religões tem uma afirmação tão específica como a do cristianismo.  Então, Silvio, a pergunta que precisa ser feita é: se Jesus é quem diz ser, então a exclusividade do cristianismo não pode ser ignorada.  É uma questão de verdade, de fé e de aceitação do que Ele representa. 
E essa é uma realidade que, se compreendida verdadeiramente, traz paz e harmonia, não apenas entre os homens, mas, fundamentalmente, em relação ao próprio Deus.  Portanto, na busca pela paz, meu desejo é que todos conheçam essa verdade e, assim, encontrem a verdadeira paz.  Religiões crêem num Deus histórico feito homem, que viveu historicamente. 
Quando nós, cristãos, nós, católicos, no domingo, ficamos de pé na Missa e dizemos: "Padeceu sob Pôncio Pilatos", nós estamos dizendo uma coisa bem específica: Pôncio Pilatos, personagem histórico, governador romano, com data histórica real e concreta.  Jesus morreu na cruz debaixo do seu governo, ou seja, nós estamos inserindo Jesus na história humana geral; estamos dizendo: "Veja, não é um mito, é real, é histórico".  Então, Silvio, eu não sei como nós podemos crer nesta verdade de fé e, ao mesmo tempo, dizer alegremente que todas as religiões são iguais. 
Não podemos dizer isso; não faz sentido nenhum.    Agora, uma coisa bem diferente é nós começarmos a instigar o ódio nas outras pessoas; claro, o que eu estou propondo é que nós digamos claramente: a fé católica é uma, as religiões não são todas iguais.  Nós, católicos, exatamente porque somos católicos, achamos que estamos na verdade e, exatamente porque cremos nesta verdade, nós pregamos a verdade porque é uma caridade para com as pessoas dizer a verdade. 
Seria uma falta de caridade imensa nós termos a verdade, sabermos que Deus se fez homem e escondermos esse segredo porque, se a gente contar para os outros, os outros vão ficar chateados, pois vamos necessariamente dizer que a religião deles não é a verdade.    Então, você está entendendo?  Ninguém está pregando o ódio, mas também ninguém quer pregar o relativismo. 
O que nós podemos dizer com relação a esta realidade da pregação católica?  Nós, católicos, cremos que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem e que este homem verdadeiro continua vivo na história, num corpo concreto chamado Igreja Católica.  Essa Igreja Católica é santa; é o Corpo de Cristo. 
Infelizmente, tem membros pecadores que nem sempre fazem e se comportam como deveriam.  No entanto, Jesus continua vivo na história e encarnado através da Igreja, no seu Magistério, nos seus sacramentos.  A Igreja Católica é, digamos assim, um grande mistério. 
Nós abrimos os olhos, olhamos ao redor e vemos o quê?  Pecadores, mas também vemos tantos santos, sacramentos santos, uma Palavra santa.  Vemos a graça de Deus agindo porque é o Corpo de Cristo real e concreto na história; essa é a nossa fé.   
Nós não podemos achar que as outras religiões são iguais porque as outras religiões não são o Corpo de Cristo na história da humanidade, o Corpo de Cristo que redime a humanidade.  Agora, não estamos pregando uma guerra santa; não estamos aqui iniciando uma espécie de cruzada, degolar os infiéis que não creem em nossa fé.  Nós, católicos, sabemos, e sabemos desde a época dos mártires das primeiras perseguições, que a fé católica não é algo pela qual nós queremos matar, mas, na verdade, a fé católica é algo pela qual nós queremos morrer. 
Que Deus dê a você, meu querido internauta, o discernimento de encontrar a verdade, abraçá-la, amá-la e morrer por ela, sim, porque Ele morreu por nós; morramos também por Ele.