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Video Transcript:
Eh, boa tarde a todos! Sejam muito bem-vindos a mais um Caravelas Podcast. Hoje, eu tenho o prazer de receber o professor Carlos Bezerra, que, aliás, foi uma das grandes figuras que muita gente estava pedindo, né? E aí, finalmente, conseguimos marcar essa data. Então, muito obrigado pela presença, Professor Carlos! Antes, vamos fazer aqui os patrocinadores e depois vamos para a nossa conversa. Bom, temos a Escola da Verdade Histórica, sempre à venda. Você quer escapar dos erros do Marxismo? Está aí a solução: a Escola da Verdade Histórica. Temos o Método Bway de Inglês do Jonas Bressan.
Você que não sabe inglês está perdendo muito tempo em questão de viagem, trabalho, estudos. Faça logo o curso Bway do Jonas Bressan. Temos o nosso método de estudo, o nosso método "Ler", né? Qual é o bordo? Como ler, estudar, escrever, dar aulas? E você que cansou do Brasil e quer tirar o seu dinheiro aqui do risco do real e quer investir em moeda forte, está aí a Guardian Trust Capital. Aliás, nós vamos ter uma conversa com a Nanda Guardia em breve, comentando sobre a situação econômica aqui do Brasil. Então, consulte aí a Guardian Trust Capital
para investimentos no exterior. E, por fim, você que quer realmente emigrar do Brasil, ir para outro país, eu recomendo o escritório do Dr. Daniel Toledo, que cuida de imigração, vistos, etc. Ele tem mais de 20 anos de experiência na área, mora nos Estados Unidos, então entende bem do tema. Ele cuida de migração para os Estados Unidos, mas também para a Europa. Bom, muito bem. Então, Professor Carlos, muito obrigado pela sua presença! Gostaria que você se apresentasse, né, falasse um pouco do seu trabalho. Permita tratar de você, nós temos uma idade próxima. Então, se apresente, fale
um pouco do seu trabalho e vamos para os temas. Muito obrigado, professor, é um prazer estar aqui. Eu fiquei muito feliz com o convite, né? Sempre quis conhecê-lo pessoalmente. Também já acompanhava seu trabalho pela internet há bastante tempo. Eu sou o professor Carlos Bezerra, professor de história. Trabalhei muitos anos na rede pública, né, como professor de ensino fundamental e ensino médio, então adquiri uma certa experiência como professor de sala de aula, na prática mesmo. Então, a partir de 2013, 2014, eu conheci a tradição e passei a entender melhor a história a partir do ponto de
vista da tradição e do catolicismo. Isso foi o que fez a minha conversão, né? E eu fui morar perto do Mosteiro da Santa Cruz, que é o mosteiro beneditino tradicionalista, que sempre foi ligado a Dom Marcelo, tem toda uma história, né? Do Mosteiro da Santa Cruz. Então, moro ali próximo e, em Nova Friburgo, iniciei um trabalho na internet, no início, sem muita pretensão. Na realidade, a ideia não era nem essa. A ideia era fazer um apostolado na cidade de Volta Redonda, onde eu morava com a minha família. Esse apostolado acabou não dando certo por uma
série de razões e, posteriormente, eu resolvi, já tinha algumas aulas gravadas e tudo, e por sugestão de um amigo que hoje está na Irlanda, ele pediu para que eu fizesse esse canal e para divulgar essas aulas. E, por incrível que pareça, para a minha surpresa, teve uma boa adesão. Hoje, eu tenho cerca de 14.000 inscritos, que é um número bem razoável, né? Trabalhando só dentro de um apostolado católico e com aulas de História. Então, tem um curso de história dentro do meu canal para aqueles que querem ser membros. Então, ofereço ali um curso de história
geral. Atualmente, nós estamos iniciando um curso de História do Brasil. Tá certo, muito bom! Então, quando nós falamos aqui em católicos mais tradicionais, nós temos aí um ponto de inflexão que é o Concílio Vaticano II, né? Então, não vai dar para abordar tudo do Concílio Vaticano II, mas vamos comentar um pouco do contexto histórico e também sobre o que foi exatamente o Concílio Vaticano II. Na verdade, ele foi também um ponto chave para a minha conversão porque, é lógico, como professor de história, eu conhecia algo sobre o Concílio Vaticano II. Eu dava aulas em Volta
Redonda e, em Volta Redonda, a presença do Concílio Vaticano II é muito forte, porque nós temos lá um colégio público chamado João XXIII. E Volta Redonda, por ser uma área de segurança nacional durante muitos anos, né, ligada à Siderúrgica CSN, quer dizer, é uma área de trabalhadores metalúrgicos. Então, sempre teve muito forte ali a presença da Teologia da Libertação. Assim, Volta Redonda padecia dessas duas coisas que estão muito ligadas ao Concílio Vaticano II, que são a Maçonaria, que é muito forte em Volta Redonda, e a Teologia da Libertação. E eu, antes do meu ofício de
professor, já tinha tido contato com a questão de Dom Marcelo Lefebvre e toda a problemática do Concílio. Até então, eu não via isso; eu não via o Concílio como algo problemático. Mas eu vi o Concílio dentro daquilo que sempre foi colocado por todos como sendo um evento dentro da igreja que aconteceu lá no início dos anos 60, de 1962 a 1965, quando finalizou o Concílio e fez uma abertura da igreja para o mundo. Nas palavras de João XXIII, o aggiornamento. E o que se ensina sobre isso é que essa abertura para o mundo foi algo
bom tanto para a igreja quanto para o mundo. Só que, depois de 60 anos desse evento, a gente pode avaliar melhor o resultado desse evento. Ou seja, né, como se diz, a sagrada escritura nos ensina que a gente conhece a árvore pelos frutos. A gente vendo os frutos do Concílio Vaticano II, como historiador, a gente pode avaliar que, de fato, essa árvore não é boa, não é boa, né? Então, a gente, para entender o que foi esse evento do Concílio Vaticano II, precisa compreender em que momento da história ele aconteceu. E isso é o fundamental.
Não dá para desconectar o Concílio Vaticano do momento histórico em que ele acontece. Então, a primeira coisa que a gente precisa compreender bem é o que foi o século XX. Compreender o que foi o século XX. O século XX é o fechamento de um processo revolucionário que começa há mais ou menos 500 anos. A gente pode ir até mais, né, para trás do que isso, mas o momento em que a coisa se aciona de fato é a partir do início do século X. O Concílio Vaticano I é o fechamento desse processo. Por isso, muitos autores
dizem, né, que o Concílio Vaticano I encerra a era de Trento, do Concílio de Trento, que é mais ou menos isso mesmo que acontece. Então, a gente precisa situar o Concílio Vaticano I dentro desse processo histórico dos últimos 500 anos, sobretudo o século XX, que é o século de fechamento desse período, né, de revolução, uma sequência de revoluções. Perfeito. Obviamente, você falou século XV por causa da Reforma Protestante, né? Imagino retroceder um pouco antes, quando nós tivemos aquelas figuras do final da Idade Média, né, Guilherme de Oca e outros, né, Duns Scotus e outros que
abriram, então, a modernidade. E aí iniciaram aí o processo do humanismo, o rompimento com a filosofia atomista, né? E essa abertura para o movimento humanista, né? E o processo começa a se desencadear a partir daí, né? Na realidade, essa tentação, né, contra aquilo que foi estabelecido pela cristandade medieval sempre vai existir e sempre existiu, mesmo no período medieval. Só que, evidentemente, né, essas forças eram controladas e isoladas, né, de modo que elas não tinham condições de se expandir. Mas, com o fim do sistema feudal, as condições se criaram, né, sobretudo a partir das cidades marítimas,
das repúblicas marítimas italianas, né? E a partir daí se desencadeou um processo que foi crescendo e que vai culminar na Reforma Protestante. A Reforma Protestante já é uma consequência do humanismo, né? E eu vou insistir muito nessa palavra "humanismo", porque é a palavra-chave para a gente entender o que é o Concílio Vaticano II. É o Concílio Vaticano, religião do homem, né? É religião do homem, como diz o padre Caldeirão. E quais são os grandes problemas? Bom, se você quiser contextualizar, dizer um pouco sobre o papa que convocou o Concílio e tal, fique à vontade, depois
a gente vai para os principais problemas do Concílio. Sim, sim, sim. Então, o Concílio Vaticano II ocorre no pior momento da história. Se havia um momento ruim para se fazer um Concílio, era exatamente aquele ali. Tanto que o Papa Pio XI tinha pensado em convocar um Concílio, e foi logo adiado, né, porque não era uma boa ideia, porque as forças que se opunham à Igreja Católica, além de estarem muito fortes já na década de 30, olha que ainda antecedia a Segunda Guerra. E o Papa Pio XI, né, pensou também em fazer um Concílio, e o
momento de Pio XII ainda era pior do que o de Pio XI, né? E, lógico, talvez um pouco da vontade deles fazer o Concílio era terminar o Concílio Vaticano I, né? Exatamente. É exatamente porque o Concílio Vaticano I foi a grande tentativa de fazer uma condenação dos erros que foram colocados como padrões para o Estado moderno, que são os erros que vêm da Revolução Francesa. Durante o século XIX, esses erros da Revolução Francesa vão se expandindo, e a Igreja vai ficando cada vez mais cativa de um mundo contrário à posição da Igreja com relação a
tudo o que a gente possa entender, né? Para uma civilização, a Revolução Francesa apresentou um outro modelo de civilização, que, na realidade, não é um modelo de construção de civilização, mas é um modelo de destruição de civilização, e que só não foi bem-sucedido 100% ainda porque a civilização construída pela Igreja Católica é muito forte para ser destruída da maneira como a Revolução pretendia. Então, a Revolução foi se expandindo e a Igreja foi diminuindo. Então, você tem uma sequência de papas contrarrevolucionários no século XIX. Então, quando Pio IX convoca o Concílio Vaticano I, era justamente para
frear e condenar esses erros da Revolução Francesa que tinham se disseminado, dando base ao Estado moderno. No entanto, acontece a guerra franco-prussiana na década de 70, 1870, e acontece o pior: a Igreja fica cativa definitivamente dentro de um minúsculo território, que mais tarde será o Estado do Vaticano, dentro do contexto da unificação italiana. Dentro do contexto da unificação italiana, que foi péssima para os italianos, que foi muito boa para a maçonaria e para os inimigos da Igreja, mas para os italianos foi péssima. Tanto que provocou uma onda de migração macista. Então, o meu bisavô veio
por causa disso, né? Os bisavôs da minha esposa também vieram nessa leva de pessoas que estavam condenadas à miséria. Exatamente, a unificação italiana provocou a miséria na Itália, né? Para os italianos foi péssima. E falar em unificação da Itália é um termo também bem artificial, né? Porque, na verdade, foi uma destruição do conceito de Itália. Isso foi um fenômeno que não aconteceu apenas na Itália, mas essas nações... artificiais que passaram a surgir a partir das revoluções liberais de 1848, a chamada "Primavera dos povos", e eles gostam de usar esses nomes, né? Esses nomes bonitos, que
de primavera não têm nada. Exatamente. Então, o Concílio Vaticano Primeiro foi feito sobre uma atmosfera propícia mesmo para condenar e colocar às claras os erros da Revolução Francesa. No entanto, a Maçonaria fazia um concílio paralelo, que é um anticoncebido, né? E tudo isso culminou, né, numa ação contra a Igreja Católica, em conjunto e com a colaboração dos monarcas europeus. E a gente vai ver isso como uma constante, porque, né, nessa ânsia de se afundar cada vez mais no abismo liberal, eles vão se colocar sempre contra a Igreja e contra o próprio país deles. Né? O
Brasil sofreu isso, né? Sofreu, sofreu. E depois nós vemos uma infiltração muito forte do liberalismo na Igreja, né, e padres defendendo a República. No Brasil foi muito comum, exatamente. Exatamente, exatamente. Entrando sorrateiramente, né, esses princípios errados da Revolução Francesa. A pessoa, sem saber, estava defendendo os chamados princípios errados, chamado liberalismo católico, é liberalismo católico, que, infelizmente, é muito pouco estudado hoje em dia, muito pouco estudado. E muitos continuam seguindo os princípios do liberalismo católico. E o liberalismo católico tem tanto algo de catolicismo quanto algo de liberal, né? Por isso tem esse nome e por isso
ele é uma heresia dentro do âmbito católico propriamente dito. Que, mais tarde, né, com o aborto do Concílio Vaticano Primeiro, porque a coisa teve que ser interrompida por causa da Guerra franco-prussiana, o Papa Pio X, São Pio X, né, vai condenar essa outra forma de catolicismo liberal chamada modernismo. Modernismo, modernismo. Mas a Igreja, nesse momento de virada de século, do século XIX para o século XX, já está bastante, né, prisioneira, não só territorialmente, mas também prisioneira contra um mundo absolutamente hostil, né? E esse contexto histórico de fins do século XIX e início do século XX,
né, é chamado também, de forma romantizada, de BPOC, né? De BPOC não tinha nada, porque na realidade, né, era a manifestação de uma anti-civilização, né? Hoje a gente pode falar isso com uma certa certeza. Terminou no que, a Bel P, na Primeira Guerra Mundial. Essa é a prova de que foi tudo uma ilusão. Exatamente, exatamente. E uma guerra que não tem nada a ver com a Igreja Católica, né? Tem a ver com outros interesses, né? Porque, paralelamente a esse aprisionamento da Igreja, né, você tem a ascensão e a emancipação judaica, que vai trabalhando para uma
outra causa, que é a causa sionista, né? E que é um tema que incomoda muita gente quando a gente fala dessa questão sionista, né? Mas que está profundamente relacionado à Primeira Guerra, à Segunda Guerra e à Terceira Guerra, que eu chamo de Concílio Vaticano, o Segundo. Que você dá um nome, o Concílio Vaticano Segundo, dá a Terceira Guerra Mundial. Daqui a pouco nós vamos chegar por que tem esse nome. Comentando um pouco sobre o João Paulo, sobre o Papa João XXIII, que nós podemos dizer? O João XXIII foi aluno do Boyana Iot, que foi um
herége modernista, né? Primeiramente, uma pincelada aqui sobre o modernismo. Então, o catolicismo liberal, liberalismo católico, ele começa já no rastro da Revolução Francesa. Ou seja, são aquela parte do clero que aderiu à Revolução Francesa, não só porque foram obrigados a assinar, né, a Constituição Civil do Clero, mas porque aderiram de fato aos ideais da revolução. De alguma maneira, consideraram que a tríade maçônica "liberdade, igualdade, fraternidade" era um bem, né? Evidentemente que essas palavras em si não são ruins, mas o que elas trazem, né, dentro do contexto da Revolução Francesa é que precisa ser analisado. O
que elas significam dentro do contexto da revolução? Mas é dentro desse contexto pior que boa parte do clero vai aderir, fazendo uma traição à Igreja Católica. Então, esses são verdadeiramente traidores. E esses princípios liberais logo vão ser condenados tanto pelos Papas do período da Revolução Francesa, Pio VI, como depois por Gregório XVI, na encíclica "Mirar Vos", né? E, no entanto, essa doutrina do catolicismo liberal, que é uma espécie de amálgama com a doutrina católica e os princípios liberais da Revolução Francesa, é como misturar água com óleo. Não tem como se misturar essas duas coisas. É
preciso entender um pouco da boa filosofia, da boa filosofia aristotélico-tomista, para você entender que a filosofia moderna, que predomina no Iluminismo e que vai para a Revolução Francesa, não tem nenhuma semelhança e nenhum ponto de ligação com a doutrina aristotélico-tomista. São posições antagônicas. Então, querer misturar essas duas coisas realmente é uma... Mas houve tentativas, claro, infrutíferas, de tentar juntar, né? O caso mais famoso é o Félicité de Lamennais, que foi condenado pelo Papa Gregório XVI. Exato, parece que ele morreu impenitente, não foi? Recusando os últimos sacramentos? É verdade essa história, sim. Ele recusou, né? Se
eu não me engano, o professor Fedeli contava essa história. Contava essa história. Eu acho até que ele morreu ateu, até ateu, né? Mas o fato é que esse catolicismo liberal vai desaguar no modernismo. O modernismo, né, ele nega os princípios fundamentais da fé católica e, lamentavelmente, né, são os modernistas que vão triunfar no Concílio Vaticano Segundo. Só filosoficamente, eles estavam, eh, aderindo à má filosofia ou à contra-filosofia da Revolução Francesa, como também a princípios teológicos, né? O que foi um grande desastre. Então, eles, eh, a doutrina básica, né, do modernismo são os “ismos”, os três
“ismos”, né: agnosticismo, que é aquela doutrina que nega que o homem tem a capacidade de conhecer as coisas. Então, se o homem não tem a capacidade de conhecer as coisas como as coisas são, muito menos conhecer a Deus, né? Eh, o imanentismo, ou seja, eh, o homem não tem condição de conhecer a Deus, logo, o homem cria um Deus para que ele possa acreditar. Esse Deus, então, ele parte do próprio homem, né? O homem projeta, a partir de si, um Deus para que ele possa acreditar. Esse é o princípio, né, do imanentismo, é o que
vai dar base depois à liberdade religiosa do Concílio Vaticano I. E o outro princípio é o subjetivismo. A negação da própria verdade é impressionante como o agnosticismo pegou. Quando se fala por aí que se pode provar a existência de Deus, as pessoas ficam horrorizadas: “Não, não dá, impossível, não dá!” Realmente, é uma coisa que, infelizmente, pegou muito, né? A filosofia moderna, ela também nega, de uma certa forma, a metafísica. Então, eh, está enraizado na ciência moderna, eh, que toda a ciência é objeto de experiência, né? E a metafísica é a capacidade que nós temos de
compreender as coisas a partir dos efeitos para a causa. E a filosofia moderna é como é a filosofia dos fenômenos, né? E fenomenologia, a filosofia de Kant, Manuel Kant, exatamente de Kant, né? Depois, ficam falando que a filosofia correta é a fenomenologia, como nós já ouvimos por aí. É ridículo, pois a filosofia baseada em Kant é a filosofia de Kant, né, que nega a capacidade que o homem tem de conhecer as coisas, né? E dizia que só pode conhecer os fenômenos, mas não a realidade última. Então, isso aqui é um mundo de aparência, tem uma
realidade oculta à qual nós não temos acesso, logo, se você começa a pensar dessa maneira, né, para onde que vai Deus, né? E a maioria das pessoas que dizem que não se pode provar a existência de Deus, elas têm já uma mentalidade canana que eles absorveram isso de alguma maneira, né? É impressionante como o Kant avançou, né? Eh, para tudo, Kant. O modernismo tem muito do Kant, né? Tem muito Kant. E nós vimos até um Cardeal aqui comentando que Kant não tinha nada contra a Igreja. De princípio, dá para harmonizar Kant com São Tomás e
tudo. Vemos um absurdo! Eles não entendem a ideia de imperativo categórico do Kant, que é a ideia de que se deve fazer o bem. Mas tudo bem, se deve fazer o bem, mas, para Kant, o bem é pelo bem. Esse não tem uma finalidade transcendente, né? Fazer o bem porque é bom para o convívio humano, para a sociedade, né? Mas não porque é uma finalidade do homem. Eles não conseguem raciocinar em termos de finalidade. É uma das causas de Aristóteles. Eles não conseguem entender também em termos de transcendência. É, não conseguem! A ciência também não
trabalha nunca com finalidade. Isso é, caiu, fil! Exatamente! É, nem a... a... o princípio, né, a causa formal e nem a causa final, eles aboliram isso daí. Aboliram, como! Então, esse vai dar no modernismo. E essa palavra, modernismo, que São Pio X usa aí na Encíclica "Pascendi", ela é muito adequada, porque ela contempla todo esse movimento revolucionário, inclusive nas artes, né? A gente vê a destruição da própria arquitetura, da pintura, da escultura, né? E uma iconoclastia, né? Essa ideia de que não se pode representar nada por imagens. Essa ideia iconoclasta é a ideia que domina
o pensamento modernista, porque tudo para eles é subjetivista. Então, isso vai culminar, evidentemente, que isso ia culminar numa grande guerra, que é a Primeira Guerra Mundial, né? Agora, a Europa é lançada nessa tragédia que foi a Primeira Guerra Mundial. Eh, boa parte, né, da juventude europeia mal sabia do que se tratava aquilo, mas era uma guerra que tinha uma causa, né, muito profunda. Se a gente for analisar a Primeira Guerra Mundial pelas causas próximas, a gente não chega ao fundo da questão, porque existem causas muito profundas por trás da Primeira Guerra Mundial. A questão era
uma questão de reordenação do mundo, né? Era preciso destruir um mundo de princípios católicos para a reconstrução de um outro mundo. É isso! É claro, né? Destruir os impérios, né? Principalmente o império austro-húngaro, exato. E é interessante que em termos de imagens, é muito claro também. Não precisa você ser uma pessoa estudada, basta você pegar qualquer filme dessa época, da anterior à primeira metade do século XX, e você compara com as pessoas hoje, com as roupas e com a arquitetura. Você vê que nós estamos falando de dois mundos diferentes. É muito interessante fazer esse exercício,
né? É muito fácil hoje, na internet, a gente pegar filmes do Rio de Janeiro, eh, da... do final do século XIX, primeira década do século XX. A gente vê um outro mundo. É outro mundo! Parece outra cidade, outro planeta. Impressionante! Impressionante! Eu também gosto de ver isso para me torturar, né? Isso é uma tortura ver. Eu gosto de ver todo mundo muito bem vestido, né? Tem uma foto muito interessante do Rio antigo, ali no bairro que eu morava, na Glória, quando teve a inauguração da estátua do Pedro Álvares Cabral, ali pertinho do Outeiro da Glória,
né? Você vê uma multidão para um evento de uma inauguração de uma praça. Coisa que você não vai ver mais hoje em dia, é! Ninguém vai... Ninguém, ninguém vai, até porque não tem nem o que comemorar, né? Então, você tinha uma estátua lá do Dom Pedro Álvares Cabral e mais uma multidão de gente, mas incalculável nessa foto. E a pergunta que a gente faz é assim: quem é que tá mal vestido ali? Você não vê? É impressionante. Agora, hoje, eles vandalizaram a estátua do Exaltado, né? É porque a ideia realmente é destruir, né? Em história,
a gente aprende que o monumento é um documento, né? Então, para você substituir a história, você destrói monumento. Mas é uma pergunta: se for falar essas coisas lá em Volta Redonda, na escola, você não tinha problema, né? Não tinha problema, porque o que acontece é o seguinte: antes da pandemia, a gente tinha uma sala de aula, e eu fechava a porta, e a minha aula eu que dava, né? E eu tinha sempre muito cuidado para também não extrapolar certas coisas, né? Porque, como é uma cidade maçônica, muitos alunos eram filhos de maçons, eram filhos de
mações, né? Então, assim, tinha que ter um certo cuidado para falar certas coisas, né? Mas era muito evidente, né? Porque a maçonaria em Volta Redonda está em toda parte, como está em toda parte. Só que as pessoas não deviam ter uma atividade política, porque era CSN, a CSN exatamente. Então, lá tem muito metalúrgico, obviamente PT e outros, deviam fazer uma forte retidão do bispo vermelho, né? Dom Valdir Calheiros. Dom Valdir Calheiros assumiu aquela diocese desde o fim do Concílio, 1966, ele assumiu a diocese de Volta Redonda. A sede do bispado Volta Redonda, acho que é
Barra do Piraí, acho que é Barra do Piraí, que é uma cidade mais antiga. Volta Redonda é uma cidade nova, não foi feita em função da CS, depois de Vargas. Mas é a cidade que carrega em si todo esse ranço, né? Pós-concílio Vaticano II, né? Então, eu tinha muita dificuldade de me relacionar com os professores, mas não com os alunos, né? Os alunos aceitavam bem, perfeitamente, porque é muito evidente. Mas quando você apresenta para os alunos numa realidade que é evidente, que dá para você ver claramente, os alunos vão... é o processo da nossa formação
de inteligência. Agora, o problema com os professores é que eles têm coisas muito arraigadas que não querem abrir mão. Então, as faculdades são faculdades marxistas, que ensinam um viés de história atravessado com base no materialismo histórico de Marx. E os professores absorveram de uma tal maneira que eles não são capazes de abrir mão disso, eles não são capazes de reavaliar que foram enganados, que compraram um produto errado, né? Eles não têm humildade para voltar, né? E até porque a diocese daquela região ali em Volta Redonda estimulava esse tipo de ideia, né? De confronto de classes,
né? Os metalúrgicos e os engenheiros da CSN. E de fato, em Volta Redonda, isso é bem evidente, porque foi uma cidade projetada; não é uma cidade, Volta Redonda não foi uma cidade que surgiu assim naturalmente, ela foi projetada, né? Então você tem lá o rio, você tem a CSN que atravessa a cidade toda, e você tem um lado, como quem tá indo pra Barra do Piraí. O lado direito é o lado dos funcionários metalúrgicos, tal, e o lado esquerdo era o lado mais dos engenheiros. Mas esse tipo de divisão aí não tem um caráter marxista,
mas tem um caráter de administração empresarial e tal, mas é muito fácil você misturar essas coisas e criar esse conflito de classes. Então, essa é a ótica dos professores em Volta Redonda. Então, para mim era difícil conviver com esse tipo de coisa, porque eu não sou de Volta Redonda, eu sou carioca, eu fui pra Volta Redonda porque casei, fui morar em Volta Redonda. Então, eu conseguia ver de fora aquilo que eles que estão ali não conseguem ver. Então, assim, Volta Redonda, João 23, e é pior do que as cidades vizinhas. Perto de Barra Mansa também,
as cidades vizinhas têm um traço ainda, né, de um pouco mais de colonial, porque ali foi região de fazendas, produção de café. Então, teoricamente, deveriam ser mais conservadoras. Na realidade, Volta Redonda antes do Vargas era uma fazenda, né? Aquilo ali era uma grande fazenda que depois foi apropriada para ser sede da Siderúrgica, e a cidade Volta Redonda se fez em função da Siderúrgica. E toda essa mentalidade se forma junto com isso daí que vai culminar naquela greve de 88, né? Estimulada pelo bispo Valdir Calheiros, tal, na época do Sarney, que para eles aquilo ali é
um marco da luta dos operários contra a realidade. Quando a opção teve para a violência. Exato. Isso é interessante que essa coisa da greve de 88 não tem nem nada a ver com os militares, tem a ver com o governo Sarney, porque foi durante o governo Sarney, né? Mas Volta Redonda carrega esse ranço que tem muito a ver com o Concílio Vaticano I, né? Então nós vamos chegar nisso daí daqui a pouquinho, falar mais sobre o Concílio. Bom, vamos falar de um ponto que o Concílio Vaticano II pega em outros pontos, claro, mas tem um
que chama muita atenção de muita gente: não ter condenado o comunismo. Exato. Então, essa reação ao comunismo, isso vai dar outro assunto pra gente um pouco mais à frente, né? Mas essa reação ao comunismo começa no Brasil e que vai... Desembocar lá no Concílio, né? Isso parte primeiro do Dom Cô de Proença e Dom Antônio de Castro Maia, já na década de 30. Eles eram professores do seminário maior de São Paulo, que mais tarde tinha a direção do Dr. Plin Correia de Oliveira. Então, isso vai trazer uma ligação entre Dom Cô, Dom Geraldo Cô de
Proença, Dom Antônio de Castro Maia e o Dr. Plin Correia de Oliveira na década de 60. Então, na década de 60, no início dos anos 60, a Guerra Fria estava muito quente, vamos dizer assim. A ideia de Guerra Fria era uma falácia, né? Porque o grande despojo da Segunda Guerra Mundial foi dividido entre os capitalistas de um lado e os comunistas do outro. Eles dividiram o mundo e fizeram um tratado muito exato, com aval de todos os poderes do mundo, menos da Igreja Católica. Porque essas conferências de Potsdam e Yalta, a Igreja nunca foi convidada
para participar de nada disso. Então, pra gente ver como é que a Igreja já estava sendo deixada de lado por potências alheias à tradição católica, como Inglaterra protestante e Estados Unidos. Tanto que ainda se pensava, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, na época de Pio, em fazer uma aliança de católicos ainda para proteger a Igreja. Porque a gente vê que, depois da Segunda Guerra Mundial, a Igreja foi jogada de escanteio. Então, se pensava em fazer essa união, como Salazar com Franco na Espanha, e o da Alemanha, que ainda tinha alguma coisa que pudesse fazer uma
coalizão para proteger a Igreja. O Pio XII tentou fazer um bom trabalho lá na Itália. Sim, sim, tentou fazer, mas a Segunda Guerra Mundial foi uma tragédia muito grande pra Igreja, como a gente vai ver daqui a pouquinho, muito, muito pior do que só a ideia de comunismo. Mas essa reação do Concílio, que não condenou o comunismo, né? Essa primeira reação parte desse grupo aqui formado pela revista que foi feita por Dom Antônio de Castro Mayer, né? Catolicismo, se não me engano, o nome da revista de 1960. E a partir daí é que vai surgir
a TFP. Nós estamos caminhando aí para aquele momento, muito tenso, que foi a crise dos mísseis em Cuba, então a Revolução Cubana, governo de Nikita Kruschev. Então, você tem ali um momento muito tenso que parecia que ia haver a Terceira Guerra Mundial, e todo mundo estava olhando pros mísseis e ninguém olhava para o que estava se passando nos bastidores, que ia dar o Concílio Vaticano II. Então, as pessoas olharam para uma direção e não olharam para a outra, né? Porque a batalha estava sendo travada ali mesmo, era com relação a uma questão teológica. Mas, no
Brasil, esse reflexo dessa Guerra Fria estava muito forte, muito presente, por causa, evidentemente, da renúncia do Jango, do Jan Tidoro e do Jango ser um comunista com pretensões de fato de transformar o Brasil numa espécie de satélite da Internacional Comunista. Então, esse era um risco, realmente, que existia e Dr. Plin enxergava isso, assim como Dom Antônio. Eu sou bem crítico ao Dr. Plin. Não, eu também, daqui a pouquinho a gente vai falar mais disso, pra gente ver que isso, na verdade, acabou sendo um erro, porque desviou a atenção. Então, quando acontece o Concílio, essa equipe
da revista Catolicismo é que vai começar a procurar fazer uma espécie de lobby para que se condene o comunismo, para que se crie dentro do Concílio alguma parte, algum capítulo dentro de alguma dessas constituições, dos documentos do Concílio, que se condene expressamente o comunismo. No entanto, o Papa João XXIII tinha feito um acordo com os ortodoxos, um acordo de mende, exatamente, e que ele queria a presença dos ortodoxos no Concílio. E esse Concílio ecumênico não queria só a participação dessas pessoas que eram, né, separadas da Igreja, vamos dizer assim, protestantes e ortodoxos. Ele queria realmente
que eles participassem de alguma maneira. Essa era a ideia do João XXIII. Então, o governo comunista pôs que a palavra "comunismo" não entre de maneira nenhuma em nenhum documento do Concílio. Então, esse foi o acordo, né? Foi assinado entre o Cardeal de Serrano e o Nicodemos. Exatamente. Então, a partir daí, você não vai encontrar em nenhum documento do Concílio nada sobre comunismo, e sempre que se tentava falar alguma coisa sobre isso nas sessões do Concílio, se interrompia. Então, era evidente que era um acordo político. Além do movimento no Brasil, nesse sentido, teve outros movimentos. O
movimento no Brasil foi mais forte, porque esse movimento que vai dar origem ao TFP, "Internacional Patron", foi aquele movimento que procurou de alguma maneira reagir ao que estava acontecendo no Concílio, que foi liderado por Dom Monsenhor Lefebvre. Então, no primeiro momento, quando se pensou na ideia de se fazer o Concílio Vaticano I, o Papa João XXIII já estava bem encaminhado com essas forças ocultas. O Concílio, primeiro porque ele já havia sido Núncio Apostólico em Paris. Então, em Paris, a gente sabe que a França, depois dos anos 30, que ele teve contato com Von Papen, né,
com Von... Papen, lá na Bulgária, se eu não me engano, foi na Turquia. Na Turquia, não, na bu, na Turquia, porque ele foi lá. Ele foi delegado apostólico na Turquia e ele fez um depoimento. Não, fez um depoimento, ele escreveu uma carta favorável a Von Papen e direcionada para o Tribunal de Nuremberg. Sim, o Von Papen foi absolvido no Tribunal de Nuremberg, né, com o testemunho do João XXIII. Ele e o CH e o S, os dois que foram. E, se não me engano, também o Fritz Hans, que era o que colocaram ali, coitado, para
tapar o buraco que tinha, que era do GBos, né? Só que o GBos tinha se suicidado. E aí colocaram o Hfit ali. Ele não só coloca essa coisa aí do João XXIII com o F. Pap, que é muito curioso. Então, o João XXIII foi delegado apostólico na Turquia, então tem uma imagem dele lá muito interessante, uma estátua dele com uma pombinha, né? Aquela pombinha que representa, né, essa ideia de fraternidade universal, né? E essa é a pombinha da paz, né? E não tem nada a ver com o Espírito Santo, é outro espírito aquilo ali. E
fora que ele escolheu o nome de um antipapa, né? S3, último antipapa. É exatamente isso. Enquanto ele foi delegado apostólico lá na Turquia, a Turquia não participou efetivamente da Segunda Guerra Mundial, mas ela foi uma espécie de corredor, né, humanitário. Então, muitos judeus, né, usaram essa… E a Turquia vinha passando, desde Ataturk, né, com o fim da Primeira Guerra Mundial e tal, vinha passando por uma série de reformas revolucionárias no sentido de transformar aquilo, né, num estado moderno. E o João XXIII estava perfeitamente de acordo com toda essa ideia de estado moderno. O João XXIII
era um modernista, né, em estado avançado, muito avançado. Então, todas essas reformas do Concílio Vaticano I, mais ou menos, a gente já vê em João XXIII. Na Turquia, por exemplo, ele não usava batina, porque ele respeitava a liberdade religiosa e tal. Então, fora do ambiente eclesiástico, né, ele estava se vestindo de forma paisana. Então, já era uma ideia dele, ele tinha uma ideia de alguém que vive fora da realidade. Então, essa a ideia otimista do João XXIII, que imaginava que o século XX caminhava para uma era de ouro, é uma ideia de pessoas que não
compreendem a realidade e não são capazes de compreender o momento histórico que estão vivendo. Por que se fundamentava o otimismo do João XXIII? É absolutamente injustificável, injustificável. O que, na realidade, o que ele tinha era uma aproximação muito, muito grande com os inimigos da Igreja Católica, os maçons. E, dessa maneira, ele foi adquirindo para si toda uma ideia maçônica. E, por isso que naquele documento da Alta Venda, aquele plano da Maçonaria que foi apreendido na época do Papa Gregório XV, os maçons diziam: "falem do Pio IX, né, do Pio… vai publicar, vai pro Pio que
publica". É, vai publicar, aqui no Brasil foi publicado por Dom Vital. Então, ali eles dizem, né, que eles não precisam ter um papa iniciado na Maçonaria, mas basta um que pense como eles. Claro, é muito mais importante ter um que pense como ele do que ter lá uma assinatura de exatamente… e esse Papa era o João XXIII, este homem era o Angelo Roncalli. Então, estava preparado para isso daí. Isso já enquanto ele foi delegado apostólico, né, lá na Turquia. Depois ele vai ser núncio apostólico na França, e aí é que essa ideia vai maturar de
vez, né. Por quando termina a Segunda Guerra Mundial, né? E é por isso que eu que o Mons. Lefebvre dizia, né, que viveu para ver três guerras mundiais: a primeira, a segunda e o Concílio Vaticano II. Ele tinha uma noção do peso que foi esse fato histórico. Toda a guerra termina com uma conferência, né, para se estabelecer o ônus da guerra e se redefinir as posições geográficas, né, os interesses geopolíticos. Primeira Guerra Mundial, a conferência de Versalhes, né, que é a causa direta da Segunda Guerra Mundial, porque aquilo que foi desenhado na Conferência de Versalhes
prepara o caminho para a Segunda Guerra Mundial. A Segunda Guerra Mundial não termina propriamente com uma conferência, isso é um fato inédito, né, mas ela vai terminar com um tribunal, um tribunal militar internacional, que é o Tribunal de Nuremberg. Esse Tribunal de Nuremberg foi criado com o objetivo de criar uma jurisprudência internacional. Então, a partir de 1946, né, a gente vai ter um outro conceito de direito internacional. Isso vai produzir um grande efeito, né, na geopolítica do mundo a partir daí. Então, quando a gente fala em 1946, nós estamos falando numa base jurídica para um
outro mundo, diferente daquele anterior. Só que o julgamento de Nuremberg vai criar essa base jurídica de direito internacional com relação às guerras, né, mas não vai ser o suficiente para fazer a mudança de eixo no mundo, como se pretendia. Então, vai ter uma conferência em Sisg, em 1947. Então, essa conferência de Silberg é que chama pouca atenção dos historiadores do Concílio Vaticano II. A gente ninguém fala disso. Pois é, mas ela é fundamental para se entender o que foi o Concílio Vaticano I. Então, quando eu digo que o Concílio Vaticano I foi a terceira guerra
mundial, eu quero dizer que ele foi exatamente uma consequência da Segunda Guerra Mundial. Eu sou capaz de afirmar que não haveria Concílio Vaticano II se não houvesse a segunda. A Guerra Mundial foi a Segunda Guerra Mundial, que criou as condições para se fazer o Concílio Vaticano II, não como uma continuação do Concílio Vaticano I, mas como algo novo. O que se deu no Concílio, né, quando o Papa João XXIII convocou o Concílio, ele logo deixou claro que o Concílio Vaticano I não seria uma continuidade. Muita gente esperava que fosse, né? Mas ele deixou claro logo
de início que não seria um fechamento do Concílio Vaticano I, mas sim uma nova era para a Igreja. Era essa a intenção dele. Ele usou um "Pastoral", né, o Concílio Pastoral e tal, e essa Conferência de Silberg é que vai dar um norte para isso. Porque nessa conferência, essa Conferência de Silberg, ela foi feita, né, pela comunidade judaica internacional. Eles escolheram um cara que era Július Isaac, que era um professor de História que tinha sofrido uma tragédia pessoal. Evidentemente, toda a guerra provoca muita tragédia na vida de todo mundo, e isso é uma coisa evidente.
Ele também sofreu uma tragédia, mas não foi a única tragédia pessoal da guerra; todos sofreram com a Segunda Guerra Mundial. Todas as famílias nos sofreram; muitas famílias foram destruídas completamente. Então, ele perdeu uma esposa, perdeu uma filha, se não me engano. Só que ele desvia o foco de tudo que aconteceu na Segunda Guerra Mundial; ele desvia para a Igreja Católica. Então, ele vai escrever um livro, mais especificamente, né, ele põe a culpa em nosso Senhor Jesus Cristo. Ele escreve um livro chamado "Jesus Cristo e a Humanidade", né, e, neste livro, ele vai condenando não só
nosso Senhor Jesus Cristo, mas como todos os apóstolos, sobretudo São Paulo, né? Todos os santos da Igreja, todos os Papas, todos os concílios. É uma acusação formal de que tudo aquilo que se deu na Segunda Guerra Mundial foi consequência de um antissemitismo desenvolvido pela Igreja Católica ao longo de 2000 anos, né? Essa era a pauta principal dessa Conferência de Silberg. Então, eu já coloco, né, como obstáculo ao Concílio Vaticano I, esse primeiro ponto aí, de se convocar um Concílio para, de certa maneira, a Igreja reconhecer que tem culpa naquilo que acontece na Segunda Guerra Mundial,
na Alemanha nazista, que não tem nada a ver, uma coisa absoluta. O antissemitismo de Adolf Hitler tem mais a ver com as ideias evolucionistas do Darwin, exatamente do Darwin, ideias esotéricas da Gnose. Não tem nada a ver com o catolicismo, não tem nada a ver com essa ideia de poligenia, né, de origem múltipla da raça humana, que dá em raças. E isso é anticatólico, né? Nós viemos do mesmo pai, eh! O que a Igreja Católica defende são culturas, né, eh, superiores. Não há como negar que a cultura produzida pela religião católica é superior, né? Eh,
mas não raça superior. Essa ideia de raça superior é uma coisa que a Igreja sempre batalhou contra isso, né? É pecaminoso, é até pecado. Então, o fenômeno Adolf Hitler não tem nada a ver, não tem nada a ver. O fenômeno nazismo não tem nada a ver com a Igreja Católica, né? O nazismo é uma mistura de esoterismo gnóstico, meio teosófico, né, com essa ideia de racismo biológico de Eugenia. O que isso tem a ver com...? Mas o Július faz uma leitura da Segunda Guerra Mundial tendenciosa, né? Eh, não é difícil de a gente saber por
que ele faz essa leitura tendenciosa, porque já há um ranço contra nosso Senhor Jesus Cristo. Já há um ranço contra a Igreja Católica de 2000 anos. Mas o fato é que essa conferência contou com a presença de prelados católicos e protestantes, né? E é isso que vai dar origem aos chamados 10 pontos de Silberg. E aqui a gente entra no segundo ponto questionável sobre o Concílio, né? Então, eu já apontei o primeiro, que é essa ideia de relacionar a Igreja Católica com aquilo que acontece na Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, perseguição aos judeus. Eh,
e o segundo ponto é a má compreensão do que é o judaísmo. Então, a coisa foi colocada a partir do século XIX, sobretudo a partir do século XIX, com o modernismo, né, o biblicismo protestante, sobretudo de parte da Alemanha, a Escola de Tübingen, que passou a entender o judaísmo pós-bíblico como uma continuidade do judaísmo bíblico. Então, nas minhas aulas, eu gosto de fazer uma distinção desta palavra, né, para poder ser mais didático com relação a isso, que é muito fácil você colocar isso num pacote e fazer uma confusão muito grande, partir para o antissemitismo, né?
Exato. Então, nós temos que considerar o seguinte, né? Eh, primeiramente, nós temos um desenvolvimento histórico que vai do povo hebreu, né? A descendência de Éber, Abraão, que vai dar em Jacó. Israel. Então, a partir... eh, você tem hebreus; dentro de hebreus, você tem israelitas, que é a descendência de Jacó, das 12 tribos de Israel. Dessas 12 tribos, você vai ter uma divisão de reinos que vai dar no Reino de Judá, né, e no Reino de Israel. Esse Reino de Judá é a descendência de Judá, um dos filhos de Israel. E é a partir daqui que
a gente usa a palavra judeu. J. Agora, quando a gente fala em judaísmo, é que que transforma isso numa grande confusão, né? Porque você identifica essa religião judaísmo como sendo aquela religião do povo hebreu, do povo de Israel. É muito fácil fazer essa confusão toda. E a gente precisa separar um pouco isso, porque senão a gente cai no erro de considerar que o judaísmo atual é aquele mesmo da época bíblica. Porque, na realidade, em termos religiosos, essa religião do Antigo Testamento é a mesma religião católica. É aquela... Religião que prefigurava o nascimento de nosso Senhor
Jesus Cristo. Ela prefigurava e anunciava a vinda do Messias, do Redentor, que se consuma com nosso Senhor Jesus Cristo. Então, há um ponto de ruptura na antiga religião do povo de Israel, do Povo de Judá. Há uma ruptura, e essa ruptura se dá muito provavelmente durante o exílio da Babilônia; ela começa a ser construída a partir daí, um processo de apostasia que vai dar em algumas seitas a aceitação dos saduceus, a aceitação dos fariseus, a aceitação dos essênios. Este momento culmina com a vinda do Messias, com a vida de nosso Senhor Jesus Cristo, e é
por essa razão que eles não vão... que a Cabala também já... A Cabala, exatamente, é o fundamento deste judaísmo que conhecemos hoje, e ela é que é o fundamento, e não a religião propriamente dita de Abraão. Por isso, nosso Senhor Jesus Cristo, quando se referia aos fariseus naquelas disputas, chamava-os de filhos de satanás; não filhos de Abraão na carne, mas na doutrina. Não, mais a doutrina no tempo de Cristo já estava corrompida. Exato, exato. Então, quando pensamos em falar de judaísmo pós-Cristo, precisamos levar em consideração essa ruptura. Essa ruptura fica muito evidente no momento da
crucifixão, que o véu do templo se rasga, e a autoridade sacerdotal passa a ser da Igreja Católica. A religião judaica fica caduca, porque, a partir daquele momento, ela não tem mais templo, não tem mais sacerdote, e não tem mais sacrifício. Uma religião sem templo, sem sacerdote e sem sacrifício não tem razão de ser. Então, não é propriamente uma religião; tudo isso é transferido para a Igreja Católica. É preciso fazer essa distinção, e a Igreja sempre fez. Por isso, a Igreja Católica sempre buscou a conversão do povo judeu, trazer-os de volta para aquela Igreja que abandonaram
pela cegueira. Por isso se rezava pelos pérfidos, ou seja, por aqueles que têm uma fé desviada. Isso significa, inclusive, que o doze converteu o rabino de Roma, né? Exatamente, esqueci o nome dele agora. Exato. Muitos foram convertidos no século X, porque esse foi o desejo da Igreja; compreenderam isso. Quando nosso Senhor iniciou a sua pregação, muitos entenderam que aquilo que se ensinava no templo se confirmava com nosso Jesus. Exatamente. Daí por diante, a salvação é para todos; não é mais restrita a uma raça. O que faz o judaísmo moderno, essencialmente, é continuar preso à ideia
de raça. Eles ainda estão esperando o Messias, mas o Messias carnal-terreno já não é o mesmo Messias que esperavam nos tempos. Não se pode falar desse judaísmo como uma continuação da religião de Abraão. Há uma ruptura aí, pois eles não têm mais o templo. Mas o problema é que a Cabala e outras doutrinas entraram; entrou o Talmude, entrou a Mishná, entrou um monte de coisa. Aí vem um movimento radicalismo messiânico virulento e muito perigoso para a humanidade de um modo geral. Essa falta de distinção foi o que fez com que os dez pontos de Silberg
pegassem, porque eles nunca colocam essa distinção que acabei de fazer aqui; eles nunca a fazem. Eles colocam como uma continuidade, como uma continuidade. E é por isso que um documento como Nostre Aetate passou no Concílio Vaticano I, porque os padres do Concílio perderam completamente essa noção histórica, mas isso em função daquilo que acontece no século XIX, pela admiração que passaram a ter pelos biblicistas, geralmente protestantes. Porque o mundo protestante, se você analisa bem, vai ver que é um mundo completamente voltado para o Antigo Testamento, e que não faz a leitura do Antigo Testamento com base
no Novo. Se você vê hoje na internet, nós temos um quadro tenebroso dos divulgadores e comentadores do Antigo Testamento; tudo é protestante. Claro, um católico... exatamente, mas a gente só pode ler o Antigo Testamento com base no Novo, porque o Novo Testamento é a lente que explica o Antigo Testamento. O Novo é realização. E por isso que, pejorativamente, eles falam em "teoria da substituição". E esse Concílio de Vaticano I foi feito também para destruir essa ideia de substituição, de que o catolicismo... Eu também vejo o Concílio Vaticano I pegando uma brecha, como uma realização da
heresia de Joaquim de Fiore. Sim, esse muito claro, é a mesma base cabalista, a mesma base cabalista. Teve contato com a Cabala lá no Sul. Veja bem, o que acontece hoje, por exemplo? Os judeus têm uma contagem, uma leitura de mundo baseada nos sete dias da criação. Eles veem essa contagem; também o que é uma coisa interessante. Mas, segundo eles, o sétimo ano, a sétima era, o sétimo período, era sabática, porque no Sabá é o momento do descanso. Então, nós estaríamos agora nessa era sabática, o momento que Deus descansa. Por isso as leis são abolidas.
Entramos num processo, era de Aquário, para o mundo novo; era de Aquário, exatamente, a era em que você vai abolir todo aquele preceito moral, todas as leis que estão ligadas a alguma moralidade. Tudo é invertido. Então, se dá o nome até de outra igreja, seria a Igreja Joanina agora. Pois é, a gente vai ver isso, por exemplo, também... Só para explicar quem tá aqui: só um parêntese para explicar. Às vezes as pessoas se pedem. Joaquim de Fiore foi um monge calabrês que morreu em 1202 e defendeu uma tese herética, dizendo que na história haveria três
períodos necessários: a época do Pai, a época do Filho, e então teria que vir a época do Espírito Santo. Então teve a época do Pai, que foi o Antigo Testamento, tempo dos judeus e tal; depois veio a época da Igreja Católica, a Igreja de Pedro, e aí vai vir uma época chamada de época do Espírito Santo, que teria uma nova igreja sem lei, todo mundo deve ficar feliz e tal. Seria a igreja joanina, a meu ver, e que parece do Professor Carlos também. O Concílio Vaticano I incorporou essas ideias do Joaquim de Fiore, né? Não
só ele, Joaquim influenciou muita gente; influenciou Hegel, influenciou o positivismo, mesmo traço no nazismo como Terceiro Reich. Tudo vem do Joaquim. É a era de Aquário, uma nova era que superaria a era de Peixes. É a mesma lógica, só muda o nome. Exatamente, ele foi uma das pessoas que mais influenciou a história, foi esse monge calabrês. Todo mundo que vê, cuidades necessárias, influenciou a teologia da libertação também. Então, é essa visão que nós estamos a trabalhar. Marx também. Marx é tudo em três, né? Então, é quando tem essa divisão trina história necessária, que no fundo
é um imanentismo que o professor Carlos comentou no... o imanentismo da divindade no tempo. Então, ela se manifesta de uma forma, depois de outra, depois de outra. Por exemplo, datar as épocas, também a Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna, é a velha aplicação do princípio do Joaquim de Fiore. Bom, isso aqui só foi um parêntese para explicar e sempre pensando no fechamento disso, numa era de ouro, numa espécie de retorno ao paraíso. A gente vai ver isso no nazismo, com essa ideia de Reich de mil anos, né? Agora, no nazismo a gente tem algo próximo
à ideia perenialista também de retorno, né? Reich de mil anos, por quê? Porque vai acabar e vai começar uma outra era de decadência, né? Então, é a ideia de ciclos. Também, o Império Sacro Romano Germânico durou mil anos. Então, tem que ser mil, vai durar mil anos e vai chegar um momento em que vai cair, tanto que o arquiteto do Hitler, Albert Speer, ele fascinou muito o Hitler com a ideia de arquitetura de ruínas. Então, você imaginava que o Hitler já pensava no momento do milênio, depois, em que iam encontrar os vestígios da civilização do
Terceiro Reich, né? Então, mas a ideia sempre é carnal, é uma ideia judaica. É uma ideia judaica de trazer o paraíso pra terra de alguma maneira, o que nós sabemos que é impossível, porque o homem tem uma natureza decaída e essa natureza decaída foi redimida por Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas as feridas do pecado original permanecem e vai ser assim até a segunda vinda de Cristo. Então, toda essa ideia milenarista também tá inserida dentro desse contexto de buscar um paraíso na terra. E essa é também a mesma ideia comunista, né? Porque o comunismo, chamado comunismo
ideal, é uma ideia que não se concretiza e nem pode se concretizar, porque é uma utopia. É um lugar nenhum, é algo que não pode ser feito, porque há no homem o pecado original. Então, se você desconsidera essa natureza ferida do homem, você não compreende mais nada e você vai cair nessas ideologias fajutas, né? Que, no final das contas, todas elas se resumem nessa ideia de paraíso na terra. Nós, que somos católicos, não temos essa falsa esperança de paraíso na terra. O paraíso é o céu. Aqui é combate, a Igreja é militante; senão, seria a
Igreja do mundo, seria chamada triunfante. Houve um certo momento na história em que a Igreja foi hegemônica, mas não, triunfante. Triunfante é só no céu. É bom separar esse teor. Muito bem observado. Não é porque ela dominou aqui que é triunfante. Triunfante no céu só é. E ela foi pejorativamente chamada, né, pelos inimigos da Igreja de triunfalista, né? Igreja triunfalista. E de fato, teve um pouco a partir do absolutismo monárquico, que foi uma coisa muito, muito ruim. Muita gente tem uma ideia de restauracionismo pensando nessa Idade Média que não foi Idade Média. O absolutismo não
é absolutismo, é corrupção da ideia. Exatamente, é exatamente. E a Igreja, não a Igreja, mas alguns clérigos, né, muito ligados ao absolutismo, que construíram essa Igreja triunfalista cheia de pompas e tal, e cheia de exageros, né? Que não é bom. Mas o Concílio Vaticano II se coloca justamente como sendo contrário a certos exageros. Por isso a ideia otimista do Concílio de Vaticano I: acabar com a era triunfalista, fazer uma Igreja mais simples, né? E o Paulo VI, que era um admirador do homem, a gente deve falar isso também, né? Mais do que João XXIII, era
o Paulo VI. Ele fez o famoso discurso na ONU, né? Exatamente. Ele é um grande admirador do homem, nos termos exatos. Agora, a religião do homem, como é que é? Os termos do homem que se fez Deus se encontrou com a religião do Deus que se faz homem, né? Então, ele deixa muito claro que a religião do Concílio Vaticano II, o Concílio Vaticano I, ele fez uma nova religião, e essa religião é... Religião do homem, então, por isso que eu usei a palavra humanismo, né? Então, o João XXIII e Paulo VI eram humanistas; eles realizaram
o sonho dos renascentistas. Exatamente, é exatamente isso. Só que eles quiseram expurgar, né, do humanismo aquela tendência ateísta que acabou desembocando na leitura que eles faziam da história. Era essa que o humanismo era bom, mas, num determinado momento, ele se desviou e deu, né, no ateísmo. E esse ateísmo provoca guerra porque o humanismo proposto pelo Papa Paulo VI é o humanismo da paz, né? Ou seja, é o chamado humanismo integral do JAC Maritain. Só que "Maldito homem que acredita no homem", diz a Sagrada Escritura. Você vai acreditar no homem se você põe suas esperanças no
homem? Já era, já era! Então, assim, a outra marca do Concílio, além do otimismo, né, é a ingenuidade. Agora, a gente pode dizer ingenuidade em certo sentido por quê? Porque, enquanto no Concílio Vaticano II, se desenhar uma batalha nas comissões preparatórias do Concilio, o João XXIII ele construía com uma mão e destruía com a outra. Era mais ou menos como aquele tapete da Penélope na história: fazia, desfazia, fazia, desfez. Então, ele coloca, né, uma comissão para fazer os preparativos do Concilio, os documentos, coordenada pelo Cardeal Ottaviani, que era da Cúria Romana, um homem de tradição
e de boa doutrina; e, do outro lado, coloca o Cardeal Bea. Não, Cardeal Bea, que era um traidor, era um homem que tinha incorporado essas ideias do Judaísmo talmúdico como sendo o Judaísmo a religião verdadeira de Deus: o Judaísmo talmúdico cabalista, né? E que era alemão, né? Então, relacionava toda a tragédia da Segunda Guerra Mundial à Igreja Católica. Então, na cabeça do Cardeal Bea tinha que expurgar esses males da Igreja Católica. Por isso que a gente vê os Papas hoje pedindo perdão o tempo todo, porque eles se consideram culpados de tudo, né? Culpáveis de tudo!
Pedem perdão da Inquisição, perdão não sei do quê — da colonização da América, né? Da África e tal. Porque tudo de bom que a Igreja fez, eles consideram ruim, né? Então, o Cardeal Bea vai trabalhar junto com um outro comissariado, né, para a Unidade dos Cristãos, só que, por trás desse comissariado da Unidade dos Cristãos, estava todo o lobby judaico do Comitê Judaico Internacional, comandado pelo Abram Heschel. Então, as duas forças do Concílio Vaticano II eram paralelas a esses prelados traidores comandados pelo Cardeal Bea. Abram Heschel e Júlio Isaac são dois nomes que quase não
se falam quando se fala da história do Concílio Vaticano II. Então, falam mais do Cardeal Baltazar, exato. É, porque se fala mais do que aconteceu no Concílio, mas não se fala o que aconteceu nos bastidores do Concílio. Qual era a ligação dessa turma com esses judeus? Tinha 100% congar todos eles: Hunner e Schillebeekx. Todos eles sabiam muito bem o que estava em jogo; quem não sabia eram os outros. Inclusive, se não me engano, Calrém tem um longo estudo sobre o Joaquim de Fiore, né? Se você pegar todos esses nomes progressistas que haviam sido já, né,
condenados pelo Papa Pio XII na "Humani Generis", que condenou a nova teologia... Se você pegar a nova teologia e todos esses teólogos, inclusive o de Lubac, você vai ver que eles têm relações com a Cabala. Todos eles escreveram prefácios de obras cabalistas, elogiaram ou escreveram obras cabalistas. Então, não é só uma questão, né, de modernismo dentro do Concílio, mas é uma ideia. É, por isso é que eu falo da Segunda Guerra Mundial, porque é uma guerra de religiões. Então, de um lado, porque você tem dois universalismos, dois internacionalismos: um é o católico, que é bom,
porque o universalismo católico é bom; porque a Igreja Católica é uma fé para o mundo todo, para todos os homens. A mesma fé, mas cada nação com a sua independência, com as suas características, como foi muito tempo assim, né? Então, é uma defesa do nacionalismo da Pátria, mas a mesma fé. Agora, por outro lado, você tem um outro internacionalismo. Esse outro internacionalismo, né, durante muito tempo, a força visível do século XX desse internacionalismo foi a força comunista. Mas o capitalismo também é internacionalista. É internacionalista! É o mesmo McDonald's, a mesma calça jeans, totalmente interdependente! Exatamente!
Então, são duas forças que estão se complementando, se complementando. Mas, por trás dessas duas forças, nós temos o internacionalismo judaico. Então, você tem dois internacionalismos que são fundamentados por duas religiões, duas visões messiânicas de religião: uma religião que diz que o Messias já veio e que trouxe a salvação para todos os homens, independente da raça, da cor, do sexo; e você tem uma outra que espera ainda esse Messias, né? Então, esses dois internacionalismos são irreconciliáveis, e era isso que estava em jogo no Concílio Vaticano II. Porque, à medida em que você muda a doutrina da
Igreja Católica, você faz com que esta Igreja Católica, com uma tradição de 2.000 anos e um prestígio de 2.000 anos, passe a trabalhar em função do outro internacionalismo. Esse que é o ponto crítico do Concílio. Então, toda essa questão dos documentos do Concílio, né? Toda essa guerra dentro do Concílio, que foi uma guerra, uma barbárie! Porque os progressistas dentro do Concílio tinham todas as vantagens que você possa imaginar. A única reação que teve contra eles foi a do Dom Lefebvre, né? Que falou muito. Fala um pouco do papel de Dom Marcel Lefebvre. Então, Dom Marcel,
quando ele tomou conhecimento de que haveria um Concílio, ele foi otimista com relação ao Concílio. Ele achava que realmente era o momento da Igreja fazer um Concílio para... Condenar os erros modernos e finalizar aquilo que foi iniciado no Concílio Vaticano Primeiro. Dom Marcelo Lefebvre sempre foi um homem de posição equilibrada; então, ele era um antirrevolucionário, ou seja, todas aquelas ideias que predominaram na Revolução Francesa de 1789 eram contrárias à Igreja Católica e à vida saudável. Porque, na realidade, a Revolução Francesa, o resultado dela e dos valores da Revolução Francesa, é a degradação do homem. Como
nós estamos vendo hoje, nós temos os frutos maduros. E Dom Marcelo Lefebvre, ao mesmo tempo que era contra isso, ele não era contra a ciência, não era contra a tecnologia; achava que essas coisas eram boas. Então, a posição de Dom Marcelo Lefebvre não é nem a posição de um conservador que aceita os valores da Revolução Francesa, mas rejeita algumas coisas da modernidade, mas também não é de um reacionário que quer que o mundo volte para trás. Exatamente, então Dom Marcelo sempre teve essa posição equilibrada. Só que ele não compreendia as forças que estavam em jogo
nos bastidores do concílio, porque boa parte da vida eclesiástica de Dom Marcelo foi na África. Então, quando ele chega para o Concílio, ele chegou assim, meio… isso, de certa maneira, preservou ele também da contaminação modernista que predominava. E ele teve uma boa formação teológica em Roma; ele não estudou, não fez seminário na França, ele fez em Roma. A França estava totalmente contaminada pelas ideias, tanto de esquerda quanto ideias liberais, totalmente. E ele teve um bom mestre, que foi o padre Leflock. Então, teve uma formação muito sólida, contra-revolucionária, contra o liberalismo. A principal bandeira de Dom
Marcelo Lefebvre era contra o liberalismo. Essa ideia de combate ao comunismo vai chegar depois, com esse pessoal que veio da revista Catolicismo, que se formou primeiro para combater o comunismo e depois vai incorporar outros temas. Então, Dom Marcelo Lefebvre foi chamado para fazer parte dessa comissão preparadora, e é aí que ele começa a tomar conhecimento do confronto que está se dando. Porque, assim, no momento que ele conhece Dom Maer, ele conhece em 64, se não me engano, em 64, que ele conhece Dom Maer. Dom Maer já estava nessa luta contra o comunismo, junto à TFP.
Só que o problema foi ter reduzido o combate do Concílio a essa questão comunista. Esse é um dos problemas da TFP, porque ficou olhando muito para o comunismo e tinha outros problemas, e ainda continuam, porque isso virou uma coisa anacrônica. A gente vê até hoje a TFP e outros grupos ligados à direita sempre com esse mesmo foco, anticomunista, e não vê que, como diz o Camilo, passou. Porque é bem observado, eles ficaram num foco e tinha que ter outras questões mais sérias e mais profundas. Quem estava de olho no que estava acontecendo de mais profundo
nos bastidores do Concílio era o Leon de Ponan. Leon de Ponan foi um Conde francês, escreveu livros sobre a Revolução; tem o livro dele, "As Forças Ocultas da Revolução". Ele, durante o Concílio, ficava desesperado para poder passar pros padres o que estava se passando, o perigo que a Igreja corria. Ele provavelmente foi um dos autores do complô contra a Igreja. Foi um livro que foi escrito com muita pressa para fazer todo um histórico dessa luta de 2000 anos e para que os padres entendessem que o que estava em jogo ali era muito mais do que
simplesmente a questão contra o comunismo. É preciso entender um pouco de história para a gente entender também o que é triste nesse Concílio Vaticano II. Os padres não foram lá, não eram bem formados, eram mais de sei lá, quase 3000 padres. Você teve uma pequena equipe fazendo o TFP Internacional, que era um comitê criado ali, meio que às pressas, eram pouquíssimos. Se tivesse, acho que uns 300 já era muito, era muito pouco, cerca de 10% de todos. E os progressistas tinham todo o aparelho midiático. Quem controla a mídia? E tinham todos os recursos tecnológicos, e
tinham muito mais do que isso, porque eles tinham o Papa do lado deles. E o Papa sempre estava do lado dos progressistas. Então é muito famosa a situação quando o cardeal Bea envia o IV Concílio para aquela sinagoga de Estrasburgo, e às vésperas do Concílio, para recolher as exigências que os judeus tinham com relação à Igreja Católica. Então, no fundo, no fundo, a ideia era mudar a doutrina da Igreja, era transformar a Igreja Católica em outra coisa, numa espécie de ONG, exatamente a serviço da ONU. Uma espécie de sucursal da ONU, para que, mais tarde,
essa sucursal da ONU virasse ela mesma uma espécie de ONU das religiões. Ou seja, ela usasse o prestígio de 2000 anos, que não é pouca coisa, para que assim passasse a liderar um projeto a favor da unidade do gênero humano, que é essa a causa final do Concílio Vaticano II. O Concílio Vaticano II foi feito para promover a unidade do gênero humano. Então, você pega os documentos do Concílio, você faz uma leitura… é muito chato ler documentações do Concílio, eu cheguei a ler e realmente é muito chato, mas para você ler, é bom você ter
uma palavrinha-chave, que é o humanismo. E aí você consegue decifrar aquilo que eles deixam em premissas. As conclusões, eles... Tiram, depois, né? Porque eles sabiam bem o que eles pretendiam fazer. Então, eh, Dom Marcelo e Fevre, eh, seguindo, né, essa direção do tetos, esse combate do chetos, eh, ele acabou sendo um pouco ingênuo durante o Concílio. Tanto é verdade que apenas dois documentos ele não assinou do Concílio: o documento da liberdade religiosa e a Gudia desp. Ele não assinou, mas os outros todos ele acabou assinando, até porque ninguém podia imaginar que o Papa estava com
o objetivo de destruir a Igreja Católica. Ninguém podia imaginar que um Papa tinha essa intenção de destruir a Igreja Católica. E era exatamente isso que acontecia. E depois ele vai fazer uma coisa, talvez até pior, que mudar a missa, né? Pois exatamente é. Então, mas antes de falar disso, vamos repassar os patrocinadores da Tomar um pouco de água. Então, nós, eh, recomendamos a Tod, a Escola da Verdade Histórica contra os erros comunistas e também dos liberais. Temos a Escola de Idiomas Bway e Diss de inglês, né, do Jonas Bressan. Você que não sabe inglês tá
perdendo tempo. Temos o meu método de estudo, método Ler, Investimentos no Exterior com a Guardian Trust Capital. Aliás, nós vamos conversar com a Nanda Guardian breve. E, por fim, eu recomendo o Dr. Daniel Toledo para quem quer sair do Brasil. Muito bem, vamos para a nossa segunda parte aqui. Eh, bom, pode continuar no que estava comentando mesmo, então, e o... acho que não vai dar para pegar tudo, né? Talvez a gente falinda um pouco das irmãs Lúcia. Acho que muita gente tá curioso com essa história, e que também faz parte de todo esse... se quiser
já pegar um gancho com a irmã Lúcia, sim. Eh, mas só para finalizar, né? Então, o Papa, eh, Paulo VI. Ele é uma figura, eh, trágica cômica. E a gente nunca pode usar, né, completamente. Ele, logo que foi, ele que recebeu a visita de Abrão Hesel já quase pro fechamento do Concílio, da quarta sessão do Concílio, e a pressão para fazer o documento Nostra Aetate, né? É, Nostra Aetate. É esse documento que trata da relação da Igreja Católica com todas as religiões não cristãs. O objetivo aí, esse é o documento mais escandaloso, né, do Concílio
Vaticano II. É uma declaração, eh, a Igreja no Concílio Vaticano II emitiu, acho que, três declarações que são declarações pro mundo, né, pro mundo todo. Eh, duas delas são horrorosas, que é a Unitatis Redintegratio, que trata sobre essa unidade das religiões e o ecumenismo, né, em si, e essa outra que é horrorosa, que é a Nostra Aetate. Quem deu essa ideia de fazer uma Igreja, fazer com que a Igreja refletisse a de intra e a de extra foi o Suenan, aquele Cardeal horroroso belga, né, que é um dos pais da renovação eclésiatica, diga-se de passagem.
Por isso que você fala que o Reno se lançou no tipo, né? Colar o Reno lançou. Exatamente. Então, tudo de ruim veio daquela região ali do Reno. Roma não estava preparada para lidar com esse problema. Eles imaginavam uma outra coisa, imaginavam que fosse lidar com outras coisas, problemas menores, sabe? Mas, no entanto, a coisa era muito mais profunda. É por isso que eu digo que foi um momento muito ruim esse Concílio. Ninguém estava preparado porque os acontecimentos históricos, como o acontecimento da Segunda Guerra Mundial, que tem um impacto imenso, não pode ser avaliado em 15
anos. Eh, como é que pode? A guerra acaba em 45 e, em 1960, você acha que já entendeu o que se passou na Segunda Guerra Mundial? Né? Nenhum historiador pode se atrever a fazer uma coisa dessas, muito menos num acontecimento de impacto como foi a Segunda Guerra. Até hoje a gente não compreende o que foi a Segunda Guerra Mundial. Ainda muita coisa precisa ser esclarecida. Então, não se pode fazer um Concílio com base naquilo que se presumiu ser o resultado final da Segunda Guerra Mundial, uma guerra sempre contada pelos vencedores. Né? A gente precisa avaliar
bem essas coisas com certo espaço de tempo. E essa ingenuidade dos Papas, altamente, eh, condenável, altamente nociva para a Igreja, né? Eu digo isso, né? Eles não tinham direito de fazer isso. Eram Papas, tinham autoridade, autoridade para fazer, mas foram imprudentes, foram imprudentes e caíram numa cilada, numa grande armadilha. E hoje a gente tá vendo aí o resultado disso tudo, né? Por isso a questão, por exemplo, da irmã Lúcia, né? Então, a gente quiser comentar lá no seu canal o trabalho que você fez, vontade. Exato. Eu, em 2012, mais ou menos, né, eu tomei contato
com algumas fotos da irmã Lúcia, né? E a irmã Lúcia é um assunto, eh, que marca bem isso que nós estamos falando, né? Porque se são capazes de fazer uma substituição da vida em Fátima, você tá convicto que ela foi substituída? Sim, sim. Porque até então a gente tinha comparações de fotografias, né? Eh, essas fotografias foram analisadas pela Mary Hovart do Tradition in Action, e as fotografias por si só já dão uma base de que nós estamos lidando com duas pessoas bem diferentes fisicamente, né? Eh, o que eu fiz foi acrescentar um outro dado, porque
eu fiz as esculturas com base nas fotografias. Eu tinha alguma experiência em fazer esculturas, né? Eh, eu sou bom anatomista, entendo bem de estrutura facial, inclusive cheguei a fazer um relatório que eu enviei lá para o Sister Lucia Truff, que foi, né, um blog criado pelo Dr. Rovski, Peter Rovski, para tratar desse tema. Então, até 2018, essa coisa da irmã Lúcia falsa foi mais ou menos tratada como a coisa de teoria da conspiração. Isso, exatamente! Coisa de doido, coisa de doido que não tem fundamento e tal. Mas quando o Dr. Rovsky criou esse blog, Sister
Lucy Truff, ele acrescentou um elemento, um dado muito importante, que é a questão forense. Então, quando a gente trata de um crime, é necessário que a gente tenha uma análise de peritos forenses. Esta análise de peritos forenses é mais importante do que a análise de um historiador. É por isso que são os peritos que determinam, né, numa investigação criminal, quem é culpado ou quem é inocente, com base na perícia, né? Então, esse é o trabalho que o Dr. Rovsky vai fazer. Ele vai contratando peritos nas diversas áreas, pessoas que não têm comprometimento com a causa
católica nem com essa história do Concílio Vaticano II. Desculpa ignorância, não daria para fazer um exame de DNA? Alguma coisa para fazer um exame de DNA é muito complicado, porque teria que ter alguém da família disposto, né? E isso tem um outro complicador. Eu vou chegar um pouco mais adiante nesse complicador, mas primeiramente nós temos que nos basear nas evidências. A evidência é sempre a certeza da verdade. Então, a gente precisa, no primeiro ponto de investigação, nos basear na evidência, as evidências forenses. Depois, a gente vai tentar responder perguntas, mas essas perguntas que a gente
vai tentar responder não são tão importantes quanto a evidência forense, porque uma vez que você prova cientificamente que um crime foi cometido, esse é o mais importante. O crime foi cometido; saber quem cometeu, como cometeu, quando cometeu são questões periféricas que são secundárias a partir do momento que você conclui que o crime foi cometido. E esse foi o tratamento dado ao caso da irmã Lúcia pelo Dr. Pire Rovsky. Então, ele contratou cirurgiões e peritos em dentição. Inclusive, ele contratou uma senhora chamada Luis Gibson, que é perita em reconstrução facial. Ela trabalhou, inclusive, tá no Guinness
Book, ela é capaz de reconstruir um rosto usando a estrutura óssea do crânio, né? Então, são profissionais gabaritados, e todos eles concluíram a mesma coisa: a figura A não é a figura B. Isso é muito espantoso, né? Todos concluíram a mesma coisa. Aqui, fazendo um advogado do diabo, eles não tinham poucos elementos para ir, só fotos. As fotos, basicamente, eram eu que acrescentei a escultura, porque aí você tem um elemento tridimensional; a sua escultura é baseada na foto, obviamente baseada na foto, mas assim você analisa as transformações que aconteceram com a Lúcia de 1948, que
é quando ela vai ingressar no Carmelo de Coimbra, né? Até então, ela era irmã Dorotéia. Então, mas aí que tá: ninguém denunciou isso, e os parentes dela... Pois então, porque você apresenta uma pessoa com quem você teve convivência. Essa pessoa só mesmou uma pessoa B, você estranharia. Ó, não é a mesma pessoa! Então, aí nós estamos entrando nos aspectos adjacentes. Então, o primeiro ponto é: bom, a figura A não é a figura B. Tecnicamente, não é possível que seja a mesma pessoa. Então, vamos deixar isso de lado. Agora, vamos tentar responder a essas perguntas, e
a gente vai entrar num labirinto que é muito complicado, porque a gente tem que lidar com muitas coisas que não são agradáveis, entende? Então, por exemplo, a irmã Lúcia até 1948 era uma irmã Doroteia na Espanha. Ela vai para o Porto e fica um tempo lá na região de Vila Nova de Gaia, próximo ao Porto. Que ano que ela vai? 1946. E aí, ela manifesta o desejo de se tornar uma irmã Carmelita. Bom, o Carmelo de Coimbra, esse Carmelo de Santa Terza, lá em Coimbra, ele foi reaberto em 1946, durante... ele é do século XVI.
Depois que teve a república em Portugal, não... não é mais antigo; não, ele é do século XVI. É só que eu estou confundindo com... estou confundindo com aquele que a... aquela... a Santão... coisa foi... mas não era o Carmelo. Tem razão, é o Carmelo de Coimbra. Ele ficou muito tempo depois da proclamação da república em Portugal, sob o domínio do exército. Ele foi desativado e ficou como um quartel, e só a partir de 1946 é que ele foi reativado. Então, dois anos depois, a irmã Lúcia ingressa ali meio que contra a vontade dela, porque ela
queria ser Carmelita, mas ela não queria Coimbra, lógico, né? Ela pensava em Coimbra, ela pensava no Porto mesmo, né? Fátima não, ela não pensava em Fátima de jeito nenhum, por causa de tanta coisa das peregrinações e tudo mais, né? Ela pensava também em Viana do Castelo, mas ela não pensava jamais em Coimbra, né? Mas, assim, surpreendentemente, quem assina o documento que manda ela para Coimbra não é ninguém menos do que o Montini, futuro Papa Paulo VI. Foi ele que determinou o ingresso dela no Carmelo de Coimbra. Então, quando ela entra no Carmelo de Coimbra, essa
Lúcia que era irmã Dorotéia desaparece de uma certa maneira, porque nesse processo desse translado dela, ela faz toda a extração dos dentes e ingressa sem os dentes. Depois, ela vai usar uma prótese dentária. Nós temos algumas fotos desse período que provam que ela usava uma prótese dentária. Mas por que ela tirou os dentes? Ela teve uma doença, né, e essa doença, bactérias e tudo, se generalizou pela arcada. Dentária dela. Ah, então não foi necessário. Não foi por estética, né? É, não foi por estética, não foi necessário. Foi necessário ela, mas ela não esperava arrancar todos
os dentes. Ela sentiu uma dor de dente, ela vai ao dentista, e o dentista que determina que tem que arrancar tudo, né? Ela fica surpresa com essa decisão de arrancar todos os dentes e a maneira como foi feita essa tração, porque foi muito rápido. E, cada vez que ela ia, tirava dois, três. Nossa, deve ter sofrido horror. E quando ela entra no Carmelo de Coimbra, ela estava exatamente sem os dentes, já estava no meio desse processo, né? E, no momento em que ela entra ali, ela desaparece. Tem algumas fotos dela, né? Mas a gente sabe
que a partir daí, no início dos anos 50, os parentes que iam visitá-la não tinham acesso direto a ela, porque lá tem uma grade. Essa grade, entre os quadradinhos, né, você tem pontas, não dá para você enfiar o rosto ali muito perto, não entendeu? E ela sempre com véu preto, as carbit usavam véu preto cobrindo todo o rosto e nunca sozinha, sempre acompanhada de outros, né? E só com permissão de Roma, entende? A família dela não tem mais contato com ela depois que ela vai para Coimbra. A família dela, que era ali da Justru em
Fátima, não tem mais contato com ela. Esse contato passou a ser muito escasso. Então, você tem aí, né, uma primeira geração de pessoas que foram muito próximas da irmã Lúcia — pessoas que eram mais velhas do que ela, como os pais de Francisco e Jacinta, por exemplo. Os pais dela, os pais de Jacinta, morreram em 1956, mais ou menos. Os pais da Lúcia já tinham morrido na década de 40. A mãe dela morreu, acho que em 1942. O pai já tinha morrido antes. Para reconhecer a fraude, teriam que ser as irmãs, que eram as que
estavam mais próximas dela, que já fazem parte dessa geração da própria Lúcia, não a da anterior. Esses já tinham falecido no início dos anos 60. Então, a tese que a gente defende é que essa substituição foi feita em algum momento entre 1959 e 1960. Foi feita essa substituição. E o problema é que, a partir daí, nós vamos entrar nesse outro assunto, gerou-se todo um interesse por Fátima, e toda uma peregrinação a Fátima, e todo um comércio que gira em torno disso, dessa história toda. Quando você pergunta para mim sobre o exame de DNA, um dos
problemas é esse, porque aquela região ali do entorno de Fátima era propriedade da irmã Lúcia, da família da irmã Lúcia, e os parentes da irmã Lúcia, e todos eles têm negócios ali. Não estou acusando nenhum deles disso ou daquilo, mas só para dizer que é contraproducente para os negócios da família mexer com uma história dessas, não é interessante mexer com uma história dessas. Agora, se você me perguntar se as pessoas ali têm dúvidas sobre isso, eu respondo que sim. Tanto em Coimbra quanto em Fátima, tem relatos disso. Gente, tem relatos disso. As pessoas duvidam, só
que as pessoas que são mais ligadas à família não vão colocar isso a público, né? Porque tem muitos interesses da família, mas isso está relatado. Aonde? Essas pessoas são testemunhos de pessoas que conhecem, que já estiveram lá, perguntando e tal. Hum, então assim, não é uma história absurda. Não é uma história absurda, né? Agora, o outro problema são os interesses, né? Qual é o interesse em substituir a irmã Lúcia e colocar uma substituta? Isso parece uma coisa de filme, né? É, parece coisa de filme. Agora, a primeira pergunta que você pode fazer é a seguinte:
seria possível fazer isso? Se você perguntar para mim se era possível substituir um Pomma CNE e colocar um Sz do Pom Macart, eu vou dizer que é impossível, porque Pom Macart era uma figura pública que tinha aparições constantes em público, disco show, fotografia para tudo que é lado. A mesma coisa com Paulo VI. Mas quando a gente fala da irmã Lúcia, a gente tem que avaliar que existem outras coisas que poderiam facilitar essa substituição. Ela era uma irmã de clausura que usava um hábito que cobria bastante, né? A questão da dentadura e tudo, né? Então,
assim, são fatores que facilitariam uma substituição. Nós temos poucas imagens da irmã Lúcia verdadeira, mas, por acaso, nós temos um filme dela quando ela visitou, depois de tantos anos, né? Que ela tinha saído de lá de Fátima, no início da década de 20. Ela vai para Lisboa e depois retorna para o local das aparições, só, né? Na década de 40, 1946, pouco antes dela entrar no Carmelo de Coimbra. Então, você tem essas imagens e filmes dessa ocasião. Isso aí está no YouTube, está no meu canal. Tem vários, né? Inclusive, no meu canal, eu demonstro que
uma é canhota e a outra não. Quem que é canhota? A verdadeira. A verdadeira canhota, porque tem uma cena nessas imagens que é bem interessante: ela vai ao poço para poder beber água, poço das aparições do anjo, né? Esse local está preservado e ela bebe água. Naquela época, era costume pegar uma folhinha de, não sei se é couve ou alguma coisa parecida. Elas faziam uma conchinha com essa folha e bebiam água ali. E ela faz tudo isso com a mão esquerda, inclusive leva a água até a boca com a mão esquerda. Eu coloco paralelamente a
isso, né, o filme da outra, da falsa irmã Lúcia, no mesmo lugar, bebendo água no mesmo lugar, com a mão direita. Entendeu? Com a mão direita. Agora, se elas são pessoas diferentes, como você está afirmando, e a caligrafia é toda falsa, então, depois de 1957, tudo que é atribuído à irmã Lúcia em termos de caligrafia ou texto, né, que não é manuscrito, é falso. Não, mas eu digo, mas algum especialista de caligrafia comparou? Sim, sim. O Dr. Rovski contratou um perito em caligrafia e ele determinou que todos os escritos manuscritos atribuídos à irmã Lúcia são
falsos. Então, aqui a gente tem um outro ponto de inflexão importante, né? Que é a historiografia de Fátima. A historiografia de Fátima nunca levou em consideração essa possibilidade de uma falsa irmã Lúcia, né? Embora várias evidências, mudança de comportamento, aceitação do Concílio e tantas outras coisas parece muito estranho. Mesmo é uma filmagem que ela beija a mão do Papa durante a comunhão. Isso é completamente... Exatamente! Exatamente! Depois, a entrevista que ela deu em 1992, né, em que ela diz que a consagração da Rússia foi feita por João Paulo I e que Goroba Chove foi um
instrumento de Deus para a paz mundial, e que Deus aceitou essa consagração da Rússia feita por João Paulo I. Para fechar essa história de que o Papa, o Papa vestido de branco, né, da visão do terceiro segredo, era o João Paulo I... Então, esse tipo de comportamento na ocasião dessa entrevista em 1992 chamou a atenção do próprio Carlos Evaristo, que foi... O Carlos Evaristo, ele era do Blue Arm, que é o Exército Azul. Eu já vou contar a história do Blue Arm, desculpe se eu estou atropelando um pouquinho, porque é muita informação. E foi ele
que foi escolhido para ser o intérprete dessa entrevista que a irmã Lúcia deu para dois cardeais que vinham da Ásia. Nessa entrevista que ela diz essas coisas que deixam todo mundo assombrado, essa entrevista foi filmada, mas na ocasião as imagens não foram divulgadas. Foram divulgadas só depois, mas a transcrição sim. E essa entrevista deixou todo mundo desconfiado de que aquela mulher não era a irmã Lúcia. Essa desconfiança esteve presente com o próprio Carlos Evaristo, porque quando o Carlos Evaristo terminou de gravar essa entrevista, ele foi à polícia de Portugal para dizer: "Olha, essa mulher não
é a irmã Lúcia". Sério! É sério! Ele vai à polícia! Então, foi aberto um inquérito. Assim, não em... A polícia não abriu o inquérito porque, quando o Carlos Evaristo fez a denúncia, a polícia falou: "Olha, recomendou que ele procurasse um especialista nessa área, que era o Dr. Zug Gabi", que é outra figura suspeita, né? Isso aí tem um romance policial, tem romance. Por isso que eu estava escrevendo o livro. Eu estou escrevendo um livro, é romance policial. Romance policial é pior do que o Código da Vinci, né? Mas é uma história real que precisa ser
escrita por alguém, né? Porque envolve muita coisa. Escreva sobre isso! Você que teve habilidade de fazer aquelas culturas entende bem. Aí tem muita coisa que envolve isso tudo, entende? Então, outra pessoa que suspeitou foi o próprio padre Nicolas Gruger, que foi quem fundou o Fátima Center, né? Ele também ficou desconfiado disso. O próprio Malachi Martin tem na introdução do livro do Christopher Ferrara sobre o padre e de Fátima, que é sobre o padre Nicolas Gruger. E tem na introdução que o próprio Malachi Martin fala que aquela mulher não era a irmã Lúcia. O próprio padre
Ress também fala isso. Então, quer dizer, era uma coisa que as pessoas desconfiavam. Só para dizer isso, entende? Só que ninguém levou a coisa até as últimas consequências. Então, quem vai iniciar esse trabalho de buscar respostas para isso a partir de uma investigação forense é o Dr. Rovski. Só que a gente esbarra com uma série de obstáculos com relação a isso daí. Primeiro porque ninguém quer comprar essa briga, né? Ninguém quer se expor. E se você conversar com qualquer pessoa da tradição que estudou um pouco o assunto, né, eles vão dizer para você que não
é possível que seja a mesma pessoa e que a possibilidade de ter havido uma troca é bem real. Agora, então, a segunda pergunta que fazemos é: quem fez e por que fez? Então, e quando? A gente imagina que provavelmente isso vai se dar depois da última entrevista dela que a gente conhece, que foi a entrevista de fato dela com o padre Augustin Fontes, né, no final da década de 50. E então foi entre 1957 e 1960, porque ela vai ter um espaço interregno aí de 1957, dessa entrevista com o padre Augustin Fontes até 1967. São
10 anos que ela não aparece. Ninguém sabe o que acontece com ela. Ela só vai reaparecer em 67, quando o Papa Paulo VI vai à Fátima, no cinquentenário de Fátima. E nessa apresentação que o Papa Paulo VI faz, ele usa a irmã Lúcia, ou a falsa irmã Lúcia, a favor do Concílio. Aí já tem foto dela. Aí já tem... É a primeira foto, vamos dar número dois, é a primeira foto, primeira foto, 1967, as imagens dela, e a última foto da Lúcia número um, ah, a da Lúcia número um é por volta de 1954. Daí
para diante. A gente já não tem certeza, e essas fotos são bem diferentes de pessoas. A gente percebe que tem fotos dela depois da extração dos dentes, que a gente percebe que é a mesma pessoa, né? É um ponto muito, muito básico, né, nessa questão facial. Primeiro, é a região, né, da mandíbula. Então, tem pessoas que têm formatos de rosto chamados braquicefálicos, que têm isso aqui um pouco mais largo; é o caso da minha esposa, por exemplo, que tem isso aqui um pouco mais... né? E tem pessoas que são dolicocéfalo, ou seja, que têm isso
mais afinado, como é o meu caso, por exemplo, né? Isso não muda nem com a idade. Só se for uma cirurgia plástica ou sei lá o quê, né, para poder fazer essa modificação. A pessoa poderia engordar e mudar, mas mesmo assim essa estrutura do osso aqui, né, ela não vai mudar; pelo contrário, a tendência é diminuir a massa óssea com o tempo. Então, quando a gente olha a irmã Lúcia 1 e a irmã Lúcia 2, a gente percebe a diferença no queixo, porque, enquanto a irmã Lúcia 1 tem esse queixo retraído, a irmã Lúcia 2
tem um queixo projetado para frente e bem quadrado, né? Então, ela é braquicefálica e tem um queixo projetado para frente. Esse osso, né, da mandíbula dela é bem característico, e na irmã Lúcia 1 você não vê isso; você vê um rosto com um queixo completamente retraído, né? Poderiam argumentar: "Ah, como ela extraiu os dentes, aquilo lá ficou mudado e tal", mas o cirurgião-dentista fez um laudo pericial demonstrando, e é uma pessoa de renome. Tá tudo lá no site do Cister Lu e eu, pessoalmente, também fiz entrevista com vários cirurgiões-dentistas, mostrei as fotografias e todos eles
falam: "Olha, isso é impossível. Isso é impossível". Outro detalhe é a dentição superior da irmã Lúcia, isso aqui a gente chama de maxilar, né? Então, você tem o arco dental. Aqui, na irmã Lúcia 1, esse arco dental dela é bem apertado, é bem estreito; ela tinha uns dentes grandes, e por isso que vai provocar aquela dentição deformada que ela tinha, né? O que vai provocar muitas cáries e depois vai forçar uma cirurgia de extração de dentes. Então, ela tinha um sorriso apertado, né? E o sorriso da irmã Lúcia 1 é muito característico. Quando a gente
compara com a irmã Lúcia 2, a gente vê uma diferença muito gritante, porque, enquanto a irmã Lúcia 1 faz uma curva de sorriso para cima, a irmã Lúcia 2 faz uma curva de sorriso para baixo, né? Isso não seria provocado por uma prótese dentária, mas há um outro detalhe também. Nós estamos fazendo uma análise daquilo que é possível ver no rosto dela, porque com hábito cobre muita coisa, e também tem questão de altura que não dá para avaliar exatamente; não dá para avaliar, mas a gente presume que a irmã Lúcia 2 é mais baixa que
a 1, né? Mas também não dá para cravar isso daí, porque com a idade a pessoa vai ficando mais arqueada. Então, não dá para a gente cravar isso. Uma coisa que dá para cravar, por exemplo, é essa questão do arco superciliar, esse osso que existe aqui acima dos olhos. Essas são coisas que são muito características nas pessoas e que não mudam nem com a idade, né, e nem com a gordura, com o aumento de peso. Você pode ver, por exemplo, que eu tenho isso aqui muito característico. Esse meu arco superciliar é muito projetado para frente,
né? Isso vai influenciar na formação das rugas da testa, porque elas vão mais ou menos acompanhar isso. É como uma impressão digital; isso vai ser diferente em cada pessoa. E quando a gente analisa a irmã Lúcia 2, a gente vê que ela tem o arco superciliar muito projetado para frente, enquanto que a irmã Lúcia 1 tem isso mais redondo. Como é mais feminino, as mulheres são mais características de ter essa curvatura da testa e esse arco superciliar mais suave do que os homens. Os homens, geralmente, têm isso aqui mais pronunciado. Então, assim, são características de
especialistas. Agora, existem outras também, os olhos. Isso tem suas razões, porque a irmã Lúcia 2 usava óculos fundo de garrafa, né? Você já viu o Superman? O Clark Kent coloca um óculos ali como disfarce dele, né? E, para uma freira que usa tudo de hábito cobrindo tudo e você põe um óculos fundo de garrafa que aumenta seus olhos, né, faz uma mudança significativa. E dá para perceber que os olhos seriam diferentes, sim, sim, são diferentes. Os olhos da irmã Lúcia 2 são menores, não pela cor, mas pela... a cor, a gente sabe que é diferente
também, porque existe uma descrição da irmã Lúcia 1 feita pelo Thomas Wash, né? E ele diz que ela era morena, enquanto a irmã Lúcia 2 é claramente branca, muito branca. Entende? E são peritos que estão. Existem vários relatórios forenses no site do Dr. Rovsky. Ele ainda está trazendo mais; ele tenta o DNA, mas é muito difícil conseguir, porque se a irmã Lúcia D fosse algum parente da família que de alguma maneira aceitou a outra... outra resposta para a questão da família é a obediência. Então, olha, não é essa daí, é a Lúcia e tal. Se
fala mais nisso, e quem está falando é a Igreja. Então, né, como vai se dizer que o Papa mente? Essa irmã se submeter, né? Número dois: isso, isso é muito difícil de... né, mas assim, é um fator, né? Eh, que torna o exame de DNA um pouco mais difícil. E o outro fator difícil é como é que vai conseguir uma amostra de DNA da falecida, da Lúcia Dois, falecida, dos parentes, né? Parentes de um... se a gente está presumindo que ela é falsa, né? Eh, como... mas se você está presumindo que ela é falsa, você
não... não daria para arrastrar quem poderia ser possível, esse aí é o ponto da pesquisa do Dr. Rovski. Agora, ele supõe que ela seja Diu, né? Eh, pelo sotaque, então é uma linha de investigação para tentar descobrir quem é a Lúcia Dois e, a partir daí, confrontar DNA. Em Portugal, não tem essa discussão; tem, mas nos bastidores, ninguém vem a público falar sobre isso. A maior especialidade sobre essa questão toda, né, da irmã Lúcia e tal, autoridade entre aspas também, porque não chegou a esse... né, era o famoso Ed Vacantia e a Daniella. Ele morou
lá em Austrália, mas ficou inteiramente convencido de que era a mesma pessoa que foi enganada pelo Concílio Vaticano I e tudo e tal e, por obediência, né, acabou apostatando. Então, segundo Arai Daniele, a irmã Lúcia, em algum momento, se perdeu e não acredita que foi... não, ele prefere acreditar que ela apostatou. Que ela é... só que tudo isso, né? Eh, é antes de dois fatores importantes que a historiografia de Fátima não considerou, até porque, né, esses fatores são posteriores a toda a historiografia de Fátima. Se você pega o padre Michel de la Trinité, que diz
que é a obra mais completa sobre Fátima, né? Eh, esses dois fatores que eu vou citar, ele não considera. O primeiro fator é de que a irmã Lúcia um não é a irmã Lúcia do... né, ele não tinha... as fotografias, mas ele escreveu na década de 80 que ele finaliza isso, né? Então, ele também não conheceu o texto do terceiro segredo, que só foi publicado em 2000. Esse aqui também é um outro fator, mas o fator fundamental é o diário da irmã Lúcia, porque todo mundo conhece as Memórias da irmã Lúcia. A irmã Lúcia escreveu
Memórias na década de 40, 1942 publicou a última, a quarta memória. Mas ninguém sabia que ela tinha um diário, e o diário é diferente de uma memória. Entende? A memória você está escrevendo sobre alguma coisa; perceba, o diário você escreve em tempo. Então, em 2013, o Carmelo de Coimbra... eu estive lá na ocasião e adquiri o livro, publicou um livro chamado "Sob um Olhar de Maria, Um Caminho Sob o Olhar de Maria", que é um livro... eh, partes dos diários da irmã Lúcia que foi publicado pela primeira vez em 2013. De que época são esses
diários? Esses diários vão até quando ela escreve o terceiro segredo, 1944. Então, é a verdadeira irmã Lúcia... aí é a verdadeira irmã Lúcia. E se você pega os diários e você vê os detalhes ali, é muito interessante porque ela revela muita coisa que a gente encaixa nesse quebra-cabeça. Por exemplo, essa questão toda que eu te falei dos... que isso acontece meio que à pressa, né, sem que ela esperasse e tal. Esse translado para Coimbra, a participação do Montini nesse translado para Coimbra... como foi que Montini agiu para que ela fosse para Coimbra? Então, ela vai
dando os detalhes. O mais importante desse diário da irmã Lúcia é o que acontece antes e depois que ela escreve o terceiro segredo. Então, ela escreve o terceiro segredo em momento de pressão; ela não consegue escrever esse terceiro segredo de jeito nenhum porque você tem um segredo em três partes. E a primeira parte é a visão do inferno, a segunda parte é todo o desdobramento do fim da Primeira Guerra Mundial até o pedido de consagração da Rússia. Eh, e a terceira parte ela simplesmente não escreveu, ela... né, ela tinha repulsa de escrever essa terceira parte
e ela vai escrever finalmente depois que ela adoece, e ela vai escrever lá em Tui, não em Coimbra; ela escreve em Tui, na Espanha, e ela está muito doente. O Bispo de Leiria, que era o superior dela, né, ele fica receoso de que ela morra sem escrever e ele dá ordem para ela escrever. E aí ela escreve, e ainda assim ela está com muita dificuldade de escrever; ela só escreve com a aparição de Nossa Senhora. Então, isso aqui é um dado que a gente só sabe porque está no diário dela. Então, ela diz que Nossa
Senhora apareceu para ela e disse para ela a seguinte frase: "Escreve o que te mandam, não o que te é dado conhecer da mensagem". Então, essa frase aqui é muito importante porque diz que fica muito claro que a irmã Lúcia tinha o conhecimento do significado daquilo que ela viu. Ou seja, o terceiro segredo é uma visão; não são palavras de Nossa Senhora, são coisas que ela viu e existe uma interpretação para essa visão que a Lúcia sabia, mas a Nossa Senhora não deu permissão para ela escrever sobre o que ela sabia do significado dessa visão.
Isso corrobora o texto que o Vaticano apresentou em 2000 e, de certa forma, né? Eh, afasta um pouco... afasta um pouco, não completamente, a ideia de um quarto segredo de Fátima, que a ideia do quarto segredo de Fátima seria a explicação escrita desse segredo. Bom, e quando ela escreve, Nossa Senhora diz para ela: "Escreve, lacra e escreve por fora para ser..." Aberto em 1960, aí essa ficou bem famosa exatamente por quê? Porque está escrito por fora do envelope que é para abrir somente em 1960, né? Eh, e a história interessante é que quando ela vai
lacrar o envelope, ela, isso, ela contando no diário, isso ninguém sabia até ler o diário, a dificuldade que ela teve para lacrar o envelope porque ela não conseguia ter a cera. Ela tinha que pedir para a superiora dela e ela vai, só que ela não pode dizer para que é, porque o segredo é tão segredo que nem a superiora dela podia saber o que era. E o segredo era tão segredo que, quando ela lacrou finalmente, ela aguardava com ele, não deixava nem na gaveta, né? Então, ela pede a cera para a superiora, a superiora pergunta
para que é, aí ela não responde. Ela fala: "não, deixa pra lá, não é nada demais". Aí, depois, a superiora pede para ela queimar uns papéis e ela vai na fogueira queimar os papéis. E, aí, ali no meio dos papéis, ela encontra um lacrezinho bem pequenininho e ela descreve que é tão pequeno que ela tem que pegar com alicate para derreter e, né, lacrar o envelope. Esse foi o envelope que ela enviou pro Bispo de Leiria. Agora, o interessante é que, quando o Soti escreveu este livro "O Quarto Segredo de Fátima", o cardeal Bertone, para
dar uma resposta ao Soti de que não havia quarto segredo, ele vai à televisão italiana e mostra o envelope. Então, ele vai mostrando o envelope como aquelas caixinhas de boneca russa, que você vai abrindo uma e tirando outra, né? Então, você tem um envelope grande que foi enviado porque o segredo foi colocado no envelope lacrado pela irmã Lúcia. Depois, o Bispo de Gurza leva esse segredo até o Bispo de Leiria. Tem uma foto do Bispo de Leiria com esse envelope escrito, né, para ser aberto em 1960, está escrito lá no envelope. O Bispo de Leiria
não lê o documento, apesar da curiosidade, né? Ele não leu, ele guardou dentro de outro envelope e ficou com ele até 1957. E ele só foi enviar em 1957 para Lisboa, pro Patriarca de Lisboa, que no mesmo ano enviou para Roma. Então, esse documento só chegou em Roma em abril de 1957. Só que, quando o Cardeal Bertone, na televisão, abriu o primeiro documento, esse que o Cardeal de Leiria manda pro Patriarca de Lisboa, ele tira o outro envelope, que é esse, né, que a irmã Lúcia enviou para o Bispo de Leiria. Só que esse está
com três lacres. Então, isso bate, não bate, com o descrito pelo diário da irmã Lúcia, que o lacre era tão pequeno que ela teve que usar um alicatezinho para dar um selo, mas você tem três selos. Então, isso levantou a minha suspeita de que, em algum momento, entre esse documento sair da irmã Lúcia e chegar até o Bispo de Leiria, alguém abriu e leu e depois lacrou de novo. Porque, depois disso, é que ele vai tirar o outro envelope que está escrito o segredo, finalmente, né? Eh, e sem lacre. Aí ele mostra o segredo de
Fátima. Então, assim, são esses detalhes do diário que precisam de um historiador para sentar e começar. Existem outros escritos da irmã Lúcia que não foram publicados em 2013, porque em 2013 ela escreveu parte do diário, alguma parte, mas tem mais coisa que eles têm com eles lá, entendeu? Ela faleceu... em que ano? Ela faleceu em 2005, em 2005, né? Eh, e então é preciso, nessas pesquisas, saber quem fez isso e por que fez. As investigações apontam para Zé Maria Escrivá e aqui que é um ponto crítico da história. Maria Escrivá, nessa história, sim. Por quê?
Porque Zé Maria Escrivá cria o Opus Dei em 1946, na Espanha, né? E, depois, o Opus Dei começa a criar uma... começa a desenvolver, né, e se transformar na potência que se transformou, eh, que nós conhecemos hoje. Eh, isso vai se dando com o apoio do Montini, eh, que era o secretário de estado do Pio XII. E, na década de 40, um pouco antes da irmã Lúcia escrever o terceiro segredo, né, o Escrivá faz uma visita à irmã Lúcia, né, lá em Tui, na Espanha. Então, isso está descrito nos arquivos do Opus Dei. Os historiadores
do Opus Dei gostam de contar essa história de que, na verdade, o Opus Dei se instalou em Portugal a partir dessa conversa da irmã Lúcia com o Escrivá e teria sido a irmã Lúcia que teria ligado para alguma autoridade lá em Portugal para facilitar essa introdução da obra, né, lá em Portugal. E isso de fato aconteceu. Ou seja, a obra vai para Portugal contra a vontade do Cardeal Cerejeira. O Cardeal Cerejeira e Escrivá não eram muito amigos, né? Por quê? Porque o Cardeal Cerejeira não gostava dessa intromissão do que o Opus Dei estava se tornando
e não queria isso em Portugal, e muito menos Salazar. Mas o que coloca Escrivá nessa linha de investigação é o interesse que ele tinha em Portugal na descolonização de Portugal, entende? Então, eh, o Escrivá foi um inimigo político do Cardeal Cerejeira e foi inimigo político do Salazar. O Escrivá tinha um interesse na descolonização do império português. Por quê? Porque era necessário que o Opus Dei assumisse toda essa estrutura que o Opus Dei tem hoje, que parte primeiramente da Espanha e Portugal, e daí você vai ter vários satélites na América em função disso, né, e em
outras partes do mundo. Então, a descolonização... O império Português tinha um interesse político para Escrivá, que queria substituir aquelas forças políticas da potência Colonial Portuguesa pelo trabalho do Opus Dei. Isso vai coincidir também com a ideia do Concílio Vaticano II, que vai trabalhar também nesse sentido. Então, um dos grandes promotores da destruição do processo de colonização que foi feito na África no século XIX também foi o Papa Paulo VI. Isso é bem sabido; em Portugal se comenta muito sobre isso. Pois é. Então, havia um interesse, e de certa maneira, ter o aval da irmã Lúcia
a favor do Opus Dei e a favor de Escrivá nesse processo seria muito útil, porque a irmã Lúcia era uma pessoa muito considerada uma santa em Portugal. Nossa Senhora prometeu o céu para ela. É exatamente por isso que é difícil dizer que a irmã Lúcia apostatou; esse argumento não procede. Portanto, a mudança de comportamento dela é muito estranha, é uma mudança fatal. Há um relato muito interessante sobre a hora da morte da Lúcia, que foi descrito pela médica dela. Ela estava em estado de coma, dormindo desacordada, e então veio o médico—não, o bispo. A médica
estava presente, e as irmãs fizeram um círculo em volta dela. Nesse momento, ela acorda desse transe em que estava, procura a madre superiora, que era a madre Celina, e a madre Celina, que por acaso também era cooperadora do Opus Dei, corre até ela e não deixa ela falar, apresentando um crucifixo para ela. Quando ela olha para o crucifixo, a expressão da médica que estava presente se espantou; ela reagiu com profundo espanto ao crucifixo, e então a irmã Lúcia faleceu. Assim, a última imagem da irmã Lúcia é dela espantada diante de um crucifixo estranho. É muito
estranho. Infelizmente, estamos chegando ao final da exposição. Havia muitos outros assuntos, mas infelizmente não deu tempo; o assunto é muito longo. Então, vamos às perguntas. Deixa eu ver aqui… Ah, agora que eu vi que estava pegando errado. Marco Antônio Correa, obrigado. Carlos Bezerra Silva pergunta ao Professor Carlos Bezerra: “Professor, o senhor poderia falar um pouco sobre a irmã Lúcia?” O que nós já comentamos. Obrigado pelo super chat, Maurício. Marco Antônio, Marco Antônio de novo. “Livro: Indispensável Vitória e Vencidos de Dom Tomás Aquino.” Marco Antônio de Oliveira pergunta: “Pergunta boa, Marcelo. Jesuítas e Opus Dei, você
quer comentar?” Sim, eu gravei um vídeo sobre isso, porque é como se fosse a esquerda e a direita da Igreja Conciliar. Então, chamamos de Igreja Conciliar a noção de igreja que foi determinada pela Constituição Lumen Gentium do Concílio Vaticano II. Eles começaram pela Lumen Gentium para criar uma nova ideia de igreja e, a partir daí, se faz um corpo doutrinal. Chamamos isso de Igreja Conciliar, essa ideia de que a Igreja de Cristo não é apenas a Igreja Católica, mas que a Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica, que é uma igreja ecumênica, tanto no ecumenismo
com os cristãos separados quanto com as religiões não cristãs. Então, dentro dessa estrutura eclesiástica que se formou pós-Concílio Vaticano II, nós temos duas forças que lutam entre si: a força Jesuíta e a força do Opus Dei. O Opus Dei é como a direita, e os Jesuítas, como a esquerda. Toda a agenda progressista, LGBT, toda essa coisa que estamos vendo hoje na igreja é em função de uma agenda Jesuíta que foi colocada em andamento definitivamente com o Papa Francisco, que é Jesuíta. Por outro lado, você tinha uma ação mais conservadora que foi levada adiante, sobretudo no
pontificado de João Paulo II, anticomunista. Esse anticomunismo é o motor por trás da ideia de Fátima, para dizer que a mensagem de Fátima é, sobretudo, anticomunista. Eu digo nas minhas aulas que o comunismo faz parte disso, mas quando Nossa Senhora diz que a Rússia espalhará seus erros pelo mundo, ela não se refere apenas ao comunismo, mas a outras questões. Isso está lá nas minhas aulas no canal. Tá certo, Marco Antônio? Esta aqui eu acho que é para mim: "Por favor, Marcelo, menos Olavo e mais Dom Marcel." Mas eu não tenho nada do Olavo, nunca li
nada dele nem me interesso por ele; nunca me interessei. Aliás, íamos falar um pouquinho dele também, mas isso vai ficar para outra oportunidade; podemos falar só disso depois. Mais recomendações, obrigado. TR Talk, ele está dando parabéns pela intervenção. Obrigado, TR Talk, pelo super chat. Guilherme do Vale: "Viva Dom Lefebvre! Viva Dom Lefebvre! Viva Dom Lefebvre!" Então é isso. Professor Carlos, agradeço muito a sua presença aqui e a sua boa vontade de vir de nova para São Paulo. Espero vê-lo aqui ou virtualmente; podemos combinar uma conversa virtual também, vai ser um prazer. Temos outras pautas para
comentar. Eu agradeço muito pelo convite. Obrigado a todos que nos acompanharam até aqui. Estou aberto a novas visitas, né? Ótimo! Muito obrigado, Professor. Então, agradeço a todos que nos acompanharam, especialmente aos que nos deram super chat. Muito obrigado a todos! Por aqui, então, ficamos. Agradeço especialmente, claro, ao Professor Carlos e ao David, que está ali nos bastidores. Agradeço a todos. Muito obrigado e ficamos por aqui.
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