[Música] bem-vindos todos ao ww especial é a nossa edição de domingo do ww pessoal uma pergunta chaterrima vocês vão dar risada porque eu tenho cabelo branco Acabei de fazer 70 anos estou indo para o 71 logo também mas será que o Brasil ficou velho e ainda não ficou rico essa pergunta é Fatal porque ela nos coloca diante do desafio muito muito difícil que é como tratar de uma questão que tá ali que tem enorme influência na economia muitas vezes as pessoas olham para economia e pensam lá nos dados taxa de juros inflação como vocês quiserem
acabou-se fiscal e o caramba mas um dos aspectos mais importantes da economia é a demografia e nós temos dados de certa maneira surpreendentes último por último divulgados pelo IBGE a respeito da nossa demografia Então essa pergunta Será que identificou velho ou tá ficando velho você ter conseguido ainda ficar rico na verdade é uma pergunta sobre a demografia do nosso país esse é o nosso tema é com ele que a gente hoje vai tratar com os nossos três convidados deixa eu colocar meus óculos e aqui a colinha para não errar filiação de ninguém eu vou começar
a apresentação aqui no estúdio na minha direita ou em frente a mim tá o Fernando Fernandes obrigado por ter contrado tempo de vir Fernando Fernandes a economista Mestre Doutor em demografia para Universidade Federal de Minas Gerais foi consultor do departamento de população de IBGE atualmente o Fernando Fernandes é pesquisador de pós-doutorado do centro de desenvolvimento e planejamento Regional da UFMG conosco aqui no estúdio na Avenida Paulista Renato Meirelles comunicolaugo escritor Presidente do Instituto locomotiva o Renato é fundador do data favela foi colaborador do livro varejo para baixa renda publicado pela Fundação Getúlio Vargas autor dos
livros guia para enfrentar situações novas sem medo e um país chamado favela Renato igualmente Obrigado por encontrar tempo de vir aqui participar do programa remoto tá conosco José Eustáquio Diniz Alves eu José Eustáquio é cientista social Doutor em demografia foi pesquisador titular da escola nacional de ciências estatísticas do Instituto Brasileiro de geografia e estatística o IBGE do qual já falamos várias vezes ele ocupou essa função entre 2002 e 2019 estáquio igualmente Obrigado por participar Começando por você Eu que agradeço cabe essa afirmação ficamos velhos e tá faltando mais ou menos ou ele é porque seguinte
o envelhecimento populacional é uma coisa absolutamente nova na história da humanidade durante 200 mil anos a população sempre foi jovem as taxas de mortalidade sempre foi o fogo altas e as taxas de natalidade sempre foram altas Quando começa o processo que a demografia chama de transição demográfica a base da pirâmide etária começa a diminuir E aí começa o envelhecimento populacional isso Começou primeiro nos países ricos na Europa Estados Unidos Japão Oceania né E tá se espalhando pelo mundo todo então hoje em dia no mundo os países que são ricos Eles já são envelhecidos Mas eles
enriqueceram antes de envelhecer os países em desenvolvimento tem o desafio de enriquecer antes de envelhecer igual aos países ricos mas numa outra conjuntura então o Brasil ele tá no meio do caminho ele já começou a envelhecer não envelheceu totalmente mas ainda tá como um país de renda média então o desafio é o seguinte é aproveitar essa janela de oportunidade que a gente tem que ela tá se fechando porque a gente dar o salto para o clube dos países ricos e isso é um grande desafio para o Brasil e para os outros países em desenvolvimento do
mundo me impressionou muito várias frases suas de várias entrevistas que eu li fazendo aqui a minha lição de casa para participar do programa para apresentar o programa uma delas é você assinalando constatando que não há na história registro de país que ficou rico depois de envelhecer não existe não existe isso é verdade pode ser que Invente alguma coisa vai na frente mas até hoje não existe vamos lá Renato vamos lá que que esse senso disse para você nós começamos pela provocação para o telespectador talvez entendeu porque dessa Associação da demografia com a riqueza né então
resgatar um pouquinho que o que que é idade produtiva suas idades em que as pessoas estão gerando riqueza mais do que consumindo riqueza por isso que que se começou o programa falando sobre estamos envelhecendo e ainda não ganhamos o dinheiro é necessário para garantir esta esta poupança dito isso o que que todo lado de dois demoras Então nem me arrisco muito a dizer todos os dados do centro do lado de dois dos melhores demógrafos do Brasil mas a gente tem feito da pesquisa sobre de opinião o que que significa isso William perguntando para essas pessoas
como elas estão se vendo Nessa situação você fala de várias das várias faixas ou especificamente de um dos brasileiros assim nós estamos falando dos brasileiros e aí tem perguntas dos brasileiros como população geral e dos brasileiros com mais de 60 anos os que já já envelheceram e como se tivesse a turma e um dado para apimentar o nosso debate é o dado que acaba com o senso comum de que o sonho desses brasileiros é parar de trabalhar muitas vezes discussões que se fazem inclusive sobre o processo de aposentadoria como se as pessoas quisessem parar de
trabalhar e não querem o que não encontram hoje são condições no mercado de trabalho seja de emprego Sérgio seja um tipo de emprego seja a qualificação profissional necessária para as novas tecnologias pense que são muitos brasileiros que passaram a vida toda trabalhando numa profissão que está deixando de existir para continuar produzindo porque essa provocação minha porque é verdade que não enriquecemos como poderíamos enriquecer mas também é verdade que poderíamos produzir por mais tempo do que do que em outros momentos que a gente tivesse se empenhado em formar capital humano empenhar capital humano empenhado em ter
políticas públicas hoje que mantenham esses brasileiros que querem produzir para isso ah Renato você tá dizendo então que que a solução para para essa para esse gargalo demográfico vamos dizer assim são as pessoas trabalharem por mais tempo falei não tô querendo que em vez de trabalhar 30 40 trabalha 50 60 anos o que nós estamos dizendo que esses brasileiros querem produzir e que hoje o nosso país não é capaz de resolver isso vamos olhar para o fenômeno em si né que o que é que o senso nos mostra que eu acho que até algo de
compreensão comum né não precisam ser como vocês absolutamente dedicados formados nessa área para entender que a pirâmide está mudando a gente tinha um monte de gente jovem lá embaixo o número suficiente para financiar a tal aposentadoria que as pessoas já não querem tanto mas enfim para financiar aposentadoria a gente tá perdendo essa capacidade na economia outros países já passaram por isso o que que explica isso no caso brasileiro essa essa digamos nova o novo desenho geométrico disso que foi uma pirâmide não parece ser mais O que explica essa mudança da estrutura tá no Brasil que
eu menos processo que explico que ocorreu nos outros países europeus como Deus tá que falou só que no Brasil foi um processo mais rápido mais rápido na Europa é um processo histórico que demorou 100 200 anos quando você olha dos pais como Suécia por exemplo e no Brasil é o processo de chamar de transição demográfica que é um processo que você sai de uma estrutura como você comentou extremamente jovem não envelhecido a base da pirâmide muito largo estrutura extremamente envelhecida Por que que isso ocorre você tem um processo primeiro de queda da mortalidade Então você
tem uma queda de primeiro nas idades mais jovens que depois ao longo do tempo começa a cair mortalidades infanto-juvenis cai na adulta depois cai mortalidade nas idades mais avançadas e depois da queda mortalidade tem uma queda da fecundidade que na cabeça das pessoas também a natalidade quando você considera a estrutura etária populacional como tu essa duas mudanças fazem com que a população serve uma estrutura velha uma estrutura jovem uma estrutura bem envelhecida O importante o William a gente olhar o que tá acontecendo no meio o que que ocorre entre esses dois pontos entre esses dois
pontos ocorre que a gente costumam chamar de bônus demográfico o que que é o bônus demográfico é o momento dessa transição de estruturas etárias onde a população idade ativa que tá no meio da estrutura cresce a taxas mais elevadas que as duas populações dos extremos crescendo que são os populações a idosa e a jovem quando ocorre uma parou de trabalhar e a outra ainda não trabalha o que a outra não trabalha então essa taxa de crescimento da diferença entre essas taxas de crescimento que a gente chama de bônus demográficos ele auxilia de uma forma enorme
a tua colocação Inicial ao crescimento da renda per capita da população é o fator um vetor demográfico que ajuda no crescimento dessa pergunta básica lógica desculpe eu não sei se você concluiu você concluiu é a pergunta é perdemos esse bônus demográfico o bônus Foi ele já a oportunidade acabou de fechar fechou agora na última década a gente teve 50 anos de bônus demográfico começou basicamente 1970 e até agora 2020 2015 2020 dependendo da medida que você usa para ver o grupo etário idade ativa por exemplo 15 é 60 ou 20 a 64 anos de idade
essa janela Já fechou existe um segundo componente só para complementar Então esse bônus demográfico que é ligada a capital humano Ok vamos pegar né produtividade produtividade fechou o bônus demográfico não O William é só reforçar isso que o Fernando colocou que colocando aquela frase sua inicial em outra perspectiva mas tão contundente quanto não existe nenhum país rico no mundo quando eu falo rico é que tem alto nível de bem-estar da população Auto índice de desenvolvimento humano não tem nenhum país dessas condições que tenho deixado de passar pelo bônus demográfico ou seja o bônus demográfico esse
primeiro bônus demográfico governantes explicou ele é uma condição essencial para o desenvolvimento humano e por desenvolvimento econômico de todos os países do mundo a gente não sabe o que vai acontecer no Brasil porque assim existem maneiras diferentes de medir esse bônus o que o Fernando colocou é quando a taxa de crescimento né do grupo idade Ativa é maior do que os outros dois grupos Mas se a gente pensar panela de oportunidade demográfica isso que o Fernando colocou é quando a janela se abriu como um todo tá entrando muita luz na economia para fazer o país
crescer nós estamos no Brasil hoje no momento que a janela está se fechando mas eu tenho uma visão um pouco mais otimista nesse ponto que eu acho que ainda o bônus não acabou a gente tem aí o primeiro bônus a gente tem mais 10 15 anos para janela se fechar completamente e vai ser quando a população idade ativa vai começar a diminuir tem desse primeiro bônus nós temos esse segundo bônus da produtividade que a gente vai falar daqui a pouco e já adiantar que o que o Renato falou da pesquisa dele é o que a
literatura chama hoje de terceiro bônus da bônus demográfico ou bônus da longevidade é uma literatura muito nova é o Japão tá liderando essa discussão porque o Japão é o país mais envelhecido do mundo então a gente tem três bônus né o bônus da estrutura etária o bônus da produtividade e o bônus da terceira idade que é o bônus da longevidade e eu acho que isso aí já é muita discussão Eu acho que o público vai gostar de entender quais são essas diferenças posso fazer posso ir para o intervalo aí trago você na volta porque isso
requer um pouco mais de tempo para construir um argumento eu não quero interromper você na sua intervenção até aqui Renato você é assinalou do ponto de vista da digamos da consciência da população Nessa idade o fato de que ela não quer parar de trabalhar e quanto a população é essa nessa faixa do bônus demográfico a população na idade ativa por nacionalidade de trabalho o que que vocês têm detectado nesse sentido que que ela quer a gente volta naquilo infantil pessoal [Música] bem-vindo de volta ao ww especial edição de domingo discutindo hoje demografia e economia no
Brasil bônus demográficos tratamos disso até aqui na medida do possível no primeiro segmento o que que os participantes os integrantes do bônus demográfico pensam em si mesmo fazendo uma analogia com que você afirmava a respeito da terceira janela do terceiro bônus que são os da minha idade né que estão trabalhando ainda aí a gente tem dois pilares aí na nas pesquisas de opinião primeiro uma busca por estabilidade e segurança Então os brasileiros que que estão produzindo hoje né são brasileiros que estão muito preocupados com relação ao seu futuro e que tipo de segurança efetivamente então
terão nisso A grande maioria desses brasileiros não acha que é que o valor da aposentadoria é um valor que será capaz de sustentar os seus sonhos ou aproveitar né aposentadoria como aquelas propagandas de previdência privada ou de setor de turismo coloca naquelas pessoas nas piscinas indo viajar com camisetas floridas né isso não faz parte do Horizonte possível da grande maioria dos brasileiros quando eles pensam a sua aposentadoria Então isso é uma preocupação com segurança e e com a forma de manter as suas famílias vários das pessoas que já se aposentaram são hoje a rimos de
família e muitas vezes a única renda fixa da família graças a aposentadoria particularmente nas regiões mais pobres do país em especial nas regiões mais pobres e que muitas vezes são as vítimas principais do empréstimo consignado né só um outro parentes empréstimo que que vem diretamente aí do do Sacra aposentadoria agora exatamente por esse medo essas pessoas também querem continuar produzindo é impressionante Os relatos das nossas pesquisas que essas pessoas sentem que sofrem preconceito e o espectador Vamos fazer um exercício aqui com telespectador de casa quando você falar o Fulano é muito velho você pensa numa
coisa positiva ou numa coisa negativa o senso comum associa a palavra velhice não há experiência não ao preparo mas algo ultrapassado algo que não tem mais produtividade e o medo que que boa parte desses trabalhadores hoje tem é de não terem reconhecidos todos trabalho que ele teve durante a vida e de também não estar em pronto para as novas tecnologias que estão surgindo deixa passar para essa questão que a gente está abordando agora que a ligação entre vários chamados bônus na definição do Eustáquio anteriormente no primeiro bloco do programa três bônus o demográfico que nós
tratamos o bônus da produtividade e o Bônus ainda o terceiro né então o Renato acabava de se referir das várias contribuições que eu li nesses últimos dias em relação a esse fenômeno demográfico no Brasil parece surgiu um consenso o bônus demográfico tem que ser substituído esse que nos auxiliou até aqui no crescimento não enorme número de jovens idade trabalhar teria que ser substituído por trabalhadores com maior produtividade o bônus da produtividade nós estamos caminhando nessa direção eu acho que não necessariamente eu acho que eu não vejo nós estamos caminhando nessa direção acho que só tem
um outro bônus também para não fazer muita cesta de bons que é importante a gente comentar mas para entender essa questão do bônus da longevidade que o eustaque falou que é um bônus que está por trás do bônus demográfico é o bônus de gênero que reflete a entrada de incluir mulheres no mercado de trabalho então é assim o bônus demográfico é extremamente influenciado por dois pontos Primeiro as mulheres entrando no mercado de trabalho não é isso que a gente fez a gente fez isso e fez com uma forma estruturada desde a década de 80 as
mulheres com escolaridade mais elevada que também é o efeito via produtividade quando a gente vem para essa ideia das mulheres entrando é algo análogo está comentando da gente começar a agregar na população idade ativa a pessoa entre 60 64 65 69 1970 e mais quando nós começamos a trazer essas pessoas e da oportunidade de trabalho para elas também tem dois efeitos primeiro é feito na cabeça das pessoas eu vou ter mais gente trabalhando economia vai estar crescendo mas também nós conseguimos postergar o final do bônus demográfico problemas mais 10 anos ou 15 anos do primeiro
bônus demográfico então tem esse efeito que é importantíssimo também eu posso fazer uma pergunta dois como é que vocês enxergam a mudança do tipo de trabalho porque uma coisa era falar sobre bônus demográfico numa condição de CLT consolidada Desde quando se teve aqui e o que a gente vê hoje também é um crescimento do Trabalhador autônomo seja um trabalhadores via aplicativo sejam trabalhadores que tem condições de trabalhar de dentro de casa independente da questão do mercado de trabalho eu não tô fazendo juízo de valor sobre isso constatando na pandemia nós tivemos mais 11 brasileiros que
parte da sua renda vieram através de de aplicativo é na visão de vocês Isso muda o impacto econômico da mesma forma completando a questão do gênero que que eu considero fantástico o fato das mulheres terem estudado mais mas ainda ganharem menos do que os homens também é impacta no potencial econômico que que esses outros bônus Podem trazer para o Brasil só carona na pergunta dele super rápida e o alto nível de informalidade no mercado de trabalho também posso rapidamente acho que tem dois pontos importantes acho que eu vejo de tudo que você falou é produtividade
quer dizer como que esse novo perfil de atividade de ocupação de ocupação das pessoas na economia se converte em maior produtividade que permita um crescimento da renda per capita então muitas vezes o que a gente observa no passado é que você pode ter um maior capital humano saúde educação Mas dependendo do setor que a pessoa é inserida esse setor não é capaz de transformar esse maior capital humano em aumentos produtividade que reflita em aumento da renda exatamente com isso que você pode ter algum setor que é mais intensivo em capital por exemplo e que atividade
que a pessoa vai utilizar automação robotização informatização no trabalho é isso às vezes poderia às vezes converte porque você precisa de uma pessoa especializada altamente especializado com alto nível de capital humano para operar um determinado tipo de máquina é basicamente Como você consegue pegar o nível de escolaridade dessa pessoa que é mais elevado e transformar em maior produtividade na economia nem todo setor consegue fazer isso William a oit tem uma palavra de ordem que eu acho fundamental que é o seguinte é pleno emprego e trabalho decente ou seja qualquer economia para crescer e ficar rica
ela tem que dar emprego para todo mundo e esse trabalho tem que ser deficiente então você não pode ter esse alto nível de informalidade você não pode ter trabalho escravo você não pode ter trabalho improdutivo né o trabalho todo mundo tem que ter acesso ao trabalho como um direito humano básico e esse trabalho tem que ser qualificado E para isso o Estado tem que mexer em educação e a economia tem que investir em tecnologia e infraestrutura a produtividade Ela depende de dois fatores né uma população altamente educada e uma economia que é use as técnicas
mais modernas seja intensiva em capital como Fernando colocou e tem uma grande infraestrutura no país ele vai te dar um exemplo que aconteceu comigo Outro dia eu sou mineiro eu ia de Belo Horizonte para Viçosa né na universidade Viçosa 40 anos atrás de carro eu gastava três horas aí eu fui agora recentemente eu gastei quatro horas e meia sabe porque porque o movimento aumentou muito e a estrada é a mesma e ela tá cheia de quebra-mola ela tá cheio de sinal e cheio de movimento Então isso é perda de produtividade a economia brasileira ela tá
estagnada a 40 anos porque a produtividade não cresce porque uma taxa de investimento não cresce no Brasil e se a gente não não reverter essa situação a gente não vai aproveitar esse segundo bônus demográfico E aí a gente vai ficar eternamente preso na armadilha da renda média que é uma que é uma armadilha que muitos sobretudo pessoal da sociologia diz que nós estamos dentro dela já e que se a gente continuar crescendo ao ritmo que a gente vem crescendo nas últimas duas três décadas a gente levaria 30 anos para chegar metade do que hoje é
Portugal mas eu queria trazer para vocês uma agora jogar a nossa conversa um pouquinho mais para o que acontecendo agora no ambiente da discussão do nosso espaço do nosso país Renato eu sou um hábito leitor de história militar e no século 19 se associava a potência militar a demografia diretamente era considerado um país poderoso um país que tivesse uma enorme população virou isto ao longo dos anos o que o bônus ou todas as explicações até aqui sobre o bônus sugere para nós é que se a gente pensar em demografia nós estamos entrando num caminho muito
perigoso ela não nos ajuda mais nós teríamos que ter uma outra cabeça e pensar que a gente para crescer vai ter que preparar melhora as pessoas isso aparece nas pesquisas que vocês fazem existe uma angústia hoje entre essas entre essas pessoas mais velhas se sentirem exatamente mais produtivos Preparadas por uma velocidade tecnológica Porque se é verdade que a velocidade de envelhecimento da população foi muito mais rápido do que brasileira foi muito mais rápido do que outros parâmetros também é verdade que ela aconteceu no processo de aceleração das transformações tecnológicas que que ocorreram numa velocidade ainda
mais rápido né o processo dos saltos tecnológicos hoje e o impacto que isso tem no processo de produção é muito mais rápido que qualquer outro momento da nossa história e esses profissionais hoje não se sentem preparados para isso não só não se sentem preparados Como não se sentem amparados seja através de políticas públicas seja através de apoio da iniciativa privada que muitas vezes financiam cursos pós-graduações mbas eu tô falando para o trabalhador mais qualificado né É por menos como um pouco menos qualificado é um outro tipo de incentivo mas que e quando são pessoas mais
velhas não existe esse mesmo tipo de de suporte o que talvez seja interessante é que quando você vai olhar o que o fórum econômico Mundial diz sobre Skills desejadas para profissionais desse do Século 21 aparecem Skills que muitas vezes só a experiência consegue mostrar na sua Plenitude então lidar com diferente não se assustar em situações de crise são situações em que a experiência de vida possibilitaram esse desenvolvimento de esquilos que por mais talentoso que seja jovem muitas vezes ele não conseguiu passar por tantas crises por Tantos momentos para aceitar a questão é como valorizar isso
no mercado de trabalho e no processo de seleção profissionais agora se eu tivesse que resumir a principal demanda desses profissionais hoje é me ajude a me manter qualificado e produtivo dá uma questão difícil para qualquer governo particularmente agora inclusive no ambiente político que a gente continua vivendo de calcificação dessas bolhas e tudo mais que a gente aqui se esforça em fugir completamente fora disso e abordar temas que seja uma abrangente e falem para qualquer uma das bolhas em que digamos em que período da nossa história nós estamos em termos de desafios a gente viu vários
países ao longo da história tentarem mexer com a questão demográfico mais recente talvez e mais famoso seja o caso da China com uma política de uma só criança porque aí alguém planejando o que vai vir e conclui que se não mudar esse tipo de digamos fenômeno demográfico país não tem chance se deu certo ou não é a questão a questão é a pergunta você é a seguinte o que que gestores públicos formuladores e políticas públicas teriam que ter na cabeça agora quando a gente considera os dados do senso e as primeiras digamos afirmações Que Vocês
Fizeram no programa posso deixar a pergunta no ar vou para o intervalo você responde assim que a gente voltar até já pessoal é rapidíssimo o intervalo [Música] bem-vindos de volta ao WWE especial no exibição de domingo Resumindo super a pergunta que eu fiquei falando à beça no final do último segmento é a seguinte o que que teria que vir a cabeça dos gestores públicos aqui no Brasil particularmente na situação em que estamos quando a gente considera isto que o senso nos mostrou Acho que primeiro ligado a questão do mercado de trabalho para idosos políticas públicas
que incentive a o menor etarismo vamos chamar assim de contratação de pessoas mais idosas políticas públicas que incentive as empresas contratarem políticas públicas que qualificam essas pessoas e que também as incentivem a voltar para o mercado tem aqueles que querem voltar essas pessoas a voltar para o trabalho otimizar o bônus de gênero Ainda tem muito espaço voltando a comentar que você fez há um tempo atrás os momentos atrás ainda tem espaço para aumentar a de gênero no mercado de trabalho seja para o nível de remuneração seja por participação e no último ponto voltando também olhando
para o futuro nós olhamos muito política pública que deu essa chance do bônus de gênero por exemplo que primeiro foi uma mudança das relações familiares que você teve mais Equidade de gênero dentro das famílias do domicílios maior divisão do tempo de uso dentro dos homicilia entre homens e mulheres etc dos casais que permitiu a ida das mulheres para o mercado de trabalho no futuro o que vai acontecer com o envelhecimento é que a mortalidade vai ser jogada para frente a novidade ou seja as doenças também vão ser jogadas para frente e o mercado das pessoas
que estão no mercado de trabalho vão demandar cuidados paliativos ou cuidados para os seus parentes que moram com eles tanto quanto a gente ouviu durante muitos anos as famílias demandando creche para deixar os seus filhos vir a cabeça de gestor William é deixa eu falar mais uma coisa pessoal eu sou um a dois anos mais novo do que você eu comecei a trabalhar com carteira assinada com 17 anos aposentei com 66 anos e eu nunca trabalhei tanto quanto agora que eu tô aposentado porque eu trabalho mais de home office então rende muito mais meu trabalho
eu não preciso pegar trânsito eu contribuo com a sociedade de várias formas né trabalho voluntário trabalho de consultoria dou aulas eventualmente então assim é eu tô dizendo isso porque é só dar um exemplo concreto que aquilo que o Renato falou os idosos querem contribuir com a sociedade então a gente tem que arrumar políticas públicas que sejam flexíveis que permitam que essas pessoas contribuem naquilo que ela tem capacidade tem vantagem comparativa e Que ela possa se sentir prazer por isso a gente deixar esse esse maniqueísmo né de trabalho aposentadoria você pode combinar aposentadoria com trabalho com
trabalho voluntário com trabalho remunerado tem Mil Formas de fazer isso como eu falei no início o Japão é o país mais envelhecido do mundo ele tem feito esse processo a gente tem que aprender com o Japão porque a gente hoje tem quase 20% da população idosa vamos chegar a 40 na segunda metade do século XXI então a gente se a gente desperdiçar esse potencial é dos idosos nós estamos perdidos ali atrás na nossa conversa eu tinha é isso como uma possível pergunta aproveita para fazer lá agora assim como complemento é o que você acabou de
dizer outros países sobretudo aqueles de renda alta já passaram ou enfrentaram isso que nós estamos começando a enfrentar agora a que tipo fora o Japão há outros exemplos que vem a sua cabeça essa questão gel estratégica de população eh eu acho que o exemplo principal da China né a China ela a população começou a cair eh ano passado começou a decrescer né E esse ano de 2023 a Índia passou a China a China tinha um bilhão de pessoas em idade ativa vai cair para 500 milhões ela vai cair pela metade a quantidade que o horizonte
de tempo vai acontecer até o final do século até o final do século tá aí o que que a China tá fazendo ela tá fazendo isso que o Fernandinho falou é pleno emprego é qualificando a população garantindo igualdade entre homens e mulheres é garantindo a participação de idosos e investindo tremendamente tecnologia né É 5g É inteligência artificial robotização trem bala né a China cortou o país todo com o trem infraestrutura é fantástica então é aquela famosa frase que é o seguinte você vai ter que fazer mais com menos com menos gente principalmente é isso que
a China tá fazendo eu não resisto uma pergunta aí do assunto que eu adoro Cardeal política se a gente considera O Confronto China Estados Unidos e boa parte dos geopolíticos os teóricos dos últimos 200 anos associar sempre isso a demografia sempre um fator que eles iam jamais se pode esquecer e no caso dos Estados Unidos como é que a gente vê essa questão que eu estaco acabou de acordar Não sei se esse é o seu ponto extremamente envelhecido as taxas de crescimento populacional baixos existe uma quando você olha a população americana uma diferença no nível
de fecundidade entre população Branca população negra e latindo mas não é tão grande assim eu acho que na questão da geopolítica que eu traria é um conceito que eu acho que muitas pessoas têm e análogo a teu exemplo da China que migração internacional é algo que é capaz de arrefecer o processo de envelhecimento populacional por cima da xenofobia e de tudo e tem uma política Clara de imigração líquida poderiamos pensar nisso no Brasil eu acho que o meu ponto é que a migração internacional líquida positiva não resolve o a questão do envelhecimento quando a gente
olha os determinantes do envelhecimento populacional e compara a fecundidade mudança fecundidade na mortalidade históricos dos últimos 70 anos de 1950 para cá usando dados das Nações Unidas das últimas posições estimativas das Nações Unidas o efeito da migração é mini eu acho que uma forma boa do telespectador pensar nisso é olhar na fecundidade e Nascimento No fundo é um fluxo constante de pessoas entrando na população e idade zero Então essas pessoas estão entrando então rejuvenescendo a estrutura etária Porque elas estão entrando com idade zero então baixando a idade média da população imagina quantos migrantes você teria
que ter um fluxo constante num país de dimensões do Brasil com qual nível de idade média não pode ser uma idade média muito elevada por migrantes não ele acaba envelhecendo a população em vez de rejuvenescer para poder ter algum efeito para eu acho que o seu pão de tentar recompor essa dinâmica que pela componentes internos vamos chamar assim fecundidade de mortalidade está envelhecendo é possível aumentar esse fluxo do ponto de vista de estimular o número de nascimentos tem algum caso no mundo relevante com isso porque existem exemplos de que você pode você pode Aumentou a
licença maternidade se criou a licença paternidade existem países na Europa que incentivam que pagam um casal para ter mais de um filho mas tem algum exemplo relevante isso é capaz de mudar ou não eu acho que eu não conheço nenhum que você tem tido conseguido ter uma reversão do nível de fecundidade o único que eu comentaria a própria China como eu estar comentou que em algum momento quando ela acabou com a política de um único filho teve alguma reversão mas também tem um ponto de demografia que fala que a fecundidade postergada é uma fecundidade que
você abre a mão abre mão as pessoas expôsterdam postergam postergam e não vai ter volta Renato deixa eu ir para o ponto que você se dedica tanto que é da opinião mas aí eu vou inverter um pouquinho a questão como que as pessoas que você entrevista em busca da opinião delas entendem essa situação que está aqui mencionou é um exemplo clássico a China entende que a sobrevivência dela ou a permanência dela ou sucesso dela como superpotência tá diretamente ligado à questão demográfica tá correta é mas assim não necessariamente é o tamanho da população a qualidade
da população a qualidade no sentido de qualidade de vida né ela percebe que a questão demográfica impõe a ela isso que você mencionou vai ter a população ativa vai diminuir aqui permanecerá como na idade ativa precisa ser uma população preparada de outra maneira com outro tipo de cabeça não é simplesmente ter um bilhão bilhão Só não vai ser mais possível o que que passa na cabeça do brasileiro em relação a essas coisas o ponto de vista de da forma que ele enxerga o país não passa nada nada não passa absolutamente nada não é um ponto
a ideia desse programa vamos olhar tem coisas aí que a gente não tá nem prestando atenção quando estava tendo um debate sobre a Previdência né teve um debate grande sobre a reforma da da Previdência o que que essas pessoas mais velhas elas ficaram irritadas por acharem que que se aumentou um estereótipo negativo com relação às pessoas mais velhas e ficarem incomodados com isso mas essa dimensão mais Econômica não é algo que esteja no horizonte de debate das pessoas eu sei que a gente tá encerrando aqui uma frase que eu acho que vale ficar nesse programa
a gente passou os últimos anos discutindo o porquê da importância de um senso demográfico o porquê da frequência do senso demográfico a importância de ter instrumento de coleta como a pesquisa Nacional de amostra de domicílio como pesquisa de orçamento familiar como a PMs no campo da Saúde o que eu acho importante é que como você vai discutir economia sem ter dados demográficos confiáveis então ainda bem que tivemos o senso Ainda bem que voltamos a ter a busca por números e pela verdade factual como instrumento de discussão econômica e da formulação de políticas públicas Muito obrigado
a ser muito mal educado e pedir que a resposta seja breve o que que isso tudo diz para nossa economia todo dia que um ponto você colocou na pergunta anterior as pessoas não deveriam ter a questão de demografia na sua cabeça somente em época de Senso demográfico Eu acho que isso eu acho que o essencial todos os as pessoas têm que estar com isso constantemente para terminar é eu reforço que o Renato falou o Renato mexe com pesquisa ele sabe que sem o senso demográfico ele não vai conseguir fazer pesquisa né e qualquer agente público
sabe que sem os seres demográfico não vai conseguir fazer política pública e a iniciativa privada sabe que sem o senso demográfico ela não vai poder calibrar suas decisões de investimento então o Censo demográfico é super importante e o ele é os demônios são muito importantes por isso que esse programa já sabia disso eu já sabia disso e hoje Realmente acho que posso falar esse nome do nosso público também foi extraordinário a oportunidade de ter essa troca né Renato como esse programa Dizendo Nós estamos Nós estamos aqui mais para perguntar e aprender Então eu queria por
você começar o agradecimento a você e a todos os demógrafos em seu nome José editar mulheres muito obrigado pela participação e de novo agradeço em homenagem aos demógrafo as pessoas do Fernando Fernandes Muito obrigado muito obrigado eu agradecimento a você que nos acompanha pessoal até a próxima [Música]