À Margem do Corpo (A disembodied woman)

73.29k views6173 WordsCopy TextShare
Imagens Livres
The events protrayed in this documentary took place in a small town between 1996 and 1998. Deuseli w...
Video Transcript:
[Música] k vocês não chegou a conhecê-la pessoalmente Olha aqui que a gente não tem nenhuma foto dela porque não chegamos a tirar Sabe tem em outros lugares ela era uma pessoa assim ela era uma menina de cor escura sabe ela era negra do cabelo você sabe como é que é não penteava não tinha tamanho sabe só vivia baixinho é é uma moça bonita jovem jovem uma morena muito bonita muito simpática calma não ela tinha ela era uma Não era como se diz outro ela era uma mulher de aparência né assim completamente bonita não mas ela
era de aparência é não era feia de jogar fora mas né não era bonita né porque ti pro cabelo né não era uma morena feia não era sabe bem escura uma morena bem escura uns traços finos sabe um cabelo bem curtinho um sorriso um sorriso bem bem definido os dentes muito bonitos clarinhos eu não me lembro era o tipo de sandália que ela usava isso eu não não me lembro ela calçava 38 ela vestia acho que 42 na época ela não era muito gorda não era muito magra e nem muito alta morena quase mais lado
de negra né Assim como se dizado não sei se tá errado falar mas conhecimento que eu tenho era esse ela chegou na minha casa ela levei ela até minha casa aí ela foi falou assim PR mim que não tinha onde morar aí eu fui levei ela para morar com a gente só que a nesse período que Ela morou com a gente ela fez um monte de coisa errada que eu não gostei entendeu aí um dia eu falei PR ela olha l não dá para você morar mais com a gente aí no que ela foi embora
ela começou a trabalhar com essa menina porque ela era uma moça tinha força para trabalhar e trabalhava muito bem qualquer casa que ela chegava ela ia ser bem aceita porque ela era muito caprichosa não eu conheci justamente nobá lá é garota de ponto sinceramente de verdade se era era uma coisa assim que ela fazia depois que ela sai da minha casa eu não lembro dela no B Dona mélia não lembro sequer eu mesmo nunca fui de entrar dentro do bar dela sabe eu nunca fui de entrar ela também eu sei que ela trabalhava vizinho da
casa dela lá sabe ela trabalhava agora se ela era de lá assim fazer programa esse tipo de coisa são vocês explicar Ela falou para mim que ela tinha sido criada por uma mulher de Anápolis e que ela sofreu muito na mão dessa mulher e se ela me contou que ela sofreu muito porque essa mulher era alcatra e batia muito nela Então assim que ela considerava que ela não tinha família que ela nunca conhecia os pais e a única pessoa que cuidou dela foi essa mulher e essa mulher causou também traumas na vida dela uma hora
ela contava uma história e outra hora ela contava outra ela falava que a mãe é pulou de casa por causa do padras outra hora ela falava que fugiu de casa porque o padrasto queria estrupar ela era essa história que ela falava deuseli foi uma vítima de estupro né no ano de 96 Se não me engano ela estava sozinha em casa quando o nego Vila que era um cara bem conhecido havia entrado na casa e abordou ela na porta da cozinha e ele agrediu ela muito tanto que nos no inquérito no processo você pode ver as
fotos a casa toda ele colocou abaixo né quebrou espelhos Ele ameaçou ela cortou fez vários cortes no corpo dela no que eu i v eu topei com nego Vila no caminho ele tava com a camisa suja de feijão a roupa toda brilh a calça arregaçada bem no meio das pernas eu passei por ele comprimentei vi embora né quando eu cheguei o vizinho falou olha eu vi o negro Vila saindo daí de dentro da casa quando eu entrei eu encontrei ela caída no perto do tanque no bequinho sem roupa sem nada mas ela estava com o
cabelo da cabeça cortada de faca a sobrancelha ela tinha uns machucados assim po o seio assim parece que era mordido mordido nas costa tudo quanto era coisa sabe Sei lá ela tinha umas coisas Branca parecia Cola eu não sei se era Cola sabe não peguei nela para poder ver só fiz cobri ela mas a casa estava em pedição de horrorizada aí depois eu perguntei para ela mas por que essa panela de feijão O que que você fizeram sabe at essa panela de feijão esse cara esse cara foi para jogar em você Ela disse que não
cara que tentou jogar nele mas ele tava com outro colega justamente o cara que que estrupou a mulher é outra pessoa mas como ele tava junto ele só fez abrir a panela e comeu feijão ele chegou a comentar que tava num bar próximo né a residência dela a residência que ela trabalhava ele estava no bar e ele Nesse dia ele bebeu muito nesse bar ele tinha bebido muito e ele disse que só lembra que ele foi pedir para ela lá um prato de comida certo mas que depois que quando ele viu que não que ele
se deparou com a situação ele já estava preso aqui olha olha para falar para ser bem sincera eu acho que ela jogou o feijão quente nela aqui assim aí então tava como a pele dela era negra Tava aquela aquela marca muito esquisita sabe e teve uns lugar que parece que ela passou a tesoura assim ó riscou ela cortou assim ela cortou a calcinha com a tesoura também que ela falou que foi ele rasgou a roupa dela e eu acho que porque ela é capaz disso Isso aí eu posso te afirmar que ela é capaz Eu
creio que ela não deve ter inventado não sabia porque não tem como você tá na sua casa passar uma pessoa não você vai vem me estrupar aqui tô cozinhando a panela de feijão Eu me jogo ela toda em mim jogo em você você ca meu cabelo né enfim não tem lo uma coisa dessa né eu tenho comig que ela foi vítima Só se ela fosse louca porque deve doer demais tinha uns machucados nela ass grandão sabe quando você morde a pessoa que fica o sinal do dente assim que você morde com muita força ela não
dá conta de fazer isso não um homem negro muito alto alto eu lembro que ele era bastante alto assim uma altura considerável magro e aquele tipo bonachão de andar meio arrastando a sandália mas ele nunca me pareceu uma pessoa que tivesse alguma periculosidade pelo contrário ele parecia uma pessoa tranquila ele andava devagar todos tem eu mesmo Tenho pavor sabe quando eu vejo ele eu procuro desviar se tiver uma roupa para me entrar eu entro não passar per del a não ser isso que aconteceu não posso falar para você que ele é um bandido que ele
é um criminoso que ele é um estrupador nem nada para mim o nego Vila para mim foi sempre uma pessoa boa ele era um cara tipo muito brincalhão ele ele tinha um gênero de fazer desenhos Inclusive eu tenho eu tenho mais ou menos uns 200 desenhos que ele fazia aqui com vários personagens assim a coisa mais inédita assim rapidinho ele com lápis ele fazia vários desenhos tudo com personagem diferente casas e tudo assim com a cabeça dele assim muito rápido pintava com a maior perfeição um cara assim muito culto gostava muito de ler a Bíblia
de ler livro inclusive eu ele chegou a ler um livro aqui dentro que eu tenho esse livro que ele me deu para mim ler também Esquadrão da Morte Eu tenho esse livro comigo o nego Vila era era um bêbado Eu acredito que ele ainda é vivo ele teve preso por conta disso De vez em quando ele tava preso ele sabe aqueles aquela pessoa que você não sabe se ele é bêbo se ele é doido esse é o nego via a mãe dele é uma pessoa que eles são parece que são sete irmãos ou nove mas
tudo tem uma a personalidade de bebê não são pessoas que tem responsabilidade trabalhar Inclusive a velinha que sustenta praticamente ajuda a todos ajuda cuidar dos netos e tudo você entendeu agora o que que acontece meus filho toda a vida fica jogado porque eu tenho que sair para trabalhar como é que eu não tenho dois pensamentos ficar aqui e ficar lá eu nunca arranjei ajuda para dizer não a senhora tem uma cesta Bá todo mês pra senhora inteirar o dinheiro da senhora paraa senhora não trabalhar isso eu reclamo eu falo mesmo eu pago água pago luz
pago e é coisa de de funeral tudo eu pago como é que eu eu posso falar que eu vou olhar meus filhos eu não tô olhando quem tá olhando para mim é é Deus né primeiramente eu não falo que eu tô olhando trabalho aqui o dia todo eu sai daqui 5 horas 4:30 eu tô com 64 da aqui agora tá seco tá bom e quando tá chovendo é a mesma coisa é 60 centavos um a o a pete a co gente tem que adjuntar eu sei fazer de tudo eu sei Conar se lavar se passar
eu que ve eu capin ó aqui minh mão ó como é que tá de cado pela convivência que eu tive com ele aqui dentro aqui que a gente passou um tempo aqui junto aqui dentro ele chegou aqui caiu foi o crime que ele caiu aqui em alexand que ele cometeu foi um estrupo né ele caiu aqui com estrupo certo sendo acusado de ter estrupado uma mulher né E foi condenado que houve um caso com a própria irmã do nego Vila de um preso estrupou a irmã dele e esse preso ficou preso aqui dentro junto com
a gente ele aqui você entendeu E o a coisa assim mais indiferente que a gente achava é que ele se dava super bem com o cara que estrupou a própria irmã dele certo a gente ficava nessa célula e o cara ficava na outra célula aqui mas acho que pelo fato de um eles ser ter um artigo do mesmo do cara eles dois não havia conflito aqui dentro não havia nada eles viviam aqui dentro normal um cara que estrupou ela a ainda tá preso ainda acho que tá porque a lei aqui a lei ela não não
para mim ela não vale nada eu sou muito sincera sabe eu já sou revoltada da minha cavida falo mesmo sabe e eu falei pro juiz que eu ia matar ele ia mesmo mas como a polícia não deixou já tinha acolhido ele ele não deixou eu fi um cara desse não precisa ir para delegar assim não pode deixar ele aí mesmo que eu liquido ele e se meu C fizer uma coisa dessa assim e eu saber a verdade que foi coisa pode fazer a mesma coisa ela levou ponto fez ervar tratamento Eu acho que isso aí
juntou tudo né porque eu acho que ela ficou pensando que ela não podia casar né E foi juntando essa essas coisas sempre ela F amava dor de cabeça nervosa assim eu f ficava triste eu Fi valqu não fica triste não B foi na hora você arranja um casamento bom tem rapaz que não importa com isso não tava na casa da vizinha o cara puxou errado com a roupa dela toda porque não é porque minha filha não que ela andava muito bem arrumada e a roupa dela faz faz gosto eu dar pros outro sabe só roupa
boa porque para isso eu trabalho só para ela ela morreu de repente coração porque meu filho que trabalha lá no Marcelo porco mordeu ele eu acho que ela ficou impressionada morreu aqui dentro ele era obediente não desatava os policiais tudo que você mand fazer el obedecia certo calma tinha ris outros detentos super cal aqui obediente 100% comportamentos outros detentos ch poderia colocar junto com ele ele estuprava ele estuprou vários aqui mas comportamento 100% obediente sol nosso aqui é todos os dias 10 horas da manhã a gente somos fechado meio dia a gente tem Du horas
de banho de sol aqui durante o dia e a vida que a gente leva é essa aqui todos os [Música] dias ess dis que é um exame que faz tipo um corpo delito né que faz não foi feito chegou lá tratar pouco caso sabe no dia seguinte foi que ela me falou sabe aí eu cheguei que aí viamos pra delegacia com ela né Aí cheguei aí eu falei assim a promotora virou para ela e falou assim até promotora era uma escrivã né que tinha na época é falou assim fizeram um exame nela eu falei assim
não sei eu falei assim te fizeram exame ela falou assim não o médico mandou que eu fosse para casa tomar banho ela foi e veio para cá tomou banho quando né ela me contou isso na manhã seguinte eu falei poxa mas a médica não te analisou ginecologicamente para fazer o o o o laudo de estupo do atentado violento a pudor aí porque ela alegava inclusive que ele tinha machucado Ferido com com os dedos o anos dela né Aí eu falei poxa isso tudo deveria ter sido feito na hora né aí ela falou não não pediu
para me para me avaliar em nada eles apagaram os vestígios ol mandou ela tomar banho sendo que a obrigação do médico quando qualquer pessoa chega no hospital é coletar o material fazer o exame local Independente de ter requisição para fazer laudo pra polícia ou não compareceu a Hospital dizendo que foi vítima de esturo foi atendida mas não trouxe nenhum documento autorizando nos autorizando a fazer um exame de corpo Delito tá porque a gente só pode fazer o exame de corpo delito mediante a determinação do juiz Porque no momento na delegacia não tinha mais ninguém não
tinha mais ninguém Para expedir o delegado não estava lá para assinar mais a a o termo de compromisso dos peritos encaminhar ela formalmente na verdade ela recebeu um atendimento médico né Eh na no pronto socorro ela foi medicada e no dia seguinte ela retornou com o pedido da do Delegado ou da delegada Não me recordo bem para que fosse feito o exame de corpo de delito o laudo dizia que er todos os quesitos quase todos er houve conjunção carnal relação sexual não é possível saber alguma coisa assim não é possível detectar eh e todos os
outros quesitos que seguiam prejudicado prejudicado prejudicado prejudicado nada grosseiro né posteriormente não tem nada ó anteriormente umas alguma coisa aqui escoriação na face e braço esquerdo da proporção da da da da das fotos que estão aí teria que ter mais coisa né E aí isso não fica não ia passar sem sem marcar porque aí a responsabilidade é Nossa né Não pode deixar sem sem sem ter até porque se tivesse raspado a sobrancelha teria que ter aqui que eu tem essa história de raspar sobrancelha né de cabelo não tem nada disso aqui eu não sei o
por que a a médica que atendeu a Deus Eli eh Tomou essa atitude de de pedir para Deus eu li retornar a casa tomar banho para depois fazer o exame que eu US exame é o que ia mais me ajudar né pelou para ignorância e não houve pancado queria que pel o inão dá para favorecer né que fica vestígio né da relação né conjugal com a pessoa nada disso não houve ela me procurou na delegacia me relatando que desse desse estupro né ela tinha ficado grávida aí eu eu pedi a ela que viesse aqui na
na promotora Dra Márcia para ver o que que poderia ser feito ela olhou para mim e falou assim já começando a chorar a justiça pode me ajudar não pode eu não quero ter esse filho eu não tenho condições de ter esse filho eu não tenho família e eu queera tava no lugar de responsável dela perante a justiça entendeu porque na época ela não tinha 21 anos ainda né e todo dia que eu chegava no fórum todo dia primeira pessoa que eu vi era ela se eu chegasse 7 horas da manhã ela tá tava lá se
eu chegasse 7:30 ela estava lá sentada num num banco que tem na sala de espera antes do Corredor assim ela tava sentada aí um dia eu olhei para ela e falei assim Olha deusen é o seguinte eu não tô conseguindo um hospital para fazer Arruma sua mala e amanhã 7:30 você me espera aqui na porta do fum que nós vamos lá em Anápolis aí eu fui conversar com o diretor do hospital ele falou para mim que não tinha não fazia essa interrupção da gravidez não tinha como a não ser que algum médico aceitasse se se
a justiça estava dizendo que podia aí eu comecei a conversar com todos os médicos do hospital de um a um um por um fui no médico ele falou assim Doutora eu vou falar uma coisa pra senhora a senhora não perder tempo a senhora não vai conseguir isso aqui dentro não vai porque a senhora tá querendo que a gente aperta o gatilho e ninguém vai apertar o gatilho Se ela chegar aqui em processo de abor a gente faz a curetagem que é o que acontece com todas as mulheres que chegam aqui todas já chegam com o
processo de abortamento já iniciado em casa então eu aconselho a senhora isso ela faz o processo de abortamento em casa e a senhora traz ela já desse jeito que a gente termina o médico que atendeu aconselhou que ela não devia fazer o aborto Esperasse nascer que tinha instituições de caridade para crianças que ela não devia fazer esse aborto mas ela por tudo por tudo ela não queria esse filho até que eu chegi no médico desse mesmo Hospital ele ficou muito sensibilizado quando ele viu a tortura que ela passou eu faço mas com uma condição a
senhora tem que trazer para mim uma autorização da juíza que deu a sentença mas não precisa mas eu só faço desse jeito porque não precisa mesmo ele falou agora eu quero uma anuência do Conselho Conselho Regional de Medicina F Doutor Não precisa não mas assim só desse jeito que eu faço vim A Goiânia fui ao Conselho Regional de Medicina falei com o presidente do conselho ele falou doutora vou mostrar pra senhora uma coisa chama código de ética médica Então se o médico quiser não quiser fazer ninguém obriga Mas a senhora tá dizendo que tá tudo
legal ele pode fazer isso as semanas foram passando e ela internada eu voltei ao hospital encontrei com ela na cama lá com aquela roupa branca e aí deuseni Os médicos falaram não falaram que não chegou nada ainda que o remédio não chegou e o remédio nunca chegava deram um remédio para ela mas não era o remédio certo entendeu deu para ela o remédio para ver se ela se conciente sabe não quisesse mais abortar né e eu ia lá ela pass estão me enrolando que eles não estão me dando remédio estão me enrolando eu procurava o
médico o mico F assim não só tem que ter paciência tem que ter paciência até que fori um dia que mandaram embora depois eu ouvi dizer né que é claro esses hospitais públicos T assistência assim visitas de de igrejas de entidades sociais e que ela ela foi muito pressionada a não concretizar esse aborto e logo que ela soube que tava grávida também ela sumiu da cidade ela não tava mais comigo mas eu sempre procurava saber dela para ver como que ela tava você entendeu daí eu da cidade Nunca mais eu a vi então um dia
que eu voltei no hospital já daí não me lembro umas três semanas talvez que ela já estava internada na portaria me falaram que ela não estava mais internada e eu perguntei Mas para onde ela foi não sei o rapaz mostrou aqui o livro dela assinatura saída de tal saiu sumiu rumo ignorado e passado aí uns meses comprei o jornal e eu vi na capa chamada assim mãe mata bebê afogado em [Música] banheira Joseli van nines era uma pessoa quando eu conheci muito carente muito pobre e de aparência muito humilde eu eu a conheci pedindo favores
na porta da minha casa com uma criança doente nos braços trabalhadeira que ela era assada sabia fazer tudo bem morena bem escura magra cabelo nem ruim nem nem bom sabe Negra né uns traços assim bem característicos de negra mesmo é muito descuidada ela tinha um olhar de de de quem não tava aqui ela era bem magrinha bem mirradinha começava baixo a voz fininha de maneira delicada ela não alterava a voz em hora nenhuma uma uma negrinha assim não era feia demais mas não era bonita era uma pessoa assim morena bem morena mais para bando de
preto o que ela contava era que ela era tinha sofrido esse estupro né E que desse estupo nasceu a Fernanda era bonitinha mais clarinha bonitinha tinha demm a menina todo mundo queria menina ela não dava ela tinha um ciúme danado da menina me falava que inclusive ela teve internada no Hospital Municipal aqui em Anápolis para abortar essa criança porque pela lei ela tinha todo o direito de fazer isso só que ela ficou oit Dias Diz ela tomando medicamentos mas não conseguiu abortar ela tava deitada os pés para dentro da sala e metade do corpo para
dentro na metade para fora nua com cabo de fio fio do ferro passar roupa ela cortou e amarrou os pés e nas mão ela embrulhou a carcinha eu falei querê a menina ela Di eu não sei mas acho que os os malandro acho que levar pro banheiro que eu cheguei no banheiro da área a menina tava morta de bruço dentro da banheira apertou ela el disse não não fui eu não fui eu aí a delegada veio e pegou até um fio de um ventilador quando a mulher jogou o fio lá e falou para ela dar
um choque não sei que você conta ficou aí que ela confessou que tinha matado a menina ao chegar no local notamos que pessoal vizinhança os curiosos todos estava muito aflito já nos informando que havia um bebê estava morto numa banheira dentro da uma residência e que havia uma pessoa que estava em Pânico e que estaria amarrada essa pessoa e quando nós fomos até o o local o banheiro percebemos que realmente havia um bebezinho morto uma banheira é cheia d'água e a casa estava toda revirada várias mechas de de cabelo estaria segundo ela seria os bandidos
que teri cortado o cabelo dela a casa tá tudo bagunçada ela jogou os trem tudo no chão uns livros trem dos meninos e ela pegou uma tesoura cortou o cabelo por toda a banda que a hora que aa ccou a menina Dent naágua que a menina gritou para mandar com ela aí ela confessou que fundou ela três vezes na na banheira E aí que ela ainda gritava mamãe grudava nela quando eu cheguei na minha casa minha casa estava toda de pé para cima uma coisa que até os móveis tinham saído um pouco do lugar eu
não sei como foi capaz de fazer aquilo só ela e a Fernanda dentro de casa naquela hora e só tava a casa cheia de gente essa bagunça toda deuseli sentada no sofá em prantos e a Fernanda não estava mais período que eleve eh teve internada no no presídio ela consumia ela ela usuária de de em torno de cinco tipos de de de de remédios controlados dentre eles dois anticonvulsivos ela tinha visões ela tinha ela conversava sozinha tinha noites que ela não dormia ela ficava noites e noites sem dormir ela havia vultos e constantemente ela tinha
crises convulsivas ela era uma pessoa assim calo até ela arrumar um um companheiro dela aqui né aqui na cadeia divin divin aí depois ela faleceu ele faleceu né diz que ela faleceu também né ela deixou ter uma criança divin era um preço trabalhador demais praticava os pequenos furtos e sempre muito embriagado esse romance que nasceu dentro do presídio ela se começou a se adaptar ao sistema prisional por quê Porque ela sentiu que ali ela não estava mais sozinha e ela começou então a sentir sintomas tonteira que que aconteceu nós levamos ela no médico e foi
constatada uma gravidez só que o que nos surpreendeu é porque nós estávamos achando que ela tinha ficado grávida dentro do presídio mas não foi ela já estava grávida Eu Acredito até que aproximadamente grávida de uns 3 meses pelo que eu me recordo no julgamento da deuseli compareceram algumas pessoas ligadas à Casa da Gestante que onde ela ficou algum tempo foi onde ela aguardou o julgamento então pessoas ligadas ao movimento PR viida vieram para assistir o julgamento é mais ou menos uns uns dois meses antes dela cometer esse crime ela já viha avisando que ela ia
matar uma criança dela eu tive conversando com a vizinhança na época só que o pessoal parece que na época não levou a sério achou que ela não tinha coragem né até que aconteceu Ah de vez em quando dava umas loucura nela aí ela saía correndo aí na rua Teve um dia que pegaram ela com um monte de garrafa na mão né pai até meu pai foi Era essas crises que dava e falava que era o demônio que tinha pegado ela era os papos que viia falar esse ela podia est olhando televisão de repente a Deus
Eli só dava um grito e caía ela falava assim coisas estranhas uma voz irreconhecível que não era a voz dela entendeu ela se mordia todinha ela arrancava cabelo da cabeça agora eu fui chamado para ir na casa da madalen porque Deus el estava lá e ela estava com um comportamento ex eu sei que ela foi levada para o exorcista da diocese né então eu acho eu acho muito difícil saber se é espiritual psicológico ou até neurológico pode ser um pouco de tudo né ela fica à mercê de de eh de uma série de Mitos né
levam para um terreiro de umbanda tem essa história que que ela vão lá para tirar o espírito dela porque depois do estupro é que ela começa a ter convulsões e todas vezes que ela dava crise ela falava a dis ela falava em outra voz e essa voz dizia que tinha matado a Fernanda e que também ia matar a deuseli eu acredito que essas vozes chega através do demônio mesmo eu acho que não há a explicação 95% eu acho possível porque eu convivi com ela dentro debaixo do meu teto 24 horas por dia e várias e
várias vezes eu presenciei cenas da deuseli que era coisa Sobrenatural aparentemente eram crises epiléticas né eram tidas como epilética mas eu tive oportunidade de presenciar perceber que havia uma grande diferença entre crise epilética e a e a crise dela que segundo a o entendimento da igreja aquela crise não era crise epilética era uma crise de possessão diabólica Por incrível que pareça aquelas coisas que aconteciam na Idade Média ainda acontecem né as pessoas muitas vem como é uma pessoa que tá endemoniada né E não como como uma doença numa dessas crises ela eu assisti a a
prática de uma de um exorcismo em Anápolis Ah nós temos conhecimento de alguns casos eu mesmo como Bispo cheguei a autorizar autorizar os padres que quisessem vejam bem se preparassem para isto e recorressem a ao bispo para ter licença a fazer um Exorcismo Digamos um Exorcismo público uma vez Man nas dioceses e em casos particulares é claro el precisaria de uma de uma autorização para isto eles tinham claramente assim a convicção de que o ato que ela cometeu ela não estava em si ou seja teria sido uma um ato Demoníaco alguma coisa nesse sentido tanto
que a defesa eh que foi patrocinada por uma advogada indicada pelo MOV ento eh baseou-se nesse aspecto inclusive apresentou como uma das teses defensivas a negativa de autoria ou seja não foi a deuseli quem matou então eh ficou parecendo que ela tava querendo fazer uma simulação mas não ela tava fazendo eh ela tava recompondo a cena numa situação bem neurótica bem histérica mesmo do que ela tinha vivido Por que a deuseli matou Fernanda uma conjectura possível seria o seguinte o fato que se descobriu bem depois de que ela já estava grávida e que essa criança
que ela tava esperando talvez fosse uma criança desejada ao passo que a outra além de lembrar todos aqueles problemas que ela viveu anteriormente acaba acabava se constituindo num problema pro Futuro também segundo entendimento da igreja era o demônio era posse era posse pelo que eu vi e presen tô falando do que eu vi né Eu Acredito até nessa tese de de que ela tava possuída mesmo então o que acontece ela ela Mata essa criança e e vai pra cadeia aí a comunidade fica toda Deus Eli matou a mãe que mata que mãe ali não tinha
mãe ela até queria ter esse sentimento Eu Acredito até que ela tivesse essa coao desse sentimento corrente mãe é que nós desde o começo aqui da da do Governo da diocese nos interessamos muito já era uma preocupação minha anterior pela pela defesa da vida de modo particular evidentemente preocupados com a possibilidade de uma lei do aborto que acabasse por transformar o Brasil no num não sei eu diria quase que no no morticínio de crianças porque afinal de contas é isso que acontece e então aqui estamos já com a próvida organizada depois então quando Vimos que
não adiantava nada orientarse a gente depois abandonava as pessoas a criação de uma casa da gestante chamada Casa da Gestante a Deus Elí ficou presa até o dia em que internou-se para dar a luz deu a luz aí surgiu o primeiro aí que surgiu o problema efetivo ela recebeu alta do hospital e teria que voltar paraa cadeia pública para aguardar o julgamento foi nesse momento em que a advogada da deuseli né a defesa da deuseli conseguiu na casa da gestante que é ligado ao movimento prva uma vaga para que ela ficasse até a data do
julgamento Afinal sempre que há um estupro ou então um caso desses a única realmente inocente é a criança porque ess essa aí afinal de contas é o fruto de um de um Desespero de Uma de uma Malícia qualquer ela virou uma um uma peça de um jogo de interesses porque a igreja queria trazê-la como bandeira de um movimento não aborto não pode abortar né E aí coloca uma grande responsabilidade num numa pessoa que já estava super fragilizada Mas isso foi possível em razão dessa questão da dificuldade que ela teria de ficar com essa criança na
cadeia pública Quando nasceu a filha da deuselia ela não havia sido julgada ainda ficou na casa da gestante até a data do julgamento pela própria circunstância de ter sido constatado que ela tinha problemas mentais seja uma perturbação da Saúde Mental surgia evidentemente essa discussão se ela tinha teria ou não capacidade de Cuidar dessa criança nesse esse meio tempo a Deus Eli morreu e aí teve que se dar uma outra solução que foi a adoção da Criança e ela saiu da casa da gestante a gente fez uma proposta para ela ficar na casa da gestante com
a gente que a gente pagaria um salário para ela mas ela preferiu sair porque ela ia morar com o rapaz que ela conheceu no presídio e na época ela saiu o juiz Dr Adriano deixou a criança dela na minha responsabilidade minha e do Frei Rui e ela saiu com certo tempo ela voltava ela ia sempre lá visitar a criança às vezes até dormia eu permitia que ela ficasse dormindo com a criança ela dormia depois ia embora pra casa dela a igreja cerca coloca numa redoma aquela redoma onde ela vai passar o resto da vida dela
não vivendo mas deixando que vivam por ela agora você vai ficar numa instituição Será que ela gostava dessa instituição Será que ela quis realmente perder o segundo filho dela para outras pessoas um dia eu recebi um telefonema que ela tinha passado mal ela estava grávida de 5 meses novamente né recebi um telefonema que ela tava na UTI do hospital úso foi solicitado para nós por telefone uma vaga do Hospital Espírita de Anápolis que hospal eh o Sanatório e para uma paciente que estava fazendo crise convulsiva E aí a Deus chegou para nós então chegou uma
moça grávida em crise convulsiva né Mais ou menos seis meses que depois a gente descobriu exatamente a a quando que tava de quando tava a gestação né E então assim ela chicou muito confusa muito agitava ela falava palavras desconexas frases desconexas não podiam sedá-lo por causa da gravidez não podia cedar ela então ela ficava o tempo todo confusa se debatendo sim então teve uma história de um padre da cidade Nossa lá que ele é um padre que luta contra aborto e assim ele ficou sabendo do caso dela né então ele foi até nós para tentar
ver se tinha alguma possibilidade de tirar o feto a polêmica que gerou na realidade foi eu me lembro bem no pós pós-morte dela Porque até então esse Padre eu não me lembro dele ter ido lá e questionou porque não se extraiu o feto porque a ele podia ser viável podia nascer o padre questionava que ele tinha que ser batizado não se podia deixar morrer uma criança vamos dizer sem batizar ele dizia foi assim bastante ele ficou bem em prol disso e procurou ajuda foi até a justiça e tudo mas infelizmente foi acabou o feta na
opta e a ela também né olha ela ficou por mais de uns 15 dias lá na UTI mais de uns 15 dias quando foi chegando mais pra época dela ia vi a óbito as crises dela eram frequentes frequentes e entrava com medicação mas não adiantava nada pessoalmente no me modo de pensar não era Demoníaca não era demônio era patologia mesmo era doença passou-se um tempo eu fui saber a Deus Eli internada na na na UTI foi quando eu fui vê-la e aí ela tava completamente assim é minha lembrança dela na UTI é de uma pessoa
num extremo sofrimento mas mais pelo quadro realmente que ela tava eh que ela tava vivendo é um quadro na minha opinião assim era um quadro céptico porque ela ela tinha reações assim de de de confusão mental de de não parece que ela não enxergava muito inquieta muito era um quadro muito triste nem ela me ajudou nem ajudou ela e fez destruiu Três Vidas né aí estragou minha vida estragou a vida dela estragou a vida da criança e que eu acho que se tivesse se tivesse sido feito na hora que ela estava com vontade não teria
morrido dentro de uma cadeia uma Total vítima total do sistema violência sofrida por ela por tudo não Ela matou a filha dela porque ela é uma mau caráter Ela deve ter algum ou ela é louca ou ela é muito à toa viu não tem um pingo de caráter ela tinha o direito de ter tirado essa criança não tirou e agora matou questiona-se ela teria o direito de matar a criança a minha resposta não se tivesse feito o aborto seria uma atitude lícita a criança nasceu não tinha mais o direito de matar essa criança o que
que ela tava matando era a filha ou era aquela situação que ela foi vítima creio que esse tempo Valeu a vida dela se depois ela vai vai matar a criança no momento em desespero pode dizer que a responsabilidade dela foi muito pouca Será que essa morte dela essa esse quadro dela e foi em razão de quê né até há que se Pesquisar quanto esse corpo não não quis [Música] morrer
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com