[Música] este documentário tem como elemento Central resgatar uma das principais correntes teórico-metodológicas da geografia brasileira eh em que Pese a sua abordagem ter uma perspectiva de neutralidade científica de uma perspectiva de modelagem matemática de uma trajetória descritiva de se fundamentar numa perspectiva epistemológica que nós chamaríamos aqui efetivamente de um empirismo lógico trata--se de uma corrente que teve contribuição significativa na formação de geógrafos no Brasil e sobretudo na produção de um conhecimento da geografia brasileira a geografia teorética quantitativa é apresentada aqui portanto a partir de três perspectivas centrais a primeira decorre dos seus elementos teórico-metodológicos a
segunda do contexto histórico no qual se estabelece o crescimento e os motivos de crescimento desta corrente teórica exatamente a partir dos anos 60 até o final dos anos 80 e por último eh destacar os principais protagonistas desta corrente e os motivos que fizeram pelos quais eh Rio Claro se tornasse uma referência na produção desta forma de construção da geografia brasileira dessa forma de fazer pesquisa e formação na geografia brasileira então de fato eh resgatar eh a memória da geografia terá quantitativa é reafirmar uma história também da própria geografia brasileira e da sua importância no contexto
nacional a partir de Rio Claro mas também no contexto internacional a partir da su do seu diálogo e da construção desse diálogo com a geografia produzida no mundo inteiro então trata-se Eh de um Resgate histórico trata-se de um Resgate sobre a perspectiva teórica né e sobretudo da memória e da importância da geografia de Rio Claro bem meu nome é Lucia Helena de solteira Batista de Oliveira depois Gerard de Oliveira Gerard eu vim para Rio Claro fazer o curso de geografia em 67 na antiga Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro eu fui aluna
de 67 a 70 e em 72 eu comecei a ins ição do Alexandre em seguida fiquei por aqui e aí me aposentei aqui em 96 fiquei ainda 15 anos como voluntária depois de aposentada trabalhando na na pós-graduação orientando dando aulas fazendo projeto e depois desses 15 anos ainda fiquei até pouco antes da pandemia como enfim trabalhando aqui dois dias por semana fazendo a a geografia que eu fiz por 44 anos o Ariovaldo Belino de Oliveira Professor eh titular do departamento de geografia da Faculdade de Filosofia ciências e ciências humanas daqui da USP é eu me
chamo Eliseu Savério expósito sou geógrafo de Formação Eu me formei na graduação aqui em presente prudente fiz mestrado doutorado da USP pós-doutorado na sorbone panteon sou professor titular aposentado mas continuo trabalhando em pesquisas eh financiadas pela fapes pelo CNPQ porque eu sou pesquisador umb do CNPQ e Continuo trabalhando portanto na pós--graduação e foi uma experiência muito interessante a minha vinda para Rio Claro porque Rio Claro eram já eram um centro de pesquisa né então você tinha o primeiro curso de física do interior foi aqui em Rio Claro né matemática da pedagogia né as Ciências Sociais
e nesse momento que eu fui entender a própria figura do professor Dr João dia da Silveira né que foi o o idealizador e o fundador da faculdade né o campus de Rio Claro surgiu em 1958 ainda como faculdade de filosofia Ciências e Letras tendo formado as primeiras turmas de geografia nessa época e somente em 1976 a instituição tornou-se imunidade da Unesp originando conjuntamente o Instituto de biociências e um instituto de geociências e ciências exatas durante a trajetória do campus de Rio Claro e do curso de geografia a nossa unidade ficou historicamente marcada por ser um
núcleo de difusão e de desenvolvimento da geografia teorético-quantitativa bom essa geografia surgiu em 1950 lá no exterior chegou aqui no Brasil nos anos 60 e perdurou até os anos 80 mais ou menos bom essa corrente epistemológica ela defende a compreensão dos fenômenos espaciais de forma sistematizada eh através de modelos matemáticos e estatísticos pois entende-se né que o espaço é algo absoluto e ela também utiliza processo teóricos e metodológicos semelhantes à ciências naturais e exatas a geografia teorética também ficou conhecida como geografia neopositivista ou como nova geografia que seria a tradução em inglês o contexto histórico
desse período Na minha opinião é o seguinte o de 1945 a 1975 o mundo ocidental viveu um período chamado 30 gloriosos depois da segunda guerra mundial houve uma recuperação Econômica muito grande a socialdemocracia se implanta na na Europa né Eh o instaura-se um clima de guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética então a tecnologia estava em alta e portanto a linguagem matemática também entra nas Ciências Sociais e se recupera né a a tendência de carnap e depois de poper né do Círculo de Viena que diz que a linguagem matemática é a linguagem científica então
Eh eh a escola de Chicago é aquela que mantém isso como eh muito forte né Depois da tradução de eh texto de fontin em cristal por exemplo que modelizar né o espaço na geografia e né a tendência a a entender a organização do espaço dava certo por meio da linguagem matemática essa linguagem né foi importante eh também porque algumas pessoas saíram né do Rio de Janeiro principalmente do IBGE e foram fazer doutorado em Chicago E trouxeram portanto essa linguagem para cá de autores como Brian Berry Ian Burton né que foram os os primeiros né Eh
autores bem lidos do Brasil Então foi uma influência né de doutores que vieram né E trouxeram essa eh digamos assim essa tendência e no momento político do Brasil a partir de 64 que era realmente o momento de eh governo militar que reprimia né aquilo que poderia também ter alguma associação com o comunismo com a esquerda com Marxismo etc era reprimido como estudante aqui né a gente para né textos Marx por exemplo tinha que ler escondido né os livros não foram Queimados eles estavam na biblioteca mas você não podia ser visto carregando esse livro para lá
e para cá realmente havia uma certa repressão mas né como havia uma linhagem da geografia tradicional para essa geografia né crítica logo depois da Anistia de 79 nós podemos né e entrar nessas leituras com mais tranquil idade mas havia também o apoio logicamente oficial a essa geografia tá isso realmente houve eu não sei dizer exatamente como né mas a universidade era um lugar do livre pensar então podia-se né trabalhar com ela né à vontade e ela logicamente gerou n muitos trabalhos né muitos textos eh com pessoas muito importantes na geografia naquela época como chistopol por
exemplo jurgen lbu helmo trop meer que são nomes né Eh que não podemos esquecer que tiveram né uma produção científica significativa não é ela entrou lá em função do movimento da geografia a nível Mundial não é em que havia uma corrente forte da geografia a nível Mundial eh eh eh voltada pro empirismo lógico então a opção de Rio Claro não não não tá ligado à ditadura aqui no Brasil mas mas tá ligado a esse movimento internacional não é que que havia na geografia como percebemos a geografia quantitativa não esteve associada diretamente ao regime militar a
sua origem ela tá ligada a outros fatos bom contudo né aqui no nosso contexto Nacional a gente vai ter a repressão dos ideais marxistas o que vai acabar proporcionando de certa forma né a gente pode dizer assim a penetração das bases quantitativas e no contexto mundial a gente tem ali um período pós-guerra que tinha como objetivo Central alcançar maior Progresso técnico e científico e portanto essas bases quantitativas serviam para para esse contexto e retornando né pro contexto Nacional a gente vai ter ali o regime militar né mas esse regime tinha como característica né ser um
estado intervencionista ou seja esse tipo de estado ele vai se apropriar dessas bases técnicas e teóricas para conseguir atingir maior planejamento territorial para ter mais organização do espaço brasileiro e portanto a gente vai observar aí a presença do ibg nesse período que vai ser outro núcleo de difusão e de desenvolvimento da geografia teorética e o ibg vai ser a entidade privilegiada PR conseguir atingir esse maior planejamento territorial então portanto a gente vai ter um maior destinamento de recursos pro ibg que vai ser responsável por esse planejamento territorial e o fato que já não é tão
observado na Unesp aqui de Rio Claro vamos dar nome aos bois digamos assim né o movimento não se chamava geografia quantitativa teorético quantitativa porque não eram só as técnicas de quantificação que foram enfim alçadas a um grau de importância a parte teórica da geografia foi uma uma coisa muito especial pelo menos aqui em Rio Claro tá talvez no IBGE que foi outro outro núcleo em que esse movimento eh se destacou a parte quantitativa fosse mais importante pelo tipo de trabalho que eles faziam mas aqui em Rio Claro a parte teórica da geografia teve mais peso
talvez do que a própria quantificação embora a quantificação aparecesse mais porque era uma coisa novidade que chocava digamos assim de uma certa maneira né mas a parte teórica foi muito importante tanto que na época a gente fez curso de epistemologia a gente fez curso de eh teoria das das classificações espaciais que seria regionalização a gente fez um monte de cursos de teoria mesmo para depois fazer a parte de quantificação de estatística certo então o nome é geografia teorético quantitativa tanto que o boletim que surgiu nesse momento para esclarecer as pessoas e também para dar vazão
àquilo que a gente vinha pensando a respeito desse assunto chamou boletim de geografia teorética e não de geografia quantitativa tá e se você você fizer uma pesquisa e uma um levantamento estatístico sobre os artigos do do boletim certo e daquela época mesmo de nós membros desse desse movimento digamos assim certo você vai ver que a boa parte dos trabalhos tem um cunho teórico mesmo aqueles que têm uma aplicação quantitativa eles têm uma base teórica que justifica aquela aplicação não é então o Começando por aí agora por que que eu me inseri nessa história bem em
função do meu orientador certo e por que que eles se inseriam nessa história ele e outros ele o Ceron o Miguel Sanchez enfim a a Lívia pessoas daquela época porque ã eu acho que é uma coisa assim muito importante que explica tudo a biblioteca de geografia daqui sempre foi não sei se é ainda mas sempre foi uma das melhores do Brasil e uma das boas do mundo tanto que muitos estrangeiros que nós recebemos aqui e que foram a nossa biblioteca se encantaram com coisas que inclusive eles não tinham nos países dele então por que que
isso aconteceu o fundador do curso de geografia aqui e um instalador da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras em 58 se chamava João Dias da Silveira tanto que o nosso Campus se chama João Dias da Silveira né e ele era geógrafo certo e ao instalar o curso de geografia ele recebeu do governador da época do Governo do Estado verbas para instalar os outros cursos também a faculdade de Filosofia mas no caso da geografia ele foi a Europa comprar bibliografia então ele trouxe de lá certo Peri mapas e ele trouxe algumas revistas a partir do número
um de 1800 não sei quanto tá e assinou passou a assinar essas revistas principais revistas e ess essas assinaturas se mantiveram depois dele tá então conclusão nós acompanhamos aquele tempo não tinha internet não tinha essa coisa certo então onde a gente bebia conhecimento na biblioteca a gente passava horas lá certo página por página fando as revistas que chegavam e sabendo o que tava acontecendo e a gente os professores e eu no caso como era bolsista né participava muito eu e outros eh começaram a perceber que a Geografia tava mudando tanto a geografia que vinha da
Europa quanto a geografia que vinha dos Estados Unidos da Alemanha certo eh mesmo a geografia francesa que era tradicional quer dizer aqueles estudos de caso únicos particulares estavam dando lugar a estudos mais eh generalizados que procuravam descobrir padrões com relação ao ao espaço a organização do espaço e tudo né e muitos desses estudos vinham eh além da parte teórica certo como a teoria das localizações espa a a a teoria da distribuição da indústria e a teoria da da distribuição da cidades eles vinam acompanhados de uma metodologia para que você pudesse tirando dados da realidade configurar
essa essa expressão teórica na realidade então vinam aí as quantificações certo e então então eh a geografia Traz essa questão dos paradigmas a questão da utilização de modelos na aplicação para análise da geografia eh a estatística a importância da estatística ela é parte da geografia empirista lógica né Eh que se desenvolveu a partir de 1939 eh nos Estados Unidos e nos nos países de língua inglesa e é uma uma geografia que tem característica eh bem particular não é ela ela Visa Visa visava trazer eh pro Brasil a influência do empirismo Lógico o empirismo lógico é
uma corrente que derivou do positivismo não é então Eh eh é por isso que ela tem importância eh significativa pra geografia Mundial dentro das características apresentadas pelos professores a gente tem que ressaltar aqui que o empirismo é um método no qual eh o conhecimento só poderia ser aprendido através da experiência real e não teórica ele também é caracterizado por ser profundamente descritivo devido a sua modelagem matemática eh essa corrente de pensamento também se também incorpora à filosofia analítica da linguagem que vai defender que as explicações teóricas devem ser analisadas a partir da lógica a gente
também tem a presença do método hipotético dedutivo que parte do geral para compreender o particular aí eh origina-se né modelos e teorias Gerais e todo esse arcabouo era para tornar a geografia mais científica pra época agora para o Brasil Quer dizer eu acho que eh a geografia de Rio Claro só apareceu no âmbito brasileiro e até um pouco internacional nós recebemos alunos de pós-graduação de fora também os nossos professores se projetaram fora eh por causa dessa linha porque aquela geografia tradicional não que não tenha valor Tem sim mas ela passou a ser digamos assim menos
importante pro arcabouço teórico da geografia como um todo não é você descrever uma um município uma propriedade agrícola ou uma região por ela mesma pelas suas caracter únicas não passou a não ter mais tanto interesse quer dizer a busca por padrões quer dizer então isso que eu tô vendo aqui ele pode ser generalizado estendido para cá né então isso deu a geografia uma uma outra perspectiva e um outro valor digamos assim no contexto das ciências uma outra coisa que foi importante foi o diálogo da Geografia com a estatística com a matemática com a filosofia com
as Ciências Sociais de modo geral então aí entrou antropologia sociologia economia isso tudo não fazia parte da geografia certo eram conhecimentos estanques eles lá nós aqui na medida que essa abertura aconteceu ela não se abriu só para as técnicas de modo geral ela se abriu também para esses outros conhecimentos porque muitas vezes as técnicas e apresentavam resultados que só a geografia não explicava e aí então esse diálogo com as outras ciências que foi muito importante abriu a geografia né então eu acho que teve Tudo a Ver embora criticada no começo depois ela passou a ser
encarada com uma coisa normal usa quem quer o instrumento a quantificação usa quem quer quem não quer não usa e tudo bem Tá agora a parte teórica Não essa a gente tem que estudar todo mundo papel de Rio Claro na geografia naquele momento ele era cientificamente e politicamente importante primeiro que você n já comentamos isso você mesmo lembrou a gente vivia um sistema né de governo militar né que não incomodava a tendência da geografia quantitativa incomodava outras tendências segundo lugar né os geógrafos de Claro tinha um papel forte na Caps e no CNPQ então havia
portanto direcionamento dos financiamentos tá eh e a relação entre eh a geografia de R Claro e o BG também era muito forte isso isso transformou num digamos assim num num eixo né Rio Rio Claro né como o um dos principais polos da geografia brasileira Isso aí foi forte não isso não tem dúvida né o IBGE era um órgão é um órgão do estado brasileiro e e e e e ele eh tratou de formar seus técnicos eh fora do Brasil então Eh o IBGE manda mandou fazer mestrado nos Estados Unidos eh de vários professores que trabalhavam
no no IB ou na na federal do Rio de Janeiro nãoé Então essa combinação é que vai exercer influência não é então tem tem vários brilhantes professores que fizeram sua carreira nos Estados Unidos e fizeram muito mais por influência do IBGE porque e eh o o o departamento de geografia da federal do Rio de Janeiro ele tem a sua formação colado no com o IBGE não é então é por isso que tem teve essa influência e que levou a presença do empirismo lógico e lá primeiro o IBGE tem um núcleo de geografia certo eh esse
núcleo de geografia eh professores formados em Geografia e trabalhando com geografia não com estatística dentro do IBGE tá porque tem um núcleo de Senso estatística e o núcleo de geografia Então esse pessoal a gente sempre teve muito boas relações com eles tá tanto que vieram aqui dar cursos ou participar de eventos e não sei o quê Quanto o pessoal daqui foi para lá para participar de de atividades deles e tudo né Eh então eu por exemplo só consegui fazer o meu doutorado porque o Espiridião faz sol que era na época o diretor da da do
núcleo de geografia lá do ebge eh me permitiu usar o ebg não tinha computadores próprios ele usava os computadores da PUC Rio tá que eram Ultra modernos os melhores que você tinha no país então o ebg tinha uma área lá na PUC de processamento né que tinha lá um um computador que era essa sala aqui ó inteira de armários assim cheio de luzinhas e tal que era o computador IBM 1130 eh o IBGE foi fundado na década de 30 logo depois da fundação dos primeiros cursos superior de geografia eh somente em São Paulo e no
Rio de Janeiro eh porque para que o Brasil pudesse a geografia brasileira pudesse se unir a união geográfica internacional a ugi e para que nós pudéssemos nos unirmos né a geografia brasileira eh pudesse estar ligada a o gii eh nós precisaríamos ter geógrafos trabalhando profissionalmente existia aquela aquela necessidade da da prática né da da da do do geógrafo né profissional e o IBGE foi a nossa ponte para que nós pudéssemos fazer as nossas relações com a ugi a união geográfica internacional aquela história se a geografia era uma ciência ou não era uma ciência não é
isso eh começou a ser discutido nãoé eh e através de uma matematização né através da linguagem matemática na época colocava né Nós seríamos nós vamos dizer estaríamos no rol de cientistas mais valorizados né era um problema de altaa afirmação também da da das ciências humanas e princialmente da Geografia a união geográfica internacional a ugi é uma entidade profissional que promove o encontro de diversos geógrafos do mundo todo com o objetivo de dialogar e desenvolver a geografia enquanto ciência na época os geógrafos ligados ao ibg ou ocuparam Tais espaços fato que levou Rio Claro a se
relacionar com o IBGE e portanto com a ugi a seguir os professores apresentam outras causas que deram origem à corrente de pensamento em Rio Claro eu me lembro que eh Rio Claro tem tinha né pelo menos tinha por exemplo assim os as revistas né coleções inteiras das revistas que eram compradas e importadas né e também havia uma influência da ugi né porque o pessoal de Rio Claro tava ligado a ugi então língua inglesa ugi publicações dos Estados Unidos e da Inglaterra Então você tem essa Eh vamos dizer assim essa fonte da informação eh científica eh
justamente por serem jovens e não terem aqui os seus orientadores seus formadores que já tinham saído daqui Carlos Augusto Figueiredo Monteiro a Elsa Keller ar França enfim esses professores que eram da USP e ou de outros lugares vieram dar aula aqui já não estavam mais aqui então esse pessoal mais jovem com essa bibliografia nova e não sei o se sentiram Livres a USP também tinha essa bibliografia lá não aconteceu vendo essa mudança Puxa vida o negócio tá mudando nós não podemos ficar na mesma certo Então vamos começar a estudar se formou um grupo de professores
e alguns alunos bolsistas desses professores e a gente se reunia se eu não me engano era toda quinta-feira a gente entrava numa sala de aula com material certo e aí a gente se reunia para discutir aquele material aqueles artigos conclusão a partir daquilo ideias foram surgindo certo e aí então as pessoas começaram pesquisadores e alunos e tal começaram a Eh escrever a ter ideias próprias a respeito daquilo certo e o resultado Tá aqui chegou uma uma hora que V publicar onde você vai mandar lá na época tinha boletim Paulista de geografia que era da GB
de São Paulo e tinha revista brasileira de geografia que era do IBGE a revista brasileira de geografia já estava começando a publicar artigos desse teor porque o pessoal do ebge também estava eh trabalhando nessa linha e a digamos assim a a o espaço paraa publicação era pequena Eram poucas publicações hoje você tem centenas e tem na internet e tudo Naquele tempo não eram só essas duas certo tinha uma no Recife se eu não me engano mas era muito pouco então o que que a gente resolveu Ah então vamos fazer uma revista Nossa Rio Claro não
tinha né então começamos a publicar o boletim geografia teorética Esse é o primeiro número tá feito artesanalmente como a gente tinha condição de fazer na época como a gente pode ver a associação de geografia teorética agetel ela se originou a partir de um grupo de estudos que era autônomo e que envolvia ali jovens professores e alunos e que acabaram depois originando ali o boletim em 71 e a revista de Geografia em 76 que foram meios de divulgação Científica pra geografia de Rio Claro daquela época né portanto a gtl teve ali um papel Central na na
firmação de uma identidade da geografia pré-época e também pr pra relevância dessa geografia no contexto Nacional porém a partir da década de 1980 a geografia teorética de força e é superada pela geografia crítica né que problematizava ali a sua neutralidade científica os estudos a históricos e também a sua visão Idealista da sociedade na realidade você tinha era mais uma geografia técnica e com o surgimento do material dielétrico através do Marxismo percebeu-se que faltava uma geografia crítica né em relação a uma geografia meramente técnica muitas vezes considerada alienada prestadora de serviço por quê Porque a a
a ideia que se tinha né na na na União da da formação do geógrafo né era o geógrafo prestador de serviço a geografia servindo para alguma coisa eu acho que assim a tendência a utilização do método hipotético dedutivo com com força com clareza é uma contribuição até disciplinar para a geografia Porque como a linguagem matemática era a a base né da comunicação os modelos né as matrizes eram digamos assim o a intermediação de toda a produção científica ela teve um papel do ponto de vista da organização dos trabalhos certo por outro lado em contraposição a
isso eu criticaria por exemplo a exacerbação da linguagem dos instrumentos das medidas né digamos das Convenções pesos e medidas etc eh falando mais alto do que o cientista por exemplo o mapa a matriz eram mais importantes do que né a interpretação do cientista mas eu acho que também o que faz o enfraquecimento de uma e de uma tendência é a a não renovação do quadro de pensadores né as pessoas foram se aposentando n em no Rio de Janeiro Rio Claro Sergipe e tal e não houve uma renovação do quadro que seguisse a mesma metodologia e
o mesmo método Eu acho que isso enfraquece um pouco O que por exemplo aconteceu Diferentemente eu tô falando em contraposição pr pra gente ent end né na geografia crítica como ela não foi monolítica ela gerou tendências diferentes mais radicais de Campo menos radicais em outros quantificação ela é um instrumento a mais que o geógrafo pode dispor certo para fazer as suas análises enfim Agora não adianta nada você ter números e fórmulas se você não tem uma teoria por baixo se você não tem o conhecimento da realidade se você não conhece a realidade com a qual
você tá lidando e se você não tem uma base teórica para explicar aquela realidade os números as fórmulas não servem para [Música] nada [Música] h