Os Verdadeiros Efeitos da MACONHA no CÉREBRO

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Olá, Ciência!
Quais são os efeitos da maconha no cérebro? Como a maconha age no corpo? O que a ciência diz sobre a...
Video Transcript:
STF decide que portar maconha para uso  pessoal não é mais crime no Brasil. No vídeo de hoje, eu vou usar  como gancho essa polêmica, para te revelar os verdadeiros  efeitos da maconha no organismo, uma planta cercada de  preconceitos e controvérsias. Será que a maconha é tão danosa assim ou, na verdade, seu uso pode até trazer  benefícios para a saúde e bem-estar?
Assim como qualquer outra planta, a maconha  contém centenas de compostos químicos. Mas quando falamos dos efeitos  da erva no organismo humano, dá para ignorar quase todos e focar só nesses dois o tetrahidrocanabinol, conhecido como  THC, e o canabidiol, conhecido como CBD. Mas antes da gente viajar para dentro do  corpo de alguém que acabou de fumar maconha para entender de forma educativa, o  que essas moléculas fazem no organismo e seus efeitos na saúde de forma  educativa, vamos falar do nosso futuro.
Eu já falei pra vocês em vários vídeos sobre como  o ser humano está provocando a crise climática e um dado chocante é que já em 2050 vai  ter mais plástico no oceano do que peixe. A gente precisa tomar medidas hoje e  uma forma é consumir com consciência né. A nossa parceira Insider  já possui 80% dos produtos feitos com fibras de origem natural e renovável, pessoal, que não eliminam microplásticos no meio  ambiente.
E eu não sei se vocês sabem, e eu não sei se vocês sabem, mas  a Tech T-Shirt é feita de modal, um material diferente do algodão obtido de madeira de reflorestamento que usa  4x menos água para produzir. E o melhor: o modal é um tecido  nobre que lava menos, não desbota, tem propriedade antiodor e dura até  3x mais do que camisetas de algodão. Tanto que essa camisa aqui tem mais  de 1 ano e está praticamente nova.
Isso significa que o seu impacto no ambiente  ao investir em uma roupa da Insider é bem menor do que quando você compra roupas tradicionais. É muito bom contar com o apoio da  Insider em vídeos polêmicos como esse, mas melhor ainda é poder contar com uma marca  que está realmente preocupada com o futuro. Eu te convido a dar uma chance pra conhecer  a Insider usando o cupom OLACIENCIA para 18% de desconto na primeira compra ou 12% de caso já seja cliente.
Link na descrição ou no QR Code aqui. Agora vamos viajar para o corpo de alguém  que acabou de tragar um cigarro de maconha. O que de fato a maconha faz dentro do corpo?
Com um trago do cigarro, uma fumaça cheia de THC e CBD, segue  garganta abaixo rumo aos pulmões. Lá, essas substâncias são absorvidas  e caem na corrente sanguínea, se espalhando pelo corpo  inteiro em questão de segundos. Mas é quando o THC chega no cérebro que  aparecem os primeiros sinais do uso da maconha.
O THC é o bagunceiro do plantão. Ele impede a produção de um importante mensageiro  do cérebro chamado adenosina monofosfato cíclico ou AMPc, para facilitar. Sem ele, os neurônios não conseguem  se comunicar de forma eficiente e isso diminui temporariamente  a atividade cerebral.
Isso ajuda a explicar alguns dos efeitos da  maconha, incluindo raciocínio mais lento, relaxamento e uma sensação de que as  coisas ao redor estão em câmera lenta. Mas olha que curioso, ao mesmo  tempo em que age como relaxante, o THC também age como estimulante  em algumas regiões do cérebro, incluindo as regiões ligadas aos 5 sentidos:  visão, audição, tato, paladar e olfato. Ele aumenta nessas regiões o fluxo  sanguíneo e a liberação de dopamina, o neurotransmissor responsável pela  sensação de recompensa e por trás do vício.
Com isso, a pessoa pode ver cores brilhantes,  ter alucinações, sensação de sentidos aguçados, euforia, e a famosa “larica”, a fome que aparece  independente de a pessoa estar de estômago vazio. Esse é o tal “barato”, o efeito característico da maconha no sistema nervoso,  que pode durar de 6 a 12 horas. Enquanto o THC gera todos esses efeitos, a outra  molécula da maconha que eu mencionei, o CBD, t ambém está lá no cérebro.
Ele não altera o comportamento  nem a percepção da realidade. Na verdade, ele diminui os  efeitos psicoativos do THC, pode desligar neurônios e impedir que eles liberem moléculas  ligadas à dor e à inflamação. Todos esses efeitos da maconha só  são possíveis porque, por acaso, o THC e o CBD têm uma estrutura muito parecida  com moléculas que o próprio corpo produz chamadas endocanabinoides (mais um nome bonito).
E a verdade é que existem sim muitas promessas  medicinais em torno dessa erva polêmica. Eu vou dedicar os próximos minutos para falar  sobre essas promessas e se realmente um dia o uso da maconha poderia ser liberado  como acontece com medicamentos. O fato do THC e o CBD serem  parecidos com moléculas que o corpo produz pode parecer uma coisa boa e muitos defendem que por isso,  fumar maconha seria algo natural.
Mas não é. Na verdade, ao entrarem no corpo,  THC e CBD geram uma confusão porque o organismo não consegue diferenciar os próprios canabinóides  daqueles que vieram da maconha. É como se o corpo recebesse  ordens de duas pessoas diferentes.
A gente já vai falar dos problemas disso, mas por incrível que pareça, esse desbalanço pode ser  benéfico em algumas situações. Especialmente em doenças em que a comunicação  entre os neurônios já está alterada. É o caso da esclerose múltipla, em que os  neurônios da dor ficam constantemente ativados, disparando sinais dolorosos para o cérebro.
Outro exemplo é a epilepsia, em que a  hiperatividade dos neurônios gera convulsões. O CBD pode ser útil nesses casos, já que um dos seus efeitos é diminuir os  sinais elétricos que os neurônios disparam. Ele atua basicamente como um remédio,  agindo exatamente onde existe uma alteração.
E o THC segue na mesma linha com a sua ação de relaxamento e de estimular  algumas regiões do cérebro. Esse efeito é tão real que algumas pessoas e  laboratórios conseguem autorização da Anvisa para produzir e comprar formulações de  pomadas, óleos, extratos e medicamentos orais. Um exemplo é o Mevatyl, um spray oral  de CBD com THC aprovado pela Anvisa para quem sofre com esclerose múltipla e não teve  melhora com os remédios para dor tradicionais.
Um estudo com 1600 pessoas mostrou  que esse remédio, o Mevatyl, traz alívio das dores ligadas a espasmos  musculares depois de apenas 1 mês de tratamento. E galera, aqui estamos falando do uso dessas  substâncias para tratar doenças específicas. Mas hoje, tem cada vez mais gente em busca  de produtos naturais à base de maconha para aliviar desde um enjoo e cansaço  gerado por uma quimioterapia do câncer até mesmo distúrbios do sono e dores crônicas.
Não é que não possa funcionar. Mas são usos mais informais que não  foram comprovados por estudos grandes, feitos com milhares de pessoas e seguindo  os métodos científicos mais confiáveis. Sem isso, não dá para saber se substâncias da  maconha vão de fato trazer benefício e não risco.
Ou seja, pessoal, assim como o extrato da  planta Papoula, também chamada de ópio, contém substâncias usadas como medicamentos, como  morfina e codeína, o extrato da planta Cannabis, a maconha, contém substâncias que quando  concentradas podem produzir medicamentos. Mas veja, que estamos falando das substâncias  concentradas por um processo laboratorial e não o fumo ou consumo da planta maconha. Vamos concordar que a maioria  das pessoas que usa a maconha, seja como cigarro ou para ingerir, não vai  atrás de extratos ultra puros de CBD e THC.
E nessa esmagadora maioria dos casos, a  pessoa usuária de maconha fica exposta não apenas aos efeitos potencialmente benéficos mas também aos perigos da  maconha, o outro lado da moeda. Antes de mais nada, você precisa saber que “nenhuma substância terapêutica vai te fazer  bem se ela for usada em forma de cigarro”. Apesar de existirem sprays  e medicamentos inaláveis, fumar qualquer substância não é um tratamento.
Eu sei que parece extremismo falar isso, mas toda vez que você inala a fumaça  quente de qualquer tipo de cigarro, você queima as células da  boca, garganta e pulmões. Se você fuma todo dia, você está  gerando um dano contínuo a esses órgãos, o que não só pode gerar dor e desconforto, mas aumenta o risco de tosse crônica,  bronquite e infecções pulmonares. Todo o dano ao sistema respiratório estimula a  multiplicação das células para tentar reparar, o que aumenta as chances de erros na  cópia do DNA e eleva o risco de câncer.
Um outro problema é a composição  da fumaça que você traga. O preparo da planta até se transformar  em cigarro e, depois, a queima dela, gera mais de 100 substâncias  perigosas para a saúde. E pasme, a fumaça da maconha tem 69 compostos tóxicos e até cancerígenos que  também estão no cigarro comum, como o formaldeído e o acetaldeído.
No fim das contas, aquele argumento de que  a maconha é melhor por ser mais natural, não tem fundamento científico. Além do pulmão, quem mais sofre com esses compostos tóxicos da fumaça são  os vasos sanguíneos e o coração. Eles aumentam o risco de  derrame, infarto e morte súbita.
Falando especificamente da maconha,  seus próprios efeitos no cérebro podem prejudicar a capacidade  mental a longo prazo. Cientistas fizeram uma série de testes  para medir habilidades como memória, atenção e velocidade de raciocínio na infância e, mais tarde, aos 38 anos. O esperado é que essas habilidades mentais  aumentem um pouco com o passar dos anos.
Mas não foi isso que aconteceu  com quem usou maconha 4 ou mais vezes por semana em algum momento da juventude. Essas pessoas tiveram uma piora das habilidades  mentais entre a infância e a vida adulta. Mas o que me deixou preocupado foi  quando os participantes do estudo começaram a usar maconha na  adolescência e de forma frequente.
Nesses casos, mesmo aqueles  que pararam de usar na vida adulta tiveram prejuízo das habilidades mentais. Diferente do que acontece quando o  uso da droga começa após os 18 anos. Na infância e adolescência, o  cérebro ainda está em desenvolvimento e ter uma substância lá alterando o funcionamento  dos neurônios é muito mais perigoso.
Aquela história de que a maconha prejudica  a inteligência se usada quando jovem é real. E por falar em riscos, não dá para  ignorar que a maconha pode causar vício, assim como o álcool e outras  substâncias de uso recreativo. Trata-se de um transtorno psiquiátrico  conhecido como Transtorno por uso de Cannabis, que acontece com cerca de 9%  das pessoas que usam maconha.
E esse número pode chegar a 50% entre  as pessoas que usam diariamente. Mesmo na vida adulta, a maconha danifica regiões  do cérebro ligadas à capacidade de julgamento, tomada de decisões e controle de impulsos. São esses danos que geram o vício.
A pessoa não tem mais limites quando o  assunto é usar a erva ou ir atrás dela. Ficar sem usar gera um mal físico,  com sintomas como irritabilidade, insônia e perda de apetite, a abstinência. Quanto menor a idade e maior a  frequência de uso, maior é o risco.
Usar maconha diariamente aumenta  em 3 vezes o risco de psicose, que é quando a pessoa não consegue saber  o que é real e o que está só na cabeça. Isso é um problema sério que  afeta não só a qualidade de vida, pode destruir as relações com pessoas  queridas e afetar trabalho e estudos. Em outras palavras, pessoal, do ponto de vista da  saúde, por mais que a maconha tenha sim compostos que podem fazer bem ao corpo, a melhor forma de aproveitar os benefícios  é usando os componentes mais bem estudados, CBD e THC, separadamente e  evitando qualquer tipo de fumo.
Já manda esse vídeo para aquele  seu amigo que diz que a maconha é um remédio natural sem  riscos para ele ficar atento. Eu sei que esse é um tema bastante  polêmico, mas é exatamente por isso que eu estou aqui com as informações completas  para você decidir o que vai fazer com elas sabendo que não existe benefício sem risco. Agora se você quer saber mais sobre os cigarro eletrônicos, aproveita para  assistir esse vídeo aqui.
Um grande abraço, nem tudo que vem da  natureza faz bem e diga Olá, Ciência. Tchau.
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