GEORGE V, o fundador da CASA WINDSOR, o rei que "salvou" a MONARQUIA BRITÂNICA NA PRIMEIRA GUERRA

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Video Transcript:
[Música] Que a monarquia britânica é tradicionalíssima, todo mundo sabe. Mas o que pouca gente sabe é que ela quase caiu durante a Primeira Guerra Mundial, e só não caiu por conta de um rei que agiu muito rápido. Senhoras e senhores, bem-vindos ao canal Story To.
Eu sou o professor Danilo e hoje vamos destrinchar a história do Rei George V, o avô da rainha Elizabeth I e o homem que salvou a monarquia britânica. O príncipe George não nasceu para ser rei, mas quis o destino que ele se tornasse rei. Nascido em 3 de junho de 1865, ele era o segundo filho do príncipe Edward, o filho mais velho da Rainha Vitória, e de Alexandra da Dinamarca.
Albert Victor, o irmão mais velho de George, era o homem que herdaria o trono britânico, e talvez ele teria o nome de Rei Albert I. Porém, desde a infância, George era o mais sabido dos irmãos. Ele não era nenhum gênio, mas era um aluno satisfatório, porém muito bagunceiro.
Foi então que, em 1892, tudo mudou na sucessão do trono britânico, já que Albert Victor acabou falecendo. O príncipe George ficou abalado e desesperado, já que ele passaria a ser o sucessor do trono britânico no lugar do irmão. Além disso, ele herdou a noiva do irmão, a rainha, aquela que veio a ser a Rainha Mary de Teck.
Mas, pera, pera, pera! Para te contar a história desse rei, a gente tem que voltar aqui um pouquinho no tempo. Senta que lá vem a história!
Em 1865, quando George Frederico Ernesto Alberto de Saxe-Coburgo-Gota nasceu, a Grã-Bretanha estava lá em cima, na condição de maior superpotência financeira e econômica do mundo, a maior das grandes potências. A avó de George era nada mais, nada menos que a Rainha Vitória, e a essa altura era uma viúva reclusa. Talvez ainda fosse, apesar disso, a mais notável encarnação da Grã-Bretanha e seu Império.
E, é claro, além de ser uma figura dominante da família, a Grã-Bretanha se considerava, ao mesmo tempo, uma monarquia e uma democracia. Mas, na realidade, ela não era exatamente nenhuma das duas. Ao longo de 200 anos, a monarquia fora essencialmente privada de seus poderes, restando apenas elementos cada vez mais simbólicos.
Já a democracia britânica estava mais para uma oligarquia, governada pela aristocracia fundiária que dominava o gabinete, o parlamento e os governos locais, e formava as fileiras dos dois principais partidos políticos: o Conservador e o Liberal. Ambos os partidos rezavam pela cartilha do livre mercado e da aversão a guerras dispendiosas contra outras potências. Porém, entretanto, todavia, eles não conseguiam se desvencilhar das guerras que ocorriam nas colônias.
O que restava para os monarcas britânicos eram os direitos perfeitamente vagos do monarca de ser consultado, estimular ou advertir. O verdadeiro equilíbrio desse relacionamento era decorosamente camuflado pela tradição, segundo a qual os políticos britânicos se dirigiam à soberana numa linguagem de lisonjeado governamental que deixava subentendido que o monarca era mais importante do que efetivamente era. No mundo da realeza, as aparências eram muito mais importantes, e os súditos da rainha e o resto do mundo continuavam acreditando que ela detinha poder.
Dentro dos limites de seu papel, ela forçava e manobrava as prerrogativas reais, explorando quaisquer vantagens de que pudesse valer-se para fazer notar suas convicções. Tais vantagens não eram propriamente insignificantes. Apesar de destituída constitucionalmente de poderes, a rainha estava para se tornar a monarca mais proeminente do mundo e fazer de sua dinastia a família real de maior prestígio.
Isto se devia, basicamente, é claro, ao império e à posição de destaque da Grã-Bretanha no cenário mundial. Antes da chegada da rainha ao trono, a família real britânica esteve envolvida em boatos de loucura, escândalos sexuais, dissipação e administração incompetente. Mas 25 anos de cuidadoso investimento e exploração de suas vantagens haviam, de certa forma, reabilitado a própria monarquia britânica.
Sob Vitória, a família havia se transformado no bastião da moralidade e dos valores familiares. A outra arma secreta da rainha eram suas relações com outros monarcas que, curiosamente, detinham muito mais poder real do que ela. A rainha tratou de ampliar e fortalecer esses laços através dos casamentos dos filhos.
Oito dos nove filhos da Rainha Vitória casaram-se com membros de casas reinantes europeias e, posteriormente, esses laços ocorreram com os netos, o que fez da Rainha Vitória uma autêntica matriarca da Europa real. Nesse contexto vitoriano, o lugar de George resigna-se a passar despercebido. Ele era apenas o segundo filho e estava destinado a viver à sombra do irmão.
O ambiente familiar em que ele vivia parecia estimular uma espécie de confortável mediocridade. Nenhum dos pais de George se sentia habilitado pela ideia de precisar provar o próprio valor, fosse em termos os ou de alguma outra maneira. O pai de George, Albert Edward, o futuro Rei Edward VII, conhecido na família real como Bert, reagira violentamente às expectativas educacionais do pai, ao passo que a bela mãe de George, a dinamarquesa Alexandra, era alegremente avessa ao intelectualismo.
Na Europa, corria a fama de Bert como Príncipe de Gales playboy. Ele era famoso por seus trajes imaculados, os escândalos em que se envolvia e a paixão por Paris. Para diminuir essa imagem, Vitória decidiu casar Bert o mais rápido possível, que na época estava com 22 anos.
Dessa forma, ela mobilizou a filha Vick para encontrar uma princesa à altura e a noiva acabou sendo a princesa Alexandra da Dinamarca. Tanto Edward quanto Alexandra tinham uma coisa em comum: eles gostavam de moda, gostavam de se vestir bem e chamar atenção com conforto e elegância. Se naquela época o Príncipe de Gales conhecesse a Haren, com certeza ele usaria uma camiseta dessa.
E, por acaso, a Haren está patrocinando o vídeo de hoje! E a Haren, com o vídeo de hoje, tem tudo a ver, porque a Haren é tradicionalíssima, como a monarquia britânica, por mais de 140 anos. Ela é.
. . O básico mais amado do Brasil; e olha só essa camiseta que eu tô utilizando no vídeo de hoje: ela é feita de algodão pima.
Eu gostei da modelagem dela, gostei do tecido e como é que ela fica no corpo; ela é bem bonita por conta desse marrom. Vocês sabem que o marrom é o novo preto, né? Afinal, combina com tudo!
Tá, mas qual é a diferença do algodão comum para esse algodão pima? Geralmente, o algodão comum tem uma mistura com poliéster; já esse tem umas fibras mais longas, que garantem um tecido mais suave, mais leve e mais brilhoso, como vocês podem ver aqui pela cor no vídeo. E, claro, uma camiseta feita de algodão pima é mais durável do que uma camiseta de algodão comum.
E olha só: essas camisetas aqui têm do tamanho P ao XXG, e essa que eu tô utilizando é do tamanho P. Eu gostei dela porque ela cai muito bem no corpo; ela não fica apertada aqui no tórax e nem muito longa aqui no comprimento. Ela é certinha na medida que a gente gosta e, além desse marrom belíssimo, ela tá disponível em mais cinco cores.
E é sempre bom lembrar que a Hary é uma empresa que tem linhas casuais, esportivas e sociais, tanto para homens quanto para mulheres. E agora vem a parte boa, que eu sei que você tá esperando: se você se interessou por essa camisa ou já tava de olho em algum produto da R, eu tenho um cupom de desconto para você! O meu cupom é "história15"; você ganha 15% de desconto no site da Haring.
Tô deixando o link aqui na descrição e no comentário fixado para facilitar sua vida. Fechou? O primeiro filho de Best, Alexandra, o Herdeiro Albert Victor, nasceu em 1864.
George chegou 18 meses depois, em 3 de junho de 1865. Segundo a Rainha Vitória, ele era muito pequeno e não muito belo. A rainha já havia superado o entusiasmo inicial com os netos, achando-o, naquele momento, consternados.
Sua maior preocupação era assegurar-se de que todos os netos do sexo masculino fossem batizados de Albert. Outras pessoas diziam que George tinha um rostinho muito alegre e parecia ser o mais inteligente dos filhos do Príncipe de Gales. Em comparação, Eddy, o Herdeiro, mostrava-se muito frágil; ainda bebê, fora considerado pela rainha vaporoso, plácido e melancólico.
Mais preocupante ainda era o fato de ele ser geralmente considerado apático. A criação de Alexandra com os filhos deixou muito a desejar; os biógrafos relatam que a rigidez das exigências de Alexandra acabou atrasando a evolução dos filhos, para que eles tivessem maturidade e autoconfiança. Ela escrevia em seu diário: "Meu Pequeno George será sempre o mesmo, inalterado sobre todos os aspectos.
" Detalhe que esse relato foi escrito quando o príncipe tinha apenas 19 anos e, quando ele completou 25 anos, ela escrevia bilhetes do tipo: "Um enorme beijo nesse rostinho adorável. Diz aí se ele não era o filhinho da mamãe! " Por seu lado, George adorava os bilhetes da mãe.
Quanto ao Príncipe de Gales, ele amava os filhos, embora negligenciasse as filhas. Achava as filhas muito sem graça; porém, ele ficava frequentemente ausente e, quando presente, sua personalidade tendia a tragar deles. George comportava-se com devoção quase servil em relação ao pai; muitas vezes se comentava que ele subordinava não só suas preferências, mas toda a sua natureza ao pai, buscando a opinião dele e a avaliação para as menores coisas.
Os dois nunca discutiam. George ocupava um lugar especial no afeto do pai; os sentimentos de George em relação ao pai, no entanto, não eram bem claros. As cartas que ele escrevia ao pai eram diametralmente opostas às que mandava à mãe; elas eram mais rígidas, corretas e reservadas.
Até seu biógrafo as considerava pálidas e artificiais. Na idade adulta, ele reconheceria abertamente que tinha medo do pai, acrescentando, em tom de aprovação, que seus filhos também deveriam ter medo dele, o que de fato aconteceu. Segundo o irônico e observador secretário do Príncipe de Gales, todo mundo tinha medo de Bert, exceto duas pessoas: a esposa dele e a Rainha Vitória.
George ainda sofria de outras pressões; muito jovem, ele já sabia que seria apenas o reforço do seu irmão mais velho. George era tímido e tinha muita dificuldade em fazer novos amigos; na essência, ele entrou na Marinha Real e, por conta disso, teve que navegar pelas colônias do Império Britânico. Ele deixou Londres aos 14 anos para empreender uma volta ao mundo que durou cerca de 3 anos.
Tudo isso fazia parte do treinamento dele na Marinha Real. Nesses três anos que ele viajou, ele percorreu Singapura, passou aqui na América do Sul, na Austrália, no Japão, entre outros países. É possível que George tivesse dislexia, uma disfunção totalmente ignorada no século XIX e, hoje em dia, provavelmente uma explicação abusivamente na moda para todo tipo de problemas de aprendizado.
Mas seus problemas de ortografia, gramática e línguas convergem para um diagnóstico como esse; ele também tinha problemas de redação, que representaram uma verdadeira tortura para George durante toda a vida. Em 1886, aos 21 anos, ele entrou realmente para a Marinha, passando os quatro anos seguintes como oficial da Esquadra Mediterrânea, que estava ancorada em Malta. A Marinha Real era o símbolo glorioso do poderio britânico, a força que sustentava o império até que veio a grande mudança na sua vida com a morte do irmão em 1892.
Naquele momento, na linha sucessória, ele só estava atrás da avó dele, que já estava com a idade bem avançada, e também atrás do pai dele, que estava com a idade bem considerável. O problema é que, tal qual a Rainha Elizabeth II, naquela época a Rainha Vitória era considerada imortal, e o raparigueiro Príncipe de Gales tinha uma saúde de ferro, até porque ele tinha que dar conta das mulheres com quem ele ficava de olho, né? Vocês já viram o vídeo?
Dele, tem um vídeo dele aqui que eu conto um pouco mais sobre isso. Tinha até uma cadeira que dava para pegar duas mulheres ao mesmo tempo. Esse aí daria orgulho para Dom Pedro I.
O príncipe George aceitou bem a missão de um dia se tornar rei, embora sua vida tenha mudado irrevogavelmente e não por sua própria escolha. Em 1893, após um período de reflexão por parte de ambos, ele se casou com a noiva de seu irmão, Mary de Teck. Fazia sentido, considerando todas as coisas; afinal, não era fácil encontrar e avaliar uma noiva real.
Mas o início do casamento foi bem difícil. Foi com a chegada de Edward, o primeiro filho, que o amor finalmente começou a florecer. Em intervalos curtos, mais filhos se seguiram: Albert, mais tarde o Rei George VI, o pai da Rainha Elizabeth II, nasceu em 1895; Mary nasceu em 1897; Harry nasceu em 1900; George nasceu em 1902; e finalmente John nasceu em 1905.
O duque gostaria de ter tido mais meninas, mas estava orgulhoso da responsabilidade de ter cinco filhos. No entanto, George entrou para a história como pai autoritário e rancoroso, e essa ideia persistiu por décadas. Porém, ela não é relatada nos arquivos reais.
Na verdade, muitos comentam que George era um pai mais participativo do que seus contemporâneos, e também era um pouco carente demais como pai. Cursos intensivos em línguas, sucessão e monarquia constitucional foram iniciados para prepará-lo para reinar. Ao contrário da avó de George, a Rainha Vitória, seu pai, o Príncipe de Gales, não guardou zelosamente seu acesso à responsabilidade real.
Ele apresentou George a qualquer um que pudesse ensinar. George foi apresentado a políticos, dignitários, homens da Marinha e militares em 1901. Finalmente, uma era chegou ao fim: a Rainha Vitória morreu e o príncipe Edward ascendeu ao trono como Rei Edward VII, e George se tornou o Príncipe de Gales.
E olha só, se você quer saber mais sobre a Rainha Vitória e sobre a era Vitoriana, aqui para os membros, sai um curso completo sobre a era Vitoriana e a Rainha Vitória. Nesse minicurso, eu falo sobre a vida da Rainha Vitória, o casamento dela, como é que ela via os casamentos reais, como é que ela se comportava diante do Parlamento, entre outras coisas. Então, são seis vídeos exclusivos para os membros, só sobre a era Vitoriana e sobre a Rainha Vitória, então não perde tempo, não?
Se torne membro do canal e tenha acesso aos vídeos exclusivos. Então, continuando, os aspectos notáveis do tempo de George como Príncipe de Gales foram suas viagens coloniais. Se seu pai amava a Europa, principalmente Paris, o príncipe reservava essa afeição para o Império Britânico.
Em 1901, deixando as crianças em casa, ele e sua esposa embarcaram em uma viagem exaustiva pelo mundo. Após o nascimento de seu filho mais novo em 1905, eles partiram em viagem novamente, desta vez para um longo período na Índia. Isso deixou uma impressão duradoura em ambos.
Embora fosse devotado ao Império, o príncipe sempre foi progressista quando se tratava da ideia de seu futuro. A preparação do príncipe George terminou em 6 de maio de 1910, pois o Rei Edward VII acabou falecendo. George ficou devastado tanto em nível sentimental quanto em nível político, já que ele estava com medo de ascender ao trono em meio à pompa e à cerimônia.
O novo rei teve que lidar com questões domésticas que ameaçavam minar completamente a monarquia, incluindo uma crise na Câmara dos Lordes que girava em torno dos liberais sendo incapazes de fazer qualquer legislação passar pelo número esmagador de seus oponentes políticos. Em geral, a câmara estava contra eles. George acabou sendo atropelado por seu primeiro-ministro, Herbert Asquith, no início de seu reinado.
George V também teve que lidar com greves e agitação de trabalhadores, mas foi a questão da independência da Irlanda que acabou tirando seu sono. Ela empalideceu em comparação com a crise de julho de 1914 que se seguiu ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando e sua esposa em Sarajevo. Foi alegado que o Rei George negligenciou o desastre iminente, mas isso é um pouco incorreto.
Ele estava tão ciente quanto seus ministros do que estava acontecendo naquela época, lá pelos Bálcãs. A situação tomou um rumo crucial no final de julho e, de fato, as evidências sugerem que o rei fez reverência a isso antes do Gab. No início, George não queria guerra; ele fez tudo em seu poder constitucional limitado para tentar evitar o desastre.
Mas, uma vez que ficou claro que a guerra era inevitável, ele estava determinado que a Grã-Bretanha ficaria do lado vencedor. Nos anos que precederam a Primeira Guerra Mundial, George foi preparado para ser transformado em um líder nacional com consciência política. E quando a guerra começou, e durante os primeiros duros anos, George V tinha se tornado um ponto de convergência popular.
Na primavera de 1917, as verdades trazidas pelos conselheiros do rei pareciam bem alarmantes: a guerra ia de mal a pior, as greves alastravam pelo país e a maioria da população acreditava que o rei tinha muita semelhança e afinidade com o Kaiser alemão. O sentimento anti-alemão entre os ingleses atingiu o pico em março de 1917. O pessoal lá da Inglaterra estava de boa em casa até que os aviões alemães começaram a bombardear Londres e outras cidades, e quando a população olhava para os aviões, eles viam lá escrito assim: "Gota".
Esse avião, Gota G4, era um avião pesado que era capaz de atravessar o Canal da Mancha e ele era utilizado para bombardear a Inglaterra. O problema é que esse nome já era familiar para os ingleses, afinal, o nome da dinastia real era Sachsen-Coburgo-Gotha, porque ela é de origem alemã. E aí já viam, né?
Causava um problema muito grande, principalmente numa época em que o nacionalismo estava exacerbado por conta da guerra. Agora, imagina! Você é inglês e tem um rei que tem origem e sobrenome alemão, então não dava bom não, e as fake news correram solto pela Inglaterra.
Muitos acreditavam que o rei era pau-mandado do Kaiser alemão e que, por debaixo do pano, estava ocorrendo uma traição dentro da própria Inglaterra. O cenário da guerra não ajudava; a Inglaterra perdia batalhas, a crise econômica aumentava e as greves pressionavam o governo. A monarquia, ao que parecia, tinha poucos amigos poderosos.
Diante disso, George V decidiu que, se a anarquia fosse sobreviver na Grã-Bretanha, ela deveria passar por uma grande reforma. Foi então que o rei George fez uma série de mudanças que tiveram enorme influência no reinado da Rainha Elizabeth. A primeira e mais notória foi mudar seu nome e o nome de sua dinastia.
Saxe-Coburgo-Gota era não somente pomposo, mas muito obviamente alemão; o sobrenome foi adquirido pela família através do casamento da Rainha Vitória com o Príncipe Albert. Ela também era uma Saxe-Coburgo por parte da mãe, mas, quando se tornou rainha, deu continuidade à dinastia de Hanôver, pois uma nova dinastia só se dá pelo ramo masculino, como aconteceu com seu filho, o Rei Edward VI. Foi ele que inaugurou a dinastia Saxe-Coburgo, e o Rei George V foi o segundo dessa dinastia, que, durante a Primeira Guerra, tinha de ser descartada.
Curiosamente, George não sabia qual poderia ser seu sobrenome original, então o Conselho Real de Heráldica foi consultado. Falaram ao rei que seu sobrenome não era Stuart e passaram a buscar um sobrenome inventado. Todos os nomes Stuart, Plantageneta e Ork Lancaster foram discutidos, mas, no fim, foram descartados, bem como England, que era óbvio demais e desagradaria os escoceses, irlandeses e galeses.
Sugestões mais obscuras incluíam Fitzroy. Foi então que o astuto Lord Stanford Hanan revisitou o nome do lugar onde ficava o palácio favorito do rei e sugeriu Windsor. O nome não só soava bem, como descobriu-se depois que o rei Edward I o usara certa vez.
Assim, em 17 de julho de 1917, a dinastia Windsor nasceu. Depois disso, uma cascata de mudança de sobrenome se seguiu, confundindo muita gente que até hoje não se sabe quem realmente é o quê. Qualquer referência à Alemanha na monarquia britânica foi sumariamente apagada.
Um fato menos divulgado, mas mais importante que a troca de nomes, foi o pronunciamento feito pelo Rei George V e pela Rainha Mary de que seus descendentes se casariam com famílias britânicas. A Rainha Vitória, durante seu reinado, havia sugerido para a monarquia britânica aceitar casamentos com outras famílias e de que esse sangue novo fortaleceria o trono moral e fisicamente. Assim, essa medida foi implementada pelo Rei George V da Casa Windsor.
Com efeito, a monarquia britânica estava nacionalizada. Os anúncios do rei sobre uma nova regra em 1917 abriram caminho para que Elizabeth Bowes-Lyon, uma escocesa cuja família se tornou proeminente durante a guerra, se casasse com Albert, o Duque de York, mais tarde Rei George VI. A regra também permitiu que o Príncipe Charles se casasse com Diana e, mais tarde, com Camila, e consentiu a união do Príncipe William com Kate Middleton.
Pode parecer algo banal hoje em dia, mas o casamento da realeza com os súditos jamais passara pela cabeça da antiga Casa de Saxe-Coburgo-Gota. O passo seguinte do rei foi bem mais brutal e, para alguns, foi bem covarde. O Rei George V não deu asilo ao seu primo, o czar Nicolau I, e deixou ele e toda a família lá na Rússia.
E aí, os bolcheviques pegaram eles e trucidaram. O detalhe é que George V, Nicolau I e o Kaiser alemão eram primos; um era primo do outro e o outro era primo do outro. E eles, na guerra, lutaram de lados opostos.
Só que aí tem uma diferença: o czar russo sempre foi um aliado do George V, já o Kaiser alemão nunca foi aliado do George V. E ele também, né, o Guilherme I, foi um grande inimigo da Rússia, lutando em duas frentes: do lado da Rússia e do lado da França, que também combatia os ingleses. Mas se você quiser saber mais detalhes, aqui para os membros, ter uma série exclusiva sobre a Primeira Guerra Mundial, eu também soltei algumas partes aqui para o público.
Se quer saber mais sobre a Primeira Guerra Mundial, tem vídeo adoidado aqui no canal. Outra coisa é que George até considerou reaver o asilo que ele tinha prometido ao primo, só que, quando foi lá atrás, já era tarde demais; o primo tinha sumido, e, no final, descobriu-se que ele tinha sido assassinado junto com toda a família. A Primeira Guerra Mundial provou não ser apenas a criação do Rei George, que passou de um monarca inexperiente a um símbolo nacional, mas ela também foi a criação da Casa Windsor.
O nome Windsor foi adotado em 1917 como uma resposta ao republicanismo desenfreado na Rússia e à questão persistente de com quem os filhos do rei se uniriam. Essa mudança de nome da dinastia foi uma mensagem poderosa para o país, muito por conta da guerra e a chegada da imprensa popular. No final de 1918, o Rei Edward V era o monarca mais acessível da história britânica.
A vida não ficou mais fácil na década de 1920; o mundo foi reduzido a escombros e levaria muito tempo para ser reconstruído. Somando a isso, mudanças sociais sísmicas foram aceleradas pelo conflito. Mulheres com mais de 30 anos que atendiam a certas qualificações de propriedade tinham direito ao voto em 1918.
No final de 1922, a Irlanda foi dividida e, em 1924, o rei nomeou James Ramsay MacDonald, que era simplesmente o primeiro primeiro-ministro trabalhista da Grã-Bretanha. Em 1926, a agitação industrial do pós-guerra culminou com a greve geral. Em evidência de sua empatia, quando foi sugerido que os trabalhadores que estavam… Em greve, eram revolucionários.
Sua Majestade retrucou que talvez seus acusadores devessem tentar viver com seus salários antes de fazerem um julgamento. O Rei George era declaradamente desconfiado de Adolf Hitler e da ascensão de seu partido na Alemanha dos anos 1930. Para um homem da geração do Rei George, nascido no auge da Era Vitoriana, o ritmo de vida nos primeiros anos do século XX e as mudanças que ela trouxe foram impressionantes, e os tremores continuaram chegando.
Com o início da década de 1930, o rei viu o mundo mergulhar em uma crise financeira, e George V promoveu a ideia de um governo nacional para ajudar o país a passar por isso. Com a ascensão de Hitler, ele acreditava que haveria outra guerra. O rei se manteve atualizado com os desenvolvimentos; ele sabia consertar um carro e sabia como rádio funcionava.
Em 1932, ele se tornou o primeiro monarca na história britânica a ter sua voz transmitida para as casas das pessoas, isso quando ele transmitiu o primeiro discurso de Natal. O povo britânico sentiu que o conhecia mais do que jamais conheceu um soberano. O Rei Jorge V quase teve um encontro com a morte em 1928.
Ele desenvolveu septicemia, o que afetou significativamente sua saúde pelo resto de sua vida. Seus últimos anos foram marcados não apenas por turbulências domésticas e estrangeiras, mas por um relacionamento tenso com seu filho mais velho e herdeiro, Edward, Príncipe de Gales. No início da década de 1930, Edward começou a namorar Wallis Simpson e, durante toda a sua vida adulta, demonstrou uma forte relutância em assumir seu papel como futuro rei.
George V previu que, quando ele se fosse, seu filho se arruinaria em apenas um ano. Mais uma vez, ele se mostrou o Nostradamus do Reino Unido. Em 1935, o rei ficou atordoado com a demonstração de amor e afeição demonstrada na ocasião de seu jubileu de prata; vendo todo aquele apelo popular, o rei simplesmente foi às lágrimas.
O homem que estava totalmente despreparado para seu papel havia se tornado uma figura paterna para a nação. Ele havia ido tão longe com seus conselheiros confiáveis e de longa data a ponto de reformular a monarquia, fortalecê-la e trazê-la para o século XX. O projeto que ele deixou, digamos, dura até os dias atuais.
No início de 1936, George V adoeceu e, à medida que sua condição piorou, ele morreu em 20 de janeiro, aos 70 anos. O corpo do rei foi velado por mais de 800. 000 súditos.
Após o velório, o corpo dele foi levado para a Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. Após ele, a monarquia britânica assistiu a uma das maiores crises de toda sua história com a abdicação do Rei Edward VIII, mas isso a gente vê no próximo vídeo. Isso é, se vocês quiserem.
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