Olá! Estamos, aqui, para iniciar mais um episódio do nosso estudo do livro Gênesis, de Moisés. Nós tínhamos, no episódio anterior, comentadoo final do capítulo 2 do livro de Gênesis e, hoje, nós vamos trabalhar um pouco mais os últimos versículos, especialmente os versículos 24 e 25.
Mas, eu vou ler um pouco antes para podermos nos inteirarmos. No versículo 22 diz assim: “Depois da costela que tirara do homem, o Senhor Deus modelou uma mulher e a trouxe ao homem. Então o homem exclamou: ‘Esta sim é osso de meus ossos e carne de minha carne.
Ela será chamada mulher porque foi tirada do homem. ’ Por isso, um homem deixa o seu pai e a sua mãe e se une à sua mulher e eles se tornam uma só carne. Ora, os dois estavam nus, o homem e sua mulher e não se envergonhavam.
” É um texto difícil, não é? Mas, a primeira coisa que comentamos, aqui, é sobre o trocadilho que tem o original e que o Português perde. A tradução para o Português perde um aspecto importantíssimo.
A palavra homem, em hebraico, é ysh e, a palavra mulher é isha. Então, o tempo todo o texto está brincando com esse masculino: feminino e ysh – isha. Só que há um detalhe: na língua hebraica, que é a língua em que esses textos foram produzidos, o que determina a palavra no hebraico é o radical.
Nós já comentamos sobre isto: de um radical nós extraímos várias palavras. É muito significativo o fato de que o radical, que gera a palavra homem, gera a palavra mulher, coisa que não ocorre no Português. A primeira coisa, então, que as interpretações não perceberam, mas que, hoje, em pleno século XXI, nós temos condição de de entender, é que o texto está, aqui, se posicionando em um sentido de igualdade absoluta entre o homem e a mulher perante o Criador - este ponto é fundamental!
– pelo fato de ter o mesmo radical e por uma coisa importantíssima: nós vamos perceber na criação dos animais, na criação de tudo, que a criação do homem (e, quando eu digo homem, aqui, não é homem gênero, espécie humana) Então na criação do ser humano da espécie humana éla é à parte. ela é algo a parte Isto é importante, e também não exclui a ideia de evolução porque o texto trabalha um aspecto evolutivo. Primeiro é criado á flora primeiro ó orbe, e seus aspectos astronômicos, depois este orbe é coberto, separada a água e a terra.
Daí, você começa a ter um ambiente aquático e um ambiente terrestre. Depois, nós temos uma terra que é coberta de plantas, conforme a sua espécie e capazes de se multiplicarem, de prosperarem, de prosseguirem no tempo. Este é um fator fundamental fundamental que o texto traz e que somente e que, sem a chave do Espiritismo que trazo elemento espiritual, fica difícil compreender essas coisas e até mesmo a evolução.
Quando estamos alicerçados naqueles princípios de O Livro dos Espíritos, essas coisas elas ficam mais claras e nós também temos ferramental de raciocínio e análise superior. Quando nós tomamos a mão da psicografia do Chico, especialmente a obra de André Luiz e, em especial, o livro Evolução em Dois Mundos, a coisa se aclara totalmente. E, nós não podemos esquecer um aspecto historico fundamental: o pioneiro da teoria da evolução é Wallace e Wallace era espírita.
Ele conheceu a Codificação, ele elaborou e ele fez os elementos. O Darwin que não era materialista pela origem das espécies, não era materialista elabora, faz o arco, dá o retoque na teoria do Wallace e leva a fama do criador da teoria da evolução. Mas, não é bem assim.
O que a teoria da evolução vai dizer? Que há um processo de seleção natural. Isto significa que a natureza está sempre apresentando desafios à permanência de uma espécie, da continuidade de uma espécie.
ela sempre apresenta desafios e esses desafios vão determinar o que chamamos das ramificações das espécies. Hoje, nós compreendemos isto melhor. Quem imagina que a evolução é uma linha que da tartaruga chega ao macaco, esta muito enganado porque a teoria da evolução diz que uma espécie se ramifica em várias, daquela tem uma modificação que vai gerar outras ramificações e, daquela ramificação, vai gerar outra.
Então, é mais complexo. Nós temos uma gama de espécies de macacos, símios e animais do gênero. Em um ramo dessa gama enorme, há uma modificação, gera um outro ramo que, por sua vez, geram vários ramos, um deles que vai gerando outro, vai gerando outro, vai gerando outro, australopitecos etc até chegar no homo sapiens.
Então, quando você chega no homo sapiens, é o galho de uma árvore. Você está lá na ponta de um galho, achando que veio de uma linha reta do tronco e não é assim. Mas, o quê está narrando Gênesis?
Está narrando isto, porque quando diz que Deus criou as espécies, é nesse sentido. Só que, aqui, os intérpretes do passado viram uma criação como uma varinha mágica (um coelho, uma tartaruga etc). Mas, o fato de isto se dar no tempo não significa que não houve a intervenção divina e, daí, o esclarecimento do livro Evolução em Dois Mundos que vai mostrar para nós o porquê da evolução em dois mundos: não há evolução no plano material sem a interferência do mundo espiritual e, quando nós dissemos interferência, é uma interferência qualificada porque o mundo espiritual dirige, ele intervém de modo decisivo, ele altera o curso natural.
Então, é uma evolução dirigida, é criação. É importante entendermos isto, porque nós vamos chegar a um outro ponto. Darwin quando teve um insight: seleção natural como processo de controle de qualidade, quer dizer, a natureza está sempre apresentando desafios e as espécies vão se adaptar aos desafios da vida ambiente, do seu habitat, da sua vida ambiente e isto produz processos adaptativos.
Acontece que, na época do Darwin, não havia bioquímica. Darwin não conhecia átomo. Então, a avaliação do Darwin, na ilha de Galápagos é anatômica: ele vê que um pássaro outro tem um bico maior.
tem um bico menor, Ele está enxergando macro adaptações: um pássaro afina o bico porque tem que comer isto, outro engrossa o bico. Isto são macro adaptações. Mas, e quando nós caminhamos para um nível genético e bioquímico?
Essas diferenças se esvaem elas não são tão grandes assim. Você olha para um ser humano e para uma mosca: a diferença genética é de 4 a 6%. É assustador!
E, quando você mapeou o genoma humano, imaginava que todos os segredos do corpo humano fossem desvendados. Que nada! Percebeu-se que cada gene é um pincel, com sua tinta específica, mas isto não significa que o quadro será pintado, porque há um complexo mecanismo de ativação de genes que nós não sabemos explicar.
Por que um gene permanece inativo, por que ele é ativado? Às vezes, em uma mesma família entre dois irmãos gêmeos. Em um processo bioquímico, nós temos umprocesso que é sério porque a teoria darwiniana propõe que, a cada desafio que a natureza apresenta, aquele organismo precisa se adaptar ao desafio e desenvolve uma função, um órgão ou altera uma função, altera um órgão, ou coisa que o valha.
Isto pressupõe um crescimento cumulativo. A evolução, então, é um processo cumulativo, eu vou cumulando coisas. Então, um tem uma pequena alteração que transmite para o outro, que tem uma pequena alteração e que transmite para o outro.
O problema é o seguinte: no nível bioquímico, isto é impossível. Vamos dar um exemplo: a coagulação sanguínea precisa de duzentas proteínas. Se você não tiver as duzentas juntas, você não tem coagulação sanguínea.
Então, a história é a seguinte: ou as duzentas chegaram juntas ou não tinha sangue. Como que uma espécie chega em um processo de circulação com coagulação sanguínea acrescentando pequenas coisas? Não tem jeito de acrescentar pequenas coisas.
Não tem jeito de eu juntar dez proteínas, dar uma evoluída e juntar mais dez. A não ser que você imaginar que tem um engenheiro, um arquiteto com a planta e falando assim: ‘mais dez tijolos, agora mais dez do branco’. Alguém está com a planta e direcionando.
É exatamente isto: alguém está construindo. Do ponto de vista bioquímico, nós vemos isto no livro A Caixa Preta de Darwin, de Michael Behe, que é um bioquímico americano e ele vai dizer isso que são sistemas de complexidade irredutível. Ó olho humano por Exemplo O processo bioquímico de funcionamento do olho humano, é tão complexo, entra em cena tantos elementos (um ativa o outro que desativa aquele: uma proteína ativa á outra desativa, que desativa ela, aí esta ativa outra que desativa ela) e isto é uma cadeia de quatrocentos passos.
Se você tirar uma, não tem olho. Então, ou o olho chegou de uma vez, ou ele não chegou, bioquimicamente falando. Quando nós lemos isto (e nós vamos entender porque estamos falando isto, não é a biologia não é esse ó ponto nós vamos chegar lá), nós vamos percebendo uma planta e as espécies passam a ser filtros de evolução psíquica.
Então, você vai desenvolvendo e chegou à tartaruga. A tartaruga é um filtro porque o princípio inteligente vai passar por ali ou por outros lugares. São caminhos.
Você vai definindo estações rodoviárias ou estações ferroviárias, que são as espécies. Este é o ponto. O que o texto quer dizer é que, quando eu entro na espécie humana, eu não tenho um passo, eu tenho um voo.
Não é nem um salto, é um voo e, nesse voo, o que você quer destacar aqui? Que a isha, a auxiliadora do ysh, ou seja, a mulher, auxiliadora do homem, é da mesma natureza dele. Por que ela é auxiliadora?
Não podemos confundir auxiliadora com serviçal. Porque foi dada à espécie humana uma série de funções (1- cuidar do jardim, 2- cultivar o jardim, 3- proteger o jardim, 4- nomear as coisas 5- dominar sobre todas as espécies e sobre todas as coisas) e ela tem que auxiliar nessas funções todas. A questão que o texto está dizendo, aqui, da alegria do ysh: ‘esta sim é osso dos meus ossos’, essa sim é igual a mim, agora eu tenho um par, no sentido de paridade.
Agora, eu tenho uma parceria genuína. genuína. ‘Carne da minha carne’ e, aqui, nós temos que ver um hebraísmo forte, porque o hebraico não te a palavra ‘corpo’.
No hebraico bíblico, falar, hoje tem tudo tem até computador Não é em Hebraico mas ó hebraico biblico não tem corpo eu só consigo falar ‘carne’. ‘Feriu a carne do fulano’ é feriu o corpo. ‘Morreu a carne’ é morreu o corpo.
É interessante porque ele diz assim: ‘ela é carne da minha carne’. Ou seja, tem um corpo idêntico ao meu, no sentido de identidade de substância e, não, de forma. A questão, aqui, é substância, não é aparência.
Forma O texto é sutil. sutil. “Ela será chamada isha, porque foi retirada do ysh”.
O que leva alguns grandes intérpretes a dizerem o seguinte: aquele ser humano que é criado não tem gênero, não tem gênero, não é nem homem, nem mulher. Aqui, agora, surge o gênero. Isto, também, é muito importante.
Surge o gênero aqui e não no sentido de subordinação,de igualdade, com distinção de forma, com distinção de aspectos. Nós vamos perceber, aqui, depois do processo da serpente, aí sim, há um distanciamento de funções. Aqui, eles estão na mais absoluta igualdade: ‘estão nus’ e não há nenhum problema.
Outra coisa importante: Outra coisa importante: todos os recursos físicos, todos os recursos naturais, tudo o que existe é puro quando o ser está em sintonia com a lei divina. Não tem problema de sexo, não tem problema nenhum. Quando se cria o embate da criatura com o Criador (só da parte da criatura porque o Criador não tem nada a ver com isto), quando cria-se a resistência, daí começa haver impurezas, daí passa a ter vergonha, daí passa a ter a maldade.
maldade. “Os dois estavam nus, o homem e sua isha, e não se envergonhavam”. Aqui, tem um aspecto sócio-espiritual ou até antropológico porque esse par, agora, ele vai gerar.
Então, nós temos uma nós temos um digamos que uma lei da natureza uma lei biológica, agora, por trás da união do homem e da mulher. Esta é a forma determinada para a reprodução dessa espécie humana, como, de resto, também das outras espécies animais. Interessante, não é ?
Isto nós já sabemos. Agora, tem um aspecto social: ‘deixa pai e mãe e se une’. Sai de um núcleo para formar outro.
Sai de um par para formar outro par. Isto é muito bonito. Por isso, Jesus só manda discípulos de dois em dois.
Jesus só manda discípulos de dois em dois. É o aspecto de complementariedade e, isto está presente na natureza como um todo. A natureza é polarizada.
Está presente em tudo e está presente nessa realidade biológica, sociológica e espiritual, porque há um determinismo espiritual aqui também. Quando há a união, eles formam uma só carne. Aqui, tem uma metáfora linda.
Para quem acompanhou a leitura, se eu tenho uma base, se o ser humano que foi criado não tem gênero, não tem gênero, quando eu tiro a mulher da costela do homem, eu criei dois polos e, agora eles vão se unir e, quando eles se unem, eles formam um inteiro. Daí é o seguinte: temos que tomar cuidado para não voltarmos para a questão das filosofias platônicas, das metades eternas, das duas metades que se buscam. Nós sabemos que não é isto.
Mas, tem uma questão sutil: nessa união de dois seres, forma-se uma unidade psíquica que é superior a cada uma das partes. Um casal é mais do que um. Nós podemos dizer com segurança que um casal é mais do que dois.
Por que o quê acontece? Se fosse só uma soma, Se fosse só uma soma, eu estaria admitindo que eu tenho um homem, uma mulher e eles se juntam, somaram-se as potencialidades de ambos e ficou no mesmo nível. A questão é que, quando você une, você não soma só as potencialidades, mas você leva os dois a um outro patamar que eles não atingiram se estivessem sozinhos.
Então, é uma unidade superior ao que os dois eram. Isto é muito comum acontecer. Pode acontecer em uma sociedade empresarial: você une duas pessoas, elas unem potencialidades, mas elas são somente a soma das duas, elas não são nada mais do que somar as duas.
Um é disciplinado, o outro é mais prático. Agora, você tem um todo que é disciplinado e prático. Mas, não mais do que isto.
Agora, em uma união, eu tenho um disciplinado, um que é prático, soma e eles passam a ser disciplinados, práticos e intuitivos. Eles agregaram um valor que vem da união. A sinergia provoca algo que é mais do que uma simples soma aritmética, Mas, aqui, nós vamos ter que, agora, dar um salto e nós temos que dar um salto porque o texto bíblico é, por natureza, ambíguo, ele não quer ser uma coisa só.
E, se nós formos nessa toada, de interpretar esse homem e essa mulher, que depois vão receber nomes, Adam e Eva (já foi anunciado ali, porque o texto vai e volta e nós temos que entender idas e vindas dele, fica repetindo) é como se o texto tivesse voltado, em um momento que não tem o nome ainda, mas nós vamos ver que vai ter um nome. Então, se nós ficarmos só nessa toada, daqui para frente começa o capítulo 3 nós vamos entender que toda a história se refere a um processo vivido por um casal e, daí, de cara, nós percebemos que não é isto. É também isto, mas não é só isto.
Vamos lá. Eu tenho um ponto médio, aqui, que é um casal (um homem e uma mulher). Eu posso dar um passo e imaginar que não se trata apenas de um casal, mas de dois agrupamentos espirituais.
Daí, eu estou indo para uma abordagem sociológica-espiritual que vai fazer me chegar aonde? Aos capelinos, porque, daí, a serpente é um terceiro grupo. É uma via importantíssima, fundamental e inevitável.
É tão inevitável ela é tão ineviavel que o texto de Gênesis, em um determinado momento, começa a falar de pessoas que viveram há novecentos anos. Então, não está falando do ser humano, está se falando de uma geração, de uma era de uma época, de um período, como nós podemos falar, por exemplo, da França do iluminismo. Não estamos falando de Não estamos falando de uma pessoa.
Nós estamos falando de um tipo humano, em um contexto histórico, sociológico, antropológico, uma geração. Podemos ir para esta linha, é claro! O texto autoriza isto Por isso, quando Kardec pergunta em que época viveu Adão, os Espíritos respondem que é, aproximadamente, na época em que assinalais: 4.
000 anos a. C. Então, não estamos falando de uma pessoa, estamos falando de uma era, de um momento da humanidade, da evolução humana.
Então, Adão é um grupo e é um ciclo. Nós podemos ver por isto, mas não agora. Nós estamos no período em que os últimos capelinos egípcios estão voltando.
Nós estamos em uma aferição. Este texto quer dizer assim: a turma que repetiu, de novo, de ano. O processo da vinda capelina dura um período enorme e, daí, começa o processo de redenção, primordialmente no Egito, porque é o agrupamento com menos débito perante a lei e, portanto, o que começa voltar mais rápido.
Individualmente, de vários agrupamentos (hindus, hebreus e arianos), voltam. Mas, do ponto de vista coletivo, esse processo se dá no Egito. Então, coletivamente, os Espíritos começam a regressar em massa e querem deixar um legado.
O período adâmico está falando disto: da resistência coletiva hindu, ariana e hebraica que não vão conseguir voltar, que vão ficar em um processo de degradação. Esta seria uma abordagem sociológica, que é o livro A Caminho da Luz. Emmanuel escreveu o livro A Caminho da Luz só para pegar essa interpretação e levá-la até as últimas consequências.
Emmanuel vai desdobrar isto em mil pedaços, porque não só vai falar da queda, da incapacidade desses agrupamentos voltarem, mas, depois, como eles se movimentam na Terra e influenciam a evolução histórica da humanidade até hoje e que vão passar por uma terceira aferição. Vamos passar em uma outra interpretação então Vamos passar em uma outra interpretação então Então que dizer que é uma terceira aferição O assunto é complexo. Mas, aqui, tem um ponto que nos chama a atenção, porque o texto vai permitir também dizer de algo que é tirado da minha costela, de dentro de mim.
Então, eu posso ir também para um aspecto que é o interior psíquico, psicológico. É um aspecto que o Sr. Honório adorava, porque, daí, Adão e Eva não é mais um casal - o próprio Jung percebeu isto -, é anima e animus, é o masculino e o feminino em mim, o meu psiquismo com as suas potencialidades.
Sou eu, não é o outro. Daí, é importante, porque nós vamos ter que trabalhar isto um pouco. Aqui, nós vamos ter que entender uma coisa que é vital.
Quandoo princípio inteligente está no mineral, ele não tem pensamento. E, quando os Espíritos falam em pensamentos, não podemos confundir com inteligência, com intelecto, com instrução, com ir à escola, com ideia. Pensamento é uma mistura.
No pensamento estão ideias, sentimentos, sensações, emoções, está tudo junto. Não podemos confundir isto. Então, o princípio inteligente que está no reino mineral não tem autoconsciência.
Ele não sabe que ele existe. Ele está em processo de energia, como em um bercinho. O cristal é exatamente isto: fica ali vibrando.
Daí, passa para o vegetal. No vegetal, ele já apresenta sensação. Sensação em que sentido?
Não podemos confundir isto com dor, com tristeza. Ele é afetado. Ele sabe que está mexendo nele.
Já tem sensações, mas não tem pensamentos contínuos. Quando chega no animal – em gradações, é óbvio! – surge o pensamento.
Só que ele é fragmentado. Significa que tem intervalos em que ele não pensa. Isto significa que, quando ele está pensando, ele elabora ele elabora em uma inteligência rudimentar e, portanto, se ele elabora em uma inteligência rudimentar, ele passa a ter uma sensibilidade que passa a ser chamada de sentimentos, porque já não é mais uma sensação.
Por que não é mais uma sensação? Porque na sensação eu dependo de um estímulo externo para ela existir. No sentimento, não.
Ele pode surgir a partir da minha própria elaboração sem nenhum estímulo externo ou através de um estímulo que não tem uma questão biológica, por exemplo, o animal sente medo, embora ele possa não estar correndo perigo. Isto é sentimento, é uma sensibilidade que nós vamos chamar de sentimento, porque ele identifica, ele percebe um elemento exterior e ele já elabora uma reação interior. Captar, identificar, catalogar, perceber: isto é Adão.
Reagir internamente: isto é Eva. Eu estou, aqui, simplificando a síntese do resumo, porque o assunto é muito mais complexo. Nós teríamos que entrar em Gabriel Delanne, em Léon Denis, em Evolução em Dois Mundos, e não é este o nosso objetivo, aqui.
O nosso objetivo, aqui, é ir para os desdobramentos espirituais e morais disto. Kardec vai escrever um ensaio brilhante no livro A Gênese sobre a origem do instinto. Resumindo, ele vai dizer o seguinte: vai apresentar várias características do instinto.
Por exemplo, qual a diferença de uma colmeia japonesa e uma colmeia austríaca, considerando-se que a abelha é do mesmo tipo? Não tem. A estrutura, o funcionamento de um formigueiro no Japão é igual a um formigueiro no Brasil.
O comportamento de um gato, na China, não difere se for da mesma espécie, de um gato argentino. São reflexões que Kardec vai fazendo, nosentido de que, o instinto é universal. Por isso, ele não pode ser fruto, apenas, do ser, porque se ele fosse individual, ele iria apresentar variações na mesma quantidade do número de indivíduos que existem no mundo naquela espécie.
Então, se eu tenho um milhão de gatos, eu tenho um milhão de instintos diferentes de gatos. Nós sabemos que um instinto é um conjunto de procedimentos inteligentes que a espécie adota para lidar com o ambiente. Então, por que o instinto em um gato que está em um ambiente da mesma espécie que um gato que está em um outro ambiente Um gato que está em Salvador (ouvindo axé, comendo camarão) e um gato em Minas (ouvindo Clube da Esquina), porque não são diferentes?
Há um elemento de universalidade e Kardec começa a descartar descartar uma série de hipóteses, por exemplo, de que teriam seres que orientariam aquela espécie. Não pode, porque teria diferença entre esses seres. Há um aspecto de unidade.
Kardec conclui o seguinte: o instinto é Deus agindo na criatura enquanto ela não tem inteligência suficiente para agir por conta própria. Por isso, ele é infalível, universal e uniforme. É uma inteligência rudimentar.
Por que é uma inteligência rudimentar se é Deus? Porque significa a mínima intervenção divina, a minima intervenção divina absolutamente necessária e suficiente para a espécie, porque se Deus intervém mais, o bicho dá um salto. O gato ia olhar, coçar o queixo e ter uns comportamentos esquisitos.
Então, é inteligência rudimentar, no sentido de que, é Deus agindo o minimamente possível, apenas o suficiente para cuidar delas. E, Kardec conclui assim: por essa razão, o maior de todos os instintos é o materno, porque é o próprio Deus cuidando das suas criaturas que vêm ao mundo através da mãe. Depois, nós teremos o Chico dizendo que a maternidade é um segredo entre Deus e a mulher.
porque ele vai o anímico humano vai intervindo nele passa a ser Deus para ele. Agora, há uma evolução aí, vai se conquistando uma inteligência um grau. Você pega um cavalo, um cachorro ou mesmo um símio, você começa a ver manifestações próprias dele são típicas dele, ele tem características dele.
Mas, o que nós estamos querendo dizer, aqui, é que, esse processo lá na frente, quando atinge a idade áurea da razão e entra na espécie humana, eu já tenho razão e sentimento na seguinte ordem: o reflexo (o estímulo exterior) está lá em Pensamento e Vida. esboça a emotividade, Esboça, não determina não determina ainda. Por isso, se ouço um barulho, agora, eu posso ter uma emoção de medo, mas se eu for uma pessoa mais treinada, eu ouço e fico tranquilo.
Então, esse estímulo externo só esboça a emotividade. Não há um determinismo absoluto: se vier o estímulo tal, eu vou ter tal emoção. Depende.
Mas, o estímulo esboça emotividade e a emotividade plasma a ideia. Primeiro, você tem um sentimento, uma sensação, uma emoção e ali vai surgir a ideia. Aí, você vai elaborar.
Daí sentimento, de sentir. Quer dizer, o que é o sentir? É o detectar, é um grau de percepção.
Daí, vem a ideia que é um outro nível de percepção. Nós temos, aqui, Eva e Adão. Daí, vocês vão perguntar: por que a serpente foi primeiro em Eva?
É claro! O impulso que plasma a ideia? Não.
O impulso esboça a emotividade e a emotividade é que plasma a ideia. Daí, nascem as atitudes e as palavras que comandam as ações. Primeiro vem a emotividade, mas, daí, eu tenho uma estrutura sentimental tão sofisticada que já consegue identificar esses sentimentos que percorrem e, aí, vem uma razão e uma vontade poderosíssima capaz de direcionar, não de aniquilar, não de abafar, não de tamponar, mas de direcionar.
É isto! É disto que o texto vai falar daqui para frente. É desse processo que acontece conosco: um processo interior.
Por isso, em Pensamento e Vida, Emmanuel vai trabalhar um aspecto em que ele diz assim: a mente à maneira de um diamante bruto, lá mergulhada no lodo, no animal está lá na ganga de instintos, assim é o processo que ela vai despertando a mente e, no ser humano, ela se desperta entre ilusões que salteiam a inteligência. Saltear é assaltar. É um roubo à mão armada.
E, inteligência não tem a ver com diploma e com intelecto. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. O sujeito pode ter cinco doutorados e tem alguém analfabeto que tem mais inteligência.
Inteligência não é isto! não é intelecto. A ilusão que é um processo que tem a ver com desejo, um querer com emoção, com sensação, com sentimento, com pulsão, com compulsão, gera uma situação que pode, em sendo contrariada pela inteligência, assaltar a inteligência, amordaçá-la, deixar ela no quarto e seguir adiante comandando as ações para, depois, lá na frente, desiludir-se.
E, a desilusão e o qué é voltar para o quarto escuro, desamarrar a nossa inteligência, deixá-la falar e ela vai dizer assim: ‘eu queria ter me manifestado’. A desilusão é sempre assim: como é que eu cai nessa, como é que eu acreditei nisso, como é que pude achar que eu ia ser a exceção do Universo, que eu ia passar por aqui e não ia acontecer comigo o que acontece com todos os seres humanos que passam por esse caminho? É a brilhante frase de Paulo na Carta aos Romanos, em que ele diz assim: ‘Por ventura tropeçaram para que caíssem?
’ (Rm 11:11) Quem tropeça para cair? Nós tropeçamos para pular, para ficar de pé. Todo mundo cai, mas eu vou.
Eu sou eu. Eu vou passar por aqui. Eu vou passar por essa experiência e vou sair inteiro lá.
E não vai! O que aconteceu? A inteligência, que é construção evolutiva, que é patrimônio evolutivo, ela é experiência evolutiva, aponta para você e diz assim: não, isto não está fechando!
Mas, a pulsão, o desejo, o querer. . .
Isto é uma coisa interessante. Mário Cortella foi no programa do Jô Soares, ele perguntou oque é ética? É dífcil, não é?
Mas, Mário Cortella foi tão inteligente, não ficou dando conceitos e disse assim: existem três coisas: o que eu quero, o que eu devo e o que eu posso. A ética é harmonizar essas três coisas, porque nem tudo o que eu quero, eu devo; nem tudo o que eu devo, eu posso; e, nem tudo o que eu posso, eu quero. Você pode, mas não quer.
Eu posso, mas não quero. Eu quero, mas não posso. Eu quero e posso, mas não devo.
Eu devo, mas não posso. Eu devo, mas não quero. O processo de tentação é um processo ético-moral.
ético-moral. Ele vem pela emoção, pelo sentimento, pela pulsão, pelo desejo, pela compulsão, daí, pode chamá-lo de libido, entendendo libido como um desejo de tudo, o desejo como um todo. E o que é o start da evolução?
É como um dever, porque o dever impõe um desafio, porque o dever vai brigar com o meu querer e vai, dessa briga, definir, para mim, os contornos das minhas possibilidades. É o confronto do dever com o querer, porque é assim: em um primeiro estágio primeiro estágio evolutivo, em que não tem esse conflito, eu só faço o que é agradável para os meus sentidos. Eu quero beber água se estou com sede, eu quero parar de ter fome, eu quero esquentar se estiver frio eu quero esfriar se está quente, embora tenham muitos seres humanos vivendo aí na sociedade nessa lógica ou nessa falta de lógica.
São autômatos. Daí, dá um passo adiante e eu já começo a perceber que não é possível uma convivência de dois ou de mais, se todos fizerem tudo o que querem. Não tem jeito, é impossível.
E, daí, começa a primeira percepção da possibilidade, dos limites. Há limites. Está lá em O Livro dos Espíritos, se você estivesse sozinho, em uma ilha deserta, você não precisa ter lei moral.
Lei moral pra quê, se só tem você? É claro que isso é um estado hipotético, não existe, porque no minimo é eu é Deus no mínimo dois: eu e Deus. Daí, não tem jeito: começam os limites os limites e as limitações.
Mas, tudo começa em uma ilusão que assalta, que amordaça, prende que sequestra e deixa em cárcere privado a nossa inteligência, a nossa razão. Toda vez que nós caímos espiritualmente, a nossa inteligência foi sequestrada. foi sequestrada É o famoso golpe da pirâmide: só cai quem quer ter uma vantagem rápida e perde todo o dinheiro, porque o desejo, a concupiscência lá da Carta de Tiago, a pulsão, a compulsão atropela a inteligência.
Depois que a pessoa descobre o golpe, o golpe é infantil. Nenhuma criança de quatro anos cai em um golpe de pirâmide, porque os contornos são o extremo da irracionalidade. Tem um caso judicial, que no vídeo apareceum rapaz deitado em uma cama dizendo que é um mega empresário de uma grande empresa pedindo para fazer um depósito.
Quem vai estar deitado em uma cama com short, um jovem de vinte e poucos anos? Um megaempresário? Me dá o seu dinheiro?
Você só cai nisto, se estiver com muito desejo de ganhar um dinheiro rápido que não venha do esforço e do trabalho. Esse desejo amordaça a sua inteligência, atropela, sequestra a sua inteligência. É disto que o texto irá falar, aqui, e nós veremos os detalhes, como é o processo, como é que a ilusão cria processos.
Qual é a regra? A regra é que não pode. Não pode?
Então, eu vou criar uma regra. Que é o caso deles. A serpente fala: não, a regra diz que não pode, vamos mudar a regra, vamos mudar a regra criar um mundo em que nós seremos os deuses.
Mas, qual era a proposta? Era ser imagem e semelhança de Deus. Não é ser Deus, é ser semelhança.
Não é igualdade. É uma relação de dependência. ‘Ah, mas tira essa regra que está incomodando, porque daí eu harmonizo’.
Só para finalizar, eu me lembro de Flávio Gikovate, quando mostraram para ele alguns grupos que tinham adotado a seguinte conduta: tudo era possível, você fazia tudo o que estava com vontade. Tinha um relacionamento entre cinco pessoas, que moravam na mesma casa e eles diziam: ‘a nossa maneira de viver é assim: tudo que dá vontade, nós fazemos’. Fecha com esta frase e passa para o Gikovate.
Ele fala assim: ‘acabamos de assistir, agora, uma regressão para a infância’. Isto é um estilo de vida infantil. Esta é a dinâmica psicológica de uma criancinha.
Crescer, tornar-se um adulto, viver em sociedade é exatamente limitar o desejo, encontrar o ponto: devo, não devo, quero, não quero, é possível, não é possível. Posso ou não posso, não no sentido de devo ou não devo, mas é possível? Por exemplo, eu quero pular de um prédio de cinquenta andares e voar.
Você não pode. Não é no sentido de que você não deve, é que você não tem possibilidades mesmo. Você não tem essa possibilidade.
Ah, mas, eu vou estar com um equipamento, com paraquedas. . .
ah, aí você deve, porque, agora, você pode. Nós temos a possibilidade de voar? Não temos.
Mas, podemos entrar em um avião. Então, ampliou a possibilidade. Mas, sempre vai ter algo que não é possível.
Possibilidade e impossibilidade, dever e querer: estão aí os três elementos. E, é isto que está em jogo nessa história e na evolução espiritual, até que o nosso querer – sai lá da letra do Caetano Veloso, ‘a bruta flor do querer’ – deixa de ser uma flor grotesca e se transforma em uma flor delicadíssima, tão sutil, tão suave, tão sofisticada que, daí, eu já confesso que não sei o que é ‘querer’ e o que é ‘dever’. Eu não vou dizer assim: ‘Eu devo cumprir a vontade de Deus’.
Mas, ‘a minha comida é fazer a vontade de meu Pai’. ‘Eu não estou fazendo isto porque eu devo fazer, eu quero! Este é o meu desejo.
’ Mas, daí, é top da escala espírita. É top model, é modelo e guia. Não é um processo simplesmente que eu me submeto a um ordenamento exterior, de fora para dentro.
É um processo em que houve uma educação do querer. O desejo atingiu culminâncias e prazeres que superam, em muito, o prazer material de confortável e de desconfortável. Nós experimentamos isto.
Quando você faz uma coisa que gosta muito, você vara a noite, com fome até. ‘Vem Fulano! ’ ‘O quê?
Sair daqui? Me deixa aqui. ’ ‘Mas, está desconfortável!
’ ‘Desconfortável está, mas está prazeroso’, porque é um prazer onde vai se tendo uma sofisticação. Nós vamos falar disto tudo aqui.