Confúcio - As Virtudes da Sabedoria

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Corvo Seco
Citações e trechos do livro “Os Analectos”, de Confúcio. Confúcio, ou K'ung Ch'iu (552 - 479 a.C.) ...
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"O caminho do mestre consiste em dar o melhor de si e usar a si próprio como medida  para julgar os outros. Isso é tudo". Pode-se explicar coisas grandes para quem quer  ser grande, mas não para pessoas pequenas.
Veja o rio: tudo flui sem cessar, dia e noite. Aos quinze anos, dediquei-me  de coração a aprender; aos trinta, tomei uma posição; aos quarenta, livrei-me das dúvidas; aos cinquenta, entendi o Decreto do Céu; aos sessenta meus ouvidos foram sintonizados; aos setenta, segui o meu coração, sem passar dos limites. Estas são as coisas que me causam  preocupação: não conseguir cultivar a virtude, não conseguir ir mais fundo naquilo que aprendi, incapacidade de, quando me é dito o que é certo, tomar uma atitude e incapacidade de me reformar quando apresento defeitos.
Aqueles que nascem com  conhecimento são os mais elevados. A seguir vêm aqueles que atingem  o conhecimento por meio do estudo. A seguir vêm aqueles que se voltam para  o estudo depois de terem passado por dificuldades.
No nível mais baixo estão as pessoas  comuns, por não fazerem esforço algum para estudar mesmo depois de  terem passado por dificuldades. Não nasci com conhecimento, mas, por  gostar do que é antigo, apressei-me em buscá-lo. Eu transmito, mas não inovo; sou verdadeiro no que digo e devotado à Antiguidade.
Pode ser que existam pessoas que  consigam algo sem saber nada, mas não sou uma delas. Ouvir muito, selecionar o melhor, testemunhar e registrar, esse ainda é o melhor meio de estudar sem nascer sabendo. Não sou sábio nem perfeito; mas  como eu deixaria de buscar isso?
Nunca me canso de ensinar essas coisas. Vou lhe contar o que há para saber. As Virtudes da Sabedoria.
Confúcio. Ren, humanidade (altruísmo). Li, ou cortesia ritual.
Zhi, conhecimento ou sabedoria moral. Xin, integridade. Zhing, fidelidade.
Yi, justiça, retidão, honradez. Vencer-se a si mesmo e restaurar as  relações sociais, é o que se chama Humanidade. Se dia-a-dia nos vencermos  a nós mesmos e assegurarmos as relações sociais, o mundo  todo se retornará ao humano.
Trazemos uma natureza ferida, para se alcançar a plenitude da condição humana, é nos imposto grandes exigências éticas. Ninguém as possui, mas todos  a podem, e devem alcançar. Aja antes de falar e, portanto,  fale de acordo com os seus atos.
A sinceridade é o princípio  e o fim de todas as coisas, sem sinceridade nada seria possível. Estabeleça como princípio norteador  dar o melhor de si pelos outros e ser coerente com aquilo que diz, e vá onde há  retidão, então você estará exaltando a virtude. Quando cometer um erro, não  tenha medo de corrigi-lo.
Não corrigir as próprias falhas é cometer a pior delas. Os homens de antigamente estudavam  para aprimorar a si próprios; os homens de hoje estudam para impressionar os outros. Há três métodos para ganhar sabedoria:  primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo.
É preciso que o discípulo da sabedoria  tenha o coração grande e corajoso. O fardo é pesado e a viagem é longa. Não importa o quanto você vá  devagar desde que não pare.
Transportai um punhado de terra  todos os dias e fareis uma montanha. Onde quer que você vá, vá com todo o coração. A maior glória não é ficar de pé,  mas levantar-se cada vez que se cai.
Quem pretende ter felicidade e sabedoria  ao mesmo tempo deve se acostumar com as mudanças frequentes. Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer. A pedra preciosa não pode ser polida sem fricção, nem o homem aperfeiçoado sem provação.
É durante as trevas que podemos enxergar  que se a nossa luz é verdadeira, nas adversidades é que nossa  virtude é provada e conhecemos a verdade de quem nos tornamos. Lembre-se de como você agiu nos tempos  difíceis para descobrir em que grau sua raiz é virtuosa. O homem virtuoso não deixa de praticar  o bem em nenhuma circunstância.
Ele é virtuoso quando tudo o favorece, e o  é também quando tudo lhe é obstáculo. Há homens que perdem a saúde para juntar  dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem  ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por  nem viver no presente nem no futuro.
Vivem como se nunca fossem morrer e  morrem como se nunca tivessem vivido. O homem pequeno pensa que pequenos  atos de bondade não trazem nenhum benefício e não os pratica; e que as  pequenas ações do mal não fazem mal e não se abstém delas. Consequentemente, sua  maldade se torna tão grande que não pode ser escondida, e sua culpa tão  grande que não pode ser perdoada.
A virtude da humanidade  consiste em amar os homens; a prudência, em conhecê-los. Veja os meios que um homem emprega,  observe o caminho que ele toma e examine a circunstância em  que ele se sente confortável. Como poderia o verdadeiro caráter de um homem esconder-se?
Quando conhecer alguém melhor do que  você, dirija seus pensamentos para tornar-se igual a essa pessoa. Quando  conhecer alguém tão bom quanto você, olhe para dentro e examine a si próprio. Dizer que você sabe quando você sabe,  e dizer que você não sabe quando não sabe: isso é conhecimento.
Conhecimento real é saber a  extensão da própria ignorância. A humildade é a única base  sólida de todas as virtudes. Não se preocupe por não ter um cargo  oficial.
Preocupe-se com as suas qualificações. Não receie ser  desconhecido, receie ser incompetente. Não se preocupe porque ninguém aprecia  as suas qualidades.
Procure ser merecedor de apreço. Não se preocupe se os outros não o compreendem; preocupe-se com o fato de você não compreender os outros. Não é quando os outros falham em apreciar  as suas habilidades que você deveria ficar incomodado, mas, antes, quando  você falha em apreciar as habilidades dos outros.
A melhor maneira de ser feliz é  contribuir para a felicidade dos outros. Ame a todos, sem distinção. Firmeza, devoção, simplicidade e silêncio  - isso nos aproxima do humanismo.
Não imponha aos outros aquilo que  você não deseja para si próprio. Exija muito de si e pouco dos  outros, e isso lhe trará sossego. Quando a natureza de alguém prevalece  sobre a educação recebida, o resultado será uma pessoa intratável.
Quando a educação prevalece sobre a natureza, o resultado será uma pessoa pedante. Apenas uma mistura bem equilibrada das duas resultará em cavalheirismo. Nas suas relações com o mundo, o cavalheiro  não é rigidamente contra ou a favor de nada.
Ele fica do lado daquilo que é justo. Enquanto o cavalheiro acalenta o bom  governo, o homem vulgar acalenta sua terra natal. Enquanto o cavalheiro acalenta respeito pela lei, o homem vulgar acalenta um tratamento generoso.
O cavalheiro entende o que é moral. O  homem vulgar entende o que é lucrativo. O cavalheiro tem a mente tranquila,  enquanto o homem vulgar está sempre tomado de ansiedade.
O cavalheiro ajuda os outros a perceberem  o que há de bom neles; não os ajuda a perceberem o que há de ruim.  O homem vulgar faz o contrário. O cavalheiro fica à vontade sem ser  arrogante; o homem vulgar é arrogante sem ficar à vontade.
O cavalheiro come sem exagero, mora em lugar simples, dedica-se ao trabalho, fala com cuidado e busca boas companhias. Uma pessoa assim gosta mesmo de aprender. Um cavalheiro coloca todo seu coração  no Caminho.
Se ele se envergonha das roupas ou da comida, ele não é sério.  Um cavalheiro que é apegado ao conforto não merece ser chamado de Cavalheiro. O cavalheiro não fica triste nem assustado.
Ele tem a consciência livre; por que deveria ter tristeza ou medo? Seja fiel, leal, estudioso, ande no Caminho. Não vá aonde há desordem; não more  onde há tumulto.
Apareça quando o Caminho vier para ficar; oculte-se  quando o Caminho for perdido. O progresso do cavalheiro é para  cima; o progresso do homem vulgar é para baixo. O cavalheiro vê o todo, o  homem vulgar vê as partes.
Aquilo que um cavalheiro procura, ele  procura dentro de si próprio; aquilo que um homem vulgar procura, ele procura nos outros. O cavalheiro teme três coisas. Teme o  Decreto do Céu.
Teme grandes homens. Teme a palavra dos sábios. O homem  vulgar, sendo ignorante do Decreto do Céu, não o teme.
Trata grandes homens com  insolência e as palavras dos sábios com ironia. Há nove coisas às quais o cavalheiro deve dedicar seu pensamento: enxergar claramente ao usar os olhos, escutar acuradamente ao usar os ouvidos, ter uma atitude cordial, ter um comportamento respeitoso, ser consciencioso ao falar, ser reverente ao cumprir seus deveres, buscar conselho quando estiver em dúvida, prever as consequências ao ficar com raiva e, à vista de uma vantagem a ser obtida, saber o que é correto. Não se pode senão concordar  com palavras exemplares, mas o importante é retificar a si mesmo.
Nada posso fazer com o homem que  concorda com esses preceitos mas que não retifica a si próprio, ou com o homem que  fica lisonjeado mas que não reforma a si próprio. Não se pode senão ficar satisfeito com  palavras elogiosas, mas o importante é reformar a si próprio. Aprende a viver bem, e bem saberás morrer.
Quem de manhã compreendeu os  ensinamentos da sabedoria, à noite pode morrer contente. O Céu é o autor da virtude que há em mim. Se não se respeita o sagrado, não  se tem nada em que fixar a conduta.
Se eu pudesse em uma frase resumir  todos os meus ensinamentos eu diria: Nunca deixe o mal dominar seus pensamentos. Quem se modera, raramente se perde. O homem que é firme, paciente, simples,  natural e tranquilo está perto da virtude.
Na Paz e tranquilidade do seu Ser encontras as respostas para todas as suas dúvidas e inquietações. O silêncio é um amigo que nunca trai.
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