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Video Transcript:
Muito boa noite, meus caros! Sejam bem-vindos ao Lente Católica desta noite. É um prazer tê-los por aqui. Eu sou Rafael Tonon, leigo consagrado aqui da Comunidade Pantocrator, e toda segunda-feira nós estamos aqui às 21h30 para nossa conversa a respeito da nossa fé católica. O Lente Católica da noite de hoje tratará da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Jesus. Bom, é uma devoção que está muito ligada à própria obra da nossa redenção, né? É um tema central na nossa fé católica. Na noite de hoje, nós preparamos esse tema justamente pensando em ser um tema para meditação
e também para um exame de consciência neste tempo de quaresma, para que a gente pense um pouco mais na Paixão de Cristo. Quanto temos meditado, ou quanto não temos meditado, quanto não temos olhado seriamente para a Paixão de Cristo. Então, nós conversaremos um pouquinho sobre isso, né? Por que era necessário Jesus morrer por uma morte cruenta, uma morte sangrenta, como vemos nas representações artísticas na Santa Cruz de Nosso Senhor? Por quê? Para quê? Qual é o fundamento disso? O que as Sagradas Escrituras nos dizem a respeito disso? Então, vamos conversar a respeito disso. Sejam muito
bem-vindos vocês que estão nos acompanhando e, aliás, se você está nos acompanhando e não conhecia o trabalho do Lente Católica, fica aqui o meu convite para que você faça a sua inscrição, ative as notificações do nosso canal aqui do YouTube da Comunidade Pantocrator e receba todo o conteúdo da evangelização digital diretamente aí no seu celular. Você será avisado, notificado, e poderá consumir esse conteúdo que pode te ajudar a dar passos mais firmes na sua fé. Bom, eu peço também que você que está nos acompanhando já curta este conteúdo e também compartilhe com seus amigos esse
material que nós toda segunda-feira preparamos aqui para vocês. Também gostaria de convidá-los para já colocar suas intenções. Deixe aí no chat os nomes das pessoas por quem você quer rezar, as intenções pelas quais você quer pedir, e nós rezaremos pelas suas intenções. A gente reza não só aqui no momento da Live do nosso programa, mas rezamos também durante a semana por todos aqueles que se recomendam aqui às nossas orações. Então, nas nossas missas, nas atividades da comunidade, sempre colocamos as intenções daqueles que nos acompanham. Então, deixe a sua intenção e façamos a nossa oração inicial:
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Senhor Jesus, nós nos colocamos na Tua presença nesta noite em que vamos meditar a respeito do grande mistério da Redenção e do sangue que o Senhor derramou na cruz. Que o Teu sangue, Senhor, seja para nós penhor de salvação; seja para nós esperança de que tudo aquilo que pedirmos, se for para o nosso bem e salvação, o Senhor nos concederá. Pai nosso que estás no céu, santificado seja o Vosso nome; venha a nós o Vosso reino; seja feita a Vossa vontade, assim na terra como
no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, hoje e sempre. Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém. Muito bem, meus caros. Então, como eu disse no início, o nosso tema hoje é a devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo. Por que o sangue de Cristo foi necessário? Porque o sangue de Cristo nos traz a salvação. Por que o sangue de Cristo foi necessário? Bom, vamos olhar primeiro para a Sagrada Escritura. Nos três primeiros capítulos do livro do Gênesis, nós vemos um plano de amor de Deus para a humanidade. Só que esse plano deveria contar com a adesão de Adão e Eva, o homem e a mulher. Deus criou o homem, colocou
o homem no Paraíso, deu ao homem a graça santificante. Deus deu a graça, mas Deus queria dar ao homem a glória. E o que é a glória? A glória é a posse dele mesmo. O que é a glória do céu? É a posse de Deus. É isso que Deus queria oferecer ao homem. Porém, como Deus criou o homem livre, Deus deu a amizade, a Sua amizade para o homem. Deus deu a graça; o homem tratava diretamente com Deus no Paraíso. Agora, acontece que Deus deu a graça e quer dar a glória; é desejo de Deus
dar a plena posse de si para o homem. Deus queria dar-se por inteiro ao homem, mas para isso Deus não queria impor nada, uma vez que Deus deu a liberdade aos seres humanos. Deus quer uma adesão livre, consciente, de bom coração, sem nenhum constrangimento. E aí vem o problema: Deus deu a graça, mas antes de dar a glória, Deus coloca a Sua amizade, aquilo que Ele deu ao homem, a Sua relação de proximidade com o ser humano, Deus coloca essa situação à prova. Então, existe a graça, existe a prova e existe a glória. O problema
é que, quando veio a prova, o homem não foi, mas foi reprovado por Deus porque desobedeceu. Deus colocou uma prova: "Desse fruto não comereis". Era um teste; se o homem passasse por essa prova, não comesse do fruto, resistisse às tentações, confiasse em Deus, não desse ouvidos a outras vozes, então o homem receberia imediatamente a glória. Tinha graça, passou pela prova e recebe a glória. Assim aconteceu com os anjos. Os anjos foram... Criados como seres racionais totalmente espirituais, não têm corpo, e os anjos foram postos à prova. Muitos caíram por orgulho, por soberba, mas outros tantos
se mantiveram fiéis. Então, os anjos foram provados; os que se mantiveram fiéis foram aprovados, enquanto os que se tornaram infiéis, caindo numa rebelião contra Deus, foram reprovados. Então Deus dá graça, Deus coloca à prova e, uma vez que se passe por esta prova, Deus dá a glória. Esse era o plano com Adão e Eva, mas Adão e Eva ouviram a serpente, ouviram o espírito do mal. Deus os expulsa do Paraíso, não porque Deus não os ame, mas Deus faz isso como um remédio necessário, por justiça, e Deus é justo. Deus não poderia permitir que eles
continuassem ali porque Deus deu a eles todas as condições de conhecer a verdade, apreciar a verdade, amar a verdade. Deus deu a eles essa possibilidade e eles recusaram. Então, por justiça, Deus não poderia permitir que eles continuassem ali; porém, Deus amaldiçoa a serpente e já anuncia que virá uma mulher cuja descendência vencerá a serpente. E se veio uma primeira mulher e um primeiro homem que desobedeceram, Deus já anuncia que virá uma mulher e virá um homem, e essa nova mulher e esse novo homem vencerão, serão aprovados por Deus, serão agraciados por Deus, porque passarão pela
prova e decidirão fazer a vontade de Deus, como Adão e Eva deveriam ter feito e não fizeram. Quem é esse novo homem? Quem é essa nova mulher? Jesus e Maria. Maria é chamada pelo anjo de "cheia de graça": "Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo", ou seja, ela é cheia de Deus; nela não há espaço para mais nada que não seja Deus. Mesmo ela tinha amizade com Deus, mas ela, mesmo não tendo pecado, porque era cheia de graça, portanto Maria é Imaculada, cheia de graça. Mesmo sendo Imaculada, ela não foi privada da prova. Maria
Santíssima foi provada; basta pensarmos nas sete dores de Nossa Senhora. E depois que ela foi provada, depois de cumprir o seu tempo de peregrinação terrestre, ela é chamada para junto de Deus e é assunta aos céus. Ela recebe a glória. Nossa Senhora teve a graça, teve a prova, teve a glória. O caminho de Maria é o caminho de Jesus, é o caminho de seu Filho, com uma diferença: Maria é criatura. Maria foi a primeira criatura a ser salva por Jesus, porque Jesus, antes de salvar a humanidade, salva a sua própria mãe. Ele prepara a mãe
que fosse digna dele, não permitindo que o pecado a toque. E Jesus, que é Deus e que é Homem, vai fazer o mesmo caminho. Ele vem ao mundo e, no mundo como homem, sem deixar de ser Deus, ele mantém a união com seu Pai, a graça, a amizade, a vida em Deus. Jesus é a causa, o autor de todas as graças. A graça Jesus assume uma prova que não era dele, era nossa. O profeta Isaías diz que o Messias, o servo de Javé, o servo sofredor, levou sobre si as nossas dores, ele carregou as nossas
transgressões. Ele carregou aquilo que não era dele, aquela amizade com Deus que era para nós termos conservado. Jesus conservou todo o tempo. Ele foi obediente ao Pai o tempo todo. O pecado entra no mundo pela desobediência; o pecado sai do mundo, ele é vencido pela obediência de Cristo. Qual é o pecado original? A desobediência. O que é o mistério da redenção? O mistério da obediência é Jesus que obedece ao Pai. E Jesus é provado, Jesus é tentado no deserto, Jesus passa por uma paixão terrível. Ele é provado. Jesus, que é Deus, não foi liberado da
prova. E quantos de nós queremos fugir dos nossos sofrimentos? Jesus não foi poupado; Nossa Senhora não foi poupada; os santos apóstolos, São José, não foram poupados. Por que nós seríamos? Por que temos esse orgulho, essa pretensão de sermos poupados? Não podemos. Então, se temos a graça de Deus, nós temos a prova. Passando por essa prova, estando com o coração unido a Deus, querendo amar e servir a Deus, chegaremos à glória, à glória do céu. Então, esta é a lógica. Agora, acontece que Deus, que é justo, ao ser ofendido, necessita de reparação. Acontece que o ser
humano é capaz de ofender a Deus, que é um pecado de proporções infinitas. Mas nenhum ser humano é capaz de satisfazer a justiça de Deus, porque Deus é grande demais, e a gravidade de um pecado varia de acordo com a dignidade da pessoa ofendida. Se eu me desentender com uma pessoa qualquer que eu não conheço, isso é uma falta leve. Mas se eu me desentender com a minha mãe ou meu pai, eu já peco contra o quarto mandamento: "honrarás teu pai e tua mãe". Aí eu peco mortalmente. Ou seja, a gravidade do pecado varia de
acordo com a dignidade da pessoa ofendida. Ofender gravemente a esposa é ofender a mim mesmo e o matrimônio que eu assumi. Pode ser grave, dependendo da matéria, dependendo do tipo de ofensa. Agora, se eu faço isso com meu pai e minha mãe, mesmo que seja por uma coisa pequena ou leve, a gravidade do pecado já é maior. Agora, imagine um pecado contra Deus, que é infinito, que é onisciente, que é onipotente, que é onipresente. Quando cometemos um pecado contra Deus, é um pecado de proporções incalculáveis. E quem é que pode reparar esse tipo de pecado?
Um pecado tão grave cometido contra Deus só pode ser reparado por um Deus. Então, Jesus toma sobre si as nossas dores. Ele toma sobre si os nossos pecados; aquele que não devia nada, mas era o único homem que poderia pagar, justamente porque ele não devia nada à justiça de Deus, então ele toma o pecado de todos. Ao fazer-se homem, Jesus na... Sua humanidade assume sobre si as culpas da humanidade inteira e morre no nosso lugar. São Paulo vai nos dizer que o salário do pecado é a morte; quem peca deve morrer, é justo. Agora, quem
ofende a Deus, quem recusa aquilo que Deus deu com todo amor, também peca. Mas Deus é bom, e de bom que é Deus, nos manda o seu Filho, Jesus. É filho legítimo de Deus. Jesus tem a essência divina; Jesus é Deus. O Pai é Deus, o Espírito Santo é Deus; não são três Deuses, mas um Deus só, um Deus único em três pessoas. É o mistério da Trindade. Então, um Deus se faz homem, toma corpo humano. Então, este Deus feito homem merece para nós aquilo que nós, por nossa própria conta, não poderíamos merecer. Por isso,
Jesus é o cumprimento exato da justiça de Deus. No Antigo Testamento, Deus pedia o sacrifício de animais. Os sacrifícios de animais eram apenas uma figura, uma imagem daquilo que viria a ser o sacrifício definitivo, que é o sacrifício do Cordeiro de Deus. Por isso, que Jesus, ao derramar o seu sangue, bastou que ele derramasse o seu sangue uma única vez e de uma vez por todas. Este sangue derramado na cruz nos salva, nos redime; e, misticamente, este sangue derramado na cruz continua a ser derramado numa ação eterna através de cada Santa Missa que é rezada.
A cada Santa Missa rezada, nós temos a atualização do Mistério do Calvário. Para Deus, não existe passado, para Deus não existe futuro; para Deus, tudo é agora. Então, o sacrifício de Cristo ainda está acontecendo agora. Nós, que estamos presos no tempo e no espaço, não conseguimos entender isso direito, porque a gente pensa sempre em passado, presente e futuro; estamos presos no tempo, mas, para Deus, que é eterno, está acima do tempo. O sacrifício de Cristo continua ocorrendo; historicamente, ele ocorreu uma única vez e bastou. Espiritualmente, esse sacrifício se renova, se atualiza a cada Santa Missa,
só que agora é um sacrifício incruento. Jesus já sofreu, já sentiu as dores, já derramou seu sangue de uma vez por todas e isso foi suficiente para a salvação de toda a humanidade. O problema é que nem todo mundo quer a salvação. Deus não obriga ninguém a ter a salvação; Deus a oferece. Quem quer, pode se aproximar, pode se sentar à mesa do banquete do Cordeiro e se alimentar do seu corpo e do seu sangue, que é comida e bebida para a vida eterna. Agora, Deus não obriga. Por isso que Jesus, na Última Ceia, Ele
diz que o sangue d'Ele era derramado por vós, para os apóstolos, por eles, por vós e por muitos. Jesus não diz "por todos", embora, na tradução de língua portuguesa, aqui do Brasil, do Missal Romano se leia "por vós e por todos". No original em latim e na própria versão da Vulgata da Sagrada Escritura, nós lemos "por vós e por muitos". Muitos não é todos. Então, Jesus não está falando aqui de uma salvação universal. Ah, a pessoa pinta e borda, não reconhece Jesus como seu Salvador. Ah, mas no fim, todo mundo vai ser salvo? Meu sangue
é por todos? Não! Jesus está dizendo que o sangue d'Ele é derramado. Ele quer que seja para todos, mas nem todos querem. Então, é "por vós e por muitos"; muitos se salvarão, mas muitos se perderão, porque muitos recusarão este precioso sangue. Então, meus caros, aí nós entramos aqui na nossa temática. Quando nós falamos da devoção ao Preciosíssimo Sangue de Cristo, eu estou falando desse mistério da Redenção, que é central para nossa fé. O sangue de Cristo, que já foi derramado, ele tem uma eficácia, ele tem poder. O sangue de Cristo é o que serve à
justiça de Deus para fazer com que Deus nos salve, nos atenda. Então, este sangue que já foi derramado é um tesouro que está nas nossas mãos. Quantas e quantas vezes nós rezamos pedindo a libertação de um vício, a libertação de um pecado, a clareza para tomar uma decisão; tantas coisas que nós precisamos e pedimos. Mas às vezes não pedimos certo. Primeiro, nós devemos falar para Deus da maneira mais clara possível aquilo que a gente está e o que a gente precisa. Não podemos ter rodeios para falar com Deus; nós devemos falar como um filho, como
uma criança fala a seu pai. E a criança fala honestamente, né, do fundo do coração. É interessante, né, como as crianças às vezes soltam as coisas assim, né, espontaneamente. A gente vê que é espontâneo. Eu, saindo da minha casa para vir para cá agora, os meus filhos, minhas crianças, estavam indo dormir já. Eles dormem cedo. E meu filho desceu, né, a escada correndo para vir falar tchau, né. Veio me dar um beijo, eu dei um beijo nele, e, né, simplesmente dei um beijo, não falei nada, né. E aí, ele espontaneamente falou assim para mim: "Eu
amo você e eu nunca vou esquecer você, você nunca vai esquecer de mim." A pergunta dele, né? Então, olha que interessante, né? É uma criança. "Eu amo você, eu nunca vou esquecer de você, você vai esquecer de mim?" Eu fiquei, né, vindo aqui no caminho para o programa dessa noite, pensando no sangue de Cristo. Eu fiquei pensando, né, nessa fala do meu filho como se fosse Deus mesmo, né, perguntando para nós, né, dizendo para nós: "Eu amo você." Jesus mesmo nos diz isso: "Eu amo você, eu nunca vou me esquecer de você." E você vai
se esquecer de mim? No livro do profeta Isaías, inclusive, Isaías 49, que é o texto fundacional aqui da comunidade Pantocrato, é o texto bíblico que fundamentou o início da comunidade, é um texto bíblico muito rico que diz exatamente isso. Deus fala isso: "Eu jamais me esquecerei de vocês." Deus quer nos dar a salvação e, às vezes, nós rezamos mal. Nós não somos sinceros ao pedir, ao falar para Deus, e não pedimos direito. O sangue de Cristo foi derramado por nós, então, nas nossas orações, nós devemos clamar o poder e a eficácia do Sangue de Cristo,
pedindo mesmo a Jesus: "Jesus, que o Teu sangue me recubra, que o Teu sangue caia sobre mim, me salve, me lave, me purifique. Me dê as graças necessárias para minha salvação, me ajude a superar essa tentação." Aqui eu falo até como experiência pessoal: quantas e quantas vezes, até mesmo em situações de saúde, em momentos assim muito críticos, né? Por exemplo, eu sofri um acidente há 3 anos atrás; no momento da minha cirurgia, uma cirurgia complicada, eu tive que colocar nove pinos no pé direito, tive que colocar fios para poder juntar os meus ligamentos, devido a
uma queda. O médico falava, bem sinceramente, quais eram as chances de dar certo ou de dar problema. Eu me lembro que eu rezava pedindo: "Sangue de Cristo, Sangue de Cristo, salvai-me! Sangue de Cristo, seja eficaz na minha vida, me ajuda a superar essa dor, me ajuda a superar essa dificuldade." E foi pedindo esta eficácia do Sangue de Cristo que eu fui passando pelas dificuldades. E quando vi, a coisa já estava em caminhada, já estava feita. Quem nos ensina a clamar o sangue de Cristo é a própria Sagrada Escritura. Olhando para a Sagrada Escritura, temos lá
em Êxodo, capítulo 24, versículo 8: olha o que o texto de Êxodo nos diz a respeito do sangue, lá no Antigo Testamento, sangue do cordeiro, que já é uma prefiguração, é uma imagem do Sangue de Cristo. Olha aqui o que o livro do Êxodo nos diz: "Êxodo 24, versículo 8: Então, Moisés tomou o sangue e o aspergiu sobre o povo, dizendo: 'Este é o sangue da Aliança que o Senhor fez convosco segundo todas estas palavras'." A antiga aliança foi selada com um selo de sangue, né? Foi selada com sangue de animais. Mas é uma imagem,
é o sangue dos cordeiros; na Páscoa, foi morto o cordeiro, e o sangue do cordeiro foi usado para marcar os frontões das portas das casas dos judeus. As casas marcadas com o sangue do cordeiro foram libertadas por Deus, foram preservadas por Deus. O anjo exterminador não entrou para matar os primogênitos. Isso é uma imagem: aqueles que foram marcados com o sangue do cordeiro, ou seja, os batizados, aqueles que são membros do corpo místico de Cristo, aqueles que são membros da Igreja, não são destinados ao fogo eterno, à perdição; são marcados com o sangue do cordeiro.
Agora, não basta que eu seja marcado com o sangue do cordeiro; eu tenho que viver de acordo com o exemplo que o Cordeiro de Deus me dá. Eu não posso me dizer cristão se eu não busco conhecer a Deus, se eu não busco me unir a Deus pela oração e se eu não busco olhar para quem está à minha volta. Eu posso receber os sacramentos, eu posso rezar, mas se eu não olhar para o meu irmão, eu não completei esta boa obra, eu não completei esta imitação de Cristo na minha vida. Quando eu digo "olhar
para o outro", não é simplesmente você sair por aí fazendo trabalho filantrópico, caridade com irmãos de rua. Isso é muito bom! Se você faz ou se você já fez, ótimo! É caridade, e a caridade apaga uma multidão de pecados, como diz São Paulo. Mas, às vezes, essa caridade tem que começar com quem está perto da gente. Ela tem que começar com a atenção à esposa, a caridade tem que começar com atenção aos filhos, com a boa educação transmitida aos filhos. É assim que a caridade deve atuar em nós, é assim que a caridade deve funcionar.
E a caridade não é uma prática para de vez em quando; a caridade tem que ser um estado permanente na vida do cristão. Eu tenho que estar disposto a ouvir aqueles que precisam, eu tenho que estar disposto a me aproximar daqueles que, às vezes, vejo que não estão bem. Eu tenho que estar pronto para dar uma palavra de consolo e de ânimo, mesmo que eu esteja sofrendo, desanimado. Eu tenho que sair de mim para ajudar o outro. Então, a oração, a vida sacramental, o conhecimento de Deus e a caridade são os passos que vão nos
conformando a Jesus. Então, no Antigo Testamento, o sangue dos animais era um pedido do próprio Deus como sacrifício de vida. Deus pedia como sacrifício as suas próprias criaturas, o sangue das suas criaturas, como um sinal de que algo bom estava sendo oferecido a Deus. Porque quem deu a vida aos seres vivos? O próprio Deus! Então, por que Deus pediu sacrifícios? Para que fosse oferecido algo agradável a Ele. E o que é agradável a Deus? Aquilo que veio d'Ele mesmo. Agora, por que o sacrifício de Cristo é o maior de todos? Porque foi o sacrifício de
um ser humano; por si só, Deus ama mais um único ser humano do que toda a criação. Agora, imagine esse ser humano: é o seu filho único, Jesus, que é Deus. Então, por isso, o sacrifício de Cristo satisfez completamente a justiça de Deus. Depois, em Hebreus, capítulo 9, versículo 12, lemos o seguinte: "Cristo entrou uma vez por todas no Santo dos Santos, não com sangue de bodes e bezerros, mas com o seu próprio sangue, tendo obtido uma redenção eterna." Se, na antiga aliança, o sangue de bodes e carneiros valia, imagine o sangue do próprio Cristo,
que é homem, que é ser humano, mas que é Deus. Então, não é preciso mais. Do sangue dos animais, Cristo derramou de uma vez por todas. Em Efésios, capítulo 1, versículo 7, São Paulo fala: "nele temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça." Na primeira carta de Pedro, capítulo 1, versículos 18 a 19, São Pedro diz: "sabeis que fostes resgatados não por coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha." Olha aqui que interessante:
sabeis que fostes resgatados não por coisas perecíveis, ou seja, vocês não foram resgatados, né? Pelo sangue de animais, vocês foram resgatados pelo precioso sangue de Cristo. Aqui, São Pedro chama o sangue de Cristo de precioso, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha. Cristo é o cordeiro definitivo. A primeira carta de São João, capítulo 1, versículo 7, vai dizer o seguinte: "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." O sangue de Cristo é o que nos lava, é o que nos purifica. Em João, o evangelho de João, capítulo 6, versículos de
53 a 54, em verdade, em verdade vos digo: só que Jesus, dizendo: "se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós." O que Jesus quer nos comunicar? A vida que é dele, a vida divina. Deus, quando olha para nós, Deus não vê uma mera criatura, um animal que pensa. Aristóteles dizia que o ser humano é um animal que pensa. De fato, ele tem razão nisso, porque nós somos biologicamente animais e pensamos. Mas não somos só isso. Nós somos muito mais do que um animal
que pensa. Nós somos batizados e, como batizados, somos lavados no sangue do cordeiro. E quando Deus olha para nós, o que Deus vê? Um filho, assim como Ele vê Jesus, o seu Filho. Olhando para nós em Jesus, nós somos filhos. No Filho, Jesus é o Filho único e, em Jesus, nós somos filhos também. Somos filhos no Filho. Em Apocalipse, capítulo 7, versículo 14, São João dirá: "estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do cordeiro." Então, aqui, São João é claro. Ele está falando dos mártires que
vieram da grande tribulação, a grande perseguição; foram martirizados, derramaram seu próprio sangue para não renegar o nome de Jesus. Mas isso se estende a todos nós. Todos nós somos chamados ao martírio, alguns ao martírio de sangue, mas todos nós somos chamados ao martírio incruento: o martírio do sacrifício, no dia a dia, nos doando a Deus, à Igreja, aos irmãos. Na nossa vocação, nós somos chamados a esse martírio, incluindo o derramar o nosso sangue, a dar a nossa vida. Nós somos chamados a esse martírio, por exemplo, quem é pai, dedicando-se ao seu casamento, às vezes lutando
para salvar o seu relacionamento, lutando para sustentar os filhos. É martírio, incluindo: está difícil, tudo está muito caro, mas eu vou lutar porque é minha família. Eu tenho dificuldades, eu tenho problemas de relacionamento, eu vou lutar. Ah, eu tenho filho pequeno, ele acorda muito, eu tenho que trabalhar, mas eu tenho que levantar, eu tenho que dar conta. É o martírio, incluindo: eu vou me doar porque é o meu chamado. E, no meu chamado, eu vou consumindo a minha vida, oferecendo-a a Jesus. E o que eu faço para os outros, eu faço por amor a Jesus.
Esse é o sentido: fazer o bem por fazer uma ONG, pode fazer. Agora, quando eu faço o bem ao outro por causa de Jesus, aí está o segredo. Eu posso simplesmente levantar para cuidar do meu filho como uma obrigação. Puxa vida, eu que inventei de arrumar filho, então eu tenho que ir lá e cuidar dessa criança. Vamos lá! Mas nisso não há mérito nenhum. Agora, eu posso ouvir o meu filho chorando e pensar: "é a minha vocação, é para esta hora que eu vim. Deus me chamou à existência para este momento, para cuidar desse filho
que Deus me deu, mas que é um filho dele." Então, na verdade, quando eu olho para meu filho, quando eu olho para minha filha, eu vou pensar: "tá aqui um filho de Deus que Deus me deu. Eu não escolhi como seriam os meus filhos, Deus me deu estes filhos e não outros para cuidar." A minha vocação, a minha realização, a minha santificação, tá aqui. Aí eu coloco sentido naquilo que eu faço. Depois, nós temos na história da Igreja vários santos que falaram da importância do sangue de Cristo e da devoção ao sangue de Cristo. São
João Crisóstomo nos dizia assim: "este sangue afugenta os demônios, atrai os anjos e purifica os pecados." Olha a virtude do sangue de Cristo! Afugenta os demônios, quanta gente, mesmo, às vezes, sofre com tantos problemas, com tanta coisa. Pronto, você tem um tesouro que é o sangue de Cristo, que você pode clamar. "O sangue de Cristo, tá fugindo os demônios." Nossa! Eu estou numa situação na minha vida, sei lá, num relacionamento, num emprego, num círculo de amizades que não é bom. Parece que eu não consigo sair. Clame a eficácia do sangue de Cristo! "Sangue de Cristo,
lavai-me. Sangue de Cristo, ajudai-me a ter fortaleza, afligi-me de todo mal!" Sangue de Cristo. Você vai pedindo e Nosso Senhor vai dando a eficácia do sangue que foi derramado por você. Afugenta os demônios, atrai os anjos. Quanto mais eu peço essa eficácia do sangue de Cristo, os anjos vêm rezar junto comigo. Aliás, nós podemos, né? Não fazemos muito isso, mas podemos fazer isso todo dia: pedir ao nosso anjo da guarda que venha rezar conosco. Sangue de Cristo, está afugentando os demônios, atraindo os anjos e purificando os pecados. Né? São João Crisóstomo. Santa Catarina de Siena
dizia o seguinte: "no sangue de..." Cristo, as almas encontram o mar da Misericórdia; ali, lavam as suas misérias, encontram a vida e a graça. Santa Catarina de Siena teve várias visões, não foi uma, duas, mas várias visões em que ela via a humanidade, muitas pessoas sendo mergulhadas num mar de sangue que era o sangue de Cristo. Várias vezes, ela teve visões místicas nesse sentido, demonstrando o desejo de Deus de nos mergulhar na sua misericórdia. Cristo é Deus; Deus é infinito. O valor do Sangue de Cristo é infinito. São Gaspar del Búfalo é um santo pouco
conhecido no Brasil. Inclusive, ele deveria ser muito mais conhecido porque, São Gaspar del Búfalo, ele deveria ter vindo; ele não pôde, mas ele deveria ter vindo trabalhar no Brasil como representante do Papa. O Papa Leão XII, no começo do século XIX, quis que São Gaspar del Búfalo, um santo italiano que vivia em Roma, nascido, viveu e morreu em Roma, fosse mandado aqui para o Brasil. São Gaspar del Búfalo havia fundado uma congregação religiosa para honrar o preciosíssimo Sangue de Jesus e, como ele era o superior da congregação, pediu ao Papa que o dispensasse da missão
de vir ao Brasil. Mas é um santo que tem uma ligação conosco aqui no Brasil; na sua juventude, quis ser padre jesuíta, não conseguiu e ordenou-se como sacerdote da diocese de Roma. Anos mais tarde, ele fundou a Sociedade do Preciosíssimo Sangue de Cristo. Essa congregação religiosa existe para honrar, pregar e ensinar as pessoas a amar o Sangue de Cristo, para rezar pedindo sobre si e sobre a sua vida a eficácia do Sangue de Cristo. Então, a vida de São Gaspar del Búfalo foi justamente para difundir essa devoção, esse amor ao Precioso Sangue. Olha o que
ele diz: "Eu desejo que a minha língua desapareça se eu deixar um dia de pregar o valor do Preciosíssimo Sangue". Ele foi um grande promotor, né, da devoção ao Preciosíssimo Sangue. A congregação que ele fundou, os Missionários do Preciosíssimo Sangue, continua esse trabalho de São Gaspar ainda hoje. Santo Tomás de Aquino dizia o seguinte: "O Sangue de Cristo é a chave do Paraíso". O Sangue de Cristo é a chave do Paraíso. Santo Tomás afirmou na Suma Teológica que somente uma única gota do Sangue de Cristo seria suficiente para redimir o mundo inteiro, uma única gota.
No entanto, Cristo quis derramar muito mais. Santo Afonso de Ligório diz que Jesus, com oito dias de nascido, foi circuncidado; quando se fazia a circuncisão, houve derramamento de sangue. Santo Afonso dizia que o primeiro derramamento do Precioso Sangue de Cristo foi quando ele ainda era um bebê; bastava aquele derramamento de sangue da circuncisão para salvar o mundo inteiro. No entanto, Jesus foi até o fim e não derramou um pouco de sangue, mas derramou todo o seu Sangue. Santa Maria Madalena de Pazzi dizia: "Ó Sangue Preciosíssimo, lava-me, transforma-me, faz-me Tua". Então, nós temos aí alguns exemplos
de santos falando do Preciosíssimo Sangue, dessa devoção. Santa Teresinha do Menino Jesus conta uma história interessante: ela fala que um dia estava no coro do convento, abriu o seu livro de orações e se deparou com uma estampa de Jesus crucificado, e saía muito sangue; o Sangue de Cristo escorria e pingava no chão. Santa Teresinha diz que, ao ver aquela estampa, se perturbou, pensando: "Como pode um tesouro tão precioso como o Sangue de Cristo escorrer sem ter ninguém para recolher esse Sangue?" Então, teve uma inspiração naquele momento de que, através de suas orações e pequenos sacrifícios,
ela deveria recolher o Sangue de Cristo, rezando e fazendo sacrifícios, oferecendo suas orações e sacrifícios pelos sacerdotes. Então, ela rezava pelos padres; esse era o jeito que ela achou de recolher o Sangue de Cristo e entregá-lo para o bem e para a salvação, quem? Dos ministros de Deus, os sacerdotes. Assim, Santa Teresinha rezava muito nessa intenção. Em alguns lugares do mundo, a devoção ao Preciosíssimo Sangue é muito forte, como por exemplo, na cidade de Bruges, na Bélgica. Na cidade de Bruges, existe a Basílica do Preciosíssimo Sangue de Cristo, uma Basílica construída na Idade Média, com
dois patamares: a Basílica inferior, uma construção de estilo românico mais antigo, e a Basílica superior, em estilo gótico, que foi construída especialmente para guardar a relíquia do Preciosíssimo Sangue de Cristo. Essa relíquia é muito interessante; ela chegou à Bélgica na época da Segunda Cruzada. O Conde da Flandres recebeu essa relíquia, que consiste em um pequeno tubo de cristal de rocha. Segundo algumas versões, foi dado ao Conde da Flandres pelo Patriarca de Jerusalém; outros dizem que ele ganhou essa relíquia do Imperador de Bizâncio. Essa relíquia trata-se de uma ampola, uma espécie de ampola cilíndrica feita em
cristal de rocha, e dentro dela, há sangue misturado com terra, segundo a tradição. E, aí, isso é para consolar Santa Teresinha. Segundo a tradição, alguns dos que estavam ali no Calvário, talvez São João, Nossa Senhora, Maria Cleofas, ou talvez o próprio soldado que perfurou o lado de Jesus, chamado Longinos, que é Santo, são Longinos, que em Portugal era chamado de São Longuinho, e aqui no Brasil chegou essa devoção como São Longuinho. Segundo a tradição, o próprio soldado São Longinos, ao perfurar o lado de Cristo, teve o Sangue de Cristo espirrado sobre o seu rosto e,
como ele era cego de um olho, ferido em batalha, quando o Sangue de Cristo caiu sobre... Seu olho, ele recupera a vista. O sangue de Cristo! Olha que coisa! Então, talvez o próprio São Longinos tenha recolhido parte do sangue de Cristo, com terra e tudo, e guardado. Isso acontece que existia essa relíquia em Jerusalém, relíquia de um punhado de terra que havia sido regada pelo sangue de Cristo. A amostra foi dada ao Conde da Flandres, que levou para a Bélgica, para a cidade de Brugges. E aí, então, ali foi construída essa Basílica. Diante dessa relíquia,
muitos milagres, muitos prodígios começaram a acontecer: curas miraculosas, cegos recuperando a vista, pessoas com paralisias recuperando os movimentos perfeitamente, muitas e muitas curas. E isso fez com que as pessoas entendessem que aquela relíquia era autêntica. Havia uma certa desconfiança: será que isso aqui é verdade mesmo, né? Ainda mais naquele tempo, já estavam, e ali, no ano, né, 1000, 1120, 1130 para mais, então já fazia muito tempo que a crucificação de Cristo tinha ocorrido. Aí surgiram, já naquela época, dúvidas a respeito da autenticidade da relíquia. Mas quando as próprias autoridades da Igreja viram que tantos milagres
estavam sendo produzidos diante daquela relíquia, deram por certo que aquela relíquia era autêntica. Até hoje existe, na quinta-feira que precede a festa da Ascensão do Senhor, a festa do Preciosíssimo Sangue, lá em Bruges, na Bélgica. É uma festa gigantesca, uma das maiores manifestações de fé católica na Europa ainda hoje. É interessante que até mesmo a UNESCO chegou a declarar essa procissão do Preciosíssimo Sangue, em Bruges, na Bélgica, como Patrimônio Imaterial da Humanidade, tamanha a importância dessa manifestação. Aqui na nossa comunidade, tem uma consagrada que ela visitou, né, uns anos atrás, ela é consagrada da comunidade,
ela foi minha aluna na escola, eu dei aula para ela quando ela estava no sexto ano. E aí, quando ela foi, ela passou um tempo estudando, né, ela é formada em farmácia e passou um tempo estudando na Bélgica. E aí, na época, até comentei com ela: "Falei, ah, tente ir a Bruges, né, para visitar a Basílica do Preciosíssimo Sangue." E ela conseguiu ir, visitou e rezou diante da relíquia do Preciosíssimo Sangue, e teve uma experiência muito interessante. Ela relatou ali, né, de rezar diante das relíquias, e existe na Bélgica uma devoção muito grande. Mas, para
além dessa devoção na Bélgica, a devoção ao Preciosíssimo Sangue é uma devoção que pertence a todos nós, né? Todos nós católicos devemos clamar essa eficácia do Sangue de Cristo. Nós já vamos caminhando para o fim. Se você tiver a sua pergunta, mande a sua pergunta, e aí eu aproveito aqui no final já para dar alguns recadinhos. O primeiro recado é um convite que eu gostaria de fazer a vocês: se você está procurando um curso de formação, está procurando um meio de se aprofundar na fé católica, a Comunidade Ocat possui a Academia Católica. É uma plataforma
de cursos para formação, sobretudo para leigos católicos. Então, você pode fazer a sua assinatura. Essa assinatura é anual, ou se você não lida assim tão bem com as tecnologias e acha que não vai aproveitar tanto assim, você pode também oferecer essa assinatura para alguém. Então, você pode fazer essa oferta para alguém que você saiba que vai aproveitar muito bem isso, tá bom? Muito bem, meus caros, também fica aqui o meu convite para que você acesse à loja da Comunidade Católica. Nós já passamos aqui do dia 20, então já estamos para além da metade do mês,
e a nossa campanha atingiu apenas 63%. Então, estamos um pouco abaixo daquilo que seria o esperado nessa altura do mês. Nessa altura do mês, geralmente, a gente já tem uma proporção de pelo menos uns 80% da nossa arrecadação mensal. Então, fica aqui o convite para que você, caso não tenha ainda contribuído, faça a sua contribuição. Se você não me segue também nas minhas redes sociais, fica aqui o convite para que você passe lá e me siga, né, no Instagram: @rafaelphponom e no YouTube também, Canal Rafael Ponom. No meu canal pessoal, tem o canal aqui da
comunidade, e no meu pessoal, todos os dias eu estou fazendo as meditações a partir dos escritos de Santa Teresa de Jesus. Então, fica o convite para vocês acompanharem. Muito bem! Vamos ver aqui as perguntas que chegaram. O Marcelo perguntando: "Rafael, boa noite! Então, o que é mais correto: chamar Jesus de nosso pai ou Jesus de nosso irmão?" Obrigado! Então, na verdade, Jesus se faz nosso irmão ao assumir a humanidade, né? Que é algo próprio nosso. Mas não seria incorreto também dizer que Jesus é nosso pai, já que Ele exerce uma paternidade em relação a nós.
Nós não costumamos usar muito esse termo. Por quê? Porque na Santíssima Trindade, as pessoas divinas têm ações que são próprias de cada uma das pessoas divinas, né? Então, a gente costuma distinguir. Mas não é errado dizer que Jesus exerce essa paternidade também em relação a nós, tá? Mas geralmente a gente distingue, a gente chama Deus de nosso pai porque assim Jesus nos ensinou, ao nos ensinar o Pai Nosso, né? "Pai Nosso". Então, o pai dele é nosso também, então, nosso, né? Então, por isso, geralmente nós reservamos a Deus pai, mesmo, esse termo, e Jesus, que
é o filho único de Deus Pai, nós chamamos de nosso irmão. Certo? A Lu pergunta: "Professor, quando na história da Igreja passou-se a oferecer a Eucaristia somente na espécie do pão? Se essa forma é para evitar a profanação, a comunhão em pecado despreparado ou de forma irreverente, não seria igualmente uma profanação?" Vamos lá, vamos por partes na pergunta... Então... Na história da Igreja, passou-se a oferecer a Eucaristia somente na espécie de pão até o edito de Milão, no ano 313 d.C. Era muito comum a comunhão sobre duas espécies, pois as assembleias litúrgicas eram pequenas; o
número de pessoas participando de uma missa era muito reduzido, porque as missas eram rezadas em segredo, nas casas, nas catacumbas, em locais mais retirados, geralmente com grupos pequenos. Então, era possível fazer a comunhão sob duas espécies. Era mais viável agora, em 313, com o edito de Milão; Constantino cessou a perseguição aos cristãos e o número de cristãos católicos aumentou. Só que muita gente também não se converteu por uma adesão sincera. Muita gente acabou se convertendo porque pensava assim: "Ah, antes o império perseguia os cristãos, agora que o Imperador está legalizando a religião, vamos mudar de
religião também." Então houve muita conversão por conveniência. Isso é um problema, certo? Aí a Igreja começou a ajustar algumas práticas. Por exemplo, o sacramento da Penitência; em algumas regiões do mundo, era costume as pessoas acusarem os seus pecados no momento do ato penitencial e os acusarem abertamente, publicamente, diante da assembleia. Isso aconteceu com a conversão que começou a ocorrer depois de 313 e com as assembleias litúrgicas aumentando absurdamente; já não era possível fazer isso. Então, o que a Igreja vai adotar? Aquilo que os monges da Irlanda já estavam fazendo, por influência de São Patrício. O
que eles estavam fazendo? Confissão auricular. Cada fiel vem e confessa no pé do ouvido do padre; o padre ouve a confissão e dá instrução da absolvição, entendeu? A Igreja foi, então, modificando e a questão da comunhão também, para evitar a profanação, para evitar qualquer inconveniente e também pela questão do tempo. Imagine, dar comunhão sob duas espécies… Lembrando que, naquela época, não existiam ministros; eram somente os padres e diáconos que davam a comunhão numa assembleia muito grande. Comunhão sob duas espécies iria consumir um tempo muito grande. Então, a Igreja optou por dar a comunhão sob uma
única espécie, lembrando que, se a gente comunga sobre uma única espécie, nós estamos comungando o corpo de Cristo, e o corpo de Cristo é inteiro. Mesmo que não tenha outra espécie, Jesus está inteiro ali: corpo, sangue, alma e divindade. "Ah, eu comunguei só a hóstia." O sangue de Cristo está lá, entendeu? Essa separação que nós vemos sobre o altar é uma separação espacial; espiritualmente, está tudo unido. Então, "ah, eu comunguei só a hóstia"; "ah, eu comunguei um pedacinho da hóstia." Você pode comungar um fagulho da hóstia consagrada: Jesus está inteiro na fagulha, no pedacinho, entendeu?
Tanto numa hóstia grande quanto num pedacinho pequenininho. Depois, a segunda parte da pergunta: se essa forma é para evitar a profanação, a comunhão em pecado, despreparada ou de forma irreverente, não seria igualmente uma profanação? Sem dúvida! Sem dúvida nenhuma! São Paulo, no capítulo 15 da carta aos Coríntios, é que a gente até estudou isso na semana passada. O que São Paulo dizia? Quem comunga em pecado, quem comunga sem o arrependimento dos próprios pecados, sem estar em estado de graça, come e bebe a própria condenação. São Paulo fala isso: "muitos dentre vós estão doentes e estão
morrendo, é porque estão comungando mal." Ele fala isso no capítulo 15 da carta aos Coríntios. Não sou eu; não, "ah, mas o Rafael tá um rigorismo." Não! É São Paulo Apóstolo! Leia lá, no finzinho do capítulo 15 da primeira carta aos Coríntios. Então, quem comunga mal está profanando a presença de Deus. E aqui no Brasil, nós temos muitas profanações. Em qualquer paróquia, em qualquer lugar, as filas de confissão são minúsculas, bem reduzidas; as filas de comunhão estão sempre cheias. Alguma coisa está errada. As filas de confissão e as filas de comunhão deveriam ter a mesma
proporção. Na mesma proporção em que nós comungamos, deveríamos nos confessar. Se não é possível confessar sempre, pelo menos a cada três meses. Quem consegue fazer todo mês, pelo menos todo mês? Isso é o ideal! Então, infelizmente, muita gente comunga estando em pecado, despreparada. Muita gente comunga sem saber direito o que está recebendo. Quando você ouve um católico falar: "Ah, eu fui tomar a hóstia." Puxa vida! Uma pessoa que fala isso não sabe nem o que está fazendo. Você não vai "tomar a hóstia"; você não vai "comer". Você vai comungar; você vai se unir a Jesus,
que está vivo e presente ali no seu corpo, no seu sangue, na sua alma e na sua divindade. Não é um símbolo; é uma realidade. Agora, o sujeito que não sabe isso, que não tem consciência disso… quer dizer, ele está totalmente despreparado. É uma profanação do sacramento, certo? Sem dúvida alguma. Seguindo aí à próxima questão, a Berenice: Onde comprar a imagem de Jesus ensanguentado? Porque essa imagem não é usada nas Igrejas? As imagens de Jesus crucificado são sempre mostradas com pouquíssimas feridas, né? Eu, particularmente, não sei. A comunidade tem aqui esse crucifixo, né? Que eu
acho muito bonito; eu gosto muito dele, mas não sei dizer onde a comunidade adquiriu o crucifixo. Mas de fato é um crucifixo com Jesus ensanguentado, com as feridas abertas; é bem realista. Agora, acontece o seguinte: nem todos os lugares usam crucifixo assim, porque também há uma questão que é a questão da iconografia. Dependendo do tipo de representação de Jesus, qual é a ideia principal? Transmitir ali a ideia básica. Não é transmitir um realismo como se fosse uma fotografia, mas de transmitir um simbolismo. Há um mistério por trás daquilo. Então, às vezes, algumas imagens de Cristo
têm poucas feridas. Nós sabemos que não foi daquele jeito, mas é para nos mostrar que ele morreu. Reina vivo, né? Nós não cremos num Cristo morto. Nós cremos num Cristo que morreu, mas que ressuscitou e está vivo. E por que nós guardamos a cruz? Nós colocamos a cruz em todo lugar para nos lembrar que a salvação foi feita aqui, aqui. Certo? Então, agora, nem todo lugar... aí vai muito do gosto, né? Das igrejas, dos padres, das pessoas de colocar uma imagem mais realista ou menos realista, né? Para fins catequéticos. Isso eu falo até pela experiência
de muitos anos dando catequese. Para fins catequéticos, às vezes é melhor uma cruz menos com Jesus, menos ensanguentado, para acostumar um pouco o olhar das crianças, dos adolescentes, ao crucificado, à ação da Paixão de Cristo. Agora, é claro, depois que isso avança, eu não vejo problema nenhum. Mas é muito uma questão de gosto; a igreja não coloca uma regra, né? Não tem que ser assim, tem um padrão, tal... não, né? Tanto é que as cruzes, os crucifixos podem ser de qualquer material, podem ser de uma cor só, né? Podem ser coloridos, podem ser mais realistas,
podem ser mais simbólicos. Enfim, o importante é olhar para o mistério de Cristo na cruz. Outra questão, Rafael: na minha paróquia existe a comunhão no final da missa e, depois de 4 minutos, acaba a celebração. Não é errado acabar a missa assim tão rápido, depois de recebermos o corpo de Cristo? Não, na verdade não. A missa tem um rito, ela tem uma sequência. Você, com quanto tempo vai levar de presença real de Jesus em você? Uns 10 minutos? Ah, eu comunguei e, em seguida, o padre já deu a bênção final. O que cabe a cada
um de nós? Nós devemos criar o hábito; nós não temos esse hábito, mas devemos criar o hábito de fazer isso: de não acabar a missa e sair desembestado para fora. O correto é fazer o quê? Fazer a Ação de Graças. Ainda mais nesse caso que você relata, que às vezes você comunga e o padre já dá a bênção… acabou a missa. Acabou a missa, não deu 10 minutos. Ainda você se el ali no banco, no seu lugar, e vai fazer a sua Ação de Graças. Vai falar com Jesus, que ainda está em você, vai conversar,
vai rezar, né? E aí, deu ali uns 10 minutos, a presença real de Jesus já não está mais em você. Aí, muito bem, você vai embora, né? É que aqui no Brasil, de um modo geral, nós temos um mau costume, na maioria das paróquias, que é de falar muito dentro da igreja. Antes da missa, não se guarda silêncio litúrgico em muitas paróquias. Eu já fui em paróquias onde os padres tiveram de fazer um trabalho catequético muito grande, muito profundo, e conseguiram, assim, com o tempo, corrigir esses maus hábitos. Então existem lugares muito bons onde isso
já está feito, mas na grande maioria das paróquias não é essa a realidade. O pessoal vai e cumprimenta, conversa e fala alto antes da missa. Depois que acaba, então, parece a hora do recreio, né? E não é o ideal. Você pode conversar, mas lá na porta, lá fora. Dentro da igreja, o ideal era que, depois que a missa acabasse, todos se recolhessem ali um pouquinho em Ação de Graças e fossem se retirando silenciosamente do ambiente da igreja. Aí, lá da porta para fora, tudo bem, é outra história. Certo? Muito bem, meus caros, vamos seguindo nesse
nosso itinerário da Quaresma. Deus abençoe vocês! Segunda, estamos aqui de volta.
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