COLAPSO DA TERRA 💥 #Ritaem5Minutos #14

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Tempero Drag
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Video Transcript:
Oi temperadinhes estou passando aqui antes do vídeo  começar para lembrar vocês que estamos migrando de plataforma de apoio se você nos apoia na Orelo  eu peço que você clique no link da descrição para passar a nos apoiar no apoia-se. E caso você  ainda não seja nosso apoiador e apoiador e queira conhecer as vantagens de ser, como clube  do livro, aulão, etc. Clica no link também para se informar.
Bom é isso, vamos pro vídeo, beijinho  tchau-au. Oizinho, esse é o Rita tem 5 minutos, o quadro que a gente tenta debater um tema num tempo mais curto mas quase nunca a gente consegue Bom moçadinha estamos voltando aqui  pra produção, a gente teve um rápido hiato no canal. Postamos três participações que eu fiz  em podcasts, debatendo assuntos muito interessantes recomendo que você não viu você vai lá ver.
E agora estamos de volta pra programação normal do canal, normal do canal. Adivinha sobre  o que que a gente vai falar? Apocalipse e fim do mundo.
Já fazendo uma confissão para vocês, é  o seguinte. A gente ia fazer o vídeo longo do canal mês passado, Setembro sobre a crise  das queimadas no Brasil, né sobre o que a Marina Silva, ministra do meio ambiente  chamou de terrorismo ambiental. Menina, eu fui compilando os dados, separando os artigos,  investigando os autores, vendo as fotos eu é coringuei.
´É assim amizades, eu vou deixar infinitas  referências aqui na descrição do vídeo, vou pedir que você se informe, vou deixar alguns  Episódios de Podcast, se você é mais do podcast. Mas nós estamos no Brasil defrontados com um  ponto de inflexão, né. Nós estamos às vésperas de uma mudança de tudo que a gente conhece  para sempre.
Primeiro talvez seja importante pontuar que os desastres ambientais que a gente  tem vivido nesses últimos tempos, já são o nosso novo normal pro Brasil. A gente tá falando sobre  as secas, sobre as enchentes, sobre as estiagens e isso já vai ser o que a gente vai ter como  normalidade climática no nosso país, uma coisa que já é sabida paraos cientistas climáticos  é que os países de clima tropical são os que vão ser mais afetados pelas crises climáticas,  isso claro infinitamente agravado pela pobreza social que a gente foi condicionado como países  de Capitalismo dependente Periferia do sistema. A gente tá falando né e inclusive na alteração do do  padrão de vegetação e clima do Brasil, a gente já tem no Brasil a nossa primeira área de clima  árido, de deserto, né uma região desertificada na Bahia.
E agora a gente tem a ameaça de outras  regiões do nordeste que antes eram regiões de caatinga se convertendo em regiões de deserto.  o tema Desse nosso RITA em 5 minutos, que você já viu que não vai ter 5 minutos, é o colapso do  sistema terra. E aí já vou te avisando né porque a gente e tá lidando com uma coisa chamada ansiedade  climática, é provavelmente esse episódio possa ser um gatilho para você.
Então vou começar primeiro  fazendo uma referência textual, uma reportagem que foi publicada em junho de 2024, agora recente,  cujo título era, "Desespero, raiva e sensação de fracasso atinge cientistas climáticos diante da  falta de ações efetivas". Ela foi publicada pela primeira vez na Folha de São Paulo, ela é assinada pela Juliana  Miranda. Eu já falei brevemente sobre alguns dados dessa reportagem no podcast que eu gravei  pra agência pública sobre ansiedade climática e narrativas do fim do mundo.
A gente vai deixar  o link aqui na descrição. Mais especificamente eu quero falar aqui sobre um professor da USP que  dá um dos depoimentos da reportagem. O Paulo Artaxo ele é astrofísico, um pesquisador muito  renomado, reconhecido, professor da USP.
Ele faz parte do ipcc né que é um dos mais importantes  eh relatórios e centros de pesquisa que tenta influenciar na produção de políticas no que diz  respeito ao meio ambiente e energia. O Paulo né que é um pesquisador sério, que é membro do  ipcc, ele diz que hoje a equipe de cientistas climáticos que tá por exemplo no ipcc, já tá  em um racha. Metade deles acredita que já não tem mais nada para ser feito, né de que nós estamos  em curso e não há nada que possa ser feito.
Em curso para a sexta extinção em massa do planeta, a  gente tá falando de alguma coisa como 3 bilhões de pessoas, isso claro sem ter dimensão  de fauna, Flora, vegetação, biomas, e etc. Existe uma outra metade, que é a metade da qual o Paulo  faz parte que acredita que a hora de trabalho é agora, que nós estamos vivendo os os momentos  derradeiros e mais urgentes para que a gente consiga reverter os pontos de não retorno  do desastre climático. Voltando pro título da reportagem né quando a gente fala sobre  desespero e sensação de fracasso, dos cientistas climáticos em relação à falta de ações concretas  eu vou tentar ancorar um pouco isso quando a gente tá pensando o que que tá acontecendo como  política nacional no Brasil agora, por exemplo de transição energética ou a falta disso.
O governo  Lula Alckmin já anunciou pro orçamento do ano que vem, 2025 uma redução de 18% no que diz respeito a  investimento em transição energética. Veja se você me entendeu é para atender o arcabouço fiscal   para atender a Sana de Déficit zero de um dos Estados menos endividados do planeta. E  isso é um consenso entre os economistas né, nossa dívida comparada com a do Japão, com a dos Estados  Unidos, com a da Alemanha não é nada, a gente praticamente não tem.
Mas a gente tem uma Sana de  que o PIB brasileiro ele deve ser usado para remunerar rentista, para dar dinheiro na mão de  quem faz especulação, para pagar quem vive de forma improdutiva, né, para remunerar capitalistas. Bom,  nessa sanha a gente vai ter um orçamento pro ano que vem que é quase 20% menor do orçamento desse  ano que já é pífio. Um dia antes do discurso dele na assembleia geral das Nações Unidas.
Que foi  um discurso lindo que o Lula fez, que ele falou que o nosso tempo tá acabando, que a gente precisa  de mais coragem, que os governantes ao redor do planeta precisam fazer, precisam se comprometer. E   um dia antes, ele estava com o presidente Nacional da Shell no Brasil, o Cristiano Pinto da Costa  e com Weel Sawan, CEO Global da Shell. Veja se você me entende, um dia antes de ir pro palanque  internacional das Nações Unidas, o presidente que a gente lutou para eleger, para parar  com o negacionismo climático e os absurdos e o fascismo bolsonarista.
Ele tem antes da ONU no dia  anterior uma reunião com os barões do petróleo, com os maiores interessados em explorar petróleo até  a última gota, que São Palavras do nosso Ministro de Minas e energia. Nessa reunião a Shell entrega pro  Lula um estudo para a exploração de petróleo até a última gota né. A gente tá falando inclusive sobre  a foz do rio Amazona, áreas de preservação indígena, áreas de preservação ambiental, e áreas que a  gente não consegue dimensionar o impacto que vai ter abrir um poço de exploração de petróleo. 
Já falamos sobre isso em outros vídeos, caso esses postos sejam abertos agora eles demoram mais  de 7 anos para começar a produzir os primeiros Barris. Quanto tempo você acha que nas atuais  condições climáticas a gente tem? Se estamos berando 50º agora como a gente vai estar em 7 anos  continuando investindo em energia fóssil?
Algumas outras coisas que eu achei que valia a pena  comentar é que em setembro aqui no Brasil dos 3. 245 brigadistas lutando para conter o fogo  que se espalha pelo país inteiro, 70% deles são indígenas e quilombolas, inclusive na descrição  eu tô deixando um podcast para você acompanhar o dia a dia de um brigadista lutando contra  os incêndios no Brasil. Entre 2015 e 2023 a indústria do petróleo no Brasil recebeu mais  de 260 bilhões em renúncias fiscais.
Imagina se esses impostos tivessem sido coletados e  revertidos em política de transição energética. E aí a gente chega propriamente ao título do  vídeo né que é sobre o colapso do sistema terra. Tem um relatório e a gente também vai deixar ele  aqui em link mas é o relatório PHC é Planetary Health Check, ele é publicado pelo Instituto Ponstan  que é um dos principais né institutos de pesquisa climático do planeta, que influencia na produção  de política pública, ele é um instituto alemão fundado em 1992.
Primeira vez que esse estudo foi  publicado o relatório, ele foi publicado na Science Advances, que é uma das revistas científicas  eh nesse campo né de monitoramento de desastre climático e mudança climática mais respeitadas do  planeta. O relatório observa nove órgãos vitais é como eles eles chamam pro funcionamento, pro bom  funcionamento do planeta Terra. Desses nove a gente tem quatro que estão em colapso e falência, dois  que estão próximos do colapso e da Falência, e três cujo monitoramento dos índices fala que ainda tá  tudo bem.
"Ai Rita, não vou ler o relatório né não nãome dou com texto acadêmico, não quero ler o  relatório. " Se você quiser tem um documentário na Netflix para você assistir, ele se chama, a Terra No Limite,  a ciência do nosso planeta, ele foi feito ali na altura da cop 26. E ele fala exatamente sobre  eh a falência desses sistemas terra, só que ele já tá desatualizado, dele para cá a coisa piorou  bastante.
Então eu vou tentar elencar aqui os sistemas que estão em colapso. O que que a gente quer  dizer por colapso? É que eles estão próximos ou já passaram um ponto de não retorno, não tem mais como  recuperar, os cientistas não sabem como ao menos.
E o que eles veem é que essa é a marca de uma  mudança para uma outra coisa, um novo normal. Bom o primeiro deles que tá em colapso, é o órgão  Vital de mudanças climáticas, por mudanças climáticas a gente pode entender por exemplo  aquela notícia que eu já contei para vocês, temos o primeiro deserto do Brasil na Bahia. O  Brasil que era um país que não tinha nenhuma área de deserto uma zona desertificada, agora tem,  e ela fica no nordeste brasileiro.
O ponto dois é a mudança da integridade da biosfera, ou seja, quando  a gente tá falando sobre os seres vivos do planeta terra a possibilidade deles continuarem  vivos ou não serem extintos. Para ilustrar o que que a gente se refere eu peguei uma notícia  de que 90% dos Corais no estado de Alagoas já morreu devido ao aumento da temperatura do mar. E  aí toda vez que eu falo eu gosto de perguntar você tá entendendo, que de cada 10 corais que tinham em  Alagoas, nove estão mortos por causa da elevação da temperatura da água.
A gente tem um outro ponto  que é a modificação dos fluxos biogeoquímicos do planeta, a gente tá falando por exemplo dos  ciclos de fósforo e nitrogênio na terra que são essenciais para crescimento das plantas mas  como o uso indiscriminado de agrotóxicos altera isso, e pode inclusive, fazer impactos  que a gente ainda não consegue muito bem dimensionar, na vida marinha e nos corpos de  água ao redor do planeta. Esse tema tá intimamente ligado ao próximo que tá em colapso dos sistemas  dos órgãos vitais da terra, que é o uso de novas substâncias químicas no planeta. São químicos  sintéticos né.
Se você não viu eu te recomendo voltar alguns vídeos quando a gente falou sobre  colonialismo químico no Brasil e o número de agrotóxicos encontrados 9, 10, 11 na comida  industrializada que você compra no Mercado. Saquinho de bisnaguinha com 11 agrotóxicos,  saquinho de salgadinho torcida de queijo com 10 agrotóxicos. Saindo do sistemas em colapso e  e me movendo agora para aqueles que começam a dar sinal de colapso, é a gente tem um que é  que é flagrante no Brasil que é a mudança de uso do sistema do solo.
A gente tá falando por  exemplo de acabarem áreas alagadas, Pantanal. A gente tá falando do desaparecimento de vegetação  nativa, como por exemplo, o cerrado. A gente tá falando por exemplo da transformação de áreas de  Floresta em áreas de passagem, que é o principal motivo pelo desmatamento da Amazônia no Brasil, né  dados recentes falam que 90% das áreas perdidas, por exemplo, por fogo, incêndio criminoso é para  transformação em área de pastagem.
A gente ainda tem um agravante que é os gases liberados  pelo gado pelo sistema digestivo do Gado, o pum do Gado, é um dos gases é de maior efeito  destrutivo pro planeta, e de aumento dos gases de efeito estufa, ou seja, contribui para a retenção de  calor na nossa atmosfera. O próximo sistema que começa a dar sinais de falência é o do uso da água  doce aqui São Paulo onde eu falo com vocês. Não sei até quando, né porque não sei até quando vai dar  para ficar aqui.
Os nossos reservatórios de água são sete, deles cinco estão abaixo da metade no  que eles podiam reservar. A gente vai nos próximos meses passar por uma crise hídrica sem precedentes  em São Paulo. A gente já tem notícias de que os cenários climáticos sobre mudança climática que  a gente via como alarmistas, estão sendo agora considerados como conservadores, pelos cientistas. 
A perspectiva né de degradação, o tamanho do buraco, a gravidade da coisa é muito pior do  que muitos cientistas imaginavam, cientistas mais conservadores. Vamos pra lista dos sistemas  que estão bem. A acidificação dos oceanos, a camada de ozônio e o uso de aerossóis atmosféricos.
O  sistema classifica eles como vermelho, esses em colapso. Amarelo dando sinal de colapso eminente. E  verde né com medidas sob controle, normalizadas, normalizáveis.
Eu tenho terminar com esses que tão  bem, porque dois deles né, sobre o uso de aerossóis e os buracos da camada de ozônio, são coisas nas  quais nos empenhamos enquanto humanidade durante os anos de 90 e 2000. A gente passou algumas  décadas tendo essas como preocupações centrais das Indústrias, dos produtos, do funcionamento das  sociedades ocidentais. E a gente conseguiu reverter o tamanho de buracos que eram maiores do que  a Austrália na camada de ozônio.
Tento terminar por aqui e retomar a matéria que eu uso para abrir  a discussão, é quando Paulo Artaxo fala que ele faz parte da metade dos cientistas climáticos do  ipcc, que acredita que o tempo que a gente tem para trabalhar é o agora. Se o futuro tá perdido se não  tá, a gente não vive no futuro a gente vive este tempo histórico e o futuro é sempre decorrência  das lutas do presente. Bom, vou fechando por aqui a gente não conseguiu 5 minutos eu imagino.
Peço  desculpas a Roxelly que vai dar uma gatilhada que eu sei, minha amiga. E seguimos na luta né,  tentando informar difundir informação e alterar a nossa capacidade de demandar política pública  em um outro sentido. Que o Brasil não seja transformado num pasto pro agronegócio alimentar  porco da China com soja e criar gado pro resto do planeta, enquanto a gente morre cozido aqui dentro. 
A gente se vê semana que vem. Beijinho e até lá.
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