Queridos, abramos agora a palavra de Deus na carta de Paulo aos Efésios, Capítulo 6. Estamos dando continuidade à nossa série de mensagens nessa carta do apóstolo aos gentios. Carta de Paulo aos Efésios, Capítulo 6.
Ouçamos a leitura dos versos 1, 2 e 3. [Música] Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra teu pai e tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem e sejas de longa vida sobre a terra.
A palavra de Deus, santo, nos conduza à compreensão de obedecê-la. Senhor, pedimos que agora também nos fales pela tua mesma palavra. Que ela seja usada por Ti para falar aos seus corações e também ao coração dos seus pais.
Dê, Senhor, que haja reconciliação e saúde na família, nos relacionamentos, e que tudo isso seja operado pelo Teu Espírito. Jesus, amém. Queridos, nós estamos, como disse, dando continuidade à nossa série de mensagens na carta aos Efésios.
E chegamos nesta parte onde o apóstolo Paulo fala respeito aos deveres dos filhos em relação aos seus pais. Lembremos que Paulo aqui está explicando o que significa ser cheio do Espírito Santo. No capítulo 5, verso 18, ele tinha dado essa ordem para que nós não nos embriaguemos com vinho, mas que nos enchamos do Espírito Santo.
E, em seguida, ele passa a descrever de que maneira essa plenitude nos chega, falando entre vós com Salmos (verso 19), entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais (verso 19), dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo (verso 20 e 21), sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo. A partir do verso 22, ele desenvolve esse tema da sujeição mútua: "sujeitai-vos uns aos outros no temor de Cristo" (verso 22). "As mulheres sejam submissas ao seu marido" (verso 25).
"Maridos, amai vossa mulher". E agora ele chega no capítulo 6, verso 1, dizendo: "Filhos, obedecei a vossos pais". Ou seja, essa orientação que nós lemos aqui de que os filhos devem obedecer aos seus pais faz parte daquele conjunto de atitudes que Paulo coloca debaixo da sujeição mútua.
Os cristãos se sujeitam mutuamente, ou seja, eles reconhecem a autoridade que Deus colocou em suas vidas, respeitam essas autoridades e cumprem o seu papel: as mulheres, respeitando seus maridos; os maridos, amando a esposa, se dando por elas; e os filhos, obedecendo aos seus pais. Nós queremos, então, nessa noite, nos concentrar aqui no papel e no dever que é exigido dos filhos dentro do contexto maior da plenitude do Espírito Santo. Deixe-me fazer algumas observações iniciais antes de entrarmos na interpretação do texto.
Todo mundo concorda comigo que nós estamos vivendo uma época marcada por uma geração de crianças, adolescentes e jovens bastante desobedientes a seus pais. Isso é evidente em todo lugar: vá a um shopping center, entre em um avião. Recentemente saiu a notícia de que um avião em Brasília passou 45 minutos sem decolar porque uma criança não queria colocar o cinto de segurança.
45 minutos, e aquela criança manteve 150 passageiros reféns no aeroporto, simplesmente porque disse: "Eu não vou botar o cinto de segurança. " Na minha época, ela colocaria, mas hoje em dia ninguém vai tocar nela, ninguém vai mexer com ela. Então, os exemplos estão aí em todo lugar: a geração atual é marcada por crianças, adolescentes e jovens que não respeitam a autoridade, que não respeitam os pais, são desobedientes a seus pais.
Há várias causas para isso, sem dúvida, mas a mais importante é o desprezo generalizado pela autoridade que marca a nossa geração. Não é somente com relação aos pais, mas o desprezo se estende aos professores, às autoridades civis, às autoridades religiosas, a qualquer autoridade. A nossa geração é marcada por isso.
Talvez porque no passado se dizia que houve o autoritarismo, que é uma exacerbação do uso da autoridade, o uso errado da autoridade, o que levou as pessoas a irem para o outro lado e não querer autoridade nenhuma em suas vidas, por causa dos abusos cometidos antigamente. Então, esse desprezo pelas autoridades afeta a nossa sociedade de uma maneira muito clara, e não somente a sociedade em geral, mas também as famílias e as igrejas cristãs sentem a influência desse espírito que está presente na sociedade de hoje. Como eu disse, há várias causas para isso.
Eu posso relacionar algumas aqui, por exemplo, a psicologia moderna, profundamente influenciada pela ideia de que o ser humano é bom intrinsecamente, que a pessoa nasce neutra como uma tábula rasa e que ela aprende a fazer as coisas erradas socialmente no convívio com adultos que fazem coisas erradas. Mas a criança é boa; ela não precisa de autoridade, ela precisa apenas de direção, precisa apenas que você dê tempo para que o homem interior dela, o mestre interior, se desenvolva. E aqui entram alguns métodos pedagógicos que defendem a educação sem o uso da autoridade.
Tipo assim: a criança tem um professor dentro dela; o papel do professor é simplesmente ser um facilitador, deixar a criança fazer o que quiser, e ela vai descobrir o caminho. É bom, porque afinal, todo ser humano é bom de nascença, certo? Errado!
A Bíblia diz exatamente o contrário: diz que nós nascemos pecadores, somos corrompidos completamente desde o nosso nascimento, e a criança, entregue a si mesma, virá a envergonhar seus pais. Ela vai envergonhar seus pais mais adiante quando é deixada a si mesma. Assim, há vários métodos pedagógicos que vão nessa linha, que eu não vou citar porque não quero criar polêmica com o professor aqui na igreja.
Ou então pense na intervenção do Estado na família, dizendo de que maneira eu devo ou não criar o meu filho, se eu posso ou não sublinhar as lições e os. . .
Conselhos que eu quero dar para ele: o que é que o Estado tem a ver com isso? Eu entendo que o Estado está reagindo ao espancamento e à violência que alguns pais cometem com crianças. A gente sabe, e eu sei que, antigamente (né?
), hoje em dia eu acho que é mais difícil, mas antigamente você podia perguntar a enfermeiros que trabalhassem em postos de saúde; chegava a criança com marcas de queimadura de cigarro, né, espancada, roxa, né, que o pai ou mãe fazia isso. Então, o Estado resolveu que o problema é generalizado e resolveu proibir qualquer tipo de coerção ou tratamento físico de uma criança. Eu creio que a dose foi demais.
Tem que coibir a violência, mesmo; isso tem que fazer, não pode deixar maltratar as crianças. Mas daí a interferir na maneira como já é, é demais também. Uma outra causa que a gente pode citar é que muitas crianças são criadas por babás, televisão, ou na melhor das hipóteses, por avós.
E as crianças crescem achando que elas têm que obedecer e que estão sujeitas ao governo. O apóstolo Paulo nos sinaliza uma geração decadente quando faz uma lista dos vícios da sociedade romana na sua época; junto com os violentos e ladrões, ele colocou na mesma categoria os desobedientes aos pais, identificando uma geração e uma sociedade decadente. A mesma coisa na Segunda Carta a Timóteo, capítulo 3, verso 2, ele volta a se referir a filhos desobedientes aos seus pais como um sinal de deteriorização dos valores morais de uma sociedade.
Mas é claro que nós, como igreja e povo de Deus, não temos que seguir o espírito de nossa época. A igreja sempre foi contra a cultura, não contra a cultura, e é preciso dizer isso; mas ela sempre esteve na contramão da época. O espírito da época é o espírito deste mundo, um espírito mundano de pessoas que não conhecem a Deus, uma sociedade marcada pela ausência de Deus.
Nós não nos guiamos pelo que eles dizem que está certo ou errado; nós nos guiamos pelo que a Bíblia diz que está certo e errado, porque a Bíblia é, para nós, a infalível palavra do nosso Deus que nos criou e que nos salvou. E o que a Escritura então comporta com relação aos pais? Nós temos aí nos versos 1, 2 e 3 a exigência de que os filhos obedeçam aos seus pais.
O primeiro verso diz: “no Senhor, pois isso é justo. ” A palavra “obedecer”, aqui na língua original, significa uma palavra muito geral que significa literalmente “colocar-se debaixo da voz de alguém”, ou seja, você ouve o que está sendo dito e se coloca debaixo, você se submete àquilo que está sendo dito. A figura é evidente: o pai fala, a mãe fala, trazem a voz de autoridade, de orientação e de conselho, e o filho se coloca debaixo, no sentido de que ele vai ouvir e que ele vai obedecer.
A obediência aos pais na Bíblia envolve mais do que simplesmente cumprir ordens e seguir conselhos; significa respeitar os pais, significa honrar os pais, significa tratar os pais com dignidade, significa considerá-los e significa até sustentá-los quando for necessário. Isso faz parte do “honrar pai e mãe” na Bíblia. Quando eles ficarem velhinhos, ficarem desvalidos, você vai cuidar deles.
Por isso que o melhor investimento que você faz na sua vida, já sabe o que é, né? Ter o maior número possível de filhos é a sua aposentadoria, é a sua segurança no futuro: que eles vão cuidar de você. Se eles são crentes, eles vão cuidar de você, porque é isso que significa, entre outras coisas, honrar pai e mãe: cuidar daqueles que passaram a vida toda cuidando de você.
Note que a obediência aos pais é exigida de ambos os filhos: “obedecei a vossos pais no Senhor. ” Aqui, “pais” se refere tanto ao pai quanto à mãe, então ambos merecem receber este respeito, consideração, obediência, honra e dignidade. E qual seria, então, o oposto de obedecer aos pais?
Desobedecer. Isso seria não escutar o que está sendo dito, fazer o contrário do que eles estão dizendo, desrespeitar os pais, tratar com afronta, com desprezo; abominar os pais, amaldiçoar os pais, abandoná-los, zombar dos pais, envergonhar-se, nunca perdoar o pai e a mãe, trazer ressentimento, rancor e raiva em relação aos seus pais. Todas estas coisas seriam a quebra desse mandamento que Paulo nos coloca aqui.
Portanto, essa é a orientação para os filhos: eles devem honrar, devem obedecer aos seus pais. A palavra para “filhos” é importante dizer, aqui, que é uma palavra muito genérica na língua grega e não nos dá nenhuma dica em termos de idade. Paulo está falando de crianças, de adolescentes; está falando de filhos.
E como é que fica essa relação quando você já está adulto, tem sua própria família? A palavra “filhos” não dá nenhuma dica sobre essa questão da idade, mas o bom senso nos diz que Paulo está se referindo primariamente aos filhos que estão debaixo da autoridade dos seus pais, enquanto dependentes, morando com eles, debaixo do telhado do pai ou dependendo do pai e da mãe. Enquanto você está debaixo da autoridade deles, você deve acatá-las.
Culturas, por exemplo, nos Estados Unidos, com 16, 17 anos, o filho já sai de casa, vai para a universidade, aluga um quarto ou um apartamento, divide com outro estudante e já começa a sua vida. No Brasil, tem gente que casa e ainda fica morando com os pais; não tem nada demais nisso. Mas são culturas distintas.
Então, nós não podemos amarrar ou colocar um limite nessas coisas. Dizer que, enquanto você está debaixo da autoridade do seu pai, queira ele ter 16 anos, ou 35, ou 40, dependendo da situação, ele é seu pai, e você tem que ouvi-lo. E sua mãe também, e você tem que escutar quais os motivos que Deus nos dá para isso.
Paulo, aqui, coloca pelo menos três motivos pelos quais os filhos deveriam obedecer aos seus pais. E aqui é bom nós observamos que Deus sempre nos dá as razões. Quando ele nos dá um mandamento, ele nunca diz simplesmente: "Eu sou Deus, me obedece e pronto, porque eu tô certo e você sempre tá errado.
" Ele poderia fazer isso se ele quisesse; afinal, ele é Deus. Mas, na sua misericórdia, Deus, quando dá um mandamento, explica por que ele nos dá a razão pela qual ele está pedindo aquilo. E, aqui, no caso, quando ele diz que os filhos devem obedecer aos seus pais, ele diz, em primeiro lugar, porque isso é justo.
E, de fato, é justo. Primeiro, porque, pela idade, cabelos brancos nem sempre significam alguma coisa, mas eles significam que a pessoa já viveu mais do que o filho, que ele tem mais experiência, já passou por aquela situação, conhece determinadas circunstâncias e já entende da vida um pouco melhor. Então, é justo não é que você ouça quem tem mais experiência do que você, quem já viveu mais do que você.
É justo porque, por uma questão de gratidão, se você não tem outro motivo. Afinal, os seus pais cuidaram de você, sustentaram você, pagaram seus estudos, investiram em você, gastaram o tempo deles, os recursos deles, a vida deles, custando ou cuidando de você. Então, no mínimo, é justo que, por gratidão, você respeite os seus pais e reconheça neles a instrumento de Deus para abençoar a sua vida.
Mas é justo também porque foi assim que Deus determinou. E Deus, quando estruturou a raça humana e a sociedade humana, fez isso através da colocação de autoridades: a governo na sociedade, a governo na igreja e a governo na família. É assim que Deus estruturou a sociedade humana.
E, porque Deus fez isso e porque ele é Deus, é justo que os filhos obedeçam aos seus pais e sigam a orientação dos seus pais. Então, esse é o primeiro motivo. O segundo motivo está no verso 2.
Paulo cita a Bíblia, o Antigo Testamento, no verso 1: "Obedeça porque é justo. " No verso 2: "Obedeça porque está escrito: honra a teu pai e a tua mãe. " Esse é o quinto mandamento da lei de Deus, é exatamente o mandamento que inicia a segunda tábua da lei.
Ele está lá em Êxodo, capítulo 20, verso 12; em Deuteronômio, capítulo 5, verso 16, diz literalmente: Paulo aqui está citando: "Honra a teu pai e a tua mãe. " Ou seja, esse mandamento para honrar pai e mãe, obedecer ao pai e à mãe, é tão sério quanto "não matarás", é tão sério como "não adulterarás", é tão sério como "não terás outros deuses diante de mim", é tão sério como "não farás para ti imagem de escultura". É um dos 10 mandamentos.
Esse mandamento de honrar pai e mãe, e se você leva a lei de Deus a sério, se você considera a lei de Deus como sendo referencial para sua vida e como sendo a expressão de verdades imutáveis e universais, honrar pai e mãe vem bem lá no meio dos 10 mandamentos, vem bem lá no meio, dividindo as duas tábuas; faz parte da lei moral de Deus. E, portanto, essa é a razão pela qual você deveria obedecer. A terceira razão que Paulo nos dá aqui para que os filhos obedeçam aos seus pais é porque há promessas ligadas à obediência.
Ele diz, no final do verso 2, depois de dizer "honra teu pai e tua mãe", ele diz: "Este é o primeiro mandamento com promessa. " Há uma dificuldade aqui de entender o que Paulo está querendo dizer porque honrar pai e mãe é o quinto mandamento, mas já o segundo tinha uma promessa. Quando o segundo mandamento diz: "Não farás para ti imagem de escultura", "não as adorarás, nem lhe darás culto", aí vem uma ameaça: "Porque eu sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração.
" E aí vem uma promessa: "E faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. " Ou seja, o segundo mandamento já tinha uma promessa, mas Paulo está dizendo aqui que esse mandamento é o primeiro com promessa. Ou ele estava se referindo a uma promessa específica, já que a promessa do segundo é bem geral, ou ao fato de que esse é o primeiro mandamento da segunda tábua, por isso ele diz: "É o primeiro mandamento que traz uma promessa.
" De qualquer forma, aqui nós temos duas promessas que estão ligadas ao mandamento de honrar pai e mãe. A primeira está aí no verso 3: "É para que te vá bem", ou seja, para que tudo de bom aconteça com você. Em outras palavras, Deus nos diz que ele vai abençoar os filhos obedientes: filhos, crianças, adolescentes e jovens que amam seus pais, que respeitam seus pais, que cuidam de seus pais, que zelam pelos seus pais, que andam segundo as orientações dos seus pais.
Deus vai abençoá-los, Deus vai cuidar deles e Deus vai suprir as suas necessidades. A segunda promessa que está relacionada com isso é que Deus lhes dará longa vida. No contexto original em que essa promessa foi feita, os 10 mandamentos foram dados à nação de Israel, lá no deserto, na perspectiva da terra prometida.
Talvez, originalmente, quisesse dizer que o filho obediente permaneceria muito tempo na Terra Prometida, bem como toda a nação. Era uma das bênçãos da Aliança que Deus havia prometido a Israel. Transpondo para os nossos dias, nós falamos em longevidade, não somente em número de anos, mas é uma vida abençoada.
Uma. . .
Vida em comunhão com Deus é uma vida próspera. Enfim, de um jeito ou de outro, há promessas relacionadas a esse mandamento. Ou seja, quando Paulo diz para os filhos, os adolescentes, as crianças e os jovens que obedeçam aos seus pais, ele faz isso dizendo: "isso é justo; por isso, você deve obedecer".
Ah, e não somente é justo, mas isso é bíblico, porque é um dos mandamentos de Deus. Mas, mais do que isso, se esses argumentos não são suficientes, lembre-se de que há promessas de Deus de abençoar os filhos. Então, eu não conheço mais nenhum argumento para tentar persuadir você a obedecer aos seus pais.
Como deve ser essa obediência? Veja no verso primeiro, Paulo diz assim: "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor. " Essa expressão "no Senhor" aqui se refere ao Senhor Jesus Cristo.
Ela pode estar indicando que Paulo está dizendo o seguinte: "Você deve obedecer aos seus pais como parte de sua devoção ao Senhor Jesus Cristo. " Essa interpretação é reforçada pelo fato de que, em Colossenses, que é a carta gêmea de Efésios, Paulo, quando fala da obediência que os filhos devem prestar aos pais, diz assim: "Porque isto é agradável ao Senhor. " Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor.
Cristo se agrada quando vê a criança, o adolescente e o jovem obedecendo aos seus pais. Por que isso agrada ao Senhor Jesus? Porque esta é a vontade d'Ele, porque foi assim que Ele organizou a sociedade, porque isso reflete a relação entre o pai e o filho, a relação que nós encontramos na Trindade.
Porque isso é justo, porque isso é correto. Ou seja, os filhos devem obedecer aos seus pais como parte da devoção que têm para com o Senhor Jesus Cristo. E aí vocês já fizeram a ligação: a criança que não teme a Deus, o adolescente que não ama a Jesus Cristo, vai ter muita dificuldade em obedecer aos pais no Senhor, não é?
Então, eu creio que boa parte dos problemas da rebelião dos filhos contra os pais não é porque os seus pais são quadrados ou retrógrados, mas porque sua comunhão com Deus não vai bem. É porque os filhos não estão andando com Deus. Daí essa dificuldade que eles sentem.
Aqui, eu estava lembrando de uma história que li de um pai que colocou o menino de castigo. O menino tinha feito algo errado e o pai o colocou de castigo, sentado no canto da sala, olhando para a parede. O menino estava tão revoltado que ficou olhando para a parede, mas disse por cima do ombro para o pai: "Eu estou sentado por fora, mas por dentro eu estou em pé.
" Então, não é esse o tipo de obediência que Deus quer dos filhos, né? Ele quer uma obediência de coração, uma obediência sincera, de quem entendeu que isso é justo, que isso é bíblico e que isso traz bênção da parte de Deus. Ele quer uma obediência que seja convencida, que seja persuadida pelos limites da Palavra de Deus.
E por falar em limites, quais seriam? Ou seja, quando Paulo diz aqui que os filhos obedeçam aos pais no Senhor porque isso é justo, significa que têm que obedecer em todas as coisas. Lá em Colossenses 3:20, na passagem paralela, ele de fato diz isso: "Filhos, em tudo obedecei a vossos pais.
" "Em tudo" ali pode ser traduzido como "sempre". Eu creio que Paulo está dizendo isso porque ele tem em vista, como nós vamos ver aqui no verso 4, pais cristãos que não vão provocar a ira dos seus filhos, passando orientações e determinações injustas. Então, ele tem visto o conjunto completo, porque há momentos e situações em que o adolescente e o jovem vão ficar num dilema, especialmente se ele tem pais que não são crentes, ou se tem pais que dizem que são crentes, mas que não andam nos caminhos de Deus.
Quando, por exemplo, um pai diz assim: "Filho, tem um cidadão que vai chegar aqui em casa procurando por mim. Eu estou devendo dinheiro para ele. Entende?
Você diz que eu não estou em casa. " Puxa, e agora? O pai mandou ele fazer uma coisa errada.
É uma situação que eu oro a Deus para que nunca aconteça com nenhum dos nossos filhos, porque é um dilema muito grande. E com frequência isso pode acontecer quando a criança se vê, quando o adolescente se vê, entre obedecer a Deus e obedecer aos seus pais. Aqui você me ouça: aqui você tem que fazer a diferença entre o que é difícil e o que é errado.
Quando sua mãe manda você para Deus, é apenas difícil. Sua mãe manda você tirar o prato da mesa, depois que você acabou de comer, e levar para a pia e lavar. Ela não está pedindo algo contra Deus ou dando uma ordem que desfaça a distinção entre o que é difícil e o que é contra a Palavra de Deus.
Porque, às vezes, a criança pode dizer assim: "Os jovens podem dizer assim: 'Eles ficam me assediando. '" Não estão pedindo que você faça algo contrário à Palavra de Deus. Você tem que estar cheio do Espírito Santo.
Eu quero terminar com alguns apelos: jovens que estão conosco aqui, não se deixem influenciar pelos seus amigos. Que você tem na escola, que você tem que liberdade, é essencialmente você desafiar seus professores e desafiar esse mundo contrário à Palavra de Deus, que se revolta contra toda autoridade. Finalmente, é uma rebelião contra o próprio Deus, que é a autoridade suprema que está acima de todos.
Então, coloquem em ordem o seu relacionamento com seus pais. Talvez seja um momento em que você devia sentar com seu pai e sua mãe e pedir perdão, do tipo: "Eu quero pedir perdão, de fato. Eu tenho mentido.
Eu tenho desobedecido a vocês. " Eu tenho sido desrespeitoso. Eu tenho gritado com vocês.
Eu tenho envergonhado vocês em público. Eu tenho falado mal de vocês com os meus colegas na escola. Eu queria pedir perdão a vocês, em nome de Jesus.
Eu queria me reconciliar com vocês. Talvez seja uma boa coisa para fazer hoje à noite, quando chegar em casa, procurar os pais e dizer: "Pai, Mãe, eu quero me reconciliar com vocês, quero colocar minha vida em ordem com vocês. " Em terceiro lugar, procure gastar mais tempo com seus pais.
Procure aproveitar o tempo que vocês ainda têm, enquanto estão com eles, porque um dia vocês vão sair de casa, vocês vão ter a própria família e vão sentir saudade de papai e de mamãe. Vocês vão dizer: "Ah, eu podia ter aproveitado mais aquele tempo, né? " Então, para que você não seja atormentado por esse remorso quando ficar mais velho, aproveite o tempo para estar com seu pai, estar com sua mãe.
Com certeza há coisas que vocês podem fazer juntos, tipo assim: "Mamãe, quer que eu ajude a lavar a louça? " Ela vai amar! Isso aí, ela vai amar!
Você, ao lado de sua mamãe, ali na pia, lavando louça, conversando, dizendo como foi seu dia, perguntando como é que ela vai. Há tantas ocasiões, tantas ocasiões que você pode utilizar para, de fato, gastar tempo com os seus pais. Mas a última orientação é esta aqui: você não vai conseguir fazer nenhuma dessas coisas se não for com a ajuda do Espírito Santo de Deus.
Note que estas orientações, que são dadas aqui no Capítulo 6, de 1 a TR, para os filhos, estão ligadas ao Capítulo 5, verso 18, que fala da plenitude do Espírito Santo. Há uma conexão inseparável entre nossa vida espiritual e o nosso relacionamento familiar. Se você está cheio do Espírito Santo — você é adolescente, você é jovem —, se você está cheio do Espírito Santo, o fruto do Espírito é amor, paz, domínio próprio, temperança, bondade, longanimidade, e esse fruto vai ajudar você a se relacionar com seus pais.
Você vai descobrir que o problema não é que seu pai ou sua mãe são transigentes, chatos ou incompreensíveis, mas o problema é você, que está andando longe de Deus, que não gasta tempo em oração com Deus, lendo a Palavra; que passa o tempo todo lá no celular, no Facebook, no Twitter, no Instagram, se comunicando com todo mundo e não tem tempo para Deus. O problema é esse aí! A maioria das vezes, os pais, em geral, amam seus filhos e querem criar os filhos da melhor maneira possível, especialmente pais cristãos.
Então, está na hora de você parar de reclamar dos seus pais e olhar para o que diz a Palavra de Deus. Se você está vivendo uma vida cheia do Espírito Santo, se você está vivendo uma vida, de fato, onde o Senhor Jesus é o Senhor, de forma que a sua obediência aos seus pais é de fato no Senhor Jesus Cristo, que Deus nos ajude, meus irmãos, para que nós tenhamos adolescentes e jovens que andem nos caminhos de Deus, fazendo a diferença nessa geração marcada pela desobediência, marcada pelo desprezo pela autoridade. Nós não temos que ser como eles!
Nosso povo é outro, nossa regra é outra, e o nosso Deus é outro. Nós estamos no mundo, mas não somos do mundo, e vamos fazer a diferença. Isso começa em casa, com você amando a Deus e obedecendo aos seus pais.
Que Deus nos ajude. Amém. Vamos orar.