SE24: Para não esquecer - 60 anos do golpe militar

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Instituto de Economia da Unicamp
A Semana da Economia, evento anual organizado pelos estudantes do Instituto de Economia (IE) da Unic...
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militar eh antes de começar a apresentar aqui os convidados eh eu queria falar falar algumas coisas porque no dia 21 de março desse ano o governo ele decidiu que não haveria nada para falar sobre o golpe militar de 1964 o movimento militar que jogou o país numa noite completamente escura que durou 21 anos eh nesse Quando aconteceu isso a gente estava começando a organizar essa semana e a gente decidiu que a gente tinha que fazer alguma coisa para relembrar e ter uma memória desse tempo e muito obrigado por todos estarem aqui para lembrarem disso B
apr nossos convidados na ordem de falao Professor Fábio Antônio de Campos que possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita filho a Unesp mestrado em história Econômica aqui pela Unicamp e doutorado em desenvolvimento econômico também aqui pela Unicamp atualmente Professor Doutor aqui da aqui no Ie tem experiência na área de Economia com ênfase em investimentos internacionais e ajuda externa atuando Principalmente nos seguintes temas política econômica história do pensamento econômico Brasil condições econômicas historiografia brasileira desenvolvimento econômico também temos aqui a professora arka Capiberibe que é professora no departamento de Antropologia da Universidade
Estadual de Campinas aqui a Unicamp ela é vinculada às linhas de de pesquisas de etnolog e antropologia e etnografia do conhecimento do programa de pós--graduação em antropologia social e a linha de e a linha estudos sobre patrimônio cultural e memória social programa de pós-graduação em cências sociais também é membra do Conselho científico do centro de pesquisa e etologia indígena e também o professor que está atrasado Professor João quar João Carlos quartin de Moraes que ele é se graduou em ciências jurídicas e sociais pela Us eh também tem graduação em Filosofia também pela USP se licenciou
em filosofia pela USP eh doutorou-se na foundation National de cienci polític da academia de Paris foi professor titular aqui na Unicamp de 1982 a 2005 e após se aposentar retomou as atividades docentes na condição de professor colaborador voluntário também aqui na Unicamp desenvolveu pesquisas e publicou artigos e livros nas áreas de história da filosofia antiga teoria política materialismo Marxismo e instituições brasileiras então passo agora a palavra pro professor Fábio [Aplausos] Campos bom gente Eh boa noite muito feliz de estar aqui na semana da economia né Queria agradecer imensamente a [Música] os alunos né que Estão
organizando esse evento tá sendo uma semana muito boa né tivemos mesas aí ótimas né Eu tô aqui de frente pro meu amigo Professor Fernando Lemos Rodrigues que tava discutindo o Furtado hoje à tarde pudemos ter um um ótimo debate sobre o documentário Eduardo Coutinho né sobre ligas camponesas cabra Marcado Para Morrer excelente a discussão que fizemos lá sobre questão agrária e aqui estamos nessa mesa né Eh discutindo esse Marco histórico que é o golpe de 64 e muito prazer aqui tá dividindo a mesa com professora né minha colega aqui da Unicamp do ifish também na
espera na expectativa né do professor quartin de Morais que não é só um acadêmico né que você constr o currículo mas é um mutador né da resistência na na ditadura no golpe de 64 figura importantíssima então Eh me sinto muito honrado de estar aqui nessa mesa e para mim é muito importante inclusive está discutindo esse esse tema que não é um mero tema historiográfico né não é um mero tema erodito vamos dizer assim é também né mas é antes de tudo uma fratura né na nossa história e tem um significado não só histórico mas tem
também um significado pra atualidade Eu Acho interessante a gente refletir aqui no dia de hoje sobre o golpe de 64 seus 60 anos porque ele significa antes de tudo um ciclo aberto né a nossa história e que não se fechou continua aberto n Então esse passado tem uma implicação muito forte muito intensa nosso presente e algumas evidências vamos dizer assim na na órbita dos acontecimentos né mais recentes que revelam o quanto o golpe de 64 e a ditadura está presente aqui entre nós né A começar pela nossa Constituição né a Constituição de 88 cidadã é
uma constituição que tá prevista um golpe de estado pro artigo 1442 não é eh que é a constituição que tá regendo o período atual né com todas as suas emendas Eh toda a discussão que gira em torno eh dos militares né professor quartin que é uma referência no estudo dos militares eh também pode nos ajudar nesse sentido Eh toda a discussão a respeito dos militares eu até lembro recentemente há 10 15 anos atrás eu dando o curso de FEB Curso de Economia Brasil brasileira e falava assim olha vai chegar uma hora os militares vão voltar
né porque agora que está se esboçando aí é uma espécie de paeg 2 só que sem industrialização sem crescimento expressivo da economia e para manter essas contr reformas Você vai precisar da força da força bruta que é sempre utilizada na nossa história né E às vezes os alunos ficavam um pouco né perdid ficam achando que era um pouco exagero n mas essa perspectiva de longa duração nos facilita nesse sentido e o que a gente viu em 8 de janeiro de 2023 Explicita Explicita esse problema Explicita essa essa essa ameaça constante que Prof quar chegando boa
noite quear Vixe não tem problema fica tranquilo Professor seja bem-vindo Que bom professor quartin tá aqui para nos ajudar agora e então o golpe né a ditadura inclusive tava falando do 8 de janeiro né 2023 mas mesmo como o luí acabou de falar né toda uma discussão no ano nesse ano 2024 se haveria ou não entre aspas comemorações né dos 60 anos e toda uma uma tensão em torno dos militares o que que seria isso que né Então veja eh essa história tá muito presente esse passado está muito presente nesse ciclo que não se fechou
né então eh só por essa questão já é importante a gente tá aqui e importante não esquecer porque inclusive eles não vão deixar a gente esquecer né Eh o tema da da mesa aqui de hoje hã então é importantíssimo e eu acho que o trabalho que foi feito a partir do golpe de 64 o que nasceu e se definiu do golpe que é uma contrarrevolução ela permanece viva até os dias de hoje né Então essa é uma tendência nós temos que enfrentá-la temos que encará-la inclusive no campo da economia eu professor aqui do de Economia
devo falar para vocês que isso é nítido na discussão econômica por exemplo inclusive coisas que a gente dá aula em economia brasileira por exemplo né até 64 a discussão na chamada eh questão Econômica girava em torno de problemas estruturais né problemas estruturais como a questão agrária a questão do Capital internacional né A questão tributária né questão tributária para valer não é essa reforma tributária reforma tributária que mexa não só na renda mas na riqueza conquistada desde a colônia nesse país né então se discutia esses temas e 64 veio justamente inclusive no campo da economia para
que essas questões estruturais fossem rebaixadas né fosse discutida nesses termos e durante a ditadura a discussão então deslocou paraa discussão de política econômica né como mudar a política econômica com essas questões estruturais dadas Né desde o nosso período colonial Ou seja já há um pragmatismo entre os economistas inclusive os bem intencionados chamados heterodoxos de não voltar às Grandes Questões mas discutir a partir das mudanças da política econômica dos erros dos equívocos dos limites do planejamento M na fase da ditadura militar né o momento que a gente vive hoje ainda é mais rebaixado porque a gente
não discute mais as questões estruturais a política econômica não pode ser também questionada ela é dada e o máximo que a gente pode fazer uma discussão é do arcabouço fiscal uma discussão né de políticas públicas que não enfrente né esse tripé satânico por exemplo da política econômica de juros flutuantes taxa de câmbio flutuante juros altíssimos né Eh superavit primário e por aí vai Então veja se vocês pegarem só pelo âmbito às vezes bastante restrito da economia já é possível entender a natureza desse ciclo que abriu no golpe de 64 e não se fechou está presente
vivo a nossa história né então era um pouco sobre essa reflexão que eu gostaria de de fazer com vocês fazer com os colegas aqui da mesa né nesse sentido por quê Porque do ponto de vista do estudo do golpe de 64 como vocês podem perceber a cada 10 anos quando entre aspas se comemora isso Eh você tem revisões você tem novas pesquisas novos documentos que são importantes que ajudam eh substancialmente na memória né Desse período eh recentemente se usa uma expressão civil militar né E que passou a a ser eh utilizada né mas eu queria
chamar atenção que eh se trata de um golpe da burguesia e a ditadura da burguesia brasileira que tem a sua o seu poder político eh eh controlado e executado pelo pelos militares né Isso já tá bastante estudado bem antes né Eh e eu acho que mesmo nessas releituras nessas discussões né muitos utilizando esse termo civil militar Ah eu acho que falta uma dimensão que era muito cara pros autores clássicos da nossa formação que a dimensão de entender o golpe a ditadura e o significado histórico dentro das contradições e da própria estrutura e dinâmica de funcionamento
do capitalismo dependente brasileiro Então acho que essa perspectiva infelizmente ela se escasseia não se escasseia [Música] porque não há interesse H também nesse sentido mas escasseia porque a ditadura e o golpe também foi para desarmar o pensamento social brasileiro armar esses autores que não eram só acadêmicos teóricos escolars mas eram lutadores né estavam lutando né como Nelson vernex Sodré Caio Prado Júnior Celso Furtado né S autores clássicos que a gente conhece floresta Fernandes né Eh e essa me parece que essa tradição claro que eh tem lacunas históricas para você estudar preenchidas essas lacunas mas me
parece que essa dimensão de entender o golpe a ditadura dentro das nossas contradições mais profundas da formação é algo que também a ditadura e o golpe fez um trabalho inclusive nas reformas do ensino superior para que não se fizesse esse tipo de de reflexão né Há um desarme nesse sentido eu acho que é importante voltar nesses autores clássicos sem desmerecer Claro sem perder a pesquisa de fronteira que é fundamental inclusive para para novas fontes de pesquisa e coisas desse tipo Então é isso que eu queria chamar a atenção muito bem dentro Então dessa perspectiva eu
acho que é possível fazer uma leitura dessa ruptura do golpe de 64 e o que significa a ditadura mesmo essa contrarrevolução que se mantém até hoje dentro da Perspectiva da revolução e da contra-revolução né E aí acho que é fundamental o período de 30 a 64 né Período de 30 a 64 no qual eh o desenvolvimento nacional é colocado no centro da da discussão né como não havia antes né próprio nels vern Sodré traz uma questão interessante né que esse período que eles sempre chama como período da revolução a partir de 30 a partir da
era Vargas é um período que se assemelha mais à ruptura a fratura da revolução russa do que as experiências de revoluções burguesas que tivemos tanto a né na sua fase mais democrática quanto na sua fase mais autoritária como é conhecido na literatura né ou seja o desenvolvimento Nacional a a possibilidade da construção de uma nação um acerto de contas com o passado e no limite a possibilidade de superar a colônia é algo que aparece é uma indagação que aparece no livro clássico do Caio Prado Júnior formação do Brasil Contemporâneo né onde já na introdução ele
tá colocando essa questão é possível da colônia é possível dessa herança escravocrata violenta né é possível daí surgir uma nação é possível daí construir uma nação essa provocação não só caiu para tá fazendo mas esses autores clássicos estão fazendo isso né Eh e o que observamos Principalmente nesse período de Vargas Jucelino Kubichek João Gular é que de fato você teve um desenvolvimento da eh das forças produtivas vamos dizer assim você teve uma mudança significativa das relações sociais de produção de urbanização né de aumento aumento eh da proletarização né da sociedade eh e você teve algo
que é fundamental inclusive que a gente estuda muito aqui nessa casa que é o fenômeno da industrialização da industrialização pesada por exemplo que era um meio se atingir esse desenvolvimento Nacional né No entanto mesmo havendo essa esse desenvolvimento mesmo havendo essa aceleração da indústria essa implantação da indústria pesada e essa modificação nas estruturas do nosso capitalismo o nosso capitalismo não conseguiu superar né coisas que vê inclusive antes desse período de 30 a 64 né que é a dependência externa que é o subdesenvolvimento eh e mesmo num governo Como Getúlio Vargas se avançou pelas linhas de
menor resistência avanços significativos diga de passagem mas que não conseguiram superar esse passado o problema é que essas contradições da nossa formação principalmente a partir do final dos anos 50 início dos anos 60 se tornaram e se aceleraram sobre maneira né justamente por causa dessas modificações do nosso capitalismo se tornando um antagonismo né uma possibilidade de não se conciliarem mais na nossa história né e a justamente essa conjuntura que se abre no final dos anos 50 início dos anos 60 onde esse passado de algum modo vai ser enfrentado né nesse momento de antagonismo e é
essa conjuntura a gente pode chamar de revolução brasileira e é impressionante a quantia de interpretações que você tem nesse período sobre a chamada revolução brasileira né Eh e nesse momento é justamente eh da base que nasce esses questionamentos e nasce essa possibilidade de construir a revolução brasileira né hoje à tarde estávamos lá discutindo o Eduardo Coutinho né as ligas camponesas você tem um fenômeno importantíssimo né que é a organização dos Trabalhadores no campo né em torno da questão agrária né Eh que vivia as piores condições de existência de analfabetismo de miséria de fome né você
tem entre os trabalhadores urbanos S algo inédito no Brasil que né se fala muito das reformas de base uma coisa meio oficial que vem de burocratas do Estado impõe né mas é importante falar das reformas que vem da base a base tá discutindo a base vai discutir a reforma agrária e a reforma agrária não vai ser uma discussão só da liga camponesa vai ser a é algo que tá no meio dos Estudantes dos sindicatos urbanos assim como por exemplo o controle ao capital internacional não é algo que vai ser discutido por meio a dúzia de
economistas bem intencionados nacionalistas desenvolviment não é algo que a sociedade está discutindo como foi a campanha do petróleo é nosso né em 50 que culminou em 53 na Petrobras Então veja esse é um fenômeno novo que tá surgindo no Brasil eh numa fase aind embrionária claro né mas que tá inverte quando você percebe que uma lei tô falando da lei de remessas de lucro ela é discutida no congresso e ela passa num congresso conservador nã da onde tá vindo essa pressão essa pressão tá vindo de baixo mesmo estatuto do trabalhador rural depois que tava também
ali propondo claro de forma limitada mas uma uma espécie de proto reforma agrária não é isso estava passando no Congresso iria passar uma reforma tributária de modo a alterar o nosso esquema regressivo historicamente regressivo que continua com muita força Até hoje inclusive depois da reforma de 1966 a cont reforma não é então Eh e vem justamente das bases da mobilização daquilo que eu chamo de um complexo Nacional Popular que tá verte ainda numa fase embrionária Claro e o que virá eh como contraponto a isso pode ser definido internamente porque já tivemos uma tentativa de golpe
54 em 55 né em 61 mas também deve ser entendido eh do ponto de vista Mundial né que você tem uma contrarrevolução Mundial né eu cito o próprio Professor floresta Fernandes que nos ajuda a entender a dinâmica dessa contrarrevolução Mundial que nasce principalmente da Revolução Russa né a a possibilidade da Periferia se rebelar contra o imperialismo nas suas mais diversas formas não é você tem uma contrarrevolução Mundial que muda inclusive o próprio estatuto do que conhecemos Desculpa usar esse termo Porque alguns vão dizer que é muito fora de moda imperialismo não é o imperialismo ganha
uma nova etapa nã para citar o Lenin Por que ganhou uma nova etapa porque agora você tem não só uma internacionalização produtiva dotada de uma exportação de Capital que é uma exportação de relação social de poder e de dominação que o Len o hilford a Rosa Luxemburgo bucarin viram no debate clássico não você tem também uma internacionalização da própria superestrutura de poder e Dominação e aquilo inclusive que os autores chamados da escola de francoa foi para pegar o marcuzi que é um dos mais famosos discute como indústria cultural Adorno né coisa desse tipo modernização dirigida
Como o próprio florestan utiliza esse termo e olha que interessante essa internacionalização produtiva essa superestrutura está a serviço dessa cont contrarrevolução mundial e olha que interessante o Brasil na América Latina é o país que mais vai se industrializar é o país que vai chegar mais pró e vai chegar uma etapa de Capital monopolista com sua indústria pesada mas ao mesmo tempo por detrás do chamado investimento direto estrangeiro n que vem no governo JB que cria e permite viabiliza a indústria pesada e Associação com capital privado nacional e com o planejamento do plano de metas junto
vem essa Dimão do imperialismo que é cont que nos estabelece só do ponto de vista econômico do ponto de vista do controle da Economia em si que já é muito grande mas é sobretudo um tipo de indústria que vem para controlar eu diria que até os nossos sonhos né para controlar as nossas demandas e necessidades que nós nem sabemos futura né estamos aqui conversando tô vendo notebook aqui robozinho aqui na frente Veja tudo isso que é produzido por uma indústria de bens de consumo duráveis né não é só um software né Inclusive a partir da
exploração de trabalhadoras e trabalhadores para produzir esses bens mas por detrás deles está essa essa dimensão da dominação imperialista né associado com uma burguesia que está a serviço desses interesses e é justamente eles que viabilizam o arco de negócios né mais a classe de média mais aí boa parte da igreja parte dos militares nã até parte de Sindicatos né constitui um complexo multinacional que vai eh por meio principalmente por meio da Conspiração né o René dreifus que tem um trabalho clássico né sobre a 1964 concurso do estado mostra muito bem esses instrumentos como IPS Bad
Escola Superior de guerra ah eles estavam perdendo na sua própria Arena política no seu congresso nã as leis estavam passando no Congresso né então resta a conspiração e nessa conspiração culmina no golpe de 64 e a possibilidade de uma contrarrevolução a ideia de contrarrevolução preventiva é uma modalidade porque a contrarrevolução tá colocada desde sempre né Desde da mas até antes da primavera dos povos da da Comuna de Paris né contra-revolução É É da burguesia Você tem uma modalidade de contra-revolução que se aplica muito bem ao Brasil que é cont contrarrevolução preventiva a ideia de contrarrevolução
preventiva que é discutida dentro do complexo Industrial Militar da doutrina de segurança Imperial dos Estados Unidos a ideia que você tem que né jogar um xadrez com jogadas muito anadas em relação ao que tá acontecendo na luta Popular você tem que se antecipar a uma revolução que ainda tá numa fase embrionária então o golpe de 64 o que virá depois mas tudo que virá depois já tá sendo pensado na parelagem da Conspiração nesse complexo multinacional é justamente matar algo que ainda está na sua infância algo que ainda está se organizando então o golpe é para
isso e a ditadura e a contrarrevolução preventiva que se converte numa contrarrevolução permanente criará né uma um leque de contrarreformas para cada tema da agenda da revolução brasileira então por exemplo pra reforma agrária você vai ter uma reforma agrícola até uma reforma agrária né vai ter a criação do INCRA até a função social da terra tá colocada ali né eh mas é toda uma uma reforma feita a serviço do agronegócio da agricultura de exportações e a precarização ainda maior dos Trabalhadores no campo né inclusive você tem nesse momento uma grande migração de trabalhadores pros centros
urbanos né Essa modernização que acontece na agricultura nesse período você pega a reforma tributária em 1966 é uma reforma tributária que modifica o sistema tributário moderniza e Dota eh eh o o os governos né Dota inclusive um sujeito que faleceu né recentemente eh de maior autonomia fiscal para fazer política econômica mas a custa do quê do aprofundamento não só da concentração de renda mas dos monopólios sociais da riqueza né da riqueza quando você pega o tema da lei de remessas de lucro veja é uma das primeiras reformas já em agosto de 64 que flexibiliza o
sistema financeiro brasileiro e permite a conexão né até escrevi um artigo com o professor Fernando Rodrigues que tá aqui sobre isso né dialogando com se Furtado uma conexão direta com o euromercado financiamento Internacional onde o próprio cels Furtado vai chamar de uma nova dependência nesse sentido né Eh e isso nos coloca olha que interessante isso nos coloca na Vanguarda do que depois vai se chamar vulgarmente de globalização ou mundialização financeira né o euromercado é exatamente o umbigo dessa nova etapa desse novo padrão de acumulação do Capital se esboça a partir dos anos 70 e rege
inclusive o que vivemos hoje que estudamos muito nessa casa chamado financeirização veja o Celso Furtado tá vendo isso eh de forma bastante precoce né Ah sem falar da reforma Como eu disse da própria educação Que tipo de Universidade se construía nos termos da revolução e queria se construir uma universidade que pensasse as grandes questões uma universidade que não fosse só pública mas que fosse Popular né Que tipo de Universidade que você tem depois fragmentada especializada tecnocrática tem um sujeito chamado shuts que inventou a teoria do capital humano que era grande referência né pras reformas da
í né e do Ministério da Educação na fase da ditadura E aí estão os frutos né estamos colhendo disso não é Então veja você tem a As Reformas políticas antes do A5 você pega a violência dos dos Outros Atos dicionais das perseguições da decapitação das principais lideranças políticas antes do A5 não é Então veja a a essas contras reformas inclusive no campo da economia são de longa duração se vocês olharem do ponto de vista institucional como se gosta de falar muito hoje né você vai ver que boa parte dessa institucionalidade foi parida já os primeiros
anos da ditadura essa As Reformas elas regem boa parte na sua essência até hoje né o que vivemos então é nessa perspectiva que também precisamos estudar a economia brasileira né tô vendo aqui vários alunos meus né É nessa perspectiva que precisamos estudar a economia brasileira nesse tipo de discussão e obviamente que eh as heranças no momento atual são prementes né a gente vive hoje e eu diria que inclusive o fenômeno da Extrema direita né já vou aqui final ah o fenômeno da Extrema direita o desses militares né estão envolvidos nessas conspirações que a gente viu
recentemente é uma prova também desse ciclo aberto da ditadura dessa continuidade né No entanto no entanto também é uma ruptura né precisamos nos ater a essa ruptura ah principalmente esses que a gente né presencia esses militares eles têm uma relação e tem até certas divergências por exemplo do que aconteceu com o período do giso né eles simbolizam o porão os esquadrões da Morte né os trambiques as corrupções e eles trazem um elemento de ruptura Porque mesmo na ditadura mesmo diante dessa contrarrevolução mas havia a industrialização em curso havia um progressismo né conservador repressão concentração de
renda agora essa herança que vem n desses militares trazem um elemento novo que é o de destruição é de questionamento de qualquer tipo de progressismo vamos dizer assim n você tem esse elemento novo que é interessante né pra gente notar no que se chama hoje de extrema direita ou nova direita alguns neofascismo não é que abre um diálogo também bastante interessante que mostra inclusive hoje essa gente não está disposta a construir mas está disposta sobretudo a destruir né e destruir inclusive coisas que foram criadas na própria ditadura né Eh eh Então isso é muito interessante
porque revela também o estágio que nós estamos hoje que não é na economia principalmente não é um estágio eh do crescimento econômico da geração de ocupação mesmo concentrando renda o processo de industrialização quando tratamos hoje da desindustrialização da reprimarização da economia não é num uma espécie de regresso para antes de 1930 do ponto de vista oligárquico de dominação quando a gente observa as contrarreformas da trabalhista previdenciária a lei antiterror hã a ponte para o futuro tô falando aqui só no campo da economia né você já percebe que é um país que tá numa profunda regressão
produtivo e o tipo de superestrutura o tipo de classe dominante o tipo de militar o tipo de político que está a serviço dessa nova etapa do capitalismo brasileiro está ajustada né a essa economia política nefasta que nós estamos vivendo hoje onde inclusive você tem uma espécie de Economia política da Morte que você tem milhões de brasileiras e brasileiros que não poderão se inserir Como diz economistas no mercado de trabalho ou vão se inserir de forma muito precária né isso e falo isso Principalmente olhando aqui para vocês pros jovens os jovens que tem como Horizonte o
futuro se a gente não mudar e não fazer esse acerto de contas com o passado no presente e acho que isso começa inclusive voltando para antes de 64 claro que o contexto é outro é muito mais complexo a gente não vai eh abandonar esse ciclo e ele tende a piorar e como o próprio florestan Fernandes disse pouco antes de morrer a repressão que nos espera é pior que da fase da ditadura se a gente não enfrentar esse dilema histórico Então falo principalmente para vocês e acho que devemos lutar muito obrigado [Aplausos] eh vou passar a
fala agora paraa professora arc agora agora agora Ligou ligou obrigada bom boa noite a todas todos todes é um prazer est aqui né e em primeiro lugar eu quero agradecer a comissão organizadora da semana da economia pelo convite já parabenizando né Eh a o tema dessa mesa né Como disse o Fábio é um tema que vem é necessário né o lema eh por trás de quem eh viveu ou trabalha ou estuda o tema é sempre eh memória justiça e verdade então isso aqui é um exercício de memória né e eh sobretudo eh eh agradecer e
pela por terem me convidado para falar de uns de um tema dentro do tema muito pouco conhecido que é o das violências eh cometidas pela ditadura E aí eu vou falar civil militar porque aqui eu quero dizer que não foram só militares mas foram militares como ponta de lança das elites né membros das elites inclusive ele Eh que atuaram que agiram violentamente contra povos fragilizados Como são os povos indígenas né então eu eu tava tentando pensar como começar essa fala de um jeito que eh pudesse eh atrair a atenção e e dar dimensão né do
do que que é do que que foi essa violência contra os povos indígenas né E aí meu correu contar eh começar com testemunho né Eh um pouco porque faz parte desse processo né de memória eh de rememorar sempre né então é uma história meio colateral Mas vocês vão entender que ela faz um certo sentido né quando eu tinha 15 anos de idade em 1985 já vou entregar a minha idade eu tomei contato pela primeira vez com as violências da ditadura contra os povos indígenas foi de um jeito meio diferente porque eu vivi uma fase que
eu tava investigando muito o que eram o que tinham sido as ditaduras na América Latina então eu lia e assistia filmes sobre ditadura assim de maneira quase compulsiva né E porque a minha família tem uma história relacionada E aí eh Mas não é da minha história que eu vou falar aqui embora ela se cruze com o tema da mesa né E aí eu eh eu assisti um filme que chama aeté semente da vingança né esse filme é de 1985 e foi dirigido pelo Zelito Viana um cineasta que tem também um documentário muito preciso e ioso
mesmo sobre questões de terras indígenas chamado terra dos índios que é de 79 mas a aronka adolescente não viu esse documentário assistiu avaeté um filme de ficção o filme conta história de um menino indígena né que dá nome ao filme filme O avaeté Ele é um menino que sobrevive ao massacre da sua Aldeia né e o filme começa mostrando massacre as cenas são terríveis bombardeio da Aldeia com dinamites atiradas de avião estupro das mulheres indígenas e um assassinato com requintes de crueldade que apresenta insinua né não não mostra diretamente Mas você vê as praticamente a
cena de um dos desses assassinos cortando uma mulher ao meio do pubs a cabeça e aí ao longo do filme A gente vai tomando conhecimento sobre os motivos dessa violência que são adivine ter esses econômicos em torno das terras indígenas das terras do povo do avaeté né E aí essas cenas violentas elas grudaram na minha cabeça né porque elas eram chocantes e porque elas me suavam verossímeis né décadas depois essas imagens voltaram e aí eu pude colar melhor o quebra-cabeças né e compreender com muito mais nitidez a associação entre a violência eh que o filme
mostrava contra o povo do avaeté os interesses econômicos e a ação e mais exatamente a inação do estado brasileiro então Eh avaeté é um filme baseado numa história real que foi a chacina do cinta larga que aconteceu em 1963 e que foi ficou conhecida como massacre do paralelo 11 que faz referência à localização das Aldeias desse povo que estão entre o Mato Grosso e Rondônia na altura do desse paralelo paralelo 11 Sul que é uma região rica em minerais deante e ouro esse massacre na verdade foi um genocídio ele estimou 35 entre 3.500 e 5.000
pessoas Imaginem é um povo que eh tinha em torno de 10.000 pessoas né Mesmo que tenha acontecido antes do golpe militar né Eh a instauração da ditadura foi 63 né E aí ouvindo o Fábio falando né Eh eh faz eh dá para entender também o chão que deu espaço para esse para esses crimes acontecerem né Eh uma ideia de que o golpe ele não acontece só no momento em que ele é eh deflagrado né ele vai sendo alimentado né e com a ditadura esse esses crimes ficaram impunes e a gente sabe que sem Justiça não
tem reparação sem reparação O que é ilegal se torna legal e pode ser repetido né então a volta dessas imagens para mim se deu com a divulgação do relatório Figueiredo então aquilo que eu intuía né Eh na minha pouca experiência adolescente mas eu tinha muita discussão na minha casa sobre isso de que o massacre que o filme avaeté retratava também tinha sido obra da ditadura eh vai se tornar concreto com a publicação desse relatório o documento é um documento na verdade é uma massa de documentos de 8.000 páginas que foi descoberto em 2012 pelo Marcelo
zelic que é era pesquisador e coordenador do centro de referência virtual Armazem memória e que infelizmente nos deixou no ano passado o zelic encontrou o relatório perdido no arquivo do Museu do índio que é um museu vinculado à Fundação Nacional dos povos indígenas a Funai on que guarda a maior parte da documentação dessa área administrativa que o estado brasileiro criou para lidar com as questões relativas aos povos indígenas essa área administrativa começa em 1910 com a instituição do prestem atenção no nome do da instituição do órgão serviço de proteção aos índios e localização de trabalhadores
nacionais pode passar o slide que foi criado pelo então Tenente Coronel Cândido mar da Silva Rondon Bom eu acho que o nome do órgão fala por si né mas na hora do debate Se quiserem a gente conversa em 1918 o spiltn passou a ser chamado serviço de proteção aos índios spi e em 1967 ele foi extinto em função das denúncias presentes no relatório Figueiredo no seu lugar foi criada a Fundação Nacional do índio Funai que no ano passado 2023 a pedido da APB que é a articulação dos povos indígenas do Brasil a Funai foi rebatizada
de Fundação Nacional dos povos indígenas livrando-se da palavra índio um termo equivocado que não faz juz à diversidade de povos indígenas que vivem no Brasil mas o que é de fato o relatório Figueiredo ele é o produto final de uma comissão de inquérito administrativo instituída em 1967 pelo Ministério do interior presidida pelo procurador federal Jader de Figueiredo Correa né que dá nome ao relatório e que tinha por objetivo investigar irregularidades na atuação do spi mas as apurações do Procurador levaram levantaram muito mais que regularidade E aí eu quero citar um trecho do relatório Você pode
passar aí abro aspas pelo exame do material infere-se que o serviço de proteção aos índios foi antro de corrupção inominável durante muitos anos o índio razão de ser do spi tornou-se vítima de verdadeiros celerados que lhe impuseram o regime de escravidão e lhe negaram o mínimo de condições de vida compatível com a dignidade da pessoa humana é espantoso que exista na estrutura administrativa do país repartição que haja descido a tão baixos padrões de decência e que haja funcionários públicos cuja bestialidade temha atingido Tais requintes de perversidade venderam-se crianças indefesas para servir aos instintos de indivíduos
desumanos torturas contra crianças e adultos em monstruosos e lentos suplícios a título de ministrar justiças e ele vai e por aí em diante vai descrevendo né a descoberta do relatório Figueiredo provocou a inclusão das violências Diretas da ditadura brasileira contra os povos indígenas no volume dois do relatório final da comissão nacional da verdade a lista de violências exposta expostas no relatório Figueiredo né tá no próximo slide e outros documentos levantados pelo grupo de trabalho que investigou especificamente as violações contra os povos indígenas revela as atrocidades cometidas sob auspício do estado brasileiro esse trabalho também revela
algo assustador um número de mais de 8000 indígenas assassinados pela ditadura os dados investigados pelo procurador Jader Figueiredo falam mais do que ele podia dizer na época Pois uma investigação no auge da ditadura não poderia expor culpados mais graúdos que não aquela pouco mais de uma centena de funcionários do spi mas é importante reter que não se trata apenas dessa centena de funcionários corruptos e celerados trata de um projeto de país com uma ideologia enraizada no modelo econômico que tem o extrativismo predatório como meio de execução desse modelo mas e agora eu vou dar outra
virada na minha fala para que esse projeto de país possa ser efetivado numa república mesmo na ditadura é preciso que ele seja lastreado pelo sistema normativo assim em 1978 a ditadura civil militar atuou para que isso acontecesse tentando instituir um decreto para emancipar os povos indígenas uma emancipação que Não significava libertação mas sim um caminho para fazer com que os povos indígenas deixassem de ter o estatuto de indígenas E com isso perdessem direitos Sobretudo o direito à terra para que essa emancipação ocorresse era preciso primeiro acabar com o regime da tutela que era é porque
essa lei ainda vigora mas ela foi suplantada pela constituição e eu chego lá regulamentado pela lei 61 de 1973 conhecida como estatuto do Índio a tutela significava que assim como os menores de 18 anos do nosso código civil os indígenas eram considerados relativamente capazes de gerir suas vidas precisando da assistência de um representante legal isso quer dizer que eles não não eram tidos como sujeitos plenos de direito a Funai era esse representante legal responsável pelos os ou silvícolas como são designados no estatuto do índio essa lei também estabelece um gradiente de civilização dividindo os povos
indígenas em isolados em vias de integração e integrados os integrados segundo a lei estariam aspas incorporados unão Nacional fecha aspas ou seja não seriam mais indígenas por essa ideologia e portanto o seu destino Só podia ser a emancipação o efeito dessa emancipação seria então a dissolução de suas alteridades E com isso a perda dos direitos Sobretudo o direito à Terra isso aqui é um exemplo bem acabado de uma política de estado que trabalha com afinco para construir um não lugar para os indígenas no território brasileiro e justamente para aqueles que são os habitantes originários desse
território aqueles que precedem a própria existência do país chamado Brasil o gradiente de civilização e a ideia de integração à comunhão nacional que está no estatuto do índio forjou um estereótipo para os povos indígenas que perdura até hoje e se manifesta na noção de que indígena seria apenas aquele sujeito que vive na e dá mata isso nega aos povos indígenas a possibilidade de transformação social que se dá com o tempo transformação que não é negada aos não indígenas pelo contrário é vista como modernização Progresso evolução e por aí em diante aquele momento histórico o da
tentativa de emancipação foi marcado por uma forte mobilização a gente tá ali no final do período mais duro da ditadura civil militar né 1978 mas a mobilização indígena conseguiu impedir que o decreto de emancipação fosse efetivado nessa mobilização estavam algumas das lideranças que se mantém na luta até hoje como Ailton kenac David copena rauni metti que eu vou voltar a falar dele aqui e o já falecido Mário juruna que foi o primeiro deputado federal indígena anos depois já no período democrático o movimento indígena junto com uma rede ampliada de Aliados não indígenas conseguiu articular e
e aprovar o capítulo da constituição federal de 1988 intitulado dos índios e composto por dois artigos o 231 e o 232 esse capítulo introduz uma mudança radical no processo de afirmação da existência indígena no país o artigo 231 traz três modificações fundamentais número um estabelece direito à Terra como originário reconhecendo sua preexistência em relação à própria instituição do estado brasileiro número dois cria o conceito de terra indígena que passa a significar mais do que uma noção territorial incluindo com isso as vidas humanas e não humanas que formam asoc cosmologias indígenas no reconhecimento explícito do direito
à diferença e número três obriga a união a demarcar e proteger as terras indígenas o artigo 232 modifica completamente o jogo político ao legitimar a atuação indígena direta ou seja eles passam a poder se defender em juízo e com isso a questão da tutela desaparece os povos indígenas são emancipados sem perder o estatuto de indígenas então a gente pode a partir da Constituição considerar que o período de 1990 a 2000 foi um ciclo Virtuoso de acesso ao direito constitucionalmente garantido a demarcação das terras e a existência dos povos indígenas na sua diversidade na sua sociodiversidade
essas demarcações de terra possibilitaram uma recuperação demográfica eh espantosa que se deve também às melhorias no acesso à saúde e abertura da Alternativa de autodeclaração no senso populacional hoje a maioria das terras indígenas demarcadas e homologadas está concentrada na região Amazônica em tese essas terras deveriam estar garantidas mas ameaça a elas é constante e essa Ameaça é notável quando olhamos a tabela comparativa do número de demarcações desde a Constituição de 88 essa tabela acho que eu tô no slide errado é a próxima eu esqueci essa justo Obrigada eh ela vai mostrando uma diminuição paulatina no
número de demarcações o que seria normal se isso indicasse que as necessidades foram atendidas mas a razão para diminuição não é essa desde os governos da presidenta Dilma Roussef a pressão de vários setores econômicos em especial o do agronegócio que tem forte apoio no Congresso Nacional fez com que os processos de demarcação fossem refreados em 2016 com o golpe institucional que derrubou o CF o que passamos a ver Foi uma mudança radical na política institucional com relação às terras indígenas o número de zero terras indígenas declaradas ou homologadas no governo bolsonaro é eloquente ainda um
aspecto que acho importante reforçar com relação ao processo legal referente às terras indígenas se esse processo é a forma de garantir legalmente terras aos indígenas ele não muda o fato de que essas terras não precisam ser demarcadas para serem consideradas indígenas como aponta o jurista Carlos Marés o que a constituição reconhece aspas é o direito de ser povo e em consequência a obrigação de demarcar em outras palavras a Constituição de 88 estabelece um novo modelo de país pelo menos para os povos indígenas no entanto esse direito é visto como uma afronta aos interesses dos latifundiários
no Brasil e contra Ele se produz uma verdadeira política como guerra uma expressão que toma emprestado do livro necropolítica de achil membe nessa guerra os ataques vêm por um lado na forma de leis decretos portarias e outros instrumentos legais que visam enfraquecer as garantias constitucionais assim como aquelas provenientes de acordos e Convenções internacionais assinadas pelo Brasil e por outro lado por uma violência bem concreta que se dá por meio de Invasões de terras e dos assassinatos que hoje visam indiscriminadamente qualquer pessoa indígena seja ela uma liderança ou não assim como pela inação do estado não
provendo saúde e segurança As populações mais fragilizadas em outras palavras a política como guerra dirigida aos povos indígenas coloca aqueles que deveriam ser tratados como cidadãos na condição de inimigos e um dos exemplos mais eloquentes disso é o caso do Yanomami que no início de 2023 precisaram e ainda precisam na verdade porque isso não acabou de uma mega operação feita pelo governo recém-empossado de Luís Inácio Lula da Silva por conta da grave situação Sanitária de conflitos com limpo e legal essa herança e isso aliás é uma herança Direta do governo de Jair bolsonaro que se
elegeu em 2018 com uma retórica anti-indígena cujos ecos remetem ao período da ditadura civil militar para expor a ideologia por trás dos ataques de bolsonaro contra os povos indígenas é preciso lembrar primeiramente que como deputado federal ele fez parte das bancadas do agronegócio da mineração e das Armas as duas primeiras inimigas declaradas dos povos indígenas e quilombolas pelo interesse imediato sobre suas terras assim alicerçado pelas Forças Armadas o governo de Jair bolsonaro elevou a um outro patamar o projeto de expansão Madeireira garimpeira mineradora e agropecuária na Amazônia buscando avançar para além conhecido Arco do desmatamento
delimitado pela parte sul e leste da região Amazônica e um exemplo disso é a abertura da BR 319 com essa postura bolsonaro conduziu a destruição de políticas públicas que levaram anos para para serem construídas como é o caso justamente da demarcação de terras Assim como eh transformou o órgão indigenista em uma instituição anti indigenista esse projeto foi anunciado repetidas vezes nos discursos de bolsonaro muito antes de ele ser eleito na fala que eu pedi para projetar tem uma síntese do que eu chamo de pensamento bolsonariano sobre os povos indígenas o que que ele diz isso
É no período eleitoral ainda nós queremos o índio integrado integrado à sociedade no Brasil muitos querem condenar vocês ele tá falando para para um uma audiência indígena a ficar isolados dentro de uma terra indígena como se fosse algo raro que tem que ficar dentro de um zoológico no que depender de mim vocês serão emancipados ão lembrados da palavra o índio norte-americano vive em Grand parte dos royalties dos cassinos vocês aqui podem viver de royalties não só de minério mas da exploração da biodiversidade bem como de royalties de possíveis hidroelétricas que poderiam ser construídas na nas
terras de vocês então vocês são tão brasileiros como nós e tem todo o direito de explorar a terra de vocês nessa fala assim eu nem vou comentar é ele tem ele tem princípios também é nessa fala a gente é conduzido de volta aos anos 70 e ao decreto de emancipação entre outras coisas mas aqui eu quero mostrar a conexão entre o que que foi esse governo para os indígenas do Jair bolsonaro e a ditadura de 64 com a Constituição de 88 e o fim da tutela a gente já sabe que a ideia de emancipação é
uma ideia decaída no entanto bolsonaro foi formado formatado dentro desse ideário e foi a partir dele que o seu governo pautou suas políticas anti-indígena mas hoje a gente tá no pós-bolsonaro e é preciso se haver com a nossa história governo Lula Toma Posse dando as mãos aos povos indígenas na figura do grande icônico líder rauni matuk indicando que poderia recuperar por um lado o ideário construído no processo de redemocratização do país do final dos anos 80 e plasmado na Constituição pelo qual os povos indígenas ocupam um espaço no qual sua diversidade sociocultural é amplamente garantida
e por outro lado retomar e reconstruir as políticas públicas voltadas a eles a demarcação das terras o controle das invasões da violência dos desmatamentos do garimpe legal o provimento a assistência à saúde entre outros pouco mais de 1 ano e meio do dia da Posse vemos que não está sendo fácil porque a despeito de o governo Lula ter criado um ministério dos povos indígenas nomeado uma ministra indígena à sua frente a Sônia Guajajara ter nomeado uma Presidenta da FUNAI que é indígena a joenia wapixana e um secretário da secretaria especial de saúde indígena também indígena
o ve tapeba há um Congresso Nacional um judiciário e todo um sistema econômico que trabalham para que a política econômica imperante seja aquela Nossa velha conhecida do período colonial o puro extrativismo predatório que passa o rolo compressor nas terras indígenas na Amazônia e no que vier pela frente além do caso Yanomami E aí aqui eu já me já me encaminho para finalizar né que tem sido enfrentado com muita dificuldade pelo governo Lula e Entre outros motivos Porque existe uma Sabotagem das Forças Armadas e elas precisam atuar lá né Eh que fica em regiões que são
acessíveis somente por certo tipo de aeronave que precisam de uma expertise que é das Forças Armadas então eles estão fazendo a operação braços caídos mas também querendo cobrar por deslocamentos de doentes e outras coisas também nesse governo a gente sabe que as violências não desapareceram a truculência contra os Guarani e Caiová hoje é anunciada nas redes sociais os assassinatos são filmados e divulgados né os projetos desenvolvimentistas se mantém e dentre eles mais um mega projeto cujos efeitos já são para lá de conhecidos que é o projeto da ferro grão uma ferrovia que pretende Ligar Sinope
no norte do Mato Grosso a miritituba no sul do Pará and 16 terras indígenas a falta de escuta no GT da ferrogrão fez com que O cque Raoni nosso personagem histórico Alessandra munduruku que é uma Líder muito jovem uma mulher indígena muito consciente presente agora na nessas lutas e map que também é uma mulher engajada perguntassem num artigo publicado no domingo passado Lula está soltando a nossa mão e com isso [Aplausos] encerro agora vou vou passar a palavra pro professor quartinho Ah obrigado minhas saudações Gerais todos os presentes eu considero que a pontualidade é uma
obrigação sobretudo quem de quem vem para uma mesa mas eu juro por alá que tudo vê Fiquei parado 50 minutos saindo vind de São Paulo V de São Paulo para participar aqui fiquei 50 minutos parado ou andando tá tá tá na entrada da Dom Pedro se não eu sou a favor da pontualidade e acho que quem atrás deve ir pro Pelourinho mas infelizmente no meu caso vou num Pelourinho moral realmente não não não dava mesmo realmente não dava eu faço questão de me desculpar porque o certo é chegar na hora Qualquer que seja a razão
mas é chegar na hora eu vou me contentar até porque a a hora avança e eu contribuí provavelmente para que eh a hora tenha avançado eh mais do que eh nos parâmetros previstos da discussão e somente juntar alguns Alguns temas agradecendo agradecendo a formulação que foi proposta que nos foi proposta que tá muito concisa eu não vou simplesmente me ater a essa formulação mas ela comporta aí a ideia do ciclo histórico Em que momento em que momento da evolução histórica de nosso país e rompeu o golpe depois a questão da memória do golpe do modo
como e a última é a atual luta contra a ditadura ou a luta contra a ditadura não atual tal como ela se prolonga até até hoje eu não não é o caso porque não tava nem programado e também faz parte de levar a sério a participação eh em qualquer discussão coletiva na ater-se ao que tá na pauta mas como os dois colegas que me precederam brilhantemente de resto eh fizeram questão de explicitar não principalmente a a inter a a proposta principalmente a propósito da expressão ditadura militar ou ditadura civil militar eu vou dizer que eu
eu vou justificar bem rapidamente por que eu só digo ditadura militar por quê Porque a expressão primeiro que ela é consagrada nas lutas sociais e nas lutas políticas contra a ditadura aliás para ser bem exato Não era nem ditadura militar era abaixo a ditadura o povo organizado derruba a ditadura Essa era isso é o que se ouvia nas ruas do Brasil certamente em São Paulo onde eu tava nesse momento eh era era a e claro que numa palavra de ordem numa manifestação coletiva você não vai fazer definições acadêmicas n nada mas a palavra chave era
abaixa a ditadura e ao mesmo tempo quando se falava um pouco mais Isto é caracterizava-se um pouco mais o poder político dizia-se ditadura militar acho quem popularizou até um um dos que popularizaram essa ideia foi um um um amigo de longa data foi companheiro de exílio o carioca Daniel Arão Reis ele foi um dos que popularizaram essa forma e eu disse eu acho que dizer ditadura civil o que o que é dizer C O que que o termo civil o que o termo civil acrescenta ele claro essa você mesmo mencionou o que ele acrescenta não
foi no poder o poder não foi exercido nem estava a a serviço da Corporação militar enquanto tal poder estava na mão e o poder político Geral de pelo menos duas categorias sociais ou três das das das classes dominantes antes o latifúndio que tinha sido um dos os latifundiários que tinham sido um dos grandes promotores do golpe eh Porque a reforma agrária era como continua sendo em alguma medida O Espantalho que os fazia não sei se perdeu o sono em todo caso mobilizar jagunços etc para atingir e golpear os dirigentes eh do movimento pela terra desde
das ligas camponesas e outros movimentos pela terra até o do Norte ao sul do Brasil porque no no Rio Grande do Sul houve um Fortíssimo movimento de reforma agrária Aliás foi um um parceiro do do Brizola Paulo schiling se exilou no Uruguai ele tem até um livro fez um folheto um livro mas é um livro chamado Brasil ele ele imprimiu isso no Uruguai nos anos 60 chamado Brasil de Los latifundistas tinha Brasil para estrangeiros para os uruguaios e ele ele mostra a experiência deles eu eu não tenho certeza de qual era a a sigla exata
mas ele como colaborador do governo Brisola antes do golpe ele tinha sido um dos organizadores de movimento de Sem Terra no Rio Grande do Sul então para dizer que era alguma coisa que ia desde a ligas camponeses do Nordeste eh até o extremo sul do país Então o latifundiários a a burguesia eh articulada com os grandes truos imperialistas já presentes aqui basicamente e atrás disso toda uma uma série de aparelhos ideológicos começar da igreja mas também a começar enfim começar porque tinha mais massa mas também a grande imprensa né Aliás o o o politólogo estadunidense
Alfred stepan que foi um dos que fez um livro interessante né um livro para eles do ponto de vista deles não sei se financiado pela Rand Corporation ou algo parecido Mas enfim eles têm a inteligência deles e gastam gastam Fundos e gastam baites cerebrais para e entender o o curso do mundo segundo o seu segundo seus interesses e ele lembra mas aí é um dado objetivo ele mostra quais foram os editoriais dos jornalões brasileiros nos dias que sobretudo nos dias que precederam o golpe o livro dele até acho que chama autoritária no Brasil me desculpo
pelo meu sotaque paquistanês e tal a falar inglês mas não é não é a língua que eu mais frequentei enfim e nesse autoritari Brasil ele enfatiza esse lado como a grande imprensa chamada grande imprensa eh do Capital a máquina ideológica do Capital estava mobilizada para e intoxicar a opinião pública exacerbar a mobilização para derrubar jular eh a que ponto então ele estuda os editoriais da semana que precederam a o lev Ant e é impressionante a a quase unanimidade desses editoriais já avisando né que vem golpe o globo por exemplo tava na linha de frente uma
Vanguarda dos golpistas mas também não era não tava sozinho não em São Paulo para variar a folha eh naquele tempo tinha a empresa folha tinha folha da tarde folha da manhã né tinha era depois é que fundiram uma desgraça só que a folha foi nessa época e o e o Estadão que é que é que é um Era Um clássico órgão dos fazendeiros assumido Diferentemente da folha que sempre piscou um pouquinho que abria as abria com inteligência com a certas páginas para que pensadores da esquerda very Light sobretudo ali se exprimisse então mostrando que era
um jornal pluralista no O Estadão er a coisa mais rígida de aquele liberalismo de fazendeiro né cujo princípio é da Porteira da minha fazenda para dentro que manda sou eu né Essa é a noção de liberdade do latifúndio Mas enfim nesse concerto de nesse bloco de classe dominantes que que apoiava o golpe é evidente que em relação a esses que a a camada militar golpista ela era uma um instrumento ela foi um instrumento uma uma enfim um um uma ponta de Lança para usar uma continuar no campo metafórico da força militar uma arcaica porque lança
já é hoje um suvenir né aquelas belas cargas de Cavalaria por exemplo isso é tudo faz parte do cinema histórico Mas a questão é a seguinte no processo que conduziu ao golpe e a seu êxito no dia seguinte o o como é que é o The Day After havia aquela Euforia reacionária que só vi em termos de Euforia e agressividade reacionária esses momentos recentes do bolsonarismo E e esse esse encolhimento que que nos obrigaram eh e e que nós não sabemos até que ponto ia E lá foi mais longe porque lá ah de saída prisões
e massa houve o eh uma parte de de sindicalistas dirigentes políticos gentes da das for do movimento democrático dentro das forças armadas movimento dos Sargentos por exemplo dos Marinheiros foi foi muito importante a mobilização Progressista de esquerda e mesmo revolucionária na na base da da máquina do aparelho Militar foi muito forte então foram todos colocados num navio estacionado em Santo né o Raul Soares em condições que você imagina né de carceragem odiosas eu pessoalmente conheci uns qu qu ou cinco felizmente escapei mas eu era muito garoto hein quero dizer eu tenho eu sou velho o
suficiente para ter visto o o exame comparativo entre a vaga a vaga fascista eh de ela começou bem antes né o a Vitória Eleitoral do bolsonaro foi em 18 foi o A culminação de um processo que tinha começado como nós sabemos anos antes e que por exemplo tinha criado base de massa para o golpe parlamentar que derrubou a presidente Dilma Rousseff Mas enfim tudo isso todo esse circun loque histórico é para dizer por eh eu eu continuo a utilizando a expressão ditadura militar e porque ela tem validade eu acho porque primeiro que civil é muito
largo né Vocês sabem Claro você o civil civil Como diria o grande anatólio França inclui entre o serviço desde quem janta no Fazano Até quem dorme embaixo da ponte esse que é o problema né então é muito vago é é um termo muito frouxo ele tem essa vantagem essa aí que já foi anunciada pel pelos colegas da mesa ela dizer não não não vai achar que durante a ditadura militar era só os militares que mandavam aliás muitos militares não mandavam se ferraram até né se ferraram isso o próprio esse Alfred stepan que Eu mencionei que
é um é um inimigo inteligente ele dizia o seguinte a categoria profissional a que foi mais golpeada proporcionalmente nos expurgos que a ditadura fez foram os militares caçaram 1500 militares foram caçados e perseguido por não tô dizendo que foi a categoria social que mais sofreu sou exato que eu tô dizendo tô dizendo foi a categoria profissional mais perseguida em termos de profissão Foram poucos os militares torturados por exemplo por serem por serem militares de esquerda houve houve casos inclusive um um dos eh oficiais que mais ligados ao Nelson que Sodré não ele próprio expit Embora
tenha ficado curtido curtido umas férias umas férias forçadas no Forte de Copacabana alguns meses né mas foi Kardec lem conheci por outras razões que ele foi espancado torturado e outros que morreram né mas aí já sub alteram o cardec lem era era Coronel ten Coronel então é já é mais sério que já tava alto na hierarquia mesmo assim tortur torturaram eh a tortura que atingiu os subalternos aí foi mataram torturaram casos horríveis aliás os primeiros casos de morte na tortura foram o Casos de eh já antes do antes do at5 antes mesmo do desencadeamento da
de da luta armada dos movimentos atentados dos grupos clandestinos dos grupos da Resistência clandestina que desenvolveram ataques eh com métodos terroristas né pequena burguesia radical na qual eu me incluí na época né era era jovem era muito jovem e também tinha muita raiva da ditadura dura então em minha em minha desculpa eu posso sempre argumentar isso tinha ódio deles então o mal que eu pudesse fazer a eles eu queria fazer mas isso aí Como diria o grande Lenin ainda não é uma linha política correta né quo aí ele sempre condenou ele se permite esse parêntese
né já que é os 100 anos da morte dele eh é impressionante na vida dele desculpa ess é rápido parêntese é impressionante na vida dele que quando ele tinha 16 16 ou 15 ou 16 anos o irmão conhecido carinhosamente como saasa Alexandre como ele era conhecido na família dele carinhosamente como volodia que era Vladimir né Eh o irmão meteu-se numa conspiração pelo pelo grupo eh dito populista narodnik e e para marar o Czar eram M eles preconizava era um método atentado terrorist do terrorismo individual Eles faziam isso e morriam n era um pouco uma coisa
meio camicas aliás antes fosse camicas porque se pegassem vivo aí era melhor ter morrido eh e ele tinha 15 ou 15 15 ou 16 anos o irmão foi preso que a a polícia do Kar era das mais eficientes a ucrana infiltrava gente todo lugar você montava um grupo revolucionário batata havia uma taxa mínima de policiais dentro era terrível e eles foram presos eram muito jovens inclusive foram presos processados e condenados à forca e inclusive o irmão foi de uma muita Sacha foi muito corajoso porque como o pai o pai o velho lanov tinha sido importante
no na na instituição escolar karista que eles tinham um projeto de modernização da Rússia desde aquele xar Pedro que foi eles TM tido também a maneira deles né um pouco de quinut um pouco de troço e um pouco de progresso eraa o estilão ele tentaram interceder a mãe mãe vai lá né uma mãe foi lá pediu e disseram a ele aí a as autoridades policial militares que tinham condenado ele à forca junto com os camaradas diseram que se eles escrevesse uma carta pedindo perdão ao xar ele seria poupado ia pra Sibéria ficar lá o o
Fortaleza que pra Sibéria não era tão ruim assim contrariamente ao Que penso né Sibéria era ruim e tal mas era um Desterro morava numa aldeia podia andar e tal não era prisão mas s e ele se recusou tem que ter caráter agora on o ponto que queria chegar como isso deve ter marcado um adolescente de 16 anos que era o volodia o volume as obras completas de Lenin que tem até telegram etc a última edição que fizeram Aliás o que sobrou em 91 o Boris yelon mandou a esmagar fazer pasta de papel guerra é guerra
mas 80 não perdão 58 volumes ou 56 sem índice analítico que tinha as outras edições Ele simplesmente em toda essa obra eu tenho uma edição anterior essa que não foi escav em toda essa obra ele cita duas vezes em 40 bom a minha é de 48 a edição dos anos 170 companhe na França cita duas vezes o irmão ele nunca falou disso praticamente e mesmo assim ele cita o irmão em contextos eh aleatórios uma das vezes foi quando em plena revolução de eh eh não entre fevereiro e outubro 17 um comitê de soldados que estava
no front eh mandou uma pediu a ele que tava sendo caluniado aquela história que ele veio da Alemanha enfim não também não mudar o tema aqui da da reunião né e ele tava sendo caluniado e perguntaram Mas afinal que apresente-se né diga quem você é e tal e ele disse ali então na minha família meu irmão foi enforcado pusar é uma das duas vezes a outra Esqueci qual foi a mas é é é incidental dier veja a força do caráter quer dizer de interiorizar as coisas viveu a vida inteira achou aquilo tão horrível como experiência
tão enfim tão horrível tão traumático de um sentido nunca falou nunca nunca se atreveu a falar disso ele era Durão enfim fechei o parênteses para dizer esses traumatismos Eles são muito fortes e às vezes os mais muitos que passaram por eles silenciam como vocês sabem os torturados muitos torturados sequer conseguem falar da Tortura contar como foi né É muito difícil eu digo eu nunca entrevistei torturado conheci muitos mas nunca fiz entrevist mas aqueles que entrevistaram torturado para fins historiográficos de denúncia diz não éa uma dificuldade is não quer falar então alg uma é uma relação
com abominação com o horror que é silenciosa traumática e de algum modo Vale pro Leno e Vale também para essas ponderações eh comparativas que eu fiz aqui mas enfim o ambiente que eu queria comparar é que o ambiente em 64 ele de algum modo ele era ele foi mais assustador porque ali estavam prendendo enquanto que o bolsonaro que antes de tudo eu acho se eu fosse fazer uma nunca perder meu tempo com isso mas se eu fosse fazer minha biografia do bolsonaro além de ser tudo que ele é no espectro político ele é um grande
cafageste né é um cheito vulgar cafageste e que gosta de tudo aquilo que é mxo subalterno vagabundo né E esse lado cafageste dele que fez com que ele foi no Acre e disse vamos matar 30.000 petistas era guela quer dizer ele é um CAF gestão era goela ele não tinha nem como matar 30.000 petistas agora ali estavam matando em 64 mataram torturaram e prenderam muita muita gente eu disse eu tinha 22 anos é 22 ia fazer é tinha feito 23 anos mas já era eu quer dizer muito velho né pros jovens de hoje mas eu
já era velho o suficiente em 1964 para perceber e não era nenhuma nenhum luminário eu tava ali era um garoto Progressista e tentão um jovem Progressista fazia filosof Tava na Maria Antônia estudava Filosofia na Rua Maria Antônia que era lá o Como dizia o Ademar de bal aquele ninho de comunistas aquele ninho de comunistas temos que fechar aquilo então e mas na naquela mas tá para ver mas mesmo assim a extensão da desgraça veio depois porque a primeira percepção era a violência o impacto dizer os fachos estão mandando estão perseguindo e eu dava aulas e
uma garota que era minha colega nós damos aula num colégio estadual para ganhar dinheiro ganhar dinheiro ganhar alguma coisa aumentar a mesada lá ch Colégio Estadual de Indianópolis aliás eui larguei esse lugar porque depois eu fui pro isil fiquei dois anos lá para a famosa hoje famosa Maria Helena chaui ela pegou também tava atrás de emprego de professora pegou o meu lugar ali no Colégio Estadual de Indianópolis nem sei se existe ou não Colégio Estadual de indi mas o fato é que nós entramos era o dia no dia primeiro de de Abril devia ser um
não tinha aula né de manhã Nós entramos deos L nossa aula est meio ressabiados ela dava AA no canto dela e eu no meu ela dava aula de biologia e eu dava se era filos não sei se era filosofia ou humas eu não trav assim com Colégio estad E aí veio a hora do café às 9 da manhã gente parar e nós estamos caminhando lá eu eu ela tava meio no corredor e nós Nos olhamos corredor eu falei Bom vamos lá né que a gente sabia Nós entramos Estavam todos assim como como se fosse em
ordem unida esperando a gente entrar e aí a mais a mais a gralha mais perversa do grupo e agora comunistas que é que vocês vão fazer nós tínhamos 22 anos eu ainda tive a presente Espírita Vamos ouvir isso mu muito tempo né pelo vez S contentemos Vamos ouvir isso então esse era o ambiente que Você entrava e agora comunistas que é que vocês vão fazer eu acho que dá uma quer dizer dá uma diferença no sentido de que ah a a violência bolsonarista dos bolsonar enfim a violência fascista eu digo fascista no sentido genérico o
seguinte o fascismo ocorre quando a direita as ideias reacionárias adquirem força de massa quando há um movimento de massa a articulado em torno de ideias reacionais Por isso que eu digo essa proliferação eh do fascismo contemporâneo na Europa na Europa eh não vou dizer nos Estados Unidos que ali sempre foram reaa e tal não nem sei qu qual é o peso daquilo mas eh sempre não também exagerei um pouquinho Guerra do Vietnã por exemplo houve uma um de esquerda e agora recentemente o a rí sinistra operação de genocídio do povo palestino levado adiante pelo pelo
pelo Estado facho sionista Eh agora suscitou um movimento de revolta nas universidades grandes né Por os mas é sempre uma minoria Ativa é uma minoria que ali vive na na defensiva Então é isso eu queria eu achei que um pouco na minha condição eh no estágio avançado da existência que eu atingi falei bom algum depoimento tá porque por acaso eu vivi isso aí nesse nível não foi nada de dramático heróico nem tortura não fui preso que eu era eh como diz no exílio né era cocô do cavalo do bandido em filme de farest né quer
dizer era um moleque era um moleque tava conversando ninguém conhecia Então fui poupado só por causa disso porque raiva não me faltava só me meti em confusão um pouco depois mas ali não bom mais algumas ideias só porque eu tô sem parei de olhar relógio proclamei minha emancipação me avisa mais daqui a 5 minutos dá me avisar 5 minutos porque também pra gente poder discutir né trocar ideias também não quero mais do que 5 minutos eu acho que tá muito bem formulada a expressão contra revolução preventiva e eu não Pudo deixar de me lembrar de
uma engasgada que eu dei há 20 anos atrás por eu digo há 20 anos porque eu sei que tava no Rio Grande do Sul e no na federal lá do Rio Grande do Sul num debate tava o o filho do João Gular do meu lado e depois virou foi candidado é bom boa Praça Boa Gente Tá no tá no nosso campo como dizer tá no nosso campo e ele eu fiz lá uma intervenção E usei essa expressão o golpe contra revolucionário aí depois que eu parei de falar ele me cutucou dis diga uma coisa você
acha mesmo foi contra revolucionário diz que havia uma revolução eu engasguei um pouco não soube o que dizer para ele eu não fal você acha que meu pai era um governo de meu pai queria fazer revolução mas na verdade não era o pai dele era aquela dinâmica das reformas de base aquele comício do dia 13 a mobilização esse isso que apavorou a direita militar n a mobilização na na na nas Forças Armadas soldados marinheiros fuzileiros tava lá aclamando confraternizando com Operário sindicatos Metalúrgicos né aquilo foi foi mais uma misan que não havia a digamos uma
força P mas era era muito importante não por acaso você vai estudar aqueles que estudaram a esse o movimento eh de luta armada tal como ele ocorreu eh nas em alguns centros urbanos inclusive São Paulo principalmente São Paulo São Paulo e Rio eh eh nos anos a partir de do início de 68 se Estendeu alguns mais três 4 anos até ser aniquilado pela máquina eh pela máquina eh de repressão eh do governo e sobretudo que com carta branca para fazer não qualquer coisa depois do ato institucional número 5 de 13 de dezembro de 68 mas
ah nesse nessa situação o que mais eh chamava atenção nessa situação nessa nessa mobilização perdão mais chamava atenção é o fato de que a pergunta quais eram quem travou esse quem se meteu para falar uma linguagem coloquial quem quem se meteu nesse nessa luta armada digo um pouco diferente da da guerreira Rural levada pelo pcdb né entre 72 e porque ali ali obedeceu um planejamento mais mais pensado era um partido que enquanto que ali eram pequenos grupos né grupos daquele gênero da vontade do povo podia mais comparar para isso mas quem era principal contingente era
estudantes Sem dúvida era mais sensível mas não era esmagadoramente majoritário havia um mínimo de militantes Operários eh de Formação comunista boa parte deles mas ou então trabalhista nacionalista de esquerda nós diríamos Brisola enfim nacionalista de esquerda intelectua alguns intelectuais jovens ou menos jovens e de dezenas de suboficiais Sargentos fuzileiros navais eu conheci vários fuzileiros navais e marinheiros e sargentos expulsos das Forças Armadas após o golpe 64 isso é importante até importante eu rio porque rio do destino né mas isso que explicou a capacidade operacional tática que assustou os militares n as primeiras er operações muito
bem feitas militarmente porque todos e o mesmo Participei de uma ou outra poucas e tal né Muito enquadrado sempre por militar por ex-militares por companheiro que entendi que tinha um ofício militar e isso foi o efeito o efeito maior disso foi realmente assustar mais a a ditadura se seu esquema repressivo a quanto agora o um outro fato e eu termino por aqui essas considerações pelo menos quem sabe na expectativa de que vha um debate questão indígena foi eu aprendi muito ouvindo você tava eu tava curioso Mas aprendi muito tinha muita dúvida muo muitos intervalos de
reticências entre aspas e reticência quando você faz num texto que tá omisso tinha tinha textos vazios na minha cabeça sobre sobre isso mas o esse pano de fundo perdão o pano de fundo dessa dessa iniciativa fortíssima dos movimentos de guerrilha Urbana em 68 e 69 ocuparam a cena e fizeram Como dizia um jovem que depois até morreu Pode ser que a gente não Tome o poder mas V fazer um estrago que também já é uma visão já é uma visão narodnik né francamente a gente não sei se a gente vai tomar o poder Agora vamos
fazer um estrago e era que havia uma forte mobilização sem relação Direta com o movimento de luta armada uma da opinião democrática uma forte mobilização é mencionado aqui é mencionada aqui at Marcha dos 100.000 não foi eh no Rio de Janeiro mas antes disso as ruas em São Paulo do mesmo modo como nós lamentamos já velhos e um pouco sem poder ir muito nesses troços porque já perder a capacidade de sair correndo em criogênio Mas eh e de na última toda aquela mobilização que a direita tomou a rua em 67 68 sobretudo a esquerda tomou
a rua a oposição à ditadura tomou a rua a E para isso por isso o ato C que a repressão é eficaz não adianta não adianta dizer Ah eles podem reprimir podem me não a repressão quando é levada por uma máquina dessa coloção nessa escalar é faz o assassinato seletivo intimida aterroriza Então ela foi mas até eles conseguirem aquela crispação no seio da classe dominante faz o ato CCO quer dizer estraga todo programa de ah abertura gradual de democracia controlada etc tudo aquilo Liber um pouco de liberalismo tudo aquilo foi por águas abaixo eles admitiram
ao lançarem um instrumento daquela da daquelas características né do mesmo modo como e veja aquilo não começou no ato 5 Não vai dizer que foi por por houve luta armada resistência armada violência revolucionária em todo caso eh luta de mobilização de massas contra a ditadura por é só isso é um exercício que quem quisesse pode se dar o trabalho sem muita dificuldade deve ter no Google isso é só olhar o preâmbulo o preâmbulo dos atos institucionais isso não vou não se assuste não vou nem nem trouxe aqui uma frase que você não você lê ali
não esquece esse essa revolução com R grande não pede ao congresso que o legitime é ela revolução que legitima o congresso Claro pode ser mais claro nó não estão pedindo nada para vocês Bang de não nós legitimamos vocês isso tá claríssimo é só consultar esse preâmbulo do a ato institucional e uma última observação Esse ato institucional quando surgiu durante um ano e meio ele ele era só o ato institucional a partir de outubro de 1965 ele virou o ato ele virou retrospectivamente o ato institucional número um por quê Porque veio o dois o três o
quatro até o 15 era isso obrigado vamos debater eh eu queria agradecer a fala de todos os convidados aqui na mesa e agora a gente vai abrir paraas perguntas que ass mamente se vocês quiserem fazer aqui paraos professores boa noite bom eh eu sou Alan e venho da Bahia convivo com algumas pessoas que foram torturadas na na ditadura inclusive o Roque Aparecido de Osasco Maria das Graças Sena Narciso de Curitiba da Comissão da Verdade eh e a gente tem pensado em algumas ações importantes nos dias de hoje né É para mim O Grande Desafio que
existe Hoje é a gente entender tanto os mais jovens quanto os os mais idade que o que o professor fala que o fascismo ele se torna realidade quando as ideias chegam nas massas isso tá acontecendo diante da nossa falta de ação porque hoje nos diversos espaços que eu participo já participei nos últimos anos em geral as pessoas que TM sensibilidade com isso acham que ser revolucionário é ir paraa Rua eu não tô dizendo que não é certo é também ir pra Rua acontece que eu já Participei de dezenas e dezenas de manifestações aqui em outros
lugares com sindicatos com movimentos de trabalhadores e a população em geral não sabe dessas manifestações não quer dizer que não é importante fazer mas ninguém é mais ou menos revolucionário por pisar na rua porque hoje em dia para mim é muito mais revolucionário uma pessoa que abaixa a cabeça e produz um videozinho curto com a linguagem e o formato que vai ser entendido pelas pessoas que não t acesso a esse tipo de informação do que fazer 20 manifestações de rua que não vão chegar na na mente das pessoas que estão aí que estão sendo dominadas
e manipuladas pelas informações que estão sendo produzidas em geral em todos os espaços as pessoas seja dentro de partido fora de partido não mas nós somos revolucionários nosso lugar é na rua esse negócio de tecnologia aí é coisa moderninha coisa do pessoal da direita tal isso para mim é é é a atitude mais antirrevolucionária que existe porque as pessoas hoje passam horas e horas no celular nós passamos e a gente não dedica às vezes 10 minutos para produzir um vídeo que já tem aplicativo gratuito para fazer um vídeo simples você juntando uma foto uma pequena
passagem um depoimento uma cena de impacto uma pessoa sendo torturada e mostrando pras pessoas que a gente podia agora tá sendo torturado nesse momento por um fio muito pequeno a gente não estaria sendo torturado muito de nós aqui não sei quem mas a população não sabe disso e e o grande desafio para mim é uma rede é por isso que nós estamos conando essa proposta é uma rede de vídeos curtos sobre diversos temas e que depois eu queria dialogar e saber a disposição de vocês também de de est participando disso sobre esse esse assunto né
vídeos curtos sobre esse tipo de assunto então eh me colocar à disposição aí e muito obrigado boa boa noite Eh meu nome é lía eu sou estudante de graduação aqui na economia mesmo eh primeiro gostaria de agradecer as Exposições assim eu acho que é um prazer muito grande estar diante desses Mestres assim eh João coitim que participou muito da minha formação a sua irmã também participou muito da minha formação aprendi muito de feminismo com ela agradecer também a exposição da professora arka porque aqui nessa casa a gente tem uma matéria toda dedicada a estudar política
econômica da ditadura e aí fala da construção da Transamazônica e o e o projeto desenvolvimentista Mas a gente não fala sobre as violências que isso produziu contra as as populações indígenas também então assim Acho que foi uma fala muito precisa e Agradeço também de novo a exposição do Professor Fábio meu mestre aqui da casa e aí a minha pergunta vai num sentido do tempo que vocês estavam usando né sobre a ditadura ela ser militar ou ser civil militar eh e muito trazendo o militar como o braço armado da burguesia né o e a ditadura ela
não teria se concretizado se a burguesia e a elite brasileira não tivesse amplamente apoiado esse movimento né E aí hoje a gente tem aí movimentos insurgentes né o próprio 8 de janeiro alcançou uma magnitude mas não não alcançou a sua completude seria isso eh o sinal de que a nossa burguesia desfez um pouco os seus laços com com as forças armadas tipo deixou eh desfez o o abraço né desfez o casamento com as forças armadas eh que existiam e é isso muito obrigada Olá tudo bom meu nome é Rubens eu sou também da graduação daqu
de Economia teve um momento que a professora não consigo ler o nome dela desculpa Ela comentou sobre como é importante você fazer as Reparações para você poder não repetir aquele ciclo e aqui no Brasil após ter finalizado a ditadura militar Muitas pessoas não sofreram a justiça pelos seus crimes cometidos Então como fazer as reparação de algo que são são 60 anos tipo e faz muito tempo que isso aconteceu Então como que você faz essa Justiça no tempo presente e também eu queria que o professor de história comentasse um pouco sobre como construir uma nação que
é herdeira do sistema colonial escravista e de toda essa violência né como que a gente lida com esse passado que nos aflige até hoje muito obrigado o Boa noite n sou sempre muito ruim com o microfone Então acho que tá Tá bom né Eh queria agradecer pela mesa foi fantástica assim a fala de cada um dos professores agregou acho que de formas bem diferentes mas bem construtivas também eh eh e eu queria fazer uma pergunta eh queria que se se sobrar tempo né enf três perguntas e aparentemente uma quarta eh enfim eh comentar um pouco
da relação da da da construção da memória que é tão necessária Inclusive é o tema da mesa eh com as a com o governo atual né que enfim foi comentado brilhantemente pela professora eh mas enfim aí eu queria citar três três momentos eh dois muito recentes enfim dessa semana que o pessoal já deve imaginar o que que aconteceu e também um do ano passado né começando pelo do ano passado eh houve o aniversário de 50 anos do golpe de 73 no Chile e e houve enfim todo um todo um evento né em Santiago pelo menos
eh eh pelo repú da ditadura né uma grande organização civil mesmo já que enfim esse é tá sendo eh o termo utilizado pelo debate de hoje eh eh de repúdio a ditadura né o o governo chileno a população chilena se mobilizou para a ditadura é por um grande movimento de memória lá inclusive pela construção de um grande museu dos Direitos Humanos inclusive eh e aí Enfim no evento do do aniversário do ano passado eh o Ministro Flávio Dino e o ministro Silvio Almeida tiveram fizeram falas dizendo que o mesmo seria feito aqui no Brasil a
construção de um museu de um grande museu de memória dos Direitos Humanos sobre a ditadura que é algo que não foi feito até agora nas proporções que que que que enfim tão correspondentes lá no no Chile né eh e aí os dois outros eventos que eu gostaria de comentar primeiro é eh a morte da da da Líder indígena esqueci o nome dela eh certinho eh perdão Twi cai apó exatamente eh e do não tão queridíssimo Delfim Neto né que essa semana enfim eh eh essa semana entre o espaço da semana passada e para essa semana
os dois faleceram eh e é e é engraçado a comparar a repercussão dessas duas figuras nas redes sociais né o Delfim Neto por exemplo elogiado pelo nosso Ministro da Fazenda dizendo que enfim várias outras figuras eh dizendo que por mais que tenha sido uma figura talvez contraditória polêmica era tinha um brilhantismo invejável enquanto a nossa outra liderança indígena por exemplo que foi citada pelo Lula no Twitter apesar de ser sido citada eh ficou muito famosa pela foto onde enfim ela tava com sei lá facão no Congresso defendendo eh a preservação do espaço que ia ser
construída a usina de Belo Monte né Que acabou sendo construída justamente nos governos eh enfim do PT que que que que hoje estão no seu terceiro governo Então eu queria só mencionar esses três momento esses três fatos dois um do ano passado os dois dessa semana super recentes para perguntar o que que vocês acham da relação entre o governo atual e a construção de uma memória efetivamente sobre a ditadura eh porque o que me parece é que existe mais uma continuidade eh da construção de uma memória a mesma perspectiva do governo passado para esse do
que uma ruptura de qualquer diferença é tá ligado Eh boa noite eh eu queria fazer duas perguntas eh esqueci de me introduzir eu sou Mateus é estudante de graduação aqui do do ie e uma pergunta inclusive eh vai ao encontro de uma leitura que eu tô fazendo justamente da matéria do Fábio Campos que é a leitura da pré-revolução brasileira do Celso Furtado e lendo o texto dele dá uma impressão assim que ele escreve meio que já meio que em AD assim a forma que ele escreve o Tom que tá dentro ali da pré-revolução que ele
escreveu em 62 né o livro de 62 Então já dá uma dá uma impressão você L lendo o livro que ele já sentia que algo já estava a vir assim então uma dúvida que eu queria saber se a ditadura civil militar era realmente algo totalmente inevitável porque eu já cheguei a fazer algumas literaturas principalmente sobre a questão dos F Tanks como IP ibad né então é isso que eu gostaria de ter dúvida principalmente do professor João quartin de Moraes que tava ali durante na universidade bem durante a época se a ditadura era totalmente inevitável e
também perguntar também ao professor João quartin de Moraes se que ele tem uma obra sobre esquerda militar E aí eu gostaria de saber se pós período da redemocratização houve algum princípio assim de se resgatar uma identidade de esquerda militar ou se a ditadura obteve êxito de aniquilar a esquerda militar digamos assim boa noite eh bom eu sou Fernando eu sou professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o estudante aqui na graduação mestrado e doutorado e a intervenção da professora aronka me me deixou angustiado principalmente no no final Professora porque ao citar o
artigo do se o Lula soltou a mão e seu nome o té fez pergunta que acho que é um preâmbulo do que eu quero provocar aqui talvez não devesse fazer isso aqui mas a minha pergunta é tentando fazer uma ponte entre a fala do Professor Fábio e a professor Arc e essa casa aqui se notabilizou por um debate aqui eu acho bastante lamentável que é o debate sobre social desenvolvimentismo e eu queria dizer o seguinte eh eu na verdade é o seguinte eh a discussão do social desenvolvimentismo o quanto ela em si já nega aliás
fiel a uma tradição que se tem aqui nessa casa a tese da contr contrarrevolução preventiva se transformando em contr contrarrevolução permanente ou traduzindo o quanto que ela nega o peso do golpe de 64 e da ditadura vou embarcar aqui na no momento di clatura do professor João quartinho ditadura que é a das lutas porque isso é muito grave inclusive porque essa casa também tem nela uma chaga que é um certo entusiasmo com tal Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento que se articula com as preocupações que a professora aronka colocou porque o segundo pnd ele é um
pilar da destruição dos povos originalos é uma mola destruidora e enquanto aqui se chamava de social desenvolvimentismo o que se tem é um modelo econômico em que a macroeconomia só fecha com a ampliação da mineração do desmatamento [Música] portanto da expansão da agrope áa e da disseminação de hábitos estilos de vida e de consumo que potencializam a crise social e climática que é para sair das nomenclaturas pós-modernas é a crise do capital é a crise estrutural do Capital então algo tem que ser dito será a minha pergunta a minha minha pergunta para quem fez a
pergunta do artigo professor é quando que o Lula realmente deu mão não o Lula eu tô falando da responsabilidade inclusive entusiasm mática da academia heterodoxa né porque ele é bem intencionado porque o que que é um Lis que cresce o que que é um financiamento de uma boa pesquisa o que que é uma reforma de uma casa troca de um carro um bom terno bem cortado umas idas A Adélia né Professor Fábio enfim né Então queria um pouco dessa reflexão de duas responsabilidades dessa casa já que ela se des casa às vezes um pouco estranha
quem é de fora que é o entusiasmo com o segundo pnd e esse maldito rótulo de social desenvolvimentismo porque aí dá em homenagem do Fernando Haddad a esse inominável que eu não nominei ontem na minha palestra sigo sem nominar que inclusive quando se vai onde ele deu aula onde deu aula na outra Universidade aqui co irmã se diria nas escolas de S diria que é co irmã tem uma foto enorme que se fosse uma foto de qualquer Professor aqui por exemplo da professora Maria da Conceição Tavares enquanto ela tava viva iam dizer que é propaganda
comunista culto a personalidade e tá lá na faculdade lá na minha época de movimento antigo era a gente chamava de Shopping Mall bom é isso certo boa noite eu me chamo Cristiane Garrido Sou estudante de doutorado em desenvolvimento econômico eh eu também gostaria de agradecer né esse essa mesa brilhante Professor João Quartim de Morais um prazer é muito emocionante quando a gente conhece um dos nossos Ídolos né das nossas referências Então realmente é um momento muito emocionado te ouvir eh dar esse relato né tão vivo da sua do seu da sua vivência da sua experiência
na ditadura professora arca muito obrigada pela sua brilhante exposição acho que esses são temas que merecem ser tratados como como disse a lam né aqui na nas discussões tanto da graduação como da pós-graduação Acho que são temas que a gente merece entender né as violências eh tanto aos povos indígenas como enfim à mulheres e aos trabalhadores né e Professor Fábio eh grande mestre meu supervisor aí no estágio docência eh formação econômica do Brasil a quem eu tenho eh um grande respeito e um grande prazer de de ser de fazer esse estáo docência com ele durante
ao longo desse ano eh bom a minha a minha pergunta mas na realidade eu queria entender o papel eh da igreja e pensando que nos anos 60 você teve a igreja por um lado foi essa instituição que teve um papel importante nas reformas no movimento eclesiais de base eh mas também por outro lado é uma instituição que também ela ela também e ela ela ela também se se traduz nesse Movimento Pentecostal e que nesse nesses anos de já nos anos de 1960 como a gente viu hoje no debate no filme no documentário que o professor
Fábio fez o o debate o cabra marcado para morrer em que um campon colocando que ele por ser do movimento da Assembleia de Deus ele dizendo que ele fez parte da da L do documentário mas que ele precisou sair porque eh a igreja ele era contrário À Revolução então ele não poderia mais assim ele gostou de ter feito aquele trabalho mas ele não poderia mais participar ali porque a igreja condenou ele e Condena então trazendo aqui para aqui a luz aqui do nosso do nosso mundo âo eu queria que vocês comentassem eh e aí assim
comentassem um pouco o papel da igreja eh neopentecostal eh como um braço do fascismo como um braço dessa contrarrevolução preventiva e essa contr contrarrevolução permanente muito obrigada Eh boa noite Sou estudante da pós-graduação em História Econômica com os meus companheiros também da história Econômica aqui eh queria saudar a mesa e em par particular o professor João Quartim de Moraes um militante histórico da nossa classe e que teve uma contribuição ím per para sistematização das ideias da história do Marxismo no Brasil que é imprescindível para forma a dos jovens militantes ainda nesse período histórico tão Sombrio
de contrarrevolução que a gente tá vivendo hoje eh tô tentando me deter em poucas perguntas porque já teve várias né e a mesa imprescindível sempre impulsiona a gente a querer saber muito mais do que o tempo permite eh mas nesse sentido Se o professor pudesse compartilhar um pouco mais como Curiosidade porque é possível eh encontrar isso em outro pros relatos mas como foi o impacto da publicação da revolução brasileira do Caio Prado Júnior no cenário cultural no cenário político intelectual militante naquele momento porque a gente sabe né eu sou militante também teve um impacto absurdo
mas hoje com a passagem do tempo é difícil mensurar o que foi isso e qual foi a real assimilação do PC e das organizações que gravitavam ali em torno da crítica do Caio Prado naquele momento eh e aí a a outra pergunta tentando trazer mais paraa nossa conjuntura atual e pensando nos programas do dos PCs das organizações eh e aí eu faço em direção à mesa não só pro professor se os programas dos partidos comunistas dos PCs eh conseguem superar os equívocos que aconte em 64 que levou à morte o exílio de vários militantes na
relação da leitura do que é chamado hoje de estratégia democrático Popular né do PT se hoje o programa político dos partidos consegue dar uma resposta de superação para o que tá posto e eu pergunto isso porque a gente tá na gão gestão do Lula 3 e os partidos seguem ainda com apoio crítico né com voto crítico apostando na sangria de uma estratégia que segue em vigor mesmo sangrando né então Eh tinha uma última que eu só vou fazer porque a pergunta da crise tem a ver com isso mas eh da importância do CPV do Centro
Pastoral Vergueiro Se o professor consegui comentar um pouco na formação da classe trabalhadora né já na eminência da tentativa de renegociação de saída da dadura né Mas como que o CPV contribui para isso né com as pastorais e com a oposição sindical em alguma medida também conectada ali com com o trabalho político do CPV eh não mais é isso obrigada pelas falas foi muito bom boa noite eu sou Ana Laura e eu sou estudante de relações internacionais na PUC tô no segundo semestre então assim a minha pergunta não chega a ser tão complexa quanto as
outras mas eu tô no início dos meus estudos e uma dúvida que eu tenho que eu sinto que eu não tenho espaço para perguntar em outro lugar mas eu gostaria de perguntar pra professora é como que a luta indígena ela consegue estar junta se isso é possível também com a luta do proletariado se existe algo que possa ser feito em conjunto para que haja uma mudança no sistema isso se bom gente um combinado que a gente vai ficar até madrugada agradecer imensamente as questões de alta complexidade e eu pelo menos estô aem né dessas questões
mais aqui para refletir com vocês tentar formular também novas questões a partir disso né questões muito interessantes né colocadas aqui e inclusive partindo da primeira eu acho que que é importante né de fato pensar os instrumentos da luta inclusive atualizá-los né como companheiro acho não lembro o nome desculpa Alan né Alan é importantíssimo isso né porque você percebe inclusive como outro lado está extremamente atualizado nesse sentido Claro que tem toda uma superestrutura a seu favor mas a luta a dimensão da luta também é a criatividade né a surpresa da tática então a gente precisa concordo
plenamente n se empenhar também nessas novas linguagens isso é fundamental [Música] momento fe uma provoc inclusive usando a fala da da professora né da arca sobre a questão indígena e a relação eh da ditadura né E essa questão também a respeito civil militar né Foi um pouco a tônica aqui da da mesa né Eh é uma é uma revolução é uma contrarrevolução na verdade bastante consciente eh do que a burguesia quer e a burguesia não é entendida só como a burguesia brasileira né mas uma articulação várias funções dessa burguesia na agricultura na indústria nos Bancos
não é e principalmente com o capital internacional né então é é uma articulação da burguesia onde setores até da pequena burguesia ou mesmo não burgueses estão dentro desse complexo mas antes de tudo eu acho e aprendi isso inclusive com florestana Fernandes né Eh é uma etapa importante da burguesia brasileira articulada e principalmente subordinada ao capital internacional né e de fato eh num curso de economia brasileira né Há de se tratar muitas coisas né mas é principalmente inclusive e sobretudo importante entender se a política econômica que a professora colocou aqui que tá a serviço da destruição
dos povos originários também né então eu acho que isso é fundamental porque para ter essa noção que não é simples problema de macroeconomia né são problemas de poder e de dominação Então eu acho que isso é fundamental na formação de vocês mas acho fundamental Não só ser trabalhado isso entre economistas né mas também o Polo né sociólogas sociólogos outras áreas do saber porque Inclusive a ditadura trata todas essas dimensões tá e impõe essa essas questões né importantíssimo e a construção da memória que o t colocou n sobre a questão das das Reparações o Rubens né
colocou antes desculpa várias questões acho que a professora vai tratar mais disso eh mas ele colocou também uma provocação muito importante que dialoga com as outras se é possível a construção de uma nação diante de uma herança tão violenta que dizimou né população originária que transplantou aqui povos africanos a ser escravizados né que depredou o meio ambiente se chama colonização né é possível dar a para Pari um ideal de nação Como era formulado na época eu acho que o golpe de 64 e a ditadura mostra a resposta dessa questão né a a a a a
a a dificuldade de se criar nos termos inclusive que os os autores que viveram aquela época estavam formulando né a a impossibilidade inclusive de discutir isso não é nesse sentido e aí entra inclusive uma questão importante tá na fala da anc também que a própria concepção de desenvolvimentismo ela deve ser colocada em cheque nesse momento porque as políticas de colonização não nasceram as políticas de conquista da a floresta amazônica não nasceram na ditadura já tá inclusive no período Vargas dez passagem né ou tá antes do Rondon quando a professora colocou aqui então a própria concepção
de desenvolvimentismo Diante do que o professor aqui falou da crise estrutural do Capital nos coloca diante desse Dilema do Progresso do desenvolvimento das forças produtivas que é algo que não estava colocado lá antes de 64 e o o nosso momento hoje Coloca essa questão né então isso é importante então Eh Rubens Rubens tá ali eh é preciso entender a concepção de nação naquele momento o que que é importante daquele momento que pode ser aproveitado hoje que eu acho que é fundamental o acerto de contas com o passado mas como é o acerto de contas com
o passado passa inclusive pelo questionamento do que é o desenvolvimentismo Né inclusive diante de problema Vejam uma crise ambiental onde eh O que aconteceu recentemente chamado pandemia mostra o abismo que a gente tá vivendo né os aquecimentos que estamos passando as chamadas ondas de calor né cois desse tipo por exemplo coisas do cotidiano da nossa vida mas há uma outra dimensão que não foi colocada aqui que a gente pode também refletir né que é a questão da emergência nuclear que tá colocado em cheque nesse momento de disputa Econômica política geopolítica de poder de dominação Né
desde 46 pelo menos a a população mundial Vive sobre um fim absoluto da humanidade que é parte do imperialismo esse fim absoluto né então Eh estamos vivendo uma dobradiça da história muito complicada porque é diante desses desses dilemas e desses problemas que exige o tratamento Claro dessa história mas exige enfrentar o nosso tempo também nesses termos Então acho a sua provocação importante nesse sentido pra gente refletir sobre isso né eh e dialogo inclusive com as outras questões né Eh e E aí o t falou da conção da memória que é fundamental né Inclusive essa mesa
aqui é o resgate da memória porque um dos traços da cont revolução permanente é o aniquilamento da memória né E você pega Inclusive a própria Comissão da Verdade que tivemos recentemente Ela traz muitos dados traz elementos novos inclusive muito interess interessantes né nesse resgate da memória Então isso é fundamental e essa memória precisa dialogar com essas questões inclusive que estamos vivendo como eu acabei de falar nesse momento de esquina da história né que o que tá colocado diante de nós é a possibilidade do nada mais nada menos do o fim da raça humana né então
é isso que tá sendo colocado e inclusive os povos originários como diz o próprio kenac né né que nos anima muito no debate populações que conviveram com esse fim do mundo é muito céos que tem muito a nos ensinar nesse sentido pós desenvolvimentista né Eh então eu acho que que isso é importante né E claro você tem toda a razão viu Eh té não vale só paraa questão do Delfin Neto e né A questão da indígena que faleceu mas a vários momentos você pega Inclusive a cultura eu tava até brincando hoje à tarde né Cris
lá e todo mundo conhece o Roberto Carlos Agora quem conhece o Sérgio Ricardo por exemplo né que faleceu recentemente tá vinculado essa questão da cultura da memória né o apagamento da memória e a tentativa de enaltecer um sujeito como esse que recentemente é considerado um companheiro passagem n quisar da economia né sujeito que assinou A5 né então é a memória também tá colocada nesses termos eu acho importante e deixa eu passar aqui paraas questões não falando né os professores aqui também precisão falar eh Mateus colocou a questão do frado é interessante porque Eu gostei dessa
dessa questão que o Mateus colocou que eh Cadê o Mateus tá tá você estava aqui né Eh que é um dos livros mais entusiásticos do Furtado é interessante que a sua leitura nos traz um elemento que é verdade porque tá colocada também essa possibilidade né Eu acho que você tem razão nessa leitura né Há um grande entusiasmo do Furtado lá em 62 ele tá no ele é o não só o Pensador mas ele é o sujeito que vai fazer o plano trienal né o sujeito tá ali no olho do furacão e é interessante porque é
um livro que destoa de um livro de economia de história Econômica ele tinha escrito é um um meio também um eh meio não é uma intervenção política ele precisa dar uma uma resposta aquilo que tá acontecendo precisa eh discutir com o Francisco Julião ele precisa eh falar o que que ele acha do Capital esto precisa tomar um uma coisa Professor uma coisa antiga tomar um partido né ter um partido ter definir as ideias falar não né que que eu penso sobre isso mas de fato tá colocado também a possibilidade dos limites daquilo que Ele tá
propondo tanto que ele né Professor Fernando falou isso na fala dele ele já tá no atoon número um o c era um sujeito quando his o golpe de 64 ele é umjeito perigoso né nesse sentido pois bem o Fernando Fernando Henrique coloca questão fundamental que eu acho né É de fato essa casa aqui uma casa do desenvolvimento né do desenvolvimento eu sou professor do desenvolvimento né e e e acho que o o Professor Fernando coloca uma questão que tá muito ligado eh a algo eh que o o segundo pnd é muito difícil de estudar né
tá aqui meus alunos também mas o segundo pnd também é muito didático nesse sentido né porque olha que interessante as pessoas se entusiasmam com o segundo pnd muitos daqui se entusiasmaram com o segundo pnd no momento em né do gáo no momento em que você tá tendo uma recolonização né da Amazônia você tá tendo obras eh eh que estão Eh dizimando boa parte não só dos indígenas mas de sertanejos de proletariado né nesse momento e você tem o entusiasmo que o Brasil vai se tornar uma potência mas o Brasil vai se tornar uma potência aprofundando
os laços com o sistema financeiro internacional aumentando a dependência em relação a tecnologia como se diz na época Alienígena Não É e dando continuidade às políticas do Delfino de concentração de renda e monopólio social da riqueza é isso que se chama desenvolvimentismo na sua fase inclusive que muitos consideram de auge o desenvolvimentismo o que que isso apresenta na crise do segundo pnd né Que Eu discordo de algumas interpretações daqui não são só limites do planejamento limites da articulação do estado ou né ou como se negocia os termos da dependência a gente discute muito isso não
o que se Explicita ali é uma tragédia é uma tragédia que tá sendo colocada ali porque você vai virar Brasil potência mas a o o saldo disso é você não fortalecer a perna fraca do tripé do desenvolvimento do JK ã ainda sair com a perna fraturada do estado e a do Capital internacional muito mais forte onde inclusive ali já tá colocado é o que o c Furtado vai trazer depois principalmente pela crise da dívida mas a construção tá se interrompendo né os meios do desenvolvimento capitalista no Brasil estão se interrompendo bem antes da crise da
dívida então ali a tragédia do desenvolvimentismo pelos próprios termos do desenvolvimentismo porque né se a gente levar pra dimensão tá colocando aqui vocês vejam que é muito mais profunda a discussão nesse sentido né de existência de brasileiras e de brasileiros e ali como eu já disse aqui na minha fala ali já tá colocado o rebaixamento das questões estruturais que poderia colocar como o Rubens colocou né A Utopia da Nação ali já tá colocada o rebaixamento né Essa discão já não tá colocada mais em questão quando chegamos pro dia de hoje e queremos recondicionar o desenvolvimentismo
fica muito difícil né fica muito difícil porque você não tá colocando o desenvolvimentismo Nem nos termos da discussão do segundo P esse que é o problema bom antes de 64 então eu diria que é e é praticamente nula né esse debate Então se ali foi uma tragédia eu não preciso dizer né o que se coloca Enquanto neodesenvolvimentismo nas suas várias atribuições até o social desenvolvimentismo nesses termos né E aí fica né até tem outras questões tratando do governo Lula nesse sentido né E daí não é uma questão pessoal né mas é uma questão que se
você não enfrenta aquilo que te aprisiona o passado como você vai ter futuro se você não consegue sequer mudar a política econômica Como que você pode chamar isso de desenvolvimentismo não é se você não enfrenta de fato aqueles que TM o poder Como que você vai conseguir fazer uma política que Garanta a demarcação de terras os povos originários que como bem colocou Professor aqui estão muito antes do que se chama Brasil ou América portuguesa é antes de Brasil n não tem jeito Infelizmente o que nos ensina é que ou você enfrenta essas questões e enfrenta
para valer né ou a história coloca-se de uma forma cada vez mais agressiva inclusive por todo esse movimento de extrema direita ou de como Senor colocou de fascismo se apresenta quando tá penetrando nas massas né Principalmente eu acho que esse é um ponto Fundamental e que exige né Fernando que a gente trate nesses termos porque a a encalacrada histórica que nós estamos é nesses termos tá [Música] eh bom tem questão da Cris eu entendi isso relativa à igreja eh eh a igreja tem duas Fes né como a gente discutiu hoje e que tem de fato
a igreja participou do condomínio do golpe né Desse complexo que a gente discutiu mas ao mesmo tempo a a parte progressista da igreja né ela atuou formente inclusive na questão agrária né as pastorais da terra cebs né foi fundamental inclusive dentro da ditadura militar mas isso eu deixo mais aqui com meus colegas esse esse debate também eh C Prado Professor quartil vaiar eh bom então acho que acho que tá bom acho que eu consegui dar uma deixar os colegas aqui falarem sacia bom gente tem pergunta aqui que é é assim para responder num curso inteiro
né numa disciplina inteira então eu eu vou eu agradeço as questões né acho que a a a medida assim do do que fomentou do que a gente falou aqui é muito interessante porque ela se reflete Nas questões mas eu vou me dar licença de responder só algumas né Eh e eu quero só fazer um comentário que eu acho muito interessante ter colocado essa pulguinha sobre o desenvolvimentismo e e sigam adiante com essa história tá Eh Rubens né sobre como fazer reparação depois de 60 anos né O que foi o que me marcou na tua na
tua pergunta né Eh com esses processos de recuperação da memória de escrever a história a partir dos Fatos e de torná-la pública né E aí e eu queria falar eu falei sobre o Marcelo zelic ele ele ele tava né ele faleceu ano passado em maio foi um negócio muito abrupto e triste mas ele ele tava articulando uma comissão nacional da verdade indígena uma comissão nacional indígena da Verdade melhor é ele tava nessa articulação né que que é importante porque que o que eu não sei se vocês conhecem o que que é a comissão nacional da
verdade e as várias teve comissão Estadual em São Paulo Paraná mapá em vários locais tudo isso tá Naquele site que eu botei aqui no slide no armazém memória né pode ser facilmente acess acessado né E quando você e isso incomodou muito as forças conservadoras e né isso incomodou os militares agora trazer ele eles falam em uma reescrita da história né porque o que aconteceu em 1979 com a Lei da Anistia foi um abafa eh tem uma abertura política mas essa abertura Anistia eh os guerrilheiros e os torturadores né e E com isso Trava a reparação
né E não importa se vai demorar 40 50 60 ela tem que acontecer ela tem o que as violências T que vir à tona e elas só podem e só pode mudar algo por isso que as pessoas que são o eh mais envolvidas que que estiveram mais envolvidas na comissão nacional da elas inclusive eh relacionam a violência policial de hoje com eh não ter punido exemplarmente a violência de estado dos anos 60 né Eh então o caminho é esse é divulgar é fazer as comissões nacionais da Verdade estaduais a da un teve na Unicamp o
professor Quartim participou né da comissão eh da Verdade da Unicamp Ah tá E esse esse é um caminho né Eh o té Eu gostei da sua pergunta né porque na verdade eu eu fui nessas comemorações no Chile Hã você também tava lá então a gente foi um grupo né porque eu falei que a minha família tem uma história né Eu sou filha de guerrilheiros da LN meu pai foi preso e a gente passou 10 anos no exílio E no momento desse exílio a gente passou no Chile né até o golpe do pinochet E aí a
gente conseguiu escapar né E foi isso fugi de novo né pros meus pais eu era pequena tinha saí do Chile com 3 anos mas essa hisa eu tenho uma Comissão da Verdade na minha casa né Então essa essa história é contada e recontada então ela tá em mim né E e aí a minha leitura né da da do que eu vi no Chile não tava simples tava tenso tava tenso o borck tá teve que negociar a possibilidade da de acontecerem as manifestações né de acontecer o velaton que é uma das maiores manifestações que as pessoas
vão com velas cercam A Casa da Moeda é um negócio muito impressionante então não foi simples porque os momios que são os os fachos é os fachos os mmos Eles não tão mortos eles estão super vivos né lá e aqui e por tudo quanto é C né Então teve essa essa essa coisa que foi tensa os ministros na época Flávio Dino e o Silvio Almeida Eles foram no no memorial dos direitos humanos que é outro meio necessário paraa reparação porque ele traz a memória ele bota a memória assim concreta né à vista E lá eles
de fato eh se comprometeram como representantes do Estado em fazer algo no Brasil mas o que acontece eh e e e aí tem a ver com a fala de abertura né sobre a não comemoração a não rememoração do no dos 60 anos do golpe eh tentando fazer uma leitura generosa do que o governo Lula fez eh eu acho que tá ainda tá tenso el Teve teve eh a tentativa de golpe e o governo resolveu não eh assanhar os militares né E com isso dá uma sensação assim muito de frustração porque esse ano era o ano
para jogar isso em tudo quanto é lugar para chegar aonde não chega né por todos os meios pelos vídeos de Tik to por todos os meios né porque a a construção da memória ela tem que ser eh Vista né tem que chegar em todo mundo eh e a tuir e o Delfim Neto Delfim Neto Deixa aí para vocês economistas é mas a tuir a tuir eh uma mulher cai pó que eh nos anos 80 eh Faz aquela cena icônica é uma reunião da Eletronorte e ela vai com o facão com terçado como a gente chama
lá e encosta o terçado na cara do diretor da Eletronorte e segura era a hidrelétrica de Carara que muitos anos depois vai ser a hidroelétrica de Belo Monte implantada pelo governo Lula aí eu vou botar outra minhoca na cabeça dos economistas né eu tô ouvindo aí segundo pnd e o PAC hein e o PAC gente o PAC ele me lembra muito essa essas políticas desenvolvimentistas da ditadura então minhoca na cabeça de vocês eh eh bom a a outra pergunta que eu acho que eu posso caminhar Ah sim posso caminhar um pouco na pergunta da Cristiane
eh sobre os evangélicos né o Pentecostais né porque esse é um tema que eu também trabalho eh com os povos indígenas eh mas eu tive que estudar né as igrejas evangélicas né Pentecostais E aí eh e também e observo muito de perto a evolução delas né a a a ideia do da participação católica nos movimentos eclesiais de base e ela ela é o oposto do que pregam essas igrejas que são hiper São pelo individualismo não são pelo comunitarismo eh eh elas vão por exemplo a ideia do eh como chama empreendedorismo que é um uma uma
coisa que hoje em dia todo mundo virou empresário de si mesmo não sei o que lá ela é muito alimentada nessas igrejas porque tá relacionada com essa coisa mais individual de você se fazer de de que eh eh sobretudo nessas grandes nessas igrejas maiores como a Universal elas estão falando que eh o céu é na terra mas você tem que construir um pouco na lógica da ética do do protestantismo mas levando o individualismo ao extremo né então ela de fato e e onde você vai ver posições mais progressistas são eh nas igrejas eh protestantes eh
mas como chama eh ai meu deus esqueci o nome des das igrejas protestantes que não são Pentecostais né que são não não não não não nas presbiterianas Esse é o lugar onde você ainda vai encontrar um espírito de comunidade que permite pensar politicamente de uma maneira mais Ampla né e assim respondendo assim muito rasamente a sua questão mas isso eh e a Laura Laura é é essa pergunta é uma pergunta para uma disciplina inteira tá porque a luta se a luta indígena consegue se juntar com a luta do proletariado eh o proletariado é enorme eh
eu consigo ver relações entre a a questões como a questão da Terra com eh reforma agrária sem terra eh quilombolas eles ali Dá para perceber que pode juntar né mas eh o o proletariado Urbano que mora na periferia das grandes cidades né talvez tenha questões mas tem outras preocupações é muito difícil responder essa sua questão eu vejo que eles se juntam nos movimentos eh na na nos grandes nas grandes mobilizações Como é o acampamento Terra livre a marcha das mulheres indígenas eles se jun eles vão se juntar com esses segmentos né A Marcha das mulheres
indígenas inclusive ela foi planejada para acontecer no mesmo período que a marcha das Margaridas né E aí elas somam força e vira o negócio enorme porque a marcha da das Margaridas reúne sei lá 100.000 pessoas é um negócio imenso então eu vejo por aí agora do proletariado é assim não sei não saberia te responder que acho um campo muito diverso né e eu acho que era isso assim desculpa a para quem eu não respondi mas é isso algumas coisas eu me sinto menos competente também bom eu vou começar me desculpando também porque não tô dando
conta além do que um dos tributos a única maneira de viver muito é envelhecer e um dos curos de envelhecer é ter menos gás que eu tô Como dizia minha Saudosa avó caindo aos pedaços até porque peguei uma hora parado já já choraminguei sobre isso né quase uma hora parado no final da Bandeirantes para pegar a a Dom Pedro realmente um momento de e que você não pode começar nada você tá no carro né não pode estar sozinho no carro não dá nem para começar nem para terminar para dará para ficar puto da vida e
só Mas enfim né perderei então peço desculpa se não puder responder circunstanciadamente a cada qual peço desculpas mas nem que eu conseguisse eu ouvindo as as ponderações algumas eram questões que já vinham argumentadas esses argumentos já caíram aqui fazem parte do do total de ideias digamos da massa total de ideias que circulou aqui então eu acredito que eh não ficarão já não ficaram esquecidas nem utilizadas eu vou me permitir comentar rapidamente duas apenas porque são as que eu posso justamente para repetir retomar o advérbio rapidamente responder uma ainda diz uma diz respeito a à questão
da ditadura ela tem consequências porque é um modo de entender é o modo de fazer a síntese de todo esse processo que nós vivemos e é também um modo de pensar os riscos que nós vivemos com o bolsonarismo Então eu acho que o que eu não queria ser pedante nem entrar em coisas analíticas que não é não não é não era nem o momento nem é o ambiente e quero dizer é um ambiente acadêmico aqui mas não era o ambiente a expectativa não tava não tava no programa isso mas eu vou ser um pouco pegante
correr esse risco aí no apagar das luzes existe um filósofo nazista de grande estatura gostemos ou não a direita tem às vezes grandes pensadores ele se chama KL schmith e o Carl schmith foi um grande Talvez um dos maiores teóricos eh reacionários do Poder de estado n chamada na chamada Ciência Política assim como o marqu diz a chamada acumulação primitiva porque é uma ironia na palavra né que a Eu também digo acho na chamada Ciência Política para mim quando vejo eu sou cientista político já fui classificado assim eu fico me dá mas fazer o quê
né não vou brigar porque falam isso de com boas intenções né Eu não sou mas enfim KL schmith tem um livro que os liberais ficam Furiosos mas ele diz uma verdade e o livro se chama o que é quem é soberano O que é soberania is quem o que é autoridade suprema no estado no poder político quem é o soberano e di soberano é uma fórmula enigmática Soberana É quem decide a exceção a fórmula Pode parecer enigmática quem decide a exceção Mas ela é só pensar um pouquinho ela não é misteriosa porque enquanto as coisas
caminham normalmente sejam quais for As instituições feudais clanic capitalistas ou pequeno burgueses capitalistas numa sociedade de pequenos de pequenos produtores que trocam mercadorias entre si sem apropriação capitalista dos meios de produção enfim qualquer formação social nós podemos encontrar essa essa questão né existe que quem quem decide o quem em última instância quem é o soberano mas essa questão só se coloca efetivamente como questão dramática em situações de crise que quando tá tudo correndo so carretéis seja em qualquer dessas sociedades há uma certa divisão espontânea das responsabilidades daser seja o guru o cacique o Lord o
rei o Imperador quando vem uma situação de crise de incerteza quanto aos rumos de uma sociedade é preciso uma decisão de fundo quem consegue se erigir em isso não existe em português decididor não existe horrível né quem quem se põe na condição de decidir uma situação de crise El ele Esse é o soberano claro que ali já tinha um flerte pro Adolf né Não tudo bem mas tem o problema é o seguinte quando isso me ajudou isso me ajudou isso me ajudou a pensar e cheguei a escrever debater e escrever sobre o tema e em
relação ao bolsonaro Afinal é ditado ele vai para uma ditadura não vai ditadura e a questão uma resposta objetiva e simples é a seguinte ele não tinha nunca reuniu condições de poder n na máquina do estado para ser soberano ele jamais chegou perto de ser soberano ele é um provocador uma um cafageste um bandido responsável por mas ele menti tudo é vulgar eu tô falando até como um rapaz burguês bem mais ou menos bem educado vulgar cafageste ignorante bota leite de manhã ele come leite condensado enfia quer dizer é é o cara é o cara
é ruim em tudo né Eu nunca vi um lado que ele não F ruim mas ele não teve condição de ser ele que decide e nesse ponto aquela disputa de sobre foi interessante isso né entre por exemplo o Supremo e ele eu aquele eu o mesmo congresso e ele ninguém queria e nem havia contexto a massa de que ele dispunha a mesma que foi fazer cocô no no no na Praça dos Três Poderes no palácio essa senhora parece que tá presa essa dama né mas enfim é bom é é uma dama né Eh não ele
não criou uma dinâmica na qual ele pudesse ser o DUT o Fer não não não criou aquele que decide numa situação de crise enquanto que numa numa democracia Liberal as situações de crise geram crises se me permite o pleonasmo elogis né são situações críticas que alguém tem que tomar essa decisão e não tá claro quem vai tomar então é uma disputa isso é o próprio da Democracia Liberal né dos pesos e contrapesos da não concentração eh do poder político na mão de um núcleo né não precisa ser um um indivíduo pode ser um núcleo é
isso muito bem então por isso que a minha tese é e E aí eu termino essa primeira pelo menos na ditadura militar quem decidiu que ia ter o ato dois quem decidiu que ia ter o ato C eles chamaram a FIESP chamaram como é que é o que hoje se dizem aí é como é que é o onde está os os os financistas da Brigadeiro Faria Lima lá Não não chama ele el eles não eles já tinham uma série de estafetas alguns inteligentes Porque podemos achar o que quisemos do Delfim desafiador e tal né E
que ele ele se vangloriava botei a esquerda para correr eu até Digo ele foi Modesto né ele botou a esquerda no pau de arara né Não foi só não não foi só para correr não mas enfim é um homem inteligente não dá para negar como eu digo do Carl schmith Delfim era inteligente gente como dominava a os pontos teóricos do que ele tratava dava um chute de vez em quando meio filosofante mas aí não veio o caso eh não era mas então é sobre isso então eu eu sustento segin eu digo ditadura militar não é
só pelo argumento que eu dei que é o mais corrente porque é o que corria quer dizer é a nossa mentalidade naquele tempo bador é militar a gente tá lutando contra os militares basicamente porque eles é que reprimiam Mas aí seria confundir a nuvem com j Como diz né mas porque de qualquer maneira É como diz um policial aí a repressão do estado é um um meganha que ti não ess cara é um é é cocô do cavalo do bandido né como dizer isso então e quem tomava as decisões Em momento de crise durante todos
esses 21 anos era o comando as instâncias que constituíam o comando das Forças Armadas Eles resolveram com alguns a secla mas eram aí está o Delfin que era estafeta dos militares não é os militares que eram estar feitas do Delfim na no jogo político concreto nas decisões concretas Em momento de crise ele decidiu isso é a cúpula militar é que decidia Como disse decidia os os diferentes atos até decidiu a tal normalização gradual e controlada do Gá com essa peculiaridade era tão ele era tão soberano quando ele foi contestado Aliás ele derrubou a Extrema direita
os torturadores é isso foi uma briga mesmo assim quem era soberano n quem Isto é quem decidia em última instância ou mais coloquialmente quem dava a última palavra quem mandava mais iso é mandava no final Então isso é é muito característico até para terminar com a soberania de um só foi preciso que foi um ato de soberania um ato um ato institucional que previu o fim dos atos institucionais claro que isso tudo o pano de fundo disso era uma oposição democrática crescente com certeza isso tudo não se passa num vazio nesse Car Mas o importante
é o mecanismo de decisão do regime era militar é por isso que eu acho que não é apenas uma questão de eh como nós falávamos naquela época viamos o mais aparente que era os milicos na rua a farda né mais pão menos canhão aquele trou quer dizer não era que na Cúpula do Poder núcleo Esse é um dois eu sou só mais essa o segundo que que eu pude reter aqui voltando a me desculpar sinceramente porque é é triste não poder continuar uma conversa porque Houve várias questões interessante agora boa parte delas já foi comentada
pelos eminentes colegas da mesa Então também não é dizer que caíram no vazio é sobre só a pergunta sobre o Caio Prado porque a pergunta sobre o Caio Prado ela tem uma certa relevância eh e primeiro o houve Assembleia de estudante Eu Me Lembro uma na Maria Antônia lá lá em São Paulo filosofia que é mas muitas que ele foi foi falar e foi cobrado tremendamente por quê nem sei ISO foi pelos pelos Bons Motivos Depois eu digo em duas palavras Quais são os bons motivos para micar eh segundo como diz o itão secome Na
minha opinião né claro é óbvio não tô dando a opinião dos outros né não sou não sou ventrí eh qual era por naquele livro que foi publicado em 1966 El já já bota uma um pouco de um pouco de veneno é seguinte que não é meu o alguns intelectuais do p do PC bão naquela época criticaram o livro com o seguinte com a seguinte observação esse esse intelectual ele escreve o livro 2 anos depois do go le o livro de Caba a palavra ditadura não aparece em nenhum momento di o Car fala no livro sobre
a revolução brasileira em que a palavra ditadura não aparece quer dizer isso o que que isso prova eu não sei se isso prova no sentido geométrico ou mesmo mas isso sugere muita coisa multitude de distância bom dois então eu volto para Por que que a garotada PR Guerrilha detestava o Caio Prado porque ele sustentava que não que não havia que que não havia no Brasil um problema da reforma agrária O que é curioso é que eu fui duas vezes depois não me convidaram mais eu tenho muita admiração proo MST Tenho muita admiração mesmo não é
da boca para fora agora não dá para discutir porque eu disse eu eu simplesmente e nem não num tão provocativo porque não sei não sou de provocador no sentido no mau sentido do termo né eu não provocar uma discussão eu disse eu acho que H um certo paradoxo vocês defenderem tanto o Caio Prado contra oex André por exemplo eu sabia Por que eles fazem isso partidão e ele detestam o partidão É isso aí eu já sabia tava me fazendo de inocente mas já sabia perfeitamente todo mundo e acho eles sabiam que eu sabia de qualquer
coisa agora isso isso que é pior mas eu disse como é que vocês são um movimento corajoso que eu respeito respeito mesmo de luta pela terra como é que vocês consideram que o principal referência intelectual teórico de vocês é um homem que o jul livo dizia que não precisa não há um problema da terra no Brasil não bom eu repeti isso duas vezes nunca mais me convidaram para nada is Faz tempo porque agora areia mas meio longe né tô ficando velho mas enfim era isso era negar cara se você nega que a da terra toda
a Guerrilha tinha que era também o ilusório porque acabamos sendo fazendo ações de resistência armada ou terrorismo não tenho medo da palavra não o terror Às vezes pode ser necessário né Porque que só os Como diz quem disse isso Alguém disse isso das esquerdas Por que que só os poder foi Rob Pier Por que só os aristocratas serão terríveis nos aterrorizaram Nós também seremos terríveis com eles é isso então por o terrorismo n o terror pode ser uma arma em certos momentos agora pode também ser um fator de desorganização Euforia e tal é aquele isso
o Len discutiu muito isso né proposta da vontade do povo ele condenava o terrorismo assim não em princípio ele mesmo disse Nunca condenaria o terror no plano dos princípios pode ser uma arma em certas situações mas tal como ele existe na Rússia hoje ele desorganiza ele atrapalha El ele ajuda mais a o inimigo do que o movimento revolucionário Então mas mas havia aquela e aquilo era uma ilusão o que funcionou foi o terror Urbano n foram o movimento armado de resistência Urbana de 68 A 72 agora a ideia da luta armada no campo Quem levou
a prática foi o pcdb que era uma outra corrente e 72 74 75 e os militantes do pcdb Os que daqu a história os dirigentes que tem a memória do partido Já disseram mais de uma vez começou muito antes a gente não queria foram detectados os caras foram lá e poram atacados e resistiram eles não não resolveram desencadear a a a luta armada no campo naquele momento a guerra popular no campo como eles sustentavam era era um pouco mais tarde pelo menos alguns anos depois mas precisa combinar com o inimigo né e enfim Eh agora
eu digo em dua meia palavra né mentira não é ninguém fala a minha palavra Mas rapidinho o problema teórico do Caio Prado é mesmo um problema teórico de uma má apreensão do Marxismo que pro Marxismo pro marxista para quem se formou a sua cultura eh político econômica de Economia política o Marxismo como você pode classificar uma sociedade exclusivamente ou prin mesmo principalmente por seus vínculos externos como economia colonial exportadoras isso existia Claro mas o que importa pro Marxismo para marxista diz mais nada é analisar em cada sociedade Quais são as relações interna de produção né
Por exemplo a escravização do indígena que acho que é um nome importante que passou pelo ifish sem ter até pelo jeito dele tinha jeitão assim eu gostava muito dele e que foi meu um dos meus sucessores lá na direção do eich e morreu desse jeito morreu na Bandeirante né estupidamente João Manuel Monteiro né John Manuel Monteiro então o John tem um livro eu acho estupendo sei o que você acha mas eu acho aprendi muito demais o livro dele que é a os negros da terra negro da Terra era o modo como os colonizadores chamavam os
indígenas negro da terra é dier os negros que estão aqui não aquele que a gente traz da África que são mais caros Néia perda morte e tal os negros da Terra isso então el sobre a escravização do do indígena há muito né é um tema de uma grande complexidade de um grande interesse que só agora mas de qualquer maneira o importante o Sodré os limite que possa ter tido e tal sempre se preocupou em pensar o Bras de dentro para fora das relações sociais de produção que havia aqui e não isso dizer o Brasil nasceu
capitalista né como se o capitalismo tivesse vindo nas Naus de pedres Cabral caricaturando um pouco a posição do Caio PR né caricaturando um pouco e para terminar a última última mentira de quem fala que vai terminar e não termina né que é terrível isso nou acabar esa aí quem leu o Sodré o que quem não leu e vem a ler sempre me emocionou muito ler uma que a importância que ele dá pra palavra Tapera dis Tapera é uma palavra Guarani eu acho não é tupi né Tapera não Tupi é olha quer que eu seja sincero
com você eu não consigo mentir você pergunta qual é a diferença entre Tupi e o guarani eu vou engasgar que não me pergunte qual é a diferença entre o Tupi e o guarani você vai me P numa posição vinosa bem diferente Por que que bota o tracinho como tracinho atrapalha Tupi tracinho Guarani como marxista tracinho leninista é tem o Marx tem o Marx tem o Lenin Lenin era marxista Marx nunca foi leninista até porque nunca conheceu nunca sou que existi que é complicado isso é compado bom bom já já me deixou menos menos amolado então
ele diz Tapera por em todas as crônicas antigas sobre o Brasil do Brasil isso diz o o Sodré a gente encontra essa palavra ela percre Tapera Tapera quer dizer em Tupi né vamos dizer vamos supor demitir lugar ermo abandonado devastado lugar largado Pelo menos é é é a etimologia que nos oferece o que também não era nenhum especialista em língua indígena el dis Tapera é lugaro abandonado el dis impressiona muito a gente encontrar todos os cronistas essa palavra designando o quê a marcha territorial do Progresso Isto é da destruição que o progresso traz você vai
cultiva uma região Tira toda a riqueza que ela pode tirar às vezes seina aí acabou vai pra outra acabou vai pra outra e tal vai deixando taperas atrás de você então Tapera é um pouco o nosso emblema Nacional país das taperas mas não é meu isso Sodré Nelson Verne Sodré pessoal não gosta porque era meio aquele comunista caretão é issoo por mim tudo bem eu só queria não o companheiro tá deixi uma sacolinha ali se vocês tiverem 2 minutos tá aí ô rapaz se trouer aqui porque eu já não tenho mais a musculatura de antanho
não eu tô ol já que eu trou até aqui n 2 minutos pensei fazer circular desculpa tomando aqui só umas coisinhas aqui se alguém se interessar tiver tempo tudo em relação a fha aqui chega até aqui Se alguém quiser chegar não eu vou à toalete com também não vou explicar Qual é o livro do nels esse Liv eu ten mas é o Liv Não é a primeira vez que isso gente desculpa pela hora a gente vai ter que concluir a mesa Eu mesmo não queria concluir agora mas muito obrigado a to que vieram vocês também
que ficaram aqui até o [Aplausos] final Queria fazer a do [Música]
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