É fato que as redes sociais tiveram um impacto significativo nos padrões de beleza. Muitas vezes, as redes sociais apresentam imagens de pessoas com rostos e corpos aparentemente perfeitos, sem indicação de que foram utilizados filtros ou edições pesadas. Isso pode criar padrões de beleza irreais, levando à insatisfação corporal e baixa autoestima em homens e mulheres.
Mas a verdade é que enquanto esse tipo de discussão ocorre em primeiro plano, por trás dos panos uma indústria colossal realiza todo tipo de prática pra fisgar os consumidores, muitas vezes usando táticas não muito éticas, sem que muita gente perceba seus movimentos sorrateiros. É a indústria da beleza, a indústria envolvida na produção de produtos cosméticos, venda de procedimentos estéticos e na promoção de um estilo de vida voltado a um único grande objetivo: ficar bonito. Considerando que a imensa maioria das pessoas gosta de se sentir bonito ou atraente, o apelo da indústria da beleza é gigantesco, já que, em tese, é através dela que as pessoas têm a chance de conquistarem a boa aparência que tanto almejam.
Só que até chegar até a casa dos clientes, uma série de controvérsias rondam os produtos desse ramo: desde situações desumanas nos processos de extração de matéria-prima, à cobrança de valores altíssimos pra pessoas que passaram a acreditar que aquele é o único jeito de alcançar a beleza plena. As práticas sombrias da indústria da beleza estão vindo à tona, mostrando que pra tudo isso acontecer, existe sempre um alto custo material, mas mais importante ainda, um alto custo humano. Diante disso, a única pergunta que nos resta fazer é: qual é o verdadeiro custo da beleza?
Nos últimos anos, a Indústria da Beleza é uma das que mais cresce no mundo inteiro. Com um valor estimado em mais de 500 bilhões de dólares, essa indústria é impulsionada por diversos segmentos que oferecem uma ampla gama de produtos para atender às necessidades de homens, mulheres e crianças de todas as idades. Esses segmentos estão presentes em praticamente qualquer item de cuidado e higiene pessoal que são consumidos diariamente por bilhões de pessoas, assim como itens de maquiagem, cabelo e unhas.
O maior segmento é o de Cuidado Pessoal, que representou mais de 250 bilhões de dólares somente em 2022. Logo atrás, o segmento de “Cuidados com a Pele” faturou mais de 150 bilhões de dólares em 2022. Produtos como protetor solar, creme hidratante e outros considerados básicos são responsáveis por mais de 70% das vendas desse setor.
Mas, com o boom dessa indústria e o estímulo desenfreado ao consumo desses produtos, o lado oculto atrás de toda propaganda de “bem estar” que as marcas tentam vender não é nada bonito. A internet, a mídia e os influenciadores de opinião exercem grande poder sobre a decisão de compra de muita gente, e cada vez mais, as plataformas digitais difundem padrões e normas de beleza que devem ser seguidas pra se alcançar a estética perfeita do momento — que na maioria das vezes, é inacessível pra grande parte da população. O público mais impactado por essa pressão estética são as mulheres, que frequentemente se encontram como o alvo principal das campanhas publicitárias de beleza.
A busca constante por aceitação social e a tentativa de se encaixar em padrões irrealistas e elevados, levam as mulheres a buscar soluções imediatas para alterar suas aparências, sem considerar os potenciais danos à saúde. Esse fenômeno tem levado a uma crescente problemática, que vem alimentando outro segmento da indústria da beleza: o de cirurgias plásticas. No Brasil, o número de pessoas que se submetem a um procedimento cirúrgico por fins estéticos aumentou de 600 mil para aproximadamente 1 milhão em apenas 5 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica — e não por acaso, 80% desse público é de mulheres.
Além da distorção de imagem que a propaganda gera e os problemas associados à ela, a indústria da beleza também deixa seu rastro nada agradável nas cadeias de produção. Produtos com origens duvidosas escondem um processo nada glamuroso que ocorre longe das prateleiras. Um dos ingredientes amplamente utilizados na Indústria da Beleza é surpreendentemente desconhecido pela maioria dos consumidores, e uma das principais razões para o seu anonimato reside na sua origem misteriosa.
Este ingrediente é conhecido como MICA, um mineral empregado na fabricação de uma variedade de produtos cosméticos. Seu nome vem da palavra em latim “micare”, que significa brilho, e ele garante aos cosméticos um pigmento único e brilhante, sendo utilizado em produtos pra pele, maquiagem e até mesmo esmalte de unhas. Mas um dos grandes problemas da utilização desse mineral é o modo como ele é extraído, que frequentemente envolve trabalho infantil e impacto ambiental.
A Índia é o maior produtor de mica do mundo, sendo responsável por 60% da produção mundial. Grande parte das minas de extração estão concentradas em estados do nordeste de Jharkhand e Bihair, onde a maioria da população vive abaixo da linha da pobreza, com menos de 2 dólares por dia. Devido às condições da população local, composta por famílias extremamente pobres que trabalham para conseguir algum dinheiro por dia, é comum que as crianças desses lugares sejam forçadas a trabalhar logo cedo.
Afastadas da escola, elas produzem cerca de 5 à 6 quilos de aparas de mica por dia, e essa quantidade é vendida pra traficantes que realizam o comércio ilegal do minério, sem nenhum tipo de documentação que comprove a origem do produto. De acordo com um relatório elaborado por uma organização holandesa, em 2016, cerca de 20 mil crianças viviam em situação de trabalho precário na Índia, impossibilitadas de frequentar a escola. Além das crianças, adultos também trabalham nas mesmas condições, recebendo menos da metade do salário que ganhariam se trabalhassem numa mina legalizada.
A alta demanda pelo mineral, utilizado principalmente pela indústria de cosméticos, alimenta esse mercado ilegal que emprega, indevidamente, crianças e adultos que se submetem ao trabalho insalubre nas minas, que pode levar até mesmo à morte, devido à falta de fiscalização e segurança desses locais, que correm riscos de desmoronamento e possuem falta de ventilação adequada para os trabalhadores. Além disso, a Mica ainda pode oferecer riscos à saúde de quem a utiliza. Por ser um minério, ela pode carregar consigo pequenas quantidades de outros metais pesados, como arsênio, chumbo ou mercúrio.
Como ela está presente em uma variedade de cosméticos, o seu uso é bastante comum e pode acarretar problemas futuros. Mas a Mica não é o único ingrediente de origem obscura na Indústria da Beleza: por trás da maquiagem cintilante e até mesmo do cabelo que é utilizado num aplique ou numa peruca, podem haver muitos lados que não são tão bonitos assim. Avaliado em mais de 7 bilhões de dólares, o mercado de perucas e extensões capilares é um dos segmentos mais promissores no ramo da beleza.
Alongamento de fios, perucas e apliques são algumas das opções para o público que busca restaurar a autoestima sem o uso de medicamentos ou cirurgias, que podem estar associados a efeitos colaterais. A moda desempenha um papel significativo no impulso desse mercado. Países da América do Norte importam cabelos da Ásia, como China, Vietnã e Índia, para atender à crescente demanda de influenciadores e pessoas comuns que frequentemente alteram seus penteados de maneira surpreendente, buscando um visual natural.
Algumas técnicas como a aplicação "fio a fio" são utilizadas por celebridades como Naomi Campbell, Sarah Jessica Parker e Kylie Jenner, e esses procedimentos podem chegar a custar até 50 mil dólares. Esses nomes influentes não apenas definem tendências na indústria da beleza, mas também estabelecem um padrão para os preços absurdos que algumas pessoas estão dispostas a pagar por procedimentos capilares sob medida. Mas o que está por trás desses procedimentos milionários em nome da beleza é um mercado que não funciona de forma transparente, e pouco se sabe sobre qual é a origem desses cabelos utilizados por celebridades e influenciadores.
Esse questionamento levanta discussões da ética dos profissionais que adquirem esses produtos e como eles são vendidos e exportados. Na Índia, outro problema social é alimentado pela Indústria da Beleza: sendo um dos principais países exportadores de cabelo, jovens mães se veem obrigadas a vender seus próprios cabelos por valores de até 2 dólares, a fim de garantir comida e sustento para seus filhos. O cabelo é comprado e vendido por peso, sendo frequentemente destinado à produção de implantes capilares e extensões.
No entanto, mais uma vez esse tipo de comércio muitas vezes ocorre à margem da legalidade, sem nenhum tipo de fiscalização. Para algumas mulheres indianas, a proteção de seus cabelos tornou-se uma necessidade crucial, uma vez que há relatos de ataques por ladrões de cabelo, também conhecidos como "barbeiros fantasmas". Eles não hesitam em violar e agredir mulheres, cortando furtivamente mechas de seus cabelos pra vender no mercado ilegal.
Além disso, há também a polêmica que envolve os templos hindus que geram milhões de dólares por ano a partir das doações de cabelo feitas por seus devotos durante rituais. Um exemplo notável é a cidade de Tirupati, onde cerca de 25 mil pessoas fazem doações de cabelo diariamente. Os cabelos são cuidadosamente armazenados até o leilão global, no qual compradores de todo o mundo, incluindo indústrias farmacêuticas e cosméticas, competem para adquirir as maiores quantidades de cabelo disponíveis.
Essa prática singular ilustra a complexidade da indústria do cabelo na Índia, onde as oferendas religiosas se entrelaçam com os negócios, e instituições religiosas lucram em cima da fé das pessoas. O submundo da indústria do cabelo é uma realidade que ocorre não somente na Índia, mas também na África do Sul, na Venezuela e até na Ucrânia. Esses lugares têm em comum um cenário de dificuldades sociais e humanitárias que acaba atraindo pessoas de todas as idades a venderem seus cabelos em busca de itens básicos.
Todo esse mercado é encoberto por propagandas e salões de luxo que lucram milhões por ano, vendendo a estética perfeita pra cada consumidor. O fato é que a Indústria da Beleza consegue vender exatamente o que seus clientes procuram: estética, autoestima e até mesmo coisas mais esquisitas, como “purificação” por meio de pedras e terapia holística — mesmo que isso custe muito caro pra quem está por trás. A demanda por cristais e pedras preciosas aumentou consideravelmente nos últimos 3 anos em países como os Estados Unidos, e não por acaso, a Indústria da Beleza também está por trás disso.
Quartzo, ametista e malaquita são algumas das pedras utilizadas pela terapia que ficou conhecida como “estética holística” ou simplesmente terapia holística. Indicada para qualquer tipo de pessoa, a terapia com cristais promete trazer “boas energias” a quem usa, além de melhorar a pele e a saúde do corpo em geral, pois os cristais têm o poder de ajudar a drenar toxinas e fazer tudo fluir melhor — mas é claro que, cientificamente falando, não há absolutamente nenhuma comprovação de que os cristais tenham algum poder de cura. Pica-Pau | Os remédios caseiros do Pica-Pau | Episódio Completo - YouTube Além de não haver qualquer comprovação de que essas pedras realmente exerçam algum poder de cura ou melhoria estética, o processo de extração desses minerais também é cheio de problemáticas sociais, as quais a indústria mantém bem longe dos ouvidos dos consumidores.
Madagascar, na costa sudeste do continente africano, é um dos países mais pobres do mundo, mas suas terras escondem um grande tesouro: um solo fértil em quartzo rosa, ametista, turmalina e citrino, além de outras pedras que são muito preciosas pra diferentes indústrias, especialmente a da Beleza. Escasso de infraestrutura e postos de trabalho, o país é um dos principais exportadores de cristais preciosos. Mais de 80% desse material é extraído de forma artesanal e rústica, por pessoas que trabalham de maneira precária pra garantir alguma forma de sustento.
O trabalho é feito por locais que vivem em pequenas aldeias, longe dos centros urbanos, sem disponibilidade de água ou eletricidade em suas casas. Além disso, há o risco diário de morrer num deslizamento de terra ou inalar poeira com partículas de rochas que podem danificar o pulmão, aumentando o risco de câncer. As pedras preciosas de Madagascar viajam pelos quatro cantos do mundo, mas antes disso, os trabalhadores precisam carregá-los por quilômetros pra ganhar apenas 1 dólar por dia.
Para muitas vezes se tornar isso. - E enquanto isso, a Indústria do “bem-estar” experimenta um crescimento de mais de 12% em 3 anos, e atualmente é um mercado que vale mais de 4 trilhões de dólares. Enquanto uns estão à procura da perfeição e beleza eterna, quanto mais essa prática cresce existe cada vez menos beleza nos processos de obtenção dos produtos dessa indústria.
Seria essa a indústria da “beleza pra uns e sofrimento para outros”? O que você acha? Comenta aqui abaixo e dá uma olhada no que o pessoal tá comentando sobre o vídeo.
Agora, se você quer descobrir como fazer de 2 a 5 mil reais por mês como um Alquimista Digital, confere uma aula grátis no primeiro link da descrição, ou apontando a camera do seu celular para o QR code que ta aqui na tela antes que essa aula saia do ar. . Se você quiser entender o que eu chamo de Algoritmo Humano e como você pode usar ele pra levar um canal no youtube de 0 a 100 mil inscritos, confere uma aula grátis no primeiro link da descrição, ou apontando a câmera do seu celular pro QR code que tá na tela antes que essa aula saia do ar.
Agora, pra entender como a Inteligência Artificial pode ser uma ameaça, fazendo toda a humanidade temer o que pode vir depois dela e se perguntar: Qual é o limite? confere esse vídeo que tá aqui na tela. Por esse vídeo é isso, um grande abraço e até mais.