Biopolítica e Necropolítica | Michel Foucault, Giorgio Agamben e Achille Mbembe

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SOBRE A AULA: Esta é mais uma aula da série Educação Política, que traz teorias que buscam explicar ...
Video Transcript:
Salve salve galera bem-vindos a mais um curso sobre educação política tema da aula desse vídeo nós vamos trazer dois importantes conceitos de filósofos contemporâneos o conceito de biopolitica do Michel focou e o conceito de necropolítica do pensador camaronês aquele bebê então aqui a gente vai tentar compreender a política mas agora a partir desses conceitos contemporâneos Bora dormir né E aí [Música] a Dori estou até agora o nosso curso ele tratou de conceitos políticos mais modernos ou às vezes a gente trouxe aqui conceitos mais técnicos para entender o funcionamento instrumental da política hoje vai ser um
pouquinho diferente porque eu vou trazer conceitos mais filosóficos e mais contemporânea já que a gente precisa compreender a nossa política hoje a partir desses conceitos que a gente quiser compreender a política com uma complexidade uma profundidade um pouco maior então eu pretendo aqui dividir a aula em três partes então primeiro eu vou explicar esse conceito de biopolitica do Forro corrupião Pensador contemporâneo aí depois eu vou trazer o conceito de estado de exceção de um filósofo italiano chamado George agamben e eu vou finalizar com o conceito de necropolítica do filósofo aquele bem vezes e eu acho
que é muito importante a gente ter uma ideia desses conceitos porque a forma de governo já se modificou e hoje a gente tem um maneiras mais elaboradas na de aprofundar esses conceitos sobre o política a ideia que a gente pensar a democracia só que agora a democracia no sentido mais contemporâneo a gente já tinha analisado as funções do Governo do Estado pelos teóricos do contratualismo então por exemplo hobbies compreende a si deveria existir um poder Total absoluto soberano para garantir a ordem EA paz então a ideia dele era a gente deve se submeter para que
a nossa vida EA nossa paz seja respeitada ou seja obedecemos para sobreviver já o loc que é pai do liberalismo ele defendia que a função do estado é garantir os nossos direitos naturais transformando esses direitos em Direito Civil Então seria o direito à Vida ou É verdade e o direito à propriedade nossa tem como esses filósofos já fazem uma relação entre política e vida então aqui a gente também vai trazer filósofos que fazem essa relação entre política e vida e até mesmo entre política e morte e Vejam só que interessante esse conceito do Socorro provocou
o poder do soberano consiste justamente no direito sobre a vida e sobre a morte então quando ele fala por exemplo sobre o soberano o rei absoluto ele possui o direito de fazer morrer ou seja ele podia marcar as pessoas e é exatamente aí que se concentra o poder dele um poder tanto de fazer morrer porque ele pode decidir quem ele vai poder matar e também no caso da vida porque ele também pode escolher tem ele vai deixar viver só que quase transformações políticas do século 19 isso se inverte então se a e não Rei absoluto
a ideia de fazer morrer que é quando ele atuava e deixar viver que é quando ele se mostrava passivo agora com a nova ideologia política as coisas simvep então a gente tem o soberano fazendo viver e deixando morrer Ou seja quando ele atua ele faz viver e na posição de passivo ele deixa morrer Então a gente tem essa inversão os contratualistas já falavam um pouco sobre isso né já traziam essa ideia do direito sobre a vida e foi assim que o soberano passou a ganhar o direito sobre a vida não era bem isso que eu
Locke defendia no seu liberalismo mas foi isso que terminou acontecendo o soberano tomou o poder sobre a vida atentem-se então essas duas frases que o cocô trás então primeiro o fazer morrer e deixar viver aqui a o poder do soberano o poder do Rei ter a tua Ou seja a conduta dele é ativa quando ele faz morrer porque porque ele demonstra todo o seu poder por meio do terror do medo e da Morte e quando ele é passivo Ele simplesmente deixa viver aí a gente tem a outra frase que é fazer viver e deixar morrer
trata-se agora da biopolitica porque cada o governante a gestão da vida então a posicionamento ativo dele é quando ele faz viver quando ele desenvolve políticas públicas para potencialização da vida e quando ele não atua que é o posicionamento passivo dele que vai ocorrer com alguns corpos aí ele deixa para morrer mas a pergunta é por que que se faz necessária Essa gestão da vida então a gente pode considerar vários motivos mas eu vou. Algum saco bom Então primeiramente a gente já tinha lá os contratualistas estabelecendo essa relação entre política e vida mas segundo focou a
chavinha vai virar mesmo com o capitalismo industrial porque o corpo foi o primeiro objeto que o capitalismo teve que se apropriar e a partir daí surge a medicina social em segundo lugar consequentemente a isso a gente pode pensar nas necessidades geradas pelo neoliberalismo Então vai ser necessária uma potencialização da vida para produção de Corpos saudáveis e de Corpos produtivos em terceiro lugar a gente pode pensar no estado moderno daquela forma como conceituava o vibre ou seja o Estado Moderno é um estado racionalizado e um estado burocrático aonde cabe é o governo digerir a população e
gestar a vida dessa população e assim ele vai ser capaz de se apropriar do controle de natalidade e de mortalidade da reprodução e da sexualidade das incapacidades biológicas e etc então ele vai poder deixar apropriado o corpo biológico e das massas em geral e por fim a gente pode pensar na sim de mias do século 16 que trouxeram a necessidade de inserir a medicina na gestão do governo e também de criar as campanhas de higienização e as campanhas de medicalização as políticas públicas para promoção da vida e da Saúde o biopoder é um poder regulamentador
até aí tudo muito interessante o governo EA medicina se apropriando de uma racionalidade para potencializar a vida ou seja para trazer mais saúde para poder controlar o índice de natalidade e o índice de mortalidade e melhorar de uma forma geral a saúde da população no entanto a gente tem um problema aqui porque o biopoder insere o racismo nos mecanismos de poder e de controle do Estado A ideia é que a população em geral corresponderia a um corpo biológico e para manter a saúde desse corpo seria Necessário eliminar os seus inimigos o conceito de raça separou
as pessoas entre superiores e inferiores e seria Necessário eliminar algumas resistências a saúde de outras isso a gente vai ver muito na influência positivista e é possível a gente reconhecer esses elementos nas próprias práticas nazistas Então a gente vai ter lá por exemplo o governo né A gestão do governo se apropriando da Medicina a gente vai ter o Saber médico como aquele que vai definir o que é normal e o que é anormal O que é um corpo degenerado a gente vai ter também a disseminação das práticas de higienização e por fim a eliminação daqueles
corpos que são considerados degenerados seja pela sua raça ou pela sua constituição física e mental além do nazismo essas práticas também serão reconhecidas em outros países como por exemplo pela esterilização compulsória de pretos e pobres que existiu nos Estados Unidos em alguns outros lugares além disso a gente e as políticas de guerra e vão usar estratégias de morte em massa de determinadas etnias o que a gente vai considerar genocídio ou seja dá para perceber que a ideia dessas estratégias é que a morte de alguns significa potencialização de vida dos outros ou seja a saúde da
população daqueles são considerados vidas dignas dentro dessa população para tornar isso aqui um pouquinho mais simples eu vou trazer um outro conceito de um importante filósofo italiano chamado de Geórgia ganden que é o conceito de estado de exceção O que é um estado de exceção são mecanismos de exceção adotá-los por países ou por territórios quando eles estão sofrendo alguma ameaça quando é ameaçada a sua soberania mas o que que seriam esses mecanismos de exceção a uma suspensão das prerrogativas constitucionais que que isso quer dizer e não existe mais direitos individuais ninguém mais tem direito a
nada os direitos básicos sabe vida Liberdade ninguém mais tem mas qual vai ser a justificativa para adotar um estado de exceção supostamente esse estado estaria sofrendo ameaça O problema é que segundo agamben instrumentos do regime de exceção são incorporados no cotidiano da Democracia moderna ou seja não constituem exceção constituem regras o poder atua exatamente sobre o estado de exceção hora quando o sujeito perde todos os seus direitos individuais o estado passa a ter plenos poderes sobre o indivíduo sobre a sua vida sobretudo então alguns sujeitos serão desprovidos desses direitos algum sujeito serão considerados indignos aos
direitos individuais é só gente pensar por exemplo no judeus nos campos de concentração E aí eles possuíam algum tipo de direito direito a vida a liberdade a propriedade não todos os direitos foram suprimidos os povos escravizados nunca receberam esse status de cidadão eles nunca tiveram direito sempre foram considerados inimigos e com essa mesma desculpa de ameaça de inimigos é que se instaurou diversas ditaduras e a gente também não precisa ir muito longe é só a gente pensar nas grandes periferias das cidades brasileiras o poder atua de forma diferente no centro e na periferia ali na
periferia o poder policial tem o aval para atuar fora da Constituição Ou seja é como se aqueles corpos fossem desprovidas de direito na realidade alguns corpos para ser mais precisa os corpos pretos e pobres serão considerados inimigos ou seja eles são considerados ameaça assim Oi tia eliminação desse corpo funciona como segurança e saúde para o resto da população então presta atenção a morte de alguns é vista e legitimada para a saúde para segurança de outro e a partir daí é que a gente pode entender o conceito mais complexo que o conceito de necropolítica do aquele
bebê tão pro bebé o ficou se concentrou mais na gestão da vida mas é necessário que a gente se concentre mais na gestão da Norte Porque alguns corpos são considerados uma caveis são aqueles corpos que se forem mortos tudo bem não pega nada são corpos considerados objetos de incidentes degenerado são corpos que se forem eliminados é bom para a população então é exatamente aí que ele vai se concentrar ou seja existe um elemento de racismo importante para compreender o poder que atua sobre esses corpos quem são esses corpos são corpos negros atravessados pelo racismo então
é importante que a gente passe a racionalizar o discurso EA descolonizar o discurso porque é o racismo o regula a morte fazendo uma crítica para o cocô o bebê não chamar atenção que uma das Primeiras Experiências be o políticas foi ali na escravidão então vejam que o ficou entendeu mais como um processo a partir da Revolução Industrial e o bebê vai dizer que não que foi muito antes essa experiência esse laboratório já existiu tanto no período da colonização quanto na própria prática da escravidão assim talvez seja o momento da gente abandonar o holocausto judeu como
grande paradigma de terror e Barbalho não quer dizer que ele não mereça esse espaço tá claro que ele merece né Foi um momento muito complicado um momento que deve ser sacado na história mas a gente precisa lembrar que isso começou muito antes começou com o período da escravidão é ali que a gente vai reconhecer esses elementos de biopoder então ele não chama atenção a racialização do discurso e para essa descolonização do discurso o quê que isso quer dizer que é necessário pensar o conceito de raça em todos os nossos discursos políticos quando a gente pensa
no terror moderno é necessário que a gente pensa em como se formou tanto a escravidão a diáspora Africana e a colonização para que a gente possa compreender melhor esses processos assim a interessante a gente tentar compreender como que surgiu o discurso racista o eurocentrismo o logocentrismo e qual é a importância disso dentro de um discurso político por isso que ele é um filósofo tão importante bom então espero que vocês tenham entendido um pouquinho mais sobre esses três conceitos Bio política estado de exceção e necropolítica vou ficando por aqui beijos e até o próximo vídeo
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