Resumo Quarto de Despejo - Carolina Maria de Jesus

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Vestiba de Med
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Video Transcript:
Oi Friends aparecia aqui no canal de novo meio do nada mas é porque eu quero postar os dois livros que Ainda faltam aqui no canal e que vão cair na UFPR de 2022 Então hoje eu vou falar sobre o quarto de despejo da Carolina Maria de Jesus que é o Diário de Uma favelada então eu vou fazer esse vídeo de um jeito meio diferente que eu fiz os outros eu vou contando mais ou menos as coisas que acontecem e fato sobre a história e vou fazer alguns intervalos em que eu leio o livro com as
próprias palavras da autora é importante a princípio que a gente tenha um contexto de quem foi Carolina e como que esse livro acabou sendo publicado a Carolina ela mal teve instrução ela teve Ela estudou por dois anos ela não teve acesso a isso por causa da pobreza e ela aprendeu a escrever escrevendo né então tipo ela teve o básico do ensino e ela começou a escrever nos cadernos descartável Então ela era uma catadora de papel era a forma que ela encontrou de sustentar os filhos dela ela morava na favela do Canindé que nem eu citei
antes e ela vai achando esses cadernos e escrevendo diários contando como que é o dia a dia na favela ela escreve isso assim sem nenhuma romantização porque vida real sabe então já tinha sido escrito alguns livros sobre a favela só que aquela primeira pessoa que escreve isso num relato biográfico Então ela conta a história que ela passou e a família dela passou então eu vou falar sobre alguns aspectos que aparecem no livro O principal deles é a fome o livro inteiro a gente ler sobre fome praticamente todos os capítulos fala sobre a rotina extremamente difícil
que ela tinha que ela acordava tipo 5 da manhã para conseguir água para ir buscar água ela tinha que catar papel o dia inteiro sem saber se ela ia ter alguma refeição naquele dia então ela fala da dificuldade de viver num Brasil de 19 em que não tinha o básico A pior coisa desse livro para mim e é o que machuca diretamente quando eu li esse livro eu passei um livro inteiro chorando foi que essa realidade não mudou Isso já faz 70 anos e ainda tem milhões de pessoas passando fome no Brasil e eu inclusive
anotei o dado que eu pesquisei de 2022 sendo que já passaram 72 anos a gente não resolveu o problema ainda hoje em dia tem mais de 17 milhões de famílias não 17 milhões de pessoas vivendo em favelas isso é 8% da população de acordo com o Instituto locomotiva e mais de 33 milhões de brasileiros passando fome então esse livro tem mais de 70 anos só que ele é extremamente atual e talvez até intensificado em cenário de pandemia O Diário de Uma favelada é uma história de uma mulher preta pobre mãe de três filhos numa favela
e em um cenário de muita violência e de muita miséria é muito interessante a forma como ela mostra a favela como ela realmente é sem romantização porque muitas vezes a gente escuta por aí assim de algumas opiniões meio senso como um meio nada confiáveis que as pessoas pobres são mais solidárias são mais próximas mas ela mostra que não que na favela não existe solidariedade ela fala inclusive com essas palavras ela conta sobre tipo toda a violência que ela enfrenta então tipo ela tem três filhos O João José a eu vou conferir um segundo João José
José Carlos e Vera Eunice e ela conta que já aconteceu de um menino de 9 anos tá bêbado e vim bater nos filhos dela então ela vive com confusão o tempo todo ela fala sobre mulheres que apanham dos maridos e às vezes é um século de violência na favela em que uma pessoa sai da casa ela conta de um caso de uma mulher que saiu da casa nua e o cara ia bater nela e as Crianças vendo Aquilo é uma situação assim terrível e ela conta isso tipo diariamente tipo bizarra a rotina da família Tenho
apenas dois anos de grupo escolar mas procurei formar meu caráter a única coisa que não existe na favela é solidariedade viu fiscal circulando e falando fui ver que se tratava estava procurando senhor Tibúrcio ele faz barracão para vender ele pede esmola na Rua Direita ele não precisa e não reside na favela ele Já construiu sete barracões e vendeu Tipo isso tem o físico defeituoso e a alma também esse caso específico do Tibúrcio ela fala um pouco ali um pouco melhor ali naquele dia que ele meio que se aproveita da pobreza das pessoas para conseguir tirar
dinheiro não tem o mínimo de empatia pelas pessoas que estão naquela situação entrando mais a fundo na questão da Fome ela fala muito sobre a cor da Fome para ela a fome é amarela ela fala inclusive que a tontura da Fome ela é diferente da tontura da bebida e ela tem uma frase específica para isso que inclusive eu já vi no Instagram e em alguns lugares que ficou uma frase conhecida que é a tontura do álcool nos impede de cantar mas a da Fome nos faz tremer percebi que é horrível só terá dentro do estômago
E isso acontece com muita frequência no livro Então eu fui marcando livro sabe a maioria desses papeizinhos são algumas dessas falas que ela tem sobre a fome sobre a dificuldade que ela passa para conseguir sustentar os filhos dela para mim uma das piores cenas do filme do filme doida se fosse né Se fosse se fosse só um filme do livro Ela tá na página 40 se você se você tem um livro e quiser ler também que é uma história muito pesada que talvez foi o que uma das que mais mexeu comigo na história que ela
conta a história de um menino que dá entender que ele é bem novinho que ele é criança e ele cata lixo para comer e aí ele encontra um pedaço de carne no lixo e Ele oferece para Carolina e a Carolina não ela aceita um pedaço mas ela não come porque ela vê que tem alguma coisa errada e daí eu vou ler esse trecho deu-me aos pedaços para não magoá-lo aceitei procurei convencê-la não comer aquela carne para comer pão duro ruído pelo rato era melhor era melhor eu acrescentei não tá escrito ele me disse que não
que há dois dias que não comia acendeu o fogo e a sua carne a fome era tanta que ele não pôde deixar a carne assada esquentou e comeu para não presenciar esse quadro sair pensando faz de conta que eu não presenciei essa cena isso não pode ser real no país tão fértil quanto meu revoltei me contra o serviço social que diz ter sido criado para reajustar os desajustados mas não toma conhecimento da existência em falsas em falsa eu acho que nos marginais daí ela fala que no outro dia Encontraram o pretinho morto os dedos dos
seus pés dos seus pés abriram o espaço era de 20 cm ele aumentou-se como se fosse borracha não trazia documentos foi sepultado como o Zé ninguém ninguém procurou saber seu nome mas de dar um não tem nome agora entrando um pouco na questão de relacionamentos amorosos da Carolina ela decide assim ela decidiu que na vida dela não quer casar Ela fala várias vezes sobre isso ao longo do livro Ela tem dois relacionamentos que é com o Manoel e com o Raimundo mas ela não aceita casar com eles ela vê muita violência entre maridos com suas
esposas na favela Então ela fala que não faz sentido ela ela ficar com alguém que bebe que vai bater nela e que não vai ajudar em nada na família Ela prefere ser mãe sozinha nesses contextos de violência a Carolina tinha um costume de chamar a polícia Então por causa disso ela era chamada de intrometida pela vizinhança porque muitas vezes ela denunciava o que estava acontecendo e as pessoas envolvidas eram punidas então eu acho importante também falar sobre o quanto a Carolina Ela é muito consciente politicamente e o quanto ela reflete sobre questões sociais Então apesar
de ela não ter tido muito o ensino não ter tido acesso à educação ela fala muito sobre o governo atual e ela é muito informada Ela leu os jornais e ela fala muito sobre o a diferença entre o discurso dos políticos e a verdade o que eles realmente fazia Então ela fala que em tempo de eleição eles iam na favela comiam a comida deles se aproximavam deles mas depois que eram eleitos não faziam nada para melhorar a situação quanto a política tem alguns trechos que eu quero destacar O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa
que já passou fome a fome também é professora quem passa fome aprende a pensar no próximo e nas crianças quando o político diz nos seus discursos que está do lado do povo que visa incluir-se na política para melhorar as nossas condições de vida pedindo o nosso voto prometendo congelar os preços Já está ciente que abordando esse grave problema ele vem ensinar as urnas depois divorcia sido pouco Olha o povo com olhos sempre cerrados com um orgulho que fere a nossa sensibilidade quanto a política ela chega até falar do Juscelino Kubitschek que eles ela vem no
jornais de todas as obras de infraestrutura que estão acontecendo que estão acontecendo mas enquanto isso o povo continua abandonado no quarto de despejo que seria a favela esses esse título ele está relacionado a uma metáfora que ela faz que a cidade é como se fosse a sala de receber visitas enquanto na favela eles meio que jogam todos os desajustados ou tudo que eles não querem que seja visto e as pessoas ficam lá passando dificuldade morrendo da Fome convivendo diariamente nessa rotina extremamente difícil e que isso está relacionado também com racismo é incrível o quanto ela
tem consciência de raça ela fala em alguns momentos que ela tem orgulho de ser preta o que é muito incrível naquela época considerando que o maior parte das pessoas que estavam na favela até hoje são negras e ela mesmo assim mesmo com todas as dificuldades ela admira a si mesmo ela fala inclusive ela era nove da noite quando comemos e assim no dia três de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome Eu adoro minha pele negra e o meu cabelo rústico eu acho até o cabelo do negro mais educado do que
o do Branco porque o cabelo do preto onde põe fica é obediente e o cabelo do branco é só dar um movimento na cabeça que ele já sai do lugar é indisciplinado se é que existe reencarnação eu quero sempre voltar preta então gente para encerrar Eu quero ler mais alguns trechos que eu sublinhei e que me chamaram atenção sobre a Carolina Essa é uma das frases mais difíceis de ler que eu senti pelo menos a Vera Eunice falou assim mamãe vende eu para Dona Julita porque lá sempre tem comida eu sempre tipo quando eu li
eu relacionei muito com uma música do Natiruts que o nome é Deixa o Menino Jogar e fala num trecho fala enquanto a criança tá morrendo de fome na tipo no colo da mãe sabe e os pais não têm condição de comprar comida e isso é tipo inaceitável é o que ela falou eu moro em um país tão fértil como é que esse tipo de coisa acontece como é que a gente não tem o básico alimento comecei a sentir fome e quem está com fome não dorme quando Jesus disse para as mulheres de Jerusalém Não chores
por mim chorar por voz suas palavras por Faces profetizavam o governo do Senhor Juscelino Bernardo de agruras Para o povo brasileiro penado que o pobre penado que o pobre Há de comer o que encontrar no lixo ou então dormir com fome você já viu um cão quando quer segurar a cauda com a boca e fica rodando sem pega-lo é igual o governo do Juscelino sempre Ouvi dizer que o rico não tem tranquilidade Espírita mas o pobre também não tem porque a luta para porque luta para arranjar dinheiro para comer isso me lembra muito aquela frase
que é muito assim do senso comum que é aquilo que tinha falado antes de que as pessoas pobres são mais solidárias que as pessoas ricas que são infelizes porque o dinheiro não traz felicidade esse tipo de coisa mas a gente está falando aqui de uma pessoa que não tinha o que comer de uma pessoa que catava papel diariamente para conseguir manter os filhos vivos e mesmo assim ela conseguia escrever tudo que ela escreveu diversos diários e ela incentivou os filhos dela a estudarem o tempo todo então é uma realidade muito muito única que o livro
faz com que a gente consiga sentir mais empatia pelo que tá acontecendo e a gente não vê que tá acontecendo é como se o livro abrisse os olhos para o mundo completamente fora do que muitos de nós privilegiados não vemos no final do da edição que eu tenho eu acho que é a mais popular né ela fala ela dá uma entrevista e ela fala assim eu era revoltada não acreditava em ninguém odiava os políticos e os patrões porque meu sonho era escrever e pobre não pode ter ideal Nobre Eu sabia que angariar inimigos porque ninguém
sabe do lado desse tipo de literatura Seja o que Deus quiser eu escrevi a realidade Então por fim eu quero concluir esse vídeo falando que eu entendo as pessoas que vem buscar um resumo da obra mas eu realmente indico esse livro eu li ele há muito tempo antes mesmo da UFPR lançar aquela lista porque ele é um livro importantíssimo para literatura Nacional a Carolina ela fez algo incrível ela era um gênio sabe se ela tivesse tido mais educação mas acesso mas oportunidades eu tenho certeza que ela ia ser uma das Sei lá talvez a maior
escritora que esse país já teve e eu acho muito importante que a gente leia para entender um pouco mais sobre o nosso país e sobre o que muitas pessoas passam diariamente então gente o vídeo foi esse eu espero que tenha ajudado vocês a ter um pouco mais de noção sobre a obra que ajude vocês na hora do vestibular eu espero que vocês tenham gostado deixem o like e mandem para os amigos de vocês que também vão fazer o fps um beijo tchau
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