[Música] eu sou o cara aí popular só davi é guarani do povo guarani aqui de são paulo né da terra indígena do jaraguá eu dou aula desde 2007 na escola da aldeia eu estudei fora da aldeia não estudei na escola pública fora então foi um dos poucos guarani ali que conseguiu estudar porque o preconceito era muito grande já fui expulso algumas vezes da escola eu mesmo sendo agredido foi expulso era espancado muitas pedradas já quantas vezes né ofensas racismos né pra mim o que mais marcou a minha vida com relação à escola do genoa quando
estudei na escola do branco porque meus primos tinha prima minha que ficava dentro do banheiro na hora do recreio não conseguia sair do banheiro né e andava escondido de cabeça baixa no youtube era brincadeira soavam colocar aquela índio foi 97 se eu não me engano quando o galdino foi assassinado em brasília então ea é nessa época estava no primário acha alguma coisa assim mas eu lembro que quando eu cheguei na escola depois desse fato de terem queimado ele né em brasília as crianças todas se juntaram para me esperar chegar na escola eu fui passando e
as crianças gritavam a seu pai morreu queimado bem feito pra vocês em dia tem que morrer queimado como é que é morrer queimado e seu pai e sua mãe também vai morrer queimada você vai morrer queimado vocês em dia tem que morrer queimado então eu vi aquilo eu lembro um pouco do sentimento é de entrar na sala de aula sentar ali né e está sempre passando por aquele tipo de ofensa brincadeira né se mostrava um macaquinho a professora mostrava um macaco no livro falava 'eu da via o partido da vice mostravam um tatu era meu
parente se mostrasse algum bicho do animalzinho do mato né e se mostrasse alguma questão indígena também não era muito preconceito então essa parte eu consegui terminar o ensino médio mas não foi nada fácil mas isso também de alguma forma valeu a pena ter passado por esse preconceito todo porque depois quando terminar o ensino médio no começo do ano 2000 e 2001 e 2003 começou também a escola na aldeia com os anos primários né então um 2007 eu fui entrar na escola pode contribuir também de alguma forma para a formação de outros alunos né então pra
mim é uma vitória muito grande ter a escola na aldeia para que os alunos não passem por pelo que eu passei porque pelo que outros passado mas é uma escola muito perigosa né a escola é um espaço muito delicado é que tem que ser apropriado pela comunidade com sua própria identidade com a sua própria característica de passagem de conhecimento e uma responsabilidade muito grande dos educadores é dos professores porque um professor ele pode de alguma forma é tirar toda a resistência de uma comunidade quando você ensina só questão duro a cultura de rua e você
não mostra onde de fato está a nossa resistência que é a nossa cultura que é a consciência de quem nós somos é consciência histórica do nosso povo então isso pode ser prejudicial então esse é essa foi sempre uma das minhas preocupações é com relação à escola então é meu trabalho com os alunos é muito mais conversado é falado através da oralidade nós lemos alguns textos mas assim uma informação mesmo daquilo que eu passei da minha vida da minha vivência né pra que eles entendam qual é a o que vai vir pela frente o que nós
como nós devemos preparar para a vida enquanto indígena é porque eu entendo que toda essa história é que eu passei na minha vida vendo de alguma forma luta também que uma grande guerreira que era minha voz é a classe que queria to é é pra mim serviu de de consciência da importância que tem o equilíbrio dos saberes né tanto da sabedoria do conhecimento do que é o mundo de um lado porque como que tirou haja o que ele faz é porque ele se diz que tem direito é quando nós somos os povos originários né que
direito é esse onde esse fundamento onde foi buscar as coisas para dizer que é dono da terra que é dos meus avós dos nossos avós nossos ancestrais é da terra que a gente conhece cada pedacinho né então é aí que a gente vai fazer um trabalho de equilíbrio para que esses jovens se preparem como futuros guerreiros guerreiros né pra continuar a nossa luta nem saber que a universidade não é o objetivo final né mas que é cada vez mais a gente lutar pela defesa da nossa comunidade no nosso direito da nossa cultura né