Importação e exportação | Podcast Rádio Novelo Apresenta

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Rádio Novelo
O que acontece quando vidas passam pela alfândega. No primeiro ato: uma conversa com Sarah Azoubel...
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no rádio tá começando mais um episódio do rádio novela apresenta eu sou a Branca Viana [Música] Você conhece aquela expressão tipo exportação em princípio ela quer dizer que um produto foi fabricado ou foi selecionado sob medida para o gosto de quem vai importar de quem vai comprar só que aqui no Brasil muitas vezes quando a gente fala de café tipo exportação carne tipo exportação a gente está falando de coisas que a gente faz com mais Capricho tipo o excelente não é para gente é para os outros países esse fluxo de exportação e importação é uma
coisa que interessa para os dois lados um lado tá recebendo um produto de qualidade e o outro tá ganhando dinheiro todo mundo sai feliz só que nem todos esses acordos terminam assim Aliás nem sempre existe de fato um acordo entre quem está exportando e quem tá importando o episódio dessa semana começa com história que é ao mesmo tempo um case de sucesso e um tremendo problema não sei nada dessa história e eu acho que a gente vai falar de uma injustiça também né um pouco quem me contou essa história foi assar as rubel ela é
bióloga e passou mais de 10 anos trabalhando genética e biologia molecular antes de trocar as pipetas pelos microfones hoje em dia ela faz podcast mas tá aqui para falar de um geneticista bom essa história começa lá atrás em 1956 quando esse cientista que chamava work quer ou então às vezes as pessoas falam vai ficar no geral aqui no Brasil o pessoal chama ele de professor quer porque acho que facilita as coisas Apesar desse nome com toda a pinta de Gringo ou ele quer era brasileiro na época dessa história em 1956 ele tinha 34 anos e
era professor da faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro no interior de São Paulo essa faculdade depois ia virar uma das unidades da UNESP a Universidade Estadual Paulista o quer além de geneticista era agrônomo e antomólogo que alguém que estuda os insetos e ele tinha um interesse especial pelas abelhas aí juntando essas três especialidades ele era o homem certo no lugar certo para resolver um problema que a gente estava tendo aqui no Brasil as nossas colmeias não estavam se saindo muito bem na produção de mel porque aqui no Brasil que a gente tinha
eram abelhas de origem europeia que na verdade não se adaptavam bem ao clima tropical Então ela já tinham vindo de um tempo atrás séculos atrás desde a colonização várias vezes em vários lugares das Américas Mas enfim aqui nas partes mais quentes elas tipo não gostavam muito bem o que o Brasil precisava era de algum tipo de abelha melífera que se desse bem por aqui que se adaptasse melhor ao clima quente do que a variedade europeia e fizesse a nossa apicultura deslanchar e a solução parecia estar no continente africano a África tem essa mesma espécie de
abelha que tem na Europa só que é uma variedade um pouco diferente e na África como é um continente quente com regiões com clima mais próximo do que a gente tem no Brasil tinha abelhas muito mais produtivas no clima que seria mais aproximado ao nosso então a ideia era trazer algumas abelhas da África para cá mas não era um plano de importação puro e simples era um plano de melhoramento genético o quer queria coletar uma porção de abelhas africanas trazer para cá e cruzar com as europeias que já viviam aqui mas tudo isso de um
jeito super controlado pegando as melhores características de cada uma para gerar uma variedade híbrida uma versão que fosse prosperar por aqui então ele partiu para África ele passou por vários países diferentes então eu sei África do Sul Moçambique Angola e Tanzânia pelo menos esses países nessa viagem ele acabou projetando mais de 100 abelhas africanas elas iam ser trazidas para o Brasil para começar uma vida nova fundar novas colônias que iam ser usadas naquele projeto de melhoramento genético liderado pelo quer das mais de 100 abelhas que ele importou para cá só umas 40 ou 50 sobreviveram
a viagem e chegaram bem mas ainda tava tudo sob controle ele tinha o suficiente para botar o experimento em prática primeira missão cumprida e daí ele é cruzar essas abelhas africanas com as abelhas europeias que a gente já tinha aqui e daí selecionar as características desejáveis das africanas que eram a maior produção de mel elas eram mais rústicas mais resistentes ao clima e ao mesmo tempo né eliminar as características que não eram tão desejáveis assim nas abelhas africanas E no caso a característica mais indesejável que elas tinham era agressividade Digamos que essas recém-chegadas são mais
defensivas as abelhas africanas se atiçavam e defendiam a Colmeia a todo custo com muito mais afinco que as europeias que eram mais mansas então a ideia era cruzar as duas variedades para ter a produtividade de uma e o temperamento da outra criar uma abelha resistente e boa de fazer Mel Mas não tão reativa mais tranquila só que né nada disso foi como planejado com as abelhas africanas já em solo brasileiro o quer levou elas para um apiário experimental lá perto de Rio Claro onde ele trabalhava e no ano seguinte da viagem em 1957 ela já
tinham formado com meias completas e como medida de segurança ele colocou Eles colocaram né o grupo de pesquisa uma malha como se fosse uma tela metálica na entrada de cada Colmeia que era fina o suficiente para permitir que as operárias entrassem e saíssem mas como a rainha é Maior Zona ela não conseguia passar nessa tela Então as rainhas ficavam presas ali dentro Talvez você lembre de ter aprendido isso na escola ou em algum filme de criança nas colmeias tem as abelhas rainhas que são as matriarcas responsáveis por gerar mais abelhas e tem as operárias que
fazem várias tarefas incluindo buscar néctar e pólen para alimentar o grupo as rainhas podem se reproduzir as operárias Não por isso que nos experimento do quer as colmeias tinham essa tela que deixava só as operárias passarem e mantinha as rainhas em cárcere porque afinal os cientistas queriam cruzar essas abelhas africanas de forma controlada sem oba oba e até aí tudo bem né só que num certo período que eu não sei quanto tempo depois que se passou dessas a Colmeia serem instaladas lá veio um apicultor que eles dizem que era uma apicultor visitante um apicultor visitante
e desavisado Ele olhou ali as telas na frente das colmeias e achou estranho porque as telinhas estavam acumulando muito pólen e daí ele falou nossa que coisa esquisita tá cheio de pólen aqui atrapalhando as abelhas entrando e saindo né para que isso e tirou tirou a tela tirou as telas que estavam prendendo as abelhas africanas as rainhas dentro das colmeias aquele apicultor não fazia ideia das consequências que aquele ato tão simples podia desencadear e o que aconteceu era que o quer ir trabalhava um pouco longe dali parece que há uns 40 Km desse apiário experimental
e Demorou uns 10 dias antes que ele ou algum outro pesquisador responsável chegasse para ver o que aconteceu então ele só chegaram depois de 10 dias e quando chegaram tinha 26 rainhas tinham pegado ali a galera toda e se mandado das colmeias experimentais foi uma fuga em massa 26 rainhas tinham escapado e levado a súditos e daí o que aconteceu foi que essas abelhas começaram a se espalhar muito loucamente e é o que tudo indicava não tinha mais como controlar não tinha mais como voltar as abelhas para dentro da caixa como as africanas eram melhor
adaptadas a um clima tropical elas tinham vantagem né em relação às europeias que já viveu aqui então elas começaram a se espalhar se multiplicar o negócio é que as abelhas que o tinha trazido do continente africano começaram a cruzar com as abelhas europeias que elas foram encontrando por aqui e desse cruzamento começaram a surgir a abelhas híbridas que foram chamadas de africanizadas quer dizer tava acontecendo mais ou menos o que quer pretendia fazer só que agora sem controle nenhum sem selecionar o melhor de cada variedade e o pior sem Barreiras as abelhas estavam totalmente soltas
no mundo e esse espalhamento foi assim muito rápido na década de 70 ela já estavam meio que por toda América do Sul Tropical quer dizer que a gente mandou essas abelhas híbridas de inéditas para os outros países na América do Sul também nos anos 80 ela já tinham dominado América Central e nos anos 90 elas chegaram no sul dos Estados Unidos as abelhas africanizadas só não conseguiram se espalhar pelos lugares mais frios das Américas no extremo norte ou no extremo sul mas de resto elas foram dominando geral e falando assim parece até uma situação meio
engraçada Vamos exportação acidental uma atrapalhada de um grupo de cientistas e de uma apicultor visitante dos avisado mas tem um lado mais sombrio dessa história porque Lembra que eu falei que o ponto de trazer as africanas era melhorar a produtividade das abelhas brasileiras mas ele queria o quê retirar né eliminar o caráter agressivo dessas abelhas africanas e esse caráter agressivo ele era agressivo mesmo assim porque para comparação as abelhas europeias quando elas detectam alguma ameaça ali na colmeia elas mandam os guardinhas ali sei lá 10 a gente guardinhas tem aquela agitação a pessoa ou sei
lá quem ou Que animal que seja que está fazendo aquela ameaça pode levar algumas picadas mas depois de alguns minutos elas voltam para dentro da Colmeia situação se acaba encerrou assim as africanas não estão de brincadeira mesmo assim em vez de mandar alguns guardinhas para ver o que tá acontecendo às vezes elas mandam centenas às vezes elas esvaziam a comer inteira assim então elas vão atrás da pessoa do bicho elas conseguem elas perseguem elas ficam agitadas por horas então elas perseguem mesmo não é aquela coisa assim ah fui atrás Ok mesmo e picam mesmo o
veneno dessas abelhas africanas não era diferente do veneno das europeias mas os ataques eram mais frequentes e mais violentos do final dos anos 50 quando rolou o escape até meados dos anos 80 aconteceram Vários acidentes por onde passavam as abelhas africanas ou as descendentes híbridas delas porque as pessoas não estavam acostumadas a lidar com abelhas tão reativas nem mesmo os apicultores que de repente que domar essa nova variedade e daí teve acidente com apicultor os apicultores ficaram com medo das abelhas aí vários abandonaram abandonaram as colmeias a produção de mel do Brasil que já não
era Grandes Coisas caiu lá embaixo nos casos de morte por ataque de abelha tanto em pessoas como em animais foram parar nos jornais e chocaram o Brasil e as Américas E é difícil saber quantos acidentes fatais aconteceram nesse período Mas o problema foi real só que assim a coisa daí começou a tomar a virar um monstro assim né então tudo bem tava de fato tendo ataques as abelhas eram agressivas mas ela foi tomando uma proporção meio hollywoodiana assim as abelhas foram apelidadas principalmente pela mídia na época de abelhas Assassinas começou a ter filme nos Estados
Unidos das Killer Bis então abelhas Assassinas em inglês um título geralmente dado a tubarões Piranhas orcas agora tava dando para as abelhas que a gente exportou sem querer talvez você esteja lembrando do filme Meu Primeiro Amor aquele que uma colher atacado por um enxame de abelhas a gente também pensou nisso mas a nossa pesquisa profunda aqui não conseguiu checar qual Era exatamente o tipo de abelha que picou ele provavelmente não faria diferença porque ele era alérgico mas tem vários outros filmes movidos pelo mesmo dispositivo de perigo conseguir achar a condição aqui um dois três quatro
pelo menos uns cinco filmes de Killer Bean nos Estados Unidos vários antes das Killer Bis né das abelhas Assassinas chegarem lá de fato acho que era só o medo que elas iam chegar eventualmente tem um outro que eles falavam que tá entre os piores filmes já fez mas virou um fenômeno né Essa coisa das abelhas assa o Brasil não tinha exportado só uma nova variedade de abelhas mas também um novo Pânico e quando alguém procurava um culpado né Toda vez que alguém falava das abelhas Assassinas tava lá o quer né o culpado era o quer
o culpado não era o cara que tirou as grades não ninguém culpa o cara que ninguém nem sabe quem quer não toda vez que você olhar por exemplo um artigo de abelhas Assassinas tá falando que elas foram ou criadas pelo care ou o que quer deixou escapar enfim bom tava sob a responsabilidade dele né ele era responsável faz sentido faz sentido né é que fica essa coisa né O que que deveria ter tido de segurança de medidas Enfim pelo visto não tava tão seguro assim se alguém chegou lá e tirou as redinhas e foi mas
ele ficou completamente devastado com isso assim e eu li relatos de pessoas que trabalhavam com ele que eram próximas dele e eles falam que ele de vez em quando ele se perguntava perguntava para as pessoas se um dia ele ia conseguir deixar para trás o estigma e o trauma das abelhas Assassinas isso Acabou com a carreira dele não toda vez que tinha essas notícias também de acidentes e tal eles falaram que ele sentia muito mas ele não ficou de braços cruzados o estrago Tava feito e não tinha como voltar atrás mas agora a missão do
quer era descobrir como lidar com as consequências do acidente e como lidar com as hordas de abelhas africanizadas que esse acidente tinha criado que no fim das contas eram sim mais produtivas e mais adaptadas para o nosso clima então ele e outros pesquisadores da área começaram a fazer uma porção de estudos eles investigaram afunda essa nova variedade de abelhas e estabeleceram as melhores práticas para apicultura pensaram nas roupas de proteção adequadas nas medidas de segurança para os apicultores e o resultado foi que nos anos 90 a produção de mel no Brasil decolou ficou seis vezes
maior do que era reportagens da época colocavam a gente como sétimo maior produtor de mel do mundo então tem gente que fala que esse acidente acabou meio que salvando a apicultura Brasileira de uma certa maneira até hoje Se você olhar a maior parte dos apicultores brasileiros que trabalham com esse tipo de abelha né eles preferem trabalhar com a abelha africanizada porque ela é muito mais robusta e produtiva do que a outra e hoje eles têm as técnicas para lidar com elas e só vão ter um acidente se tiver um erro muito grave alguma coisa assim
eles eles têm a situação sobre controle assim e você já deve ter ouvido falar que as abelhas aliás vários insetos tão em risco por conta das mudanças climáticas das pragas e dos pesticidas no meio dessa tragédia toda uma boa notícia é que essas abelhas que a gente criou e exportou meio que sem querer parecem ser mais resistentes algumas dessas ameaças com o passar do tempo as abelhas africanizadas foram perdendo parte daquela agressividade extrema elas ainda são mais esquentadinhas que a variedade europeia mas conforme a hibridização foi rolando ao longo das Gerações essa característica parece ter
se diluído e os próprios apicultores na hora de selecionar quais abelhas vão Criar e quais têm as melhores qualidades para o manejo acabaram ajudando a amenizar o problema e claro as pessoas entenderam que é melhor não sair cutucando Colmeia por aí quer morreu em 2018 com 96 anos e você vai ler os obituários deles e quase todos falam morreu o cara que deixou escapar as abelhas africanas assim né morre cientista que criou as abelhas Assassinas Enfim então de fato foi um acontecimento que ficou associado a ele o que eu acho que muita gente que trabalhou
com ele considera uma pena porque ele foi um grande cientista assim porque teve outros grandes feitos na carreira Ele desenvolveu muitas pesquisas dirigiu a Fapesp que é a Fundação de ampara a pesquisa do Estado de São Paulo dirigiu o ímpar que é o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia presidiu a sbpc que a sociedade brasileira para o progresso da ciência foi celebrado dentro e fora do Brasil mas essas conquistas não eram tão atraentes para imprensa quanto o caso das abelhas Assassinas a gente mesmo tá aqui falando disso 60 anos depois nessa coisa de trazer espécie
de um lugar para o outro sempre dá errado tem tanta história tem bastante errada em defesa dele naquele levou uma espécie completamente nova que ele levou uma variedade dentro da espécie mas sim hoje em dia eu acho que já ninguém faria isso dessa maneira né a gente ainda faz melhoramento genético a gente ainda introduz genes de outras variedades mas tem que ser feito com cuidado muito grande né porque senão ele pode criar umas consequências que essa foi assara azebel ela faz o podcast 37 graus que conta histórias de ciências e tá prestes a lançar uma
temporada nova para escutar é só procurar o 37 graus no seu tocador de Podcast [Música] a segunda história de hoje fala de um tipo totalmente diferente de exportação um tipo que não tem um lado bom quem conta para gente é o jornalista Rogério Galindo do jornal plural queria que você falasse um pouquinho eu sou jornalista 25 anos mas fazer essa entrevista foi uma experiência meio esquisita para mim queria saber quem era Elsa naquele momento é que eu já conheço ela entrevistada faz mais de 20 anos e conheço bem ela ela foi minha professora no curso
de jornalismo dos anos 90 orientou meu TCC e ela me apresentou para uma outra aluna que hoje é minha mulher então algumas das perguntas que eu tava fazendo eu meio que já sabia a resposta Vamos começar com umas informações biográficas Ok para resumir A Elza Oliveira é jornalista mais de 40 anos ela passou pelos principais jornais do Brasil mas eu quis gravar essa entrevista com ela porque só recentemente eu fiquei sabendo de uma das coberturas mais início da carreira dela e essa pauta meio que caiu no colo da Elsa no meio de uma consulta dela
no ginecologista eu fui ao ginecologista ao Dr Antônio vanuque e ele na época estava como diretor Clínico da Maternidade Santa Brígida que é uma das grandes maternidades aqui de Curitiba Ele sabia da minha condição de jornalista e ele falou aliás tá acontecendo uma coisa engraçada lá no hospital e eu queria te contar de repente vale a pena você dar uma investigada e ele me contou a seguinte história quando as mães manifestavam a intenção de doar os filhos né que nasciam no hospital essas crianças eram deixadas no berçário do hospital até que o Juizado de Menores
indicasse paz adotivos e esses pais aqui iam retirar essas crianças do hospital essa história aconteceu muito antes de eu ter aula com ela essa consulta dela foi em 1983 Lembrando que esse é um período antes do ECA do Estatuto da Criança e do Adolescente nessa época era assim só que o ginecologista da Elsa ela chama ele de Toninho começou a anotar uma coisa estranha de uns meses para cá né o Toninho me falou assim que uma mãe declara que não quer levar a criança para casa e tal 48 horas depois do nascimento da criança uma
assistente social do juizado de menores já chega no berçário do hospital e leva embora essa criança só 48 horas depois do Nascimento o Toninho estranhou porque esse era um Tempo muito curto para um processo como esse vale a pena dar uma olhada né do que que é que tá acontecendo nesse negócio foi até o juizado de menores que era o equivalente na época atual Vara da Infância e do Adolescente daí chegando lá já passaram para ela uma informação esquisita o escrivão disse que o Juizado tinha criado um berçário próprio que ficava num apartamento ali perto
da maternidade não eram orfanato uma instituição de acolhimento uma creche era um apartamento tipo um prédio normal Residencial a Elsa foi até lá bateu na porta uma mulher apareceu era um apartamento normal assim eu fiquei na sala só e da sala para entrada do que seria a parte interna do apartamento assim né tinha uma placa dizendo proibido a entrada de pessoas estranhas uma coisa esquisita assim para um apartamento casa normal a mulher que abriu a porta para Elsa disse que a dona da casa não tava mas que ela era irmã da Dona como no Juizado
tinha dito que eram berçário ali ah Elsa perguntou se tinha alguma criança para adoção e ela disse que naquele momento não tinha nenhuma criança ali que era irmã dela realmente tinha feito um trabalho de cuidar de algumas crianças para o Juizado mas que não era nada uma conversa meio estranha e daí logo em seguida chegou a filha dessa mulher e essa menina virou para mim era uma menina pequena ainda sei lá menos de 10 anos virou para mim e falou ah você que veio pegar o neném a minha mãe chama ele de Bruno porque ele
não tem nome ainda aí a tia virou para ela falou assim mas não tem nenhuma criança aqui sua boba a única criança que tem aqui é você daí ficou aquele clima assim meio esquisito e tal é muito estranha mas ela não tinha muito mais o que fazer por ali e acabou indo embora com mais perguntas do que respostas na época a Elsa acabou se ocupando com a apuração de outras matérias mas esse estranhamento ficou lá guardado num escaninho da cabeça dela por alguns anos quando o correspondente do jornal O Globo em Israel que chamava Eliéser
a Elsa tava trabalhando no Globo e o Eliéser colega dela correspondente em tela vive procurou ela para contar de uma coisa esquisita que estava acontecendo lá em Israel e que tinha um pé aqui no Paraná o Eliezer tava tão intrigado com essa história que ele resolveu aproveitar que ele ia vir de férias para o Brasil para dar uma esticadinha até Curitiba e Isso foi em 1984 e a história tinha a ver com adoção de crianças porque isso já tava rolando muito em Israel tinha levantado que não somente fevereiro de 1984 19 crianças brasileiras tinham sido
adotadas por israelenses não é normal esse número esse correspondente estava numa passagem rápida pelo Brasil então ele chamou a Elsa para investigar essa história junto com ele primeiro ele foi no juizado de menores que ela tinha feito Dois Anos Antes e Combinamos que ele iria ao Juizado de Menores ele tava de férias no Brasil tava junto com a mulher que ele iria ao Juizado de Menores como um casal israelense disposto a adotar uma criança foram lá ele éser e a mulher dele e no Juizado ele recebeu as orientações porque que precisava que tipo de documento
para fazer a ficha e tal e o próprio Juizado de Menores alguém que atendeu ele no cartório orientou que ele procurasse Arlete disseram não tem uma pessoa que colabora muito com Juizado e que tem todas as condições de ajudar o senhor me mandaram ele no escritório da internet adotante e ela falou com ele falou de valores e falou de dinheiro e falou de documentos e tal 3.200 na época bastante dinheiro hoje imagina a quase 40 anos quer dizer a gente não tá falando só de taxa de documentação a gente está falando de uma quantia muito
alta o que sugere que essa não era uma adoção legal Parecia um esquema de venda de crianças o Eliéser precisou voltar para tela vive e combinou com a Elsa de cada um continuar procurando essa história numa ponta ele em Israel é ela no Brasil em Curitiba e eu fui depois chegou no escritório da Electrolux uma abordagem diferente da do Eliezer ela não Fingiu que tava procurando uma criança para adotar ela se apresentou como uma repórter que tava apurando aquela história e daí foi para mim ela falou que não que não cobrava que ela muitas vezes
aceitava uma ajuda de custo mais estrangeiros davam para as mães porque ficavam compadecidos com a situação de miserabilidade e que ela fazia um trabalho filantrópico trabalho social porque ela tava dando oportunidade dessas crianças brasileiras que iam passar fome aqui que lá elas teriam uma vida digna com famílias abastadas a maior parte vai para uma família para ser filho único e vai ser muito bem tratado e tal era o argumento dela eu vou só repetir esse argumento da led ela disse que esse trabalho dela era filantrópico que ela tava dando uma oportunidade para essas crianças que
aqui no Brasil e iam acabar passando fome A ideia era assim já que a gente não tá cuidando direito por aqui melhor mandar para fora né a Elsa sabia que mesmo que essa fosse realmente a intenção por trás esse esquema era completamente irregular ela me pareceu uma pessoa super preparada para fazer o que ela tava fazendo muito esperta muito capaz assim de construir um discurso nesse sentido né de estou fazendo bem para o país para essas crianças e tal Só que essa senhora Arlete Lu não tava fazendo isso sozinha lembra tinha gente do juizado por
trás gente graúda então elas se fez ingênua ela fingiu que tinha comprado a história da led foi embora e continua investigando junto com eleiéser na sequência é que menos a maioria dos casais já vinha de Israel com toda acertadinho é Israel tinha agência de viagem que vendia os pacotes aí nos pacotes estavam incluídas as passagens as estadias hotéis o contato da Arlete Lu todas as taxas de de tradução de documento era tudo empacotado ali já bem certinho e no meio do pacote tinha uma criança uma criança no pacote brasileirinho no pacote a primeira reportagem sobre
o caso da dupla Elsa e Eliéser foi publicada no Globo em março de 84 Março dia 11 de Março mais a matéria quase não repercutivo porque o Globo jornal que circulava chegava aqui em Curitiba 40 exemplares do jornal O Globo e chegava na prefeitura no palácio do Iguaçu em algumas secretarias talvez alguns gabinetes de Deputados não eram jornal que tinha uma repercussão e não tem nada mais frustrante com repórter ainda mais numa cobertura dessas em que você sente que pode fazer a diferença na vida das pessoas do que sentir que você tá falando por vazio
e aí a Elsa não aguentou eu entreguei o meu texto sem essa retranca do Eliezer mas entreguei o meu texto e o jornal Estado do Paraná publicou eu não globela ensinava e se inscreveram no estado do Paraná eu ensinei aos Aparecida assim né do ponto de vista ético Talvez não tenha sido uma coisa absolutamente correta Sim eu imagino que para os chefes da Elsa essa decisão não ia pegar muito bem mas ela tinha resolvido seguir um instinto eu consegui garantir uma repercussão maior a que local exatamente depois que saiu no estado do Paraná e daí
a Tribuna do Paraná também entrou os outros jornais locais e não faltar no suítes reportagens na sequência para ela publicar no Globo numa entrevista que a Elsa fez naquela época com o embaixador do Brasil em Israel Ele disse que já tinha mais de duas mil crianças brasileiras lá em alguns casos os casais nem precisavam vir até o Brasil meus pais eles foram encontrados pessoalmente no motel aqui em tela vive Esse é o melhor e talvez seja esteja suspeitando pelo sotaque o lior é um desses milhares que nasceram no Brasil e foram levados ainda bebês para
Israel hoje eu moro na Cidade de no Estado de Israel eu trabalho aqui como caminhoneiro numa empresa de logística o liorte é só seis anos quando descobriu que tinha sido adotado ele era muito novinho na época não processou direito à informação mas aquilo ficou lá guardado daí quando ele fez 20 anos ele decidiu mergulhar de cabeça na própria história aí eu fui e eu enfrentei os meus pais eu apresentei perguntas e eu queria a respostas os pais do Leo contaram passo a passo do esquema para ele Arlete uma dos dois para a casa do advogado
que trabalhava com ela ele era judeu brasileiro morava aqui e lá era para fazer todo o procedimento mostrado documentos financeiros deles dos meus pais talvez atestado do serviço social alguns documentos e lá também foi feito o pagamento o melhor descobriu que os pais dele tinham pagado pela adoção sim pagaram foi para a tradução dos documentos as passagens de voo do Brasil para Israel pagar pelo acompanhamento é a pessoa que me levou do Brasil para Israel O Leo não tinha nem um mês de idade quando ele foi levado para Israel mas a logística toda foi desenhada
meses antes dele nascer quando os futuros pais adotivos deles se encontraram um hotel em tela vive com Arlete Lu e eles pediram um bebê recém-nascido Ela perguntou se ele se importasse como a cor do bebê ou como sexo do bebê e eles falaram que não em setembro eles receberam uma ligação de alguém Eles não sabem quem era que contou para eles que o filho deles acabou de nascer e que logo logo vai estar aqui em Israel Isso foi em 85 no mesmo ano em que Arlete teve a primeira prisão preventiva decretada no Brasil porque com
as primeiras reportagens foi que nem de estampar a Caixa de Pandora mas e mais casos começaram a aparecer é vendo atrás da gente denunciando muito para polícia mas tem um detalhe denunciar o quê Porque lembra a gente está falando de um período pré eca pré Estatuto da Criança e do Adolescente Naquele tempo era uma terra sem leis mesmo porque o que acontecia qualquer pessoa podia chegar num cartório de registro de títulos e documentos chega lá e dizer assim olha que minha carteira de identidade eu chamo fulano de tal eu tive um filho ontem minha mulher
teve um filho do Vivo assinada pelo médico quer dizer o sistema facilitava muito as adoções irregulares Mas o negócio é que a Arlete Lu não criou só um caminho alternativo entre todas as aspas para facilitar de novo entre aspas o acesso de potenciais países adotivos estrangeiros a crianças brasileiras que já seriam dadas para adoção isso insiste seria legal mas sei lá se você conhece o drama de alguma família que passa anos tentando adotar e não consegue ou de crianças que passam a vida toda num orfanato e nunca são adotadas talvez que esteja sentindo alguma simpatia
para uma mulher que quis agilizar esse processo Mas vamos lembrar que tinha dinheiro no meio isso pode estar pensando também as mulheres que decidem dar bebês para adoção muitas vezes estão passando por uma situação financeira complicada Talvez seja mesmo justo que quem vai adotar uma família com mais grana ofereça uma espécie de ajuda de custo para compensar os gastos com a gravidez o parto enfim até uma forcinha para reconstruir a vida a partir daí pode ser mas vamos combinar que se tem um intermediário nessa história acaba tendo mais cara de modelo de negócio com verniz
de filantropia aqui de novo a Elsa ela tinha essa discurso né então que eu tô fazendo o dinheiro que vocês me pagam é para pagar as taxas mora né oficialmente não houvesse nada de menores não cobra nada para fazer adoção mas ela dizia para os israelenses que era para pagar as taxas para pagar os custos burocráticos do processo do passaporte e para ajudar as mães para ajudar as famílias porque daí é sempre o discurso era que era uma mãe que já tinha muitos outros filhos situações de miserabilidade tal então o dinheiro para isso e ela
mantinha esse discurso assim a minha impressão que me passou foi isso é uma espertalhona que encontrou um vilão aí né um filão fácil de ganhar dinheiro e que tem um discurso muito bonito para todos os lados né livrando a própria cara OK de novo eu até consigo imaginar que alguém Ultra Liberal na economia e com uma ética digamos flexível não veja muito problema nisso mas não dá para esquecer que a gente está falando de um esquema ilegal quer dizer sem qualquer regulamentação Então se a gente vai flexibilizando um pouquinho aqui outro pouquinho ali numa lógica
puramente de mercado baseada só na oferta e na demanda O que é que se faz se a demanda por adoção tava maior que a quantidade de bebês disponíveis Arlete montou uma rede para convencer mulheres grávidas a dar em seus bebês para adoção em outras palavras aliciamento e se por um lado tinha gente dentro do José de menores no esquema da let Lu tinha também gente ali com a orelha em pé desconfiada de que alguma coisa bem errada tava acontecendo porque não eram todos os funcionários utilizados evidentemente que estavam envolvidos e esses funcionários desconfiados procuraram o
juiz que procurou a polícia na conversa com a Elza ela sugeriu que eu conversasse com o delegado que tinha comandado essa investigação um delegado que tava cuidando do caso nessa época já era um delegado da delegacia de ordem social Dr Jordão Dr Jordão o delegado José Roberto Jordão nós exercitavamos a polícia judiciária quando fomos então acionados em 85 pelo Juiz da vara de menores de Curitiba qual pediu uma investigação a respeito das adoções que correndo em número grandes por causa de estrangeiros a investigação da polícia judiciária a partir do mesmo ponto que a da Elsa
a maternidade e pegavam a criança levavam para determinados locais não assim especificamente locais destinado a creches essas coisas não podia ser um apartamento que nem aquele que Elza visitou apartamento casa né e posteriormente isso quando ficava pronto o termo de adoção essa quadrilha também viabilizava já todo esquema do aeroporto para criança embarcar também embora então era uma coisa bem assim meticulosa bem preparada né até por ser ilegal o esquema tinha que ser completo sem ponta solta e que eles tinham esquema bem montado inclusive com hotéis de Curitiba com parteiras de hospital e nesse esquema completo
tinha um tipo de serviço que não podia faltar principalmente com as moças que aliciavam gestantes assim de favelas que eram de um poder aquisitivo muito baixo que estavam passando necessidade então elas acompanhavam toda a gestação desde o início assim até o final o parto e dariam uma certa quantia em dinheiro para essa gestantes uma certa quantia não tudo porque lembra a gente tá falando de modelo de negócio não de voluntariado meu nome é Sirlei dos Santos eu moro atualmente aqui em Lages e a minha profissão é doméstica 14 anos quando engravidou o pai dela não
reagiu bem quando ficou sabendo e decidiu que assim que a criança nascesse e ia ser dada para adoção a Sirlei não teve voto sobre o que aconteceu com o bebê dela Nasceu uma menina e quando a mãe e a filha ainda estavam no hospital chegou uma mulher enviada pelo Arlete Ela perguntou para mim se eu queria dinheiro eu disse que não que eu queria o acompanhamento da minha filha apesar que eu era uma criança mas eu queria saber como que a minha filha ia ser criada ela disse não então vou te mandar foto todo mês
eu mando foto isso não aconteceu então nós convenciam essas mulheres aí agora a criança aqui de novo o delegado Jordão levavam para casas que eles alugavam para guardar os bebês e ali então ficavam 10 12 16 bebês esperando os papéis do juizado ficarem prontos com adoção para os casais irem embora numa dessas casas a polícia encontrou de uma só vez 14 bebês com essas batidas policiais o esquema acabou sendo paralisado pela polícia e pelo Judiciário no Brasil em meados de 85 e diz que ela tinha saído do Brasil 15 dias antes da decretação dessa prisão
por meio de um avião fretado que teria saído do Mato Grosso e daí nesse período ela tinha ficado em Israel de 85 meados de 85 o ano que ele já nasceu ela tava lá em Israel lembra se encontrou pessoalmente com os pais adotivos dele quer dizer o esquema ainda tava longe de acabar uma explicação que aparece é quem Israel era muito muito difícil adotar uma criança os casais em férteis em Israel ficavam muitos anos na fila existia uma baixa oferta de crianças para serem adotadas em Israel e depois parece que tem alguma coisa de uma
citação de um contato da própria Arlete Lu com a Comunidade Judaica o maior sonho de casais que queria ter um filho não tem pagou mas emocionante que é isso aqui de novo que nasceu no Brasil mas foi adotado ainda bebê por um casal israelense muitas pessoas vão dizer que eles pediram a Deus Deus não deu eles pediram Darlete e Arlete Deu sim é para você entender a importância da Arlete na cabeça das mais adotivas aqui em Israel Arlete tava com a prisão preventiva decretada no Brasil Mas sendo adorado em Israel e se por um lado
o cerco da polícia tava monitorando as maternidades e o Juizado de Menores por outro a demanda para o bebês não diminuir o resto da quadrilha Então passou a recorrer a um novo método e daí esse dia que a Bruna foi sequestrada ela tava com o irmão mais velho e novo aqui a jornalista é os Oliveira ela tá falando de uma história de 86 uma mãe Paranaense que precisava trabalhar fora tinha contratado uma babá para cuidar dos dois filhos dela de 12 anos e a Bruna bebezinho de 4 meses e a babá que tinha sido contratada
e chegou na casa e deu um dinheiro para esse menino e falou assim eu fiquei devendo um dinheiro para sua mãe porque ela me emprestou e tal e eu vim aqui pagar e eu queria que você fosse ali no botequinho da esquina trocar o dinheiro o menino saiu para ir no Boteco da Esquina quando ele voltou a noite tinha ido embora com a Bruna alguns dias depois A falsa babá foi presa mas a Bruna já tinha sido mandada para fora do Brasil foi só mais de um ano depois quando um outro integrante da quadrilha foi
preso que a polícia ficou sabendo que a Bruna tava em Israel com um casal israense que já tinha pagado pelo processo de adoção entre aspas Você conhece da Bruna Vasconcelos foi episódio mais emblemático de todo esse caso e muito por mérito da mãe dela a Rosilda ela ficava atrás de todo mundo e ela ia na polícia o tempo inteiro e tal assim ela nunca desistiu Ela bateu na porta da polícia dos deputados foi para Brasília foi no Itamarati ela realmente assim foi uma mulher muito guerreira né Toda essa mobilização da Rosilda acabou chamando atenção de
uma rede de televisão britânica na Inglaterra que patrocinou a primeira ida dela para Israel a mãe da Bruna viajou para lá e precisou abrir um processo no judiciário israelense para conseguir de volta a guarda da própria filha e não foi fácil o caso tava fazendo barulho na imprensa israelense e ela não tinha apoio Popular pelo contrário que ela foi muito utilizada lá Israel porque tinha muitos outros pais de crianças adotadas no Brasil que tinham receio de que acontecesse deles a mesma coisa que estava acontecendo com o casal que tinha adotado a Bruna foi um processo
que demorou bastante Demorou Acho que uns quatro meses né foi do dia que saiu o resultado de reconhecimento da cor de suprema de que a Bruna não era filha do casal israelense que a adoção foi legal fruto de um processo né viciado de origem pelos documentos falsos e tal e daí eles decidem que é direito da família brasileira né ter a criança tomou uma decisão digamos peculiar a corte decidiu que durante um mês os dois casais ficariam convivendo né o Luiz Américo e a Rosilda teriam direito de ficar durante quatro horas por dia com a
Bruna daí tem todo uma história né o Hotel Hilton em Jerusalém levou os dois casais para dentro do hotel em audiência a imprensa do mundo inteiro porque dessa TV inglês tava investindo muito nisso e fazendo muitas reportagens e tal e tinha Jornalistas do mundo inteiro lá no saguão do hotel dois anos quando ela chegou ao Brasil foi poucos dias antes de fazer vamos pensar era 86 e ela voltou em 88 3 anos mesmo uma pausa aqui nesse meio tempo entre o sequestro da Bruna e o retorno dela para o Brasil a Arlete Lu foi presa
em Israel mas não por causa da quadrilha a primeira vez que ela foi presa na verdade ela vive eu sei que ela foi presa lá porque tinha documentos falsos já tinha montado um esquema em outro nível porque a quadrilha tava com dificuldade aqui no Brasil e daí foi nesse momento que segundo o juiz A Quadrilha mudou o modos operando e passou a levar as mães para terem os filhos no mulheres brasileiras mulheres brasileiras no final da gestação para o Paraguai e que os bebês nasciam no Paraguai em dezembro de 86 3 de dezembro de 86
ela foi presa atravessando a ponte da amizade ela tinha sete passaportes e tinha Acho que cinco ou seis autorizações de adoção com documentos da justiça brasileira daí Arlete luff com tempo preso lá em Foz do Iguaçu daí ela transferida para Curitiba em 87 já março de 87 a primeira condenação da Arlete Lu vai se dar em 18 de agosto de 87 mas essa primeira condenação ainda não tem nada a ver com as crianças ela foi condenada por uso de documento falso falsificação ideológica porque não existia naquela época não tinha tipificado crime de tráfico de menores
né não existia isso então ela foi por formação de quadrilha falsificação de documentos e não existia o crime de tráfico de menores Então se as mulheres estavam dando seus filhos para essa adoção mesmo que regular por livre espontânea vontade entre aspas mesmo que aliciada subornadas não tinha crime nisso a coisa só mudou de figura com o caso Bruna porque aí sim tinha um crime tipificado o primeiro caso que foi realmente ser provado como sequestro foi da Bruna sequestro e a Bruna virou uma espécie de símbolo dessa história toda né um monte de gente lá no
aeroporto recebendo a Bruna Tinha pessoas ao longo do caminho nas esquinas acenando bandeirinhas do Brasil e tal no palácio Iguaçu tinha lá sei lá algumas centenas de pessoas ali na frente do Palácio e tal e foi teve a mesma coisa né de faturamento inclusive político em torno dela né daí o governador Álvaro Dias ela chegou em Curitiba assim foi direto para o palácio Iguaçu né Foi recebido Teve gente que criticou a mãe da Bruna por ter lutado para ter a filha de volta ela era manicure não era rica e por isso vinha aquela ideia a
criança ia ter uma vida melhor fora do Brasil para além da loucura quer dizer isso para uma mãe que teve a filha sequestrada o que é que isso diz sobre o país sobre uma sociedade que simplesmente desistiu de cuidar de crianças pobres se elas estão passando fome se não tem perspectiva então é melhor mandar para fora e diz o que a gente mergulhou nessa história a gente ficava sempre pensando como é que essas crianças estão hoje no caso adultos agora né quem são essas pessoas e foi assim que a gente chegou no lyora depois que
ele ficou sabendo como tinha sido o processo de adoção dele ele começou a procurar informações sobre os pais biológicos ele tinha lá a certidão Brasileira de nascimento mas era uma certidão só com os nomes dos pais adotivos não tinha informação nenhuma sobre a família biológica dele lá para 2008 o melhor descobriu que existia uns fóruns na internet criados por brasileiros que tinham sido adotados no exterior e ele entrou de cabeça nisso anos depois esse movimento acabou chamando a atenção de um jornal de Santa Catarina a respeito das nossas histórias em 2011 e em 2012 um
diário catarinense já veio para Israel para entrevistar o grupo de adotados dá para dizer que eu era coordenadora desse evento e chegou aos ouvidos da Glória Perez que naquela época estava procurando tema para próxima novela dela a novela era Salve Jorge da TV Globo agora eles estão aqui e a gente espera aqui com a audiência da Rede Globo em todo o Brasil a gente possa Sim esse aí é o Faustão é o líder desse movimento são cerca de 3 mil crianças brasileiras que estariam só em Israel fora Itália França outros países e que tem todo
o direito e sabendo das suas histórias por isso foi a primeira vez que veio ao Brasil e ele voltou muitas vezes depois nessa busca pelos pais biológicos ele chegou a se cadastrar em bancos genéticos funciona meio parecido com o teste rápido de covid você compra um kit que vem com bastão para coletar saliva daí você segue lá as instruções coleta e envia o material para empresa que faz esse reconhecimento genético e compara o resultado com todos os DNA que já estão lá nesse banco de dados mas é aquela coisa né uma agulha não palheira o
tempo depois eu recebi uma notificação que eu tenho novas que eu localizei uma prima de sangue no grau em outras palavras a gente compartilha os mesmos bisavós Eu quase caí para trás era uma brasileira que morava na Alemanha a Cris eu contei para ela a minha história eu pedi ajuda dela na localização da minha família biológica a crise comprou um kit de DNA para o pai dela que hoje tem 75 anos ele fez esperamos mais alguns meses e o resultado dele já era muito mais próximo ele foi considerado como o tio avô ele tava chegando
mais perto daí para frente foi mais uma longa busca mais um monte de gente coletando e enviando a própria saliva Elite então tem mais cinco seis possibilidades um deles é meu pai e o lior finalmente descobriu o nome do próprio pai Santino Galdino que já tinha 63 anos quando ele nasceu mas ele tinha morrido alguns anos antes então o melhor não chegou a conhecer ele conversando com a família o melhor descobriu que nos anos 80 o pai dele tinha acabado de ficar viúvo e andava tendo uma vida sexual bem ativa Daí eles acreditam que o
melhor nasceu de um desses romances sobre a família materna infelizmente a gente não sabe de absolutamente nada a família paterna também não sabe de nada nem um deles lembra de um casa de adoçar uma família de uma amante grávida de uma Eles não sabem de nada mesmo com o pai já morto e sem ter conseguido localizar a mãe o Leo ganhou vários tios e primos nessa empreitada e para o Brasil visitar essa nova família mas especificamente ele vem sempre para Santa Catarina que é de onde a família dele é como a Sirlei lembra que apareceu
aqui agora pouco que tinha 14 anos quando a filha dela foi levada e não é coincidência as duas famílias serem de Santa Catarina na verdade isso pode ajudar a explicar porque os foram escolhidos pelo esquema da Electrolux uma entrevista exclusiva e reveladora nossos [Música] tráfego de bebês do país esse é um trecho do programa Domingo Espetacular da TV Record de 2016 e nessa entrevistas dos clientes dela eu acho que vocês estão exigindo muito basta que não seja negro basta que não seja negro Sem comentários o negócio aqui para let Lu o caso era oferta e
demanda se os clientes dela e Lu queriam crianças brancas o melhor lugar pela ir buscar essas crianças era Santa Catarina que é o estado brasileiro com maior percentual de pessoas brancas nessa entrevista a Alex também admitiu que algumas mães se arrependiam de entregar adoção mas que a quadrilha não aceitava voltar atrás [Música] das pessoas apontarem a senhora como uma das maiores traficantes de criança que já teve eu não acho nada risada ainda ligou traficante de criança e essas crianças estão maravilhosamente bem maravilhosamente bem dá para ver aqui 30 anos depois daquela primeira conversa que ela
teve com a Elsa a Arlete continuou acreditando Ou pelo menos vendendo essa versão que ela tava fazendo filantropia e não exportando Crianças Pobres como se elas fossem mercadoria eu comecei apurar essa história ainda no final de 2021 desde então eu procurei muito a Eletro primeiro sozinho Depois pedi ajuda para o meu colega Felipe quem é aquele espírito de repórter dinheiro sabe cão farejador a gente começou a busca que por Curitiba indo nos endereços que apareceu nos processos nada depois a gente recebeu a informação de que ela estaria numa casa de repouso daqui o Felipe pegou
uma lista com todos os rios aqui da região e ligou para todos um por um nada ele também ligou para os advogados que já defenderam ela mas ninguém tinha mais contato com a LED daí nesses grupos de brasileiros adotados no exterior pipocou que ela tava morando em Piçarras no litoral de Santa Catarina e o Felipe foi até lá ele passou um dia inteiro em Piçarras conversou com não sei quantos vizinhos e tudo isso só para descobrir que a let Tinha sim morado lá mas que ela já tinha se mudado fazia uns cinco anos Ele voltou
para Curitiba e a gente continua a pesquisa e chegou a encontrar um filho dela que mora em outro estado o Felipe mandou mensagem se apresentou como jornalista e explicou que tava fazendo uma apuração sobre a LED para nossa surpresa ele respondeu dizendo assim as palavras dele ela é incapaz não tem mais domínio mental o Felipe perguntou se a Alex tinha sido diagnosticada com alguma doença mas a partir daí a coisa não evoluiu mais a gente pediu para entrevistar ele o filho e a última resposta foi não há interesse na entrevista e acabou aí até esse
episódio ser publicado a última informação que a gente recebeu era de que Arlete estava viva com 78 anos e que ela tava em liberdade e assim uma coisa importante para lembrar aqui é que a gente pode concordar ou não com a aplicação das leis mas a led foi condenada duas vezes na verdade e ela cumpriu pena pouco mais de três anos no total é claro que essa história toda gera revolta e não você eu aqui que vou tentar mostrar que existe um lado bom nisso tudo mas teve alguns desdobramentos bem importantes porque no fim foi
um esquema criminoso e proporções tão absurdas que as repercussões não ficaram só no Brasil em 89 a defensor na internet uma rede mundial de organizações que atuam na defesa dos direitos das Crianças publicando documento chamado proteção dos direitos de crianças em adoções internacionais e o texto mencionava a ligação entre a quadrilha da Arlete e um escritório de advocacia sediado nos Estados Unidos esse esquema internacional dela acabou provocando uma discussão Global sobre a questão das adoções internacionais e o caso da led foi um dos casos que acabou motivando por exemplo a convenção relativa à proteção das
crianças e a cooperação em matéria de adoção internacional de 93 aqui no Brasil essa repercussão influenciou o debate público que culminou na criação do ECA no Estatuto da Criança e do Adolescente o eca estabeleceu regras mais claras para uma pessoa poder adotar Foi uma mudança de perspectiva mesmo o estatuto prever toda uma rede de proteção e apoio para que a criança possa ficar com a família biológica a adoção é uma coisa excepcional Ou seja a criança só deve ser encaminhada para adoção quando todas as tentativas ela ficar com alguém da família já tiverem se desbotadas
e esse processo precisa ser autorizado pela família e acompanhado de perto pelo Judiciário depois o eca ainda Serviu de base para a lei de adoção de 2009 e outra coisa importante essa lei estabeleceu que toda criança e adolescente adotado tem o direito de saber quem é a família biológica dela assim que completar 18 anos quer dizer de alguma forma esse caso influenciou na criação de toda uma teia de cuidados de protocolos para adoção Ok burocracia você pode estar achando é claro que quem quer adotar tem pressa quem precisa ser adotado tem mais pressa ainda mas
faz sentido que uma coisa tão séria assim seja tratada na informalidade porque protocolo não precisa ser sinônimo de morosidade e me parece essencial para todas as partes que o processo sejam mais cuidadoso possível eu tenho até foto dela da minha filha que essa que pode ser minha filha aqui de novo você lê que a gente ouviu mais cedo ela que tinha 14 anos quando engravidou e a filha foi levada para uma mulher que no esquema da Eletro Já faz quase 40 anos que isso aconteceu mas a se lei não esquece dessa funcionário da quadrilha era
uma senhora alta galega com os cabelos cacheados Cacos Olhas verde e ela usava óculos no tempo que ela veio buscar minha filha Uma senhora muito bem vestida tanto que eles é num carro preto e tinham chofer que usava luvas de lá para cá silício casou duas vezes teve quatro filhos e ela nunca deixou de procurar essa filha em 2018 num desses grupos de Facebook formados pelas vítimas Alex Lu a Sirlei viu o vídeo de uma mulher brasileira contando que tinha sido adotada ainda bebê por um casal israelense um bebê que tinha nascido em Lages em
Santa Catarina a cidade da Sirlei eu olhando a foto assim porque eu vi minha filha recém-nascida é as pessoas mudam né Eu olhando a foto assim dela eu não achei parecida comigo certo mas eu já sofri tanto com isso que talvez eu não esteja acreditando a Rita falou Sirlei ela pode não ter os traços mas pode ser dos avós e esse daquilo tem gente que não é parecido e é filho tinha também outra coisa que chamou atenção dela a mulher sabia o nome de quem foi que tirou ela do Brasil Maria Helena eu para mim
assim eu tinha 100% que era minha filha Elas começaram a conversar pela internet em 2020 a mulher o nome dela é Luziane veio para o Brasil pela primeira vez para conhecer pessoalmente esse lei e para fazer o teste de DNA elas fizeram o teste e o resultado saiu foi muito triste porque eu tive a sensação de perder minha filha outra vez a Sirlei tava no trabalho quando recebeu a ligação e no momento que eu falei com o rapaz que me passou e eu disse que eu não ia desistir mas depois a Caiu desabei né daí
a minha patroa perguntou se eu queria vir para cá você queria ficar um dia em casa disse que não que eu queria continuar trabalhando para ocupar minha cabeça o resultado acabou não sendo que elas esperavam mas a cilei A Luziane mantém contato até hoje O Curioso é com esse lei não fala inglês e muito menos hebraico e A Luziane não entende nada de português ela se falam usando aplicativos de tradução trocam muita figurinha de WhatsApp e principalmente fotos e se ele continua procurando a filha dela [Música] tem gente que compara ter um filho desaparecido com
ter uma pontada no membro que foi amputado por sorte eu não tenho ideia se essa metáfora se aplica mas eu consigo ver o impacto dessa história dessa manipulação que Arlete doía a quadrilha dela fez no destino de tanta gente em algum momento quatro anos atrás por Aí eu desisti da minha história eu não queria mais procurar eu queria me afastar de todo esse assunto na hora que eu recebi o resultado de DNA com minha tia de primeiro grau para mim já me completou esse resultado me completou eu me sinto 100% completo desde 2012 eu viajo
ao Brasil uma a duas vezes por ano para visitar para passear para curtir a sensação de andar pelas ruas do Brasil ver pessoas escutar a língua portuguesa tomar uma cerveja fazer bate-papo rápido assim como pessoas na rua e quem sabe um dia eu vou me mudar para morar no Brasil eu acho que é essa mudança é inevitável e também seria minha última parada com certeza quando eu falei para uma conhecida que a gente ia começar a dar uma olhada nessa história ela falou meu deus era o maior pavor da minha mãe era Light Lúcia era
uma coisa de ficar botando as crianças debaixo das asas que já é uma tônica Geral das Mães normalmente é aqui em Curitiba nesse tempo era uma coisa muito maluca que daí vai repercutir inclusive no caso Guaratuba as bruxas de Guaratuba tá tudo dentro desse caldo de Cultura né dessa coisa desse pavor da população aqui desde dos anos 80 e tal em torno dos aparecimento de crianças não deixa de ser curioso tá aqui falando de desaparecimento de crianças nos anos 80 não podcast sendo que esse assunto entrou no imaginário de tanta gente como quase Evandro do
Ivan zanzuki que também mora aqui em Curitiba e esse caldo de Cultura Paranaense que a Elsa falou calor fundo nela também claro lembra aquela se meteu nessa história porque tava numa consulta no ginecologista em 82 ela tava justamente tirando Gil para engravidar da terceira filha dela parte da cobertura desses primeiros episódios eu fiz já gestando também né a sensação de perda dessas mães era uma coisa que me tocava e continua me tocando né é uma perda muito muito doloridados que não foram solucionados né Muito gente muito mais do que a gente imagina né esse foi
o Rogério Galindo co-fundador do jornal plural de Curitiba ele apurou essa história com o Felipe Aníbal numa parceria com o rádio novela apresenta e o episódio dessa semana tá ficando por aqui obrigada por ter ouvido se você ainda não tá seguindo o rádio novela apresenta no seu aplicativo de podcasts preferido aproveita para já fazer isso assim você não perde nenhum episódio e a gente vai estar com você toda quinta-feira se você tá gostando a gente agradece se você puder dar cinco estrelas no seu aplicativo de podcasts porque isso ajuda a gente a chegar a cada
vez mais ouvintes no nosso site Rádio novelo.com.br tem material extra e referências para cada episódio essa semana tem links para as reportagens sobre o caso Arlete e Lu e também trailers dos filmes pavorosos sobre as abelhas Assassinas com a curadoria das salas se você tem uma história para mandar para gente o nosso e-mail é apresenta@ rádio novelo.com.br também dá para marcar gente nas redes no @radionovelo o rádio novela apresenta é um original da Rádio novelo a gente tem o apoio da open tem Episódio novo toda quinta-feira a direção criativa é da Paula scarpin e da
flora Thomson levou e a produção executiva É do Guilherme Alpendre nesse Episódio a gente usou música original de Luna França e também a gerência de criação é do Thiago Rogério a executiva é da Marcela casaca e a de produto e audiência é da Juliana ega nossos produtores Senior são o Vitor Hugo Brandalise a Evelyn agenta e a Bia Guimarães as produtoras da nossa equipe são Bárbara rubira Gabriela Varela Júlia Matos e Natália Silva a checagem desse Episódio foi feita pela Marcela Ramos e pelo Gilberto Possidônio a Mariana leão colaborou na montagem a Paula scarpin fez
o desenho de som a mixagem é do pipoca sound o desenvolvimento de produto e audiência é feito pela fecrismo Vasconcelos e pela Bia Ribeiro o Eduardo Wolf é responsável pelo conteúdo e engajamento das nossas redes sociais e o design das nossas peças é do Mateus Coutinho obrigada e até a semana que vem [Música]
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