QUEER | Daniel Craig e Drew Starkey numa história de amor gay bastante tímida (Crítica)

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Meio Amargo | Canal de Cinema
O livro Queer, de William Burroughs, foi proibido durante mais de 30 anos, devido à descrição do rom...
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para um filme tão focado nos desejos e no tesão queer consegue ser um tanto frio old Queen Oi eu sou Bruno Carmelo hoje eu vem falar do filme queer dirigido pelo Luca guadino e adaptado do livro clássico e em certa medida autobiográfico do William burrows mas antes eu queria pedido para você seguir o canal do meha Margo aqui em cima e ativar as notificações para não perder nenhum vídeo novo essa é a história do Lee interpretado pelo Daniel Craig ele é um americano vendo no México ele tá radicado ali por causa do vício dele em
ópio Lembrando que nessa época o livro foi escrito na década de 50 o vício em drogas fazia dele um criminoso e o obrigava a viver longe do seu próprio país e em suas buscas por Encontros com outros homens ele conhece o erton interpretado pelo JW Stark que é o oficial da Marinha norte-americana Por quem o li fica perdidamente apaixonado embora o rapaz mais novo não esteja tão interessado assim nele a primeira linha de diálogo desse filme é você não é queer e depois com o melhor amigo dele o Joe interpretado pelo Jason shortman o Lee
pergunta sobre vários caras será que ele é queer será que ele não é queer essa questão de identidade é fundamental aqui e se hoje a gente associa com muita facilidade queer al Gia lésbica não binário não normativo na época a coisa ainda era muito mais Nebulosa o temo queer a princípio significava esquisito bizarro tudo que fugia a norma então você não precisaria ser necessariamente lgbtq a mais para ser cuir bastava você se portar se sentir se identificar com uma maneira que não fosse o padrão da sociedade vigente e queer inclusive já foi um verbo To
queer alguma coisa que significava deturpar ou modificar algo então aqui no filme O queer se associa a essa ideia de alguma coisa que a gente investiga a gente tateia mas não consegue realmente nomear nem identificar com muita clareza assim como próprio William borrow tinha muitas questões acerca de sua própria sexualidade o Lee também tem alguns questionamentos sobre a sua posição como homem já um pouco mais velho procurando rapazes mais novos e o hton afirma um pouco mais paraa frente que ele não se identifica como queer e ele tá sempre com uma grande amiga que alguns
imaginam que seja namorada a tira colola Portanto o filme explora muito bem essa ideia do proibido ou do não pertencimento a gente tem um homem que não sabe muito bem se pode se assumir como gay vivendo num país que não é o dele ele não domina a língua espanhola e o Li também não pode falar muito abertamente sobre esse vício em drogas que para ele é um motivo de vergonha ele se sente sempre estrangeiro deslocado e é muito curioso que nesse contexto seja o norte americano aquele que não pertence aquele que tá deslocado No resto
do mundo enquanto os cidadãos mexicanos e de outros países da América do Sul estão muito bem em seus próprios lugares parte dessa estranheza que vem do queer decorre da decisão do Luca guanin em recriar tanto o México quanto os países da América do Sul em estúdio na Itália ele nunca realmente quer que a gente acredite nesses lugares como naturalistas é claro que aquilo é um cenário a gente tem uma luz um p do Sol que é super artificial e também bares apartamentos ruas que são claramente cenográficos nesse sentido guardando as proporções a gente pode fazer
uma aproximação entre o queer e o Kelli uma das obras máximas do faz Binder que também tinha essa ideia ideia de um marinheiro expressando a sua homossexualidade em um país que não era o seu num cenário também claramente artificial embora o querelli fosse muito mais longe muito mais ousado isso Décadas atrás o caráter um tanto estranho também decorre desse jogo de oposição entre os dois homens o Li é muito afobado muito desajeitado ele fala mais do que devia ele age depois se arrepende ele tá sempre um pouquinho com cabelo desajeitado um pouco Suado ou seja
ele é todo impulso e inconsequência enquanto hton representa o seu exato oposto Ele é um homem muito comed um tanto indiferente um tanto Blazer ele percebe que aquele homem tá perdidamente apaixonado por ele e ele usa isso quando ele deseja Depois de muita insistência do americano mais velho erton se deixa beijar ele consente ali com ato sexual mas ele nunca parece profundamente interessado no outro cara então se por um lado a gente pode falar que essa é a base de um romance um tanto tradicional por outro lado ele se aproxima muito mais de um relacionamento
tóxico dependendo de como você prefer enxergar então é muito curioso que esse filme inteiramente dedicado aos desejos e as pulsões possa parecer um tanto frio durante mais de uma hora o le não tem nenhuma atividade nenhum conflito nenhum objetivo ali na Cidade do México ele apenas transita de uma pousada ao bar e de uma rua pra rua ao lado sim ele persegue o hton ele tá de olho nesse rapaz mas tirando isso ele não tem muito o que fazer dos seus dias e chama atenção que tanto o Luca ganino quanto o roteirista o Justin kurit
apontem que o livro do William boros é muito tímido em relação ao sexo e por isso eles queriam fazer um filme muito mais ousado que encarasse de maneira muito mais frontal o sexo e a Sexualidade e de chega a ser até engraçado que quando a gente assiste ao filme A gente encontra duas cenas de sexo um tanto tímidas mesmo constrangidas Por parte dos criadores uma delas é de fato um pouco mais próxima dos corpos e dos acontecimentos mas daí os ângulos são cuidadosamente pensados para não se mostrar nada demais e na segunda cena de sexo
que é um pouco mais explícita a gente tem a câmera Bem Mais afastada a imagem Mais afastada para preservar o pudor dos atores ou até do próprio espectador e sempre que possível a câmera desvia o olhar seja para Algum objeto no quarto ou pra janela Por que tá acontecendo lá fora na rua porque ela não consegue sustentar o olhar ali direto em dois homens transando do começo ao final mesmo em cenas bastante curtas e é isso que a gente considera radical hoje é isso que é algo realmente ousado pros padrões da indústria do Século XXI
é muito curioso esse tempo de nudz esse tempo em que as pessoas se fotografam nuas se fotografam transando se filmam colocam na internet ou tem acesso a vídeos e fotos imagens pornográficas com muita facilidade mas também criticam quem faz isso detestam filmes com cenas de sexo com intimidade então a gente tá numa contradição absurda e se a gente pensa nos cineastas Pioneiros de um cinema queer de 50 60 70 anos atrás e aí eu falo do faz Binder do Kenneth Anger do Derek jarman do Jean J em 1950 eles já tinham coisas muito mais radicais
e usadas na apresentação da homoafetividade dos corpos do sexo da sexualidade ao mesmo tempo cria-se essa ideia de que um ator é muito corajoso por ter aceitado fazer cenas de intimidade com outro homem sim o Diner Craig é um ótimo ator e a composição dele é muito competente aqui ele é uma pessoa que respeita bastante os afetos queer já interpretou vários personagens gays tanto no teatro quanto no cinema mas parte da aclamação que vem pelo trabalho dele em queer decorre dessa coragem que ele teria em aceitar fazer cenas de sexo com outro homem e a
gente não percebe como isso ainda é manifestação de um preconceito de achar que dois homens estando juntos seria um sacrifício dele em nome das Artes dramáticas pra gente falar olha até onde ele é capaz de ir e nesse momento a gente só mostra como a gente ainda não percebe o afeto entre dois homens o a idade entre dois homens como algo perfeitamente natural ou tão digno de ser retratado no cinema quanto afeto seis hétero entre um homem e uma mulher mas de volta à estrutura do queer o filme impressiona por ter uma divisão um tanto
curiosa em três partes isso porque a primeira parte ocupa mais de uma hora de filme depois a gente tem uma parte dois de 15 minutos então essa divisão é bastante desbalanceada desequilibrada e quando os personagens saem da Cidade do México para explorarem outros países em busca da easc a gente parece ter ali quase dois filmes diferentes e ali no relato de de viagem a gente começa a enxergar um pouco desse Luca guanina do me chame pelo seu nome que adora pegar cenários de viagem de turismo como algo exótico algo idealizado que vai reparar os males
dos seus personagens através de um contato com uma natureza exuberante e perfeita e nesse caso esse tipo de olhar e de ponto de vista acaba exotizar as culturas indígenas o guanin no escolhe a Leslie manville que é uma excelente atriz Mas para ser uma espécie de porta-voz da iasca para falar em nome das Comunidades indígenas sobre as propriedades da planta e ele resume um país inteiro a uma floresta uma impressão de ilegalidade de algo secreto de magias de Poções que é bastante eurocêntrico em termos visuais o filme continua sendo bastante artificial só que ele sai
de uma artificialidade um tanto naturalista a gente ainda acreditava um pouco naquelas dades cenográfica para algo que Abraça a fantasia a magia a gente tinha algumas liberdades poéticas muito bonitas na primeira parte tinha o lce sentindo como um fantasma ficando invisível ou ele saindo do próprio corpo para beijar o hton numa sala de cinema mais que a gente encontra em termos de metáfora ou de poesia ou de Alucinação na segunda parte vai muito mais longe é só com essa viagem da easc que o filme consegue realmente fazer com que os personagens tirem de maneira muito
literal o que eles têm dentro de si enxerguem de maneira mais frontal seus próprios desejos se confrontem suas angústias seus medos e a sua homofobia internalizada a gente pode falar nos momentos mais instigantes esteticamente e também os momentos mais problemáticos politicamente Então essas partes parecem na verdade filmes um tanto desconexos o l sai da posição de um homem dependente de drogas com crises de abstinência muito Profundas para se converter num turista muito mais corajoso Alegre e apaixonado e empolgado com essa aventura é claro que essa viagem já existia no livro do William borrow mas aqui
da maneira como ela é retratada Ela faz com que seja muito fácil ao espectador por exemplo gostar muito da primeira parte e não da segunda ou vice-versa E aí é interessante a gente pensar que queer foi criado pelos mesmos artistas de rivais apresentado um pouco mais cedo em 2024 também a gente tem exatamente o mesmo diretor roteirista equipe de efeitos visuais de trilha sonora montagem direção de arte e produção as mesmas pessoas maisev parecer muito mais coeso muito mais coerente com a sua proposta ele era um filme com muito mais tesão talvez por retratar pelo
menos oficialmente à primeira vista muito mais os relacionamentos heterossexuais do que os possíveis desejos entre os dois rapazes e ele também era mais bem resolvido nesse retrato da sublimação da sexualidade para alguma outra forma de atividade que era o tênis no caso do rivais e essa viagem da iasca no caso do queer no final o queer não é um filme ruim longe disso ele oscila entre ser tímido demais por um aspecto ser Místico demais em outro entre desejar por uma parte um filme que é um tanto concreto um tanto palpável com uma cidade reconstruída artificialmente
e por outro lado um filme muito mais artificial Mas digital com vários efeitos visuais e alucinações na segunda parte os personagens de queir no final se parecem bastante com fantasmas espectros ou como se tudo aquilo não Se passasse de um sonho e como talvez se essa história não tivesse jamais acontecido é isso eu fico por aqui hoje me diz aqui nos comentários Se gostou do queer Segue o canal do me Margo aqui em cima ativa as notificações me acompanha nas redes sociais também @me amargos e no site me amargo.com onde eu publico novos textos diariamente
até a próxima
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