Com quantos países o Brasil tem relações diplomáticas?

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Com quantos países o Brasil tem relações  diplomáticas? Qual foi o primeiro país a estabelecer relações diplomáticas com  o Brasil? Com quais países o Brasil já rompeu relações?

E afinal, o que  significam as relações diplomáticas? Vamos responder a todas essas perguntas  no vídeo de hoje. Então bora saber mais!

As relações diplomáticas são os laços  formais de relacionamento oficial entre entes soberanos nas relações  internacionais, como os países. As relações diplomáticas são estabelecidas  por consentimento mútuo, quando dois Estados manifestam o interesse de dialogar e  de se relacionar em diversas áreas, desde temas econômicos, consulares e culturais  até questões políticas e de cooperação. Depois da proclamação da independência do Brasil  em 1822, representantes do governo brasileiro passaram a buscar o reconhecimento internacional  do Império do Brasil como Estado soberano, para que o novo país pudesse se relacionar  com outros países no sistema internacional.

E a primeira manifestação formal de reconhecimento  da independência brasileira veio da nossa vizinha Argentina – naquela época, denominada  Províncias Unidas do Rio da Prata. Em 1823, o ministro de Governo e Relações  Exteriores do governo de Buenos Aires, Bernardino Rivadavia, oficializou ao chanceler  brasileiro o primeiro reconhecimento diplomático da independência do Brasil. Logo em seguida,  foram estabelecidas as relações diplomáticas entre os dois países.

Mas essa aproximação  com os hermanos não durou muito tempo. Por divergências a respeito da ocupação brasileira  da província Cisplatina, que corresponde ao atual território do Uruguai, o governo argentino rompeu  relações diplomáticas com o Brasil em 1825, e no mesmo ano o Império do Brasil declarou  guerra às Províncias Unidas do Rio da Prata. As relações entre o Brasil e a Argentina foram  restabelecidas ao final da Guerra da Cisplatina, mas voltaram a ser rompidas  algumas décadas mais tarde.

Um ano depois do reconhecimento do Império  pela Argentina, foi a vez dos Estados Unidos: o presidente James Monroe reconheceu a independência  brasileira em 1824, e o diplomata José Silvestre Rebello foi aceito como encarregado de negócios  do Império do Brasil nos Estados Unidos. As primeiras missões diplomáticas estabelecidas  pelo Brasil no exterior foram consulados e legações, que eram representações em  nível inferior ao de uma embaixada. A primeira embaixada brasileira foi estabelecida  em 1905, com a elevação do status da legação em Washington, e o primeiro embaixador do Brasil  foi o jurista recifense Joaquim Nabuco, que chefiou a embaixada do Brasil nos Estados  Unidos por quase cinco anos, até 1910.

O rompimento de relações diplomáticas é o  ato formal de interrupção do relacionamento entre dois países, adotado diante de  situações extremas de discordância a respeito de ações ou políticas  praticadas por outro Estado. No início do século XX, o Brasil rompeu  relações diplomáticas com a Alemanha, no contexto da Primeira Guerra Mundial, e também  com a Rússia após a Revolução Bolchevique. A União Soviética foi instituída  em 1922, mas o governo brasileiro permaneceu distante dela por mais  de duas décadas, até que em 1945, pressionado pelos Estados Unidos e diante  da importância atribuída pelo Brasil à participação nas tratativas de paz da Segunda  Guerra Mundial, o governo Vargas estabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética. 

Mas essa aproximação teve curta duração. Logo em 1947, por questões de política interna,  o governo Dutra decidiu romper as relações com a União Soviética, que foram retomadas apenas  em 1961, na administração de João Goulart. Desde então, elas nunca mais foram  rompidas.

No início dos anos 90, o Brasil foi um dos primeiros  países a reconhecer a Federação da Rússia como sucessora legal da União  Soviética, que foi dissolvida em 1991. Em 1942, no contexto da Segunda  Guerra Mundial, o Brasil rompeu relações diplomáticas com as potências  do Eixo, a Alemanha, a Itália e o Japão, e posteriormente o governo Vargas reconheceu o  estado de beligerância com esses três países. A Revolução Chinesa de 1949 levou à proclamação da República Popular da China pelo  líder comunista Mao Tsé-Tung.

O Brasil não reconheceu esse novo governo e  manteve relações com a China Nacionalista, liderada por Chiang Kai-Shek, até os anos 1970. Foi só em 1974 que o Brasil  rompeu relações com Taiwan e estabeleceu relações diplomáticas  com a República Popular da China. O último rompimento de relações diplomáticas  realizado pelo Brasil ocorreu em 1964.

Logo no início do governo Castello Branco,  o regime militar brasileiro rompeu com Cuba, acusando o governo cubano de  apoiar a subversão no Brasil. As relações bilaterais foram restabelecidas  apenas em 1986, já no governo de José Sarney. A Convenção de Viena sobre Relações  Diplomáticas, que foi adotada em 1961, é um tratado internacional sobre  o relacionamento oficial entre os Estados.

Essa convenção estabelece princípios  e regras para a instalação e a retirada de missões diplomáticas no exterior e o envio de  representantes diplomáticos para outros países. O Brasil é atualmente um dos países com  o maior número de relações diplomáticas. O Brasil mantém relações com todos os demais  192 Estados membros da ONU e com outros quatro Estados não membros: a Palestina, a Santa  Sé e dois países insulares do Pacífico Sul, as Ilhas Cook e Niue.

E ainda há outras  duas entidades que não são países, mas também têm relações diplomáticas com o  Brasil: a União Europeia e a Ordem de Malta. Por essas razões, não é exagero dizer que o Brasil tem relações diplomáticas  verdadeiramente universais. Curtiu o vídeo?

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