Autismo em mulheres - o que você precisa saber se você namora uma autista

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Lygia Pereira - Autismo Feminino
Autismo em mulheres - o que você precisa saber se você namora uma autista Se você namora uma mulher ...
Video Transcript:
Bem, se você está aqui hoje, eu imagino que você esteja interessado ou interessada em aprender mais sobre os relacionamentos amorosos com uma mulher autista. E você está no lugar certo, porque aqui na comunidade nós estamos resumindo os capítulos do livro "As 22 coisas que a mulher autista quer que o seu parceiro saiba", e este é o quarto e último vídeo da série. Nós já estamos com saudades e, se você quiser assistir aos primeiros episódios, é só clicar aqui nos cards que eu vou deixar.
A playlist desse tema está disponível para você, então aproveite também para se inscrever no canal se você gosta de estudar autismo e universidade em ótima companhia. Nós estamos aqui para estudar com você. É sério, essa comunidade espectral é linda!
Eu amo ler aqui os comentários e amo ver as mensagens que vocês deixam aqui nos vídeos. São muitas histórias incríveis e muitas mulheres maravilhosas dispostas a ajudar quem chega. Então, seja bem-vinda, sejam muito bem-vindos!
E dito isso, vamos lá aos quatro últimos capítulos deste livro. O capítulo 19 tem o seguinte título: "Confiança, Abuse e Perca a Escape". Simone comenta que todas as pessoas cometem erros e, às vezes, o foco em aprimoramentos está só na pessoa autista, principalmente quando ela já tem o diagnóstico.
Então, ela provavelmente vai fazer terapia, treinar as suas habilidades sociais, por exemplo. Mas e a pessoa neurotípica que está nessa relação? Será que ela também está disposta a melhorar?
Pois é. Esse aspecto é super importante, porque se a autista se sentir julgada ou criticada o tempo inteiro, e se ela não perceber a sua intenção de cuidar do relacionamento como ela está cuidando, talvez ela sinta traída e perca o interesse. Uma sensação de traição pode vir por vários motivos, e às vezes, alguns motivos pouco óbvios para os neurotípicos.
Se a autista, por exemplo, começa a pensar que você realmente não compreende ou que você não está do lado dela, como diz a Rude Simone, esse provavelmente vai ser o começo do fim. E se você achar que o seu relacionamento está nesse estágio, se está difícil assim que talvez ela não perceba o seu interesse, você tem que tomar algumas providências para recuperar a confiança da sua amada autista. Nós sabemos que as ações falam mais alto do que as palavras, mas nesse caso vai ser muito importante escrever o que você pretende fazer diferente ou não fazer mais.
Em seguida, talvez seja necessário garantir que você vai cumprir esse novo plano. Quer dizer, como a autista é literal, é muito bom que você seja claro ou clara para falar e escrever sobre a sua interpretação dessa situação e sobre como você imagina que o relacionamento vai poder funcionar melhor. Por exemplo, é muito comum que a autista esteja focada no seu interesse especial e que a pessoa neurotípica interprete isso como abandono ou rejeição.
E aí, ela passa a ter um comportamento arredio, e a autista não entende nada, porque assim que a autista sai do seu hiperfoco, provavelmente ela vai estar feliz, energizada e com o tempo para investir em você. Mas talvez aí você já esteja ressentido ou ressentida, afastada. Bem, em resumo, assim como a autista precisa aprender a explicar que o hiperfoco dela não compete com o amor que ela sente por você, você também precisa aprender a não ter ciúmes do hiperfoco dela.
Então, aqui nós temos a imagem do marido; vamos ver o que ele disse: "A confiança é uma coisa difícil de obter e de manter. Uma vez que você obtém da sua parceira autista, devido aos muitos anos de bullying e incompreensão, há uma parede de vidro difícil de quebrar. Então, seja paciente, seja honesto e seja solidário.
A sua namorada autista apreciará os seus esforços e não os esquecerá tão cedo. " Ou seja, neste caso, o marido mostra que a autista já pode ter sido traumatizada e, por isso, talvez ela seja mais sensível a comportamentos de crítica e de hostilidade. Então, o que ela mais precisa, nesse caso, e principalmente de você que está ao lado dela, é acolhimento.
Agora vamos ao vigésimo capítulo, que é intitulado: "Isso aí é obsessão ou é amor? " O tema desse trecho é semelhante ao daquele do oitavo capítulo, que dizia que ela só precisa de um amigo, e o escolhido foi você. E, por falar nisso em amigo, só lembrando aqui, o livro foi escrito pensando em casais heterossexuais que fizeram parte da pesquisa da Simone, mas nós sabemos que as informações valem para todos.
Então, por favor, sinta-se incluído ou incluída, mesmo que eu repita aqui as palavras mais masculinas para falar do amor da autista, ok? Pois bem, aqui neste capítulo, ela geralmente sofre tanto com deboches e com rejeição, quando está paquerando alguém, que tende a ficar com medo das outras investidas, né? Na adolescência e até na vida adulta.
Então, quando aparece alguém amável, gentil, cordial, uma pessoa em quem ela possa confiar, aí talvez ela se empolgue muito e possa ter essa pessoa como o seu interesse especial, como o hiperfoco dela. E qual é o problema disso? Bem, se a pessoa gosta desse grude, está tudo bem, né?
Enquanto ela está feliz com esse grude, com a chicletinha dela, não tem problema nenhum. Mas vamos supor que a pessoa queira terminar o relacionamento com essa autista. Como diz Simone, a autista pode se sentir como uma pipa solta no céu sem a linha, ou como um barco sem remos pelo rio, ou como uma alma sem razão de existir.
Drmática, né? Mas são esses os exemplos que ela dá no livro. Mas é isso mesmo: o abandono pode ser altamente estressante para a autista, principalmente quando ela tem essa pessoa amada como interesse especial dela, como seu hiperfoco.
E um alerta importante que o livro traz é sobre a ingenuidade da autista. Se, por um lado, ela pode ser muito desconfiada de tudo e pode até rejeitar antes mesmo que eles comecem, é muito comum. .
. Também que algumas autistas não saibam estabelecer limites, e aí que elas fiquem muito tempo em um namoro, em um relacionamento com uma pessoa que não as valoriza. E, além disso, às vezes a autista pode ser até a outra e nem desconfiar disso.
A autora deixa a pergunta, né: como uma moça tão inteligente às vezes pode ser tão boba? E ela mesma diz já ter sofrido muito com essa questão, né, obsessiva com a pessoa que não dava a mínima para ela, e ela não percebeu que estava acontecendo. Ela mesma não entendia por que ela não era tão pragmática nessa área da vida como era em outras, no trabalho, por exemplo.
E a questão, novamente, é conectada às características do autismo, como a dificuldade de fazer teoria da mente. Quer dizer, é um desafio para a autista saber o que o outro está pensando; ela pode ter dificuldade de captar as pistas sociais, os sinais de mentira, e os autistas tendem a ter, né, hiperfocos. Então, se ela não observar nada de errado, ela vai continuar investindo naquela relação.
E aí fica o alerta também para a pessoa que está no relacionamento com a autista: se você tiver algo a dizer a essa pessoa, né, autista, você precisa falar com clareza e, se você preferir terminar o relacionamento, também seja transparente e claro, novamente aqui, né, educado, gentil, cordial, mas transparente. Porque mesmo que ela sofra por um tempo, talvez ela fique melhor depois sem você. Desculpa dizer isso, mas talvez seja verdade; talvez ela fique melhor com outro hiperfoco, mais compatível com o lado espectral dela.
E agora, neste exemplo aqui, nós temos uma mensagem não do marido, mas da autista. Então, ela diz assim, em poucas palavras: "Depois de 22 anos de casamento, do nada, para mim, de qualquer maneira, eu estava totalmente sem noção e fui pega de surpresa. Ele me entregou os papéis do divórcio.
Duas semanas depois, tive um diagnóstico formal de autismo. Vou pular todo o drama que seguiu, mas saiba que nunca estive tão feliz. O divórcio removeu uma nuvem tão escura que esteve sobre mim por provavelmente décadas, que eu nem percebi que estava lá.
Meus amigos e familiares todos comentaram sobre o quanto eu floresci e o quanto eu pareço mais feliz. Meus próprios sentimentos são de que sair de uma situação doméstica totalmente disfuncional, juntamente com o fato de abraçar a minha natureza autista e finalmente ter uma visão de mim mesma, tudo isso combinado me trouxe essa. .
. " E aí a gente vê que nem todo final feliz é com casal juntinho. E agora vamos ao vigésimo primeiro capítulo, que é intitulado "Vocês podem encontrar mais coisas em comum à medida que vocês vão ficando mais velhos".
Simone comenta que, ao longo dos anos, as pessoas tendem a assimilar naturalmente as características de quem elas amam. Então, o autista pode ficar menos sensível a barulho, menos sensível ao toque e, por outro lado, a pessoa típico talvez comece a gostar mais de ficar em casa, de cultivar alguns rituais. E, além disso, existem as mudanças naturais também do envelhecimento, como a queda de energia, né, que tem de acontecer, e algumas alterações hormonais.
Mas a questão é que o casal que se ama entende que se entrosar ao longo do tempo e aí ia ficar mais pare durante esses anos. Por isso, talvez o autismo em si não desperte mais tanta atenção no futuro, a não ser que a autista queira viver muitas identidades, né? Depois do diagnóstico tardio, principalmente, a autista pode descobrir muitos gostos, muitas facetas da sua personalidade.
E aí a empolgação pode levar a ser escritora, a cantora de jazz, poetisa, palestrante, como a própria mãe diz, né, que aconteceu com ela. E aí o seu lado espectral pode, sim, chamar um pouco mais de atenção. E aí vamos ver o que disse seu marido aqui neste capítulo: "Ela não me deixa em negação; ela me força a enxergar as coisas por diferentes perspectivas, o que pode ser bastante desconfortável em certos momentos, mas eu mudei e cresci muito por causa dela.
" Aí, humildade é tudo. Parabéns a você também que aprende todos os dias com a sua amada. Eu também aprendo todos os dias aqui com vocês.
Agora, para fechar, vamos ao vigésimo segundo capítulo, que é intitulado "Autismo é a razão, não rótulo, nenhuma desculpa". E aqui a Simone fala sobre a importância do diagnóstico, mesmo que seja um auto diagnóstico, porque saber que a sua namorada ou a sua esposa é autista vai facilitar muito a vida de vocês dois. Mas será que esses rótulos não são perigosos?
Será que eles não são limitantes? Essa é a pergunta que muitas pessoas fazem, né? Pois é, a autora escreve uma frase que eu sempre repito aqui também para as minhas clientes: "O diagnóstico não muda quem você é.
" Então, não precisa ter medo de receber o diagnóstico e também não precisa ficar com vergonha, não se sentindo incluída quando você está no espectro ampliado, nos limites do espectro. Então, se a sua namorada não fizer uma avaliação formal, um laudo, está tudo bem. Você não precisa insistir, mas, como você é a pessoa mais próxima da autista, se ela ainda não tiver o diagnóstico e precisar desse suporte, de um acompanhamento, vai ser importante você ajudá-la nesse processo de autoconhecimento.
E, de qualquer forma, eu imagino que esses 22 capítulos aqui que a gente resumiu já devem melhorar bastante o relacionamento de vocês. Então, é claro que não precisa esperar o diagnóstico do médico para começar a implementar as mudanças. Eu espero que você já tenha começado.
Na verdade, Simone conta que, como ela teve diagnóstico tardio, foi a primeira vez que ela teve a experiência de entrar em um relacionamento sabendo que era autista. Foi a primeira vez que ela pôde compartilhar esse aspecto da identidade dela com o namorado e foi a primeira vez também que ela não se sentiu sozinha. Em um relacionamento, é certo que eles se casaram.
O livro de 2012 relata que eles já têm bastante tempo de relacionamento e uma filhinha. Então, mais uma vez, o autismo não é um rótulo e também não é uma desculpa para não assumir responsabilidades. Mas saber do diagnóstico facilita muito as conversas do casal e ajuda a pessoa a explicar, muitas vezes, suas próprias características, como alguns gostos, às vezes mais infantilizados, ou interesses muito específicos, ou perfeccionismo, que é bastante comum; a rigidez de pensamentos, né, que às vezes provoca muitos conflitos; a fraqueza, o cansaço, né, a ressaca social ou humor atípico, e tantas outras coisas.
Isso não significa, claro, que quem está com ela, né, com uma pessoa autista, deva tentar "curar" o autismo, pelo amor de Deus. Ao contrário, às vezes, a sua melhor atitude pode ser ajudá-la a aceitar e acolher esse lado espectral, porque só de relaxar e não precisar usar máscaras o tempo inteiro, ela já pode ter muito menos sofrimento físico e mental. Uma ação que costuma dar muito resultado é participar de grupos de autistas.
Então, além da terapia e do treinamento de habilidades, quando uma pessoa autista conhece outras mulheres que experimentam essa vida espectral, ela pode aprender bastante, e isso tende a ter um efeito empoderador e muito relaxante. Ela fica mais calma, mais otimista em relação ao futuro. Isso é muito bom.
Aqui vocês têm essa oportunidade de conhecer outras autistas incríveis, com histórias maravilhosas, então aproveitem essa comunidade. E, se vocês quiserem que eu aborde outros temas ou outros livros, é só me dizer aqui nos comentários e a gente continua esses estudos. Mas antes de concluir, vamos lá ver como foi a última mensagem desse capítulo, né?
A última mensagem do marido. Vamos ver o que ele diz: "Eu não acreditei que ela realmente tivesse autismo até conhecer ela melhor. Mas se eu não tivesse compreensão, se eu não tivesse me educado sobre o tema, eu não teria entendido muitas coisas sobre ela.
Eu, às vezes, penso que aprender sobre o autismo enriqueceu mais a minha vida do que a dela, e isso me tornou mais sábio e mais simpático. Eu não mudaria nada nessa história. " Este é o tipo de relato que nós precisamos ouvir mais, porque, infelizmente, os relacionamentos amorosos ainda tendem a ser um grande desafio para os autistas em geral, mas sobretudo para as mulheres autistas.
E nós queremos que você também possa ter o seu final feliz. Então, eu espero que essa conversa tenha sido útil, e quero saber, claro, o que o seu ou a sua crush achou desse livro. Então, por favor, comente aqui embaixo, curta o vídeo, compartilhe com os amigos e, claro, se inscreva para que a gente converse mais sobre outros tópicos espectrais.
Um grande abraço e até a próxima quinta-feira. Tchau, tchau!
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