Depressão e melancolia

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Michele Roman Faria
A convite do querido grupo Nós de Goiânia (grupo de estudos e transmissão em psicanálise), aula sobr...
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bom então o o nosso tema eh de hoje é depressão e melancolia eh um tema bastante importante porque ele tá muito presente na clínica e acho que como a Márcia lembrou no início né estamos sintonizadas nesse ponto né Márcia eh Lacan sempre insistiu na importância dos fundamentos teóricos da nossa prática essa é uma insistência que atravessa o ensino do lac do primeiro ao último seminário a gente vê essa insistência nos escritos nos outros escritos ele vai sempre eh colocar eh afirmar que a teoria e a clínica São indissociáveis e quando você concebe a clínica de
uma certa maneira você eh conduz eh dirige o tratamento nesse sentido então daí a importância que ele sempre deu PR os fundamentos te teóricos da nossa prática a importância que ele dá inclusive para colocar a psicanálise do lado da ciência né Eh a transmissão o Rigor da transmissão a preocupação dele com uma transmissão que pudesse justamente trazer para nós esses fundamentos sempre foi sempre teve eh muito presente eh bom a depressão e vou incluir as melancolias aí a gente vai entender um pouco a relação entre essas duas eh é a patologia do nosso tempo sem
dúvida ela vem crescendo no mundo todo eh Todos nós temos ao menos um caso de depressão nos nossos consultórios quando não temos mais de um caso né as depressões chegam eh na clínica todos os dias eh e traz muitos desafios clínicos né muitos desafios de manejo e acho que talvez mais do que qualquer outra patologia a depressão exige os fundamentos teóricos da nossa prática ela Exige uma teoria que fundamente o tipo de intervenção que a gente faz para que a gente consiga eh produzir efeitos sobre a depressão Então ela é ao mesmo tempo um grande
desafio Clínico mas é a lembrança da importância da teoria para fundamentar a nossa prática sem a teoria que fundamenta a nossa prática nós não conseguimos nenhum efeito sobre a depressão né Eh em função e Campo o Lacan diz uma coisa que é sempre muito lembrada pelos analistas né aquela famosa frase do Lacan de que o analista deve alcançar em seu Horizonte a subjetividade da sua época eh e a depressão eu acho que ela é uma expressão importante do que que se passa com a subjetividade Da nossa época eh e tem uma coisa que a gente
se lembra pouco quando o Lacan faz essa afirmação a gente em geral não não não dá tanta importância para que vem a seguir no texto do Lacan ele procede prossegue o texto indicando o saber sobre a dialética e o movimento simbólico como eixos do compromisso do analista com o seu tempo Então a gente vai falar um tanto sobre isso e uma outra coisa que ele diz é que o analista conheça bem a espiral a que o arrasta sua época ou seja não é só uma questão de de eh de alcançar a subjetividade da sua época
Mas também de perceber que tem em cada época uma espiral que arrasta o analista eh eh e essa espiral tem nome né no nosso tempo ela é o narcisismo eh a gente eh tem aí como um dos efeitos eh das redes sociais tiktok Instagram e de tudo isso um uma questão narcísica muito presente na clínica né e no sofrimento humano Então vamos discutir isso um pouquinho também a no meu entendimento a depressão é o efeito a expressão Mais Evidente de que o narcisismo é eh a espiral que nos arrasta na nossa época ela coloca os
maiores desafios pra clínica né ela coloca os maiores desafios paraa nossa sociedade e ela Exige uma intervenção que necessita dessas bases teóricas que né Vou defender aqui que a psicanálise a psicanálise com Lacan traz recursos bastante importantes para pro manejo da depressão eh aliás sem esses recursos do Lacan é muito comum e muito eh fácil daí a espiral que nos arrasta a nossa época a gente que a gente caia na na tão criticada eh pelo Lacan eh terapia que reforça o eu né a gente tem sempre a impressão de que o deprimido tem um eu
frágil tem um eu eh que precisa ser reforçado E aí a gente tende a cair facilmente no manejo Imaginário da clínica que o Lacan sempre condenou que justamente confundia o eu e o sujeito né bom em função de tudo isso a teoria que eu vou trazer a gente poderia fazer várias escolhas teóricas dentro da da eh do campo lacaniano para para discutir a depressão eu fiz a escolha do estádio do espelho né escolhi uma teoria que eu acho que eh traz para nós recursos para pensar o manejo clínico da depressão talvez ainda pouco valorizados pelos
analistas gostar de valorizar a teoria do espelho como uma teoria que que traz muitos recursos para pensar Clínica né em especial a clínica da depressão e também para pensar melancolia eh a primeira coisa então que eu queria dizer sobre a teoria do espelho que vai ser o nosso fundamento teórico é que ela não é uma teoria do Imaginário n eu acho que a gente tem uma tendência a subestimar a importância da teoria do espelho reduzindo a teoria do espelho a uma teoria do eu e do Imaginário reduzindo a teoria do espelho a uma teoria do
início do ensino do Lacan eh se vocês conhecem meu livro sobre o real simbólico Imaginário que eu recomendo muito que vocês Leiam eh o que eu defendo nesse trabalho é a ideia de que os três registros real simbólico Imaginário sempre tiveram presentes de ponta a ponta no ensino do Lacan Né desde o primeiro até o último seminário e portanto na teoria do espelho a gente vai ver isso aqui hoje a gente tem real simbólico Imaginário articulados eh e essa articulação é fundamental pra gente pensar a clínica de ponta a ponta no ensino do lacam né
a clínica da maneira como eu leio lacam e como eu entendo ela é a clínica eh que considera real simbólico Imaginário como os três registros que compõem a realidade humana né eles estão sempre articulados e é essa articulação que permite a operação clínica que que nós fazemos eh o que a gente vai destacar na teoria do espelho e aí lembrando né que a teoria do espelho apesar de ser uma teoria que tá no início da obra do Lacan ela aparece logo no seminário um lac monta o esquema ótico e a teoria do espelho o primeiro
texto é de de 36 a primeira versão ela tá então portanto no início mas o Lacan recupera essa teoria muitas vezes e vamos trabalhar com a forma como ele recupera essa teoria no seminário 10 eh dando destaque pro que eu pretendo destacar aqui pra gente pensar a clínica pro eixo dialético eh que tá presente nessa nessa articulação do Lacan que vai nos ajudar a pensar a depressão eh uma outra utilidade importante da teoria do espelho é na relação com a melancolia que a gente também vai abordar porque eu eh entendo que a partir da teoria
do espelho a gente consegue pensar algumas questões que tocam a diferença estrutural entre neuroses e psicoses a gente consegue ver isso em todas as teorias do Lacan em todas as teorias sobre a Constituição do sujeito no Lacan mas na teoria do espelho a gente vai abordar isso para poder falar da melancolia também então é mais um ponto eh que eu acho importante a gente a gente destacar eh para começar a gente vai retomar isso na segunda parte né que é a parte sobre a clínica mas eu que queria dizer algumas coisas muito básicas sobre a
depressão só para semear aí o nosso campo que são básicas mas que são importantes para mim de serem lembradas primeira delas é que a depressão tem que ser diferenciada da tristeza isso parece muito básico Isso parece muito simples mas esse termo tá tá tão presente na nossa cultura de hoje que quando a gente tá triste a gente diz que a gente tá deprimido e não é absolutamente a mesma coisa mas a gente tem uma tendência a tratar depressão e tristeza como se fossem a mesma coisa Inclusive tem uma tendência do nosso tempo de medicalizar a
tristeza né as pessoas estão tristes é muito comum que se proponha medicação para tristeza antidepressivos isso tem a ver com a nossa cultura isso tem a ver com a nossa cultura capitalista eu não sei se vocês sabem a quantos dias de licença do trabalho tem direito alguém que perde um parente direto o esposo a mulher um filho um pai uma mãe vocês sabem quantos dias dois eu fui conferir isso são dois dias pela CRT e tem que ser parentes direto percebem em que mundo a gente tá vivendo Depois de dois dias de luto volta trabalhar
porque a vida é isso E aí o lugar da tristeza tem tem sido absolutamente reduzido na nossa cultura inclusive o lugar para falar da tristeza né E nós sabemos como psicanalistas o quanto é absolutamente fundamental compartilhar né da tristeza e encontrar lugares sociais para que se possa falar disso em especial o luto né Eh como uma forma de elaboração Do Luto né a gente tem para nós que o tempo de um luto eh como um tempo de elaboração de vários momentos que exigem pensar um luto É no mínimo de um ano né porque é ao
longo de um ano que a gente vive momentos de lembrar daquelas pessoas que a gente perdeu em datas importantes né comemorações importantes o ciclo de um ano eh permite essa elaboração ou seja um longo trabalho um trabalho que exige o laço social e que tá cada vez mais reduzido na nossa cultura na nossa sociedade os espaços de viver tristeza de dar lugar para tristeza Então não vamos confundir tristeza com depressão não é a mesma coisa a depressão é uma patologia e a depressão precisa de tratamento a tristeza não né a tristeza precisa da palavra da
elaboração do laço social eh é uma outra coisa então esse é um primeiro ponto que eu queria destacar segundo ponto importante para destacar a depressão aí pensando do ponto de vista psicanalítico não é um sintoma né o sintoma para psicanálise é uma metáfora é a expressão de um conflito inconsciente ela tem relação com os desejos inconscientes com o recalque eh né enquanto metáfora o sintoma é sobredeterminado ele é interpretável e ele é interpretável na via da associação livre né quem já leu o caso do pequeno rans do Freud o que a gente tem ali é
um trabalho de associação né Qual é o sentido daquele cavalo de quem essa criança tem medo então o cavalo é um sintoma o medo de cavalo é um sintoma e Associação livre vai desdobrando os sentidos desse sintoma essa sobredeterminação né e eh a dimensão inconsciente que tá muito presente aí quando se trata da depressão eh não tem Associação livre a depressão não é um sintoma a gente vai tratar aqui a depressão como um estado um estado reversível pela análise eh que exige então a gente né contextualizar que estado é esse como é que a gente
opera sobre esse estado a depressão não é um sintoma eh terceiro ponto fundamental também um tanto Óbvio eu gosto das coisas óbvias as obviedades às vezes precisam ser lembradas o terceiro ponto é o que caracteriza esse estado e isso interessa muito diretamente para nós psicanalistas é justamente a ausência de desejo que que o deprimido diz para nós que ele não deseja ele não deseja nada ele não deseja trabalhar ele não deseja sair de casa ele não deseja eh ter amigos ele não deseja eh às vezes não deseja sair do quarto deseja No Limite nos casos
mais graves ele não deseja viver é isso que ele diz para nós e eu acabei de dizer que a gente opera com sintoma e a gente opera com desejo inconsciente então isso para nós é um enorme desafio Clínico né o que nós buscamos quando nós escutamos um analisante é a posição do sujeito Como dizia Lacan que é reveladora justamente do desejo né Eh como é que a gente trabalha com alguém que diz que não deseja E aí a depressão tem essa potência vamos dizer assim clínica que é de mostrar para nós que desejo não é
a consciência do desejo que mostrar para nós que o desejo para psicanálise não tem nada a ver com a vontade com o querer e mostrar para nós que quando alguém diz eu não desejo ver Eu não desejo sair de casa Eu não desejo trabalhar isso não é o desejo no sentido psicanalítico ou seja a nossa pergunta diante de um deprimido continua sendo a pergunta de sempre Onde tá o desejo porque o desejo que nos interessa não é da dimensão da consciência o desejo que nos interessa é inconsciente e ele é definido por Lacan inclusive num
grafo para que a gente não se confunda e não confunda o desejo com o querer e com a vontade né o famoso grafo do desejo que vocês vão encontrar eh sendo montado entre o seminário c e seminário seis num texto do lacar fundamental que se chama subversão do sujeito e dialética do desejo que tá nos escritos que reúne as descobertas do seminário cinco e seminário seis eh e tem aquele livro do Alfredo eidelstein sobre o des o grafo do desejo que eu acho maravilhoso quem quiser né o trabalho já sobre o desejo é um livro
para ser estudado né porque o desejo é um tema o tema da psicanálise nós operamos com o desejo inconsciente desde o Freud o Lacan recupera isso do Freud quando ele recupera isso do Freud ele recupera fazendo a crítica de uma análise que teria se encaminhado pro reforço do eu justamente mente lac vai dizer que esses analistas confundem o eu com o sujeito e o que nos interessa é o sujeito do inconsciente que tem a ver com desejo é uma coisa que ele vai dizer eh na ciência e a verdade né e de nossa posição de
sujeito somos responsáveis uma frase que precisa ser lida nesse sentido a nossa ilidade dos analistas eh concerne aquilo que nós chamamos posição do sujeito é dessa maneira que o Lacan traz para nós a dimensão do desejo que ele extrai do Freud então Eh vocês vem o tamanho do desafio né a ética da psicanálise seminário sete é a ética do desejo e então o desafio de de de eh eh tá diante de um analisante que nos diz eu não desejo nada é um dos maiores desafios que a gente pode ter né um dos maiores desafios clínicos
vou vou citar uma passagem no seminário nove que eu acho muito boa eh embora o Lacan não fale explicitamente de depressão vocês vão reconhecer do que é que ele tá falando aqui eh tá na lição de 28 de março de 62 no seminário no na minha edição é na página 233 eu tenho uma edição dessas que as instituições se reúnem para para produzir é uma tradução não oficial da do CEF do Centro de Estudos pro anos do Recife pra circulação interna da instituição eh então na lição de 28362 lac diz o seguinte esse desejo que
desaparece ao qual sujeito tu renuncias Será que nossa experiência não nos ensina que isso quer dizer que desde então Teu desejo vai estar tão bem escondido que por um tempo ele pode estar ausente ele não tá falando de depressão mas né a ideia que ele tá transmitindo para nós é essa né Eh aliás Esse é o efeito do recalque sobre o desejo né esse é o efeito daquilo que nós chamamos de inconsciente nós desconhecemos o nosso próprio desejo nós não temos consciência do nosso próprio desejo portanto desejar não é querer sair de casa querer mudar
de vida querer se casar ter um filho mudar de profissão isso não é o que nós psicanalistas chamamos de desejo portanto né Eh a gente vai entender que alguém que diz que não deseja nada isso não significa ausência de desejo no sentido psicanalítico do termo Esse é o primeiro eh desafio Esse é o maior desafio que a gente tem com a depressão por isso que a depressão é um dos manejos mais difíceis mais desafiadores Eh mas por outro lado um dos mais esclarecedor né um dos que mais exige a gente se lembrar o que é
o desejo para psicanálise Michele nesse sentido então o desejo ele ele é sabido ele é conhecido a posterior mais que isso o desejo ele é efeito da operação do analista eh é a nossa operação que vai marcar aquilo que o Lacan chamava de posição do sujeito que tem uma relação com desejo então não se trata tanto de saber o desejo de conhecer o desejo porque isso nos encaminharia para uma linha de tornar consciente ou inconsciente percebem tomar consciência do próprio desejo e o Lacan sempre eh insistiu que a análise não é isso então é eh
A ideia é que a nossa operação Clínica vai marcar essas aberturas como diz o Lacan no seminário 11 em que o desejo aparece em que o sujeito aparece inclusive marcar com o corte de sessão que é um recurso da técnica a gente vai discutir isso na segunda parte do nosso trabalho de hoje eh o desejo é fruto da nossa operação Clínica e esse é o nosso desafio como é que a gente encontra né Eh na naquele discurso completamente deprimido E aparentemente sem nenhuma vontade de nada essa dimensão do desejo percebem o tamanho do desafio Clínico
por isso que é tão difícil trabalhar com depressão por isso que estamos aqui reunidos hoje para pensar algumas coisas em relação a isso eh bom então vamos paraa teoria né eu escolhi trabalhar com o estádio do espelho com esquema ótico algumas razões para isso né Eu acho que ele o esquema ótico permite localizar com clareza a patologia do nosso tempo né o narcisismo eh permite situar o desejo na sua estrutura dialética guardem esse termo que é fundamental para para pra gente operar com a neurose e é uma exigência pra gente operar com a depressão eh
e permite abordar a Psicose em especial a melancolia que é muito confundida com a depressão porque do ponto de vista do fenômeno elas duas podem ser muito parecidas a depressão e a melancolia a gente vai pensar isso estruturalmente a partir da teoria do Espírito vou dar algumas referências para vocês de textos para que quem quiser estudar o tema com mais calma depois né O primeiro texto que eu indico é o texto sobre o estádio do espelho que tá nos escritos né o estádio do espelho como formador da função do eu em psicanálise eh depois no
seminário um tem dois capítulos que eu recomendo que vocês Leiam o capítulo sete o capítulo 10 que são os capítulos em que o Lacan propõe eh retoma o a a teoria do espelho E propõe um esquema para pensar teoria do espelho vamos falar sobre esse esquema eh um outro texto dos escritos é o a observação sobre o relatório de Daniel lagash onde ele retoma também eh o esquema ótico Esse é de 58 eh e nos finalmente no seminário 10 tem dois capítulos do seminário 10 sobre angústia que são os capítulos 3 e 9 em que
ele faz uma retomada do do esquema ótico que é fundamental para finalmente localizar aquilo que já tava lá desde sempre mas como Lacan tem o conceito de objeto a ali ele consegue localizar isso melhor localizar os três registros no esquema ótico real simbólico Imaginário a gente vai fazer isso juntos eh ainda sobre o estádio do espelho Recomendo um outro livro do do Alfredo eidelstein que é o modelos esquemas e grafos tem uma um dos Capítulos desse livro é um capítulo sobre o estádio do espelho eh também é dat toro Editora tô indicando livros que são
daor vocês encontram na no site na www.orit.com.br no meu livro sobre o lugar dos Pais para quem tem o meu livro sobre o lugar dos pais tem umas três páginas de resumo do esquema ótico que né pra gente se lembrar de como é o esquema ótico de uma forma mais reduzida tem ali bom então vamos para pro esquema ótico alguém quer colocar alguma coisa fazer alguma questão Podemos seguir quando lac vai falar então vai começar a transmissão da análise seminário um ele tá muito preocupado justamente com essa confusão dos analistas entre o eu e o
sujeito né com uma uma clínica psicanalítica que teria enveredado paraa ideia de um reforço do eu todas as consequências disso que a gente pode ler no Lacan todas as críticas que ele faz então uma primeira preocupação que ele teve foi mostrar pros analistas eh O que que é o eu né Eh que na definição do lac o eu é uma ilusão sustentada no Imaginário ele é a ilusão de que nós temos todos nós de uma unidade né de uma totalidade que como toda ilusão é imaginária eh é fruto da alienação da alienação ao significante e
isso ele recupera bem muito claramente do Freud ele tem uma dimensão corporal Freud diz que o eu é antes de tudo corporal Então o que a gente chama de eu e coincide com a ideia que nós temos do nosso próprio corpo né Nós dizemos eu e confundimos esse eu com essa ilusória unidade corporal que nos define eh para mostrar para nós isso ele sempre ao longo da do da transmissão dele toda do ensino dele todo Ele trouxe para nós eh teorias auxiliares né Para dar suporte para para aquilo que ele tava tentando transmitir do ponto
de vista da psicanálise e quando ele vai falar da da função imaginária do Eu a teoria que vai servir de suporte é olha né Essa parte da física que justamente trata das imagens e ele vai encontrar na física um pequeno aparelhinho muito interessante me perguntando onde é que lanc achava essas coisas eh um pequeno esquema chamado na física de esquema de boa que é o autor desse aparelhinho que tem um espelho côncavo uma caixa eh um buquê invertido escondido atrás da caixa e um vaso sobre essa caixa Esse é o esquema eh o olho né
quem olha para esse esquema Olha daqui dessa posição Essa é a posição por uma propriedade do espelho côncavo o espelho côncavo produz uma imagem que é invertida e Projetada pra frente e Essas flores vão ser projetadas aqui para cima dando para nós a ilusão de unidade entre as flores e o Vaso ou seja esse é um esquema da física né para demonstrar aí num aparelhinho essa esse efeito ilusório de unidade produzido por um espelho e que vai servir muito bem pro Lacan eh trazer a ideia de que eh o eu é essa ilusão que depende
né de alguma outra coisa para se produzir no caso do esquema Depende de um espelho vou eu tenho aqui um pequeno esqueminha ótimo Olha que coisa mais simpática eh só para vocês terem uma ideia para não precisar voltar pros livros do ensino médio para paraas aulas de ótica seria interessante para vocês verem como é que isso se produz na teoria né da da física mas só para vocês verem como é que isso é produzido né A ideia é essa tão vendo a gente tem a ilusão de que esse vaso tá dentro Essas flores estão dentro
do vaso uma ilusão produzida pela presença desse espelho e aqui embaixo a gente tem as flores embaixo e o vaso em cima Então essa é é a ilusão que a física traz para nós e que o lac se utiliza dela para dizer bom essa ilusão de unidade corresponde do nosso ponto de vista ao que nós podemos chamar de Eu ideal e o Lacan escreve esse Eu ideal dessa maneira izinho de azinho esse azinho nesse momento tem o sentido de pequeno outro né Eh a função especular do outro eh esse outro aqui no fundo sendo representado
pelo espelho mas aqui a gente tem uma dimensão eh eu vou colocar aqui nesse nesse esquema eh vou vou propor uma leitura desse esquema para vocês que é a minha leitura tá vocês não vão encontrar isso exatamente dessa maneira no lacão aí depois a gente pode até discutir se vocês tiverem leituras diferentes uma coisa importante ar esse esquema a psicanálise é entender que o espelho nesse primeiroa é meta grande outro enquanto Tesouro dos significantes Ou seja a imagem ilus de totalidade né a imag que a crian tem dela mesma essa essa ilusão de unidade Ela
depende desse espelho que é eh o grande outro o grande outro no sentido do Tesouro dos significantes o grande outro no sentido do campo da linguagem eh eh só para distinguir uma coisa que sempre aparece como questão de vocês eh não é do Olhar materno que a criança depende para se constituir como a gente tem um olhinho aqui no esquema ótico em geral a gente faz uma confusão que a gente pensa que a criança o eu depende do Olhar materno cuidado com essa ideia Lacan não tá trazendo a ideia de do olhar no sentido que
às vezes se atribui a esse esquema pelo contrário o que tem aqui nesse olho é justamente o sujeito é o sujeito que se vê como unidade no espelho percebem Qual é a ideia A ideia é que eu sou aquilo que o significante me diz que eu sou é uma identificação né que produz como efeito a ilusão do Eu a ilusão da unidade do eu e o Lacan vai dizer no no texto sobre o estádio do espelho que inclusive essa unidade ela é muito precosse ele localiza ali no no no texto sobre estádio do espelho entre
os seis e os 18 meses o que não quer dizer uma evolução dos se aos 18 meses entre os se e os 18 meses em algum momento desse período Porque a Constituição do sujeito pro Lacan é corte é isso né e e o experimento que o lac faz referência para pensar essa ilusão de unidade do eu é o experimento do valon que trabalhava com crianças no colo das suas mães diante de espelhos e ele observava esse momento de júbilo eh da qual do qual a criança é tomada é tomada quando ela reconhece a própria imagem
no espelho então o valon diferenciava um momento em que um bebê olha para um espelho e aquilo não quer dizer nada para ele de um tempo e é um corte que que define esse tempo em que a criança tem uma reação de júbilo diante do espelho por se Reconhecer essa é a ilusão né na verdade ela reconhece aquela imagem projetada no espelho como se fosse ela mesma Então essa é a função da alienação porque é alienação a imagem que tá projetada no espelho que na realidade o lac vai retomar isso no seminário nove eh não
é uma identificação à imagem é uma identificação ao significante porque é do significante que o sujeito depende para ter essa ilusão da unidade que se sustenta numa imagem de si então é o outro que me diz você É o João você é um menino você é meu filho você é lindo percebem o apoio o suporte dessa imagem que dá a ilusão da unidade eh do eu é um suporte significante e a partir de disso que o outro diz eu passo a ser o João o filho da minha mãe o menino menino lindo o que que
é que esteja colocado do lado desse espelho então ele dá destaque para essa função especular ele dá destaque para precocidade para o quanto isso é eh Inicial na vida de uma criança e ele dá destaque pro fato de que o o a ilusão do Eu a formação do eu antecipa o domínio motor Ou seja é antes mesmo que essa criança tenha um domínio motor que esse eu se forma e ao se formar ele também define e determina aquilo que a gente vai chamar de domínio motor então é realmente muito precoce é muito cedo que isso
se forma e e isso se estrutura e isso vai dar para nós essa essa ideia essa dimensão daquilo que o lac chamou de Eu ideal E aí uma coisa importante que a gente teria que pensar né esse esquema é perfeitamente capaz de ilustrar para nós portanto que é o eu concordam o eu é essa ilusão de unidade produzida por efeito da alienação ao campo da linguagem ao significante que tá representado no esquema pelo espelho né Essa ilusão de unidade é a imagem das Flores dentro do vaso e ela eh se sobrepõe a uma coisa que
a partir do momento em que em que em que existe o eu a uma ideia que que tá lá colocada nas origens que o Lacan vai retomar no no seminário sobre angústia que é seria um de um despedaçamento corporal antes disso que é o que o Freud chamou de autoerotismo né O que que é é o alto erotismo aqui ainda não tem uma unidade né do corpo organizando esse corpo né nessa ilusão de unidade e organizando inclusive as funções motoras Então essa passagem do autoerotismo pro narcisismo que o laca descreve nesse momento e o que
corresponderia a esse corpo fragmentado seria justamente as florzinhas do lado de baixo e o vaso em cima que são os objetos que estão colocados ali de forma fragmentada percebem como esse esquema realmente o Lacan quando encontrou com ele falou isso é perfeito para ilustrar para nós eh O que é eh a formação do eu como é que nós psicanalistas entendemos a formação do eu o eu é ilusório o eu é ilusão de totalidade ilusão alienada de totalidade e a partir do momento em que isso se forma né esse tempo esse corte de formação do eu
o o que eu tenho é a ilusão de que eu sou o meu eu de que eu sou essa imagem que eu vejo no espelho Essa é a ilusão básica de todos nós né quando a gente se olha nesses quadradinhos aqui da da da tela a gente pensa que somos nós que estamos na tela a gente fala isso com muita naturalidade né não somos nós é uma imagem Projetada de nós mas a gente se confunde com essa imagem isso é o eu pro lacão então vocês percebem que o esquema do boá é perfeitamente capaz de
transmitir para nós O que é o eu só que quem conhece o esquema ótico do Lacan sabe que o esquema ótico não se reduz ao esquema de Gua Lacan acrescenta mais um espelho e o mais interessante é que ele acrescenta mais um espelho já no seminário um acho isso muito importante por quê Porque desde o seminário um lá já sabia como todos nós sabemos que o sujeito não é o eu né se o esquema ótico do Lacan fosse só o o espelho côncavo né o esquema do boa nós seríamos o nosso eu nós seríamos aquilo
que o outro diz que nós somos alienação à linguagem seria completa e nós seríamos aquilo que o outro diz que nós somos concordam a gente a gente teria que pensar a o eu como uma alienação completa e não e e como uma totalidade completa né como diz o Lacan no seminário dois nós seríamos Luas é essa ideia que nos acompanha Nós somos o nosso eu essa a ilusão que que o Lacan faz com o esquema ele diz eh embora nós sejamos esse eu parte de nós se identifica com essa com esse significante e fica com
essa dimensão do eu como ilusão de unidade uma parte se aliena Mas alguma coisa fica de fora dessa alienação isso lá vai trabalhar no seminário nove sobre a identificação né a identificação por isso que ele vai dizer a identificação Não é com a imagem a identificação é com o significante e a identificação deixa um resto e ele vai recuperar isso no seminário 10 sobre angústia para falar do lugar desse resto e isso é uma coisa muito importante pra gente entender inclusive o tema da angústia do seminário 10 não existe identificação eh totalizante com o significante
toda a identificação produz um resto isso vale para todas as estruturas clínicas isso vale para neurose isso vale pra Psicose isso vale pra perversão né L vai retomar vai retomar isso então no seminário nove depois ele vai falar da angústia e vai retomar o esquema ótico no seminário da angústia e depois no seminário 11 vai trazer para nós a teoria da alienação né para mais uma vez eh tirar a gente de um pensamento desenvolvimentista em que a gente imagina que primeiro a gente se aliena para depois se separar a gente tem que tirar da nossa
cabeça eh essa esse pensamento desenvolvimentista ele é um problema inclusive pra gente entender as estruturas clínicas né Eh as estruturas clínicas não são eh evoluções né da alienação para separação toda a alienação envolve uma separação e o laca já sabia disso desde o seminário um embora não tivesse uma condição de teorizar isso como ele vai ter no seminário 10 no seminário 11 entendem mas ele já mostrava isso pra gente fazendo o quê acrescentando um segundo espelho ao primeiro espelho ele vai vai eh tratar disso eh no seminário 10 deixa eu ver onde é que isso
tá no seminário 10 para eu ler para vocês eh na página 48 do seminário 10 ele diz o seguinte o investimento da imagem especular é um tempo fundamental da relação imaginária o investimento da imagem especular né esse primeiro tempo da da relação imaginária que é o tempo da formação do Eu ideal e aí ele segue no seminário 10 dizendo é fundamental por ter um limite nem todo investimento Lip inal passa pela imagem especular há um resto esse resto espero ter conseguido fazê-los ter uma ideia de Porque ele é o pivô de toda essa dialética já
vamos conversar sobre a dialética que é o ponto que nos interessa clinicamente todos os outros pontos interessam clinicamente mas esse é o ponto central ou seja existe um resto na alienação ao significante eh sempre vai existir um resto Ai em todas as as estruturas clínicas e a questão da depressão vocês devem ter notado que eu tô chamando de depressão a depressão neurótica a questão da depressão é o que que o sujeito faz com esse resto questão de todas as estruturas é essa O que define as estruturas clínicas é o destino que cada uma das estruturas
dá para esse resto n como é que o lac chama esse resto ele dá um nome para esse resto de mas aí só no seminário 10 objeto a eh e vai eh pensar que o segundo espelho é na neurose o destino desse resto e ele vai fazer uma linda imagem para isso tá na página 10035 do seminário 10 tem uma outra citação depois vou fazer também mas na página 135 do seminário 10 ele diz assim basta nos referirmos ao momento que assinalei como característico da experiência do espelho e paradigmático da Constituição do Eu ideal no
espaço do outro o momento em que a criança Vira a Cabeça conforme o movimento familiar que lhes descrevi para o outro grande outro a testemunha o adulto que está atrás dela a fim de lhe comunicar com um sorriso as manifestações de seu júbilo digamos por alguma coisa que a faz como com a imagem especular então ele vai dar destaque para um movimento de cabeça ou seja a criança se reconhece na imagem do espelho isso tem a ver com o experimento do valon tem uma reação de júbilo com esse reconhecimento portanto ela tem naquele instante a
ilusão de ser aquele aquela unidade narcísica projetada no espelho mas por aluma razão em seguida ela se volta pro adulto que a segura para pedir como que um reconhecimento de que ela é mesmo a que ela que tá no espelho a questão para nós é se ela precisa desse reconhecimento é que essa imagem Esse eu não é totalidade mas é ilusão de totalidade percebem isso já tá colocado desde o início eu sou o meu eu mas isso é ilusório isso deixa um resto isso deixa uma pergunta que na neurose né isso isso deixa um resto
que na neurose vai se transformar na pergunta endereçada PR esse outro do segundo espelho então a gente poderia dizer também acrescentando alguns elementos aqui ao ao esquema ótico gulac a gente poderia dizer que o segundo espelho é também essa dimensão do outro né como lac diz aqui mas é uma dimensão do outro que a gente tem que considerar como outro a quem a criança dirige a pergunta que vai ser um tratamento simbólico daquilo que ficou de fora do primeiro espelho ou seja o primeiro espelho é o outro absoluto o tesouro do significantes né é essa
referência ao campo da linguagem como um campo onde tudo é representável daquilo que a criança é nesse primeiro momento de vida então tudo que a criança é ela é a partir desse Campo isso produz a ilusão do Eu ideal mas em seguida o fato de que isso é ilusório e que fica um resto da especular iação como diz o Lacan ela se vira pro outro que tá segurando para confirmar se ela é mesmo aquilo que ela viu no primeiro espelho Então esse outro do segundo espelho é o outro da pergunta né que é o que
o neurótico faz com esse resto esse resto é da dimensão do real né que é o que o Lacan vai chamar de objeto a e o segundo espelho indica para nós eh como esse real se transforma na neurose é tratado na neurose simbolicamente sob a forma de uma pergunta então o que que eu sou eu acabei de de ter a ilusão de que eu sou o meu Eu ideal para em seguida me perguntar o que é que eu sou e dirigir essa pergunta pro segundo espelho o segundo espelho é é o espelho da pergunta o
que vai aparecer aqui né como projeção daquilo que tá colocado no primeiro espelho no segundo espelho né que é um espelho plano e portanto produz uma imagem que que é virtual né que aparece atrás do espelho Então a gente vai mudar o lugar do olho que vê que é continua sendo o sujeito Então nesse segundo espelho a gente tem uma projeção do vaso da caixa e Inclusive das flores que funcionam né do ponto de vista da física como objeto real e vão aparecer aqui do outro lado eh o olho passa pro lado de cá né
o sujeito se vê do lado de cá do espelho e aquilo que fica eh do lado do que foi essa primeira ilusão de unidade esse Eu ideal fica absolutamente sob recalque né o sujeito passa a se ver nessa outra Instância aqui que aparece do lado direito que o Lacan chama ideal de eu e que ele vai escrever visão de azão se a gente quiser é o lac vai tratar isso no seminário um pela dialética do narcis em Freud né do narcisismo primário e narcisismo secundário se a gente quiser pensar isso em termos fridiano ou seja
ele tá propondo uma relação dialética entre essas duas instâncias aqui Eu ideal ideal do Eu ele vai propor que esse objeto a que é o resto eh da simbolização é o resto da da imagem especular do primeiro espelho ele vai propor que ele aparece no segundo espelho como falta fálica ele vai escrever essa falta falica ele vai escrever menos fia aqui do lado de cá então aquilo que é a dimensão do real do lado esquerdo aparece como falta do lado direito então o sujeito que é esse olho passa a se ver na Perspectiva do ideal
do Eu desconhecendo né esse Eu ideal como fundamento do seu ideal do Eu e o ideal do Eu vai est sustentado na ideia da fta fálica ou seja na verdade a gente tem os ideais do eu que são tudo aquilo que me falta para que eu seja aquilo que eu vislumbrei por um instante no primeiro espelho como ilusão de completude vou ler para vocês mais um trecho aqui no o seminário 10 tá na página 43 do seminário 10 ele diz assim não tá na página 41 do seminário 10 ele diz assim eh na simples imagenzinha
exemplar da qual partiu a demonstração do estádio do espelho o chamado momento jubilat em que a criança vindo captar-se na na experiência inaugural do reconhecimento no espelho assume-se como totalidade que funciona como tal em sua imagem especular porventura já não relembrei desde sempre o movimento feito pela criancinha esse movimento é tão frequente tão frequente tão constante eu diria que qualquer um pode lembrar-se dele ou seja a criança se volta como observei para aquele que a segura e que está atrás dela se nos esforçamos por assumir o conteúdo da experiência da Criança e por reconstituir o
sentido desse momento diremos que através desse movimento de virada de cabeça que se volta para o adulto como que para invocar seu assentimento e depois retorna à imagem ela parece pedir a quem a carrega e que representa aqui o grande outro que ratifique o valor dessa imagem ou seja isso talvez seja uma excelente definição do que é a neurose paraa psicanálise né a neurose é esse pedido constante e infinito de ratificação daquilo que se é pelo outro né Tem um pedido para que o outro confirme né Eh aquilo que se é a partir dessa ideia
de que o que tá no fundamento é o Eu ideal é a ilusão de de narcísica de completude e portanto o que a gente tem aqui nisso que o Lacan chamou de dialética eh presente no esquema ótico é a dialética entre o Eu ideal e o ideal do Eu a gente tem aqui essa estrutura que define para nós e a gente tem que entender que é uma estrutura dialética que é uma relação dialética pra gente poder operar clinicamente e define para nós justamente o lugar daquilo que nós chamamos de castração uma outra passagem aqui do
lac que eu queria ler para vocês Inclusive tem uma coisa que eh que em geral a gente não não se atenta quando a gente lê o seminário 10 eh porque foi na edição isso não foi incluído no seminário 10 tem algumas coisas das edições que complicam a nossa vida eh na tô tentando encontrar onde tá aqui eu tinha feito umas marcações achei na página 40 seminário 10 o Lacan justamente ele faz ele propõe dois eixos um eixo simbólico e um eixo eh Imaginário ele chama o eixo imaginário ele ele localiza o eixo imaginário aqui ó
nesse eixo aqui ele vai dizer a linha azul representa o eixo imaginário enquanto a linha vermelha representa o eixo simbólico a linha vermelha ele coloca aqui na verdade pelo menos esse é o desenho que tá lá no site do stafer lá então aqui a gente tem o eixo simbólico aqui a gente tem o eixo imaginário isso porque ele tá respondendo uma pergunta de alguém que interrogou ele sobre a relação entre o estádio do espelho e o significante E aí ele dá destaque para esses dois eixos né nesse eixo simbólico a gente consegue localizar isso que
que que é a castração o falo né a dialética fálica porque o falo não é nunca um absoluto o falo é o objeto do desejo mas enquanto presença da ausência desse objeto portanto sempre numa relação dialética que coloca eh o desejável entre aquilo que me falta né do ideal do Eu uma função que o Lacan vai dar importante pro ideal do Eu ele vai articular o ideal do Eu com o super eu porque o ideal do Eu Na verdade pro neurótico vai ser a lista de tudo aquilo que lhe falta uma lista sempre muito grande
quase infinita de tudo aquilo que lhe falta mas que lhe falta sempre em relação àquilo que deveria estar lá e aonde tá aquilo que deveria estar lá nessa dimensão narcísica do primeiro espelho da imagem do primeiro espelho percebem por a importância da dialética eu só posso me queixar de que me falta alguma coisa se aquilo que me falta tá referido a um ideal de completude Essa é a dialética que a gente precisa conhecer para operar com a neurose inclusive porque o neurótico e não tô falando aqui da depressão a depressão tem um desafio a mais
vamos dizer assim a neurose ela é uma estrutura que vem paraa análise para se queixar daquilo que falta mas cada neurose vai se queixar daquilo que falta de uma maneira diferente porque para cada um aquilo que falta tá referido aquilo que deveria estar lá nessa dimensão inconsciente né daquilo que tá recalcado enquanto eu ideal então pensar o desejo do ponto de vista da psicanálise pensar a dimensão do desejo que nos interessa isso aparece muito claramente no grafo do desejo em todos os elementos que circulam pelo grafo em especial no andar debaixo do grafo pensar o
desejo é pensar a relação entre aquilo que falta e aquilo que deveria idealmente estar ali sempre por isso que para um neurótico tirar eh oito em matemática é uma grande vitória e pro outro tirar oito em matemática é um grande fracasso percebe hein a gente nunca tá falando em castração em termos absolutos a castração é sempre a castração do do ponto de vista da relação dialética que essa castração tem com aquilo que é ideal né se o que eu idealizo é tirar 10 na prova de matemática o oito é fracasso entendem então a gente tá
sempre tendo que articular na dimensão do desejo aquilo que é falta e que aparece no discurso do neurótico enquanto falta aquilo que deveria estar ali idealmente e que eu acho que o esquema ótico do Lacan é uma das melhores expressões disso tem as perguntas de vocês mas antes eu vou ler só mais um trechinho aqui do Lacan que eu acho que é importante que ele mesmo localiza isso naquela página na página 48 em que eu que eu li né eu vou vou reler e eu vou seguir a leitura para ver vocês verem o que que
o la coloca então na página 48 ele diz relendo o que eu já li o investimento da imagem especular é um tempo fundamental da relação imaginária é fundamental por ter um limite nem todo investimento libidinal passa pela imagem especular a um resto então o resto é o objeto a isso é localizável naquilo que sobra do Eu ideal no primeiro espelho esse resto e isso é o que é importante na recuperação do do da imagem do segundo do espelho esse resto espero ter conseguido fazê-los ter uma ideia de Porque ele é o pivô de toda essa
dialética É nisso que recomeçarei da próxima vez para lhes mostrar mais do que pude fazer até agora em que essa função é privilegiada sob a forma do falo então o falo é o tratamento simbólico desse resto pelo neurótico neurótico trata simbolicamente esse resto como falta fálica e olha pro segundo espelho pensando bom me falta alguma coisa e o que que será que me falta e demanda do outro alguma coisa em relação a essa falta e gira em torno da ideia de castração e da dialética fálica desconhecendo essa dimensão eh originária lá da da da questão
que tá no Eu ideal eh vou ler só mais um parágrafo Isso significa que em tudo que é demarcação imaginária o falo virá a partir daí sob a forma de uma falta em toda a medida em que se realiza em i de a izinho de azinho que é o Eu ideal o que chamei de imagem real imagem do corpo funcionando na materialidade do sujeito como propriamente Imaginário isso é libado o falo aparece a menos como uma lacuna Apesar de eu falo ser sem dúvida uma reserva operatória não só ele não é representado no nível do
Imaginário como é também cercado e para dizer a palavra exata cortado da imagem especular então a dimensão que nos interessa é pensar clinicamente é o quanto a castração e o desejo na neurose tão articulados com objeto sempre faltante essa é a definição do desejo da falta e do objeto pro lac desde o seminário 4 mas o quanto isso se articula dialeticamente com um ideal que se sustenta imaginariamente na ilusão de unidade narcísica que tá colocado no primeiro espelho então conhecer essa estrutura vocês percebem que a gente precisa conhecer a dimensão real simbólica imaginária do esquema
ótico para começar a pensar em como é que a gente opera com isso né Qual é a maneira de operar com o sofrimento que que exige considerar essas três dimensões fala Marcela eh só uma coisinha eh a dimensão real tá no no que resta angusta só para deixar isso isso isso e esse resto eh foi bom você ter lembrado isso é o que vai dar para nós o lugar da angústia o que que é angústia do ponto de vista narcísico né pensar Pando no estádio do espelho no esquema ótico a angústia parece toda vez que
esse eu se sente por alguma razão abalado na sua ilusão de unidade isso vale paraa neurose isso vale paraa Psicose isso vale para perversão isso vale paraas três estruturas nós temos uma ilusão narcísica de sermos uma unidade um eu e de sermos um eu que circula por esse mundo de vez em quando a gente a gente toma umas trombadas da vida que dizem para nós que esse eu não é tão bacana quanto a gente gostaria que ele fosse não é tão inteiro quanto a gente gostaria que ele fosse toda vez que isso acontece angústia E
aí tem uma diferença importante entre a neurose e a Psicose que é como é que a neurose trata dessa angústia essa angústia é simbolizável pela castração por isso que o lac vai dizer uma coisa que a gente sempre estranha de ouvir eh de ler isso no Lacan no seminário quatro e no seminário seminário cinco ele vai dizer que a castração é um recurso da neurose é uma maneira de tratar simbolicamente esse real é um destino para angústia qual é o destino para angústia na Psicose o Delírio e Alucinação são os del Os destinos mais conhecidos
existem outros mas eh a melancolia é um destino para angústia eh e é um destino para angústia em que eh o que acontece na Psicose como a a a castração tá fora clua o destino da angústia não vai ser a castração não vai ser a pergunta endereçada pro outro sobre o que eu sou né porque diante da castração o que o neurótico faz é perguntar pro outro eu sou mesmo aquilo que eu desejaria ser você me ama você me deseja você me coloca Você me reconhece todas as perguntas da neurose aí que tentam restituir essa
essa unidade narcísica na Psicose como a castração tá fora clí não tem a pergunta o que vem no lugar daquilo que tá fora clío pode ser um surto e Pode ser aí falando em melancolia uma resposta del então o eu fica ameaçado e ao invés de eu pensar meu eu tá ameaçado porque eu sou castrado se eu sou Psicótico eu vou pensar o meu eu não está ameaçado eu forac cluo a angústia for cluo a possibilidade de lidar com essa angústia pela castração e eu vou lidar com essa angústia pelo Delírio então Eh por exemplo
exemp o caso schreber né para pensar um caso mais clássico de Psicose eh O que teria desencadeado O Surto ele mesmo diz nas memórias dele o Lacan recupera isso das memórias do schreber é um pensamento de como seria ser uma mulher na hora do coito quer dizer isso é suficiente para balar o narcisismo de um homem hétero casado né que se pensa nesse eu e que se pergunta bom como é aqui como é que é essa história de ser mulher como será que é ser uma mulher essa pergunta que abala narcisico ao invés de virar
castração Nossa por que que eu tô pensando num coisa dessas né E aí as representações da castração no homem hétero em geral é uma representação do tipo será que eu sou homossexual né na neurose isso poderia ser um destino para esse pensamento porque ele é simbolizável pela castração que que acontece na Psicose como isso não encontra uma pergunta no segundo espelho uma simbolização disso como castração no ideal de eu o que aparece no lugar disso é uma formação eh que tenta restituir esse Eu ideal percebem Eu sou uma mulher eu sou a mulher de Deus
e eu tenho a missão de gerar uma nova raça sobre a Terra percebem é como se na Psicose a restituição do ideal fosse uma saída delirante para esse Abalo narcísico para essa angústia que que acontece na melancolia que é um tipo muito particular de Psicose a gente vai falar dela porque ela parece com a a a depressão eh depois a gente vê isso com mais calma na melancolia essa imagem que Restitui tu e o eu é uma imagem de negatividade eu sou a porcaria é o que o Freud diz lindamente no texto luto e melancolia
a sombra do objeto que é o objeto perdido recai sobre o eu eu me torno uma pessoa Desprovida de qualidades uma porcaria eh Um Morto Vivo alguém que tem o corpo apodrecido por dentro entendem Os Delírios melancólicos eles são essa tentativa de restituição narcísica na negatividade Eles são um desafio Clínico inclusive desse ponto de vista né porque em geral essa restituição narcísica da Psicose aparece na positividade eu sou maravilhoso eu sou Jesus Cristo eu sou a mulher de Deus eu sou né Eh na melancolia eu sou a poria mas isso aparece como totalidade E aí
a gente precisa pensar como é que a gente diferencia clinicamente melancolias de de depressões porque quando o melancólico tem um Delírio melancólico fica um pouco mais Evidente um pouco mais fácil diagnosticar mas um melancólico sem Delírio é mais difícil diagnosticar é mais fácil confundir com depressão e tem uma coisa que que vem acontecendo no nosso tempo como a gente tá lidando com depressões muito graves eh a gente tem confundido depressões muito graves com melancolias isso é um vício do nosso pensamento Clínico eh que tende a identificar a Psicose como mais grave que a neurose é
outra coisa que a gente precisa urgentemente tirar do nosso pensamento Clínico seão a gente vai se enroscar da clínica do nosso tempo e estrutura Clínica não é gravidade não tem evolução de uma estrutura para outra né a teoria do Lacan sobre as estruturas clínicas não é uma teoria do desenvolvimento Tô terminando de escrever meu livro sobre estruturas clínicas deve sair no segundo semestre eh estruturas Clínicas São modos de funcionamento na linguagem se eles são mais ou menos patológicos dependem das contingências da vida de cada um dos significantes que servem de suporte para paraa neurose paraa
psicose de cada um não dependem da estrutura então existem eh psicoses graves delirantes internadas em hospitais psiquiátricos completamente Sem laço mais com a vida eh social e existem as psicoses Geniais que estão aí no mundo e que a gente nem Para para pensar que são psicoses assim como existem as neuroses que estão muito bem eh funcionando no mundo como ele é hoje e existem as patologias gravíssimas da neurose dentre a depressão né então a depressão é a lembrança constante de que neurose Tá longe de ser sinônimo de normalidade PR psicanálise a gente tem um pouco
essa ideia de que a patologia é a da Psicose a normalidade é da neurose a gente precisa abandonar completamente essa ideia eh São modos de funcionar a gente precisa conhecer esses modos de funcionar para operar sobre eles né então quando a gente tem uma depressão muito muito difícil que a gente tem muita dificuldade de de manejar a gente começa a se perguntar se não é uma Psicose em função da dificuldade não pode ser esse o nosso critério diagnóstico né o critério diagnóstico tem que ser estrutural e aí vamos pensar algumas coisas para para que o
o esquema ótico absolutamente nos auxilia a fazer um bom diagnóstico estrutural já vou falar sobre isso mas que tem perguntas aí fala Maria Cristina bom a a minha questão é é pontual Michele quando tu falava da dialética ali né do do Eu ideal e do ideal do eu eh a gente pode também falar eh pensar nessa dialética desse ideal de completude com o desamparo o desamparo a gente vai colocar do lado da angústia do lado do objeto a a dialética fálica já é um tratamento simbólico do desamparo o desamparo de novo é a nossa condição
humana porque nós somos seres de linguagem e sendo seres de linguagem como nós somos nós sabemos que nós somos Mortais isso eh traz para nós uma dimensão da da da nossa condição que é a dimensão do desamparo né existe a morte existe o fim é possível nos pensarmos como não sendo não existindo nesse mundo e essa é a nossa angústia fundamental a angústia de não ser que a filosofia trata tão belamente né então a dialética já é um tratamento simbólico do desamparo já é colocar esse desamparo na dimensão da presença e da ausência já é
fazer alguma coisa com esse desamparo né diante disso O que a gente tem é a linguagem a gente faz alguma coisa com isso a condição de desamparo clínica é a angústia a angústia quem tem crise de angústia né sabe muito bem a angústia é essa sensação de que eu não sei o que tá me acontecendo em geral uma sensação de morte que não tem representação para ela é a expressão Clínica mais Evidente do desamparo e da proximidade entre o desamparo e o Real placa vai trabalhar esse termo no seminário sete né Maria Cristina o tema
do desamparo seminário da da ética fala caik Oi Michele eh então em outros estudos deu a sua exposição deu um tuing na cabeça porque em outros estudos principalmente com o gravo também eh tinha para mim que o Eu ideal esse ideal Imaginário seriam as várias imagens que a gente pode se mostrar para o o grande outro sim e nesse e nesse sentido você falou uma coisa que era justamente o exemplo contrário que eu tinha tipo quase como se essas imagens fossem uma lista de coisas que eu posso fazer na sensação dessa falta enquanto ideal de
eu sendo simbólico seria uma imagem única que seria final que seria eh o que eu gostaria de atingir lá na frente com todas essas imagens que eu tenho Uhum mas pela suposição eh pareceu pareceu não acho que ficou meio o contrário o inverso disso que o Eu ideal seria essa lista de coisas eh e enfim e aí foi isso aí queria que você essa lista de coisas não eu acho que quando você diz bom de uma certa maneira o Eu ideal é aquilo Tod são todas as imagens que eu tenho de mim mesmo todas Provisórias
nenhuma esgota aquilo que eu sou todas ficam tentando dizer para mim e pro mundo daquilo que eu sou sem que nenhuma dê conta então elas têm como fundamento Essa ilusão de unidade narcísica Você tem razão esse pensamento tá correto né eu dizer eu sou mulher eu sou psicanalista eh tudo isso é a ilusão que eu tenho de um eu que habita esse mundo e que me e com essa ilusão eu me mostro pro social pro outro inclusive demando do outro um reconhecimento o amor alguma coisa uma garantia né Em cada uma das estruturas da neurose
porque se eu é é uma coisa mais ou menos né Eh estável Esse é o problema do ponto de vista do Eu ideal A ideia é eu precisar eu eu tenho a ilusão de coincidir com esse eu e eu tenho a ilusão de que eu sou a totalidade desse eu o problema é que isso aparentemente balança na vida de todo mundo não existe essa estabilidade e aí a gente tá remetido ao ideal do Eu o ideal do Eu não é uma lista das coisas que eu sou o ideal do Eu é a lista daquilo que
Eu precisaria ser por isso que isso fica na dimensão do do sug é uma lista daquilo que me falta para que esse eu seja aquilo que ele deveria ser no seu fundamento que é inconsciente que é a totalidade narcísica que é o que eu deveria ser lá no fundo de mim mesmo né quando eu digo eu sou psicanalista o meu narcisismo exige um psicanalista redondo e sem faltas e aí vem alguém e faz uma crítica vem alguém e não gosta do texto que que eu escrevi né eu vou para um congresso e fazem a crítica
do meu trabalho o que que acontece com o meu eu ele balança Aí surge a angústia quer dizer o que que é angústia é um sinal de uma ameça para esse eu como já dizia o Freud se eu sou neurótico né se eu sou Psicótico talvez eu diga que eu sou o máximo mesmo que ninguém tá entendendo nada que eu sou lac e que o problema tá no mundo que ainda não percebeu que eu sou o segundo lac eu posso fazer um Delírio para para tentar restituir esse meu narcisismo se eu sou neurótico o que
que eu faço aí entra o ideal do Eu como uma referência Clínica percebe porque o ideal do Eu é eu preciso estudar mais eu preciso ler mais eu não li o seminário 27 ainda eu não não não estudei não li todos os textos dos escritos preciso refazer o meu trabalho ou seja isso vira castração aquilo que balançou da da da ilusão narcísica se traduz para mim se eu sou neurótico em castração E aí o que que eu faço com a minha castração a minha castração se torna E aí você tá correto né na na na
articulação que você fez se torna aquilo que eu precisaria buscar aquilo que me falta e que Eu precisaria buscar para conseguir essa totalidade que eu até desconheço onde ela tá e de onde ela vem porque ela é inconsciente o neurótico olha pros ideais do eu como uma lista de Tem o quê preciso me falta ele tem a sua lista mas ele não sabe que a origem disso tá no Eu ideal que é essa dimensão inconsciente e a gente sabe é importante que a gente saiba porque aí entra eh a nossa intervenção clínica aonde a gente
vai operar né se a gente fica operando com o reforço do narcisismo o nosso analisante que tirou oito na prova e 1 e tá dizendo que ele é péssimo que ele não vai mais paraa escola a gente vai ficar tentando convencê-lo de que um oito é uma boa nota não é Ou seja a gente desconhece essa estrutura se a gente conhece essa estrutura a gente vai poder perguntar para ele bom mas que nota que você espera tirar Qual é o seu desejo Aonde tá o seu desejo e o desejo tá referido a essa primeira marca
eu acho que a a a a a a forma como você formulou tem alguns ajustes mas ela não tá equivocada não acho que é é só como a gente tá olhando para ela especialmente a dimensão Clínica disso tudo diga Carola Oi Michele Oi eh o que que acontece por exemplo nesse esquema ótico no caso por exemplo eh de uma anorexia de quando a pessoa se olha no espelho e vê um corpo completamente diferente da aquilo que o espelho reflete o que como como se explica nesse esquema é é uma boa pergunta porque Inclusive eu acho
que o esquema ótico é é a melhor teoria para pensar isso o quanto o eu é corporal e o quanto ele se sustenta no significante então a anorexia é só uma evidência mais importante mais impressionante do Quanto pode podem divergir eh a imagem que eu tenho de mim mesmo e aquilo que o social diz né de mim né eu digo eu sou gorda e eu peso 40 kg e todo mundo que tá à minha volta tá dizendo não Você não tá gorda você pelo contrário tá magra demais não é uma questão de percepção de imagem
é uma questão do que que é o significante o que que é ser gorda o que que ser gorda significa para mim por que Que Eu recuso isso por que que ser magra é Qual é o ideal de magreza aonde eu coloco meus ideais Ou seja a gente tá na dimensão do significante e não da imagem é que a gente tem a a a impressão de que a anoréxica tem uma uma distorção da imagem corporal como se nós tivéssemos uma imagem corporal não distorcida né a imagem corporal é sempre construída a partir do significante né
que mulher que não diz que precisa perder um ou 2 kg falem a verdade as mulheres têm uma coisa com isso de perder peso na nossa cultura que que isso significa né aonde tá a dimensão do significante nisso ser bonita ser feia ser mais gorda mais magra mais alta mais baixa tudo isso é sustentado pelo significante e Inclusive a cultura participa disso com uma força impressionante porque de onde vem os significantes que definem o que é Belo em cada cultura O que é desejável em cada da Cultura né todas as discussões que a gente tem
aí hoje a respeito disso que são importantes então a a questão é essa não é nunca uma reparação na imagem corporal da da anoréxica que vai produzir um efeito Clínico né Você está vendo de forma distorcida seu corpo P Vista psicanalítico a gente tem que investigar de onde vem esse ideal de um corpo Agro que leva essas meninas em geral São meninas né ah às vezes perderem a vida em nome de um ideal de magreza que é sempre mais um pouco e mais um pouco e mais um pouco que é o que o ideal faz
conosco com todos nós né porque essa é uma uma coisa importante do Lacan colocar como fundamento do desejo o Real como causa do desejo objeto a essa é essa ideia de que o desejo por estrutura é falta e é essa falta que fica insistindo como eh sug então mais magreza mais dieta né h o infinito então Eh Se tem uma coisa que a gente observa na neurose trabalhando com neurose é que a base do funcionamento neurótico na histeria é a insatisfação na neurose obsessiva é um impossível né se a gente quiser acrescentar a fobia é
a necessidade de garantia que nunca se esgota ou seja o pior caminho possível para tomar é tentar reforçar esse narcisismo neurótico e tentar fazer ele encontrar o objeto do seu desejo isso é Complet vai completamente na contramão de todo o trabalho Clínico que a gente faz nosso trabalho clínico é a pergunta sobre o desejo né Qual é o desejo que tá eh por trás dessa maneira de se ver né seja numa anorexia seja numa depressão seja eh eh em qualquer eh sintoma em qualquer estrutura neurótica E aí voltando paraa depressão né só para eh encerrar
essa primeira parte do nosso trabalho comparando com a melancolia e pensando do ponto de vista do do diagnós porque o diagnóstico estrutural é fundamental pra gente fazer um bom trabalho no sentido de que se a gente tem uma hipótese diagnóstica de neurose a gente vai conduzir a análise no sentido do desejo Lembrando que o desejo é uma estrutura dialética em que a falta se articula com os ideais fálicos narcísicos e que portanto eh eh operar no sentido do desejo é operar na busca dessa dessa dimensão estrutural que ganha consistência na neurose de cada um a
partir dos significantes Então qual que é a matéria prima do desejo desejo é uma estrutura nesse sentido ela é a mesma em todas as neuroses ela pode ser entendida por exemplo a partir eh do do esquema ótico que a gente acabou de ver pode ser entendida melhor ainda compreendida a partir do gráfico do Desejo do lac então o desejo é essa estrutura o grafo do desejo né para quem não conhece o grafo essa essa estrutura aqui que o lac eh monta eh em dois andares num grafo o grafo é a estrutura do desejo essa estrutura
vale para todas as neuroses de forma Universal todas as neuroses de todos os tempos estão estruturadas em torno desses elementos que o lacão escreve no gráfico o que que diferencia neuroses né e eh com o que que a gente trabalha com do que que é feita cada neurose de cada paciente que a gente atende Qual que é a matéria prima da neurose do ponto de vista estrutural esses elementos e a forma como eles se articulam mas a matéria prima de cada neurose é o significante é como o significante se instala nessa estrutura então o adoecimento
é um adoecimento significante na neurose na Psicose e na perversão e é com significante que nós operamos né com o inconsciente estruturado como linguagem na neurose se a gente entender esse funcionamento dialético da neurose como é que a gente vai operar a gente vai operar não para restituir né as faltas do lado direito do nosso esquema né para reforçar uma um narcisismo que estaria de uma certa maneira fragilizado mas ao contrário para esvaziar esses elementos significantes que definem os ideais narcísicos aos quais o neurótico tá alienado sem saber ou seja não é um trabalho de
reforço eh de restituição da castração é um trabalho que se a gente entende que a castração é o avesso dialético dos ideais fálicos e narcísicos é um trabalho de eh esvaziamento desses ideais é atrás deles que a gente é atrás dessa dimensão inconsciente não da dimensão consciente né então o neurótico se queixa daquilo que falta e a gente vai operar com aquilo que tá por TRS desse sofrimento e dessa sensação de falta é isso que a gente procura numa neurose esse avesso dialético da castração em todas as neuroses inclusive nas depressões então é muito difícil
encontrar Isso numa depressão porque o discurso do Deprimido é o discurso do Eu não desejo nada mas a gente tem que se lembrar que é muito difícil encontrar isso em qualquer neurose não tenhamos a ilusão de que nas neuroses não deprimidas o desejo tá mais acessível né Tem uma dimensão inconsciente do desejo que justamente tá referida a esses ideais que estão por trás eh eh articulados dialeticamente com desejo Então a nossa pergunta sempre eh quando alguém se queixa É sobre o que que tá por trás dessa queixa ao avesso da queixa dialeticamente articulado com essa
queixa Qual é a diferença do tipo de queixa que a gente encontra na neurose inclusive nas depressões e na melancolia e nas outras psicoses também é que Justamente a quase como é uma estrutura que forac clui né a metáfora paterna eh e tudo que tem a ver com o desejo e com a castração quando a gente faz uma investigação buscando esse avesso dialético do discurso do melancólico a gente não encontra os ideais porque eles não estão lá né o o discurso do do melancólico ainda que seja muito parecido com o discurso do Deprimido é um
discurso do absoluto então a porcaria que eu me sinto se eu sou melancólico é a porcaria que eu me sinto né num dos casos que eu já supervisionei quando a analista vai investigar isso a prova de que ela é uma porcaria é o fato dela ter sido abandonada pela mãe biológica é uma prova entendem isso insiste no discurso é uma porcaria em que situação quando como em todas as situações ela devia est morta ela não serve para nada a melancolia é o discurso do meio copo vazio o tempo todo e a gente vai operar na
melancolia da mesma maneira que a gente opera em todas as psicoses trazendo um pensamento dialético pra melancolia que é um pensamento Eh artificialmente vamos dizer dialético porque ele é construído em análise ele tem a ver com um conceito pouco valorizado pelos analistas mas muito importante para pensar a direção do tratamento e final de análise na Psicose que é a metáfora delirante que é um termo curioso porque ele parece uma contradição dos termos Porque se é metáfora eh não pode ser delirante a metáfora é por definição simbólica se ela é delirante ela é imaginá Por que
que o laca teria usado o termo metáfora delirante isso dá eh uma condição pra gente entender o qual é a função de suplência que deve ser construída para que a Psicose consiga operar bom tem momentos em que de fato eh eu me sinto uma porcaria mas tem outros momentos da minha vida que são bons momentos e isso é uma construção a ser feita na dimensão imaginária na psicose percebam que se a gente erra o diagnóstico a gente vai ficar reforçando o narcisismo do neurótico então a minha recomendação Clínica vamos conversar sobre isso na na segunda
parte do nosso encontro hoje minha recomendação clínica para vocês é sempre sempre sempre apostar primeiro numa neurose primeiro porque é muito mais raro as melancolias na clínica elas são mais raras do que a gente pensa e as na clínica São muito frequentes e a gente tende a pensar que uma depressão grave é uma melancolia e a gente tende a se equivocar e se a gente se equivoca é um problema de manejo a gente vai ficar reforçando o narcisismo de paciente deprimido isso pode até funcionar por um tempo a primeira trombada que tomar da vida não
só piora mas o risco é muito maior então A ideia é apostem primeiro numa neurose O que significa apostar primeiro numa neurose apostem que embora seja difícil a dimensão que a gente tá procurando aí é essa relação dialética com o desejos é em sutilezas do discurso do deprimido que a gente encontra isso né ins sutilezas que em todas as neuroses também é em sutilezas do discurso que são as sutilezas que apontam o avesso dialético de uma queixa que que é isso coisa simples nas nas neuroses eh Eu não me sinto bonita pode ser uma queixa
estérica né reforçar o narcisismo da estérica é dizer mas você é bonita Às vezes a gente acha a nossa paciente que tá dizendo que não se sente bonita muito bonita a gente vai dizer isso para ela percebem isso pode dar um up né ela pode dizer bom mas minha analista me acha bonita mas isso é absolutamente terapêutico provisório sem nenhuma sustentação clínica duradora agora a pergunta PR estérica é o que que é ser bonita né E aí emal a resposta é por exemplo E aí lá vem um ideal inatingível da mulher né a mais bela
das mulher essa é a Muler bonita que eu gostaria de ser percebem onde a gente tá eh caminhando no desejo que tá articulado a esses ideais fálicos e narcísicos são eles que a gente tem que encontrar no paciente deprimido vou dizer uma coisa quando a gente encontra aí vamos conversar também sobre isso na segunda parte a gente corta a sessão e não tem nada mais antidepressivo não tem nenhum efeito antidepressivo melhor do que um bom corte de sessão que marca a posição do sujeito articulada aos ideais e ao narcisismo na neurose a gente vê é
é lento mas a gente vê os nossos pacientes melhorarem a gente vê os nossos pacientes saírem da depressão por um efeito de esvaziamento dessas exigências que estão por trás das queixas percebem a gente tem que pensar isso o tempo todo dialeticamente pra gente conseguir operar clinicamente com a neurose se a gente faz isso e encontra esse ponto e corta a sessão E observa a melhora da neurose nunca mais a gente esquece a gente aposta um pouco mais na na na clínica n nesse sentido nessa dimensão o que que acontece com a Psicose se a gente
errar o diagnóstico a gente começa a fazer essas perguntas e a gente tá lidando com uma Psicose Diz a lenda que se a gente errar o diagnóstico o Psicótico surta também vou pedir para vocês esquecerem essa lenda ela não é verdadeira se a gente faz o tipo de intervenção que eu tô propondo que a gente faça aí depende da clínica do tipo do manejo clínico que se propõe né neste manejo Clínico que que pensa dialeticamente o desejo a pergunta sobre o desejo não desestrutura o Psicótico né e a pergunta sobre o desejo só não produz
efeito nenhum sobre a Psicose a gente não sai do lugar eh e aí chega uma hora des peronei um caso essa semana assim né que é um caso que a analista comentou que o caso não caminha Às vezes a gente tem essa sensação com a neurose porque a neurose caminha muito lentamente Mas de fato o caso não tava caminhando Porque ela tava apostando numa neurose a gente refez a hipótese diagnóstica paraa Psicose porque ela vai marcando por exemplo que essa criança só quer ganhar numa Psicose de fato essa criança Continua pensando é eu só quero
ganhar isso não muda nada né Então essa essa esse risco é muito menor quando a gente aposta primeiro numa neurose e realmente se a gente tem muitas muitas evidências de que não é uma neurose a gente faz o giro por uma hipótese de Psicose nunca façam o contrário nunca apostem primeiro numa Psicose porque as neuroses melhoram por efeitos terapeuticos e aí a gente se confunde no diagnóstico isso em geral caminha para um sentido às vezes muito mais complicado depois fala André Oi Michele eh você falou sobre esses pacientes então que não desejam né então não
deseja sair da cama não deseja comer né mas como é que é essa escuta né ou o manejo para paciente terminal né que ele não tem esses desejos mais de se levantar de se alimentar e vem esse desejo de morte é a mesma coisa André acho que uma primeira coisa né os pacientes dizem que não desejam mas isso que eles estão dizendo não é a dimensão do desejo da psicanálise né é o querer é a vontade é a perda de vontade nada eh Uma das coisas que pode deprimir alguém é saber de uma doença grave
né especialmente nesse momento de de doenças terminais quem trabalha com cuidados paliativos em geral tem trabalhos muito bonitos nessa área muito interessantes recomendo para vocês agora não vou saber em qual volume Mas nenhum dos volumes da da coleção do analista né que a Márcia falou no começo essa coleção aqui tem um texto da su eliminate sobre cuidados paliativos que é muito bonito para pensar né a nossa intervenção como é que a gente opera eh e eu supervisionei por algum tempo uma T que trabalhava com [Música] eh um paciente que tava com um diagnóstico ele não
tinha eh ainda manifestar da doença mas o fato dele ter o diagnóstico deprimiu profundamente ele parou de trabalhar não saía de casa por isso que a esposa chamou um at para ver se conseguia uma certa circulação e era uma depressão de eu vou morrer né que é uma coisa muito curiosa né Como diz a música hoje eu descubri que um dia eu vou morrer quer dizer tem tem nós nos sabemos mortais e cada um tem uma maneira de lidar com isso e uma das maneiras possíveis de lidar com isso é a depressão um dos uma
coisa que tem sido muito frequente no discurso das depressões graves especialmente de adolescentes não sei se vocês já Ouviram isso de algum paciente de que que adianta viver se eu vou morrer Isso é revelador se a gente pensar a dialética que é própria da nossa escuta de um ideal a a último caso que a analista contou desse discurso da paciente dela para mim ela contou que a menina disse isso para ela e eu perguntei para essa analista Onde tá o desejo e a gente ficou nós duas uns 30 segundos em silêncio porque a analista não
sabia dizer onde tá o desejo percebem como essa nossa pergunta é difícil gente Onde tá o desejo para alguém que diz do que que adianta sair de casa se um dia eu vou morrer o desejo tá aí ao avesso a estrutura que nos concerne a estrutura do sujeito com a qual a gente opera é a estrutura da banda de moebius é esse avesso do discurso Qual é o desejo numa situação como essa eu o desejo de imortalidade eu o desejo de que a morte não exista eu só saio da minha cama se eu for Imortal
perceb bem o a potência que um ideal como esse tem de deprimir alguém quer dizer a minha relação com a morte é tão insuportável a minha relação com a ideia de mortalidade é tão insuportável que eu não quero mais viver ou seja eu fico agarrada a um um desejo de imortalidade sem saber evidentemente isso não é consciente E aí tem algumas situações da vida que trazem questões um pouco mais delicadas para nós justamente em função de contingências da própria vida mesmo né claro que a vida é cheia de desafios é cheia de de questões eh
nós analistas temos que tomar muito cuidado com isso porque uma coisa são as contingências da vida de cada um outra coisa é a maneira como o sujeito responde a essas contingências e quais são os ideais que estão por trás dessa resposta né essa relação dialética entre o desejo e aquilo que é a presença da ausência daquilo que deveria est ali na concepção da neurose fala Bianca acho que a gente podia fechar com a questão da Bianca para fazer um intervalinho né aí depois a gente retoma na segunda parte diga Bianca chele eh eu tô pensando
aqui eu tô no último ano de Psicologia E é claro que é desafiador né estudar psicologia e Lacan ao mesmo tempo mas na na nas supervisões e discussão dos casos dos casos os clínicos tá vindo muito a questão da mania de de bipolar né vem vem com esse nome mas eu queria saber como que você pensa a mania nesses quadros eh esse é um diga diga não é isso É ISO Esse é um quadro que tá muito presente hoje um outro diagnóstico né a bipolaridade ah outro termo muito usado na psiquiatria o borderline né são
termos muito presentes e a depressão muito muito presentes na clínica de hoje eh a a bipolaridade é um quadro interessante porque ela justamente oscila crises maníacas com crises Eh melancólicas vamos dizer assim né ou crises depressivas eh como tudo que vem da psiquiatria a psiquiatria ela é uma prática que tá voltada paraa descrição dos fenômenos clínicos né por isso que de tempos em tempos a gente precisa de novos anuais porque os fenômenos clínicos vão variando né os significantes a cultura a sociedade vai contribuindo para o aparecimento de novos sintomas novos fenômenos clínicos e vão exigindo
novos manuais e a necessidade dos manuais é porque a a clínica psiquiátrica é uma clínica baseada na descrição desses fenômenos né Para que quanto melhor a descrição mais precisa a medicação que você consegue eh dar para cada paciente porque a medicação Visa reduzir né aqueles aqueles fenômenos clínicos ou eliminar aqueles fenômenos clínicos eh pensando lacanian M da maneira como eu entendo Lacan eh o nosso diagnóstico é um diagnóstico estrutural que considera três modos de funcionar né de habitar a linguagem que são os modos da neurose da perversão e da Psicose em termos mais amplos né
depois a gente pode ref na cada uma das estruturas dentro dessas estruturas maiores então a gente conta com essas três eh estruturas para pensar manejo da clínica para pensar direção de tratamento é a partir delas que a gente vai vai pensar isso eh depressão bipolaridade borderline tudo isso para nós chega né os pacientes já chegam às vezes medicados diagnosticados eh com como um uma uma uma expressão importante do que é que se passa do ponto de vista da da dos fenômenos Mas a nossa pergunta Clínica é sempre a Que estrutura esse fenômeno corresponde e como
da a psiquiatria chegou na bipolaridade a partir da Psicose maníaco depressiva né a partir da mania como um quadro Psicótico a gente tem uma tendência nós psicanalistas que a gente não deveria ter isso é Herança da psiquiatria mas nós psicanalistas temos uma tendência a pensar a bipolaridade como relacionada com a Psicose que é uma relação estabelecida pela psiquiatria né Essa é a a origem do termo eh eu acho que Especialmente nos tempos de hoje a gente tem que se perguntar se essa bipolaridade é uma bipolaridade da neurose ou da Psicose porque essa questão é uma
questão eh importante né a gente vai manejar clinicamente um caso de bipolaridade num sentido se a hipótese for de neurose num outro sentido se a hipótese for de psicose
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