e Salve galera tudo bem A Semana de Arte Moderna vai ser o pontapé inicial para a gente começar a enxergar a cultura brasileira a arte a literatura de outro jeito bom e o nosso foco aqui é a literatura EA depois da histórica exposição de São Paulo através de várias manifestações literárias aí de Oswald de Andrade Mário de Andrade Manuel Bandeira que a gente vai começar a entender melhor a revolução que vai acontecer aí na literatura Então vem comigo bora lá porque literatura é com Alencar 1 O [Aplausos] que as esses três nomes aí que eu
acabei de falar são o que a gente chama de primeira fase do modernismo que uma fase galera mais eroica mais radical de um rompimento de uma quebra brusca em relação ao que era feito aí na literatura na virada do século 19 e início do século 20 só que assim não dá para dizer que tudo absolutamente tudo o que os modernistas fizeram foi novidade Se você dá uma olhadinha aí no pré-modernismo e uma Barreto Monteiro Lobato você já vê aí que tem uma temática voltada para coisas nacionais teve a presença do cotidiano uma linguagem também né
mas coloquei almas Popular tudo isso já tinha um pouquinho antes aí da semana de 22 mas agora o lance é outro Vamos falar agora das características dessa primeira fase do modernismo a nota e se prepara Faz aquela listinha que você gosta tanto bom e depois vai te ajudar muito né a fixar o conteúdo a entender melhor nessa história da literatura brasileira O Brasil vai continuar sendo foco vai mas agora o nosso país vai ser repensado de uma forma aí meio usando paródia vai ter a presença do humor tá o dia a dia vai estar mais
presente ainda a valorização do dia-a-dia das coisas da rua do bar do camelô Enfim tudo o que aí voltado né o nosso cotidiano das cidades tudo isso vai estar mais presente ainda mas eu acho que a grande revolução a grande transformação é em relação a linguagem é isso que você vai perceber daqui para frente Ah só uma coisinha no modernismo a gente vai ver também galera uma crítica bem forte ao capitalismo aí da burguesia principalmente na figura do Oswald Andrade ou um exemplo para começar a falar da linguagem modernista a revista que surgiu poucos meses
depois de fevereiro de 22 tô falando da revista klaxon que significa aquela blusinha externa dos carros Antigamente você já deve ter visto nem filme por exemplo ela era semanal e trazia aí crônicas artigos gravuras anúncios a parte visual não é um projeto gráfico da revista era bem diferente tô na já quebrando aí com padrões tradicionais verdade é durante os anos 20 outras revistas apareceram assim como também o manifestos que aquele texto aí bem argumentativo que tentar persuadir o leitor em relação a determinada ideia talvez O Manifesto mais famoso da década de 20 é o Manifesto
antropófago do Oswald Andrade a gente falou sobre ele aí no último vídeo né sobre a semana de 22 esse Manifesto o Oswald fez em 1928 depois que ele ganhou um quadro da esposa dele a Tarsila do Amaral Quadro o bapuro linda galera aqui antropófago vende amtropofagia aquela prática indígena antropo homem fazia comer alimentar se os índios Tupinambás por exemplo que ocorreu muito ali na região sudeste eram antropofágicos comi uma carne humana para que para pegar o que o outro tem de melhor acontecia entre os guerreiros né é com base nessa ideia aí obviamente né no
quadro da Tarsila do Amaral que o uso onde tem esse Insight tem essa ideia quer dizer vamos fazer culturalmente aquilo que os índios faziam também vamos pegar o que o outro tem de melhor vamos trazer para cá vamos ver motivo um engolir vamo digerir e transformar uma coisa brasileira mas atenção heim não é trazer a cultura estrangeira para cá sem filtro eu gosto de usar com os meus alunos O exemplo no Papai Noel que essa figura aí que vem lá do Hemisfério Norte e aí chega no Brasil usando aquela roupa quente né que eles velhinhos
que fazem os papais no que sofrem bastante porque o look é o look que não combina com o nosso clima aqui com a nossa realidade Então você traz a cultura de fora sem filtro nenhum como ela é usada lá não é essa a ideia do Oswald tem que dar uma adaptada e tal tem uma frase aí do Manifesto acho bem legal para a gente entender não é a proposta é uma frase assim ó Tupi or not Tupi that's The Question essa frase de Shakespeare que vem da obra Hamlet na verdade então você pega aí né
uma frase da literatura inglesa e transforma para algo mais brasileiro citando a inclusive né A questão indígena bora falar um pouco mais sobre o Oswald essa figuraça que foi na verdade um cara de família rica e família abastada de São Paulo os pais dele era um cafeicultores assim como os pais também de uma das Esposas dele que a Tarsila do Amaral então ele assim como ela teve a oportunidade de viajar você pode ver de perto aí as novas manifestações as vanguardas ele foi bastante tocado por isso só que ele soube utilizar muito bem a cultura
estrangeira mesclando com coisas daqui criando algo bem autêntico tanto na poesia quanto na prosa dele dá uma olhada aqui no texto do Oswald você vai ficar impressionado se você ainda não conhece vai me perguntar eu sou isso é poesia mesmo brasilidade em construção um detalhe esse texto esteve na prova do Enem 2013 Então você tá vendo aí o poema olha só a Europa curvou-se ante o Brasil 7 a 2 3 a 1 a injustiça de 74 a 02 a 12 a 0 3 a 1 e meia dúzia na cabeça dos portugueses sem contar pessoas Tô
vendo que tem uns rabiscos aí em volta né do do texto isso tudo faz parte do poema fica um pouco difícil até de entender esse texto se você não tem o repertório veja que ali embaixo Você tem uma explicação em várias do clube paulistano Esse aqui foi um clube lá de São Paulo abre a mente nem existe mais que fez uma excursão para Europa em 1925 e jogou contra times europeus em geral se deu muito bem só não Contra esse time 7 que na verdade era lá na França pelo jeito aqui né ele tá falando
que eu vou mãe Justiça o time brasileiro foi roubado acabou no ganhando os outros ganhou em você vê que é um poema que quebra com qualquer padrão se você for comparar com a poesia anterior não é a gente até já falou sobre isso aqui se você colocar em um poema do Oswald e um do Olavo Bilac colocar os dois lado a lado vai ter muita diferença e aqui a diferença é mais gritante ainda você tem um número aí não é parece sei lá um placar É parece qualquer coisa que você encontra na televisão o jornal
e não poesia a um povoado aí né de palavras de números alguém pode fazer lembrar inclusive sei lá cubismo o deísmo e a ideia que a gente tem aí é que a brasilidade né a construção de brasilidade tem a ver com o futebol o Brasil inclusive até hoje é muito conhecido pelo mundo afora como o país do futebol e esses rabiscos que na verdade fazem parte do poema vão justamente trazer essa ideia inclusive lá no comecinho você já tem né Brasil o país do futebol então esses textos esses subtextos esses outros textos que estão circulando
aí que estão em volta eles são bem importantes para falar sobre né a construção da nossa identidade outra figuraça nesse primeiro momento do modernismo é um Mário de Andrade e o pessoal vive me perguntando se eles eram irmãos primos na verdade não só colegas amigos e diferente do Oswald o Mário não era de família rica mas sempre foi um rapaz muito estudioso muito dedicado e quem foi escritor jornalista Paul colorista ó que interessante que mais professor de música e ele também consegue ter uma postura bem antropofágica misturar coisas de fora com o que é daqui
Qual é a obra dele que todo estudante todo amante de literatura tem conhecer pelo menos um pouquinho Macunaíma de 1928 o herói sem nenhum caráter esse livro na verdade é chamado de romance mas tem gente que chama também de rapsódia rapsódia Na verdade é um conjunto aí de canções populares e tem música tem canções nesse livro sim mas tem muito mais coisa é um mix digamos assim de vários elementos a gente vai acompanhando as peripécias do indígena em Macunaíma tanto na floresta onde ele vive conta em São Paulo para onde ele vai e aí vão
aparecendo provérbios lendas cantigas populares também o folclore e aí a gente tem a cultura brasileira obviamente mas também a sul-americana deixa eu mostrar um trechinho aqui para vocês do Macunaíma que eu acho muito legal já viu que a Maloca estava cheia de alimentos tinha pacová tinha milho eu tinha macaxeira tinha luar E caxiri tinha maparas e kamorin's pescados maracujá me xira Ah tá Bill Só pô tá sapatilha todos esses comes e bebes bons cheguei conferiu que não pagava a pena brigar com humano e deixou a linda e que para ele deu um suspiro 14 carrapato
você dormiu folgado na rede isso é que eu chamo de um mix cultural uma verdadeira antropofagia porque ao mesmo tempo que você tem aí né alimentos comidas que são da cultura brasileira você tem também um jeito futurista de escrever percebo que aqui quase não tem, afirmou não aparece o futurismo prega Você deve lembrar lá no nosso vídeo das vanguardas europeias o futurismo prega que a literatura deveria ser sem pontuação para ficar mais ágil para ficar mais rápido é o leitor que tem que ler e dar a sua própria a pontuação Eu costumo dizer que esse
livro é o maior contra o c control V da literatura brasileira Mário Andrade não faz cerimônia e pega elementos de vários lugares você tem por exemplo Além de coisas da cultura popular romances livros famosos que são citados ó Memórias de um Sargento de Milícias o Sargento de Milícias leonardinho pataca é considerado o primeiro malandro da literatura brasileira e ele faz lembrar muito a figura do Macunaíma é citado também o Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto que é um dos meus romances favoritos Mas enfim vamos adiante e vamos falar de mais uma figura importantíssima
para esse momento sobre o qual gente tá falando que é o Manuel Bandeira e e se Face que começou a estudar arquitetura mas que acabou abandonando o curso depois de contrair a tuberculose são uns poetas mais populares do Brasil ele tem alguns textos aí que estão na boca do povo não é como vou-me embora para Pasárgada ou pneumotórax vem mexe a gente ouve falar que aparece aí é um livro aparece na Mídia Sem contar em Provas é no ENEM no ENEM sempre tem o Manuel Bandeira acho que esse de falar trem de ferro café com
pão café com pão café com pão é mais um texto bem conhecido dele né mas eu queria trazer para vocês aqui um texto dele que eu gosto muito chama momento num café e tá no livro Estrela da Manhã de 1936 nesse poema você vai perceber características modernistas obviamente mas também o estilo individual do Bandeira por exemplo a questão da Morte sempre é um assunto E aí nas obras dele quando o enterro passou os homens que se achavam no Café tirar o chapéu maquinalmente saudavam o morto distraídos Estavam todos voltados para a vida dos Furtos na
vida confiantes na vida ou no entanto se descobriu num gesto Largo e demorado olhando o esquife longamente esse sabia que a vida é uma agitação ferozes em finalidade que a vida é traição e saudava a matéria que passava liberta para sempre da Alma extinta interessante Olha só o próprio título do poema já é Modernista por dois motivos momento num café num linguagem coloquial e depois do café Você tá indo uma atividade bastante cotidiana as pessoas então aí para tomar um café e agora uma dica importante não é porque os modernistas querem Liberdade formal que eles
vão escrever de qualquer jeito mas isso a gente longe disso sempre vai ter um ritmo uma sonoridade o que os caras não querem é algo e eles querem ditar o ritmo deles eles querem criar uma vez aqui na segunda estrofe os versos são mais longos do que na primeira isso não é por acaso tem um ritmo especial aí porque porque na segunda estrofe você tem um dos indivíduos que tira o chapéu tirando um jeito mais demorado mais calma na verdade pensativo então o tamanho do verso acompanha harmoniza com gesto do cara aqui na primeira estrofe
os versos são mais curtinhos porque afinal de contas passa o enterro e os homens que estão no Café tira um chapéu maquinalmente ou seja eles tiram de um jeito mecânico Até porque não é a morte que interessa para eles passa lá o cortejo fúnebre mas o que interessa é a vida Qual é a palavra que repete três vezes na primeira estrofe vida vida vida vida Então na verdade é tudo muito rápido É né você tá no clima tá no Agito do café eles tiram o chapéu mas o que interessa Com certeza não é o defunto
é como alguém por exemplo que encontra você na rua né Isso é pergunta aí tudo bem essa Faz uma pergunta maquinal mecânica você não quer que a pessoa pare na sua frente diga não tá tudo bem com ela fala sobre a minha vida e fica uma hora falando e porque um dos homens tira o chapéu e fica aquele acaba pensando esse momento do cortejo acaba fazendo com que ele pense sobre a própria vida e a vida dele tá complicada Pelo jeito a vida dele é agitação feroza sem finalidade é traição ela acaba refletindo muito sobre
a própria existência enfim Esses são os Rebeldes e renovadores Oswald e Mário Manuel Bandeira até para citar outros nomes também dá para lembrar aí no Alcântara Machado Guilherme de Almeida o Raul bopp é um pessoal que usou como bom humor a destruição dos clássicos e uma atenção especial a questões socioculturais da nossa terra Beleza brigadão e até a próxima tchau