Literatura - Aula 04 - Pré-Modernismo

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Na nossa quarta aula de Literatura do curso de revisão para vestibular e Enem, a prof. Greice falará...
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[Música] Oi pessoal eu sou a professora grece e nós estamos fazendo o curso de revisão de literatura aqui no aula livre.net bom no nosso último encontro nós falamos sobre as escolas do final do século XIX e hoje então nós chegamos finalmente ao século XX e vamos falar sobre o pré-modernismo bom acho que a primeira informação relevante aqui que nós temos que ter em mente quando nós falamos em pré-modernismo nós não estamos falando de uma escola literária na verdade esse nome foi criado para se referir à produção literária que vai acontecer no brasil no início do
século XX talvez ali nos primeiros 20 anos eh Então na verdade assim uma fase de transição eh sincretismo no sentido de misturar um pouco das tendências do final do século XIX já apontando para algumas mudanças que viriam em seguida o que nós podemos observar certo nesses autores da da época é um olhar para a realidade brasileira quer dizer uma espécie assim de redescoberta do Brasil uma literatura que traz a tona um Brasil que não se conhecia que traz a tona tipos até então marginalizados pela literatura oficial uma literatura que tem um certo caráter regionalista né
que mostra um pouco desse Brasil desconhecido e um caráter também mental no sentido de registrar de documentar alguns fatos históricos daquela época agora o que faz com que esses caras não sejam ainda digamos modernistas e sim né o pré-modernismo é a linguagem Ah é aqui a gente observa esses autores talvez ainda presos aos padrões do século XIX e a mudança mesmo vai acontecer então a gente sabe a partir né de de 1922 com Semana de Arte Moderna bom mas aqui no pré-modernismo então nós temos alguns autores aí que vale nós revisarmos por exemplo o Euclides
da Cunha o foco do Euclides da Cunha está lá no interior da Bahia no Sertão da Bahia quer dizer a obra dele faz mostra pra gente essa situação de miséria de abandono que vivia o sertanejo da época o Euclides da Cunha vai ser convidado pelo Jornal O Estado de São Paulo para fazer uma cobertura da Guerra de Canudos que acontecia lá no no no Sertão da Bahia e ele vai para lá com esse objetivo ao chegar lá ele se dá conta que um artigo pro jornal não seria suficiente para tratar eh daquele tema e a
ideia dele é tentar entender como o porquê eh daquela guerra quer dizer explicar o fato social e aí buscando o auxílio para para esse trabalho ele vai pesquisar as teorias eh eh sociológicas digamos da época que era exatamente o determinismo que aliás nós já até comentamos na nossa última aula quer dizer eh a partir da teoria determinista ele vai estruturar o seu trabalho e vai fazer com que essa obra os Sertões seja dividido nessas três partes né a terra onde ele vai fazer um estudo científico geográfico daquela região quer dizer o meio que determina né
o comportamento daquele homem então um estudo geográfico na terra a segunda parte o homem dedicada ao estudo deste homem Afinal quem é esse sertanejo que é o resultado né de uma missena racial que vai compor o povo brasileiro então ele vai fazer um estudo sobre essa migena racial e por último na terceira parte então ele narra pra gente Esse confronto absolutamente desigual né de uma sociedade primitiva arcaica contra eh o exército representando um Brasil Urbano e e sofisticado então o Euclides da Cunha vai expor né aquele aquele crime como ele mesmo disse né que que
que aconteceu na época quer dizer a ideia de denunciar né aquele crime bom vocês viram que na verdade não tô falando de ficção de romance né trata--se Muito mais de um trabalho científico Então por que que isso está na literatura por causa da linguagem o Euclides da Cunha faz questão de utilizar uma linguagem altamente sofisticada com metáfora cheia de barroquismo como a gente costuma dizer o que faz com que o texto né Eh eh fique no âmbito da literatura Então pré-modernismo os Sertões do Euclides da Cunha Além disso nós temos também Lima Barreto bom o
Lima Barreto gente diferente dos outros autores que eu falei que regionalistas ele é um autor Urbano né Ele fala do Rio de Janeiro mas ele vai enfocar nos subúrbios cariocas então ele vai falar do Mulato ele vai falar do tocador de viola ele vai falar da Mocinha Sonhadora do jornalista pobre ele vai trazer à tona esses tipos Como eu disse até então não tratados pela literatura oficial a literatura do Lima Barreto é profundamente marcada por uma crítica por uma denúncia social e o que nos chama mais atenção é a questão da linguagem vejam que a
maioria dos autores do pré-modernismo usam essa linguagem mais rebuscada mais padrão século XIX e o Lima Barreto vai intencionalmente utilizar uma linguagem coloquial e uma linguagem bastante despojada é claro que ele foi absolutamente rejeitado e acusado pela crítica da época mas hoje a gente entende tranquilamente que havia na postura do Lima bareto eh já também uma irreverência e uma crítica em relação àquela aquela eh aquela intelectualidade oficial e acadêmica da época No que diz respeito às obras a gente não pode deixar de comentar o triste fim do policaro Quaresma que é certamente uma das principais
um dos principais romances dele em que ele faz uma crítica profunda há um nacionalismo ufanista reinante desde o período do Romantismo na figura desse policarp Quaresma que apaixonado pelo Brasil acaba sendo obrigado a enxergar né a verdade quer dizer a encantado com o governo do Floriano Peixoto ele vai sofrer uma profunda decepção né ao encarar a realidade do Brasil da época e por isso o seu triste fim a sua decepção e infelizmente ele morre acusado de trair a pátria que ele tanto amava então triste fim do Policarpo Quaresma eh obra prima do Lima Barreto bom
mas nós temos também Monteiro Lobato e não é o Monteiro Lobato do Sítio do Picapau Amarelo né mas sim a sua chamada literatura adulta os seus livros de contos são três fundamentais cidades mortas negrinha e Urupês nesses três livros o Monter Lobato vai enfocar a situação ã do da cidadezinhas do interior de São Paulo do caboclo do caipira que vive naquela região uma região Tão rica na daquela época né das fazendas de plantação de café mas um povo que vive né também numa situação de miséria de abandono total e ele vai criar o personagem que
é o jek tatu né que vai se tornar famoso Enfim no Brasil inteiro símbolo né deste deste homem pobre miserável que não tem acesso a à educação à saúde então o o Monteiro Lobato vai através dos seus contos né desmascarar Essa realidade Bras brasileira mas a gente não pode esquecer que o Montero Lobato Apesar dessa sua visão nacionalista e Progressista ele demonstra eh uma certa resistência às mudanças Estéticas e isso basta nós lembrarmos do artigo que ele escreve em 1917 chamado paranoia e mistificação em que ele faz uma crítica contundente a uma das primeiras exposições
de Arte Moderna que acontece no Brasil que é a exposição da Anita malfa Nesse artigo ele critica duramente né as as mudanças que estão surgindo quer dizer a arte moderna e o modernismo mas O interessante é que este artigo né contrário as mudanças acabou inclusive servindo de uma espécie de stopim para o movimento e a gente vai comentar um pouco mais sobre isso no nosso próximo encontro quando eu quando eu falar sobre a Semana de Arte Moderna voltando ao Monteiro Lobato então não esqueçam dos Seus contos e do ponto de vista da linguagem e da
estrutura como ele era um cara mais conservador do ponto de vista estético ele também vai usar uma linguagem bastante tradicional e as as estruturas dos Contos também n o que faz com que esse cara também seja mais preso a àquela estética do século XIX e pra gente encerrar o pré-modernismo Claro que eu tenho que falar um pouco de poesia essa poesia absolutamente diferente do Augusto dos Anjos né um caso único na literatura brasileira é uma poesia marcada por uma formação bastante cientificista né então assim que mostra uma visão materialista da existência eh e e por
isso mesmo marcada pelo pessimismo né quer dizer não existe saída para o ser humano o que existe é essa vida aqui agora com todas as suas tragédias então assim uma espécie de angústia existencial tudo isso com uma linguagem que também não é uma linguagem ional na poesia o Augusto dos Anjos vai pegar muito do vocabulário das ciências e inserir nestes poemas então Eh provocando muitas vezes um mal-estar lógico da crítica oficial da época mas antecipando também algumas posturas modernistas já que a ideia era incorporar trazer para a poesia as impurezas né as sujeiras da vida
e isso o Augusto anjo faz como ninguém um único livro publicado em 1912 chamado eu a temática da morte é absolutamente recorrente mas a morte no seu aspecto físico a degradação a decomposição dos corpos por isso muitas vezes essa poesia acusada de ser uma poesia grotesca eh mas com um cuidado formal muito grande né nesse sentido resgata um pouco de um elemento Talvez um tanto parnasiano No que diz respeito à métrica e a rima eu eh trouxe para vocês inesquecível né antológico do Augusto dos Anjos O Versos Íntimos vejam que aqui eh resume tudo aquilo
que eu tô que eu estou falando para vocês acompanhe a leitura vz ninguém assistiu ao formidável enterro da tua Última Quimera somente a ingratidão esta pantera foi tua companheira inseparável acostuma-te a lama que te espera o homem que nesta terra miserável mora entre feras sente a inevitável necessidade também ser fera toma um fósforo acende o teu cigarro o Beijo amigo é a véspera do escarro e a mão que afaga é a mesma que apedreja se alguém causa ainda pena a tua chaga apedreja essa mão viu que te afaga e escarra nessa boca que te beija
é é claro que tem um toque um tanto grotesco né mas a toda a marca desse pessimismo né dessa resultado dessa recepção cientificista típica do século XIX que marca a formação do artista está aqui mas ainda assim um soneto com métrica Impecável com rimas Então tem um elemento ainda parnasiano apesar da Inovação né que ele traz No que diz respeito aos assuntos muito bem pessoal então nós encerramos a revisão eh do do pré-modernismo lembrando no pré-modernismo nós falamos sobre o Euclides da Cunha o Sertões falamos sobre Lima Barreto né a literatura dos subúrbios cariocas a
a o romance do da República Velha né com uma linguagem um pouco mais coloquial revisamos Monteiro Lobato e o seu conservadorismo estético que na verdade vai ser importante lá para a semana de arte moderna e a gente vai falar sobre isso de novo Eh e revisamos também a poesia do Augusto os Anes dessa forma encerramos né o pré-modernismo E deixamos o terreno preparado pra nossa próxima aula que vai ser o modernismo da primeira fase então aguardo vocês aqui no aulalivre.net [Música] siga o aulalivre.net nas redes sociais e Fique por dentro de tudo que acontece em
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