A Bíblia não condena, mas apoia e regulamenta a escravidão. >> Apesar dos malefícios, que é inecável, enfim, históricos, os benefícios, é até difícil afirmar isso, mas de fato os benefícios que a escravidão trouxe é algo tão pesado e tão literal que os cristãos de toda de todos esses séculos do começo do cristianismo, eles não vão ter como ir contra. Isso é uma lei divina >> que Deus vai falar, né?
Eles não vão ser soltos no no sexto ano porque eles não tm nada. Eles vieram numa condição de miséria. Uma desculpa esfarrapad, né?
Era em Êxodo 21:20. Se tu bater no teu escravo com pedaço de pau e ele ficar machucado, mas ele não morrer naquele dia, tu vai ter que pagar uma multa. >> Submissão nem sempre é algo ruim.
Nós somos submissão ao nosso chefe. Enfim, aqueles que não, >> eles só não batem a gente com de palma. Exatamente.
Da queda de Roma até o lançamento do iPhone teve menos tempo do que do começo do cristianismo até o fim da escravidão. >> Vamos fingir por um momento que você possui autoridade moral absoluta sobre o universo. Você tem o poder de ditar leis que moldarão o comportamento de bilhões de seres humanos por milênios.
Você tem a capacidade de proibir o consumo de camarão, de vetar o uso de roupas com tecidos mistos e de ditar exatamente como uma barba deve ser aparada. Agora, diante desse poder de microgerenciamento da vida humana, pergunte-se: você usaria uma única linha desse código eterno para dizer: "Nenhum ser humano deve possuir outro ser humano como propriedade? " Se você respondeu sim, parabéns, você acabou de demonstrar uma superioridade moral imediata e indiscutível sobre o Deus da Bíblia.
Chegamos ao final da nossa jornada do debate promovido pelo canal Spectrum. Se você está chegando agora, esta é a quinta e última parte da nossa análise. Nos quatro vídeos anteriores, nós demolimos a impossibilidade física do dilúvio de Noé.
Expusemos a fraude histórica das profecias bíblicas. Confrontamos a biologia evolutiva com o mito infantil de Adão e Eva e separamos o homem histórico do Jesus mitológico. Se você perdeu alguma dessas análises, eu peço que se inscreva para não perder esse canal de vista.
Caso queira, você também pode assistir aos vídeos anteriores para entender melhor a saga que nos trouxe até esse momento. Os links estão na descrição. Hoje, no entanto, não vamos falar de pedras, genes ou datas históricas.
Vamos falar de sangue, correntes e chicotes. Vamos enfrentar o argumento moral mais devastador contra o cristianismo, aquele que Misael Lima jogou na mesa e que fez a sala de apologistas tremer em suas cadeiras. A Bíblia não condena, mas apoia e regulamenta a escravidão.
Confrontados com a realidade de que seu livro santo serviu de manual para a barbárie por 18 séculos, os cristãos recorreram imediatamente a um arsenal de eufemismos, redefinições semânticas e desculpas contextuais que insultam não apenas a inteligência, mas a memória de milhões de vítimas da escravidão. O primeiro refúgio do apologista e o mais utilizado no debate é a mentira da servidão por dívida. Ouvimos o participante Vittor Renan e depois a participante Lauan repetirem a velha canção de que a escravidão bíblica não era escravidão de verdade, mas sim um sistema benigno de pagamento de dívidas, onde o indivíduo trabalhava, recebia salário, tinha férias e era eventualmente liberto.
Eles tentam pintar o escravo bíblico quase como um funcionário CLT com um contrato temporário ruim. Vamos destruir essa falácia com a única arma necessária, o próprio texto da Bíblia. Os apologistas adoram citar as regras de libertação de escravos que ocorriam no sétimo ano, o ano do jubileu.
O que eles convenientemente escondem de você e talvez escondam de si mesmos, é que essas regras benignas se aplicavam exclusivamente aos escravos hebreus, aos irmãos de raça. A Bíblia é, antes de tudo, um livro de nacionalismo tribal. Para saber o que Deus realmente pensa sobre a posse de seres humanos, você precisa ler Levítico, capítulo 25, versículos 44 a 46.
Misael tentou ler esse texto no debate, mas foi interrompido e atropelado pela gritaria. E é fácil entender o porquê. Esse texto é a arma fumegante.
Ele diz com a clareza cristalina de um contrato comercial: "Quanto aos escravos e as escravas que chegarem a ser teus, das nações que estiverem ao redor de vós, delas comprareis escravos e escravas. Eles serão vossa propriedade. Deixá-los eis por herança aos vossos filhos depois de vós, para os herdarem como possessão.
Destes vos servireis perpetuamente. Percebam as palavras que o Criador do universo escolheu usar. Comprareis propriedade, herança, possessão perpetuamente.
Não há ambiguidade aqui. Não há servidão por dívida para o estrangeiro. Deus está explicitamente autorizando o comércio de carne humana.
Ele está dizendo que você pode ir à nação vizinha, comprar uma pessoa, possuí-la como se fosse um boi ou um móvel. E quando você morrer, você pode deixar essa pessoa de herança para seus filhos, como se deixe uma casa ou um terreno. Quando a participante Lauan diz no debate que muitas traduções trazem a palavra servo e não escravo, ela está jogando com a semântica para anestesiar a consciência.
A palavra hebraica ébed pode significar servo, sim. Mas quando o texto diz que esse Ébed é uma possessão hereditária perpétua, a tradução correta é escravo. Shuttle slavery, escravidão de bens móveis.
Tentar suavizar isso chamando de servo é como chamar um campo de concentração de centro de reeducação. É uma manipulação orveliana da linguagem. No debate, ouvimos a defesa de que Deus não criou a escravidão, foi o pecado humano.
Víor Renan argumentou que a escravidão já existia e que Deus apenas a regulamentou para torná-la menos brutal. Isso nos leva ao argumento da regulamentação divina. Os cristãos querem que acreditemos que as leis de Deus eram uma redução de danos, uma forma de humanizar uma prática bárbara.
Vamos testar essa humanização. Vamos olhar para Êxodo, capítulo 21, versículos 20 e 21. O texto diz: "Se alguém ferir o seu escravo ou a sua escrava com um pau e ele morrer debaixo da sua mão, certamente será punido.
Porém, se sobreviver um dia ou dois, não será punido, porque é o seu dinheiro. " Leiam isso novamente, se for preciso. O Deus onibenevolente, a fonte de toda a moralidade, está legislando sobre o espancamento de seres humanos.
E a regra dele não é não bata. A regra é: você pode bater o quanto quiser, desde que a vítima não morra na hora. Se o escravo agonizar por dois dias antes de morrer, o dono está isento de punição.
Por quê? Qual é a justificativa moral de Deus? Porque é o seu dinheiro, porque é sua propriedade.
Isso não é humanização, isso é a legitimação divina da brutalidade. Ao dizer é o seu dinheiro, Deus reduz o ser humano à suposta imagem e semelhança do Criador a uma commodity financeira. Ele estabelece que a vida do escravo vale menos que a do livre.
Se você matar um homem livre, é assassinato. Se você espancar seu escravo até a morte, mas ele demorar dois dias para expirar, é apenas prejuízo financeiro. No debate, os participantes tentaram argumentar que a escravidão bíblica não era racial e que, portanto, não pode ser comparada à escravidão transatlântica dos negros.
Lauan e Franklin insistiram que a escravidão moderna foi uma distorção. Isso é uma meia verdade perigosa. Sim, a escravidão bíblica não era baseada em cor de pele, era baseada em etnia e religião.
Era xenofobia sancionada. Mas a mecânica da desumanização era idêntica quando os defensores da escravidão nos Estados Unidos, no século XIX, precisaram de justificativa para manter negros acorrentados para onde eles olharam. Eles não inventaram argumentos do nada.
Eles abriram a Bíblia. Eles citaram Levítico 25 para provar que Deus autoriza comprar estrangeiros. Eles citaram a maldição de C em Gênesis para justificar a subjulgação de africanos.
Eles citaram o apóstolo Paulo devolvendo o escravo onésimo ao seu dono. A Bíblia não foi mal interpretada pelos escravagistas do sul americano ou pelos traficantes de escravos brasileiros. Ela foi lida corretamente.
Eles leram o texto, viram que Deus permitia possuir pessoas e aplicaram isso. O reverendo Richard Furman, um dos batistas mais influentes da época, escreveu: "O direito de possuir escravos é claramente estabelecido nas Sagradas Escrituras, tanto por preceito quanto por exemplo. " E ele estava certo.
textualmente, ele estava absolutamente certo. A Bíblia estava do lado dele, não do lado de Harriet Tuban. O argumento de que era a cultura da época é talvez o mais fraco de todos.
Deus não é supostamente atemporal. A moralidade divina não deveria ser objetiva e imutável. Se Deus é capaz de condenar o assassinato, o roubo e o adultério em qualquer cultura e época, porque ele fica subitamente tímido e culturalmente sensível quando se trata de escravidão.
Porque Deus disse: "Não matarás em vez de se você matar, faça de forma humana". Porque ele disse não adulterarás em vez de se trair sua esposa, pague uma multa. Para esses crimes, a proibição é absoluta, mas para a escravidão, Deus se torna um burocrata regulador.
Ele diz: "Pode escravizar, mas siga estas regras. " Ao regulamentar a escravidão, Deus a validou. Ele a inseriu na estrutura legal da santidade.
Ele disse ao seu povo: "Isso é permitido". E uma vez que Deus diz que algo é permitido, torna-se moralmente impossível para o crente dizer que é pecado. É por isso que a escravidão durou 1800 anos na cristandade.
Não foi porque os cristãos eram surdos à voz de Deus, foi porque eles estavam ouvindo a voz de Deus. E a voz dizia: "Vocês podem comprá-los das nações ao redor". No debate, Davidson tentou usar o argumento do fermento, dizendo que a Bíblia tem o poder de mudar a sociedade de dentro para fora, apresentando um caráter cristão.
Mas onde estava esse caráter cristão quando a Igreja Católica sancionou o tráfico de escravos africanos com bulas papais? Onde estava esse caráter quando pastores protestantes marcavam seus escravos com ferro em brasa? A história nos mostra o oposto do que Davidson sugere.
O cristianismo não acabou com a escravidão. O cristianismo foi o maior fiador moral da escravidão no Ocidente. Cada vez que um abolicionista tentava levantar a voz, ele era espancado com versículos bíblicos.
A abolição da escravidão não veio de uma nova leitura da Bíblia. Ela veio, apesar da Bíblia. Ela veio do surgimento de valores seculares, humanistas e iluministas, que começaram a reconhecer direitos inerentes ao homem, independentemente do que um livro antigo dizia.
Mas a discussão no vídeo tomou rumos ainda mais surreais quando tentaram justificar a inação de Deus comparando-a com a monarquia ou o divórcio. Eles disseram: "Deus também não gostava de reis, mas permitiu". Essa comparação é obscena.
Ter um rei pode ser uma forma de governo ruim, mas não é a violação fundamental da autonomia humana. O divórcio é uma ruptura contratual. Não.
O roubo de uma vida. Comparar a posse de uma pessoa, a anulação da sua vontade, o estupro sistemático e a exploração do seu trabalho com questões políticas ou divórcio, revela a cegueira moral que a apologética exige. A escravidão não é uma questão periférica.
Ela é o teste definitivo da bússola moral de qualquer sistema ético. Se o seu Deus falha em condenar a escravidão, ele falhou no teste mais básico de benevolência. E o Deus da Bíblia não apenas falhou em condenar, ele escreveu o manual de instruções.
Nesta primeira parte estabelecemos o fato textual innegável. A Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, como veremos a seguir, endossa a escravidão. Não é uma metáfora, não é um erro de tradução, não é apenas trabalho por dívida, é escravidão real, brutal, de propriedade perpétua.
Diante disso, a defesa cristã desmorona em racionalizações vergonhosas. Mas a análise precisa ir mais fundo. Precisamos entender porque os cristãos modernos sentem a necessidade de mentir sobre isso.
Precisamos enfrentar o argumento do Novo Testamento, onde Jesus e Paulo, longe de serem revolucionários abolicionistas, reforçaram as correntes e precisamos desmascarar a ideia de que devemos nossa liberdade moral atual ao cristianismo. A verdade é que somos morais porque superamos a Bíblia e não porque a seguimos. Após termos estabelecido que o texto bíblico, de forma explícita e innegável, autoriza a posse de seres humanos como propriedade hereditária e até permite o seu espancamento, resta-nos enfrentar a segunda linha de defesa dos apologistas.
A ideia de que, embora o Antigo Testamento fosse duro, o Novo Testamento trouxe uma revolução de amor que aboliu a escravidão no coração dos homens. A participante Lauan tentou argumentar que o cristianismo trouxe a dignidade humana, citando Paulo e a ideia de que em Cristo não há escravo nem livre. Essa é uma das maiores apropriações indébitas da história.
Os cristãos modernos querem reivindicar os louros de uma vitória moral que a própria Bíblia deles lutou contra. Vamos olhar para o Jesus dos Evangelhos. Se Jesus era Deus encarnado, a própria moralidade feita carne, ele tinha a oportunidade perfeita para corrigir o erro ou a permissão temporária de Moisés.
Ele corrigiu tantas outras coisas. Ele disse: "Ouvistes o que foi dito olho por olho. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao mal".
Ele reescreveu as leis sobre adultério, sobre juramentos, sobre o sábado, mas sobre a escravidão, silêncio, ou pior, aceitação tácita. Em suas parábolas, Jesus usa frequentemente a relação entre senhor e escravo, dou-los, como modelo para a relação entre Deus e o homem. O escravo que sabia a vontade do seu Senhor e não a fez, será açoitado com muitos açoites.
Jesus nunca diz: "Libertem seus escravos". Ele diz: "Sejam bons escravos para que Deus seja um bom Senhor para vocês". Ao usar a escravidão como metáfora para a santidade, Jesus a normaliza.
Ele perdeu a chance histórica de dizer a frase que mudaria o mundo: "Nenhum homem será dono de outro". E então temos Paulo, o suposto arquiteto da liberdade cristã. No debate, Lauan citou a carta a Filemon exemplo de amor.
Vamos ler Filemon sem as lentes cor- de rosa da escola dominical. Onésimo era um escravo que fugiu de seu dono, Filemon, um cristão. Onésimo encontra Paulo, se converte e serve a Paulo.
O que Paulo faz? Ele escreve uma carta a Filemon e devolve o escravo fugitivo. Paulo não diz Filemon.
A escravidão é um pecado. Liberte esse homem porque Cristo nos fez livres. Não.
Paulo diz: "Estou enviando-o de volta a você. Receba-o não mais como escravo, mas como irmão amado. Isso soa bonito.
Mas legalmente Paulo estava cumprindo a lei romana de devolução de propriedade roubada. Ele mandou um homem de volta para o cativeiro, apelando para a bondade do dono, mas nunca desafiando o direito do dono de possuir o escravo. Em outras cartas, as instruções de Paulo são claras e repetidas.
Escravos, obedecei em tudo a vossos senhores terrenos, não só quando seus olhos estiverem sobre vós, mas com sinceridade de coração, temendo ao Senhor. Colossenses 3:22. Em primeiro Timóteo 16:1, ele diz: "Todos os que estão sob o julgo da escravidão devem considerar seus senhores dignos de todo respeito para que o nome de Deus e o nosso ensino não sejam blasfemados.
" Parem e absorvam isso. A Bíblia diz que o escravo deve respeitar o dono para não blasfemar a Deus. A submissão à tirania é transformada em ato de piedade.
Isso não é uma semente de liberdade. Isso é o melhor mecanismo de controle social já inventado para manter oprimidos dóceis. Se você é um dono de escravos, não há livro melhor para dar aos seus cativos do que o Novo Testamento.
Ele ensina que o sofrimento deles é vontade de Deus e que a recompensa virá no céu. Então não há necessidade de revolta na terra. No debate, o participante Davidon tentou usar o argumento da dureza de coração comparando a escravidão ao divórcio.
Ele sugeriu que Deus permitiu a escravidão porque a sociedade não estava pronta para aboli-la, assim como permitiu o divórcio. Misael rebateu isso de forma brilhante, mas foi cortado pelo tempo. A falha desse argumento é que ele transforma Deus em um covarde moral.
Deus não teve medo de proibir a idolatria, embora todas as sociedades ao redor fossem idólatras. Deus não teve medo de exigir a circuncisão, uma prática dolorosa e difícil. Deus não teve medo de mandar seu povo parar de trabalhar um dia por semana, algo economicamente desastroso na antiguidade.
Deus estava disposto a impor leis que tornavam os hebreus estranhos e santos, separados das nações. Mas quando se tratava de possuir gente, de repente Deus ficou tímido. De repente ele pensou: "Ah, se eu proibir a escravidão, eles vão ficar chateados.
Isso é ridículo. Se Deus é onipotente, ele não negocia com a cultura, ele muda a cultura. Se ele é a fonte da moralidade objetiva, ele não pode dizer: "O estupro é errado, exceto se a cultura aceitar".
O mal é mau. Se a escravidão é objetivamente má e todos nós concordamos hoje que é, então Deus, ao permiti-la e regulamentá-la, foi objetivamente mal. Ou Deus não é bom, ou a Bíblia não é a palavra de um Deus bom.
Não há a terceira opção. O argumento de que o cristianismo acabou com a escravidão é a última trincheira. Eles citam William Wilberce e os abolicionistas cristãos do século XVI e X.
Sim, Wilberce era cristão, mas os seus oponentes no parlamento que defendiam a escravidão também eram cristãos devotos. E os oponentes tinham mais versículos bíblicos do seu lado do que Wilberforce. A verdade histórica é que a abolição foi impulsionada pelo Iluminismo.
Foi a filosofia secular que começou a questionar a autoridade divina dos reis e a hierarquia natural dos homens. Quando pensadores como Montesquier e Rousseau começaram a falar em direitos do homem, isso criou um clima intelectual onde a escravidão se tornou insustentável. Os cristãos abolicionistas foram aqueles que, influenciados pelo espírito secular da época, começaram a ler suas Bíblias de forma diferente, ignorando as partes próes escravidão e focando em princípios gerais de amor ao próximo.
Eles fizeram o que os cristãos modernos fazem hoje com os direitos LGBT ou com o papel da mulher. Eles arrastaram a Bíblia chutando e gritando para a modernidade. A moralidade secular evoluiu primeiro e a religião veio correndo atrás, tentando se adaptar para não se tornar irrelevante.
Hoje a igreja diz: "Nós sempre fomos contra a escravidão". Isso é uma mentira histórica. A igreja foi a última a abandonar o barco do escravagismo.
O Papa só condenou explicitamente a escravidão como instituição, muito depois de a maioria das nações civilizadas já tê-la banido. A participante Lawan, num momento de honestidade, disse que o mundo antigo era bárbaro. Ela está certa.
O mundo antigo era brutal. E a Bíblia é um produto desse mundo bárbaro. Ela reflete a moralidade de homens da idade do bronze que achavam normal comprar virgens de guerra, apedrejar homossexuais e possuir escravos.
O problema não é o livro ser antigo. O problema é fingir que esse livro antigo é o guia moral perfeito para o século XX. Ao defender a Bíblia a qualquer custo, os apologistas acabam defendendo a própria escravidão.
Vimos isso no vídeo. Eles começam a dizer: "Ah, mas não era tão ruim. Ah, mas eles tinham teto e comida.
" Percebam a degradação moral a que a apologética leva. Para salvar a reputação de Deus, eles precisam minimizar o horror da escravidão. Eles se tornam advogados do indefensável.
Uma pessoa boa, moralmente sã, olha para a escravidão e diz: "Isso é abominável o ponto final". Um apologista olha para a escravidão bíblica e diz: "Depende do contexto. " Isso prova que a religião não é a fonte da moralidade.
Muitas vezes ela é o obstáculo à moralidade. Se você precisa torcer sua consciência para justificar o espancamento de escravos em Êxodo 21, porque Deus permitiu, então sua religião corrompeu sua humanidade. Nós que rejeitamos esses textos somos moralmente superiores ao Deus neles descrito.
Nós não precisamos de um livro para nos dizer que possuir outra pessoa é errado. Nossa empatia evolutiva e nossa razão secular nos dizem isso. Chegamos ao fim desta série de análises sobre o debate do canal Spectrum.
Vimos como a geologia desmente o dilúvio, como a história desmente as profecias. Como a biologia desmente o Éden, como a historiografia desmente o Jesus mágico, e, finalmente, como a ética básica desmente a moralidade bíblica da escravidão. O quadro geral é innegável.
A Bíblia é um livro humano, demasiadamente humano. Ela carrega a ignorância científica de seus autores, os erros históricos de sua época e as falhas morais de sua cultura. Não é um livro inerrante vindo do céu.
É uma biblioteca de mitos, lendas, leis tribais e poesias de um povo antigo tentando entender o mundo. Tem valor literário? Sim.
Tem valor histórico, certamente. Mas tem autoridade sobre nossas vidas hoje? Absolutamente não.
Misael Lima, sozinho contra 20, representou a voz da razão que se recusa a ser silenciada pelo número ou pela tradição. A coragem de dizer isso é um mito e isso é imoral diante de uma multidão que acredita no contrário, é a essência do pensamento livre. E é essa a coragem que eu convido você a ter.
Não tenha medo de questionar. Não tenha medo de admitir que um dilúvio global não aconteceu, que não viemos do barro e que as leis de Deus sobre escravidão são repugnantes. A realidade é muito mais interessante e a nossa moralidade secular é muito mais nobre do que qualquer coisa que você vai encontrar naquelas páginas antigas.
Obrigado por nos acompanhar nesta jornada de cinco partes. Se este conteúdo abriu seus olhos, se ele lhe deu argumentos e clareza, compartilhe. A batalha contra o obscurantismo é longa e a melhor arma que temos é a luz da razão, projetada sem medo sobre as sombras do dogma.
Inscreva-se no canal, ative as notificações e continue questionando tudo. Até a próxima. M.