Boa noite pessoal prazer est aqui mais uma vez com sbmfc ensina prazer reencontrar Giovana Aqui vai moderar junto comigo agradecer a equipe aí o gadson amires né pelo apoio técnico sempre brilhante e hoje a gente vai eu sou Marcelo Dara médico de família aqui no Espírito Santo né do departamento de publicações da sbmfc mas não o assunto não sou eu hoje a gente vai falar sobre saúde da população privada de verdade nós não né os palestrantes aí que eu vou passar para Giovana para apresentar a gente espera que seja bem proveitoso para todos boa noite
gente tudo bem Sou a Giovana ros virtuosos sou médica de família e comunidade formada pelo Secretaria Municipal da Saúde do Rio de Janeiro diretora residente da sbmfc e hoje eu tenho um prazer de apresentar a Ana Melo Dias e o Artur zolim que são os responsáveis por fazer da apresentação de saúde prisional uma apresentação extremamente interessante Então vou chamar primeiramente a Ana Ana Melo Dias é MFC mestre em saúde pública pela MSP fio Cruz preceptora do programa de residência de MFC trabalhadora de uma UBS prisional no complexo penitenciário do Distrito Federal e depois nós teremos
o Artur zolim que é MFC pela secretaria municipal de Toledo no Paraná trabalho fez um trabalho de conclusão de residência em saúde prisional atuou no 34º ciclo de mais médicos também no ciclo prisional e é Mestrando em saúde da família e professor de eh Mestrando em Saúde da Família profissional em saúde isso então vou dar a palavra para Ana boa noite tudo bem Ana boa noite gente prazer imenso est aqui acho que a primeira vez na sbmfc ensina e em geral sou espectadora costumo acompanhar algumas aulas então tô muito feliz muito honrada de estar aqui
com vocês ainda mais com esse tema que me é tão importante Principalmente nos últimos anos eu vou conversar com vocês hoje então A ideia é assim a princípio eu vou me apresentar durante também a partilha aqui dos slides e de eu tentar fazer uma apresentação razoavelmente breve porque o assunto é muito extenso de uns 30 minutos depois vem com a experiência dele uns 10 minutos e aí eu quero que quem tiver participando quem tiver assistindo no YouTube já comece a compartilhar as dúvidas as questões as anguas que a gente tenta colher a medida do possível
tá nesse nesses 20 minutos finais tá bom Espero que seja uma noite proveitosa para todas e todos Vou compartilhar minha tela aqui joia acho que tá todo mundo vendo né tudo certo sim sim sim Ur tá certo ISS certinho Tá pode seguir que T me vendo bem aqui beleza então tema é saúde da da população privada de liberdade eu sou a Ana Melo Dias e sou parte da faço parte da coordenação do GT de saúde prisional da Sociedade Brasileira de medicina de família e comunidade Então já fica aí o convite para quem se interessa pelo
tema se quiser entrar no GT e se informar mais sobre né O que que a gente tem feito lá sejam bem-vindas e bem-vindos E aí eu trouxe assim um Talvez um subtítulo do que eu vou trazer que são pensar possibilidades e dilemas né Acho que saúde prisional é bem sinônimo assim de dilemas angústias ambiguidades como vocês vão ver principalmente para nos Profissionais de Saúde e aí eu trouxe paraa medicina de família e comunidade a MFC ou ou MFC né tanto a médica de família eh eh comunidade o médico de família e comunidade mas a medicina
de família e comunidade como um todo e o que que a gente tem a ver com isso que eu quero tratar aqui com vocês então quem que eu sou e onde atuo né Eu costumo ser parar isso nas apresentações que no geral quando a gente fala quem a gente é a gente descreve um pouco de o que a gente faz né então acho que para trazer um pouco mais pro pessoal aqui eu sou mulher eu sou mãe eh eu sou amante de Canoa Havaiana faço pido acrobático Então acho que é legal principalmente nós né que
às vezes mergulhamos tanto assim nessa questão profissional olharmos para todos esses nossos papéis assim né E tudo que a gente gosta de fazer para além também da nossa profissão eu tenho certeza que eh ninguém escolheu medicina à toa né então a gente é uma profissão que também nos dá muito sentido e nos mobiliza muito então atualmente eu atuo na saúde prisional né no sistema penitenciário do Distrito Federal como eu coloquei papuda que é bem conhecida também nacionalmente né esse termo é muito falado também nos telejornais né nos noticiários mas é um nome informal eh há
4 anos 4 anos e pouquinho né né Eu e meu marido Jorge que também faz parte do GT eh de saúde prisional a gente veio junto no concurso né de 2018 e foi assim eu eu costumo dizer que foi um presente pra gente o convite de irmos paraa papuda a gente nunca imaginou Trabalhar na saúde prisional e só depois de estarmos lá que a gente entendeu o quanto na verdade eh esse tema nos atravessa Independente de estarmos dentro dos muros Então vou trazer um pouquinho dessas reflexões para vocês sou médica de família e comunidad tenho
mestrado em saúde pública pela INSP Cruz atualmente Eu também T como preceptora do programa de medicina de família e com comunidade aqui da esps que tem o estágio obrigatório no segundo ano de residência na saúde prisional que é bem legal eh todo são 50 residentes por ano né então a gente recebe mais ou menos esse número um pouco mais que a gente recebe os eletivos também aí de de residentes do ao redor do Brasil e eles passam imersão de 15 dias com a gente que é é um tempo que no geral eles até falam que
é um é é pequeno mas é o que é possível também paraa formação deles e costuma mobilizá-los muito assim a gente tem feito eh uma avaliação pós estago e realmente tem tem tido boas trocas assim com eles eh e aí eu queria trazer primeiro um breve recorte histórico assim né a prisão como a gente conhece hoje nem sempre foi assim e aí ela ela é bem mais recente assim talvez da do do do último do século passado assim mas das últimas décadas e ela surgiu como uma alternativa vou colocar solução entre aspas né a outras
formas de punições porque antes sim era permitido torturas eh a pena de morte era permitido né em praça pública Então aí tem o nosso histórico colonial que que nos mostra isso quando a gente estuda história né E aí no início também essas prisões começaram com esse com essa questão disciplinadora baseada em Silêncio em regras rígidas que é onde vai já se desenhando essa instituição total né que o gofman fala bem no livro dele que é o vou apresentar depois na bibliografia recomendada então eh eh alguns autores descrevem né que as prisões vão se desenhando como
um lugar para ser uma fábrica ou um depósito né até mas ambos fábrica ou depósito de de Corpos dóceis fábrica porque a gente produz esses corpos dóceis A partir de Corpos marginalizados e excluídos então Eh é desse cenário que a gente vai falar que é de extrema vulnerabilidade E aí eu Trago essa provocação assim de pensar até nesse desse eh nesse ponto histórico como é que são essas condições de encarceramento dessas pessoas né privadas de liberdade em conflito com a lei ontem hoje o que que mudou né Eh aqui tem a foto de um navio
negreiro né que eu acho que a gente tem essa herança essa triste herança aí de escravização e Talvez tenham sido né as a aqui do Brasil a história mais primordial assim de tortura e de maus tratos né e de de profunda indignidade humana que a gente produziu e de alguma forma reverbera até hoje na nossa sociedade então Navio Negreiro era um lugar né onde as pessoas ficavam privadas de liberdade também né não tinham eh autonomia sobre suas próprias vidas não eram nem considerad pessoas né com direitos civis mínimos eh com condições péssimas de higiene e
alimentação a comida era só milho a água era super racionada e a violência era usada para manter a ordem violência morte tortura e aí o rap atrás né todo o camburão tem um pouco de Navio Negreiro eu trago um pouco essa reflexão aí para vocês não sei se vocês são jovens e suficientes para não conhecerem essa música mas fica aí a dica também eh mais fotos né dessa época dessa nossa herança colonial na época também de de mortes e penas de mortes em em praça pública como forma também de de provocar medo e né e
eh tentar fazer a disciplina a partir do medo né e dessas dessas situações que hoje a gente vê como absurdo né hoje o Brasil não não não é autorizado pena de morte a tortura também ela pode ser eh denunciada né não é autorizado tortura por aí vai essa foi a primeira essa primeira eh a gente foi era chamada de casa de correção mas a primeira penitenciária do Brasil que até hoje existe no Rio de Janeiro tem esse Portal aí da casa de correção lá na Rua Frei Caneca e essa foi a primeira planta né e
dessa a planta aqui da primeira casa de correção lá em 1800 20 até 1850 que os blocos inclusive são bem parecidos com com a formatação de hoje também então até essa arquitetura aí Não mudou muita coisa desde então Eh eu baixei hoje no cisp sisdp é um site que mostra eh os dados né demográficos e várias informações com relação ao sistema penitenciário Nacional então hoje no Brasil nós temos um total de quase 850.000 pessoas privadas de liberdade né né na verdade pessoas em cumprimento de pena por que que não tá privadas de liberdade porque dessas
650.000 Estão sim privadas de liberdade né as outras T outro nível de privação de liberdade essas 650.000 pessoas em selas físicas né então de fato encarceradas e uma média de 200.000 pessoas em prisão domiciliar com ou sem tornozeleira eletrônica aí eu vi esse dado também mais ou menos 100.000 para cada né então 100.000 com tornozeleira eletrônica 100.000 cumprindo a prisão domiciliar sem a braseleira E aí por que que eu trago né até esse slide Ele é bem importante pra gente pensar que por exemplo esses essas 200.000 pessoas em prisão domiciliar e até algumas dessas em
celas físicas que também transitam fora né porque trabalham cumprem outros tipos de regime fora elas também estão nas unidades básicas de saúde ou nos outros serviços de saúde eh para fora dos muros Então esse já já é uma reflexão pra gente trazer né do que que tem a ver também o NFC que não está na saúde prisional com com a com as pessoas privadas de liberdade né como a gente também de alguma forma precisa olhar para isso e reconhecer isso no nosso território e aí isso né onde que entra a APS e o MFC né
Por que que a APS precisa né a gente defende como a lógica de cuidado talvez principal assim dessa população primeiro porque os atributos da ps eh a gente entende que garante o cuidado né de um determinado território principalmente territórios de tensa né vulnerabilidade E aí reconhecendo a prisão como um território e aí até faço um uma interrogação aí né de cela como domicílio eh a gente do GT a gente escreveu até um capítulo que deve ser publicado pelo promef em janeiro do ano que vem refletindo um pouco sobre isso né de cela como domicílio Na
verdade o dia de Janeiro acho que é de cuidados de familiares essa da cela como domicílio já foi publicado no Tratado de atenção domiciliar que já foi publicado eh vale a pena também esse capítulo então Então dentro dos muros né a importância desses atributos não longitudinalidade integralidade coordenação do Cuidado acesso né para promover saúde prover saúde num Território que é profundamente adoecido e aí eu trago esse atributo especialmente que é a coordenação do Cuidado que na atenção prisional né na na saúde prisional Eu costumo até colocar um termo acima da Coordenação que é a tutela
do Cuidado essas pessoas estão tuteladas pelo estado e do ponto de vista de saúde acabam recebendo uma tutela essa equipe de saúde né que que eu quero dizer com isso quando a gente coordena o cuidado encaminha para outros níveis de atenção né Faz faz a referência recebe a contra referência organiza cuidado né com outras com outros profissionais de saúde ali multidisciplinarmente eh no caso da pessoa privada de liberdade ela não está livre para esse ir e vir no Serviços de Saúde né para procurar e para trilhar seu próprio itinerário terapêutico também de trazer os documentos
pra gente de nos cobrar alguma coisa de buscar um resultado de exame Então essas pequenas coisas que parecem detalhes né quando é a nossa população que faz né Eh e a gente de alguma forma é cobrado lá fora no na na saúde prisional isso pesa mais porque nós que temos que de alguma forma eh oferecer né esse tipo de de cuidado pros internos então é um ponto bem sensível e aí mais um motivo para ter a lógica né de de atenção eh primária saúde e sem dúvida com como o MF ser como o melhor médico
para est nesse território mas e fora dos muros gente então não quero né tô fazendo minha residência acho saúde prisional interessante talvez até faria um estágio Mas independente disso né em qualquer Território que você for trabalhar fora da Saúde prisional entender o quanto né o o a privação de liberdade através o nosso território e vai est ali presente no nosso território que a gente vai precisar talvez olhar para isso mesmo e fazer uma busca Inclusive a a respeito disso principalmente Os territórios né mais mais eh periféricos né enfim que a gente sabe que a medicina
de família e comunidade tá tá sempre presente Além disso pessoas em regime aberto e semiaberto né eles de alguma forma também eh eh acessam outros itinerários terapêuticos e podem acessar as ubss lá fora e vão acessar tá pessoas em prisão domiciliar como eu falei pelo menos 200.000 pessoas essa sim né vão acessar sim a saúde lá fora não consegue acessar a saúde prisional né quando quando existe a saúde prisional né nessa lógica de UBS dentro da prisão tem os familiares das pessoas privadas de liberdade eh a gente costuma pensar aí que pelo menos sete oito
pessoas estão diretamente envolvidas a qualquer pessoa privada de liberdade muito próximas delas né então se multiplicar aí por sete esses essas 800.000 pessoas eh o número fica né bem expressivo E essas pessoas Sim estão no nosso território e aí tem um ponto bem sensível nesse sentido que é um tema muito de difícil de ser dito de ser levado ao consultório então muitas vezes a gente vai precisar encontrar ali um espaço para trazer esse tema ou de questionar ou de perguntar né até para entender o quanto essa situação né de ter uma de uma pessoa próxima
privada de liberdade eh se relaciona com o sofrimento da pessoa que tá ali com a gente Então esse é um ponto bem sensível menores infratores que também não estão no sistema penitenciário né de de pessoas maiores de idade aqui são homens né homens e mulheres acima de 18 anos que eu coloquei aí os dados não inclui menores infratores eles também são atendidos eem o BS eh fora dos muros né Vamos chamar assim pequenos estabelecimentos prisionais que também não contam que não vão contar até grandes estabelecimentos no Brasil muitas vezes Não Contam como equipe né de
estratégia de saúde da família ou com alguns eh alguma alguma instituição algum algum serviço de saúde né mais formatado dentro do da da prisão então a gente também vai precisar olhar para isso eh por exemplo eu sou supervisora do Mais Médicos lá no médio Rio Negro e um dos meus médicos tem um pequeno presídio uma pequena carceragem da polícia civil no território dele que circula ali de 50 80 internos sempre ele que provê esse cuidado Inclusive tem vários várias questões assim dilemas éticos mesmo envolvidos Sabe porque também não tem ML na cidade e é uma
população que muitas vezes demanda esse serviço pericial né ou em situações de violência ou em situações né que precisa precisa ser alguma questão eh mais sensível investigada vai precisar contar com esse serviço e muitas vezes essas pequenas cidades também tem pequenas carceragens Não Contam com o serviço do IML esse médico vai precisar ser nomeado por uma por um agente específico né em geral o delegado da cidade Enfim então tem alguns meandros aí bem sensíveis nessas situações que vai cair para médico de família que tá nesse território independente dele ter escolhido não ou não estar na
saúde prisional e egressos né Além disso tem todos os egressos essas 800.000 pessoas que a gente viu no slide anterior é uma fotografia de hoje né eu fiz hoje e se a gente for fazer um filme aí né das últimas décadas de pessoas que entraram e saíram do sistema esse número fica muito mais expressivo né Então as pessoas que já estiveram no sistema prisional estão livres estão no nosso território e não é absurdo a gente pensar o quanto essa experiência na vida na biografia dessa pessoa ainda afeta né os processos de saúde e adoecimento dela
então esse é um ponto sensível também que vale a pena talvez resgatar na história dessa pessoa e nada nada melhor que o MFC para fazer isso né Eh eh e aí avançando um pouco na história a gente felizmente né nas últimas décadas Principalmente depois do SUS a gente avançou um pouco na discussão dessas políticas de de populações vulnerabilizadas Então a gente tem já tem várias políticas eh de populações eh que a gente também cuida no nosso territ vitória né população negra inclusive aqui acho que tem uma política mais nova tá Gente desculpa não atualizei esse
slide eh de populações do Campo Rio florestas das águas né populações povos originários eh saúde da população integral de lgbtq ap mais aqui eu coloquei a cartilha de refugiados não existe uma política ainda para refugiados Mas é uma cartilha bem importante assim pra gente pensar também nesse nessa população que é profundamente vulnerabiliza também e das pessoas em situação de rua que também a princípio Acho que não existe uma política mas tem a cartilha também e ela também tem uma interface bem importante com as pessoas privadas de liberdade né as pessoas em situação de rua às
vezes cicam ali né entre estar em situação de rua e em privação de liberdade e aí não podemos deixar de falar da nossa pisp né que é a política nacional de atenção integral as pessoas privadas de liberdade que inclusive nesse ano a gente comemora 10 anos dessa política que é tão importante né E foi construída aí com com bastante luta né e e é a base assim do que a gente a gente precisa demandar nesses serviços de cuidado eh outros documentos que são muito importantes que precisam basear assim eh em basar né Principalmente a equipe
de saúde mas todos os agentes né que estão envolvidos no no encarceramento em massa de pessoas a declaração universal dos direitos humanos né então felizmente a gente avançou nisso a gente tem um documento que prevê né a a a manutenção desses direitos e aí do dois documentos bem importantes Esses são de 2016 mas a primeira primeira o primeiro documento das regras de Mandela que são regras mínimas né Eh das Nações Unidas pro tratamento de presos homens ele é datado de 1955 e é de Bangkok que é sobre né pessoas privadas de liberdade do sexo feminino
as mulheres eh o mais atual desculpa o primeiro foi de 2010 então só muitas décadas depois que foi pensado um documento né para pensar essas regras né que que regem os direitos e que protegem de alguma forma essas mulheres privadas de liberdade então isso aí também é algo já bem marcado Eu não coloquei no slide anterior né de epidemiologia mas mais ou menos 5% dessas pessoas privadas de liberdade são mulheres mais ou menos 95 né são homens eh e aí fazendo de novo né Essa provocação do ontem e hoje a gente viu lá né do
Navio Negreiro das condições das pessoas privadas de liberdade daquela época né escravizadas e torturadas né e mortas hoje a tortura crime né a a pena de morte não é não é legalizada no Brasil mas o encarceramento em massa está aí a gente conseguiu ver que também o crescimento né na nos últimos anos né nos últimos 4 anos esse crescimento foi um pouco menor a cada ano mas ainda sem numa crescente né então o Brasil realmente é um dos países que mais encarcera no mundo e aí as celas hoje as condições não são muito diferentes daquela
lá dos séculos passados né né a oferta de água potável e comida no geral São eh muito ruins né Muito inadequadas pouco acesso ainda educação trabalho e saúde entendendo que a privação de liberdade não priva desses outros direitos básicos né que estão previstos eh nos direitos humanos eh condições de insalubridade superlotação e muita violência um espaço de muita violência e desconfiança entre essas pessoas né até de novo uma outra provocação para pensar como é esse território e como são esses domicílios né que as pessoas estão compulsoriamente ali envolvidas e se relacionando eh o contexto do
encarceramento no Brasil eh e no mundo né Mas a gente pode falar do Brasil ele é marcado por um racismo institucional a gente traz esse termo da seletividade Penal porque a gente sabe que né o o as pessoas privadas de liberdade tem tem cor tem eh eh tem classe socioeconômica então é um recorte bem importante lá no sisdp a gente consegue olhar para isso também então o Brasil de fato encarcera mais pretos e pardos né e pessoas que têm baixa escolaridade né eh e e classe socioeconômica mais baixa e aí tem outras situações que pioram
né esse esse local assim muitas vezes baixo efetivo policial militarização das práticas militarização das práticas dessa polícia penal ou dos agentes carcerários né Acho que no Brasil tem Eh esses diversos tipos de profissionais que estão envolvidos ali eh também também no Cuidado de alguma forma na vigilância dessas pessoas e a dificuldade da proteção de integridade física de muitas dessas pessoas né na na prisão na maioria delas né é esperado que pessoas que podem sofrer algum tipo de violência e aí principalmente pessoas que cometeram crimes sexuais pessoas da lgbtq e até maisis ou que tem alguma
situação de conflito ou de guerra interna elas também precisam ser protegidas pelo Estado isso nem sempre é muito simples né eh e aí uma trazendo também para MFC que a gente estuda bastante na nossa formação eh pensar esse diagrama que a gente vê diversas vezes né dogin E whitehead sobre os determinantes sociais de saúde queria fazer um convite para vocês olharem para isso e pensarem como seria olhar para esse diagrama no caso de pessoas privadas de liberdade né o quanto que que o encarceramento mexe com todos esses pontos né desde os fatores individuais até as
questões sociais comunitárias condições de vida e de trabalho condições socioeconômicas aí mais no macro né culturais e ambientais Gerais Então tudo isso de alguma forma para as pessoas privadas de liberdade eh essas pessoas estão expostas a situações de muito mais vulnerabilização né Eh eu gosto de de de trazer essa pirâmide de maslon né que é bem antiga mas acho que é de alguma forma também bem atual que traz essa essas camadas né de das necessidades humanas aí essa teoria da motivação humana ou das necessidades humanas colocando na base da pirâmide essas necessidades fisiológicas avançando ali
para necessidades de segurança sociais aí começam as questões mais individuais existenciais né de estim E autorrealização então outro convite que eu quero fazer é para vocês olharem para essa pirâmide e entenderem como seria né talvez fazer o exercício de vocês mesmos ou de pensar uma pessoa privada de Liberdade como todas essas camadas são mexidas Né desde as fisiológicas aí por exemplo uma das questões muito prevalentes na na na prisão constipação né constipação intestinal aí quando a gente vai pensar mas por que constipação né porque tem às vezes 25 27 pessoas Dividindo uma célula de poucos
met metros quadrados que caberiam oito pessoas com um buraco no chão que é o banheiro Então assim se você pensar no maior perang que você já viveu na vida com relação a eh compartilhamento de banheiro acho que isso não passa nem perto assim né então acho que tem tem muitas questões pra gente olhar para isso e a medicina de família e comunidade precisa olhar para esse território para entender esses processos de adoecimento né dessas pessoas e aí aqui essa base da pirâmide ela ela pode pode e deve ser provida né políticas públicas pelo Estado ela
é diretamente afetada por iniquidades sócio étnico raciais então é algo que é muito mexido mesmo para as pessoas privadas de liberdade e a segunda terceira camada né as camadas superiores aí são realizações mais pessoais existenciais mas que estão completamente atreladas a base né Então como que você vai pensar nessa questão de autorrealização ou de autoestima ou toas suas relações né interpessoais se essa base da pirâmide não tá contemplada né se você não consegue tá tranquilo fisiologicamente ou tranquilo do ponto de vista de segurança Então acho que é é um pouco sobre isso assim até quando
a gente estuda os chakras também tem um caminho aí parecido do chakras quiserem colocar a imagem né daquela daquele alinhamento dos chakras do lado é bem parecida E essas essas necessidades fisiológicas Estão bém ali na base mesmo da pelv né que também diz bastante sobre adoecimento nessa região dessas pessoas eh E aí um esqueminha de inter intersetorialidade prisional a gente não trabalha sem essa Tríade então a gente tá muito emaranhado nessa rede sabe que é algo muito diferente para as pessoas que trabalham fora né fora dos muros Então essa essa esse esse tripé né precisa
estar trabalhando de forma conjunta com um bom diálogo uma boa comunicação e de certa forma uma boa parceria né Tem alguma dificuldade porque às vezes fica né parecendo uma eh eh opostos né segurança e saúde Será que são opostos algumas vezes né um olhar sobre a saúde vai ser bem divergente ali mas esse trabalho precisa tá junto a gente não consegue atender sem a segurança e a justiça nos cobra muito né ess esse essa manutenção de um direito básico que é a saúde que tá correto e aí gente meu tempo tá quase esgotando vou avançar
mais Três minutinhos nesse slide tem muito mais coisa que eu queria trazer mas acho que eu vou dar pro Artur e depois volto pra gente né ver se tem mais perguntas aí eh eu queria que a gente pensasse esses pontos eh talvez prazer até esses pontos como perguntas mesmo né Como a gente vai pensar em prover em promover saúde em um ambiente que é profundamente insalubre criminalizante despersonaliza na medicina de família e comunidade a gente fala né que a pessoa tá no centro do Cuidado que é muito importante resgatar a biografia a história dessa pessoa
né de de de de pensar em autonomia gente pensar em em em eh horizontalidade ali no Cuidado como fazer isso nesse ambiente né como tratar por exemplo escabiose e devolver para um ambiente que manté a escabiose então assim desde coisas super simples Até coisas muito complexas como né Eh cuidados saúde mental entendendo que o encarceramento vai mexer profundamente com a saúde mental dessa pessoa então o que que a gente tá medicalizando a gente tá medicalizando os sintomas a pessoa o sofrimento ou encarceramento tem Cid para isso a gente pode colocar o sid de prisão ou
encarceramento né entendendo que o adoecimento dessa pessoa tem a ver com esse contexto que ela tá agora e aí são vários atores envolvidos E aí eu até trago né parte desses atores no setting da consulta então é aquela consulta que a gente quer talvez eh eh oferecer sigilo quer talvez não né a gente precisa oferecer um sigilo médico mas que precisa ter um escante do lado então como é isso né como que a gente vai conseguir trazer a história dessa pessoa eh eh oferecer um ambiente tranquilo para ela falar de si Falar do seu sofrimento
se tem ali ou às vezes uma situação de da pessoa precisa est algemada paraa frente para trás eh uma situação de submissão mesmo né então é é algo aí são os dilemas e as angústias que a gente vive como profissional de saúde mas que a gente precisa est ali oferecendo isso olhar muito pros nossos processos contratransferenciais acho que esse é um exercício que inclusive eu convido né os residentes a fazerem Acho que são 15 dias de imersão e a gente precisa olhar para essas contat transferências que a gente já tem que olhar lá fora acho
que na prisional a gente eleva isso à máxima potência assim então se antes a gente ouvia né no noticiário uma situação de um crime grave de Ono e eu ouvia pessoas Ah tem que morrer na cadeia tem que apodrecer na cadeia acho que quando a gente tá dentro dos muros e Conhece essas pessoas individualmente essas coisas mexem um pouco com a gente ficam realmente ficam um pouco ambíguo ali né E aí vem essa história de conhecer ou não o crime que a pessoa cometeu aí são pontos bem bem mais profundos que a gente pode se
dar tempo falar sobre isso eh pensar que os policiais penais que estão ali diretamente relacionados ao nosso cuidado também né ao cuidado do território das pessoas privadas de liberdade também são profundamente adoecidos eles vão buscar o nosso cuidado muitas vezes eles vão né tentar se olhar nesse cuidado quando vem o nosso Cuidado pro interno eles vão desejar algum tipo de cuidado também é uma profissão extremamente eh adoecida né acho que todas as as categorias policiais as penais especialmente eh e aí voltar para esses determinantes sociais que eu que a gente a gente tentou fazer uma
reflexão aqui né Quero ouvir vocês restrição de direitos a gente sabe que por mais que a pessoa esteja privada de liberdade não dos outros direitos a privação de liberdade atravessa os outros direitos não tem como você ter acesso pleno à educação à alimentação de qualidade a moradia a ao trabalho a aqui fora parte dessa população já não os tem na privação de liberdade se torna ainda mais complexo né então eh a privação de liberdade ela não não não ela não não consegue estar isolada né a liberdade ela tá associada a todas essas a essas camadas
né da nossa vida e aí uma reflexão que eu trago Talvez final mas para abrir também pro Artur falar a pe prisional é possível aí tem esse termo né que é oxímoros que se anulam saúde prisional Será que tem tem uma ambiguidade aí né uma palavra anula outra né como pensar saúde no ambiente profundamente adoecedor e insalubre aí esse o convite que eu quero para fazer depois eu queria conversar sobre acesso mas vou passar pro Artur pra gente enriquecer um pouco mais essa discussão Tá bom obrigada gente já volto tô aqui tô aqui Artur vou
só vou só desligar aqui tirar minha apresentação desligar meu som Olá pessoal boa noite eh obrigado a Ana a GT pelo convite Obrigado à sociedade pelo convite também Eh o meu nome é Artur eu sou médico de família e comunidade sou atuante do sou médico da família na prefeitura de Toledo no Paraná também sou eh eh também sou preceptor do internato médico aqui na UFPR sou Mestrando do prof saúde e vim compartilhar um pouco da minha experiência eh durante a residência em que eu entrei na saúde prisional na forma de um estágio e acabei me
apaixonando gostando muito dessa temática acabei fazendo meu trabalho de conclusão de residência cujo título tá na tela não sei se tá dando para ler bem ficou um pouquinho desconfigurado mas eh eh o nome é reflexões sobre a entrada de um residente de medicina de família e comunidade no sistema de saúde prisional foi orientado pelo professor Dr Felipe proenço e depois acabei atuando também durante se meses no 34º ciclo prisional do Mais Médicos eh aqui na penitenciária Estadual de Cascavel no Paraná então pra gente pensar um pouco né a sociedade 2015 ela lançou esse documento que
é o currículo baseado em competências para o MFC em que no capítulo ali atenção à saú à situações de violência e vulnerabilidade ela entende que que é é uma competência desejável conhecer as especificidades do Cuidado a pessoas privadas de liberdade então é um tema que como a a Ana falou atravessa eh não só as pessoas que estão ali dentro mas atravessa a sociedade como um todo eu trago esse quadro também que é do Tratado de medicina de família e comunidade eh eh do professor Gustavo Gusso que são as características desejáveis para todos os médicos mas
que são ainda mais importantes para os médicos de família eu acabei modificando ela eu trouxe quatro características que eu trabalho no meu no meu TCC como fundamentais para para pro ambiente prisional então Claro compaixão e empatia com sincero interesse na pessoa e na família eh a gente não pode ser ali um fator de repen realização daquelas pessoas a gente tem que tentar se colocar no lugar delas e tentar promover esse cuidado a capacidade para atuar como coordenador de todos os recursos de saúde no atendimento de uma pessoa então a gente tá num ambiente que é
escasso de recurso cursos eh eh a Ana acabou falando da penais ela é uma política que ela não é obrigatória para todos os as unidades prisionais então durante esse estágio que eu fiz na residência era uma unidade que não era aderida política e depois eu trabalhei numa unidade que era aderida política isso foi fundamental no processo de Cuidado então a gente saber atuar e saber utilizar esses recursos a capacidade de manter a compostura em tempos de estresse responder rapidamente usando a lógica a eficácia e a compaixão Claro a gente tá no trabalhando num ambiente que
é opressor no ambiente que as pessoas estão Armadas eh que algumas situações eh eh você vai ter que ser revistado antes de entrar no seu ambiente de trabalho eh vão ter Momentos de tensão e que você acaba tendo que desenvolver essa característica né responder rápido a essa situação de estresse eu sempre brinco que depois que eu comecei trabalhar na unidade prisional todos os problemas que que acontecia na unidade eles se tornaram relativamente simples assim né porque você acaba tendo essa capacidade de de gerenciamento e também valorização dessa mistura complexa de elementos físicos emocionais sociais no
Cuidado da pessoa a gente acaba se envolvendo muito com aquelas condições acaba se envolvendo com as histórias com os policiais com os agentes penitenciários e a gente acaba tendo que cuidar da gente mesmo porque não é um ambiente muito simples de se trabalhar mas que vale a pena demais tá ali dentro conhecer fazer estágio porque a gente acaba valorizando muito os recursos que a gente tem que no caso é a história Clínica uma namese bem feita e um um exame físico bem feito então esse era a o portão da Muralha né na penitenciária segurança máxima
criminalista Geraldo Beltrão e João Pessoa na Paraíba então eu sempre brinco que eu chamava de Muralha né Então tinha que ir ali nesse naquele portão eh tocar a campainha e esperar aguardar para entrar é um ambiente difícil né tenso eh um estágio que se iniciou em agosto de 2020 e se encerrou no final da minha da minha residência em fevereiro de 2022 era um estágio fixo um turno por semana eh Então fui praticamente durante 1 ano e meio foram ao todo 53 dias de atendimento sendo que 665 consultas médicas depois de cada consulta médica eu
encaixava as queixas no SIAP e depois eu vou mostrar uma tabela com as principais eh eh demandas que eu atendi e aí eu acabava indo sozinho né Foi um estágio que ele não existia na Universidade Federal da Paraíba eh eu acabei criando esse estágio e E aí eu ia sozinho no outro dia eu discuti os casos com com os meus preceptores né Principalmente o Dr Wellington que que tinha experiência com a saúde prisional e o Dr lenildo E aí a gente sempre fala no GT né que cada cada universo prisional cada unidade é um universo
totalmente diferente né a papuda vai ser diferente da onde eu trabalhei que era muito diferente depois aonde eu vir trabalhar aqui em Cascavel no Paraná e aí eu trago um pouquinho né dos dados do sisdp que vai vão trazer essa caracterização das pessoas que estão ali então era uma Penitenciária de regime fechado tinha cerca de 140 vagas projetadas mas que oscilava entre 177 pessoas e 239 apenados durante o período que eu trabalhei por lá dependência era masculina né 100% masculina a maioria das pessoas que estavam ali privadas de liberdade tinha entre 18 e 45 anos
então a maioria adultos jovens 72 por se aut declaravam pretos e pardos Então por esse perfil de pessoas né adicionado a característica ali do confinamento a gente consegue ter mais ou menos eh eh o tipo de queixa que a gente vai atender e aí eu trago né Um pouquinho sobre esse cuidado em saúde eh trago a imagem da penis também que é uma é uma política que que avançou em muitos pontos eh eh porque ela trouxe a unidade prisional como um ponto de atenção da Race da rede de atenção à saúde Então ela trouxe a
criação das equipes de atenção ão primária prisional e isso foi fundamental pro cuidado no estágio que eu fiz em João Pessoa ela a unidade ela não era aderida pisp então eu ia um turno na semana tinha outro Turno em outro dia que i um outro médico e outro Turno ia uma enfermeira então a gente não trabalhava enquanto equipe não se comunicava eh eh tinha essa dificuldade né não tinha coleta de exames na unidade eh eh não tinha muitos medicamentos dependia muito da Secretaria Estadual a penis ela vem resolver essa essa dificuldade ela trouxe unidade prisional
para atenção primária e saúde então a pinp ela é a única política em que a atenção primária ela é responsabilidade tanto do da Secretaria Estadual de Saúde quanto da secretaria municipal eu acabei atendendo numa sala improvisada que não tinha maca então toda vez que eu precisava fazer o exame físico e que vai ia precisar deitar eh eh O interno eu acabava levando ele eh eh pr pra cadeira do dentista que não era o ideal mas eram as condições que que tinham naquela naquela situação cheguei a fazer até uma cant plastia ali dessa dessa forma improvisada
uma média então de 10 a 15 atendimentos por turno né uma vez por semana eh e eu atendia sem prontuário eletrônico assim depois que a gente começa a trabalhar com prontuário eletrônico facilita muito a vida mas naquela situação sequer tinha prontuário no início então na primeira semana que eu fui vinha só uma lista né então os próprios agentes passavam na galeria e via quem ia precisar de consulta ou não então acho que é até uma coisa que a Ana quis falar no final sobre o acesso nessa dificuldade e aí na primeira semana era atendido a
queixa e E aí você falava o que ia acontecer se ia pedir exame se ia fornecer medicações e era isso então na segunda semana eu já levei os os papéis para criar os prontuários físicos né então anotava tudo à mão e foi fundamental n nessa tentativa de longitudinalidade porque desse durante esse período todo Teve teve apenado que eu atendi 12 vezes 10 vezes oito vezes então o registro ele é fundamental né Para nós principalmente na medicina de família o método soap então eu fiz aquele compilado que eu havia comentado das principais queixas que eu atendi
então Claro doenças infecto contagiosas muito comum do ambiente prisional né Principalmente queixas queixas dermatológicas então dermatofitoses escabioses furúnculos eram bastante recorrentes queixas respiratórios também eh imagina foi durante o período da da covid Então os apenados acabavam pegando covid algumas vezes pneumonia síndromes gripais resfriados comuns queixas músculoesqueléticas e e falando só uma coisa da respiratória eu acabei separando a tuberculose ali como uma das uma das entidades porque a incidência dentro da Saúde prisional é enorme cerca de 67 vezes maior que a população em geral então ao longo desse período foram 21 21 avaliações de de tuberculose
seja avaliações do tratamento de segmento ou diagnóstico mesmo queixas músculoesqueléticas também muito frequentes né lombalgias cervicalgias e eh eh traumas muitas vezes queixas digestórias então vários autores vão trazer que a alimentação e a fome nos presídios elas são mais um elemento de penalização então gastrites refluxos diarreia isso era bastante frequente praticamente todas as semanas mas também queixas genitais queixas de ouvido neurológicas e aí eu trago a psiquiátricas como um número baixo mas porque aqui tem um viés importante nessa experiência lá em João Pessoa eles tinham acesso mais facilitado psiquiatra da rede Então o que ficou
pactuado com a secretaria de atenção penitenciária quando eu fui iniciar esse estágio é é que as queixas psiquiátricas eram manejadas pelo pelo psiquiatra eu acabava atendendo algumas urgências que aconteciam mas sem dúvida como a Ana falou é Talvez uma das maiores demandas na na saúde prisional é a queixa da Saúde Mental alguns pontos importantes que eu queria colocar eh a gente que é da Medicina de família a gente valoriza muito a escuta deixar o paciente falar não Inter romper né é quando a gente tá no R1 no começo do R1 é mais difícil a gente
não tem essa habilidade desenvolvida mas depois a gente vai valorizando cada vez mais e na saúde prisional ela é fundamental então deixar o apenado falar eh esse um minuto de ouro vai virando dois vai virando três vai virando no quatro porque muitas vezes ele vai falar coisas que faz anos que ele tá segurando né vai falar dos Sofrimentos dele ele não tem quem escuta muito comum as pessoas não terem visita visitas as famílias morarem longe eh não ter uma relação de amizade com outro dos apenados talvez você vai ser a única pessoa que vai escutar
o que aquela pessoa tem a dizer né o Sofrimentos que ela tem eh é tudo que aflinge ela então isso paraa criação de vínculo na saúde prisional é fundamental e pra gente também conseguir desenvolver a habilidade da compaixão e da empatia o prontuário no registro soap é sempre fundamental então eh a experiência que eu tive com o prontuário eletrônico aqui em Cascavel foi interessantíssimo porque a gente tinha o que o que os especialistas faziam né Quase que o de contra-referência ali pelo prontuário eh você viu que era feito na UPA nas emergências isso era fundamental
e também foi uma estratégia que eu acabei utilizando para me comunicar com as outras pessoas da equipe como elas iam em momentos diferentes da semana eu acabava deixando recados no no prontuário eh as pessoas a enfermeira e o outro médico conseguiam anotar no prontuário e a gente acabava se comunicando o acesso às medicações aos exames eram bastante complexos né como eu falei a gente dependia da Secretaria Estadual eh de de saúde mandar as medicações nem sempre as medicações eram condizentes com as demandas em saúde que a gente tinha e a Ana trouxe uma coisa que
é fundamental né segurança dentro do da Saúde prisional ela ela é muito ela é Ela é diária ela é o tempo inteiro então às vezes você pedia um exame mas que ia demandar uma escolta EA demandar que os agentes saíssem daquele presídio deixassem uma parte descoberto então era muito comum cancelamento de exames eh como não se coletava exames dentro daquela unidade eh eh muitas vezes você pedia de Ava meses para chegar e Aí acabava que você usava a gente acabava usando muito a história a história o exame físico eh o HGT e os testes rápidos
que eu coloco como fundamentais ali porque tanto de covid como das ists a gente conseguiu o resultado na hora então isso era era bastante recorrente a gente lançar a mão desse recurso quando eu trabalhei aqui em Cascavel que era uma unidade aderida penais que tinha coleta praticamente todos os dias então a gente tinha esse recurso à disposição de uma maneira mais efetiva mas nas unidades que não são aderidas ela se acaba tendo essa dificuldade Então o que eu percebi muito com experiência da Saúde prisional as minhas consultas na unidade começaram a ter comecei a valorizar
muito mais a história e o exame físico né comecei a pedir muito menos exame porque né se na cadeia difícil a gente consegue resolver o problema a gente precisa pensar aqui na OBS também eh eh em desenvolver essas habilidades então foi fundamental pro meu processo de aprendizagem esse esse estágio e aí o tratamento ele era um pouco frustrante porque a gente né pra gente que é da ps que que acaba trabalhando muito com a equipe multi a gente né não tinha uma psicóloga disponível o tempo todo era raro não tinha em momento nenhum fisioterapeuta educador
físico eh terapeuta ocupacional então a gente ficava nutricionista também era difícil ter essas consultas clínicas então a gente não não conseguia trabalhar muitas coisas além do remédio então determinadas situações que na unidade talvez a gente não começaria com um tratamento medicamentoso na saúde prisional Às vezes a gente lança a mão para diminuir um pouco o sofrimento daquela pessoa e a gente acabava orientando atividade física né e eh é mito esse negócio que que que os apenados não querem trabalhar a maioria deles querem trabalhar e muitos não tem muito o que fazer ali dentro então a
atividade física era quase que uma válvula de escape E aí quando a gente orientava a importância dessa atividade física e e o apenado acabava fazendo ela a gente via melhora bastante importante na na saúde mental e eh daquela pessoa e aí um dos desf fios que que estão postos é a gente ver e estimular o cadastramento n das unidades prisionais na política a política que tá completando 10 anos eh que tem avanços importantes nessa área né trouxe a unidade prisional como ponto de atenção da ras trouxe trouxe ela como como uma equipe de atenção primária
prisional com outros profissionais disponíveis e a gente tem que tem que lutar para para aumentar o número de unidades prisionais cadastradas Então aqui estão algumas referências que eu utilizei na apresentação e fico à disposição das perguntas perguntas muito obrigado Muito obrigada Ana Obrigada Artur acho que é um tema extenso assim como a gente já tinha falado no início da da apresentação é difícil a gente compilar tantas informações eh tão pouco tempo Acho que vocês fizeram isso muito bem Tanto Artur trazendo a sua experiência quanto Ana trazendo parte mais teórica então agradeço em nome da sbmfc
por essa exposição Inicial eh acho que assim trazendo um pouquinho também da minha experiência eu tive dois contatos tanto trabalhando com um equipamento que eu atendia de pessoas que estavam em semiliberdade isso quando comecei a minha vida profissional em Porto Alegre depois durante a residência também tive ã atuação com o pessoal do Degas que era a parte feminina do Degas e as meninas ali até os 18 anos então é desafiador acho que a gente fica com os recursos limitados muitas vezes tendo que usar de um Jogo de Cintura intenso para conseguir dar conta de toda
essa demanda né que não é somente uma demanda de eh eu acho que como a Ana explicou assim não é somente uma demanda da Saúde prisional a saúde prisional ela se ramifica em outras questões né a gente tá falando de racismo a gente tá falando de questões de gênero e são diversas vulnerabilidades que coexistem simultaneamente que a gente tem que conseguir abarcar entender eh se vulnerabilizar junto para conseguir realmente prestar um bom atendimento então agradeço por vocês terem trazido todas essas reflexões Dala também se quiser trazer alguma reflexão que fez durante a apresentação ou Ana
se quiser também trazer Artur Isso foi um pouquinho do que eu fiquei pensando aqui sim eu só bem rapidinho o eu eu gostei do Resgate histórico pra gente ver que e eu achei legal ter citado o rapo porque eu acho que a a a a arte ela Ela traz de uma maneira eh mais assim eh no no cotidiano né traz traz mais claramente o que continua acontecendo né a história é o seguinte o tempo passa mas são são outras formas de de Sofrimento né Eh eh mais modernas mais sutis né que elas continuam acontecendo achei
achei muito muito interessante esse teu Resgate histórico e dentro da tua experiência como é importante a história paraa gente entender a nossa experiência compreender a gente num contexto do mundo né e o Artur Ana também mas chamou chamou muita questão que eu que eu achei interessante Às vezes o o a gente como residente também pode ter alguma resistência né Eh e como é importante pro aprendizado né o Artur fez uma ponte assim pedagógica interessante aí com eh não foi por acaso né de refletir sobre isso né Eh essa questão da da nam mnesia exame físico
em situações eh complexas não não que a gente Deva eh trabalhar condições limitadas também fiz minha residência no consultório de odontologia tá então eu me identifiquei muito com a tua fala mas de assim de você aprender em contextos difíceis lutar paraa melhoria das condições Mas isso é um exercício também da tua Clínica né Eh não se mobilizar né reconhecer limitação mas não se mobilizar eh mas eu vou voltar à palavra para vocês que eu acredito ter mais mais coisas para dizer e a gente vai vendo se tem alguma pergunta aqui vamos nesse batebola aí que
tá muito interessante apresentação agradeço muito posso posso entrar Artur agradecer Artur foi muito bom de te euv já conheço o Artur mas não a gente nunca trabalhou assim diretamente né trca aí no GT Obrigada pela apresentação acho que complementou que na verdade minha apresentação é o dobro disso E aí tinha também condições mais prevalentes questão de comunicação e saúde com a especificidade né da da das pessoas privadas de liberdade eh eu acho que são muitas coisas né muitos sentimentos que a gente acessa assim quando a gente Traz essa questão da privação de liberdade das populações
super vulnerabilizadas né Eh eu gosto de falar vulnerabilizar porque não são vulneráveis né existe sempre alguma outra alguma outra população vulnerabilizando ela né E aí eu queria só talvez eh avançar em um slide meu para talvez fechar não sei se abrir se tiver alguma outra questão pra gente trazer como uma fala de um interno eh eu ia avançar paraa questão de acesso né como são as formas de acesso né no sistema prisional aí vão ter muitas variáveis a falar da experiência na papuda mas deixa eu compartilhar aqui que eu acho que vai ser mais ilustrativo
eh esse papelzinho na verdade é o verso de uma caixinha de suco que eles recebem e a gente chama de catatal catatal no Brasil tem vários nomes né Catu catatal bilhete é uma das formas de acesso das pessoas privadas de liberdade acho que é algo incomum aí no Brasil né aí vai depender de de F se tem alguém para receber esse bilhete como esse bilhete vai chegar e se vai ter acesso a algum papel ou caneta para escrever esse bilhete se essa pessoa vai ter letramento para escrever esse bilhete aí a gente pode discutir sobre
um monte de coisa ao redor desse bilhete dá para fazer um doutorado só sobre catatal assim eh e esse catatal é muito sensível porque primeiro ele nem é endereçado pra saúde no geral os na papuda como é tem as caixinhas no pátio caixinha como se fosse de sugestões né elogios sugestões você enf assim sees de sorteio mesmo que você pode mandar ou pro chefe de pátio então paraas forças policiais para alguma demanda que o chefe de pátio vai atender eles já sabem Quais são as demandas específicas ali né gerar insumos de produtos de higiene ou
questões relacionadas a pedir classificação que é trabalho ou estudo paraa geit que é chamado geit lá que é o serviço da segurança que faz essa são com a saúde então é para quem quer ir paraa saúde para médico enfermeiro fazer um exame e alguma questão assim e para dentista a gente separa a caixinha de dentista porque as demandas são bem específicas assim né E aí essa não foi paraa saúde ela foi para pro chefe de pátio eu vou ler para vocês aqui senhor chefe de pátio queremos pera aí deixa eu só diminuir aqui eu não
tô conseguindo vou diminuir assim só para conseguir ler eh queremos melhores condições da nossa alimentação para não ficarmos doentes e precisarmos pedir atendimento médico junto a jaite que é o serviço de segurança que faz a interface com a com o serviço de saúde as marmitas não chegam fechadas e sim abertas esparramadas propícias a a contaminação cruzada isso já na porta das células nosso material de higiene acabou estamos sem sabão sabonete creme dental água sanitária papel etc eh Precisamos ficar limpos Principalmente agora na pandemia sabemos que errados somos nós de estarmos presos porém estamos pagando a
cada dia e só de ficar aqui já é sem mais delongas contamos com a sua ajuda assinado preso sofredor Então queria finalizar com uma fala né dos internos acho que nada mais ilustrativo né Eh para vocês eh enxergarem Talvez os determinantes sociais de saúde também uma das formas de acesso que né que a gente trouxe aqui e os desafios né de tentar prover e promover saúde eh nesse nesse contexto mas que de alguma forma nos mobilize por isso estamos aqui numa quarta noite falando sobre isso eu eu recebi algumas vezes uma essa demanda não sei
como é que foi para vocês né de prescrever sabonete dental né obrigarem o eu eu assim chequei isso era uma coisa completamente Inconveniente né mas recebia pedidos na unidade de saúde que eu trabalhava de prescrição eh de produtos de higiene para poder entrar através da pressão médica poder entrar na acadia não sei se vocês chegaram a vivenciar isso né mas me pareceu eh pareceu não chequei uma situação completamente bizarra né assim mais uma forma de e de de Essencial o acesso né a condições mínimas né de saúde n não sei se o rola isso aí
também aqui na papuda uma coisa assim os o material de higiene ele é provido né quem quem provê de fato é o estado alguns algumas coisas específicas né Eh pode entrar na Cobal Cobal é uma uma sacola né de insumos que os familiares Podem trazer se eu não me engano está quinzenalmente que na pandemia foi muito complexo porque diminuiu o a entrega de Cobal por causa de contaminação essas coisas e visita também então foi foi bem mais difícil E aí a gente vê inclusive que um fator de proteção né ter familiar ter contato com o
mundo externo que são outras reflexões que a gente pode trazer porque tem pessoas também privadas de liberdade que não tem né Essa rede de apoio externa Isso dificulta sobremaneira assim o sofrimento deles né aumenta muito e E aí é isso né muitos dos insumos são são fornecidos pelo pelo Estado e outros por familiares um problema que a gente tem vivenciado por exemplo o creme hidratante é o creme hidratante principalmente em Brasília pele seca uma seca extrema eles demandam bastante é sabido né que uma pele hidratada evita infecções de pele então tem vários dilemas aí que
às vezes a gente tem que oferecer como receita médica para conseguir permitir a entrada então tem algumas questões que são bem difíceis assim que não precisaria demandar uma receita médica mas aí é difícil também porque quando a gente tá dentro a gente consegue ouvir e entender um pouco melhor algumas questões que tem tem uma relação com a segurança entende então eu acho que quando eu entrei eu tinha uma visão e mergulhada aqui nos últimos 4 anos eu consigo enxergar algum alguns aspectos que de alguma forma eu julgaria antes sem entender e sem tá dentro sabe
enfim que aí é é muita reflexão gente tem muita coisa para falar Ana e Artur eu tenho uma dúvida Enquanto vocês estavam falando fiquei pensando assim e também lendo o relato que é é forte é é intenso né quando a gente se coloca num lugar assim pensando nas condições M mínimas básicas que estão sendo solicitadas ali como que vocês fazem na vivência de vocês assim do dia a dia para driblar como o Artur citou ali Acho que foi o Artur agora não lembro se foi a ana a questão da escabiose como que a gente trata
uma escabiose se a pessoa volta depois pro mesmo ambiente onde não existe nenhum tipo de cuidado em relação a roupa de cama enfim a higiene básica que seria necessária para fazer esse tipo de tratamento como que vocês lidam com essa situação no dia a dia qual que é o de que maneira vocês encontram para para driblar essas condições eh adversas que vocês encontram tanto por parte dos pacientes que devem ter eh dificuldades também de acesso essas questões básicas por todo esse cerceamento mas também de vocês né Como são os recursos fiquei um pouco curiosa em
relação a isso quer falar Tu como foi para você posso falar tá eh eu acho Giovana que assim a gente pode citar as várias morbidades aqui os desafios com cada uma delas né Eh eu eu sempre falo com os residentes Assim eh a gente vai cuidar dessa pessoa hipertensa Mas é uma pessoa pessoa hipert privado de liberdade a gente vai cuidar dessa pessoa com diabetes né não vamos só roto lado pessoa com diabetes é um diabetes num contexto de privação de Liberdade até pensar em insulinização vai ser específico entender o que né Quais são os
fatores de estresse que causam alteração de pressão então não é incomum pessoas super jovens usando quatro antihipertensivos né Quatro classes de antih hipertensivos eh Enfim então acho que sempre na saúde prisional tem um quezinho a mais assim de uma complexidade sabe relacionado ao território as as as as queixas dermatológicas Então acho que eh são são questões muito difíceis mesmo a gente não consegue fazer controle de ambiente não só dermatológicas mas asma renite né todas essas que t a ver com o ambiente que né fora a gente faria uma orientação né pensando num residente chegando a
primeira vez no estágio da prisional ali ó com na ponta da língua sabendo todas as orientações para cuidados de renite para evitar crises para evitar eh como que fazer o tratamento completo do scabiose da família inteira fazer o tratamento de trocar roupa de cama de não repetir a roupa Esquece tudo isso então acho que é esse é um exercício também né paraos residentes que fazem o lá e vamos pensar primeiro o contexto pera aí como é que é essa célula como que são as relações entre essas pessoas para tudo tá não só desde desde escabiose
até eh um um sintoma Psicótico É um sofrimento mental assim a gente vai ter que entender que o sintoma Psicótico da pessoa privada de liberdade também vai ter vai vai est né de alguma forma relacionada com com o contexto E aí posso até citar um exemplo assim para escabiose e paraas doenças de pele o que eu costumo dizer pros internos é assim a gente não consegue controlar o ambiente esses agentes né A o o ácaro o fungo a bactéria vai tá no ambiente a gente não vai conseguir mexer neles concorda consegue tirar o colchão colocar
no sol no máximo fazer uma higienização da célula assim que às vezes eles pegam bem pesado nessa higienização então é água sanitária para tudo que lado que também causa dermatite de contato Então vai virando uma bola de neve assim então o que eu falo é Vamos cuidar então da proteção da pele ão barreira de proteção então se você tem uma pele íntegra e o mais eh eh eh saudável possível eh porque precisa desses dois né Desse binômio assim ambiente contaminado e pele desprotegida então eu tento trabalhar com a pele da pessoa e aí não é
incomum Giovana também pela questão da ociosidade do próprio fator do enceramento as pessoas fazerem eh eh eh eh terem um excesso de banho Então na verdade não é falta de banho então se tem acesso à água ali tomam quatro ou cinco banhos por dia porque ou porque também tá coçando E aí gera tá com coceira a solução é banho e aí esfrega com sabonete aí esfrega mais aí tira barreira de proteção da pele Então vai virando uma bola de neve Às vezes a Costeira quero aliviar a Costeira passa água sanitária no corpo então às vezes
tem algumas orientações razoavelmente simples que fazem bastante diferença tá sabe então também pensar acho que na medicina quase nunca vou falar quase nunca para não falar Nunca tá a gente e a gente pode dizer que não pode fazer nada pela pessoa n até no leito de morte Sim a gente pode fazer algo por ela né entendendo que não necessariamente a gente tem um poder curativo e resolutivo como né algo alguém falou pra gente que deveríamos ter Então acho que na prisional é um teste que a gente tem também Quase sempre vai ser ível fazer algo
assim mesmo que seja um copo d'água no deserto como o Jorge fala sabe ô Giovan eu eu passei por uma situação interessante eu deixei a Ana falar porque a Ana tem muito mais experiência mais história né mas em João Pessoa não não tinha tratamento para escabiose E aí que que acabava acontecendo no início você tratava um dois da cela na outra semana tavam todos e aí você tratava um dois Porque esses dois tinham visita os outros não então você ficava recontamination escabiose é isso isso e isso né como a Ana falou vai ser difícil limpar
o ambiente mas a gente Pelo menos vamos tentar quebrar o ciclo de transmissão entre as pessoas vocês têm condição da família trazer para todo mundo temos então eles acabaram trazendo medicamento para todo mundo da célula porque era isso não adianta tratar um porque ele vai ficar recontamination prisional por exemplo são medidas extremas para ter acesso então a gente vê greve de fome PR as pessoas ter acesso ou ao médico ou a direitos é é o advogado a gente vê pessoas se cortando para ter acesso ao médico então o cara tá lá porque ele quer falar
da diabetes dele ele quer falar da Saúde Mental ele acaba se cortando e aí você queria se matar não eu queria conversar com você ou queria conversar com o meu advogado ou queria conversar com a minha família e isso quando você começa ler os trabalhos os mestrados os doutorados é uma prática recorrente no Brasil todo é impressionante assim uma medida extrema como forma de acesso não é então assim para já estamos chegando perto do final Queria como a gente tem muito residente eh eh assistindo que convidar esses residentes para se possível se tiver oportunidade entrem
na Muralha se exponham a esse medo porque não é fácil não é uma coisa que é simples você ali entrar no presídio trabalhar é uma situação complexa mas é extremamente é é a recompensa é muito grande a gente acaba aprendendo muito né a gente a gente evolui muito enquanto ser humano e enquanto MFC também eu acabei me apaixonando tanto que o o meu tema de Mestrado hoje é em saúde prisional então eu hoje não estou trabalhando efetivamente mas tô pesquisando no mestrado porque é um é um tema que que a gente se envolve muito e
dificilmente você vai sair impune por num presídio Ou você vai sair com com algumas questões complexas ou você vai eh eh querer tá ali atuando de alguma forma obrigada obrigada ur e desculpa eu ia justamente me despedir e passar a palavra para você fazer encerramento Obrigado aí pelo aprendizado Ana e Artur parabéns pelo trabalho de vocês então passo pra Giovana aqui para as palavras finais Obrigada Dala Ana Artur adorei foi uma aula muito boa tenho certeza que todas as pessoas que assistiram conseguiram compreender um pouco melhor de novo repito que é um tema extenso que
a gente seria interessante ter mais tempo para conversar e smar Mas que bom que a gente teve esse espaço hoje que a gente plantou uma sementinha e como Art falou temos muitos residentes acho que é interessante fazer o convite para que se abra essa caixinha de possibilidade e entendam que isso também é uma forma da gente exercer a medicina de família e comunidade então quero agradecer em nome da sociedade Ana turma boa noite muito obrigada obrigada gente boa noite obrigado boa noite obrigadoir boa noite tchau op concluímos