Boa noite seja muito bem-vindas bem-vindos essa nossa aula sobre terapia de aceitação e compromisso e como lidar com emoções difíceis a partir disso que a terapia de aceitação e compromisso para você que está chegando por agora eu sou Tiago Ferreira e a pelo menos uns 20 anos venho estudando ensinando pesquisando publicando sobre a terapia de aceitação e compromisso e tem sido uma trajetória extremamente grata Porque a terapia compromisso acaba sendo modelo que não apenas fala sobre o que nós fazemos com os nossos pacientes ou em outros contextos e que você utilize mas também sobre a forma como nós lidamos com a nossa própria subjetividade enquanto pessoas que cuidam de pessoas então mais um dia em que não é mais uma noite agora não sei quando nem onde você vai ver essa nossa conversa mas esse é mais um tempo em que nós vamos conversar sobre como a arte que a terapia de aceitar compromisso lida com emoções difíceis mas antes da gente começar me deixa saber de onde que você está falando quem é você se a primeira vez que você chega por aqui se você já nos acompanha um tempo olhando aqui esse cenário eu não sei quando você vai ver essa aula mas cenário é lindo assim você vê gente aqui de Xerém Duque de Caxias Curitiba vamos lá Paraíba então a gente já foi Sudeste sul nordeste Petrolina eu nasci em Juazeiro que é vizinho a Petrolina então pertinho de você deixa eu ver a Marcela já falando aluna da turma 1 e super recomendo todos os cursos meus alunos e Minhas alunas já sabem o quanto que na hora que eu vejo os nomes aqui toma um toma dois toma três eu me sinto amparado me sinto insuportável ao falar sobre essas questões que são tão significativas para mim mas que não são fáceis de serem faladas então quando eu vejo alguns dos nossos alunos o aluno está parecendo por aqui daquele alívio então sejam bem-vindos Campinas Salvador Santa Catarina deixa eu ver onde mais Rio de Janeiro por aqui em Rio Grande do Norte tem gente tem alguém do Norte aqui a gente já viu Nordeste Sudeste Santo André Minas Gerais Maceió saudade que eu tô de Maceió nunca mais foi para lá Curitiba Cinelândia Florianópolis tem alguém aqui do Norte porque de vez em quando tem Aparecido gente aqui de Manaus de outros lugares mas enfim deixa eu agradecer vocês por estarmos juntos aqui mais uma vez para conversar sobre esses temas aí aqui A Joyce está colocando turma 1 Rio de Janeiro exatamente Então nossa aluna já e isso é interessante assim a gente acabou criando essa comunidade de pessoas que não se conhece presencialmente e esse é um presente que esse Universo Online acabou trazendo para gente né alguns anos atrás quando eu decidi junto com a Gisele que nós iríamos começar a ensinar para aquele aceitação e compromisso mas agora é a modalidade online nós não esperavamos essa construção de comunidade como nós temos visto aqui nós conhecemos gente de diversos lugares do Brasil é fora do Brasil que tem acompanhado do nosso trabalho e desde então mesmo morando fora do Brasil porque agora eu e minha família a gente tem morado numa cidade pequena na Província de Ontário no Canadá pelo menos vai fazer quase dois anos que a gente tem morado por aqui mas mesmo assim a gente tem tido um contato imenso com muita gente Dessa Nossa Terra Querida então deixou super agradecer vocês por estarem aqui e dizer que tem sido um tempo especial e ultimamente tem sido um tempo muito diferente também deixa eu te dar uma notícia que eu acho que tu pode Celebrar junto comigo na próxima semana a gente vai começar com a nossa semana act na prática Clínica deixa eu te contar quantas pessoas a gente já tem inscritos nós temos mais de 3. 500 pessoas inscritas nessa semana arte na prática Clínica Esse é com certeza o maior evento gratuito terapia de aceitação e compromisso que o país já viu Então se você já está inscrito ou inscrita muito bem-vinda se não agir vai colocar aqui o link para você se inscrever e já começa semana que vem eu vou falar um pouco mais sobre isso assim que a gente terminar o conteúdo que a gente vai trabalhar nessa aula de hoje mas Desde já muito obrigado para você que é faz parte desses mais de 3. 500 pessoas que vão estar com a gente nesse evento na próxima semana e se você ainda não se inscreveu vamos juntos porque tem muita coisa para a gente fazer todo mundo que já acompanhava trabalhar um tempo sabe o quanto que nós sempre fazemos essa semana arte na prática clínica que é um evento gratuito para anteceder a abertura de vagas para nossa formação Então logo depois disso nós vamos abrir várias para nossa formação aqui na prática Clínica eu sei que já tem muita gente aí esperando para começar a estudar conosco mas eu deixo eu dar mais detalhes sobre isso ao final vamos começar então falando um pouco sobre terapia de aceitação e compromisso e como lidar com as emoções difíceis nessa Perspectiva da arte quando eu pensei sobre como é que eu podia ser útil para vocês hoje como é que eu poderia começar a conversar sobre isso de uma maneira que fosse Claro Teoricamente embasada Mas também de uma forma prática para sua prática Clínica eu pensei em um livro um pequeno livro chamado a sociedade paliativa do rã que o rã tem sido muito conhecido mundo afora aí na tradução brasileira o nome ficou esse uma sociedade paliativa a gente vai conversar um pouco sobre isso mas antes coloca aqui no chat para mim se você já está na Action um tempo ou seja se você já acompanha o que é terapeuta citação e compromisso ou se você tem chegado agora na arte se você ainda tá conhecendo a arte quer que eu tô falando isso porque esse modelo que a gente tanto se interessa que a gente tanto discute que é a terapia de aceitação e compromisso não é um modelo que começou ontem não é um modelo que começou há cinco anos 10 anos nem 20 anos nem 30 anos mas é um modelo tem 40 anos de Pesquisas São 40 anos de Pesquisas básicas translacionais aplicadas em raios clínicos etc etc São 40 anos de validação científica cerca desse modelo da arte e mais recentemente quando fala mais recentemente tem alguns anos isso a Organização Mundial de saúde tem colocado a arte como uma linha para casos que envolvem por exemplo traumas e traumas físicos ou psicológicos resultantes de determinados contextos complicados a tal ponto em que no site da Organização Mundial de Saúde Você pode baixar gratuitamente um projeto deles que é autoplicável de arte então não só não é só para Psicólogo o agente de saúde não qualquer pessoa pode clicar lá no site da Organização Mundial de Saúde procurar lá lidando com stress em tempo de conflito alguma coisa assim o nome do programa Deles e é um programa Auto aplicável baseado na terapia de aceitação e compromisso ou seja esse é um modelo tem se espalhado no mundo todo não é à toa que a gente está com tanta gente aqui diversos lugares do país todos com o mesmo foco que é como é que eu posso utilizar terapia de aceitação e compromisso para fazer diferença na vida de outras pessoas que nos procuram principalmente em sofrimento mas para isso para que a gente consiga ter essa dimensão assim de como é que a arte pode nos ajudar vamos nessa a gente vai começar tentando entender um pouco o que que é uma emoção na Perspectiva da arte porque muita gente fala assim Ah eu entendi tá tudo certo para mim é aceitação e compromisso eu tenho que aceitar que adota aqui seja tipo Aceita que dói menos deixa a dor aqui quieta para poder eu conseguir fazer as coisas que me interessam não é assim e aí eu quero que você tenha muita atenção comigo essa descrição de um autor que nem o autor da arte é é um autor que lida com uma certa sociologia antropologia da nossa sociedade contemporânea e ele diz assim a nossa relação com a dor mostra em que sociedade vivemos grifa bem isso para você dores são cifras elas contém a chave para o entendimento de toda a sociedade assim cada crítica da sociedade tem de levar a cabo uma hermenêutica da do Tiago tem palavra tem uma palavra que eu não conheço Que diacho é hermenêutica da dor hermenêutica É uma disciplina filosófica de interpretação então quando o hams tá falando isso Ele tá dizendo assim com relação às dores com relação ao sofrimento com relação as emoções difíceis nós precisamos compreendê-las nós precisamos fazer uma hermenêutica da dor nós precisamos ouvi-la E aí quando você é uma expressão terapia de aceitação e compromisso eu quero que na sua cabeça você traduz assim é uma terapia que propõe que em relação as nossas emoções difíceis nós possamos ouvir as emoções e compreender das emoções não compreender talvez no sentido matemático do termo mas compreender Qual a mensagem que ela nos passa acerca da nossa vida o que ele tá dizendo aqui é até para entender a nossa cultura ou a nossa sociedade a gente precisa entender quais são as dores atuais daí terapeuta presta atenção em mim as dores que os nossos pacientes vivem hoje não são as mesmas dores que os nossos pacientes viviam há 30 anos atrás 40 Anos Atrás a medida em que a nossa cultura muda as dores mudam e eu quero te dizer que boa parte das emoções difíceis de hoje ela só são passíveis de serem compreendidas e a intervenção na clínica se nós conseguimos compreender a dimensão que é da nossa humanidade compartilhada deixa eu tentar antes até de falar dessa sequência que eu vou te propor deixa eu tentar te dizer o seguinte em geral na clínica a gente se propõe a ouvir o sujeito e pronto assim me interessa Paulo Fernanda Marcos Marias é o sujeito a gente se interessa pela história desse sujeito mas é muito importante que você saiba que a dor de um sujeito que você pode dizer assim é intrasubjetivo é uma dor dele provém de uma história que é intersubjetiva deixa eu repetir para você a dor que é intra subjetiva ela é em última instância é um produto de relações são inter subjetivas ou seja entre as pessoas para você compreender bem essas dores para você conseguir acolher essas dores você precisa entender um pouco como é que a gente tem vivido então tem duas coisas que eu queria que você deixasse prático para você tatiar Quais são os dois caminhos assim dois fatos iniciais para que eu consiga entender o que é aceitação das Dores na Perspectiva da arte para que eu consiga lidar com emoções difíceis primeiro notar segundo compreender você pode dizer não mas nota é fácil né porque os nossos pacientes ele já vem falando das Dores deles de vez em quando assim ele já falam o quanto que eles são fracassos ou quanto que eles pensam que ou olha só ele não falou da dor ele falou que ele é um fracasso depois ele falou do que ele tem pensado sobre um primeiro momento é que a gente consiga ajudar essas pessoas a notar a presença da dor porque em geral daqui a pouco você vai ver um pouco disso em geral a gente tá correndo tanto das Dores que a gente se quer consegue notar que elas estão ali e ao notar ter uma relação de interesse com a dor de eu lembro de um paciente meu quer dizer assim Thiago Eu tô me sentindo um investigador de mim mesmo é isso mesmo é como se fosse um detetive de sino sentido que você começa a investigar essa dor então notar e compreender ele continua dizendo assim hoje impera por todo lugar uma algafobia deixa eu te falar essa Homofobia é um tema que ele inventou isso não é uma uma síndrome que está no dsn cyclo nem nada mas é uma forma dele de se referir a maneira com a qual a gente tem lidado com a dor hoje em dia e é um termo que eu achei muito útil Então tá aí hoje impera por todo lugar uma homofobia o que que é isso é uma angústia generalizada diante da dor também a tolerância a dor diminui muito rapidamente há algo fobia essa angústia generalizada diante da dor tem por consequência o anestesia permanente toda condição dolorosa é evitada se tornam suspeitas entrementes também as dores de amor aqui eu quero que você veja um grifo importante aqui o que que ele tá chamando de Dores de amor veja só nós temos ensinado as nossas crianças que eles devem estar as nossas crenças devem estar motivadas que devem ser Auto realizar que devem estar o tempo todo a gente tem usado termos que a gente nem sequer entende o quanto que elas são maléficos as pessoas procuram você que é psicólogo e dizer assim tô procurando a psicologia para ser a melhor versão de mim e a gente nem percebe o peso que tem quando a gente diz assim eu preciso se a minha melhor versão As pessoas dizem você só precisa ser a sua melhor versão entenda que isso é parte do problema não é que você terapeuta vai ajudar a pessoa a ser a sua melhor versão a pessoa procurar ser a sua melhor versão ter todo é parte do problema veja que às vezes as pessoas procuram dizer assim eu tenho que encontrar aquilo que realiza porque já me disseram e a cultura diz e ditado são importantes acreditados acabam relevando revelando um pouco Qual que é o sintoma que tá acontecendo Então as pessoas me diz encontre o que você ama e você não vai precisar trabalhar um dia da sua vida nós temos um bando de psicólogos aqui a gente tá com 290 pessoas ao vivo aqui se você é psicólogo a gente da área de saúde de qualquer área da saúde você obviamente já acordou um dia e disse assim amo o que faço estou muito feliz de ir para o meu trabalho mas você provavelmente também já acordou numa bela segunda-feira e diz assim porque de acho que eu escolhi isso não devia ter escolhido esse negócio isso é parte do que é humano só que parece que nós temos recebido uma carga maciça de ideia de que assim não é para ser assim E se essas dores estão aí se hoje você não tem vontade de ir ao trabalho se hoje você se sente cansado É porque algo errado é porque você deveria estar se sentindo bem o tempo todo o que ele tá dizendo aqui é que existem dores que são dores de amor dores que envolvem engajamento Alguns de nós ama por exemplo causas causas por exemplo como causas sociais como por exemplo a promoção da música Como por exemplo as artes a literatura Alguns de nós Espero que a maioria de nós amam pessoas e se interessam se engajam com pessoas só que todas as vezes que a gente ama a gente sofre Deixa tentar deixar isso mais plano possível para você a década de 80 o Skinner 1989 Na verdade o artigo de 1987 depois Ele publicou enquanto Capítulo de livro em 1989 ele fala sobre o amor diz assim amor não é sentimento amor mais do que sentimento amor sim envolve sentimentos mas envolve uma disposição agir em função do bem do outro então quando eu digo Eu amo meu filho às vezes eu me sinto bem com meu filho às vezes não e às vezes nós pais a gente se culpa um bocado porque a gente pensa que assim ter raiva do meu filho não não deveria ter raiva do meu filho não querer estar com meu filho agora meu Deus tem alguma coisa errada comigo não não o amor comporta uma multidão de sentimentos uma pluralidade de sentimentos e você pode amar e sentir raiva Você pode amar e não querer estar junto agora então quando a gente fala de Dores de amor no sentido que ele tá falando ele diz assim são dores que fazem parte do nosso engajamento com aquilo que nós amamos ou com quem nós amamos o ponto é como e aqui eu preciso voltar para ele como impera uma homofobia essa ideia de uma angústia generalizada diante da dor nós temos evitados também aquilo que nós amamos e as pessoas que nós amamos para evitar por exemplo a dor do conflito nós decidimos matar o outro deixa eu te dizer isso para evitar a dor do conflito para evitar ter que resolver para evitar ter que ir lá e discutir como disseram para a gente assim o relacionamento é o lugar em que você vai se sentir pleno e realizado e que você vai ter uma auto-realização só esteja um relacionamento e que você está vendo que o outro está te colocando para cima isso esconde algo é muito legal que você esteja com uma pessoa que te coloque para cima é muito legal que você consiga se auto realizar dentro de um relacionamento mas note o seguinte o que está escondido aqui nas Entrelinhas é que quando nós amamos nós sofremos E essas dores de amor elas não conseguem ser evitadas sem que nós evitemos aquilo que nós amamos então se você é pai ou mãe escreve aqui nesse chat para mim era assim tem um filho tem dois filhos para que eu só para que eu me localize aqui se você é pai ou mãe Provavelmente você já foi para emergência do hospital e já passou quatro horas esperando atendimento junto com seu filho que estava ali retado com você porque quer ir para casa e aí você tá lá sem querer instalar esperando 4 horas por um atendimento com o filho dizendo assim me leve para casa eu não quero tá aqui e você tá dizendo eu vou ficar aqui mas por que que você vai ficar aqui tá ruim assim tá o clima tá ruim para você você não quer tá aqui tá desconfortável etc etc mas você está lá sofrendo as dores de amor e as dores de amor às vezes envolvem inclusive que o outro fique com raiva de você como é o caso de filhos aí tem gente colocando aqui eu sou avó eu tenho dois filhos Eu tenho dois filhos tem um filho coisa parecida então quando a gente lida com filho mas quando a gente lida com amizade quando a gente lida com relacionamento com conjugal quando a gente lida com namoro namorada a gente tá lidando com conflitos a gente tá lidando com dores de amor e quando você se interessa por exemplo pelo seu trabalho se você é um psicólogo se interessa por isso você sabe que você vai atender na clínica vai e quando aquele paciente estiver com você ele vai trazer toda a sua dor e você enquanto psicóloga enquanto o psicólogo vai estar no lugar de alguém que partilha dessa dor junto com ele e quando ele tiver no êxito lá fora você não vai estar junto às vezes ele vai trazer para quem quer com você para você Celebrar mas e boa parte você não vai estar junto só que isso envolve as dores de amor então para que a gente compreenda de cara a evitação exponencial ela não nos afasta de uma vida que é significativa evitação exponencial é o nome que a terapia de aceitação e compromisso dá para essa nossa tendência constante a fugir da dor por isso que é evitar mas não evitar por exemplo o mundo lá fora evitar experiência evitar a própria experiência evitação exponencial a Rigor não é um problema porque se você tem dor de cabeça Tome um remédio não tem problema nenhum mas a evitação exponencial se refere ao que o Ram chamou de as dores de amor então ela se torna um problema porque ela nos afasta de uma vida que é significativa Espero que esteja ficando Claro aqui para vocês aí ele continua dizendo assim a sociedade paliativa é essa que faz com que a gente fuja dessas dores de amor coincide com a sociedade que é do desempenho de que a gente tem que estar o tempo todo em performance e a dor ela é vista como se fosse assim um sinal de fraqueza é algo que deve ser ocultado é eliminado por meio dessa otimização do próprio corpo e você sabe o quanto que a gente tem tentado fazer com que o nosso corpo seja otimizado o tipo de prática de prática de saúde que eu falo mas praticar atividade física etc que a gente faz em grande medida as pessoas estão tentando fazer com que o seu corpo responda aquilo que ele deveria ser aí aqui eu preciso que você tenha uma atenção super especial sim na sociedade do desempenho não Liberal as negatividades como aquilo que a gente manda fazer proibição proibições opções não lugar a motivação alta otimização o auto-realização e esse pode pensar assim Thiago Eu entendi assim a lógica geral Deixa eu ver se eu entendi até aqui o que a arte denuncia é o fato de que a gente vive em uma certa cultura que faz com que a gente fuja das Dores só que existem dores que são dores de amor E essas dores de amor que envolvem quando nós amamos ou uma causa ou uma atividade ou pessoas essas dores de amor fazem parte do que torna nossa vida significativa então parte do trabalho do terapeuta é ajudar essa pessoa notar a presença da dor e notar o que é que ela representa em relação as nossas dores de amor isso Faria então com que a gente tivesse uma perspectiva sobre essa dor uma observação dela e não necessariamente fugir dela foi até aí que a gente chegou mas eu preciso que você tenha consciência de algumas dores que são dores contemporâneas pensando sobre elas elas têm quatro eu poderia estar um bocado Mas nós vamos ter quatro por exemplo você já ouviu falar dessa siglasinha F O M O que é Fear of me Sing Out traduzindo fica alguma coisa como se fosse assim o medo de ser colocado de fora o medo tá perdendo alguma coisa que dor diferente é essa que dou atual é essa é por exemplo a dor que sua paciente tem o seu paciente tem porque ele passou com uma residência para medicina por exemplo olha que festa passou para uma residência de medicina e tá lá na residência mas tá assim eu deveria estar publicando nas redes sociais eu deveria estar publicando no Facebook ou então no Instagram então no YouTube porque senão eu vou ser Deixado Para Trás eu tô vendo que tem um colega meu que tá publicando o tempo todo então eu tô deixando de fazer alguma coisa e é claro a gente tá falando dos pacientes mas a gente tá falando da gente né a gente tá falando do quanto que às vezes você é psicóloga e Você é psicóloga você tá atendendo na clínica é você ter a sensação de que eu tenho que fazer mais eu tenho que fazer mais eu tô perdendo alguma coisa as pessoas estão passando na minha frente me deixando para trás essa é uma dor nova essa é uma dor que a gente começa a ter uma consciência de que ela não é a soma do doce jeito mas ela é uma dor que faz parte dessa humanidade compartilhada outra por exemplo o fracasso é ausência de reconhecimento Você já notou quanto que os seus pacientes e as suas pacientes tente procurar dizendo assim eles não me reconhecem Eu quero um reconhecimento eu quero que ele se reconheçam porque eu sou e é uma certa luta não só para que você tenha relações mas para que você tenha relações e que você tem um reconhecimento específico isso é outra característica da cultura que a gente vive essa terceira é extremamente dolorosa e se você já entrar um tempo você vai me entender assim rapidinho que a angústia pelo tempo do corpo deixa eu te falar o que é que é um fenômeno relativamente comum de tomar uma água aqui você recebe no seu consultório uma mulher de 32 anos e a queixa dela é assim Thiago o meu tempo tá acabando o meu tempo tá acabando porque o meu corpo já tá mudando já não é mais aquele corpo de menininha porque eu não tenho um relacionamento ainda dediquei muito para minha carreira e eu quero ter um relacionamento quero ter filhos e eu quero continuar na minha carreira e o meu tempo tá acabando porque se eu passar dos 35 já vai estar difícil porque assim pessoas a minha idade por exemplo eu já não vou mais conseguir porque homens de 35 40 já estão se relacionando com as meninas de 20 Esse é um discurso que eu já ouvi centenas de vezes ao longo dos anos e provavelmente você também já ouviu e dói machuca porque parece que é um julgamento de meu corpo tá quebrando eu tenho que congelar meus ovos eu tenho que fazer isso tenho que fazer aquilo meu corpo tá quebrando e eu preciso de alguma forma resolver isso só que o que essas mulheres não notam e que a gente com certa gentileza tem que mostrar essa humanidade compartilhada é o quanto que é uma exigência de coisas que são incompatíveis entre si que é o volume de atividades o envolvimento e todas as outras coisas que estão no entorno como se ou eu tenho tudo isso ou eu não tenho sucesso ou eu não tenho relacionamento eu não tenho uma boa vida eu não tenho filho eu não tenho uma boa vida ou não tenho a carreira lá em cima não tem uma boa vida e todo esse peso Ai Thiago Mas isso não tem problema também tem mas não tão pesado quando chega para as mulheres não e aí a gente recebe boa parte dessas mulheres angustiadas como se o próprio corpo agora estivesse sinalizando que o tempo dela está acabando E essas são dores relativamente novas essa última aqui que eu coloquei como ghosting e depois eu notei que de quatro dores que eu testei duas tem nomenclatura assim na mídia em geral com termos em inglês o que não é à toa porque o inglês é em geral essa linguagem que se usa na cultura de consumo quando fala de gosto eu lembro de um artigo que saiu New York Times há um tempo atrás e era uma jornalista muito bem-sucedida e ela escreve dizendo o seguinte o nome do artigo dela no York Times é o seguinte a ele ele pediu permissão para tocar mas não pediu permissão para gossip não pediu permissão para assumir e ela narra o quanto que ela conhece uma pessoa que ela se interessa e eles vão para o apartamento dela e ela começou a achar estranho porque ele pedia permissão para tudo era assim eu posso entrar pode não tô te convidando pode entrar eu posso te tocar pode eu posso tirar a sua roupa pode e ele foi pedindo permissão para tudo e ela disse que na hora ela pensou assim amor Isso deve ser preocupação dele comigo assim para que eu me sinto confortável e etc e ela disse que depois que Eles transaram tal tiveram a noite deles no outro dia de manhã ele sai e some e ela disse que ele não responde mais assim as mensagens não responde mais as tentativas de contato dela e nem responder para assim não quero mais me relacionar com você porque ela disse assim sendo eu uma mulher madura etc entenderia tipo não não quero etc mas o que ela diz é ele não estava pedindo permissão porque ele se preocupava comigo ele tava pedindo permissão para se proteger para que eu não dissesse lá na frente que ele invadiu o meu espaço e ela conclui de uma forma belíssima dizendo assim o pedir permissão ou ser consensual Ali era mais uma forma de se proteger das Dores que qualquer conflito pode ter e isso extremamente rico porque parece que hoje a gente aprendeu essa prática cultural que assim quando eu não quero eu sumo quando eu não quero eu simplesmente desligo Porque como parte das nossas conexões não é mais Uma cidadezinha pequena que você tem o seu vizinho ali mas é via internet via mensagem Basta eu bloquear e quanto mais eu faço isso menos eu preciso lidar com as dores do engajamento com o outro Então essas dores elas são dores do seu paciente da pessoa são mas também são dores que envolvem a nossa humanidade compartilhada Então deixa eu te falar três coisas sobre esse notar e compreender o primeiro é notar e compreender no presente é assim tentar fazer uma distinção entre o que eu sinto e quem eu sou o que eu sinto os meus pensamentos com essa notar a dor dois notar em sua história na formação arte na prática a gente tem uma ênfase no método das narrativas funcionais o que é que é isso narrativas funcionais é contar a história da dor é chegar até aquele ponto é que você é criança começou a aprender até aqueles pensamentos difíceis aquele sentimento difíceis para que hoje enquanto adulto você consiga notá-los e ter uma perspectiva mais distanciada sobre eles Talvez um dos grandes diferenciais da formação na prática Clínica tem sido Exatamente Essa mobilização de competências clínicas para que o próprio paciente ele seja capaz de narrar sua história E com isso não tem uma evitação exponencial dessa história mas se aproxima dela com interesse Mas três terceira coisa que está aqui embaixo assim compreender na humanidade compartilhada eu não sei quantos de você já tiveram experiência de conversar com alguém que foi que esteve no processo de imigração eu tenho tido a chance de conversar com muita gente que tem está no processo de imigração porque onde eu moro aqui nós temos brasileiros e muitos brasileiros e boa parte deles nesse processo de imigrar aqui para o Canadá É incrível o quanto que as dores quando elas são partilhadas no sentido assim eu senti isso eu senti aquilo e que você começa a notar que as suas dores são parte do contexto isso faz com que a sua relação com sua própria dor mude completamente Sabe aquela reação que o seu paciente tem quando você diz assim eu também tenho medo mas você o terapeuta que ele tá no lugar especial etc eu também tenho medo eu também tenho certeza eu também não sei o que fazer quando há esse momento de horizontalidade ou de humanidade compartilhada a maneira com a qual seu paciente lida com a própria dor é transformada porque a ideia é aceitação aceitação é tolerar a presença não não é aceitação é notar compreender ver ao longo da história e ver como parte de quem nós somos Enquanto essa humanidade compartilhada E aí só para que você entenda assim como que isso Tecnicamente se desenvolve faz o seguinte se você tá chegando agora na arte você talvez se complexidade da imagem porque são seis dimensões psicológicas atenção afeto cognição self comportamento motivação etc 16 dimensões psicológicas ainda que eu tô chegando agora não te preocupa eu vou te dar três exemplos de como você pode lidar com emoções difíceis traçando ligações entre essas dimensões psicológicas por exemplo vou começar te falando que quando você tá lidando com emoções difíceis você tá nessa dimensão para chamar uma dimensão do afeto eu falei para você que um dos grandes problemas com relação a como a gente lida com as nossas emoções difíceis é evitação exponencial é o fato de que a gente foge das nossas dores Inclusive das nossas dores de amor só que isso faz com que a nossa atenção esteja frequentemente no futuro temido ou num passado conceitualizado e não no presente Deixa eu te dar um exemplo Claro disso você tem um paciente que ele está desconfiando do outro que ele está desconfiando da esposa por exemplo de que ela está traindo mas ele não quer o conflito e ele te procura diz assim olha eu sei que é ciúme eu sei que esse homem besta e eu tenho que parar de sentir isso eu não não quero mexer nesse negócio não porque vai tirar minha paz chegar em casa eu já quero ter paz etc ele começa a usar algumas estratégias para dizer assim o ciúme tá errado é um problema eu não deveria sentir isso eu quero ser uma pessoa melhor que não sente ciúme então chegando em casa ele não lida com conflito e ele continua vivendo a vida como se ador ali não estivesse como ciúme ali não estivesse só que a medida em que ele está dentro de casa ele nota sinais quando ele no outro sinal é assim amanhã ela deve ir encontrar com o cara Amanhã acho que não eu não deveria estar me sentindo assim aliás se eu continuar com esse ciúme Talvez meu casamento termine talvez ela não suposta comigo enquanto está no futuro deixa de viver aquilo que se apresenta hoje então parece que lidar com essa dor de amor que é lidar com conflito e com que o ciúme tem sido entre vocês faz parte de uma ligação entre voltando aqui afeto e atenção aí talvez o que seja mais cara para a gente que é terapeuta é clareza sobre como é que a gente vai ter vida então a primeira coisa que a gente faz não entendi tenho que ajudar ele a notar o tempo presente Por exemplo quando está aqui comigo quanto que ele tem desconsiderado próprio ciúme de sim passado por cima disso não nós vamos abrir espaço aqui na relação terapêutica para que ele Olhe para o ciúme e veja o que isso fala da história dele ver o que fala da humanidade compartilhada etc e vou tentar ajudar ele a com a família fazendo a mesma coisa com a esposa conseguir lidar com isso contato com muito presente mas por que que ele faria isso bom o medo de perder fala lembra que a gente falou que é ouvir as emoções o medo de perder fala do tanto que a outra pessoa é importante para ele volta aqui a gente tá lidando com paciente que te procura na terapia dizendo que quer um alto desempenho melhor que que é uma performance melhor porque tem percebido que tá com ciúme besta se ele tenta não mandar ciúme embora essa emoção embora e você começa a trazer ele para o chão para contar para homem presente e agora faz um link de que essa emoção difícil que é o ciúme não fala de um problema do corpo mas sim fala do quanto que essa pessoa é importante para ele que ele tem medo de perder você tenta construir um contexto junto com ele de ligação entre afeto e valores Thiago tem outra assim tem como a gente fazer isso em outra dimensão tem por exemplo você pode lidar com isso sobre como Ele conta a história sobre ele mesmo ao longo da minha história eu aprendi que eu sou um fracasso Em relacionamentos que eu não consigo manter relacionamentos que as pessoas cansam de mim isso é um selfie conceitual seja um conceito de si parte do trabalho da arte é usar a emoção difícil como sendo a porta para quando essa emoção difícil vem Quais são as histórias que a sua cabeça conta sobre quem você é conta que eu sou fracassado Ok mas o que é que essa emoção fala sobre o que você importa sobre com quem você se importa sobre esses valores aqui eu me importo com essa pessoa então eu gostaria que você junto comigo começasse a se perceber enquanto tem essa emoção ou seja tem um selfie que é um selfie observador Você pode repetir esse mesmo exercício que a gente está fazendo na série dimensões psicológicas Claro esse é o foco da terapia de aceita sem compromisso é como você pode linkar cada uma das seis dimensões psicológicas para fazer com que a presença da emoção difícil não seja um problema sexy mas seja um caminho para que você identifique valores mobilizam observador Então deixa eu te dar que o povo do gato vê da onde a gente saiu no começo a gente falou sobre como a gente vive uma cultura que tenta ensinar a gente a fugir todas as dores faça um dois eu comecei a tentar te mostrar o quanto que ouvi essas emoções Principalmente quando elas são dores de amor dores de engajamento elas envolvem tanto você percebê-las notáveis quanto compreender na sua história e na humanidade compartilhada terceiro ponto tô dizendo é a arte que te dá ferramentas para que você consiga linkar todas as dimensões psicológicas a partir da emoção difícil isso quer dizer que a emoção difícil se torna na verdade ajudadora do processo terapêutico e não ao que atrapalha o processo terapêutico as estratégias que a arte faz para isso envolve essas seis dimensões psicológicas distintas então se você quiser um conceito assim sobre o que é que é aceitação na arte porque aceitação esse processo de flexibilidade psicológica que está na dimensão dos afetos aceitação envolve o acolhimento das emoções sem evitação ou sem um apego desnecessário quando isso é desvinculado de valores Ou se você quiser voltar para o que o Ram falou a arte propõe que você possa ter um retorno a um com a condição humana em que dores de amor fazem parte daquilo que nos importa seja quando amo então sofro existem dores sem sentido você tá na rua e tem uma bala perdida existem dores consentido quando terapeuta act ele nota uma dor consentido ou para usar a seleção do Ram uma dor de Amor esse é um prato cheio não para mandar ela embora mas para ajudar ela a falar sobre a vida que importa para o seu paciente então se você quiser em um resumo breve como é que a gente lida com emoções difíceis na arte primeiro a gente entende porque a relação difíceis isso provavelmente diz sobre a humanidade compartilhada e depois a gente dá espaço para que mesmo sendo elas difíceis elas nos ajudam a ouvir sobre a história sobre o momento de vida desse paciente basicamente por aí e deixa eu agora te dar uma notícia assim fantástica primeiro semana que vem terça-feira terça quarta e quinta na verdade três dias seguidos nós vamos ter a nossa semana aqui na prática Clínica como eu falei no começo nós já temos mais de 3.
500 pessoas inscritas é por isso que eu tenho repetido você já deve ter visto algum vídeo meu falando assim é o maior evento gratuito de terapia de aceitação e compromisso do país e é se nós temos mais de 3. 500 pessoas inscritas que vão estar com a gente aqui terça-feira para falar sobre os pilares gerais da arte quarta-feira para falar sobre formulação de caso Clínico como formular o caso Clínico Como entender o caso Clínico na quarta-feira falando sobre relação terapêutica sobre intervenções e quando for no domingo a gente vai ter uma aula grande assim um pouco maior assim para poder a gente falar sobre como é que é o princípio de integração de práticas na arte e essa aula do domingo quero dia 16 que a aula que uma ferramenta mais especial delas ela celebra abertura da nova Turma da formação act então caso você já esteja interessado na formação arte ou não a semana prática Clínica é um presente para você não há segredo nenhum que depois disso a gente abre o nosso curso mas o fato é que terça quarta quinta e depois domingo a gente tem toda uma semana para que você possa aprender de fato a terapia de aceitação e compromisso de uma forma que isso possa te ajudar a fazer diferença na vida de outras pessoas agora nota uma coisa como uma semana antes tem 3.