Racismo no Brasil - Brasil Escola

[Música] [Aplausos] [Música] Olá pessoal tudo bem meu nome é João Gabriel professor de sociologia e falaremos hoje sobre o tema racismo no Brasil mas antes de começar a aula sobre esse tema super polêmico se inscreva no nosso canal e deixa o Sininho ativado para receber as nossas [Música] notificações Bom moçada racismo no Brasil Eita hein falar desse tema não é muito fácil não até porque há pessoas que dizem que não há mais racismo né E essa aula tem uma função além de passar alguns conteúdos tem uma característica exatamente bem direta a respeito do tema que

é analisado por nós de modo científico pode ficar tranquilos que aqui não é uma aula meramente de opinião né ah se eu acho que tem ou não tem não nós colocaremos dados no final da aula nós vamos discutir algumas questões relativas a estatísticas né mas uma Primeira ideia introdutória é o seguinte o que que a gente pode pensar como racismo como que é definido isso né primeiramente o racismo é visto como um conjunto de teorias de crenças né que estabelece uma hierarquia entre raças entre etnias essa ideia né de modo bem geral é uma ideia

que foi disseminada no mundo inteiro hoje quando nós Pensamos a respeito de racismo né Nós pensamos isso essas hierarquias e esses conjunto de teorias e crenças vamos lembrar que essas hierarquias elas são hierarquias sociais elas são artificiais elas são criadas elas não são biológicas ou naturais não existe nenhum determinismo biológico para isso existe uma coisa que eu quero começar aqui já nessa período introdutório a gente pensar a respeito é o seguinte mesmo que nenhum geneticista contemporâneo ou biólogo molecular né que se preza um bom cientista mesmo que o conceito raça não seja mais utilizado por

eles esse tema já caiu esse termo não é um termo mais usual dentro das áreas da biologia muito menos as áreas sociais é preciso lembrar lembrar que na mentalidade né no Gosto Popular de modo geral ainda supostamente existe raças Ainda existe essa crença de que os seres humanos são classificados entre raças então para começar a aula lembramos nós não utilizamos o termo raça utilizamos o conceito etnia OK pra gente entender o tema racismo no Brasil é preciso salientar que o racismo ele não se estrutura meramente de uma forma muito prática de uma forma exatamente muito

Evidente o racismo também ele é imbricado né misturado numa relação de sutileza o racismo por exemplo no Brasil foi muito bem estudado por vários autores e destacaria ele né O pai da sociologia brasileira clássica Gilberto Freire na obra Casagrande senzala aqui tem uma aula minha para você assistir e aprofundar também sobre esse tema Vamos pensar a respeito do primeiro a Primeira ideia básica da aula em 1890 Marchal Deodoro da Fonseca naquele então naquele momento Presidente da República no iniciozinho da nossa República né logo após o golpe de 1889 instituiu um decreto lei certo dizendo a

respeito sobre imigração no Brasil e esse decreto dizia algo né geral mais ou menos assim abre o Brasil para todas as pessoas capazes e válidas para o trabalho desde que né não estivessem com processos criminais em seus países de origem com exceção de africanos e asiáticos esse decreto Era sim ele foi publicado em 890 e determinava claro e evidentemente a vinda e a e a e a o incentivo de imigrantes europeus pro Brasil principalmente italianos e tal portugueses espanhóis mas negando por exemplo a vinda de africanos e asiáticos Isso aqui é uma mera dica para

você de uma referência Histórica de como que as leis do Brasil logo no nosso período pós escravidão já são consideradas leis racialistas o racismo não tá apenas na prática da escravidão que esse aí é até senso comum isso é a básico Isso é óbvio agora como pensar no período Republicano pós Abolição esse processo o nosso código penal exatamente no artigo 140 determina a injúria racial Ou seja é crime né no Brasil por injúria crimes característicos de formas estão de eh formas de violentar de derrubar a imagem de uma pessoa por sua questão de origem étnica

e é diante disso que surgiu ah em 981 no já na né no finalzinho já da do nosso processo de consolidação da reabertura democrática a lei 7716 essa lei desde ela já completou aí seus praticamente 30 anos de idade né essa lei ela é instituída sobre o crime de racismo a lei do crime de racismo ela pune na lei com punição até como prisão pessoas que cometem o crime de racismo e é interessante lembrar que por ser crime o racismo no Brasil ele é extremamente Sutil ou seja não é porque ele foi criminalizada essa conduta

que ela deixa de existir nós temos uma sociedade que tem números que tem comprovação empírica dessa realidade racial e portanto é preciso lembrar que em vários casos quando uma pessoa ela é acusada de ter cometido o crime de racismo que é um crime inafiançável geralmente o advogado consegue abrandar a pena e colocar para injúria racial que Aí teria uma forma mais Branda de punição é isso que hoje especialistas do direito pesquisadores do movimento negro consideram que o Brasil é um país quea ter uma manutenção racialista muito forte porque as nossas formas de combater o racismo

que estão em todos os lugares tá no humor tá na piada na brincadeira da escola tá nos comentários tá na fala de pessoas importantes públicas entende elas são extremamente legítimas elas estão legitim ou legitimadas desculpa pelo Gosto Popular então por exemplo se eu enquanto Professor às vezes faço uma piada racista dentro de uma sala de aula muitos alunos riem dando legitimidade a uma conduta e uma fala racista então portanto é preciso lembrar da onde vem Quais são as características históricas né que colocam o racismo com tanta evidência ainda no Brasil vamos pensá-las quais são Então

os elementos né que podem ser considerados históricos que sustentam ainda mesmo depois de processos abolicion istas mesmo depois de crimes raciais né que seja punição na lei ainda ter racismo no Brasil acho que a Primeira ideia a nossa herança escravocrata nós Ainda temos uma mentalidade onde a escravidão mesmo que ela seja ilegal mesmo que ela esteja distante já há mais de 130 anos de nós a escravidão ainda permanece com alguns resquícios basta a gente identificar por exemplo certas formas de trabalho que não são entendidas como pelo menos aceitas pela população como forma de trabalho que

devem ter proteção da Lei carteira assinada toda regulamentação trabalho de domésticas nós sabemos muito bem que existe uma seleção baseada na cor da pele para esse tipo de trabalho isso não é legítimo isso não é legalizado do ponto de vista formal mas se você fazer uma pesquisa simples você encontrarão vocês encontrarão na verdade que as mulheres que trabalham nos serviços domésticos a imensa maioria delas são mulheres negras se a gente fizer um um balanço mesmo assim de comparação passado presente é possível identificar isso muito claramente um outro problema grave que nós temos para essa manutenção

é evidentemente como que nós tivemos um processo de exclusão né uma não incorporação da população negra logo após a escravidão nós tivemos um racismo como o Gilberto Freire mesmo falava assimilacionista um racismo que assimilou olha só assimilou brancos e negros numa sociedade e tendeu a naturalizar as desigualdades econômicas e sociais as formas de não incorporação da população negra nos elementos mais básicos da Cidadania e da dignidade humana consideram e constituem esse racismo que se perpetua uma terceira Evidente Evidente ideia claro que é as questões das próprias leis raciais que nós falamos aqui agora aá pouco

o Brasil mesmo depois do processo de Abolição que colocou a escravidão como crime ele é um país que ainda teve Por incrível que pareça teorias raciais que fossem legí que tentasse legitimar a escravidão para você provar sobre esse tema inclusive aqui ó a indicação de uma videoaula sobre as teorias raciais que constituiu na verdade intelectuais que tentaram justificar que negros eram biologicamente inferiores a brancos lembrando essas teorias já caíram por terra não é isso não é ciência mas depois disso ainda tentou se justificar Por que certos trabalhos para brancos porque certos trabalhos para negros e

sabe de quando nós estamos falando isso nós estamos falando que essas teorias raciais sobreviveram até os anos 1940 beleza podemos falar de Três Gerações apenas anteriores a nós Ok um outro elemento fundamental também é que o racismo ele se estrutura de tal forma na na nossa realidade brasileira dentro além das próprias teorias de forma de segregação espacial o nosso racismo ele também é claro e evidentemente além de ser Sutil ele é muito violento e aí é partir desse último elemento que são questões né práticas que o eu vou colocar estatísticas eu vou colocar estatísticas para

arregimentar nossa aula nós não estamos aqui agora fundados em opiniões mas sim em dados dados que são do Atlas da violência dados públicos do próprio Acho que até o próprio Ministério do Trabalho no Brasil Ministério da Justiça que regulamenta essas questões raciais quer ver vamos lá o atlas da violência de 2017 diz a população negra eh também Corresponde à maioria 78,9 dos 10% dos indivíduos com mais chance de serem vítimas de homicídios Olha só nessa semana né ou seja recentemente nesse mês nesse ano no nos Estados nos Estados desculpa no estado do Rio de Janeiro

nós tivemos assassinato de crianças com balas perdidas todas em comunidades e sabe uma coisa em comum entre essas cinco crianças clássicas é que todas elas eram negras ou seja não é matei porque não vou matar Porque é um negro não não não é isso mas quem está mais vulnerável necessariamente a essas questões em média os brasileiros brancos ganhavam em 2015 de acordo com o atlas da violência e de acordo com o ipia o dobro do que os negros ganhavam os os brancos r$ 89 e os negros cerca de R 898 em média e aí ISO

está vinculado a processo de desvalorização do trabalho dificuldade de acesso à escola de permanência nas universidades porque devemos observar que a lei de cotas ela conseguiu ampliar a entrada né de certos indivíduos nas universidades mas ela não garante permanência ela não garante que o indivíduo pobre negro periférico por exemplo consiga terminar o seu curso superior eh terceiro elemento ainda segundo o relatório do ipia e principalmente da pesquisa Nacional por amostra de domicílios o penad 67% Dos negs no Brasil estão incluídos na parcela dos que recebem até 1,5 salário mínimo cerca de r$ 1400 entre 2003

e 2013 o número de mulheres negras assassinadas cresceu 54% ao passo que o índice de feminicídio de modo geral das brancas caiu 10% no mesmo período de tempo ou seja o dado estatístico né do do próprio penad nos mostra que a quantidade de feminicídios a mulheres negras Então nesse marcador social né que é a pele a cor ela aumentou em em relação ao número Geral de feminicídios que diminuiu compreende e por último os dados do mapa da violência de 2015 coloca que o Brasil por exemplo é um dos países com maior número de mortes de

populações negras em decorrência de violência também policial da onde tiram esses dados os dados são do mapa da violência de 2015 né da faculdade latino-americana de estudos sociais os dados são do ipea Instituto de Pesquisa Econômica aplicada e do penad pesquisa Nacional por amostra de domicílios pensar a respeito da questão racial galera não é uma questão meramente de opinião como eu afirmei durante toda a nossa aula nós estamos falando de uma espécie de relação social permanente e secular o Brasil tem o problema do racismo há muito século A grande questão é nos perguntar agora em

pleno século XXI com tanto avanço tecnológico etc por o racismo ainda persiste e ainda mais como fazer para combatê-lo porque o racismo se combate racismo não se dialoga porque o racismo é um crime ele moralmente na minha concepção foi a pior forma que a humanidade Já construiu para segregar seres humanos beleza pensa nisso bom moçada foi essa a nossa aula sobre racismo no Brasil se você gostou da aula por favor me deixa um like mas não se esqueça aprofunda lendo os temas que nós deixamos os links aqui na nossa descrição e também nos acompanha nas

redes sociais temos o Facebook temos o Instagram e temos o Twitter agora você na nossa próxima vídeoaula um grande [Música] abraço