Nós vamos passar para o Ministério da Palavra. Eu quero convidar você a abrir, por gentileza, a sua Bíblia no livro de Gálatas, no capítulo 1, e nós vamos ler os versículos 3 e 4. Gálatas, capítulo 1, versos 3 e 4.
Esse texto vai ser o nosso ponto de partida, e o texto sagrado diz assim: "Que a graça e a paz estejam com vocês, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, o qual entregou a si mesmo pelos nossos pecados para nos livrar desse mundo perverso, segundo a vontade do nosso Deus e Pai. " Meu Deus, nós oramos e pedimos que haja não apenas orientação divina, mas a condução do Alto, a aplicação do Teu Espírito. Te pedimos, ó Deus, que, mais do que um protocolo de reunião e de culto, possamos, de fato, não só meditar e ponderar no que a Tua Palavra diz, mas estar abertos e receptivos a ela, sendo orientados, educados, corrigidos e estimulados pela Tua Palavra.
Que ela cumpra o Teu propósito no íntimo de cada um de nós. Nós oramos em nome de Jesus. Amém.
Bom, o apóstolo Paulo, logo nessa introdução, nas palavras iniciais de saudação, ele não apenas deseja a graça e a paz da parte de Deus, o Pai, e de Jesus, mas, quando menciona Jesus e diz "o qual entregou a si mesmo pelos nossos pecados", nós sabemos que o sacrifício de Cristo, a entrega que ele faz de si mesmo, tem um motivo: resolver o problema do pecado. Mas o texto nos mostra que ele não parou na questão dos pecados. O texto continua e diz assim: "Para nos livrar desse mundo perverso, segundo a vontade do nosso Deus e Pai.
" A expressão aqui traduzida como "livrar", na Nova Almeida Atualizada, aparece na Almeida Atualizada como "desarraigar". O que significa arrancar desde as raízes. Mas a palavra, em si, significa arrancar e tirar.
Ela também era usada para falar de libertar alguém. Então, a tradução "livrar" também cabe muito bem, mas essa ideia de "desarraigar", que significa tirar desde as raízes, me chama atenção porque o plano e o propósito de Deus, além de lidar com a questão do pecado, é nos levar a um lugar onde nossas raízes não estejam nesse mundo. Em Isaías, no capítulo 53, que é uma profecia messiânica, um texto que fala a respeito de Jesus, diz que ele foi subindo como raiz de uma terra seca.
E eu acho, né, muito interessante a aplicação dessa terminologia: raiz de uma terra seca. Qual o propósito e a função da raiz para a planta? Extrair da terra os nutrientes necessários.
Mas, quando falamos de uma terra seca, ela não tem muito a oferecer. E quando a Bíblia fala de Jesus como uma raiz em terra seca, significa que os seus recursos não vinham de baixo. Suas verdadeiras raízes estavam em Deus.
E essa é a forma e a maneira como eu e você devemos viver. Quando o apóstolo Paulo diz "Posso todas as coisas naquele que me fortalece", ele está falando basicamente disso. Quando ele diz "Posso todas as coisas", não está falando de "posso" no sentido de poder de realização.
Ele está falando de "eu aguento, eu suporto". Porque, se você olha os versículos anteriores, ele diz: "Eu aprendi a viver contente em toda e qualquer situação, tanto na escassez como na abundância. " Por que Paulo?
Como você consegue? Porque minhas raízes não estão nesse mundo, não estão nas circunstâncias que eu enfrento. Minhas raízes estão naquele que me fortalece, e é Ele que me fortalece e que me dá esse poder e capacidade.
Então, quando eu olho para esse elemento específico, o que realmente gera preocupação no meu coração—preocupação no sentido pastoral de poder oferecer orientação prática—é que a gente entenda que Jesus não veio tratar somente com a questão do pecado, mas aquilo que a gente pode falar, os seus derivados, seus correlacionados, o que envolve um ambiente pecaminoso que a Bíblia chama de "mundo". Quando a Bíblia fala do mundo, não está falando de um lugar geográfico; está falando de um sistema, que tem suas estruturas, seus valores. E em João, no capítulo 17, na oração sacerdotal, orando não só pelos seus discípulos diretos, imediatos da época, mas também por cada um de nós, nós vemos Jesus dizendo o seguinte: "Eu lhes tenho dado a Tua palavra, e o mundo os odiou porque eles não são do mundo.
" Jesus não estava dizendo que eles não estavam, mas ele diz que eles não pertenciam. Tanto que, no verso 15, ele diz: "Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do mal. " Ou seja, o mundo não é o lugar que eu e você deixamos, geograficamente falando, mas é um lugar que mesmo estando nós, não pertencemos.
No verso 16, ele repete: "Eles não são do mundo, como eu também não sou. " Honestamente, quando era garoto, me parece que se falava muito mais na Igreja, nos púlpitos, sobre a questão do mundo do que a gente ouve falar hoje em dia. Nós precisamos olhar para as advertências que a Palavra de Deus nos faz.
Nós fomos claramente desarraigados desse mundo no sentido de pertencer, mas não tirados. Porque precisamos não apenas conviver aqui, mas precisamos fazer diferença. Jesus disse que nós somos a luz do mundo e que somos sal da terra.
Então a ideia de tirar não pode ser a perspectiva geográfica. A Igreja já trabalhou nesse formato, que é um dos extremos, no passado, criando mosteiros e monastérios, onde vamos nos refugiar, vamos surgir desse sistema, vamos criar a nossa própria bolha. Esse não é o plano e o propósito de Deus porque a retirada do mundo não é geográfica; senão, nós não podemos ser luz e não podemos ser sal.
No entanto, muita gente, em nome de "não podemos sair porque temos que influenciar", trocam o. . .
Seu lugar de influência, né? De influenciadores por influenciados. E começa a se moldar a um sistema no qual eu e você não podemos, de forma alguma, nos ajustar.
Em Romanos, no capítulo 12, a Bíblia diz que eu e você precisamos ser transformados pela renovação da nossa mente. É interessante que essa declaração, né? Ela é feita logo depois de dizer: "Não vivam conforme os padrões deste mundo".
Outra tradução diz: "Não vos conformeis". Se conformar não é apenas aceitar, né? É tomar forma, é tomar o molde.
Então, nós nem podemos nos ajustar a esse sistema e nem podemos abandonar o lugar geográfico. Nós precisamos estar, sem ser do mundo, exercendo influência sem ser influenciados. Isso vai requerer de nós a capacidade de um certo equilíbrio.
Né? De um lado, nós temos crentes que parecem viver só com a cabeça no céu e totalmente sem os pés na terra; de outro lado, nós temos os crentes que estão com os pés no chão, mas parecem não ter a cabeça nos céus. Eu acredito que o equilíbrio é a gente conseguir ter as duas coisas.
O tema da minha mensagem hoje é um tanto inusual, né? O tema da minha mensagem hoje é "Cabeça no céu e pés no chão". Eu quero que a gente possa conseguir equilibrar essas verdades.
No Evangelho de João, no capítulo 15, no versículo 9, aliás, João está entre os que mais tocam nesse assunto do mundo, né? Nós percebemos algumas declarações feitas por Jesus, e ele vai fazer a seguinte declaração em 1 João 5, perdão, 1 João 5:19: "A Bíblia diz que o mundo jaz no maligno". Existe, né, uma estrutura, todo um sistema, valores, regras, tudo aquilo que conduz esse sistema que a Bíblia diz já estar no maligno.
Ele é chamado de "o Príncipe deste mundo", ele controla esse mundo. Por outro lado, nós temos declarações, né, na Palavra de Deus, nas próprias Escrituras, que nos dão também o contraponto. Na oração sacerdotal de Jesus, eu sei alguns dos versículos de João 17, mas em João 17:9, Jesus diz: "É por eles que eu peço; não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus".
Evidentemente, Jesus está fazendo uma distinção entre os que lhe foram confiados e os que estão no mundo e ainda não experimentaram esse resgate e a intervenção. Novamente, né, a ideia não é meramente um lugar ou um ambiente, mas estar ou não dentro de uma estrutura que tem o seu próprio governo, que tem suas leis, que tem os seus valores. Ao olhar para as declarações da Palavra de Deus, a gente percebe que é inevitável conviver com realidades do mundo.
O que a gente não pode, né, é permitir que a realidade do mundo invada o nosso ambiente e os nossos valores. Então, por exemplo, alguém fez uma distinção: para que o barco tenha a sua funcionalidade, ele precisa estar na água, mas se a água estiver dentro do barco, o barco vai ser comprometido. Né?
Então, o barco está na água, tá tudo bem, mas quando você começa a ter água dentro do barco, né, ele perdeu completamente o seu propósito e ele vai sucumbir. Quando nós falamos dos cristãos, os cristãos precisam estar no mundo, mas o mundo não pode estar na gente. Dá para entender a diferença?
Então, eu quero, em primeiro lugar, abordar um pouco o elemento de ensino bíblico sobre a questão do mundo. O apóstolo Paulo faz uma declaração e um chamado, né, aos cristãos que a gente precisa levar em conta. Escrevendo aos Coríntios, ele diz, no capítulo 5 de 1 Coríntios, verso 9: "Na outra carta já escrevi a vocês que não se associassem com os impuros".
No verso seguinte, o 10, ele diz: "Refiro-me com isso não propriamente aos impuros deste mundo, aos avarentos, ladrões ou idólatras, pois, nesse caso, vocês teriam de sair do mundo". Verso 11: "Mas agora escrevo a vocês que não se associem com alguém que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, bêbado ou ladrão; nem mesmo comam com alguém assim". Basicamente, o que ele está dizendo é que é impossível a gente não ter contato com pecadores.
Ele disse: "Nós estamos no mundo e vamos lidar com gente que é governada por esses padrões. É por isso que nós temos que ser luz e sal para eles". Mas gente que alega ter saído de lá e está no nosso meio, mas o mundo veio com eles; Paulo diz: "Abra os seus olhos, preste atenção, porque isso é problema".
Então, quando falamos a respeito da questão do mundo, nós precisamos olhar para a definição bíblica do que é. Tiago usa uma expressão para falar do que é a verdadeira religião que eu e você abraçamos. Em Tiago, no capítulo 1, nos versos 26 e 27, vou ler primeiro o 26: "Se alguém supõe ser religioso, mas não refreia a sua língua, está enganando a si mesmo; a religião é vã".
Ele está falando de gente que supõe ser religiosa, mas tem uma religião vã, não é funcional, não está levando ele para o lugar que deveria. No verso seguinte, o 27: "A religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se incontaminado do mundo". Evidentemente, precisamos transbordar manifestações práticas da piedade, socorrer, né, as pessoas necessitadas, demonstrar amor, né, misericórdia, transbordar caridade, mais do que mera ação social.
Mas a Bíblia diz que, tão importante quanto, e tão verdadeira religião quanto, é guardar-se incontaminado do mundo, porque esse sistema contamina. É possível que a gente permaneça sem sair dele, mas a gente não pode se deixar ser alterado, maculado ou contaminado por ele. Em Tiago, no capítulo 4 e no verso 4, a Bíblia nos mostra que a relação com Deus é incompatível com a do mundo e vice-versa.
Tiago diz: "Gente, infiel. Essa palavra, traduzida de 'gente infiel' em outras traduções, são só 'infiéis'. Mas, na maioria das versões, você lê a tradução ipsis litteris: 'adúlteros', porque a palavra utilizada no original grego é 'moos', que significa aquele que é infiel no relacionamento conjugal.
E diz: 'Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus. ' Ou vocês pensam que é em vão que a Escritura diz: 'É com ciúme que por nós anseia o Espírito que ele fez habitar em nós?
' Então, quando a Bíblia fala desse ciúme do Espírito Santo, eu e você precisamos entender que o ciúme normalmente está relacionado ao quê? À relação entre o homem e a mulher. E a Bíblia apresenta a alegoria de Cristo como noivo e a Igreja como a noiva.
O Espírito Santo é o responsável por garantir que a Igreja tenha olhos somente para Jesus e para o noivo. Mas, quando o mundo é introduzido na história, ele coloca uma figura que podemos considerar a terceira ponta de um triângulo amoroso. Ou seja, a Igreja ou o cristão que tirou os olhos de Jesus e começou a flertar com o mundo está gerando ciúmes no Espírito Santo, porque são incompatíveis.
Ou você vai estar amigo de Deus e inimigo do mundo, ou amigo do mundo e inimigo de Deus. Não tem conversa. Quando a gente repassa essa questão da doutrina, isso precisa nos fazer avaliar algumas coisas.
O apóstolo João diz em 1 João, no capítulo 2, versos 15 a 17: 'Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele, porque tudo que há no mundo: os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos.
Mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. ' Quando a palavra de Deus está falando sobre amor, ela está falando sobre vínculo, de forma alguma. A gente não está dizendo que você não vai ter uma vida prática, passando por esse mundo, convivendo, lidando com questões relacionadas ao mundo, porque a própria oração de Jesus foi: 'Não os tires daqui.
' Então, vamos viver, vamos conviver, vamos interagir. Aliás, em 1 Coríntios, no capítulo 7, no verso 31, a Bíblia diz: 'Os que utilizam deste mundo sejam como se não fizessem uso dele, porque a aparência deste mundo passa. ' Então, Paulo vai dizer no verso 30: 'Os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se nada possuíssem.
' Então, nós vamos ter circunstâncias no mundo que nos fazem rir e chorar, mas ele diz: 'A gente não se prende a isso. ' Os que compram não imaginem que você tem propriedade permanente aqui, porque esse mundo passa e você está de passagem. Os que usam como se dele não utilizassem não estão negando o elemento prático.
Daqui a pouco, nós vamos fazer a distinção entre cabeça no céu e pé no chão, mas as duas coisas estão sendo apresentadas. Mas ele vai regulando como o coração deveria funcionar. Na segunda carta de Paulo a Timóteo, nós vemos um comentário sobre alguém que era um dos seus cooperadores, um dos seus obreiros, e se perdeu nessa advertência bíblica, que é repetida e recorrente: 'Não ame o mundo, não se deixa atrair, não estabeleça amizade, não se deixa enganar.
' O apóstolo Paulo diz em 2 Timóteo 4:10: 'Porque Demas, amando esse mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. ' Amando esse mundo. Quem era Demas?
Se você olhar em Colossenses, capítulo 4, verso 14, Demas é citado junto com Lucas como um dos cooperadores de Paulo. Em Filemon, no capítulo 1, verso 24, não só Demas está relacionado juntamente com Lucas entre os colaboradores, mas também com Marcos e com Aristarco. Então, era um dos cooperadores de Paulo, mas ele se perdeu, passou a ser atraído, seduzido por um sistema, pelos seus valores, que, embora não seja o pecado em si, é governado por essa maneira de pensar.
No evangelho de Marcos, no capítulo 4, na parábola do semeador, quando Jesus diz que uma das sementes caiu entre espinhos, ele vai definir, na interpretação dos espinhos, que fala sobre os cuidados do mundo: 'Gente que se envolve demais com essas preocupações, que valoriza demais essa estrutura e o sistema, não percebe que isso vai concorrer com a ação da palavra de Deus na vida dele. ' Então, eu comecei dando toda essa volta, tentando resumir aqui a chamada questão ou a doutrina bíblica sobre o mundo, para que a gente consiga entender qual é a maneira correta e equilibrada de lidarmos, porque se a oração de Jesus é que a gente não saia daqui tão depressa, mas que a gente esteja sem pertencer, como, de fato, nós podemos lidar com isso? Então, agora eu quero, em segundo lugar, destacar o elemento 'cabeça no céu'.
O que é o elemento ou fator 'cabeça no céu'? Em Colossenses, no capítulo 3, versos 1 e 2, o apóstolo Paulo diz: 'Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra.
' Quando ele diz 'pensar', a ideia do pensar é, por isso que eu li o verso primeiro, está relacionada com o buscar. Porque se você ler só Colossenses 3:2, sem todo esse contexto bíblico que nós vamos apresentar, pode ser ou parecer para alguns que a Bíblia está dizendo: 'Olha, só se preocupe com o que é celestial; ignora o resto. '" Nada aqui na terra, mas essa ideia de pensar daquilo que ocupa o seu pensamento, que toma e ganha espaço terreno naquilo que você pensa, no que você sente, no que você projeta, está relacionada diretamente com o verbo buscar.
Eu e você devemos ser orientados por aquilo que é do alto, por aquilo que é celestial. No verso 3, ele diz: "Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com Cristo em Deus. " Eu acho interessante como a Bíblia concorda, desde as suas afirmações explícitas até aquelas que vêm de forma implícita, né?
Figurada, por exemplo, no Antigo Testamento, Deus, por meio de Moisés, promove o conceito de uma casa. No livro de Hebreus, nós vamos perceber que há toda uma simbologia por trás da casa edificada, e que isso figura a verdadeira casa que espiritualmente Deus está edificando. Quando Deus dá orientações a Moisés sobre o tipo de material, a planta, o desenho, como será feito, entre outras coisas, né?
Ele pede que sejam trazidos os melhores artesãos, os camaradas mais habilidosos nas artes manuais de confecção do uso, desde a aplicação de joias até costura. Mas Deus fala de dois que eram os principais na nação: Bezalel e Aoliabe. Mas não bastar ser os melhores; Deus diz: "Eu vou enchê-los do meu espírito, eu vou enchê-los de sabedoria e habilidade para que eles possam executar o projeto.
" Basicamente, eu fico tentando imaginar a perspectiva humana, não o plano espiritual, do que eram aquelas confecções. A tenda tinha quatro coberturas diferentes, todas elas confeccionadas não só com o melhor da arte humana, mas de algo sobrenaturalmente capacitado. Eu fico tentando imaginar, na perspectiva de artesanato, de uma obra confeccionada com as mãos, qual era a beleza daquilo.
Mas sabe o que é? O Tabernáculo era móvel; ele se estabelecia por onde eles iam passando. Ou seja, toda aquela beleza estava nas paredes de cima, porque não estavam presos no chão, mas principalmente na cobertura.
Agora, o chão Deus nunca mandou fazer nada. A tenda era estabelecida onde passava. Então, se você entrasse na casa de Deus olhando para baixo, não tinha beleza nenhuma.
Se você quisesse encontrar beleza, teria que olhar para cima. Eu acho que a mensagem está sendo dada desde o início, né? Deus está dizendo: "Não procure nada que encha os seus olhos aqui na terra.
Deixe os céus fazer isso por você, encher o seu coração. " Em 1 Coríntios 15:19, o apóstolo Paulo disse: "Se é só para esta vida que nós esperamos em Cristo, nós somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. " Ele não está dizendo que nós não vamos esperar por esta vida; ele não está dizendo que nós não podemos ter bênçãos, ações e intervenções de Deus e viver algo especial aqui, mas ele está dizendo que se for só isso, deu ruim, e deu ruim para valer, porque a nossa grande expectativa diz respeito a algo maior, vindouro, celestial.
É por isso que, em Filipenses 3:20-21, ele vai dizer: "Nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos o Salvador, o qual transformará o corpo da nossa humilhação para ser igual ao corpo da sua glória. " Evidentemente, essa não é a nossa pátria; esse não é o nosso lar, não é o nosso lugar permanente. Aliás, a linguagem bíblica é que eu e você estamos aqui de passagem, assim como, no Antigo Testamento, Deus fez com que os patriarcas peregrinassem.
A Bíblia mostra que essa figura, essa alegoria, é aplicada a mim e a você na jornada cristã. Em 1 Pedro 2:11, amados, peço a vocês, como a peregrinos e forasteiros que são, que se abstenham das paixões carnais que fazem guerra contra a alma, tendo conduta exemplar no meio dos gentios, para que, quando eles os acusarem de malfeitores, observando as boas obras que vocês praticam, glorifiquem a Deus no dia da visitação. Está dizendo: se você lembrar que é peregrino, forasteiro, que você está aqui de passagem, só em trânsito, mas que esse não é o seu lugar, você não vai se deixar seduzir por essas propostas.
Isso fará com que você tenha uma vida exemplar, que chama a atenção do ímpio, e vai te permitir ser luz no mundo, glorificar a Deus com a sua conduta. Mas a ideia de que eu e você não pertencemos a esse sistema, que estamos aqui de passagem, tem que ser cultivada no coração de cada um de nós. No entanto, isso não pode ser usado como, também, muitos ao longo da história da Igreja têm feito, para que a gente se desconecte desse aspecto útil que Deus espera de nós no mundo, que é ser luz e ser sal.
Então, nós não estamos falando de fugir, porque, como eu disse desde o início, a oração de Jesus é: "Não tire daqui", tipo, "Eu preciso de vocês nessa passagem, para chacoalhar o sistema, para quebrar as estruturas, para chamar a atenção das pessoas, para promover e estabelecer o reino. Eu preciso de vocês aqui, dizendo: 'Venha ao teu reino, seja feita a tua vontade'. " Ou seja, nós estabelecemos uma outra dimensão de reino, de governo, com suas leis, com seus valores, por onde passamos, mas não estamos presos aqui.
Não estaremos aqui para sempre, né? A Bíblia diz: "Nada trouxemos para este mundo e também nada daqui podemos levar quando partirmos. " E é só uma questão de tempo.
Todo o nosso tesouro, ele será o quê? Apocalipse, capítulo 14, verso 13, diz: "Bem-aventurados aqueles que agora morrem no Senhor, para que descansem das suas obras, pois suas obras os acompanham. " A única coisa que eu e você levaremos dessa vida são nossas obras que fizemos para Deus, e isso será de fato parte da nossa recompensa e galardão eterno.
Então, é lógico que é inteligente aproveitar o tempo de passagem nesta terra, ser frutífero, ser bênção, tocar a vida de pessoas, cumprir o plano e o propósito de Deus. Nós não estamos falando de cristãos. Que reduzir o cristianismo a um simplismo absurdo entra em um padrão de mediocridade; não querem fazer diferença, mas mesmo fazendo diferença, eu vejo que muitos estão pregando: "Nós estamos aqui para fazer diferença".
Isso virou uma desculpa para mais se misturar do que para fazer diferença. Então, nós vamos ter que saber adequar isso. Quando falamos de espiritualidade, o coração e a mente precisam estar nos céus, buscando a Deus, mas quando falamos de pragmatismo cristão, os pés precisam estar na terra.
Quando eu comecei a falar mais sobre o assunto do cuidado do corpo, que estou pregando bastante este ano desde que lancei o livro sobre o assunto, eu tenho compartilhado com as pessoas a história da minha própria correção. Deus precisou começar tratando comigo a partir daquilo que eu chamo de espiritualidade exagerada. Em João, no capítulo 3, verso 6, Jesus disse para Nicodemos: "O que é nascido da carne é carne; o que é nascido do Espírito é Espírito.
" Ele não disse que você é um ou outro; ele mostrou que você é tanto um quanto outro. Entramos neste mundo em um corpo de carne, mas quando fomos regenerados, nosso espírito foi recriado. Toda a relação com Deus se dá no plano espiritual.
Em João 4:24, Jesus diz: "Deus é Espírito; importa que os seus adoradores o adorem em espírito. " Agora, o que é espiritualização exagerada? Não estou dizendo que a gente não deva reconhecer que somos seres espirituais, nem tampouco que a relação com Deus é no plano espiritual, mas é quando, em nome dessa realidade, que é apenas uma parte — não ela toda —, a gente a abraça em detrimento das realidades naturais.
Aí, temos um problema; isso é espiritualização exagerada. Quando tentado pelo diabo no deserto, Jesus responde, citando Deuteronômio 8. Em Mateus 4:4, Ele diz: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
" De novo, Jesus está dizendo: "Você não é só corpo matéria alimentada; você também é um ser espiritual, e esse seu ser espiritual precisa de alimento para a subsistência, como o corpo natural. " O alimento espiritual é a palavra de Deus. Mas se você inverter a frase de Jesus, ela continua igualmente verdadeira: "Nem só da palavra de Deus viverá o homem, mas também de pão.
" Porque o mesmo Jesus que fez a outra afirmação fez-a em qual contexto? Depois de 40 dias de jejum, a Bíblia diz que Ele estava com fome. E fome, ali, eu sempre destaco, é a fome literal.
Acabaram-se as reservas de gordura, o corpo vai entrar no modo de inanição, consumo de tecido próprio. E, naturalmente falando, já que Jesus está vivendo como homem, se não comer, não sobrevive. Ou seja, nós não podemos negar a parte espiritual e não podemos, em nome do espiritual, negar o aspecto prático, porque nós convivemos com esses dois mundos, com essas duas dimensões.
Na própria continuidade da tentação, Jesus cita a Bíblia; o diabo diz: "Bom, quer falar de Bíblia? Vamos falar de Bíblia," e cita uma porção da Bíblia que está lá registrada no Salmo 91. A citação está explicitada: "Está escrito: Aos seus anjos dará ordem a teu respeito para que te guardem em todos os seus caminhos, de maneira que não tropece com seu pé em pedra.
" Você não vai ver Jesus dizer "Está escrito", nada disso. Qual a resposta de Jesus? "Também está escrito.
" Isso nos mostra algo que a gente andou ensinando recentemente: que a Bíblia é que explica a própria Bíblia. Então, Jesus está dizendo: "Alto lá, Satanás! Você pode ter citado uma porção de Bíblia, mas a aplicação dela não condiz com o resto.
" Jesus disse: "Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. " E aqui, o que é que Jesus está combatendo? Uma espiritualidade ou espiritualização exagerada.
Tem promessa de proteção de Deus na nossa vida por meio do ministério de assistência dos anjos, tem, mas Jesus está dizendo: "Você não vai tentar Deus. " Ou seja, não é porque Deus ofereceu proteção que você não vai se proteger e deliberadamente pular do pináculo do Templo, de cima de um prédio ou da ponte. Tanto que, em Deuteronômio 22:8, Deus disse: "Se você construir uma casa com terraço, anda superior, construa também um parapeito; porque, se alguém cair de lá, Deus diz: você é o culpado do sangue.
" Mas Deus, sem dúvida, guarda o seu povo quando eles estão na casa deles. Imagine Deus dizendo: "Não quer dizer que vocês não têm que se guardar. " Porque precisamos entender, né, que cabe às duas coisas.
Salmo 127:1: "Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. " A Bíblia não está dizendo que, porque Deus guarda, a gente não põe sentinela. Está dizendo que não é porque nós colocamos sentinela que vamos deixar de confiar no que Deus faz.
Porque não precisa ser um ou outro; pode ser tanto um quanto o outro. Então, há uma chance de você, que veio para cá e não só deixou o carro na rua, até no estacionamento, ter agido no piloto automático. Qual é o piloto automático?
O brasileiro que lida com isso. Não importa se o carro está com seguro, né? Em dia, se ele é desapegado.
Sempre que a gente estaciona e sai, a maioria de nós faz a oração: "Guarda, Senhor. " Só que eu brinco que o "Amém" da oração é o apito do alarme. Você trancou o carro, está errado de trancar?
Não; está errado de orar? Também não. O que está errado é achar que se faz um não pode fazer outro.
Que cabe tanto um quanto o outro. Há um cristianismo que é tanto espiritual quanto prático. Quem está entendendo?
Em 1 Timóteo 5:23, o apóstolo dá um conselho para seu discípulo. E Romanos. 15:4 diz que tudo que foi escrito para nosso ensino foi escrito.
Está esse conselho e diz: "não beba somente água, beba também um pouco de vinho, por causa das suas frequentes enfermidades no estômago. " Paulo tem um ministério de curas e milagres como poucos. Nesse momento de epístola, ele não está oferecendo oração; isso não significa que ele não possa ter orado antes ou depois, mas a solução prática oferecida não foi oração.
Não, no registro da epístola, Paulo ensina sobre fé e oração como poucos. A solução prática oferecida na epístola não é orar a respeito disso, Timóteo, e não duvido que ele também possa ter, em algum momento, pessoalmente orientado Timóteo a orar, mas a orientação era: se você equilibrar com inteligência sua alimentação e introduzir certos elementos terapêuticos que o próprio Criador já colocou no alimento, problema resolvido. Ou seja, não precisa espiritualizar; há questões que são simplesmente fáceis de resolver.
Quando eu comecei a falar um pouco mais desse assunto, passei a citar o que eu ouvia muito do meu pai. Meu pai várias vezes cobrava eu e meus irmãos que a gente não exagerasse na espiritualização. Ele estava em João 11:39, quando Jesus vai ressuscitar Lázaro e dá a ordem: "Tirai a pedra.
" Meu pai dizia que o que só Deus pode fazer é ressuscitar mortos. Eu lembro que ele falava que não era um morto qualquer, porque não era alguém que tinha acabado de morrer; a Bíblia diz que ele estava há quatro dias enterrado, em decomposição, cheirando mal. Meu pai dizia que o que só Deus pode fazer, confie nele de todo coração, porque não há limites para o que ele possa fazer.
Mas meu pai dizia: "Por que você acha que Jesus mandou os outros tirar a pedra? " Porque aquilo que a gente pode fazer, Ele não faz questão de fazer no nosso lugar. Então ele diz: "Agora, Lázaro, você tem que sair.
" Então, tira vocês a pedra; tipo, faz a parte de vocês que eu faço a minha. E meu pai dizia que o que só Ele pode fazer, confia nele de todo coração. O que você, além de poder fazer, Ele já jogou a responsabilidade para você; não jogue de volta para Ele.
Pés no chão. Aí eu fico olhando para alguns crentes: "Não, não vou fazer seguro no carro, porque eu confio em Deus. " Eu confio em Deus, só não confio nos outros.
Modisto, há elementos que vão simplificar a sua vida, e eu acho que a gente não precisa olhar para eles como contraditórios. Outro dia alguém falou para mim: "Olha, seria bom que você tivesse organizando a sua vida, principalmente no começo da jornada, já planejando ter filhos. " Falei: "Principalmente se organizar para que tenha um bom plano de saúde antes do parto.
" Ele falou: "Não, eu estava lendo na Bíblia que Asa não foi atendido por Deus porque procurou os médicos. " Falei: "Não, não, não, não é isso que a Bíblia diz. A Bíblia diz que ele não recorreu ao Senhor porque confiou nos médicos.
" O elemento é confiança. Falei: "Paulo se refere a Lucas e esse texto está lá, se você tiver tomando nota: Colossenses 4:14. Ele se refere a Lucas como médico amado.
" Poderia chamar de amigo amado, de discípulo amado, de cooperador ou obreiro amado, mas quando ele chama de médico, ele está fazendo questão de dizer: "Tenho na minha equipe de cooperadores um médico, alguém que me ajuda com questões práticas ligadas à saúde. " Então, não existe algo na Bíblia que diz que, porque nós cremos que Deus traz cura e saúde, a gente não possa fazer tudo aquilo que naturalmente está ao nosso dispor. O problema é confiar.
Paulo também escreve a Timóteo e diz: "Diga aos ricos deste mundo que não confiem na instabilidade das riquezas. " Ele não está dizendo que não pode ter recurso. Falei: "Aliás, se você aplicar a mesma lógica, não pode ir ao médico, então você não podia ter dinheiro nenhum; você tinha que desfazer de tudo.
" O problema não é ter; é confiar nisso. A ponto de dizer para Deus: "Não preciso de você. " Falei: "Não importa o quanto a gente tem, nós vamos continuar confiando em Deus, porque a sentinela pode falhar.
Nós temos recursos e eles estão aqui hoje; amanhã podem não estar mais. O que nós não podemos substituir é o elemento confiança. " Mas a Bíblia não está dizendo que eu e você não podemos ter essa questão prática, pragmática.
Quem está entendendo? Amém. Então, assim, a gente precisa conseguir não abandonar a espiritualidade nem o pragmatismo, porque eles não precisam ser divergentes ou excludentes.
Nós podemos nos relacionar bem com eles, e quando a gente fala a respeito dessas coisas, parece que o crente ou vive no extremo só o natural, sem o sobrenatural, ou ele quer viver só do sobrenatural, sem o natural. Mas a Bíblia mostra que você está relacionado direta e indiretamente com esses dois mundos e ambientes. Quando meus filhos ainda eram pequenos, eu estava orando por eles, orando pelo destino deles para discernir o que Deus quer e o que Deus tem.
O Espírito Santo falou ao meu coração e disse: "Se organize desde já para que seus filhos possam viver o que eu tenho planejado para eles. " E o Senhor falou comigo: "Não acho que todo mundo tem que fazer isso, mas o direcionamento quanto orava pelos meus foi: quando os dois chegarem aos 18 anos, mande-os passar uma temporada estudando nos Estados Unidos, se preparando para o ministério, aperfeiçoando a língua global, tendo uma experiência de amadurecimento fora de casa. " E o Senhor me disse: "Comece a organizar.
" Israel estava em tom de 7 anos; a lista de quatro cada um só iria quando fizesse os 18. Eu lembro que, na época, comecei a fazer um fundo com muito sacrifício. Eu conseguia guardar para os dois por mês, mas assim, sacrifício era R$ 80, aí eu ficava fazendo as contas, mesmo juro sobre juro, com tantos anos.
Eu falei: "não vai dar. " Mas, de repente, minha cabeça diz que eu não preciso confiar só em mim, mas ao mesmo tempo que eu estou obedecendo a Deus, dizendo "eu vou até onde dá", eu estou mostrando o quão prática é a minha fé e que eu vou confiar nele para que faça o resto. E, quando chegou a hora de cada um deles ir, evidentemente, o fundo que eu tinha não era suficiente, mas eu tinha obedecido a Deus, eu tinha confiado, eu tinha feito a minha parte, e eu vi Deus fazer a parte dele.
Essas coisas não precisam ser excludentes, quem está entendendo? Então, às vezes nós vamos assim a extremos e não vivemos um cristianismo prático. Outro dia, um falou: "não, a Bíblia diz lá no Salmo 37:25: nunca vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.
" Eu me recuso a fazer e trabalhar com fundo de reserva. Eu falei: "interessante que, para sustentar o seu povo, Deus usa José no Egito para mandar o faraó fazer o fundo de reserva. Deus os traria, os conectaria de forma sobrenatural, mas para que eles recebessem o que Deus sobrenaturalmente direcionou, alguém teve que fazer um fundo prático de reserva.
" Então, o que às vezes a gente não para para pensar é que o mesmo texto que diz: "fui moço, agora sou velho", que é o Salmo 37:25, porém "jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência mendigar pão", ele diz no verso seguinte: "é sempre compassivo e empresta. " Quem que é o justo? A sua descendência será uma bênção.
Por que que os filhos do justo não vão ficar desamparados? Porque ele semeia na vida do necessitado, ele está plantando, e a sua descendência vai colhendo aquilo que ele plantou. Não é jogar para Deus fazer sozinho; nós confiamos nele que tudo aquilo que ele falou, seus princípios serão validados, os resultados vão se manifestar.
Mas isso não significa que a gente não tenha um elemento prático a fazer. Agora, se você tem um fundo de reserva, ótimo! Você só não precisa botar confiança nele a ponto de excluir Deus.
Então, eu creio que é possível, gente, que a gente consiga, né, adaptar essas coisas. O apóstolo Paulo fala em Segunda Timóteo, no capítulo 2, no verso 4, que o soldado em serviço não se embaraça com os negócios dessa vida. Quer se embaraçar e se prender?
Daí a igreja começou a tirar a ideia que, se é soldado, se foi chamado pro ministério, não pode ter negócios dessa vida. Não é o que a Bíblia está dizendo. Se você vai levar em consideração que a Bíblia diz lá no livro de Atos, no capítulo 18, versículos de 1 a 5, você vai descobrir que, quando Paulo chega em Corinto, ele se dedica durante uma temporada ao seu ofício como fabricante de tendas.
Está construindo, fabricando as tendas, vendendo, negociando. Paulo fala várias vezes: "minhas mãos proveram o meu sustento. " Mas a Bíblia diz que, quando Timóteo e o resto da equipe chegam, Paulo se dedicou integralmente à pregação da palavra, porque agora tem a equipe que ajuda a dar manutenção no negócio que está botando pão na mesa.
E Paulo diz: "agora, gerenciando isso, eu posso me dedicar integralmente. " Mas a igreja começou a desenvolver mentalidades como: "ou é uma coisa ou é outra. " Deixa eu dizer uma coisa: seu trabalho é tão santo quanto o meu ministério de tempo integral!
Eu esperava um amém! Amém! Você é um embaixador de Deus aonde você está.
O seu cuidado com a casa, na família, é tão espiritual quanto seu culto e adoração a Deus na igreja. A maneira como você se dedica ao seu trabalho deveria ter a mesma dedicação que quando você vai ofertar a Deus. Porque a Bíblia diz: "tudo quanto fizerdes, façam de todo coração, como para o Senhor e não para os homens.
" E, se você olhar o contexto, Ele está dizendo que o servo tem que servir não ao seu senhor, mas fazer como para Jesus. Você consegue imaginar se o nosso nível de produtividade, dedicação e excelência no trabalho fosse todo dia entrar e dizer: "tudo isso que eu vou fazer aqui é para Jesus"? A gente seria os melhores em tudo que fazemos, gente!
Agora, qual o problema? É que você vê hoje em dia empresários cristãos dizendo que não querem mais contratar empregados cristãos porque abusam. "O irmãozinho está me dando porque nós somos irmãos.
" Não, aqui dentro sou seu patrão e você é meu empregado. E tem gente que, assim, em vez de ser o que mais se dedica, é o que mais folga. E, de repente, nós temos algo que se torna contraproducente ao bom testemunho do evangelho e é o que Deus planejou de nós.
Então, a gente precisa parar de separar demais o que é espiritual, sacro, de um lado, e o que é secular do outro, e entender que há um equilíbrio e dá para manter a cabeça lá no céu, mas o pé aqui no chão. Essas coisas não precisam ser contraditórias. Quando falamos da vinda de Jesus, eu sempre digo para todo mundo: eu preciso viver pronto, num estado de prontidão, como se Ele fosse voltar a qualquer momento, mas eu preciso trabalhar como se Ele não viesse em nossa geração.
Porque alguns começaram a dizer: "ah, Jesus está voltando. " Gente, quando eu era adolescente (então vamos voltar lá para a década de 80), a igreja falava, pregava, ensinava e cantava sobre a vinda de Jesus muito, muito mais do que hoje. E o assunto veio com tanta força que eu lembro que eu e outros amigos adolescentes a gente dizia assim: "ir para a faculdade, para quê?
Jesus está voltando! " Trabalhar para quê? Jesus tá voltando.
A única coisa que a gente não negociava era quando a gente dizia: "Maranata, vem Senhor Jesus! ", mas a gente dizia: "Só espera a gente casar", como se fosse possível você ter condições de casar sem estudar e trabalhar. Como é que vai sustentar a família depois, né?
Mas, de alguma forma, eu olho e falo: "Poxa, tem que dar um desconto". É nos adolescentes, com todo respeito aos presentes, cabeça de vento, que não tá maduro e preparado. Agora, o que eu não entendo é o camarada que já é adulto, amadureceu e continua com a mesma cabeça.
E Jesus tá voltando e não faz nada, né? O apóstolo Paulo, que foi o cara que pregou a vinda de Jesus, que dizia: "Nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos o Salvador", diz: "Eu trabalhei mais do que todos os apóstolos". Então, eu vivo no estado de prontidão.
Ele volta a qualquer momento, mas eu trabalho como se eu tivesse todo o tempo do mundo, dizendo que eu tenho que fazer o máximo antes que ele venha. Agora, para alguns, se você tá falando da vinda de Jesus, é porque não quer trabalhar; e se tá trabalhando, é porque Jesus não vai voltar. Essas coisas não podem ser excludentes; a gente precisa conseguir combiná-las, né?
Trazer harmonia nisso tudo. Eu vejo nos cristãos, em geral, uma inclinação aos extremos: ou alguns se tornam muito mundanos ou exageradamente espiritualizados. E a gente vai ter que achar esse equilíbrio, né?
Entre a mentalidade celestial focada naquilo que é do céu e o pragmatismo cristão com os pés no chão, onde a gente esteja no mundo, mas não seja do mundo, onde a gente influencie, mas não seja influenciado, e onde a vontade de Deus, na oferta do plano de sacrifício de Jesus, se cumpra, né? Que é qual? Que não apenas ele trate com a questão dos pecados, mas nos livre desse sistema, né?
Nós precisamos viver uma vida guardando-nos incontaminados de um sistema pecaminoso. Os crentes estão literais demais, hoje em dia. Boa parte das discussões que as pessoas fazem é: "Isso aqui é pecado ou não é pecado?
" Paulo disse: "Tudo me é lícito, mas nem tudo convém". Tem coisa que não é pecado, gente, mas não convém, porque pode ser mal vista, pode ser mal entendida, há outros desdobramentos, há uma macrovisão maior. E quanto mais alinhados nós estivermos com o plano e o propósito de Deus, né?
Acredito que, de uma forma mais sábia e diferenciada, nós passamos a viver. E eu quero te encorajar isso, em nome de Jesus. Você recebe essa palavra, em nome de Jesus?
Eu gostaria de orar com você. Pai, nós colocamos diante do Senhor as nossas vidas e pedimos mais uma vez, não só entendimento e compreensão espiritual, mas a sabedoria do alto, aplicação prática e personalizada do Teu Espírito, para que ajustes que são necessários possam ser feitos na nossa vida. Nós queremos experimentar tudo aquilo que o Senhor tem para nós, viver a plenitude do que o Senhor tem, ter um coração e uma mente tomados pelos céus, norteados por aquilo que é o nosso verdadeiro lar e lugar, sem perder, ó Deus, a capacidade de entendimento prático que temos, uma missão enquanto estamos de passagem aqui na Terra, de fazer desse lugar um pedaço dos céus, onde o Reino de Deus, onde o Reino dos Céus, se estabeleça e se manifeste por meio de nós.
Ajuda-nos, Senhor, a viver tudo aquilo que é espiritual, sem negligenciar o pragmatismo dessa vida do cristianismo no dia a dia. Como Tua palavra fala: viver a vida comum do lar. Nós queremos, ó Deus, poder unificar essas coisas com devido equilíbrio, somando todas essas orientações práticas também a toda exortação de cuidado.
Nós suplicamos graça e favor para entender e produzir o Seu modelo, de maneira que o Senhor seja honrado, glorificado, e que nenhum de nós sabote aquilo que o Senhor tem para as nossas vidas. Nós oramos, em nome de Jesus, em nome de Jesus. Amém.