[Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] m [Música] [Música] [Música] un [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] e [Música] k [Música] [Música] Olá pessoal Olá a todos boa noite boa noite sejam todos muito bem-vindos à jornada dos afetos promovida pela casa do sabia em parceria com professor e psicanalista Christian dunker eu sou Ricardo Nicolai um dos curadores da casa do sab eu vou acompanhar vocês ao longo desse percurso eh eu vou explicar Foi agora acho que foi bom eh retomando aqui eu sou o Ricardo Nicolai um dos curadores da casa do Saber e eu vou
acompanhar vocês ao longo desse percurso eu vou explicar um pouquinho como que vai funcionar a a nossa jornada ela na verdade já começou né quem tinha quem se inscreveu antecipadamente já tá recebendo na caixa de entrada do e-mail eh uma sequência de conteúdos especiais com conceitos importantes para entender o o desejo né quem já viu esses e-mails vocês gostaram eh quem gostou dá um comentário aqui pra gente pra gente saber como é que tá funcionando pra gente saber eh pra gente ter o nosso termômetro bom eh hoje oficialmente começa mais uma etapa da nossa jornada
e essa etapa é o curso gratuito desejo o maestro dos afetos que conta com três aulas inéditas a aula de hoje desejo e amor amanhã desejo e angústia e desejo e gozo que serão ministradas pelo professor psicanalista Christian dunker sempre a partir das 20 horas aqui no canal da casa do Saber no YouTube como é que vai ser a dinâmica dessas dessas nossas três aulas eh o professor dunker terá uma mais ou menos 30 minutos para uma apresentação para uma exposição na sequência ele vai responder algumas perguntas eh da de vocês então e não deixem
de mandar suas questões e perguntas aqui no chat o time da casa tá recolhendo vai recolher todas e mandar aqui pra gente transmitir diretamente pro professor bom nesse momento sem mais delongas gostaria de chamar aqui para se juntar eh nessa nossa nesse nosso primeiro encontro da jornada dos afetos Professor psicanalista Christian dunker Olá gente tudo bem Boa noite seja muito bem-vindo Christian opa obrigado boa noite Ricardo Boa noite aí todo mundo que concorreu pra gente poder estar junto pessoal da transmissão Newton todo pessoal da casa de saber bom Vamos começar agora com passo agora o
microfone para você dunker fica à vontade eh o momento é seu agora daqui a pouco eu volto pra gente fazer o nosso batebola das perguntas tá bom obrigado Ricardo Então bem-vindo pessoal eu vou fazer um um jto de notas aqui pra gente discutir né essas aulas Elas têm essa essa finalidade né da gente se escutar ver como como reverberam essas ideias e elas estão organizadas em torno de um uma propositura genérica né de que o desejo é o maestro dos nossos afetos né então hoje eu queria falar um pouco sobre a noção de afeto afeto
em psicanálise principalmente e introduzir a ideia de desejo né de como essas essas duas dimensões se articulam como elas se coordenam né Eu queria começar Lembrando que a gente tem duas na história né do entendimento filosófico sobre os afetos a gente tem duas concepções diferentes uma que diz assim olha os nossos afetos eles são uma dimensão privilegiada autônoma eh algo vamos dizer assim eh Origin e que marca o que há de mais essencialmente autêntico em nós mesmos né Isso é uma uma ideia que vai eh ir se firmando cada vez mais no arco histórico da
modernidade que é também um arco histórico que vai dar mais atenção mais interesse né Aos afetos como lugar vamos dizer assim da Verdade da subjetividade essa ideia de que os afetos eles onem a algo de autêntico tem que ver com Justamente a ideia de que a gente não os controla né afec né tem que ver com afetação tem a ver com impressão como as coisas do mundo as imagens as palavras as pessoas né Elas eh chegam até nós e causam em nós efeitos que nós não controlamos né e e isso então Eh autoriza a gente
pensar assim ali onde a pessoa responde espontaneamente é ali que a gente vai dizer assim tá a verdade daquele sujeito mas o que que a gente quer dizer com a verdade daquele sujeito né Eh se ele tá assim disfarçando seus afetos né se ele tá com raiva mas na verdade ele ele tenta passar uma imagem de de alegria ou ele tá com medo e tenta passar uma idade uma uma imagem de bravura é isso que a gente vai entender por verdade né Eh bom aí a gente vai resgatar a segunda tradição né de reflexão sobre
sobre os afetos que vai dizer assim exato o contrário não na verdade os afetos eles são efeitos eh da linguagem eles são efeitos da Razão eles são efeitos de eh nossos Encontros com com o outro né que gera por exemplo Espinosa né aumento de potência diminuição de potência mas que eles são efeitos secundários né eles são eh no fundo subordinados a outras coisas né e o que seria esse então portanto ponto de encontro entre essas duas tradições né algo que a gente não comanda não coordena não legisla e por outro lado a algo que eh
vamos dizer assim eh é subordinado ao nosso pensamento ao Nosso a nossa vontade as nossas deliberações bom é justamente nessa zona de de confluência entre as duas coisas que a psicanálise vai situar o desejo né E aí vamos fazer uma primeira distinção o desejo não é equivalente da nossa vontade nosso desejo não é sinônimo exato né do que a gente quer né Por o desejo é sinônimo do desejo inconsciente Ou seja a hipótese do inconsciente não sei se vocês percebem ela abole um pouco essas essas duas tradições ela diz olha tem uma terceira coisa tem
uma terceira coisa que nos governa que que que impõe reações que impõem diretivas que impõem horizontes para nós de eh de de de de decisão mas que nós não governamos é isso que nos governa né então ah como dizia o Freud o eu não é senhor em sua própria morada como também dizia o Freud Olha a psicanálise veio trazer a terceira ferida narcísica pra humanidade a primeira veio com o Copérnico que disse olha nós não estamos no centro do universo mas eh não é a terra que não é o sol que gira em torno da
Terra mas é a terra que gira em torno do sol né ele inverteu né quem é que é o satélite e quem que é o centro mais ou menos imóvel também o Darwin veio dizer aí no século XIX nós nos achamos assim a prima flor né das espécies quando na verdade somos apenas mais um galho mais um ramo né vários dos nossos ancestrais não deram certo e mais né Essa ordem das peces ela tá em grande medida determinada pela contingência pelas variações dos ecossistemas do ambiente da seleção natural que a gente também não governa né
el dizia Freud então a psicanálise chega para dizer olha o o o sujeito né não é mais o senhor na sua própria casa na sua própria morada ele não é mais o centro né e aqui a gente tem um acréscimo dado pelo lac vai dizer assim não pera aí se fosse só uma operação de inversão entre centro e periferia né quer dizer se fosse só o caso de trocar a terra com o sol a gente estaria na mesma estrutura a revolução eh frediana a revolução psicanalítica ela é mais ela é mais dramática ela é mais
eh eh eh vertical porque ela tira a possibilidade do centro né ela estabelece um sujeito como vai dizer o Lacan descentrado né e por isso ele vai o Lacan vai eh valorizar tanto as órbitas elípticas que foram descritas não pelo Copérnico Mas pelo Kepler né ou seja temos que imaginar que nossa relação conosco né com nossos afetos com o nosso desejo é uma relação que vai acontecer no interior de uma movimentação de planeta que se afetam mutuamente e cujas órbitas são elípticas né Qual é a característica geométrica mais interessante da elipse né ela tem dois
focos ela não tem um centro só né o planeta elevar ela vai até o ponto de extensão máxima e depois ele começa a voltar né E então tem o periélio né que o momento de maior aproximação de um dos focos e depois ele vai se distanciar é como se a gente tivesse portanto um centro móvel Essa é ideia eh decisiva né Nós temos um centro móvel portanto definido por dois focos o Lacan vai pegar isso e vai dizer assim esses dois dois centros né esses dois falsos centros né a gente pode usar para ilustrar o
que que é a condição do sujeito dividido né E essa movimentação entre entre um dos lados e o outro lado a gente pode dizer olha e isso diz respeito a uma certa concepção que aboliu o centro que colocou no lugar do centro uma espécie de vazio né bom eh como entender né Essa vazio né como é que ela ele funciona como metáfora pra gente a gente vai dizer assim no fundo A Grande descoberta né na na natureza dos afetos trazida pela psicanálise especialmente pelo é que eles estão respondendo subsidiariamente secundariamente a isso que move o
nosso desejo né isso que seria assim o o o o entorno do que os planetas dão dão as suas voltas né o circuito de retorno ao mesmo lugar que aliás define pro lacam a ideia de real né o real é aquilo que volta ao mesmo lugar né O que que isso tudo tem que ver com com afetos se a gente for olhar para a teoria psicanalítica dos afetos né E a gente vai ver que ela tá ligada a três condições eh diferentes né A primeira é de que os afetos elas são eh eminentemente corporais e
aí a gente tem um problema né quer dizer assim se eles são corporais eles se manifestam né em índices né em traços em Sinais que eu posso ou não perceber e aqui tem uma discussão muito interessante né com os etólogos com o Darwin né que foi um dos primeiros a estudar as emoções né nos animais e nos homens e a Comparar as emoções nos animais e nos homens e dizer assim olha e é possível que uma parte das nossas emoções decorra das nossas própri cepções ou seja interpretação que eu faço do meu próprio corpo dos
sinais que meu próprio corpo envia né é um pouco assim se eu estou sorrindo né se eu tenho esse movimento facial e se esse movimento facial ele é correspondido ele é Coado pelo outro É como se eu interpretasse então eu estou contente né então eu estou feliz então eu estou alegre né existe uma conexidade entre expressividade das emoções e a definição das próprias emoções isso leva a uma primeira partição que é afetos são indiscerníveis os afetos eles são confusos os afetos e aqui eu Trago essa imagem para discutir com vocês eles são semelhantes a uma
orquestra em que a gente tem ao mesmo tempo vários instrumentos os e a gente tem vários várias unidades de instrumentos né sete eh violinos eh seis Viola da Gamba eh trompete eh trompete de vara percussão Ou seja você tem classes de instrumentos né cordas né As madeiras os metais a percussão em alguns casos as teclas em alguns casos o a a a o canto né ou seja são classes de e de de de instrumentos cada classe A gente poderia dizer assim e é como se fossem as emoções né então não imaginar que existe só um
tipo de raiva não imaginar que só existe um tipo de alegria não imaginar que existe só um tipo de medo né bom mas esses instrumentos eles estão operando né continuamente em nós né Nós estamos sendo afetados e o que e esse primeiro esse primeiro grau dessa a a a afetação Ele só pode ser assim e mapeado né E como se a gente tivesse assim um sismógrafo pros nossos afetos a partir da intensidade né o Fred chamava isso de elemento quantitativo ou de elemento econômico né eu posso sentir assim mais prazer ou menos prazer né posso
sentir mais acumulação de x e eu posso sentir descarga de X né ou seja o grande enigma psicanalítico e paraas neurociências também né representados pelos afetos é que os afetos propriamente ditos eles são qualidades eles não são só intensidades né Elas são ah algo que se passa necessariamente na consciência aí a gente pode voltar na formulação né um afeto né ele se completa quando ele é assim percebido pelo próprio sujeito aonde na consciência mas e os afetos né as coisas que nos afetam e não chegam à nossa consciência né E aí consciência é é no
sentido de tomar consciência mais no sentido da fenomenologia do que da da do sistema consciente né tal qual o descreveu Freud o que acontece com esses afetos indiscerníveis né eles vão aparecer para nós como espécie de ruído né eles vão aparecer para nós como algo que está perturbando o silêncio né e tomando o silêncio Então como o grau zero dos nossos afetos né quando a gente está desafetado a gente está silencioso bom mas aí começa um ruído né O que que eu posso discernir no ruído né Vamos pensar naquelas pessoas que tem esse ruído tão
chato chamado tinnitus né que é um pi que não para no no de de de tocar no ouvido da pessoa né quer dizer qual é o primeiro o primeiro primeiro grau de organização né intensidade né Qual o segundo grau de organização dos afetos o ritmo né ou seja os afetos TM uma relação Direta com a nossa captação do tempo né então vejam só nós estamos aí numa numa época em que nossas modalidades de Sofrimento estão profundamente ligadas ao quê ansiedade o tempo que se acelera depressão o tempo que se lentifica né Elas são o quê
humores considerados então transtornos de humor né bom mas a gente não vai entender nada sobre os os transtornos de humor se não entender que os afetos então eles têm essa primeira qualificação essa segunda qualificação e eles têm que se traduzir em emoções né E veja que a a a conexão entre o afeto e emoção é a diferença entre recepção e Ação emoções vem de motor né mote de movimento né E que já implica o quê O que que eu vou fazer como é que eu vou responder né aquilo que eu estou aquilo que está me
afetando a gente tem dois tipos de resposta né no Freud uma resposta inespecífica tipo assim tomando como modelo a criança pequena chorar n que que o chorar traduz ruído né o chorar traduz um malestar antes de que eu consiga dirimir e entender Qual é a sua causa né por isso que é tão agoniante para os pais que tão do lado de cá porque eles têm que interpretar e eles têm que inferir qual é a causa né que tá aqui em jogo o segundo tipo de resposta é o que o Freud chamou de resposta específica ou
de ação específica e as ações específicas elas envolvem os pares de emoção alegria ou tristeza né medo ou raiva surpresa ou nojo e veja que essa esse trabalho em pares ela sempre caracterizou a discussão sobre os afetos em filosofia né Eh a gente sempre pensou que deve existir alguma lógica por para o fato de que e a gente pensa os afetos como Encruzilhadas como oposições como como binários né Por Exemplo né aquele momento em que eu estou em angústia que eu estou em ansiedade que é o qu a o afeto que não mente né aquele
afeto que que que que diz olha tem tem algo acontecendo mas ele não mente porque ele também não diz qual é a verdade ele também não diz qual é a verdade desse afeto que está surgindo né que está entre eh fazendo o seu percurso orbital né para voltar na nossa imagem aqui eh Celestial né quer dizer a hora que eu estou em angústia né porque eu ainda não escolhi eu ainda não enviei aquilo que me afetou a por exemplo a ataque ou fuga raiva ataque medo fuga que que eu faço vou pra frente me aproximo
aumento pupila suo presto atenção ou então saio em retirada por quê Porque interpreto que o perigo é mais forte do que eu e aí a gente tem que pensar perigos internos e perigos externos os afetos eles não são só efeito do que vem de fora eles são efeitos do que vem de dentro também a gente sente afetos nos sonhos a gente já sente afetos nas memórias a gente sente afeto nas lembranças a gente sente afeto nas fantasias e tudo isso está funcionando em nós permanentemente assim como a exigência de trabalho da pulão né da sexualidade
ela tá permanentemente aí nós não somos como os animais né que bom tem os cio passou o cio agora a Sexualidade foi embora né o problema do humano né O que o distingue de certa forma dos animais do ponto de vista da sexualidade é que a nossa sexualidade não tá orientada para reprodução ela tá vamos dizer assim disponível de ser captada a qualquer momento pelos nossos afetos né então afetos primeiro lugar intensidade prazer ou desprazer sexualidade segundo lugar temporalidade terceiro lugar Opa fui pras emoções né E quando eu vou pras emoções n eu tô já
levando em conta o quê o outro n eu tô levando em conta a interpretação que eu faço do outro então a gente tem de um lado né o corpo vamos dizer assim e o corpo gozante o o corpo desejante o corpo puls né o corpo que é um não é o corpo da Medicina ou da biologia né é esse corpo que a gente vai dizer assim ele é um corpo meio estranho porque ele é Encantado ele reage às palavras do outro ele reage quando a gente não quer que ele reaja né ele ele ele fala
né ele é um corpo que diz para o outro coisas eu fico vermelho ih vergonha você está com vergonha não mas eu não queria revelar esse afeto É mas você revela mesmo assim né ah o senho fechado tá com raiva mas não queria mostrar isso mas H algo em mim fala além de mim ou seja há esse nível do ruído e há esse segundo nível em que a gente pode dizer a gente consegue as classes de instrumentos né E aí é uma espécie de de competição né é uma espécie de eh eu sinto ao mesmo
tempo vergonha e culpa eu sinto ao mesmo tempo eh surpresa e solidariedade quão mais rico é a nossa experiência de afetos e isso vai vai determinar a nossa potência de amor né porque o amor é no fundo a capacidade de orientar de maneira convergente todo o conjunto da orquestra né O amor é essa essa ideia de que olha nós vamos tocar juntos porque tem um ponto né Para qual todos nós estamos rumando né Muito importante mas isso é uma antecipação do processo que a gente tá tentando descrever né O que ocorre quando a gente tá
no plano das emoções né as nossas emoções vão Então interpretar o corpo né próprio e seguida interpretar o outro o corpo do outro as palavras do outro o universo simbólico no qual eu tô isso é muito interessante porque eh a gente que tem essa crença né na naturalidade dos afetos Estudando um pouco a antropologia dos afetos a gente vai ver que os modos de expressão Eles são muito diferentes né são muito eles são muito variáveis de Cultura para Cultura eles são variáveis de gênero para gênero e eles são variáveis de faixa etária para faixa etária
né Ou seja a gente espera tem uma expectativa social de que você exprima por exemplo a sua raiva dessa maneira se você está na Inglaterra e elizabetana ou se você está na Alemanha de bismar ou se você está no Brasil Império cada momento tem a sua gramática das expressões semelhante à música né é o Barroco é o clássico é o surrealismo é a música dodecafônica isso acontece com as emoções né ou seja elas são fixas porque o instrumento é aquele violino mais ou menos igual né A Flauta mais ou menos igual mas a composição entre
as emoções ela vai variar profundamente de acordo com o nosso tempo histórico de acordo com o nosso momento e aí vem a terceira né a o o terceiro passo dos afetos que é a tradução social das nossas emoções que é o pacto que a gente faz né estabelecendo com os outros né Qual é o enquadre paraas outras emoções que virão a gente nunca deve olhar pro indivíduo dizer assim ele é uma tábula rasa nós vamos começar o dia e daí ele vai ser impresso pela primeira vez por afetos e Emoções não a gente tem uma
história e aqui tem uma tese muito interessante do Freud ele diz assim a maneira como cada um vive o afeto é sempre baseado numa espécie de repetição ou seja existe um estilo o estilo de cada um né é que a gente até confunde chama isso a personalidade da pessoa né mas é o estilo de alegria é o estilo de raiva é o estilo de eh surpresa e esse estilo vai sendo produzido diz o Freud porque os afetos são como uma escada né que vai se repetindo né Eh aquela vez que você sentiu a alegria pela
segunda vez ela eh tá reproduzindo a alegria que você sentiu pela primeira e aquela terceira vez que você informou e criou né e sancionou o afeto traduziu ele em sentimento social de surpresa isso vai criar uma espécie de fio condutor né de todas as surpresas que você já sentiu na vida né a maneira mais mais simples de demonstrar isso é pegar esse soberano dos afetos que é o amor e dizer assim o que acontece quando a gente ama de novo a gente ama novamente a gente ama eh depois de um de um de um desenlace
todos os afetos todas as vezes que a gente amou na vida são ressuscitados né pro bem e pro mal né É como se houvesse o quê uma comparação o que eu tô sentindo por essa pessoa é diferente mas é igual o que eu senti por aquela outra é mais ou é menos é é igual mas é diferente né E esse ressuscitar no caso do Amor Ele É vamos dizer assim exige um tremendo trabalho né de inclusão daquele ou daquela né que é uma nova uma nova apresentação da Orquestra né né da orquestra completa com todos
os instrumentos né E que vai tocar aquela mesma música que já foi tocada antes né ela vai mudar um pouco né ela vai se acresc de elementos novos mas em princípio e essa é a demonstração quando a gente faz essa tradução dos afetos e emoções e das emoções em sentimentos como enquadre o sentimento social ele faz o quê ele sobredeterminação então isso Vejam Só como isso ajuda a gente a entender a lógica da agressividade da violência né no enquadre agressivo né raivoso colérico né que que vai organizando nossa relação com o outro ele tende a
o quê a traduzir a os afetos do outro a e a reinterpretar os nossos próprios afetos como mais ódio como mais agressividade e isso até a gente passar da agressividade para a violência né esse tipo de passagem a gente vai encontrar também na transfiguração da Paixão e Amor né estou apaixonado né quer dizer Parece que toda a sinfonia está tocando né na mesma direção está me convocando de novo para aquela para aquela emoção que um dia eu senti em relação a imemorial que começou com os meus primeiros contatos afetivos com o outro e Que bom
eu estou levado por essa até que eu começo o quê ouvir barulhos E aí está então a metáfora Chegamos na metáfora do maestro né O maestro dos afetos né quer dizer o que que faz a a orquestra tocar junto o que que faz com que os sentimentos as emoções e os afetos se alinhem numa espécie de totalidade ou de unidade né O que que vetoriza é que diz olha nós vamos fazer elas eh cursarem esta esta órbita e vamos reconhecer que a gente vai repetir esse e aquele ponto Essa é aquela nota é o maestro
né Ou seja a a o desejo né E a gente vai falar mais sobre o desejo aí nos nossos próximos encontros ele é esse centro vazio e a gente vai traduzir que que é que um um bom Maestro ele Ele precisa saber escutar né um um um um vamos dizer um desentendido na música Como Eu por exemplo eu vou escutar as notas eu vou escutar sei lá se eu for bom for bom de ouvido né ah é um lá é um si que que um Maestro escuta o silêncio Maestro escuta os compassos ou seja o
tempo entre as notas né O maestro escuta aquilo que a condição de possibilidade para que todas as notas estejam existindo né e é assim também que opera o nosso desejo nosso desejo é desejo do Desejo do outro ele não é desejo dos objetos ele é movido pela falta ele é movido pelo que lugar eu tenho nesse outro que lugar o outro tem em mim e esse lugar só pode ser vazio ela só pode ser vamos assim nada ela só pode ser falta né Essa é a relação né intuitiva que define a o desejo da demanda
e da vontade quando a gente demanda a gente acha que a gente sabe o que a gente tá pedindo né demanda um carro demanda atenção demanda uma palavra demanda carinho ou seja eu tô ali procurando o quê completar um certo circuito de afetos completar e construir com outro um certo sentimento Vamos pensar o melhor exemplo disso é o luto né o FR disz o luto é a construção de um afeto individual vou lá me Retiro do mundo e daí penso na pessoa que eu perdi não o luta é um processo coletivo a gente lembra junto
a gente vai à missa junto a gente coloca a pedra junto e uma hora aquele que se perdeu se reconstituir dentro de nós né então vejamos a orientação né a sustentação do desejo depende dele não se transformar muito rapidamente em demanda né Qual é a demanda que tá mais próxima do desejo né ou seja qual qual é aquele pedido né que mais se aproxima eh do vazio do outro que mais se aproxima da Ah vamos dizer assim do que do que nos falta o amor né quando eu tô assim quero muito ser amado né Eh
quero muito que o outro me ame ou quando eu estou amando muito o outro o que que eu estou amando é os cabelos é o dinheiro é o que ele tem é a voz qualquer resposta dessas vai te dizer você tá você tá assim meio perdido aí porque você tá amando o objeto em vez de amar aquilo que é a falta do objeto né você tá transformando aquilo que é um sujeito num objeto né a gente faz isso a gente faz isso a condição de que aquele objeto seja um signo de amor a planta a
pétala que a criança dá para sua mãe o lenço que é o namorado recolhe recolhe da da namorada aquela aquela perfume aquela trilha sonora do nosso amor são o quê são signos são signos da ausência daquela que a gente ama e essa ausência é o ponto de contato com o fato de que quando eu amo Qual é o meu desejo ser amado e quando eu sou amado Qual é o meu desejo amar seja existe uma dialética né existe um ritmo existe uma uma negação recíproca né entre dese e demanda e essa Batuta né são duas
né o o Regente o maestro quando ele rege ele usa duas mãos não é uma só né Você pode simplificar mas em Regras São duas né E essas duas servem de suporte pra gente dizer assim olha como para que os afetos eh se mostrem né na sua Sinfonia completa nós nós precisamos dessa dialética entre desejo e demando né e o desejo nessa conversa funciona então como o puxador né como a gente tem no samba né aquele que que que canta né que tem uma voz mais possante que e que chama os outros para cantar junto
então muitas vezes quando a gente tem uma rebaixamento do desejo né O que que a gente vai encontrar na pessoa uma desafetação uma indiferença Essa é a verdadeira negação né dos afetos e veja só ela vai estar sendo causada pelo Desejo pelo rebaixamento de desejo né chegamos assim a essa essa essa tese né de que os instrumentos podem instalar a gente tem os músicos né que são os afetos os instrumentos que são as emoções a gente tem todos eles organizados né no espaço da filarmônica ou da Sinfônica mas nada vai acontecer se o desejo não
disser agora vamos agora vamos para onde Vamos para cá vamos para lá e o que que faz um bom Regente ele não dá a partitura cada um tem a sua partitura você sabe o que você vai tocar né mas então o que que qual que é a função dele a partitura demanda né cumpra o tá sendo pedido de você nesse momento O que que o Regente né ele os ruos que ele é capaz de escutar ele a relação entre os instumentos ou seja um bom escutador né de afetos ele vai perceber as matizes ele vai
perceber as misturas ele vai perceber o que a gente chama de cromatismo né imagina que o som é como s é como as cores né você vai passando de um pro outro né existem acordes existem combinações entre e entre os elementos musicais e o o Regente ou o maestro ele consegue eh prestar atenção nisso e dizer o quê intenso mais intensidade mais força menos Força menos força mais vagar ele pode dizer também andante tropo tropo manot tanto Ou seja que é isso o ritmo né seja o desejo dá o ritmo dos afetos então a gente
pega aquela que a gente tem aquele paciente que o problema porque ele entra num platô de afeto n entrei em raiva Ih agora para sair é raiva de um é raiva de outro é raiva do mundo raiva do chefe é raiva do professor ele vai se atrapalhando por quê Porque os afetos começam a comandar né as representações os significantes né como diz o Lacan is tem uma espécie de inversão bom quando é que isso acontece quando o desejo não tá sendo o maestro dos seus afetos né quando você não tá escutando né O maestro você
tá lá com seu instrumento tocando ele pode tocar mais alto pode tocar fora de ritmo pode pode pode entrar em em em descompasso com os outros pode ser mal tocado né Isso é muito interessante tem pessoas que assim experimentam mal certos afetos interditam se certos afetos é como se dissesse assim olha Viola da Gamba você não pode por que não homem não pode não você não pode você aí piano Você também não pode fica calado Por que não ah porque você me dá culpa e a culpa é uma um afeto que eu não que não
que eu não autorizo em mim eu não eu não acho que ele tem que existir esse afeto é muito comum nos nossos modos de criação contemporâneo a gente fazer esse tipo de moralização da orquestra e dizer esse aqui não aquele lá Não aquele lá não o que que acontece você acaba reduzido você acaba assim um quarteto de cordas no máximo né não vou vou fazer muitas variações porque por qu porque daí começam a entrar esses sons dissonantes esses sons que me demandam coisas que são indiscerníveis esses sons que podem me levar para lugares que eu
não sei quais são então escutar né o desejo como Maestro dos afetos é escutar o tempo é escutar a intensidade E é escutar quem fala agora muito importante muito importante paraa nossa época de polarização pra nossa época de massificação de afetos né em que assim ele me fez sentir isso então fui lá e deu um tiro no cara escuta você é refém do Suas Emoções se você sente uma coisa então você vai lá e faz não porque eu achei que ela tava me traindo então fui lá e bom seja não tem mediação nenhuma entre o
que você está sentindo e o que você faz é por isso que certas as emoções são policialesca excluídas porque falta a escuta do desejo né que faz a mediação do que que nós vamos fazer com esse afeto é a questão sartriana né o mundo faz coisas com você o outro faz coisas com você ah a vida faz coisas com você e o que que você faz com que os outros fizeram de você ah eu reajo Então vai ser impossível né para você escutar o maestro desejo né Porque você vai estar lá preso no boé que
você quer usar ela para dar na cabeça ou então para se entregar ou então para se ajoelhar ou então para obedecer ou então enfim para fazer sem mediação né Isso é terrível para a o nosso desenvolvimento cognitivo Isso é terrível para nosso desenvolvimento cultural Isso é terrível para nosso desenvolvimento político Isso é o que a gente por exemplo observa né nos eh nas maquinações e manipulações algorítmicas né veja como é fácil e tem vários experimentos mostrando criar um clima de pessimismo basta você ir selecionando notícias basta você ir eh criando com aquele que tá clicando
um pacto de enquadramento de sentimentos cinzas tudo cinza né parece quer dizer a poluição e as queimadas tudo cinza que que as pessoas vão sentir quando você criou um afeto assim afetos cinzas né ou seja escutar o seu Eh desejo em a relação com os seus afetos é escutar uma espécie de relação né uma espécie de tensão entre aquilo que você assim impulsivamente Faria reativamente Faria que é a volta o circuito Eh vamos dizer assim natural né dos seus afetos e emoções e emoções e sentimentos ou você pode prestar atenção escuta mas o centro tá
andando também mas o maestro tá mudando de lugar mas o meu desejo ele pode determinar ele pode codeter minar ele tá correlacionado com os afetos que eu sinto né então tem muito os afetos que tem um valor meramente confirmatório Ah se eu tô sentindo isso é porque eu quero isso não é verdade né aí vem o ensinamento do lacana ele vai dizer os afetos mentem os afetos são enganadores por porque a gente adora se enganar e a gente adora ser enganado né vem um outro Opa criou um estado de afeto na gente a gente vai
lá e embarca compra se entrega abre a carteira abre o voto faz né quer dizer maneira mais simples e de manipular é produzir afetos traduzir esses afetos em emoções e daí dizer aperte esse x aperte esse Y eh Vá para esse produto como que isso funciona quando a gente deixa de escutar nosso desejo e passa o quê a ser comandado pelo desejo né pelo Desejo Tornado demanda imposto posto colocado aí pelo outro né que que acontece e qual é a vantagem e porque a gente adora ser seduzido pela orquestra do outro porque orquestra do outro
vai aparecer sempre com menos ruídos com menos conflitos com menos com mais Harmonia com mais equilíbrio do que a nós é por isso que a gente não gosta de escutar a nossa grama né a grama do vizinho é mais verdinha a orquestra do vizinho sempre toca mais bonito por quê Porque a gente não consegue escutar isso é um problema né é um problema porque a gente tá reduzindo os afetos do outro a gente está eh indiretamente recusando o trabalho de qualificar de discernir de diferenciar os afetos junto com o outro mas isso é um trabalho
que envolve elento chave do desejo que é a linguagem por isso eu tenho insistido que o amor é feito de palavras mas é um truque porque eu posso dizer assim a raiva também é feita de palavras né o a inveja também é feita de palavras os ciúmes também é feito em palavras ou seja não existem afetos desligados de narrativas né Assim como não existe desejo desligados e significantes né quando a gente diz assim um desejo ou desejo de outra coisa É porque quando a gente vai enunciando o nosso desejo ele ele vai mudando era o
carro tinha certeza que eu ia terminar de desejar quando tivesse o tal carro compro o carro no dia seguinte mas que tristeza não era bem isso Portanto o que que é que eu queria naquele carro que eu queria que que é que eu queria naquela pessoa que eu queria que que é que eu queria naquele curso que eu queria que que é que eu queria naquele cargo que eu queria Ah aí você tá no mas só vai chegar a ela se você se encontrar antes com assim ah mas não era o carro mas não era
o curso mas não era essa pessoa é uma outra que agora eu tô descobrindo que eu posso até vir amar mas que no começo era aquela pessoa que eu tinha produzido no meu departamento de marketing amoroso feito para me enganar né daí a ideia do Lacan de que os afetos mentem mas que existe uma afet guia um espala espala se diz para o primeiro violina da orquestra né e o afeto espala é angústia quando você não sabe o que você quer quando você tá assim ensaiando não sabe nem que música que vai tocar preste atenção
na angústia né porque ela dá a trilha para onde vai passar o desejo o que não quer dizer que o objeto da angústia seja o mesmo objeto do desejo mas é aquela que melhor recupera né que melhor faz a memória desse centro móvel né do sujeito dividido de um lado para o outro e do outro lado para um então É isso aí gente é uma introdução conjunto de ideias no fundo uma imagem né pra gente lembrar dos termos do problema que a gente vai retomar no nosso encontro amanhã perguntas questões objeções com vocês maravilhoso maravilhoso
muito bom teve a gente teve algumas perguntas aqui eu acabei juntando dentro de eixos temáticos para facilitar e tem duas aqui que eu queria começar fazendo que meio que puxam vários fios dessa sua dessa sua fala que é assim Amar não é ter é sentir falta e aí barra né juntando essa pergunta como a idealização do objeto de desejo afeta o amor olha o amar ela tem mais que ver com dar do que com ter né o ter e o ser são dois polos do desejo né dizer ah eu eu eu quero ter né Eu
quero ter para ser e o outro vai dizer não não eu quero ser porque se eu for dali Se eu for eu tenho também né Entre esses dois polos esses dois focos a gente tem uma espécie de de efeito colateral né ou de de elemento coadjuvante né que diz respeito a uma descoberta que é assim dada em ato né que é uma descoberta que tem a ver com o fazer lá nem ter nem ser fazer e um fazer específico que é o dar né quando a gente ama e Ática do Amor passa por dar dar
é algo que a gente assim a gente não presta atenção à radicalidade desse desse gesto a importância desse gesto porque dar não é trocar né as três regras básicas da nossa forma social é assim eu eh compro né eu vendo mas tem um terceiro tem um terceiro que não é esse comércio que é quando eu dou né Di Mas e o contrário né e o e o oposto do doar né é algo muito difícil para muitas pessoas se vocês olharem bem isso é sempre uma encrenca na vida da gente chama-se receber perguntem como é difícil
receber quantos aqui não tem dificuldade de receber um elogio Ah eu fico constrangido não sei o que eu falo é é porque dar e receber nesse sentido né não é receber a divida que eu tenho direito não é receber ou o que você tem mas é o oposto do dar né o dar ele institui um antes e o depois ele marca né uma volta completa aqui do nosso do nosso circuito do desejo né quando ele volta e diz olha aqui comemorando essa volta eu te dou não é à toa que a gente comemora aniversários casamentos
datas datas de morte porque elas fazem isso né que faz a gente interpretar que na vida não é só troca mas é também doação e recebimento daí a gente chegar nessa definição muito conhecida do Lacan de que amar é dar o que não se tem por que que eu vou dar o que eu não tenho né pergunta aquele que tá fixado no ter ou ser ter ou ser não a gente dá o que nos falta né Vamos pensar assim muito aproxima né aquela aquela mãe aquele pai que não teve a educação que achava que precisaria
né que não estudou tanto vejam como eles transformam isso que lhes falta N o estudo o verdadeiro ato de amor e de sacrifício para que o meu filho possa estudar ou seja para que ele tenha aquilo que eu não tive eu tô dando para ele aquilo que eu não tenho E aí você diz esse esse é o verdadeiro amor né Esse é aquele que ultrapassa o pedido qual é o problema quando você pede você tem que me amar eu fiz justo eu tenho direito a seu amor você se criou um problema porque se o outro
te dar aquele amor você vai dizer mas ele só tá me dando que eu pedi Você só tá lavando os pratos porque eu pedi eu queria que você lavasse os pratos por sua iniciativa e vontade própria Por que é tão importante de ver casais se degladiar em torno dessa gramática porque esse gesto espontâneo Olha onde a gente volta né o afeto como signo do espontâneo o afeto como signo de uma verdade que agora a gente pode dizer qual é a verdade do afeto é o desejo é lá que nós estamos querendo chegar quando a gente
começa a inquirir que que você tá sentindo Qual é a verdade dos seus sentimentos você tá me enganando a falando sério você tá o qu comprometido com o seu desejo ou não tudo bem Dá perfeito que não se tem perfeito e tem uma outra questão aqui bem bem interessante e acho que dá para dá pra gente eh tentar olhar de uma forma talvez eh tangibilizar para nossas vidas que é assim a forma de sentir e manifestar os afetos vai mudar de acordo com as experiências no caso de uma mesma pessoa Sim sim e é uma
pergunta muito boa né porque ela ela retoma esse tema de que a gente acha que os afetos Então seria uma coisa natural Universal essencial e espontâneo mas a gente vai mudando a maneira de sentir né Por que que a gente vai mudando a maneira de sentir porque a gente Vai acumulando interpretações camadas de interpretação novas que transformam respectivamente a história daquele afeto né E aí é muito bonito você ver isso na clínica quando você tem assim uma experiência de surpresa pode ser qualquer afé que muda o padrão de surpresa daquela pessoa uma experiência de raiva
por exemplo aquela pessoa que nunca pode autorizar a sua raiva que ela sempre tá as voltas com eh se conter fazer uma imagem polida educada e que ela que ela tá o tempo todo assim Sufocando a sua sua experiência de raiva E daí um dia erge né pisa no calo sabe se lá direito que acontece mas você tem o quê um ato criativo a gente pode sentir os mesmos afetos de uma maneira nova isso significa criar afetos criar moldes de afetos quando essa pessoa tô pegando esse caso assim exemplar quando ela Experimenta isso ela diz
alguma coisa em mim mudou D dor Avante sentir raiva significa outra coisa né uma um exemplo muito Cabal muito eh eh vamos dizer assim drástico é o primeiro orgasmo primeira vez que você sente isso já consegue lembrar a primeira vez que você diz existe isso no mundo eh muda o mundo muda reorganiza completamente a tua relação com o teu próprio corpo né dizer olha descobri aqui um negócio que não sei de onde ele vem mas ela me transforma em outra pessoa né e isso a gente vai então observar nos idosos né que tem um outro
tipo né de experiência de afeto num outro tempo numa outra extensão numa outra qualidade quer dizer olha que interessante a gente tem muito aprender com o com as pessoas da terceira idade porque se a gente reparar na maneira como elas traduzem metabolizam e fazem mediação de aquilo que elas estão sentindo que é igual o que você tá sentindo só que de outro jeito é como se orquestra ali fosse outra né como se a sua fosse uma banda de rock e ali tem uma orquestra tocando haiden e você diz nós estamos tocando a mesma música mas
é tão diferente né legal eh e tem uma outra questão bem interessante também que é que fala um pouco dessa desse contexto tá falando dos Idosos de uma outra geração de uma outra perspectiva que é se o desejo é também uma construção cultural do sujeito Como se dá eh a aculturação do desejo na era digital como as redes sociais e apps reformulam as relações afetivas Ótima pergunta né claro que essa resposta nós estamos escavando aí dia e noite para conseguir entender como isso tudo funciona Iona mas uma uma uma dica assim uma aproximação eh pode
ser feita com ã quando se inventou o rádio e quando as músicas começaram a se popularizar pela era do rádio né isso aconteceu junto com a aparição das Big bands eh isso apareceu junto com um certo tipo de jazz um certo tipo de música né eh e e e e que se a gente vai olhar né é uma música Como dizia o Adorno que tem assim um gosto adocicado é aquela música que entra no seu ouvido e você não consegue tirar ela do seu ouvido por quê Porque ela ela joga com padrões tão simplificados tão
acessíveis que exigem tão pouco trabalho que ela te conquista na hora ela entra e você começa a se mexer e a dançar e e aquilo é é contagiante né Eh era a palavra da época nós estamos às voltas com uma outra padronagem de sentimentos Então vamos usar é a palavra certa né os afetos que estão sendo produzidos são mais ou menos os mesmos as emoções são as as sete lá descritas pelo Darwin mas o sentimento não o sentimento ele tá sendo posto num enquadre que monetiza o ódio por exemplo o ódio paga mais paga mais
e depois pois do óo vem o que o gatinho e o sorvete ó lá como adocicando né Eh educor os nossos afetos estereotipam nossos afetos por que isso tá acontecendo mestre o maestro é o desejo e o desejo fala a língua né do significante quando a gente tá na internet nós estamos num espaço translinguagem Então como é que a gente vai fazer para organizar essa massa o mais simples Quais são os afetos mais simples né é o gatinho e a porrada né Sem falar na sexualidade né que é um outro que é um outro Capítulo
mas que também né Se a gente for olhar enquanto linguagem a internet a linguagem dos algoritmos é pornográfica é direto no foco no que tá acontecendo Endo vamos lá intensidade Luz Câmera e rápido e quanto mais rápido melhor Ufa adrenalina a 1000 o que vai acontecendo quando você eh cria um ambiente de alta voltagem como esse você corrompe uma coisa que eu não sei se acredito mas que eu acho muito bonito que tomara que seja assim que é a a lei dos 40 segundos né de 40 em 40 segundos a gente a gente tem uma
janela de renovação de afetos né então é como se o cara te chegou aquele e-mail você vai mandar de volta 40 segundos segura 40 segundos respira porque depois de 40 segundos você vai ter a oportunidade de modular teu afeto para um afeto do lado inverter pensar de novo abrir outras conexões né o que acontece na linguagem acelerada né da da do WhatsApp internet você vai comprimindo esses 40 segundos antes de chegar nos próximos 40 já vem outra mensagem e veio outro outro pop up e veio outra interpelação e veio outra demanda problema o que acontece
o circuito dos afetos em Natura presença e ausência eu percebo o que tá acontecendo comigo eu leio que tá acon com o Ricardo Eu leio o que tá acontecendo com o Ricardo eu faço um circuito com o que tá acontecendo comigo e daí a gente vai o qu se modulando se eh encontrando uma espécie assim de ritmo de qualidade de intensidade Até que a música começa a ser a mesma música né e eventualmente a mesma orquestra a mesma banda que acontece com a internet né ela não vai te dar esse tempo você não tá vendo
outro não tem cara não tem nome você tá ali respondendo para um circuito sem modulação de afeto e isso que torna a coisa selvagem as modulações de afeto elas são por exemplo estereotipadas você manda um e-mail diz amicíssimo te adoro super você é o maioral máximo para quê não tem dúvida de que nós estamos junto não pode ter dvid porque na dúvida você vai ter esse circuito né de afetos que tá jantando todo mundo tá estereotipando todo mundo tá fazendo que com que os nossos afetos sejam sejam vividos de maneira muito básica né tipo três
quatro cores pinta aí o que você quiser você pode pintar quadros incríveis Mas é uma limitação perfeito perfeito bem gente a gente tá chegando ao fim da nossa primeira noite da jornada dos afetos promovida pela casa do Saber em parceria com o professor e psicanalista Christian dunker eu aguardo Todos vocês amanhã às 20 horas aqui no canal da casa saber no YouTube paraa nossa segunda aula do curso desejo o maestro dos afetos na aula de amanhã a gente vai falar sobre a gente não né Professor Cristian dunc el eu sô aqui de de point sobre
desejo e angústia Quem ainda não se inscreveu e quiser assistir a gravação dessa aula e as próximas aulas basta se cadastrar pelo Car code que vai est aparecendo aí na tela em algum lugar para vocês tá Cristian mais uma vez muito obrigado pela noite de hoje uma aula maravilhosa as respostas as perguntas foram outra aula incrível muito obrigado até amanhã então beleza Ricardo até lá gente Pessoal Muito obrigado um grande abraço para todo mundo [Música] e [Música] [Música] Us [Música] [Música] [Música] m [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] [Música] h [Música] [Música]
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