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[Música] Oi bom dia meu nome é Camila eu sou sou uma mulher branca de cabelos castanhos ondulados na altura da dos ombros estou com uma camiseta branca um colar preto de de contas pretas e verde armação de óculos vermelha e uma camiseta branca ao meu fundo tem o a nossa identidade visual para esse evento eh com as com a inscrição a inspeção no trabalho na prevenção ao assédio e ao suicídio é uma grande satisfação tá presente hoje aqui cercado de pessoas tão eh técnicas e tão boas na discussão desse tema que nós consideramos extremamente relevantes
eh tanto o assédio quanto a consequência que ele pode ocasionar como o suicídio no trabalho e sem mais delongas eu vou chamar aqui a coordenadora Geral de fiscalização do trabalho e promoção do trabalho trabalho decente del celete Loureiro Lisboa Lisboa Loureiro que eh falará pra gente fazendo essa introdução Obrigada Bom dia a todas as pessoas presentes sou dilete Lisboa auditora fiscal do trabalho e atualmente exercendo cargo de coordenadora Geral de fiscalização e promoção do trabalho decente Eu sou uma mulher preta com cabelos trançados abaixo dos ombros uso óculos estou com fone de ouvidos vestindo uma
camisa estampada preta mas acho que não tá conseguindo olhar porque a câmera está bem no no foco do meu rosto eh com fones de ouvidos e é um prazer Como eu disse est nessa manhã aqui com vocês em nome da secretaria de de em nome da secretaria de inspeção do trabalho quero dar as boas-vindas a todas as pessoas que vão acompanhar as Exposições relativas ao tema do assédio e prevenção ao suicídio mas o que inspeção do trabalho tem a ver com esse tema eu gosto sempre de lembrar que a inspeção do trabalho é uma política
pública de estado prevista na constituição que atribui à União a organização à manutenção e execução da inspeção do trabalho essa política pública Visa assegurar o cumprimento e a efetivação das normas de proteção de trabalhadores e trabalhadoras no exercício de atividade laboral por meio da auditoria fisc fcal do trabalho que é uma atividade que eu com muita satisfação exerço há mais de 25 anos a secretaria de inspeção eh na sua atuação finalística né ela se organiza por meio de dois departamentos o departamento de fiscalização do trabalho e o departamento de segurança e saúde no trabalho o
departamento de fiscalização do trabalho defit eh em linhas Gerais trata das relações de trabalho formalização dos contratos o combate ao trabalho infantil combate as condições análogas de escravizados e tráfico de pessoas inserção de Aprendizes inclusão de pessoas com deficiência fiscalização do trabalho doméstico e de cuidados combate a discriminação ass sédio e violência fiscalização do FGTS só que todas essas relações elas acontecem nos territórios elas acontecem nos ambientes de trabalho e a fiscalização dos ambientes de trabalho tá sobre a direção do departamento de segurança e saúde no trabalho essa organização da secretaria de inspeção do trabalho
que está eh dentro do Ministério do Trabalho e Emprego expressa direitos e princípios fundamentais da organização internacional do trabalho adotados desde 1998 eh que são eliminação de todas as formas de trabalho forçado e obrigatório a abolição efetiva do trabalho infantil a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação e ambiente de trabalho seguro e saudável que esse último desde declarado em 2022 o ambiente de trabalho ele é formado por elementos materiais e imateriais instalações adequadas ausência de riscos químicos físicos e biológicos Isso é o que tá no imaginário de todas as pessoas né H
ter ou não ter um mobiliário adequado enfim mas as formas de organização do trabalho que não representem que não impliquem uma gestão por assédio uma gestão por estresse e que em última em última análise vão evidenciar riscos ocupacionais de natureza psicossocial portanto imateriais e que muitas vezes por toda uma lógica e uma cultura da nossa sociedade acaba deixando isso segundo plano relevado A segundo plano Quando vocês vão ter oportunidade de ouvir eh nesse nessas horas que estaremos juntos eh que longe disso é causa grave de adoecimento de trabalhadores e trabalhadoras portanto a inspeção do trabalho
tem um dever de de de ao assegurar normas de proteção ao trabalho efetivar direitos fundamentais trabalhistas que permitam o exercício da atividade laboral com respeito à dignidade da pessoa humana e a dignidade da pessoa humana ainda que esteja que seja tão fundamental na nossa Constituição mas um termo que muitas vezes é usado inadequado adamente quer dizer em última análise a possibilidade de todos e todas poderem realizar os seus projetos de vida serem aquilo que decidirem ser da forma que decidirem ser e o ambiente de trabalho o direito ao trabalho ele passa justamente por um ambiente
em que você não esteja sujeito a situações discriminatórias e assediadores e a inspeção do trabalho especialmente eh a partir da coordenação é nacional de combate à discriminação e assédio eh e junto com o departamento de segurança e saúde vem focando eh suas atuações para livrar os ambientes de trabalho ou Minimizar os ambientes de trabalho de qualquer forma de violência sendo elas assédio e discriminação para finalizar já que Camila que é a coordenadora dos trabalhos nessa manhã me deu 5 minutos para para me manifestar eh eu quero expressar toda a minha alegria de poder pela primeira
vez estar promovendo em nome da secretaria de inspeção do trabalho um evento com a a participação da colega Viviane coordenadora Geral de fiscalização e segurança e saúde no trabalho e contar mais uma vez com a participação de colegas brilhantes verdadeiros eh eh ícones da inspeção do trabalho minha querida Odete Reis eh Camila bem mergui e sem deixar de eh de citar Marina Sampaio que foi a primeira coordenadora da [ __ ] igualdade então eu quero nessa manhã agradecer a participação de todos a presença de todos e o e terem aceitado o nosso convite os nossos
eh convidados né o Carlos e a Mariana para que a gente tenha um um momento que que tá registrado né na escola nacional de inspeção do trabalho que é outra Conquista maravilhosa da auditoria fiscal deixar aqui registrado debate sobre um assunto tão relevante pro mundo do trabalho obrigada Obrigada Dercy agora eu quero chamar a a coordenadora Geral de fiscalização em saúde em segurança e saúde do trabalho Viviane forte bom dia bom dia a todos muito obrigada pelas saudações iniciais Camil e Derci eh bem Eu sou uma mulher branca de cabelos castanhos uso óculos e estou
com uma camisa branca com detalhes preto e em preto e vou procurar contribuir brevemente com essa atividade trazendo algumas informações relacionadas ao adoecimento mental e por gentileza nos ajude aqui colocando apresentação pode passar então começar explicando para vocês né que no âmbito do Ministério do Trabalho nós eh temos a a a responsabilidade e a prerrogativa definida em lei atribuição definida em lei melhor dizendo de revisar de elaborar e revisar as normas regulamentadoras que regulamentam a CLT no que se refere à medidas de proteção contra acidentes e adoecimento mental dos trabalhadores então o Ministério do Trabalho
publica as famosas nrs e e isso ocorre por meio da ctpp da comissão tripartite paritária permanente que atua de forma tripartite ou seja ela possui a participação de representantes nacionais dos trabalhadores representantes nacionais dos empregadores e do governo não apenas como governo ministério do trabalho mas também a Previdência Social o Ministério da Saúde a da centro que que faz parte do do ministério do trabalho né assim como a secretaria de inspeção do trabalho e do mdic Então são as estruturas né os representantes do governo que através da ctpp eh elaboram e revisam as normas regulamentadoras
o processo é coordenado pela coordenação Nacional pela Coordenação Geral desculpa de normatização que fica aqui na estrutura do departamento de segurança e saúde no trabalho trabalho próxima por favor eh bem e aí já entrando no mérito do tema que nós estamos tratando né que eh é o adoecimento mental nós vamos destacar para vocês a norma regulamentadora número um que trata das disposições Gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais então o essa Norma né ela ah dentre os assuntos que ela aborda não é apenas o gerenciamento de riscos mas o nosso destaque né pelo tema que é
pro gerenciamento de riscos ela vai definir as diretrizes e requisitos do gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de prevenção em matéria de segurança e saúde no trabalho pode seguir E aí a gente já vai pro ponto né pro ponto principal que foi uma alteração bem rec ente esse quadrinho bejinho de 26 de Maio de desculpa 27 de agosto de 2024 bem recente um pouquinho um pouquinho mais de um mês né que foi publicada a atualização da nr1 e com com alterações importantes no gerenciamento de riscos e a gente destaca né esse ponto da Norma
que trata do gerenciamento de riscos e que eu vou ler aqui né o conteúdo né o item 1.5.31 que define que a organização deve implementar nos seus estabelecimentos o gerenciamento de riscos ocupacionais de suas atividades então todas as empresas têm que ter esse gerenciamento de riscos e no item seguinte né a redação diz que o gerenciamento de riscos ocupacionais deve abranger os riscos que decorrem dos agentes físicos químicos biológicos riscos de acidentes e riscos relacionados aos fatores ergonômicos incluindo os fatores de riscos psicossociais relacionados ao trabalho então parece ser eh uma alteração pequena mas não
é eh essa essa alteração do texto ela foi muito importante porque ela deu clareza de que dentre os riscos e dos problemas que devem ser considerados num identificados e e gerenciados no ambiente trabalho faz parte o risco psicossocial que durante a a os trabalhos aqui dessa manhã vão ser melhor tratados né na sequência dos temas eh o Brasil ele estava um pouquinho atrás dos outros países no que se refere à regulação trabalhista abordando a questão dos riscos psicossociais Então essa alteração os outros países estão um pouquinho mais avançados em termos de regulamentação do trabalho então
essa alteração foi essencial n é para a para que a gente Aprimore todas as questões relacionadas a a esse a esse problema e que sejam adotadas as efetivas medidas de prevenção e só observando que a norma eh com essa redação entra em em vigência em Maio de 2025 né então como a gente tem feito aí de estratégia nas outras revisões para dar um tempo para para todos as para todos as empresas os profissionais de SST e nós também governo nos prepararmos e nos adaptarmos para essas alterações e só mais uma vez destacando que na redação
anterior não é que os riscos psicos sociais podiam ser desconsiderados não a redação anterior já definia que as empresas devem atentar para todos que é a redação que tá em vigor inclusive né até essa data de Maio do ano que vem que as empresas devem fazer um reconhecimento de todos os riscos no ambiente de trabalho então já existe esse comando legal mas eh o texto trouxe clareza né não restando mais dúvida que os riscos psicossociais devem ser abordados próximo e então né assim resumidamente o que que nós temos nós temos que no universo né de
todas as atividades econômicas seja uma indústria seja um escritório seja uma construção nós temos aí essa Gama né de de riscos que não vão existir eh todos eles em todas as empresas não necessariamente não necessariamente se eu tô num escritório eu não vou ter o risco químico por exemplo né então não necessariamente nós temos todos esses riscos em todos os ambientes mas eh Possivelmente eles vão estar presentes e o risco psicossocial ah passa né agora de maneira bem bem clara sem deixar dúvidas a compor esse conjunto de eventuais problemas que existem no ambiente trabalho que
podem gerar acidentes e que podem gerar adoecimento né inclusive o suicídio que ah ocorrendo num local de trabalho tendo relação com o trabalho ele é considerado inclusive um acidente de trabalho mas todos os outros adoecimentos depressão ansiedade em se né Eh mantendo a relação com o trabalho são doenças né causadas ali relacionadas ao trabalho e que hoje tem um destaque muito grande inclusive né no nos registros nos dados eh previdenciários que é a Previdência Social que tem a competência legal para fazer o registro de acidentes e doenças próximo por favor então para concluir aqui as
informações para para para vocês a gente destaca né que o risco psicossocial tal como o risco biológico no hospital o ruído numa atividade industrial eh eles devem seguir essas essas linhas estruturantes da gestão de riscos que é né que define né que a empresa que as organizações elas devem antes de mais nada evitar então se eu posso eliminar em clausurar um ruído no meu ambiente eh Fabril por exemplo eu tenho que fazer isso porque aí eu elimino esse risco Ah e no processo de gestão eu vou identificar os perigos ah avaliar os riscos ocupacionais indicando
o o nível né quais para para quê para definir as minhas prioridades né vou classificar esses riscos então eu identifico eu avalio a o o o os problemas relacionados com aquele risco para quê com o objetivo principal que é implementar as medidas de prevenção né todo esse processo de gestão é feito com o objetivo de eu prevenir aqueles fatores que estão gerando os acidentes e gerando os adoecimentos no que se refere ao adoecimento mental as questões estruturantes como o trabalho organizado eventualmente as relações interpessoais são os fatores que estão relacionados aí com a ocorrência né
do adoecimento mental que é gerado pelos pelos riscos psicossociais então a gente faz todo esse processo de identificar de avaliar para adotar as efetivas medidas de prevenção para eliminar para diminuir né para que isso não Gere o adoecimento trabalhador fazendo efetivo acompanhamento e controle para ver se aquelas medidas que foram adotadas eh tão surtindo o efeito que a gente precisa então estamos destacando aqui brevemente né que os riscos psicos sociais estão inseridos Nesse contexto de de gerenciamento de risco próxima então eram eram essas as muito brevemente as informações que nós queremos destacar aqui para contribuir
com as atividades dessa Live muito obrigada obrigada Viviane muito importantes as as suas considerações eh e nesse momento de atualização da nr1 né justamente incluindo os riscos psicossociais eh foi muito importante eh colocar isso pra gente enxergar e onde que essa atualização vai tanto na atuação do gerenciamento eh de riscos pelas empresas como na nossa atuação para paraa implementação né Desse gerenciamento de riscos da da fiscalização da de como as organizações lidam e mapeiam eh e previnem os seus riscos obrigada pela sua exposição E sobre isso também vale a pena falar Vale lembrar que a
após décadas o Ministério da Saúde incluiu na na lista de doenças relacionadas ao trabalho a assédio riscos psicossociais suicídio relacionado ao trabalho suicídio como eh eh como resultado de violência sofridas sofridas no trabalho é um processo de atualização mesmo normativa e que que nada mais reflete do que a realidade eh e que que nós vivemos eh eu deveria falar sobre assédio né porque afinal a gente tá numa Live de prevenção ao assédio e ao suicídio mas eu vou preferir passar a palavra para nossa próxima palestrante porque a gente tá estamos terminando acabou de terminar o
mês de setembro que é um mês alusivo à prevenção a suicídio e é uma temática que ainda ela ela enfrenta tabus né na sociedade eh eu mesmo quando eu fui escrever sobre a Live eh eu sempre parava nessa palavra suicídio e eu acho que ela é extremamente relevante né Não só eu como os números dizem isso eh e acho que existe um clamor por por essa temática eh dito isso eu vou apresentar a nossa próxima convidada que é médica pela Universidade de São Paulo da faculdade de medicina de Ribeirão Preto da USP psiquiatra pelo Hospital
do Servidor servidor estadual de São Paulo aprimorada no tratamento de transtornos alimentares pela Universidade de São Paulo pós-graduada em terapia cognitivo comportamental pela pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e pesquisadora de relações étnico-raciais e saúde mental no grupo de pesquisa de terapia eh comportamental dialética do Brasil e a doutora Mariana de Lima dos Santos Olá bom dia Camila agradeço muito o convite e a oportunidade de est compondo aqui um evento tão importante de um tema tão relevante tão rico ao lado de pessoas tão importantes eh eu começo a me apresentando então eu sou
uma uma mulher preta eu tenho os meus cabelos trançados na numa altura baixo do ombro eu estou vestindo um vestido preto é verde uma blusa verde eu uso óculos com armações marrons eh e eu gostaria de começar a minha apresentação eh posso posso passar aqui ótimo eh eu gostaria de começar a minha apresentação já trazendo fazendo um gancho com isso que a Camila falou e trazendo uma definição sobre suicídio que eu gosto muito né que ela traz que o suicídio ela é a saída disponível né a única saída disponível cujo propósito vai encontrar uma solução
para um sofrimento intenso insuportável interminável e o alvo do suicídio é interromper o fluxo doloroso deter o sofrimento invasor de desesperança que deixa o indivíduo derrotado e sem saída para vida e nós entendemos o suicídio Então como um fenômeno multifacetado eh composto por diversos fatores então nós identificamos mesmo fatores neurobiológicos fatores genéticos fatores psicológicos tanto intrapsíquicos quanto eh interpessoais né nas nossas de uma maneira como as nossas emoções eh afetam ao outro e os nossos relacionamentos fatores sociais e culturais fatores religiosos filosóficos e também fatores ambientais epidemiológicos individuais e nós sabemos que há sim uma
forte relação entre os transtornos mentais e o fenômeno do suicídio mas nós sabemos que eh o adoecimento mental sozinho ele não consegue explicar a totalidade desse fenômeno ele não consegue consegue então justificar todos esses fatores que corroboram para que ele aconteça mas mesmo assim nós encontramos dados que mostram que eh em aproximadamente 90% dos casos as vítimas de suicídio ou as pessoas que apresentam o chamado comportamento suicida elas possuem um quadro de adoecimento mental então quando nós trazemos eh focamos na epidemologia nós encontramos números como esse aqui que eu tirei de uma plataforma de dados
da Organização Mundial de Saúde que nos falam que todos os anos o número de pessoas que morrem por suicídio é de aproximadamente 73.000 pessoas e que o suicídio Ele está entre as principais causas de morte do mundo com mais modes então há mais modes por suicídio do que modes por malária por infecção pelo vírus da imunodeficiência adquirida pelo câncer de mama pelas guerras e pelos homicídios e nós encontramos também que no ano de 2019 mais de uma em cada 100 pessoas morreram como um resultado do suicídio no mundo todo E quando nós trazemos né quando
nós trazemos esse foco para epidemiologia do Brasil nós paramos com dados como esse aqui que mostra que a de mortalidade por suicídio no Brasil no ano de 2019 foi de 6.89 e o isso dá um número estimado de 14.614 mortes por suicídio nesse ano eu acho que esses números eles nos dão uma dimensão de como esse é sim um problema de saúde pública que precisa ser visto com muito cuidado e também quando nós falamos então dos fatores de risco que podem levar ao suicídio nós encontramos eh diversas frentes né Ele eles estão divididos em diversos
níveis então no nível do sistema de saúde né no nível da saúde pública nós encontramos como fatores de risco as barreiras de acesso ao serviço de saúde no nível da social nós eh encontramos o acesso aos meios de suicídio que são os meios que a gente falou são meios letais então armas de fogo eh eh venenos intoxicantes eh reportagens da mídia que são eh colocadas de maneira inapropriada há eh orientações formais a protocolos a serem seguidos eh para D para que direciona uma maneira como notícias de suicídio devem ser reportadas porque nós conhecemos um fenômeno
que é o chamado eh um fenômeno do contágio ou diverter que nos mostra que a comunicação do suicídio de uma maneira indevida pode contagiar e precipitar novos casos de suicídio E além disso o estigma associado ao comportamento de busca de ajuda nós sabemos que a saúde mental ela ocupa ainda ocupa infelizmente um lugar de profundo desconhecimento as pessoas pouco sabem sobre os fen de adoecimento mental há muito preconceito né relacionado à doença mental e h um e a partir disso forma-se um estigma que alcança e que gera muito sofrimento aos doentes mentais no nível comunitário
nós vemos como fatores de riscos desastres guerras conflitos estressores de aculturação e deslocamento além de discriminação e a exposição a traumas e abusos nos níveis de relacionamento interpessoal nós vemos como os fatores o senso de isolamento e ausência de suporte social a ocorrência de conflitos de discordância e de de perdas de relacionamento e já no nível individual nós vemos como fatores a história uma o histórico de tentativa prévia de suicídio na verdade esse é o fator de risco mais importante né então uma pessoa que tem um um histório anteced de de um antecedente pessoal de
tentativa de suicídio ele acaba tendo um risco maior espa só um pouquinho que eu acho que aqui a ocorrência de transtornos psicológicos o uso nocivo de álcool e outra substâncias psicoativas perdas de emprego ou dificuldades financeiras um sentimento de desesperança pessoas que estão em quadros de dores crônicas histórico familiar de suicídio e fatores genéticos e biológicos e né Eu acho que quando a gente olha já olhando para essa divisão dos fatores de risco nós conseguimos identificar que o suicídio está relacionado a estruturas sociais e mais do que isso ele está relacionado aos determinantes ao conceito
de determinantes sociais de saúde né que são determinantes estruturais e condições da da vida cotidiana que são responsáveis pela maior parte das iniquidades em saúde entre os países e internamente os países e esses determinantes eles incluem a a distribuição de poder de renda de bens e serviços e as condições de vida mesmo das pessoas né então o acesso ao cuidado de saúde à escola e a educação e também as suas condições de trabalho e lazer algo que é muito pertinente para esse momento que nós estamos aqui e também o seu estado de de moradia e
de ambiente então trazendo a conversa já um pouquinho mais para minha área de estudo né Porque eu eu tenho me dedicado ao longo dos últimos anos nós vemos que dentro desses determinantes sociais de saúde também está o racismo E isso nós vemos isso a partir do momento então que o ministério de saúde o próprio Ministério de Saúde ele compreende que a situação de iniquidade e vulnerabilidade que a fé das a saúde da população negra ela é responsável pela precocidade dos óbitos pelas altas taxas de mortalidade materna infantil pela maior prevalência de doenças crônicas infecciosas e
pelos altos índices de violência que essa população é é exposta então há um reconhecimento de que o racismo que é vivenciado pela população negra ele incide negativamente nesses indicadores e ele compromete o acesso da essa população aos serviços públicos de saúde e já que a boa qualidade de saúde ela gera condições para inserção dos sujeitos nas diferentes esferas da sociedade de maneira digna há um prejuízo na autonomia e da Cidadania dessa população isso se dá porque o racismo ele é mesmo um sistema eu gosto dessa definição que eu trouxe aqui que descreve o racismo como
um sistema social organizado no qual um grupo racial dominante baseado numa ideologia de inferioridade categoriza e classifica as pessoas em grupos sociais chamados raças e usa seu poder para desvalorizar enfraquecer e alocar diferencialmente recursos sociais valiosos e oportunidades para grupos que são definidos como inferiores então nós vemos que a falta de políticas no período no período pós-abolição que incluíssem a população negra nos processos produtivos e sociais assim como um imaginário de inferioridade que contribui para que a comunidade negra se mantenha numa situação de marginalização na sociedade brasileira além das frequentes discriminações raciais associadas aos estereótipos
negativos que atingem essa essa população somado ao fato de que pera só um pouquinho somado ao fato de que o racismo ele é um fenômeno cuja dinâmica é atualizada ao longo do tempo nas diversas estruturas da sociedade fazem com que eh esse o racismo potencialize as vulnerabilidades imponha barreiras de acesso a direitos e negligencie mesmo as necessidades da população M eu trouxe aqui um eixo né dessa obra prima da Ana Maria Gonçalves que eu acho que explica bem como eh como as coisas começaram E se a gente CONSEG a gente consegue entender como elas ainda
se dão né Então nesse trecho eh deste livro que é um livro chama um defeito de cor é realmente uma obra prima para mim é um dos UMS livros mais importantes eh da literatura brasileira E aí nesse trecho é ela fala ela fala assim um homem que estava ao lado do Benevides o azzis disse que ele não se mexia tentaram acordá-lo mas foi em vão Alguém disse que poderia ser fome mas o azzis apalpou o pescoço do Benevides e encontrou as suas mãos endurecidas agarradas à corda uma mão na entrada e a outra na saída
da volta que a corda dava no pescoço esticada de maneira a não permitir a passagem de ar nenhum o Benevides tinha se matado e muita gente disse que ele tinha feito certo que antes de virar antes virar Cardeiro de bicho do mar pois provavelmente seria lançado ao mar do que Carneiro de branco no estrangeiro retiraram o corpo do Benevides e a noite foi tranquila dormimos quase agradecendo o favor que tinham feito a nos darem comida mas na manhã seguinte três outros homens apareceram mortos tinham se enforcado durante a noite Então esse trecho fala né desse
Episódio eh do episódio de suicídio desse desse personagem dentro de um tumbeiro dentro de um navio negreiro como consequência dessa desesperança né como eh a única a busca daquela única saída possível que eu descrevi no no começo diante de uma situação de falta de esperança e de dignidade e é assim que nós vemos que eh e a partir dessa relacionamento né do racismo com o fenômeno do suicídio nós encontramos dados como esse aqui que nos mostram que em 2016 A cada 10 suicídios entre jovens e adolescentes que estavam na faixa etária entre 15 e 29
anos seis ocorreram em pessoas negras e eu trouxe aqui também os dados desse estudo que mostram que as principais causas a associadas ao ao suicídio da população negra estão relacionados ao sentimento de não lugar ausência de sentimento de pertença ao sentimento de inferioridade de rejeição de negligência a exposição a ma tratos abuso e violência a inadequação inadaptação e ao sentimento de incapacidade e a exposição à solidão e ao isolamento social E aí quando nós falamos então Eh sobre intervenções para proteção e para prevenção ao suicídio não só na população que eu trouxe aqui que eu
fiz esse eh esse pequeno né essa esse foco Mas no geral na população geral nós vemos como medidas que são eficazes então políticas de saúde mental focadas mesmo na promoção de saúde mental na psico Educação na desconstrução desses preconceitos e no combate a esse estigma com relação à saúde mental políticas de redução do uso nocivo de álcool restrição de acesso aos meios de suicídio a veiculação de reportagens de mídia de maneiras responsáveis e adequadas trabalho de conscientização sobre saúde mental transtorno por uso de substâncias e suicídio como esse que nós estamos fazendo nessa manhã é
muito importante intervenções com grupos vulneráveis né então minorias não só eh a população negra como todas as outras eh eh parcelas da população que são classificadas como minorias ou que estão e que estão eh submetidas a estés e a situações de vulnerabilidade treinamento de líderes eh Centro de Atendimento para situações de crise como cvv nós temos o prazer de ter aqui o seu Carlos muito bem representando essa instituição acompanhamento e apoio comunitário a pessoas que são eh vítimas de suicídio a pessoas que são par eh que são familiares ou que têm eh são próximos a
pessoa ao a a essas vítimas e avaliação e gerenciamento de comportamento suicida de transtornos psicológicos e de transtornos de usos de uso de substâncias e por fim eu troue eu trago aqui esse trecho também eh desse livro da minha autora favorita que é um trecho que muito me mobiliza me emociona e que me faz seguir mesmo nessa busca não só do combate né ao racismo mas da promoção da Saúde Mental e ele diz assim ele tá no livro pecos da memória da Conceição evarista então ti Tatão dizia que as pessoas morrem mas não morrem elas
continuam nas outras ele dizia também que ela precisava se realizar deveria buscar uma vida e deixar explodir tudo de bom que havia nela um dia ele disse como quase como se estivesse dando uma ordem tio Tatão era nervoso neurótico de guerra menino menina o mundo a vida tudo está aí Nossa gente não não tem conseguido quase nada todos aqueles que morreram sem se realizar todos os negros escravizados de ontem o supostamente livres de hoje se libertam na vida de cada um de nós que conseguem viver e que consegu se realizar a sua vida menina não
pode ser só sua muitos vão se libertar e vão se realizar por meio de você os gemidos estão sempre presentes é preciso ter os ouvidos os olhos e os e o coração aberto eu encerro por aqui agradeço mais uma vez a oportunidade obrigada obrigada Mariana eh sabia que só podia sair coisa muito boa da sua fala e eu tive ótimas referências da quando eu fui atrás de uma profissional como você e obrigada por trazer o que a gente sabe na prática né que grupos mais vulnerabilizados eh são maiores vítimas né são de de suicídio Mas
você trouxe isso com números com evidências científicas né e deu porquê e explicou a razão disso muito obrigada por essa fala tão importante eh por assim mostrar mais né deixar mais aflorado o o problema do racismo estrutural brasileiro que não basta eu mulher branca ser até ser antirracista sou antirracista e e acredito que todas as pessoas brancas que trabalham comigo também são antirracistas as pessoas negras não são reprodutora de racismo Mas é uma chaga tão grande que tá na socied edade e que cresce com ela que ela acaba né fazendo os tentáculos colocando os tentáculos
em todas as áreas E na saúde pública não é diferente e né por pelo motivo do suicídio ser um fato um fator de saúde pública ser um problema de saúde pública não é diferente também né Muito obrigada pela sua exposição eh depois ten pediram o seu e-mail né profissional para aí depois você me passa obrigada eu vou chamar agora o uma pessoa eu não cheguei a ele né Nós não chegamos a ele pela pessoa nós chegamos pela instituição porque em todos os eventos em todas as falas existentes sobre suicídio se menciona como entidade de apoio
o centro de valorização na vida e ficava a pergunta mas o que é o centro de valorização na vida o que que é o cvv né quem é o cvv e nada mais justo eh nada mais honesto e transparente do que nós tentarmos trazer essa entidade que PR qual todos recorrem né tanto as organizações públicas quanto organizações privadas quanto ONGs a primeira instituição que vem à mente quando se fala em prevenção a suicídio é o cvv E eu perguntei para ele né pedi a ele um minicurrículo e ele falou não ponha só Carlos Peres voluntário
do cvv para quem eu passo a palavra agora ok me ouvem bem sim sim Bom dia a todos é um prazer estar aqui com vocês falando sobre o cvv e como a Camila falou né Nós somos [Música] voluntários porque nós entendemos que todos nós somos iguais né frente ao nosso muito bem eu vou apresentar aqui então o cvv centro de valorização da vida que podia colocar aí a minha apresentação que tem que puxar aqui Carlos eu vou te pedir só para trocar aí pro PowerPoint e colocar ela em modo de apresentação aís consegir apresentação novamente
isso pode colocar em apresentação e nós exibiremos na tela Isso agora basta você maximizar aí e eu coloco no poco perfeito ok muito bem então o centro de valorização da vida eu vou Carlos eu acho que tu colocou em modo de edição aí ele tá aparecendo miniaturizado aqui não tá aparecendo no modo de apresentação não está aparecendo não acho que é melhor deixar assim então então tá vou colocar vou colocar no modo de edição mesmo perfeito Ok se tu se tu clicares no ícone com a apresentação aqui do lado um um ícone em cima cima
a então ess eu coloquei para mim aparece a tela cheia agora por algum motivo Ele não tá Por algum motivo Ele não não jogou para nós Apresentação mas tudo bem Pode pode prosseguir aí pode prosseguir perfeito tudo ok está visível Volo então volar aqui então ok bom então vamos lá o cvv então é um serviço humanitário filantrópico e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio alguns dados aqui que são importantes né ele existe desde 1962 ou seja ele tem 62 anos de existência no Brasil foi fundado aqui em São Paulo a cidade de São
Paulo por um grupo de jovens estavam preocupados com o suicídio hoje o cvv atua em mais de 100 postos ou seja mais de 100 cidades no no Brasil todo contando com cerca de TR 15.00 voluntários como eu todos esses 3.500 voluntários recebem um treinamento para começarem o trabalho e depois todo mês nós temos uma atualização desse treinamento e periodicamente passamos por cursos de reciclagem eh para dar uma dimensão eh nós tivemos aí no ano passado no ano 2023 cerca de 3 milhões de atendimento ou seja 3 milhões de brasileiros ligaram para o cvv no ano
passado então vocês T aí uma ideia da dimensão do cvv já é um é uma entidade que tem uma certa estabilidade que vem cumprindo a seu papel durante esse tempo todo nós somos associados ao befriends Wide uma entidade que congrega instituições congêneres todo mundo né que de prevenção ao suicídio o que que caracter o cvv é um serviço gratuito né os voluntários são treinados Como já disse e nós trabalhamos sempre atendendo as pessoas garantindo O Anonimato e o sigilo ou seja quem liga pra gente Nós não sabemos o número do telefone não sabemos o nome
da pessoa e não estamos vendo o rosto da pessoa e não nem de onde ela é então ela vai conversar conosco eh com Total eh Anonimato e o total sigilo o nosso basicamente é de não julgamento ou seja todas as pessoas que ligam para a gente nós não vamos fazer nenhum tipo de análise nenhum tipo de avaliação nenhum tipo de crítica tá certo aqui é um um um quadro que mostra como que Nós pensamos e como é como é que nós Agimos então nós temos momentos da nossa vida de tristeza de alegria choro não é
de raiva de ódio momentos de felicidade momentos de alegria momentos de tristeza né e Ah nós partimos do princípio que esses sentimentos são próprios do ser humano e toda vez que alguém tem um sentimento ele quer compartilhar com outra pessoa seja um sentimento de alegria por exemplo como um sentimento de tristeza seja um sentimento de felicidade como um sentimento de dor então ele quer dividir é um faz parte do ser humano é uma característica básica do ser humano tentar dividir com alguém só que é difícil encontrar esse alguém para dividir esse sentimento né Às vezes
a gente não confia bastante no na na pessoa né então quando se a gente está sofrendo procurando uma pessoa para compartilhar o que que a gente gostaria de encontrar nessa pessoa que é o que o você procura fazer esse alguém deveria ser então alguém que a gente possa confiar seja uma pessoa de confiança alguém que mantivesse o sigilo Tá certo ou seja não sai para por aí falando tudo que aconteceu na nossa conversa alguém que desse atenção completa essa atenção é uma coisa muito interessante nós vivemos hoje num mundo muito agitado e que muitas vezes
a gente não tem tempo para parar né para ouvir a outra pessoa então precisa parar dar atenção realmente nesse momento que ela precisa alguém que me compreendesse alguém que eh compreenda a dor que eu estou sentindo compreenda o que eu estou vivendo e alguém que me ampare nesse momento que me deu um suporte que me dê um apoio enfim alguém que me aceitasse como eu sou então o cvv procura atuar dessa forma atendendo as pessoas dando apoio emocional né e aceitando a pessoa do jeito que ela é com as características que ela tenha com as
decisões que ela toma com as alternativas e as tomadas de decisão que ela vem a fazer quando nós falamos então de prevenção do suicídio isso passa a ser uma característica do cvv né um uma das fontes de atendimento mas na realidade atuando como apoio emocional ou seja nós atendemos pessoas com todo tipo de problema evidentemente a pessoa que tá com pensamento com suicídio como também pessoas por exemplo que estão com problema no trabalho perda do trabalho perda do emprego não é até uma adolescente que Brigou com namorado Então quer desabafar e tá muito com isso
certo eventualmente podemos até ter uma garotinha que liga pra gente porque o gatinho dela morreu e ela e ela vai conversar conosco e nós vamos entendê-la do mesmo jeito como alguém que está pensando no suicídio então vejam que eh o sentimento é um fator muito forte e as pessoas hoje têm dificuldades de expor esses sentimentos então o cvv vem no sentido de cumprir ou contribuir para que a pessoa coloca consiga colocar para fora esse sentimento e assim ela vai esvaziando ela vai se aliviando e uma um fato muito interessante que acontece é que quando uma
pessoa começa a falar sobre o seu problema ela tem que elaborar o pensamento e ao elaborar o pensamento ela começa a encontrar os caminhos para resolver o seu problema ela começa a encontrar soluções para a sua situação né então isso é uma coisa que nós acreditamos bastante que aconteça as pessoas podem falando elas vão liberar um pouco a tensão que estão passando né se aliviar e ao mesmo tempo começam a buscar novos caminhos para se encontrar então nós acreditamos e pautamos o nosso trabalho em cima disso ou seja nós acreditamos que toda pessoa tem a
capacidade de resolver seus próprios problemas evidentemente nós estamos falando sobre questões emocionais é claro que se a pessoa tem um problema físico uma doença Então ela tem que buscar um especialista né nós falamos apenas de questões emocionais então a gente acredita nisso falar é a melhor solução n a pessoa fala ela expõe ela desabafa ela alevia e ao mesmo tempo começa a clarear um pouco mais o caminho que ela está seguindo é muito comum na nas nossas eh nossos atendimentos que eh a pessoa começa às vezes com voz entrecortada não consegue se expressar direito tá
chorando né Eh montando frases assim que não são muito compreensíveis e aos poucos ela começa a falar nós estamos escutando e vai aos poucos ela vai elaborando e chega no final da conversa Ela agradece dizendo que tá tá melhor e que tá vendo a vida de uma outra forma Então isso é o que nos motiva para dar continuidade falando especificamente agora sobre suicídio nós temos essa essa imagem que a gente usa bastante nossos nossas palestras assim eh e até foi bastante eh colocada muito bem colocada pela Dra Mariana quando uma pessoa pensa em suicídio né
Por exemplo aí o homem tá querendo se lançar ao precipício né ao mesmo tempo a a figura dele a sombra dele tá se agarrando à árvore então ele ele quer Eh mas não quer né então ele fica nessa ambivalência então na realidade pensamento suicida não quer a pessoa que pensa no suicídio ela não quer morrer ela quer se livrar da dor ela tem um problema muito sério que ela não consegue resolver e a vida tá se tornando um inferno para ela né então ela quer acha que Talvez possa resolver isso eh através colocando fim a
própria vida então ela quer se ela quer se distanciar ela queer se livrar da dor que ela tá sentindo uma outra coisa interessante dentro desse quadro é essa cartinha que vocês podem notar aqui no eh no ao pé do do do rapaz que tá querendo se suicidar né é comum não é constante mas é comum a pessoa que se suicida deixar um texto alguma coisa por escrito né E sempre nós perguntamos por que que a pessoa escreve alguma coisa e a resposta invariavelmente é o seguinte ela escreveu Por quê Ela não teve oportunidade de falar
ela não teve oportunidade de colocar para fora e alguém que escutasse Então ela deixou por escrito ela manifestou isso de uma maneira escrita né então se ela tivesse oportunidade de falar talvez ela não cometesse o suicídio não dá para garantir mas talvez pudesse acontecer isso quem tá por perto Pode ajudar sim a gente entende que todas as o profissional de RH Tá preparado para isso os profissionais da Saúde estão preparados Mas é uma coisa que todos nós seres humanos podemos fazer né como é que a gente pode fazer percebendo primeiro se nós temos disponibilidade para
ajudar segundo aproximar esta pessoa mostrar que ela não está sozinha se aproximar é uma é um um fato muito interessante porque nós falamos com as pessoas pelo telefone Então como é que a gente se ima a gente se aproxima com através do da da acolhida né em vez de eu falar assim oi tudo bem eu vou falar assim como é que você está conta para mim né Você tem alguma coisa que possa contar como é que é a sua história tem algo que eu posso fazer para te ajudar Então essas palavras ajudam bastante para que
a pessoa perceba que ela não está sozinha terceira coisa conversar com foco na outra pessoa né Sempre que nós fazemos um atendimento nós nunca colocamos nada da gente né então nós temos que ouvir com atenção cuidado sem colocar meus valores pessoais sem interromper sem dar conselhos Tá certo eu escuto a pessoa espero que ela desabafe que ela coloque para fora seus sentimentos e aos poucos ela vai encontrando seu o próprio caminho e finalmente respeitar o tempo dela então no cvv nós não temos tempo definido se uma pessoa quiser conversar conosco 5 minutos tudo bem estaremos
disponíveis 5 minutos se ela quiser ficar 1 hora conversando nós estaremos disponíveis durante uma hora então o tempo é dela certo então é isso que caracteriza bem o nosso trabalho então a gente entende que o suicídio parte de um vazio vazio interior uma solidão D Mariana colocou aí diversos fatores de risco muito muito correto Exatamente isso é pode ser até multifatorial né às vezes várias coisas acontecendo ao mesmo tempo que a gente não consegue talvez identificar mas de uma forma genérica a gente vê que a pessoa tá sozinha ela tá ela não consegue botar para
fora toda a sua problemática né esse vazio está tá com ela mesma e ela não consegue colocar para fora então o que que nós oferecemos um pouquinho de amizade calor humano para que realmente ela consiga se expressar e encontrar o seu próprio caminho é isso basicamente é o trabalho do cvv como é que nós fazemos aqui só para terminar nós atendemos pelo telefone 188 é um telefone Nacional né onde qualquer pessoa qualquer brasileiro pode ligar a qualquer hora do dia 24 horas por dia todos os dias da semana todos os dias do ano Nós não
paramos nem no Natal nem no ano novo né então a qualquer momento pode ser de madrugada ela liga no 88 ela vai ser atendido por um desses eh 3.500 voluntários que nós temos se a pessoa não quiser conversar ela quer escrever ela pode usar também o a internet né através do do chat né cvv.org.br bar chat Ela escreve e daí tem uma conversa eh com a o voluntário ou então escrever um e-mail só que o e-mail às vezes demora um pouquinho para ser ter a resposta né Então esse é um trabalho gratuito sigiloso e anônimo
Tá certo 24 horas por dia 7 dias por semana e além disso nós temos o cvv comunidade que é o que eu estou fazendo aqui hoje né Nós participamos de palest nós fazemos rodas de conversa nós temos um serviço que se chama gás gás é o grupo de apoio ao sobrevivente do suicídio que é uma roda de conversa com aquelas pessoas que passaram na uma tentativa de suicídio ou então por aquelas pessoas que perderam alguém da família um amigo um conhecido né que ficou muito traumatizado com isso então são rodas de conversa M uma coisa
as pessoas vão se colocar vão expor as suas dificuldades os seus sentimentos e ali Vamos tentar esvaziar um pouco dará um pouco mais de tranquilidade o gás é um trabalho muito pesado diria assim né porque vocês imagine quem perdeu imagine por exemplo uma mãe que tenha perdido um filho né no suicídio essa mãe vai sofrer isso pelo resto da vida não ela não se conforma ela fica se perguntando constantemente onde foi que ela errou que foi que ela deixou de fazer n Então essa roda de conversa é o momento para ela botar um pouquinho iso
para fora esvaziar um pouco dar uma aliviada na vida que ela tá levando Então esse apoio emocional é que o cvv procura fazer e assim pessoal eu acho que é nossa é nosso trabalho nossa apresentação aí quiser voltar Obrigada Carlos eh a sua fala Ela traz muita calma Ela traz muito alento e que eu imagino que você leva isso paraas pessoas que buscam esse apoio do cvv então em nome de em nome de todos os assistidos eh em nome de nós potenciais usuários eh Imagino que aqui deva ter se não voluntar já voluntários efetivos mas
m muitas pessoas desejosas de ser volun voluntárias é muito bom ouvir o cvv que justamente como eu introduzi é uma entidade que sempre é mencionada que é referência para o ministério da saúde para eh todos os órgãos mentais que tratam do assunto suicídio eh então Só nos resta D muito obrigada eh obrigada por ex por falarem aqui posso dar mais uma uma paletinha Se alguém quiser eh conhecer mais o cvv ou até se tornar um voluntário entra no site cvv.org.br Lá tem todas as explicações Exatamente isso cvv.org.br tem as explicações e a fora então de
participar no treinamento para ser um voluntário Obrigada B depois da fala do Carlos do cvv Eu Vou Chamar Agora a minha colega de trabalho auditora fiscal do trabalho formada em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais com residência médica em clínica médica e especialização em medicina do trabalho e mest em ergonomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul agora eu quero chamar para falar pra gente audete Cristina Pires Reis auditora fiscal do Ministério do Trabalho e grande parceira colaboradora né nessa atuação de combate discriminação de fiscalização de riscos psicossociais eh profunda e ela ela
eu posso dizer que ela é quase uma fundadora dessa temática na inspeção do trabalho rete a palavra é sua ai obrigada Camila Obrigada pelas palavras aqui eh e assistir as falas essas as falas anteriores da Mariana a fala emocionante da Mariana a do Carlos que nós brincamos quando a gente fez uma reunião prévia que a gente conhece o cvv só como uma entidade pela primeira vez a gente vê materializada na presença do Carlos né então foi importantíssimo ele trazer essas informações para nós eu acho que para todos que estão assistindo eh bom eu vou fazer
minha inicialmente Então minha audio descrição Eu sou uma mulher branca tenho cabelos escuros ondulados abaixo dos ombros olhos castanhos uso óculos tô usando um brinco com detalhe de madeira e e uma blusa branca e azul e estou no escritório da da minha casa né o fundo tem uma prateleira com Livros mas tá desfocada eh bom eh eu gostaria de iniciar Camila falando pros pras pessoas que estão assistindo sobre a cartilha que está em andamento eh nós estamos trabalhando numa cartilha desde eh o início quase da fundação da [ __ ] igualdade então eu eu eh
cito aqui as colegas a primeira coordenadora que foi a Marina Sampaio então foi um trabalho que iniciou com a Marina com a Ilana e com a Dercy né então a gente sentiu essa necessidade de fazer essa cartilha a gente tem muitas cartilhas né já excelentes cartilhas de outras instituições mas eu acho que o grande diferencial dessa é que ela primeiro que tá atualizada né tem então eh eh algumas eh conceitos bem atualizados e e outra outro ponto que eu acho que é o mais importante que a gente trata do suicídio relacionado ao trabalho então das
além das diversas formas de assédio assédio moral sexual o assédio político eleitoral o assédio moral organizacional a gente trata também então da temática do suicídio relacionado ao trabalho e entendendo que tem uma relação né muito próxima com a assédio mas não somente ao assédio né como a gente vai falar aqui um pouquinho daqui a pouco e então para mim é uma grande alegria uma grande honra estar aqui não vou eh tomar muito tempo porque né já tivemos falas excelentes conteúdos excelentes então vou fazer somente algumas eh observações algumas reflexões e pra gente sobrar tempo então
pra gente paraa discussão né Se alguém quiser fazer alguma pergunta enfim bom eh Então eu queria destacar dois pontos que eu acho muito importante quando a gente tá falando sobre suicídio relacionado ao trabalho então o primeiro ponto é em relação à centralidade do trabalho paraa vida das pessoas então o trabalho muito além né de ser então meio de de sobrevivência de subsistência é o local onde as pessoas se relacionam onde as pessoas se realizam onde coloquem em prática suas habilidades e onde são conhecidas e mas também é palco de violências de abusos de precariedade eh
e e e o extremo oposto né a falta de reconhecimento e sofrimento e adoecimento e o segundo ponto é o aspecto a Mariana já trouxe algo sobre o conceito de de suicídio eh eu vou trazer um que é muito próximo do que ela falou é inclusive é o que a adotado pela Organização Mundial da Saúde que consideram o suicídio como um aspecto multifatorial e multicausal né Ele é considerado como resultado de uma uma eh uma relação entre diversas fatores em especial fatores eh ambientais genéticos sociais culturais e sendo assim o trabalho com certeza está incluído
aí então a gente precisa eh isso ainda há uma resistência muito grande né mas a gente precisa entender que o trabalho pode ser um dos fatores que podem contribuir para o comportamento suicida o comportamento suicida engloba não só os a morte por suicídio mas também a ideação e as tentativas e e a gente Lembrando que e esse esse conceito né de de tirar esse foco do individual já foi trabalhado no século XIX Então o a obra O suicídio de Emily durk ele já trata o suicídio como fato social e Marx 50 anos antes de ser
publicada essa obra eles também já tratou falou tem um trabalho dele sobre o suicídio E tratando o suicídio como sintoma da sociedade capitalista e então Outro ponto importante é em relação às estatísticas que a Mariana já trouxe mas a em relação a suicídios relacionados ao trabalho a gente tem muito poucas estatísticas mas tem vários trabalhos mostrando que por volta de 10 a 12% de todos os suicídios são relacionados ao trabalho e a gente tá percebendo um aumento eh nas últimas décadas né do dos suicídios relacionados ao trabalho em especial por causa das mortes que ocorrem
nos próprios locais de trabalho então a gente tem casos emblemáticos como da foxcom da Fran Telecom onde ocorreram vários suicídios eh claramente relacionados ao trabalho muitos no próprio local de trabalho e muitos com menagens deixadas falando que o motivo era o trabalho né então isso acendeu então a a o foco para para para esse tema né pro tema trabalho e inclusive as pesquisas que aumentaram muito e vem aumentando muito ainda precisamos de muito mais pesquisas mas temos tido um avanço eh em relação a isso também E aí a gente E isso tem uma clara relação
nesse aumento progressivo eh com as características do Mundo do Trabalho atual que são consequência em especial da reestruturação produtiva que aí trouxe novas formas de gestão de organização do trabalho e das políticas neoliberais eh em especial as reestruturações das empresas né como as privatizações terceirizações etc e e a gente chega então quando a gente fala em organização do trabalho em gestão formas novas formas de gestão a gente chega nas violências no trabalho nas formas abusivas de gestão e no assédio moral né que também a gente precisa entender que é uma que que decorre de uma
interação complexa de diversos fatores hoje a compreensão do assédio moral extrapola a questão eh da individual né aquela questão só voltada pro trabalhador e para o agressor Então a gente tem que entender o o o o contexto em que isso ocorreu as condições de trabalho eh tem autores e autores eh muito respeitados que são incisivos ao dizer que o assédio só ocorre se a empresa permitir né então a gente vai falar um pouquinho sobre a questão da da presença de fatores de risco psicossociais que predispõem a práticas né Essas práticas abusivas dentro do trabalho e
então Eh Outro ponto muito importante né que tem uma relação muito dir com a sede moral e com o suicídio relacionado ao trabalho são os fatores de risco psicossociais eh em relação ao assédio moral há uma associação eh muito próxima essa Associação com o comportamento suicida isso já tá muito bem também estabelecido e estudado então eu até coloquei aqui diversas referências né Tem tem várias outras Mas algumas que eu julguei mais importantes fazendo então essa relação do assédio moral com comportamento suicida eh e aqui algumas alguns eh fatores de risco psicossociais eh São somente alguns
né mas que também eu julguei mais importante pra gente falar aqui hoje então que estão relacionados então com a a a a prática de assédio moral e com o comportamento suicida e quando eu falo o assédio moral e o comportamento suicida não necessariamente precisa de estar presente o assédio moral para ter esse comportamento eu acho que isso ficou bem claro né bom então Quais são esses fatores de risco pío sociais ão dificuldades na gestão de conflitos eh cultura organizacional que permite ou se omite diante de práticas violentas Então isso acaba perpetuando a gente vê isso
na nossa prática da fiscalização né então empresas que não t uma política muito eh consistente ou muito presente ou efetiva em relação a prevenção do assédio da discriminação acaba que esses ambientes têm mais eh chance de ocorrer eh eh e e ocorrer e se tornar eh constante práticas de assédio eh de adoecimento decorrente disso etc e onde existem práticas de gestão pouco Claras e muitas vezes perversas né a gente lembra das formas de gestão que são baseadas em metas metas muitas vezes abusivas o elevado grau de competitividade um elevado nível de estresse uma carga excessiva
de trabalho tarefas Mont monótonas ou quando há pouca autonomia sobre o trabalho um baixo apoio ou suporte social uma insatisfação no trabalho a falta de reconhecimento as reestruturações Como eu disse e a baixa estabilidade no emprego e situação laboral E aí eu lembro que tem outra a situação laboral precária né e eu lembro também Outro ponto muito importante associado ao suicídio que é a o desemprego né então eh eh as pessoas que que que estão desempregadas ou estão eh com medo de ficarem desempregadas Há muitos trabalhos apontando essa relação também com com comportamento suicida em
relação às reestruturações a gente então como eu disse né na nossa prática da da inspeção do trabalho a gente vê isso muito eh nas empresas que estão passando por algum tipo de reestruturação e que é é o reflexo inclusive da das das políticas neoliberais né Então essas reestruturações elas vão continuar ocorrendo a gente não tá discutindo aqui se é para ocorrer ou não uma privatização Mas a forma como essas reestruturações ocorrem e geralmente ocorrem sem nenhum cuidado ou um foco nos trabalhadores e isso causa uma série de consequências inclusive tentativas de suicídio e suicídio então
eu nem vou citar todos aqui né mas o que que pode ocorrer quando não tem esse cuidado a gente viu Eh falhas na comunicação Então os trabalhadores muitas vezes eles ficam sem saber como que essas eh reestruturações vão ocorrer o que que vai acontecer com eles como que vai ser o futuro deles então gerando eh uma insegurança no emprego que já é eh eh automático de ocorrer né quando a pessoa sabe que vai ter uma privatização sabe que vai ter eh uma uma venda de uma empresa empresa sabe que vai ter uma terceirização ela já
fica insegura mas isso só piora se a empresa não tem esse Cuidado então entra aí a questão da dos profissionais de saúde e segurança do trabalho de acompanhar esses processos de propor medidas para que isso seja amenizado os processos de demissões né a gente vê muito eh às vezes uma uma pressão ou ou até práticas de assédio para as pessoas se engajarem em programas de demissão voluntária ou pedirem demissão a falta de planejamento em relação a essas estruturação gerando uma sobrecarga de trabalho enfim bom eh e quais as consequências então desses fatores de risco psicossociais
essas imagens aqui eu esqueci até de falar sobre aquela primeira lá que a gente mostrou sobre o assédio eh é de um documento da da organização vou até voltar aqui rapidinho só para mostrar para vocês que é de um documento da Organização Mundial da Saúde que é sobre a a a sede moral é documento até mais antigo acho que é de 2001 Mas eh e aqui mostrando né Essa acho que essa figura é muito representativa assim eh do sofrimento de uma pessoa que está passando por práticas de assédio né então aqui os colegas todos da
empresa e e a pessoa que completamente isolada né e e só vendo de longe enfim dá pra gente ver mais ou menos o sofrimento né que isso traz bom então em relação às consequências eu me embasei também eh nesses dois documentos que são muito referenciados também que traz um quadro que mostra uma um resumo né dessas consequências Eh aí a nível de eh da saúde mesmo e das repercussões para as pessoas então sobre a saúde física eu tem várias várias questões né várias repercussões eh sobre a saúde mental então tem aqui o suicídio e comportamentos
Suicidas que é muito bem estabelecido e até outros pontos que a gente não costuma eh abordar isso e tratar como relacionado ao trabalho que são abusos de substância alcoolismo tabagismo e obesidade bom eh o assédio é discriminação acho importante também falar isso que eles têm uma relação muito próxima né tanto é que as principais vítimas de de assédio são as pessoas que são mais discriminadas como as as mulheres as pessoas negras pessoas com deficiência com idade avançada doentes e acidentados e a população lgbtq PN mais eh e eu gostaria de falar um pouquinho mais isso
já foi falado pela Mariana sobre até pelo Carlos também algumas limitações paraa abordagem paraa prevenção do suicídio E então focando nesses dois pontos que em relação aos mitos estigmas e preconceitos né que o suicídio quando a gente vai estudar o suicídio ao longo da história aí a gente entende de onde que vem isso então o suicídio foi eh em em determinada época considerado como pecado depois considerado eh como um crime e basta dizer que até hoje 20 países consideram o suicídio como crime né criminalizam o suicídio E então é algo que a gente precisa realmente
combater isso eh prejudica muito o o debate e a prevenção e a patologização eh na verdade há vários autores e até a Organização Mundial da Saúde considera que quase 100% do suicídios tem uma relação com alguma tá relacionado a alguma Patologia e isso tá sendo muito debatido por muitos pesquisadores que consideram que eh o o o suicídio nem sempre está relacionada a uma patologia E que esse discurso mais importante é que esse discurso ele acaba impedindo outras formas de entendimento do fenômeno então Eh acaba limitando né a gente acaba eh eh focando então na pessoa
e na sua Patologia e não no entorno né então a como tudo que a gente falou até agora sobre as questões sociais do trabalho e e enfim que precisam então ser pra gente realmente fazer um combate uma prevenção efetiva que precisam ser abordadas e por último Então finalizando aqui o o o que a gente tem trabalhado eh no sentido de eh que os casos considerados como suspeitos que seja feito isso já então quando ocorre alguma coisa né algum tipo de comportamento suicida que eh não só não somente a morte por suicídio mas se ocorrer também
uma tentativa de suicídio isso então a nível dos Trabalhadores e que há alguma suspeição com relação com trabalho que isso seja abordado né que seja feita a devida abordagem no sentido da sua prevenção e aí a gente precisa então eh eh levantar o que que é considerado suspeito então Eh alguns pontos aqui então suicídios ou tentativas de suicídio ocorridos no próprio local de trabalho isso eh a gente pode considerar que isso já isso como relacionado ao trabalho eu creio que não né mas é um forte Apesar que deju né que é um super especialista e
estudioso do tema ele fala que todo suicídio ocorrido no trabalho está seguramente relacionado ao trabalho mas a gente até adotando uma postura mais conservadora eu acho que a gente pode considerar como forte indício de relação com o trabalho e aí a gente fazer a pesquisa né e ver eh todo o contexto a mesma coisa em relação a uso de meios letais relacionados ao trabalho que a Mariana também já abordou então em algumas atividades como no meio agrícola né o uso de pesticidas os policiais com uso de armas de fogo e o pessoal da Saúde o
acesso à medicação tem vários trabalhos também mostrando que essas profissões tem um risco maior de suicídio então Eh eu também acho que a gente deve considerar como eh eh um caso suspeito e no mínimo a gente deve fazer a investigação sobre como que está o controle de acesso a esses meios então quando Além disso quando há mensagens deixadas pela pessoa dizendo que o trabalho teve algum tipo de influência na sua decisão ou qualquer outro tipo de suspeita né denúncias eh de de de Sindicatos de familiares de colegas e quando há agravos ou doenças relacionadas ao
trabalho e ou com indí né já estabelecida como relacionada ao trabalho ou com indício de relação com o trabalho em especial os transtornos mentais Bom eu acho que é isso e eu termino então com essa frase que é do um pesquisador eh sobre suicídio que é do Nilson berenstein Neto que ele diz que toda e qualquer morte traz à tona algo sobre a sociedade em que ela acontece eh Obrigada estou disposição obrigado odet não teria como ser diferente de maravilhoso né apesar do tema um tema tão espinhoso como assédio nas relações de trabalho como riscos
psicossociais como eh o pior a pior consequência que é o suicídio eh mas obrigada por tornar isso assim um elemento que a gente consiga intervir né mostrar que isso é possível e eh eu gostaria de fazer algumas perguntas pros nossos palestrantes né vou começar pela Mariana mas me remetendo a h uma fala da audete agora do final que ela menciona que não é não é possível a gente enxergar o tratar eh causas do suicídio tratar O entorno isso Mariana eh me veio à cabeça quando né na sua fala sobre associou caso eh suicídio ao racismo
eh Então como fazer como como tratar individualmente a a pessoa que esteve próxima ao suicídio com ideações suicídia suicida que seja vítima desse sistema estruturante estrutural que é o racismo brasileiro sim e então a [Música] gente não tem também muitos estudos formais sobre isso né mas os que T eh São justamente são os que são os que apontam dados que falam a respeito feito de fortalecimento né da identidade então Eh da identidade cultural eh da da autoeficácia que a gente chama da valorização de si né teve um slide em que eu apontei era um estudo
em que eles entrevistavam pessoas que havam pessoas negras que haviam tentado que estavam ali em crise suicida e essas falas elas falam ela elas falam as respostas que eles trouxeram na verdade elas coincidem muito com os efeitos que o racismo traz no no individual das pessoas então uma fragilização da identidade da sensação de pertencimento de adequação eh de que é capaz eh e as invenções que a gente faz pontualmente então são focadas nisso num fortalecimento faz sentido o que eu tô dizendo e trazendo outras estratégias a gente fala muito sobre eh estilo de vida e
estratégias de fortalecimento da Saúde Mental então espiritualidade então f de religião falando de espiritualidade que pode trazer essa sensação de pertencimento de propósito de fortalecimento eh ações comunitárias eh no primeiro o ponto é isso e o segundo eh há dados que mostram que conversas como essa que a gente tá tendo aqui né trazer o assunto paraa roda discutir eh tanto com a liderança com lideranças com pessoas que podem eh começar a mudar aí essas estruturas né Eu sou tóp eu acredito que dá para mudar é difícil é difícil mas se começar a mudar eu acho
eu acredito que pode acontecer eh e quanto com os pares mesmo né porque E essas agressões racismo enfim elas se dão muito às vezes de uma maneira silenciosa e muito perspicaz assim né Muito do jeitinho que você falou parece que tipo arvad Daninha né ela vai contaminando ali quando você vê já tá tudo contaminado tudo alterado obrigada Mariana Carlos Agora Aqua assim que é quase são quase perguntas minhas mas eh conversando com outras pessoas eu vi que existiam essas dúvidas sim e fala uma coisa ou nós fale uma coisa o cvv qual que é a
a natureza jurídica do cvv ela é uma organização não governamental ela é financiada por quem como né ela existe desde os anos não desde os anos 70 aí só me esclarece quando ela 62 1962 eh e é eu a natureza jurídica do cvv a fonte de financiamento aí o ano de criação já foi e como que ela eh se expandiu né ela ela existe nacionalmente Como como que foi esse processo de expansão do cvv como rede né É bem é é o cvv é uma ONG né Eh não não tem fins lucrativos e como é
que nós mantemos nós temos sempre uma mantenedora no caso aqui de campinas por exemplo nosso posto nós temos uma mantenedora que se chama nave Camp então sim a nave Camp ela busca recursos através de ações mesmo assim na comunidade né vender cachorro quente vender pastel bolo etc né e vai e tem as doações também pessoas que doam Então existe uma Ah é um CNPJ né que é a Nav Camp e ela então é que então eh ela busca recursos para quando a gente precisa sair fazer algum curso fora ou fazer alguma atividade ou a própria
manutenção do sistema também né mas é uma ONG uma ONG que sobrevive com recursos aí da da comunidade como é que ela como é que ela é como é que ela cresceu né como eu falei ela começou aqui em São Paulo com um grupo de jovens né E foi se expandindo pelo Brasil afora porque eh até então Ah até 2017 para 18 eh a a o cvv tinha telefones que eram dos Poços então Campinas tinha um tinha um telefone eh por exemplo Jundiaí tinha outro telefone sem gente a partir de 2017 nós começamos a a
a usar o 188 que é um telefone Nacional então existe toda uma uma estrutura por trás disso que atende a nível Nacional né a composição assim nós temos então uma cada cada posto tem o os seus coordenadores depois nós temos uma coordenação Regional que é do estado e depois uma coordenação Nacional são pessoas são voluntários que vão assumindo aí Essas funções sempre trabalhando de uma maneira gratuita voluntária e foi ampliada foi através do do conhecimento mesmo de das necessidades que vão acontecendo só para vocês ter uma ideia também eh um fato interessante a pandemia aumentou
muito o volume de pessoas ligando para você beber né fato das pessoas estarem e mais isoladas né na gerou muita solidão e isso aumentou Realmente significativamente nós não temos nenhuma estatística de assim de das causas o que as pessoas ligam paraa gente mas nós temos o número correto de quantas pessoas a quantidade de pessoas que ligam né E aumentou bastante a partir da pandemia E só mais uma pergunta o o cvv tá presente tá presente em todos os estados fisicamente sim todos os estados estamos em mais de 100 cidades né são mais de 100 postos
aqui aqui em São Paulo por exemplo nós temos vários postos tem Campinas Jundiaí americana Sorocaba Bauru Ribeirão Preto São Paulo né então São Paulo o estado de São Paulo tem maior mas tem alguns estados que às vezes tem um ou dois postos só né três postos mas tá no Brasil todo tá no Brasil todo e o atendimento online né também facilitou entre aspas né é o o o o voluntário como eu atendi na na sua própria casa né Uhum eu entro aqui no no meu computador fecho aqui no meu no meu canto e acesso e
coloco a minha senha e começo a atender então eu cada voluntário dá 4 horas por semana de plantão uhum todo então isso é um compromisso que cada voluntário assume ele assume um período determinado então durante 4 horas toda semana Ele atende geralmente em torno de 20 pessoas mais ou menos durante esse plantão isso mais uma uma última pergunta existe um tempo de espera da do assistido da de quem procura atendimento tem um tempo nós nós iremos atender é igual aquela aquela gravação aguarde mais um momento que iremos atender eh vocês procuram atender Em determinado tempo
como que é Essa gestão do tempo pro atendimento Pois é tem Depende muito do horário né Por exemplo no Por incrível que pareça no horário da madrugada é o horário que tem mais gente querendo falar conosco e poucos voluntários às vezes disponíveis para atender então dá fila durante o dia fica mais tranquilo né finais de semana também sábado domingo por incrível também é um período que tem muita gente procurando tem muita solidão pessoas que ficam querendo talvez ter alguma atividade né passaram a semana toda trabalhando chega no sábado domingo eh estão solitárias então ligam pro
CV por isso que nós est Precisando de mais voluntários aí né Abrir Precisamos de mais braços para trabalhar conosco o a pessoa que procura é anônima e quem atende também anônimo sim também nós não nos identificamos nós sempre falamos o cvv boa tarde boa noite eu sou voluntário estou aqui para conversar com você se a pessoa Às vezes a pessoa quer falar Quer perguntar o nome daí a gente fala se a pessoa quiser também expressar seu nome também da onde tá falando tudo bem mas a princípio nenhum dos dois e assim não toma iniciativa de
falar sobre o seu próprio nome nem da onde está falando como a gente não tem acesso ao número nem não sei da onde a pessoa pode estar falando com Rio Grande do Norte De repente alguém da Bahia depois Pernambuco e assim por diante né e assim como não vai com a pessoa não vai ser direcionada especificamente a quem ela procura eu procuro o voluntário Carlos isso também não será possível vai vai entrar na fila mesmo Uhum Então por isso também também que a pessoa que terminou a ligação se ela quiser ligar novamente provavelmente vai ser
outro voluntário que vai atender entendi eh vocês trabalham com com a com essa ideia de não podemos deixar as pessoas esperando ou vocês fazem o que está ao alcance Pois é eh a gente a gente tem os o as estatísticas aí Dizendo os horários de pico né então a gente pede para que os voluntários se dediquem mais esses horários mas também nós temos que pensar por exemplo o voluntário que trabalha o dia todo ele não pode atender durante o dia né no horário de trabalho dele e de madrugada por exemplo n um horário de pico
mas todo mundo quer dormir de madrugada também né então tem essas dificuldades que a gente enfrenta Então tá tá estamos precisando de mais gente sim tá faltando braço aqui no no cvv apesar de termos 3500 voluntários hoje mas ainda precisaria ter um pouquinho mais ok Carlos muito obrigada od det acompanhando o chat da durante a transmissão eu vi muitas comentários de o trabalho adoece ah neste setor está impossível trabalhar eh o que que dá para assim isso esse esse fator né de pressão e é um risco e que leva ao adoecimento eh eu uma coisa
que a gente né que vocês estabeleceram com fiscalização eu cheguei depois eu prossegui com isso eh que o entendimento de assédio o assédio que a inspeção do trabalho atua eh é a gente vê situações individuais mas primordialmente o assédio organizacional então é a gestão como forma do assédio e princi que só existe a sede Dea organização que permite né Essa conduta como eu queria que você falasse para é como se fosse um alento uma calma para os nossos para quem nos assiste quem comentou no chat sobre essa fiscalização de assédio e quais as feramentas que
a gente tem para esse combate né e enfim falar sobre a fiscalização de assédio organizacional mesmo Sim bom a primeira coisa assim a gente não precisa tratar só do assédio organizacional não o assédio eh interpessoal o assédio sexual o assédio político eleitoral isso tudo é da nossa alçada e a como a gente de verificar e responsabilizar a empresa que é exatamente isso né A empresa ela é responsável por tudo que acontece ali no ambiente de trabalho então se ela permite eh condutas eh violentas abusivas ela é culpada né E ela sempre sabe ou deveria saber
o que tá ocorrendo naquele ambiente Então o que nós entendemos é assim é que quando a empresa tem um uma cultura organizacional né então muito se fala disso eh mas a gente precisa entender a a importância da cultura organizacional que são aquelas regras e normas que as pessoas que estão ali naquele local elas seguem às vezes seguem até assim eh Uma parte é escrita a outra não a maioria não é a formal é a informal né as regras e normas a maioria é informal Então isso é eh essas regras e normas informais tem que ter
um foco muito grande porque essas é que opam né que ocorram essas essas eh eh essas posturas dentro da do ambiente de trabalho então isso tem que ser muito trabalhado e a empresa então é totalmente responsável hoje a gente tem cada vez mais então nas normas regulamentadoras isso de forma mais clara mas muito antes de ter inclusive né Eh você até comentou e a Viviane também sobre isso que agora a gente tem de maneira muito explícita na nr1 sobre o pic sociais o ano passado a gente teve a inclusão lá da da questão do assédio
sexual e outras formas de violência né nr1 e na nr5 Então já já são umas sementinhas estão sendo plantadas para deixar mais claro mas na verdade a gente já já tinha como fazer isso esse trabalho e a empresa já era responsável por todos esses riscos né como a Viviane falou ela é responsável por todos os fatores de risco que estão presentes ali no ambiente de trabalho e então isso já a gente Inclusive a gente já eh fiscalizava isso né se as empresas estavam eh abordando a questão dos fatores de risco psicos sociais já que ela
já tinha obrigação desde sempre né porque são questões relacionadas a organização do trabalho então a nr17 e isso a empresa tem obrigação de de de lidar então Eh mas infelizmente é muito pouco abordado né as empresas ainda são muitos profission I de saúde e segurança do trabalho ainda são muito negligentes em relação a esses fatores de risco infelizmente na nossa prática da fiscalização agora estão começando a ser abordados mas ainda de forma eh muito eh muito incipiente e de forma na verdade que uma forma que na verdade não vai mudar um ambiente de trabalho então
é preciso muita informação é preciso que os órgãos de regulação ente cobrem das empresas isso e as empresas precisam investir né Eh seus profissionais eh em capacitação em relação então aos fatores de ris psicossociais a sede moral o suicídio relacionado ao trabalho eh pra gente ter uma ideia tem uma pesquisa o o o tanto que que essas esses profissionais são negligentes em relação a esses fatores de risco tem uma pesquisa da Associação Paulista de Medicina do Trabalho de 2018 mas eh ela fez uma enquete com médicos do trabalho eh de todo de Estados e 70%
não abordavam fatores de risco psicossociais no PCMSO Eles responderam né 70% respondeu que não abordava fatores de risco psicossociais no pcms Então o que a gente vê na prática é isso uma minoria aborda e agora estão começando a abordar porque agora tá muito explícito que é obrigatório antes já era né só deixando claro mas eh mas ainda abordam de forma muito incipiente então a gente realmente precisa eh eh essas essas campanhas essas essas conversas e a própria postura da auditoria fiscal do trabalho então é um trabalho que é muito longo e aí eu volto a
falar da nossa da nossa cartilha aqui tá no forno eu acho mais uma arma né Eh eh pra gente pode ser utilizada para paraas empresas pros profissionais que tem muitas informações eh sobre isso que fazer então a gente tem que que fazer através eu acho que desse desse trabalho de de várias nós auditores somos muito poucos né todos estão cansados de saber disso estamos esperando aí Eh agora uma leva de 900 auditores Espero que o ano que vem mas eh nós somos assim muito aqu quém do necessário para fazer o mínimo então eh então é
um trabalho que tem que ser de inteligência mesmo pra gente alcançar o máximo de ter maior alcance possível em relação à prevenção desses fatores de risco adoecidos dessas sequências todas tão graves né paraos trabalhadores Obrigada det É sempre bom te ouvir eh eu gostaria de agradecer a todos que vieram aqui hoje aos nossos Anes todos extremamente qualificados eh a quem se dispôs a ficar conosco desde as 10 da manhã Eh na descrição do vídeo tem a todas as as todo o caminho paraa emissão do certificado pela por ter ficado presente aqui com a gente e
gostaria como último última fala minha só uma lembrança tá eh Isso é uma Fala minha Camila auditora fiscal do trabalho eu gostaria de lembrar o caso da Sônia Maria de Jesus que foi uma uma é uma pessoa negra que foi submetida a trabalho infantil A condição análoga de pessoa escravizada eh Foi retirada da casa em que ela foi submetida a escravização e depois foi entre aspas devolvida né no desres eh que é o primeiro caso que nós temos notícias des casa então eu vou terminar com uma hashtag de Sônia livre dando meu muito obrigado por
você a vocês e aos pales obrigada k
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