bom dia boa tarde boa noite eu sou honrado por salete este aqui é o politics o podcast de política do nexo nesta edição a gente vai tratar de fake news e essa conversa vai se dar o som da banda música de selvagem [Música] não sei se vocês lembram na eleição presidencial passada em 2014 na manhã da votação do segundo turno what's up de muita gente amanheceu com a seguinte notícia alberto youssef o doleiro da lava jato tinha sido envenenado na prisão e os f tinha dito dias antes o então presidente da república dilma rousseff sabia
da corrupção na petrobras dilma estava no segundo turno com aécio neves numa eleição disputadíssima a mentira não mobilizou apenas os grupos familiares de mensagem instantânea final o site não tinha sido envenenado na prisão as autoridades precisaram ir a público desmentir o boato era uma mentira tentando mexer no resultado da eleição presidencial brasileira de lá pra cá esse tipo de expediente se sofisticou no exterior e aqui no brasil também ganhou novas embalagens para além do desafio pra aparecer cada vez mais notícia verdadeira tudo pra enganar deliberadamente as pessoas vão começar com um conceito que o pano
de fundo dessa nossa conversa é o fenômeno da pós verdade e vou pagar not pesquisador do mit ato um grupo de estudos de linguagem práticas mediáticas da usp falou com políticas sobre isso sobre esse conceito da pós verdade após verdade é um conceito foi publicado pela primeira vez nos anos 90 em 1992 na revista nation por um dramaturgo serve americano chamado steve testes e ele tava comentando a os anos nixon nos estados unidos ele analisava como que a sociedade americana lidava com a verdade com a mentira na política ele analisava que a sociedade tinha basicamente
virado às suas costas não está mais preocupada em saber a verdade dos fatos mesmo numa democracia onde você poderia ter acesso às fontes de informação é a população norte americana está desprezando essas informações hoje em dia nós definimos a o conceito de pós verdade como as circunstâncias em que os fatos objetivos que podem ser verificados eles são menos influentes na hora de formar opinião pública do que apenas um motivos do que crenças do que sensações subjetivas o steve testes quando escreveu pela primeira vez esse conceito está fazendo um contraste com uma tradição de países como
dele no leste europeu em que as ditaduras tinham um grande esforço tinha muita dificuldade de um grande custo para suprimir a verdade você precisava censurar a torturar matar expulsar as pessoas do seu país ele contratava esse fenômeno com as democracias tardias como estados unidos em que a população estava virando as costas o governo não precisava mais desse esforço porque os indivíduos desprezavam a verdade e passavam a confiar e acreditar somente nas suas verdades convenientes nos fatos que se encaixavam nas suas visões esse não é um fenômeno recente nela dos anos 90 mais uma análise do
das décadas anteriores mas que ganha uma nova expressão agora com a internet um bom time um terreno para que a pessoa diga é em minha opinião e acabou eu acredito nisso e acabou mesmo que você tente convencê la de que a terra não é plana mas vamos deixar esse terreno mais redondo para entender o que se passa hoje pra entender porque uma informação falsa tem tanto é pra isso a gente precisa lidar com outro conceito que é o chamado viés de confirmação ou vias de confirmação é uma tendência cognitiva que faz a gente tem mais
propensão de lembrar pesquisar informação interpretar fatos de maneira que eles confirmem nossas crenças um exemplo se você odeia um político e aparece ali na sua timeline uma notícia falsa sobre esse político você tem de acreditar nessa notícia falsa e na dinâmica da comunicação digital e dos algoritmos que mostram apenas aquilo que a gente quer ver o que essa confirmação é agravado por esse efeito bolha no ambiente que exclui aqueles que pensam diferente e poderia te conquistar de forma mais aberta mais uma diante agora a gente chega o nosso tema central a sei que deus políticos
falam em fake news militantes falam em fake news jornalista se mobilizam contra as farc news grupos políticos organizados atacam jornalistas que combatem a sua equipe news o senhor é a mesma coisa que é boato por simples afinal exatamente uma fake news existem muitos conceitos para definir o que é fake news originalmente é um conceito que vem da política e da imprensa mas a na academia já temos algumas definições mais consensuais mas varia se para muito ainda a definição desta dessa ideia alguns autores traduzem é tentar um conceito afeito news como uma informação noticioso ou seja
que têm uma linguagem jornalística uma aparência jornalística que é verificável mente falsa a gente pode comprovar que essas informações não são verdadeiras e que elas tenham sido criadas com a intenção de enganar as pessoas então é uma uma uma possibilidade de fraude então nessa nesta primeira abordagem a gente poderia chamar fake news de uma notícia fraudulenta não só uma notícia falsa porque há uma intenção de enganar as pessoas esteve inclusive notícia fraudulenta uma forma como carlos eduardo lins e silva tem preferido traduzir fake news português para evitar aquela confusão simples de fake news é a
notícia que não é verdadeira é o dado que é falso porque pode incluir outras coisas que não são necessariamente fake news que é uma publicação enganosa um boato no fox ap uma um rumor uma informação que não é não se tenta imitá essa essa linguagem jornalística mas não é uma definição tão conceitual essa algumas pessoas preferem hoje em dia a evitar esse termo já tem muitas pessoas que é consideram que pela sua imprecisão e pela sua polarização é não é muito vantajoso tem os preferidos por exemplo substituir a o conceito fake news por falso news
nem com notícias falsas que deixaria mais claro né não só a questão de tentar enganar as pessoas mas diz que é uma informação pura e simplesmente é inverídica e notícias news é a notícia pode ser às vezes conceituado de uma forma muito ampla não só os relatos jornalísticos mas também qualquer outro tipo de ideia qualquer boato qualquer coisa que é passada como novidade são as definições variam agora com duas feitos aparecem pra valer a gente pode definir pode conseguir identificar um fenômeno grande assim na era digital os três a quatro anos a gente tem sentido
os sites que foram produzidos a propositadamente pra difundir-se com esses conteúdos fraudulentos para enganar as pessoas nós tivermos um pouco antes da eleição nos estados unidos da votação do brete na no reino unido achamos o surgimento de grandes fazendas de notícias falsas nessa aids que às vezes em grandes grupos se organizam para replicar para produzir conteúdo propositadamente falsos para enganar as pessoas tenham os grupos da macedônia tem grupos aqui no brasil que fazem isso e tem uma produção bastante grande se você usa o conceito mais amplo de notícia falsa ou seja fique news como qualquer
informação que é incorreta é é difícil de colocar um ponto determinante porque esse é um fenômeno muito antigo mentira sempre existiu a imprecisão sempre existiu a isso desde o começo da imprensa mesmo antes da imprensa a divulgação de informações falsas são colocadas o historiador robert darnton por exemplo considera que biografias romanas de quase dois mil anos atrás já já é de quase 1.500 anos atrás já tinham informações incorretas já poderiam ser consideradas uma certa forma um relato noticioso falso mas é é uma levando uma condenação dessa definição mais ampla de no da fic news como
qualquer informação incorreta [Música] esses sites pequenos ganhar dinheiro e esse dinheiro vem quase sempre do clique como muita gente clica mais dinheiro de publicidade entre no bolso do dono do site e aquela publicidade em que o anunciante nem sabe que está associado à má notícia falsa a um site de notícias falsas aí a gente perguntou por conseguinte sim o pessoal está ganhando dinheiro mas asfic mil são mais usadas por grupos ideológicos específicos o ego geral o que importa é o click o rendimento do clique são muitos os grupos diferentes que usam a propagação de conteúdo
falso de propaganda de desinformação de fake news a nós temos no brasil e mesmo fora sites de todas as os espectros ideológicos mas há em alguns estudos é é um equipe do emitiu ao cot winds conexão dos pescadores de nova york há alguns estudiosos da de cingapura também a equipe do edson doc eles têm identificado uma certa tendência de alguns grupos de direita a propagarem com mais freqüência esses conteúdos ou a dar um espaço um pouco maior para esse tipo de adivinhação de notícias fraudulentas nerd fake news estão particularmente os eleitores do donald trump pareceram
ser um pouco mais responsivos a esse conteúdo até os criadores defeito news talvez tenha identificado esse fenômeno a uma um dos responsáveis por criar as notícias falsas da na macedônia foi entrevistado já arrepender um pouco de ter feito esse tipo de abordagem eles consideraram que esses conteúdos às vezes eles faziam pra voltados para a esquerda voltados para a direita voltados para vários lados do espectro político mas onde estiveram melhor resposta ou seja onde havia mais interesse do mercado parecia ser os grupos os eleitores do trump que estavam dispostos a acreditar nessas informações ou estavam a
eram favoráveis à propagação conteúdos pareciam ser mais críveis ou pareciam ser mais fáceis de ser divulgados dentro desse tipo de eleitor no grupo mais nacionalista mais populista mas na extrema direita é possível se o objetivo certeiro ao taxar algo como fake como ficam as questões de ênfases de emissões em determinados conteúdos afinal a notícia pode ser verdadeira mas ter um viés o mesmo comissão que faz a gente acionar aquele dispositivo do corrente falou antes o paul do viés de confirmação ou são ivan se usa essa definição precisa é possível você classificar de uma forma até
um pouco mais objetiva a alguns conteúdo alguns conteúdos como o noticiário falso porque o volume é muito grande nem sempre os sites produzem só esse tipo de conteúdo às vezes algumas notícias fraudulenta são colocadas no meio do noticiário às vezes é tendencioso porém não necessariamente é falso às vezes misturando opinião com uma informação ou colocando propaganda política disfarçada como se fosse um relato jornalístico mas são outros fenômenos um pouco diferente né é uma questão distinta por exemplo não falar de certo uma questão polêmica só dar um ovo alguns lados envolvidos e não uma amplitude de
de ponto de perspectivas então isso não necessariamente significa um noticiário fraudulento há uma intenção de informar a partir de uma perspectiva ou até de desinformar mas não é necessariamente a mesma coisa aqui fake news então é possível ser um pouco mais preciso se a gente usa uma definição bastante precisa nem todos os autores gostam de usar uma definição precisa preferem algumas definições um pouco mais amplas na minha visão é uma coisa um pouco perigosa de se usar uma definição muito ampla definiu-se porque muitos fenômenos diferentes começam a ser colocados dentro da mesma na mesma classificação
[Música] o politiquês falou também com ângela pimenta presidente do projeto que é um instituto para o desenvolvimento do jornalismo é um grupo que mantém projetos na área de comunicação um deles é o projeto credibilidade de desenvolvimento de boas práticas jornalísticas de transparência que vai da produção de conteúdo a relação com a audiência primeiro a gente perguntou pra ângelo seguinte em que ambiente da comunicação e do jornalismo os fakes ganham corpo nós acreditamos que o ambiente atual no brasil de extrema fragmentação da notícia polarização política e que também o sistema de incentivos atuais para a avaliação
e compartilhamento de informações na web eu tô falando de curtidas diz curtidas e a da forma como as pessoas lêem e compartilham tudo isso ajuda tudo isso conspira para que aumente o ruído a propagação de conteúdo desqualificado na internet isso se torna ainda mais sério diante da próxima campanha eleitoral agora como o jornalismo profissional pode combater o efeito news olha nós acreditamos que basicamente do ponto de vista das relações de duas formas a primeira é checando a informação que é produzida aquilo que está no discurso dos políticos aquilo que está a ascender publicado pelos outros
veículos e aquilo que também está nas mídias sociais e que tem um potencial digamos aí negativo para a qualidade do debate público além disso nós acreditamos também que através do projeto credibilidade que tem um sistema de indicadores de credibilidade às relações possam se diferenciado ruído digital que que é isso é adotar um sistema de práticas editoriais e éticas que permitam a quem lê a quem ouve a quem assiste isso sempre no meio digital refazer o percurso que um veículo tomou para apurar a editar e publicar suas informações vamos agora pra outra ponta dessa conversa como
os leitores como as audiências podem identificar e combater sem gols nós temos aí uma lista de dez prefeitos para que as pessoas desconfiem de sites blogs perfis nas redes sociais e no hati zap que um não identificam quem é o dono ou responsável pela publicação 2 nunca publicam suas fontes de informação 3 não publicam os nomes dos autores de seus artigos 4 não reconhecem e não corrigem seus erros 5 não cobrem o chamado o outro lado da notícia 6 não separam o que a notícia análise opinião publicidade e assim por diante 7 publicam majoritariamente conteúdo
sobre temas sensacionalistas 8 contém erros de português 9 usam linguagem ofensiva e 10 não tem uma área para comentários o fenômeno bem como costuma ocorrer que é o seguinte um político quando confrontado com uma notícia que desagrada acaba falando é fake news e aí aqueles conceitos todos que a gente tentou definir um pouco antes com e vão por água abaixo como os políticos podem combater o ao menos não incentiva asfic news os que hoje ela disse sobre isso olha acredito que inicialmente não compartilhando como qualquer outro cidadão à cidadã conteúdo suspeito sobretudo no caso dos
políticos que lhes favoreça ou que ataque oponentes além disso os políticos deveriam ser cuidadosos com os dados que usam em suas declarações e finalmente acredito que eles deveriam se posicionar claramente a favor do trabalho de jornalistas sérios que tentam apurar os fatos e também das agências de checagem e eu cito aqui três agências brasileiras lupa aos fatos e truco está tenta criar mecanismos de combate f-15 está tentando no brasil o tribunal superior eleitoral tem um grupo para lidar com o tema agora nas eleições de 2018 porém esse é o caminho adequado uma ação estatal no
caso o tse contra a prática de fake news olha eu acredito que cabe a legislação brasileira já pune o crime de ofensa calúnia e difamação então nesse sentido nós já temos uma lei para responsabilizar quem esteja praticando esses crimes e o tse também está atento a essa prática além disso há o marco civil da internet ele diz que quando você manifesta sua opinião na rede você pode vir a responder por ela através da identificação chamado ip do usuário a uma outra questão nesse debate a partida boa intenção de combater sueco nils não se corre o
risco de ser se a liberdade de expressão sim se o estado a viera tipificação passar uma nova lei existem hoje uma cerca de uma dezena de projetos de lei no congresso isso pode virar um a ser um risco à liberdade de expressão sim porque qualquer pessoa que se sente injustiçada ela pode requerer a um juiz que vai ter digamos aí há uma interpretação bastante subjetiva do que a mentira e do que não é então isso poderia levar a uma onda de pedidos de remoção de conteúdo isso significa uma ameaça ao trabalho da imprensa para terminar
a gente perguntou para angela a mesma coisa que perguntou por ivan é possível se o objetivo certeiro ao taxar algo como fake news como ficam as questões de ênfase de emissões em determinado conteúdo por que é tão difícil achar algo a digamos aí como 100% falso em termos de informação compartilhada na rede o estudo da claire wardougou que ela é direta ora do centro de estudos force draft nos ligado à universidade rafa de identifica sete tipos um deles é o conteúdo 100% falso fabricado como aquela mentira de que o papa a francisco havia apoiado então
candidato dano trump na eleição à presidência dos estados unidos e nesse ecossistema a claire ela lista outros seis tipos que eu vou dizer aqui quais são sátira ou paródia que são sites por exemplo como piauí heald conteúdo enganoso que é quando informações para enquadrar uma questão ou uma ou indivíduo elas não são claras verdadeiras conteúdo impostor quando a imitação por exemplo de veículos verdadeiros né conteúdo fabricado que aqueles 100% falso uma falsa conexão está presente muito nesses anúncios estranhos no final das páginas em que você tem manchetes ilustrações ou legendas que não confirmam aquilo quando
a gente clica a um falso contexto quando o conteúdo genuíno é compartilhado com informação falsa é uma mistura então você pega um texto que é verídico que é correto e ali você injeta algo que é enganoso ea manipulação do contexto quando uma informação uma imagem ela é manipulada pra enganar esse é o caso claro daquela foto que era uma foto de um arquivo perdida na internet que ela foi usada para dizer que a vereadora mary l franco tinha sido namorada do de um traficante absolutamente falsos usando uma foto de duas pessoas que existem que são
verdadeiras mas que não são a marielly franco e nem o traficante marcinho vp é isso aí pessoal agora vamos para a nossa dica de livro de política da semana e quem dá a dica é o jornalista de ensino correspondente do wall e da globonews em nova york vai lá jeans eu recomendaria que todos os brasileiros que fossem votar lessem a trilogia do laurentino gomes 1808 e 1822 e 1889 esses livros são muito importantes para se entender todo o processo político que a máquina burocrática do brasil e pra perceber de onde vêm todos os nossos maus
costumes nesse país uma linguagem de um historiador que também é jornalista então ele além de ser é teoricamente muito bem embasado é um livro fácil de ler tem uma linguagem jornalística e tem aquele humor necessário pra gente conseguir sobreviver aos as verdades que esses livros trazem pra gente sobre a história do nosso país muito bem com produção de mateus pimentel e trilha sonora da banda música de selvagem a gente encerra aqui mais um politiquês eu sou honrado corsaletti espero você na próxima vamos que vamos [Música] [Música] [Aplausos] [Música] [Aplausos] [Música]