O que será que é mais triste pra um brasileiro do século 21? Saber que o Brasil já foi um Império rico, poderoso, influente e elogiado no mundo todo, ou saber que tem muito brasileiro que nem sabe disso? A verdade é que há muito mais na nossa história do que nos contam.
De qualquer forma, o Império do Brasil não brotou do chão. Então vamos voltar 14 anos do nascimento do império e ver detalhes interessantíssimos dessa nossa história. E eu vou fazer isso em 1:30, só!
Então vamo nessa: Napoleão conquista a Europa, mas ainda faltava Portugal e a Inglaterra. Antes que ele pudesse colocar as mãos no Rei D. João VI, que ainda não era rei, mas regente devido a loucura da sua mãe, prepara uma armada e parte rumo ao Brasil.
Enquanto houvesse rei ainda haveria esperança para Portugal. Napoleão fica a ver navios, daí a expressão: “Ficar a ver navios”, embora ninguém mais fale isso. E em 1808, a família real chega no Brasil: Agora, Portugal é Brasil e Brasil é Portugal.
Até o nome ficou profissional: “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. ” Sim, agora o Brasil era a sede de um poderoso reino trans-atlântico. A família real traz tudo de moderno para o Brasil: a imprensa, o primeiro banco, a primeira universidade, a biblioteca real; os portos brasileiros agora faziam seu próprio comércio.
As verdadeiras bases intelectuais, políticas, culturais e econômicas foram lançadas e muito bem fundadas preparando o Brasil para a ascenção que viria a seguir. Mas os portugueses, quebrados e revoltados com essa mudança e abandono iniciam a revolta do Porto em 1820 que em pouco tempo já atinge Lisboa e o país inteiro: O rei tinha que voltar pra Portugal. As noticias da revolta chegam ao Brasil, que também começa a se dividir entre os dois lados.
Temendo uma revolução e a quebra da nação em pequenas republiquetas, a exemplo do que já havia acontecido à América Espanhola, D. João resolve voltar a Portugal e deixar seu filho, ainda criança como um símbolo de esperança para o futuro do Brasil. E esta criança é D.
Pedro I, (eu não vou falar o nome todo dele porque se não o vídeo vai ficar muito grande) Esta criança seria a responsável pela criação do Império do Brasil. Aliás, se vc quiser conhecer a história completa do Império português, o link está na descrição. Terminei!
D. João VI deixára um tutor sem igual à cuidar de seu filho, o segundo maior herói da história brasileira, se quiser saber o primeiro assista até o vídeo até o fim: José Bonifácio de Andrada e Silva. Com sua orientação e para preservar a unidade brasileira que estava a beira do colapso, Pedro resolve ficar no Brasil e cortar definitivamente os laços com Portugal, e declara a Independência do Brasil, em 1822.
E aqui entra um detalhe singular: A Independência do Brasil se deu por um regente da própria família real, em outras palavras, a independência foi um movimento legítimo português. Portugueses libertam o Brasil de Portugal. Resumindo: Portugal sai, os portugueses ficam e o Império do Brasil nasce.
D. Pedro I é imediatamente coroado imperador do Brasil, e com ele começa o primeiro reinado dessa nova potência mundial. Agora, o país era independente, tinha um imperador, mas estava dividido entre patriotas e portugueses insatisfeitos com a decisão de Pedro.
Para conter as revoltas por todo o país, D. Pedro I começa o fortalecimento do exército, em especial a marinha que estava enfraquecida à época. Depois de muitas batalhas sangrentas, como as batalhas de Pirajá e o cerco de MonteVideo as revoltas são controladas por volta de 1825.
Milhares de pessoas perderam suas vidas nesse provesso. Logo após tantas conquistas importantes, Pedro I começa suas cagadas: Um pulador de cerca profissional, ele começa a se envolver em um monte de escândalos, em especial com Domitila, marquesa de Santos, mesmo tendo uma fiel e sábia esposa ao seu lado, a D. Leopoldina.
Sua força política começa a enfraquecer, embora sob constantes avisos de Bonifácio. Dissolve uma assembleia constituinte liderada pelo próprio Bonifácio que queria organizar a nova política. Apesar disso tudo, a Constituição do Império é feita em 1824 com fortes aspectos liberais e moderadores.
Com a Guerra da Cisplatina o Uruguai conquista a Independência do Brasil, e o reinado de Pedro I entra em colapso. Sem apoio político, ele decide renunciar e retornar a Portugal em 1831. Lá, ele decide enfrentar seu irmão que havia tomado o poder e consegue uma vitória decisiva na guerra civil mais sangrenta da história de Portugal, restaurando a monarquia através de sua filha Maria II.
Mas antes de Pedro I falecer, ele deixa seu filho sob os cuidados de nínguem menos que José Bonifácio. Pedro II ainda era uma criança, e portanto não podia assumir o trono. Enquanto isso, os liberais assumem o poder e começam a designar presidentes de provincia estimulando a ruptura com o Império.
Em várias partes do brasil começam a surgir movimentos separatistas como a República Juliana, a República Rio-Grandense e a República Bahiense ocasionando guerras civis em várias partes do país. Os liberais saem e os conservadores voltam: Com o Império começando a se quebrar, tanto liberais como conservadores concordam em emancipar Pedro II. Esse ato ficou conhecido como golpe da maioridade, o que é uma inverdade, uma mentira e uma falsidade descabida: o povo aprova, o congresso aprova e o próprio Pedro aprova.
Pedro II se torna imperador do Brasil com 15 anos, em 1840. E aqui começa o Segundo e mais brilhante reinado da nossa história. E pra ajudar a colocar juízo na cabeça de Pedrinho II, eles logo providenciam uma esposa pra ele, a princesa Teresa Cristina, da Cicília.
Desse lindo casamento, nasce a mulher mais amada da história do Brasil: a princesa Isabel. Agora o Brasil volta a funcionar e está em paz, só o sul continuava fazendo barulho com a Revolução Farropilha. O gênio Duque de Caxias resolve a situação com diplomacia e acaba com 10 anos de conflitos na região, com o Tratado de Poncho Verde.
Logo em seguida, o imperador instituí um regime parlamentar, onde tanto liberais quanto conservadores tinham um poder moderador por meio do Presidente do Conselho de Ministros. Essa estratégia política colocou o Brasil em uma posição muito respeitada no cenário mundial, tudo sob a liderança do seu novo Imperador. Agora, o Brasil tinha um monarca 100% Brasileiro.
Diferente de seu pai casca-grossa e pulador de cerca, D. Pedro II falava 17 idiomas e estudou medicina, Direito, linguística, pintura, antropologia, geografia, geologia, estudos religiosos, filosofia, escultura, teatro, música, química, poesia, tecnologia e fotógrafo. Resumindo, ele foi o primeiro nerd da história do Brasil.
Mas chega a Guerra do Paraguai, e de intelectual ele se torna um soldado: o Voluntário da Pátria número 1. Na batalha, 15 mil brasileiros com 5 mil argentinos e uruguaios derrotam 85 mil paraguaios. Herdando a destreza marítima portuguesa, a marinha do Brasil foi essencial nesse conflito.
Por fim, o ditador paraguaio Solano Lopez é morto na batalha pelo calmo e bondoso soldado conhecido como Chico Diabo. A guerra termina com metade da população paraguaia morta sendo considerada a guerra mais sangrenta da história da america do sul. Os brasileiros finalmente criam um senso de identidade nacional após essa guerra.
De acordo com a enciclopédia Britânica, o reinado de Pedro II constituiu a época mais frutífera da história do Brasil. O prestígio e o progresso da nação se deu principalmente pelo reinado esclarecido do Imperador, que sempre foi simples, modesto e democrático. Além disso, o investimento privado começa a crescer sob a figura de Barão de Mauá, o maior empresário da história do país.
O Brasil começa a ser uma mistura de um governo imperial sólido e aberto a iniciativa privada: estradas começam a ser criadas, vastíssimas linhas ferroviárias, linhas telegráficas nas principais capitais e a arte em seu apogeu. A população cresceu de 4 milhões para 14 milhões, e o valor das exportações aumentaram em 1. 400%.
Mas é com a igreja que D. Pedro II falha. Como chefe da Igreja, ele começa a tomar medidas arbitrárias contra as bulas papais e se torna extremamente impopular no meio religioso.
No mesmo período começam a surgir movimentos pró e contra a escravidão que agitam o país: D. Pedro II vai tratar sua saúde na Europa e a decisão fica a cargo de sua filha, a princesa regente Isabel. Ela muda a história do Brasil ao assinar a Lei Áurea em maio de 1888.
Só que essa decisão também desagrada poderosos com aspirações positivistas e repubicanas que aproveitam esas inquietações para deslanchar um golpe que destruiria séculos de esforço e progresso. Em 1889, a família real é expulsa do Brasil através do golpe militar liderado por Marechal Deodoro da Fonseca. O Imperador morre dois anos após o golpe em París, ainda com a terra do Brasil ao seu lado a ser despejada sobre seu caixão.
Agora, o Brasil se torna uma República a força, sem a permissão e aprovação da povo. O Império do Brasil chega a um fim brutal e com ele o período mais próspero e frutífero da história da nação. Muito obrigado por vir!
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