com a ideia de ter um quarto só dele meu pai ainda estava com o pé atrás mas topou comprar a casa quando viu o preço na época um valor que até me pareceu barato demais a mudança aconteceu no fim da época de chuva quando a cidade costuma ficar úmida e meio cinzenta na primeira semana estávamos todos ocupados com limpando poeira de móveis deixados pelos antigos donos Até que foi divertido no começo minha mãe fazia café na cozinha grande meu pai
tentava arrumar as janelas emperradas e Caio explorava tudo eu por outro lado sentia um clima pesado no ar meio frio mas achei que fosse coisa da minha cabeça insegurança Boba só que na terceira noite rolou a primeira situação que me deixou de cabelo em pé eu tava no meu quarto janela aberta tentando achar um sinal de celular para conversar com uma amiga quando ouvi um barulho no forro tipo passos arrastados no madeiramento chamei meu pai que pegou a lanterna e Subiu até o sótão por uma portinhola no corredor do segundo andar Depois de alguns minutos
ele desceu dizendo deve ser algum gambá ou ratazana podem ter se abrigado lá eu não sentia cheiro de bicho nem nada mas também não tinha explicação melhor deixei para lá só que na mesma madrugada acordei assustada com o coração disparado jurando que alguém andava do lado de fora do meu quarto o piso rangia passo a passo até parar em frente à porta segurei a respiração esperando ouvir a voz da minha mãe ou do meu pai mas não rolou nada só aquele silêncio como se alguém estivesse parado ali me ouvindo respirar fiquei suando e não tive
coragem de abrir a porta para conferir com o passar dos dias outras coisas pequenas mas estranhas comearam a tecer uma panela aparecia fora do armário sem ninguém ter mexido um copo rachava na pia e ninguém lembrava de ter usado uma tarde minha mãe viu que alguns pratos no escorredor estavam sujos de Barro como se tivessem sido deixados no quintal mas ninguém fazia ideia de como isso tinha acontecido nem eu nem Caio muito menos meus pais e era impossível ignorar na sala tinha uma mesinha de canto onde minha mãe colocava um vaso de flores quase todo
dia a gente encontrava esse vaso virado para outro lado como se alguém o girasse 90º era um detalhe besta mas que me deixava arrepiada tentei falar pro meu pai mas ele continuava achando que era só descuido nosso ou barulho normal de casa velha vocês estão exagerando ele dizia sem perder o ar cético a casa é antiga faz barulho a gente ainda não se acostumou o que mais me incomodava era a impressão de estar sendo vigiada às vezes eu sentia um frio repentino no corredor do segundo andar perto da janela que dava pro quintal quando eu
olhava lá fora Só via o pé de laranja balançando mas por dentro parecia que tinha alguma coisa me encarando numa noite especialmente gelada e não foi só impressão a temperatura caiu de repente mesmo acordei e precisei pegar um casaco notei que Caio estava agitado no quarto dele murmurando algo fui ver e ele tava sentado na cama tremendo falando baixo tem alguém na janela Elisa tentei acalmá-lo dizendo que era só um sonho mas quando bati o olho na janela senti um desconforto a cortina tava meio aberta e jurei ter visto alguma sombra do lado de fora
talvez fosse só a árvore se mexendo mas meu coração disparou depois disso Caio passou a ter pesadelos direto sempre falando de uma menina de cabelo escuro que aparecia no corredor minha mãe não levava muito a sério achava que era imaginação de criança mas eu que também ouvia barulhos e ficava inquieta comecei a desconfiar de que tinha alguma coisa além de devaneio tentei focar nos estudos e me isolei cada vez mais no meu quarto certo dia enquanto meu pai limpava o mato no quintal ouvi um barulhão na área de serviço corri lá e encontrei um balde
caído e ao lado uma pegada de barro bem grande maior do que o pé de qualquer um de nós parecia de alguém descalço fiquei olhando aquilo sem reação quando meu pai chegou disse que podia ser marca antiga deixada por algum pedreiro ou algo assim mas a gente limpou tudo antes como isso aparece agora perguntei ele nem quis dar corda provavelmente para não admitir que tinha algo estranho ali pensei em tirar uma foto mas quando voltei com o celular a marca já tava menos nítida como se tivesse secando rápido aquilo ficou na minha cabeça o dia
inteiro na época fui pesquisar sobre a região na internet para ver se a casa tinha algum histórico descobri que Décadas atrás uma menina tinha desaparecido num sítio próximo e o caso nunca foi resolvido a polícia investigou tudo por meses mas não tinha muitas informações comentei isso com minha mãe que revirou os olhos você só quer se assustar Elisa vai estudar e parar de viajar eu sentia que podia ser importante mas não tinha certeza de que aquela história tinha a ver com nossa casa mesmo assim fiquei mais Alerta a qualquer barulho qualquer sombra no quintal qualquer
cantinho escuro dos corredores até mesmo ir buscar água na cozinha de noite virou uma Aventura O Caio não queria mais dormir de luz apagada e quando eu perguntava o porquê Ele só dizia com a luz acesa ela fica mais apagada mas ainda tá aqui numa Noite Apareceu um cheiro muito estranho na cozinha meio mofo meio terra molhada que se espalhou pela casa Minha mãe abriu todas as janelas mas o cheiro não ia embora meus olhos começaram a arder e Caio teve uma crise de tosse meu pai achou que pudesse ser algum problema de encanamento ou
fossa Mas a gente não encontrou nada simplesmente o cheiro persistiu por uns 15 minutos e sumiu do nada enquanto ele ainda tava forte tentei gravar o ambiente com o celular para ver se captava algum som na hora de ouvir notei o um murmúrio baixinho quase um sussurro parecia uma voz feminina falando algo que não dava para entender Talvez um por quê ou um gemido prolongado mostrei para minha mãe que apagou o áudio na hora para com isso menina é bobagem não quero que seu irmão fique ainda mais assustado percebi que ela também estava com medo
mas tentava negar o clima na casa tava cada vez mais tenso e a gente brigava por qualquer besteira parecia que aquele lugar tirava nossa paz e deixava todo mundo esgotado umas duas semanas depois da mudança Notei uma mancha estranha no sofá da sala bem onde meu pai sentava para ver TV tinha um tom escuro meio avermelhado e ninguém sabia explicar De onde veio não tinha nada derramado e nenhum de nós tinha encostado ali com alguma coisa molhada minha mãe tentou limpar mas não saiu totalmente parecia que vinha de dentro do tecido naquela mesma noite Acordei
com se e desci pra cozinha ao passar pela sala tive a impressão de ver alguém sentado no sofá no escuro levei um susto mas quando acendi a luz não tinha nada ali fiquei parada por um tempo encarando o sofá com aquela mancha Fechei os olhos respirei fundo tentando me convencer de que era só fruto do meu nervosismo mas lá no fundo eu sentia que alguém realmente estava ali depois de um mês com tudo isso minha mãe aceitou o cons de uma vizinha Dona mar procurem a Dona Odete ela é Rezadeira de respeito entende dessas coisas
que a gente não sabe explicar meu pai detestou a ideia mas quando caio teve uma febre Relâmpago que sumiu tão rápido quanto veio ele mesmo acabou cedendo parecia que a situação estava passando dos limites Dona Odete chegou num domingo de manhã era uma senhora de voz firme olhar profundo usando um lenço colorido na cabeça e carregando uma sacola cheia de ervas a ruda Guiné Alecrim assim que entrou ela fez uma cara preocupada como se percebesse algo no ar pediu que a gente ficasse por perto mas em silêncio enquanto ela andava pelos cômodos em cada canto
soprava a fumaça de um incensário e sussurrava orações vocês sabem se já aconteceu algo trágico aqui perguntou voltando pra sala meus pais trocaram olhares e negaram eu lembrei do caso da menina desapareci mas não tinha como afirmar que tinha sido ali mesmo assim resolvi comentar Dona Odette Ficou pensativa e depois de suspirar explicou tem muita dor nesse lugar dor antiga sem descanso sinto a presença de uma criança mas não está sozinha existem outras energias Meu pai fez cara de quem não gosta mas não falou nada nessa altura ele já tinha visto o suficiente para não
dar risada do assunto ela se aproximou de mim você já sonhou com uma menina não é eu congelei não tinha falado de pesadelo nenhum nem do que cai o via a senti com um medo que me fez tremer Dona Odete disse que o melhor era tentar libertar essa alma naquela mesma noite ela voltou para fazer um ritual simples com velas brancas um copo de água Arruda e mais orações reuniu todo mundo na sala menos o Caio que estava tão cansado que acabou dormindo ficamos no escuro só com as velas acesas enquanto o vento lá fora
fazia um barulho inquietante peço que fechem os olhos disse Dona Odete e tentem pensar que aqui é um lugar de paz onde há espaço para perdão eu mal conseguia manter os olhos fechados de tanto medo meu pai atrás de mim parecia impaciente mexendo os pés no chão de repente senti um sopro frio na nuca abri os olhos na hora e vi e dona Odete encarando um canto do teto rezando baixinho o ar parecia mais pesado e as chamas das velas balançavam num ritmo que me deixou arrepiada no fim não aconteceu nada absurdo só um ambiente
muito gelado uns rangidos no chão e depois silêncio Dona Odete disse que a gente devia manter a casa limpa passar incenso e rezar pela alma que não encontrava descanso afirmou também que era bom evitar brigas e desesperos porque essas energias se alimentam do nosso abatimento por alguns dias a casa pareceu mais calma Caio parou de ter pesadelos constantes e o clima ficou menos carregado mas num final de semana tudo desandou de novo caiu uma tempestade forte derrubando Galhos e deixando a estrada de terra quase intransitável ficamos sem luz por um tempo e meu pai teve
que acender velas pra gente enxergar no escuro os barulhos ficavam ainda mais assustadores o vento sacudia as janelas e em certo momento ouvi um estrondo na parede do meu quarto como se alguém tivesse batido a mão ali saí correndo e trombei com meu pai no corredor que foi isso ele perguntou tentando manter a calma eu não soube responder porque ouvimos o Caio gritar tentamos abrir a porta do quarto dele mas estava emperrada forçamos até ela ceder ele estava encolhido no canto com a lanterna do celular apontada pra janela mesmo fechada tinha uma poça d'água ali
dentro e aquele cheiro de terra mexida de novo tão forte que dava enjoo Caio tremia chorando dizendo que alguém tinha entrado de repente ouvimos um gemido baixo meu pai começou a xingar minha mãe rezava baixinho não tinha luz não tinha sinal de celular foi a noite mais longa da minha vida juntamos todo mundo na sala e Esperamos o dia clarear ouvindo a chuva no telhado e passos leves no andar de cima ninguém teve coragem de subir no dia seguinte a luz voltou e a dona Odette ligou dizendo que tinha sentido uma agitação forte naquela madrugada
e achava melhor a gente tomar uma decisão definitiva recomendou que minha mãe botasse a casa à venda e que a gente fosse embora Miguel que até então relutava em desistir não conseguiu argumentar dessa vez ele estava esgotado e preocupado com Caio que vivia doente e não dormia mais direito eu já não aguentava atenção daquele lugar e minha mãe que Antes amava a ideia de viver no interior também reconheceu que não dava não fomos feitos para cá ela disse desanimada em poucos dias arrumamos tudo e caímos fora A casa ficou para trás com seus barulhos estranhos
suas marcas inexplicáveis e aquele cheiro de terra que me persegue até hoje quando chove fomos de volta para beag para um apartamento pequeno mas cercado de gente e do barulho dos carros na rua o que de alguma forma me me conforta não sei o que existia de fato naquela casa pode ter sido o espírito de Uma Menina Perdida ou algo mais pesado que se alimentava do nosso medo talvez a tragédia antiga ali perto ainda ecoe naquelas paredes prefiro achar que nós simplesmente passamos por algo fora do nosso alcance e que isso nos deixou cicatrizes que
jamais vão sumir de verdade até hoje quando lembro das noites que passei lá sinto um aperto no peito meu irmão Caio evita falar do assunto Meu pai quase nunca toca no tema mas sei que carrega culpa por ter noos levado já minha mãe fala como se fosse só um pesadelo que passou mas nunca mais falou em se mudar para um lugar afastado algumas tranquilidades podem custar muito caro quando me perguntam se acredito em fantasmas não dou uma resposta direta só digo que tem coisas que fogem do que a gente entende e que às vezes é
melhor deixar certas casas e histrias de lado para não sermos perseguidos por elas para sempre bem amigos Esses foram Os relatos de hoje eso de coração que tenam gostado lanço vídeos novos por aqui todos os dias e ficarei muito feliz em te ver nos próximos agora naa Estou deixando outros dois b vídeos que certamente irão gostar um abraço do e eu te vejo por lá ah