[Música] sejam bem-vindos e bem-vindas ao primeiro seminário leum oralidade e narrativas infantis Como dito ontem pela nossa colega Line este evento está inserido no âmbito do compromisso Nacional criança alfabetizada no que se refere à formação de professores no projeto leitura e escrita na educação infantil da região sul lei Sul o projeto é coordenado regionalmente pelas professoras Simone Santos de Albuquerque e Dani Marques Vieira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no âmbito Estadual aqui no Rio Grande do Sul a coordenação do projeto é feita por mim Caroline Braga Michel e pela professora Gabriela Medeiros
Nogueira da Universidade Federal do Rio Grande a furg no Paraná pelas professoras Catarina Mouro moro geoconda Gigi e Franciel prorec da Universidade Federal do Paraná e no Estado de Santa Catarina pelas professoras jeiza de Abreu e Aline Rebelo da Universidade do Estado de Santa Catarina este seminário que está sendo realizado nos dias 9 10 e 11 de Julho de 2024 tem como foco a oralidade as narrativas e culturas infan pensando nas crianças e em suas infâncias no contexto da Educação Infantil ele é destinado ao público envolvido no lei e demais interessados ou interessadas pela temática
salientamos que não haverá lista de presença durante o seminário mas ações formativas relacionadas com os conteúdos abordados posteriormente especialmente aqui no Rio Grande do Sul para formadores municipais e docentes da educação infantil do Estado do Rio Grande do Sul ações relacionadas a esta formação serão encaminhadas conforme cronograma a ser divulgado no andamento do projeto solicitamos também que perguntas sobre questões administrativas ou pedagógicas relacionadas ao lei sejam feitas em outro momento para as formadoras estaduais articul adas ou para a coordenação Estadual vamos utilizar o chat para fins formativos relativos ao tema abordado nesta noite a professora
Gabriela tava com o microfone fechado a gente abre e fecha o microfone enfim eh queria dar desejar boa noite né a todos e todas que estão aqui presentes agora ao vivo na Live né as pessoas que vão assistir depois Agradeço também as pessoas que estão nos acompanhando aqui né nos Bastidores Taís Rodrigues e Rafaela Thomas né Eh que nos dam aí o o suporte técnico né aos nossos intérpretes de libras né Fernando Carneiro e nas Godói que estarão conosco nessa noite né que aceitaram eh gentilmente né Eh estarem aqui traduzindo para que a nossa Live
possa ser mais inclusiva Ontem nós tivemos eh a professora Maria Laura kolon splender com a fala leitura na educação infantil o papel da literatura na ampliação de repertório de mundo Amanhã teremos com culturas populares na educação literária na infância com o professor and André magre e hoje nós temos a satisfação de receber a professora Liane Araújo com o tema eh texto poético musicais na tradição oral e reflexões sobre a língua na educação infantil mas antes de chamar a professora e apresentá-la formalmente eh eu gostaria de convidar José Carlos Rego mais conhecido como Pinduca né e
para estar aqui com conosco José Carlos é mestre em educação doutorando em artes cênicas ambos pela Universidade Federal da Bahia artista docente pesquisador nas culturas da Infância e brincante do grupo Canastra real é uma grande satisfação recebê-lo aqui no lei Su então Eh tudo contigo Boa noite essas meninas Boa noite esses meninos eh alegria grande fazer parte desse brinquedo eh eu sou Pinduca como foi dito faço parte do grupo Canastra real a gente tem interesse sincero pelas culturas da infância Pelas brincadeiras pelos brinquedos pelas cantigas e pelas histórias e eu vou compartilhar um um pedacinho
é só um entroido né para amortecer o coração né para parar o coração para esse momento seguinte de uma prosa bonita com professora Liane tá eh bom eu sou fazer minha audiodescrição né Eu sou um homem branco eh de óculos estou com chapéu preto uma camisa bastante colorida atrás a eh dois quartos estilo gravura do do J Borges alguns bonecos enfim e tenho na mão um um guit Lelê e é com ele que eu vou puxar uma primeira prosa né sobre o Cancioneiro brincante da infância eh vou fazer um catad de três canções e já
dizendo disso não é a música na cultura da infância não é uma música para contemplação é uma música para experiência né é uma música para fazer algo e muitas vezes fazer algo junto com outras pessoas crianças ou não não então a gente vai fazer aqui uma trinca de de brinquedos cantados eh cada um com uma com um gesto não é então desde um gesto de fato físico Ah no caso do do sabala na gaiola n é há um gesto poético no caso do passarinho sofr que é aqui das Beiras do São Francisco no extremo norte
da Bahia uma cidade chamada Curaçá então portanto há um refrão e há versos que são tirados porque se sabe de cor ou quando já se está mais sabido no versar quando você pode improvisar versos a partir de temas de motivos que aparecem na hora da brincadeira e por fim é dona miné que é um brinquedo que a gente canta bastante por aqui não sei se tem aí também talvez tenha Provavelmente tem e que também é para um gesto afetivo né é aprender a a manifestar os afetos ali desde muito cedo então me dá a impressão
de que para pensar uma sociedade menos racista menos racista menos homofóbica eh menos machista a gente precisa desde muito cedo que as crianças estejam juntas em contexto de brincar de roda mãos nas mãos Acho que é essa a primeira notícia desse brinquedo eh a gente tá remotamente mas nada impede que vocês cantem aí por dentro ou a plenos pulmões ou com a com a voz do coração combinado banado sado batato Então tá acho que todo mundo conhece sabia na gaiola fez um buraquinho voou voou voou voou e a menina que gostava tanto do bichinho Chorou
Chorou Chorou [Música] Chorou sa sabia na gaiola fez um buraquinho o ovo ovo o ovo e a menina que gostava tanto do bichinho Chorou Chorou Chorou Chorou sabia fugir pro terreiro Fi morar no abacateiro e a menina põe-se a chamar vem cá savia vem cá e a menina dis soluçando sabia estou te esperando sab responde de lá não chore que eu vou voltar sabia na gaiola fez um buraquinho voou voou voou e a menina que gostava tanto do bichinho Chorou Chorou Chorou Chorou sabia na ganhola fez um [Música] buraquinho e a menina que gostava tanto
do bichinho Chorou Chorou Chorou [Música] Chorou Agora vamos pra beira d'água lar lar [Música] lar passarinho sofrer onde vai morar na beira do rio onde canta o sabiar oi na beira do rio onde canto [Música] sabiar companheiros me ajudem que eu não posso cantar só eu sozinho canto bem com vocês canto melhor eu sozinho canto bem com você canto melhor passarem sofrer onde vai morar na beira do rio onde canta o sabiar o na beira do rio onde canto sabar [Música] e esse será que tem por aí chama Dona [Música] miné por essa Rua Dona
passeou meu bem miné não foi por mim Don miné foi por alguém Don passarin Don miné caiu no laço Don miné dá um beijinho Don miné e um abraço doné dá outro beijo Don e outro abraço Don agora escolha a dona miné alguém para ser sear dona miné como sugere aí a canção é isso mesmo ficam duas crianças do lado de fora da roda e na hora indicada elas vão entrar e trocam abraços trocam beijos e ali essa roda brincando e a gente começa a entender o que é ofertar a Fer bem assim por essa
Rua Dona miné passeou meu bem Dona miné não foi por mim dona miné foi por alguém Don miné dois passarin Don miné no L dona miné dá um beijinho Dona min e um abraço dona miné dá outro beijo Don miné e outro abraço Don min agora escolha Don min alguém para ser seu pai [Música] Don n é bonitinho demais aprender assim de afeto numa roda cantando em brinquedo e ali você escolhe você é escolhido você é preferido tem que aprender também a ser preferida alguém escolheu uma pessoa escolher você você fic ali esse me sentindo
mas daqui a pouco é você que pode escolher e aí você escolhe aquela pessoa que você queria por essa roupa Dona miné passeou meu bem Dona miné não foi por mim dona miné foi por alguém Dona miné dois passarin Don cai no laço doné dá um beijinho doné e um abraço doné dá outro beijo Don miné e outro abraço Don miné agora escolha Don miné alguém para ser seu pai Don miné é isso essas meninas é assim a gente fica em estado de brinquedo né tem a impressão que talvez agora já tem até alguma coisa
esquentada no coração de cada um porque música é isso não é é uma palavra que vem de cá de dentro do coração e adentra sua escuta e chega do outro lado e vai ó lhe lambu o coração lá por dentro então é esse saber de cor que vira saber de cor do outro muito bem isso dito e para ser bem breve vou vou logo pro pro pro pedaço final a gente começou e já vai pro final e esse pedaço final é só para dizer que é outro dos brinquedos diverso não é onde há um refrão
e algumas quadras não é geralmente quadras sete silábicas que eu não vou agora gastar tempo para explicar o que é isso mas muitos de vocês devem saber o que é eh e que a gente não precisa saber dessas coisas na verdade não é isso aí explicou disse que depois a escola vai fazer mas você precisa saber assim na sensibilidade então se você canta depois quando alguém disser você já conhece isso dentro do coração Ah é isso que é uma isso que é uma redondilha maior Então tá entendi já sabia antes meso não é uma beleza
quando o coração sabe primeiro do que o juízo a infância tem a ver com isso Então tá vamos S embora eu queria sair me despedir agradece pelo convite e porque coisa muito bonita muito de de muita sabedoria vem depois com a fala dessa menina Liane não é ela é muito sabida dessas coisas tô aqui só para fazer o intr para ficar enrolando vocês e criar essa expectativa e me despeço com o boi Barroso que está no espetáculo nosso canasta real mas se alguém quiser seguir a gente não enfim não é tão nativo desse mundo mas
tem lá um negócio no Instagram Canastra underline real é lá que a gente posta nossas coisas nossos brinquedos nossos espetáculos tá e a gente fez uma versão dessa canção que é uma canção é tradicionalmente cantada pelos gaúchos ah chama boi Barroso provavelmente muitas das das pessoas que agora me escutam reconhecem e Talvez algumas Não reconheçam mas eh poderão daqui a pouquinho estar cantarolando ela porque são canções simples e elas pertencem a o Sul do Brasil e a gente fez uma versão aqui Lógico eu não posso fazer como a gente fez lá no grupo porque a
gente fez como se fosse o hodum tocando né com aquela percussão com uma levada de de bloco á assim né de S barg Então tá vamos ver se a gente canta junto isso daqui deixa eu puxar aqui o refrão ó ão acho que vocês conhecem quer ver pode cantar também por dentro do coração assim e a plenos pulmões se tiver podendo cantar em casa então tá muito obrigado beijo enorme para vocês saudações brincantes e até uma outra vez que a gente sabe Estamos por aqui Valeu meu boi Barroso meu boi Pitanga aí deixa mudar melhorar
um pouquinho mais vamos lá meu boi Barroso meu boi Pitanga é lá naanga adeus menina que eu vou me embora não sou daquia sou lá de fora me mandei fazer um laço do couro do jacaré para lá sabiu foi baboso num cavalo Pangaré eu mandei fazer um laço no couro da jacuti para laçar meu boi Barroso lá no alto da Restinga meu boi Barroso meu boi Pitanga o teu lugar é lá na canga adeus menina que eu vou me embora não sou daqu sou lá de fora eu mandei fazer um laço do couro da capivara
para laçar meu boi bar Rosso num cavalo malara meu cavalo malacara tem olhar de saracura não tropeça nem espanta viajando Noite Escura meu boi Barroso meu boi Pitanga o teu lugar é lá na canca adeus menina que eu vou me embora não sou daqui sou lá de fora eu mandei fazer um laço do couro do Gim para laçar meu boi Barroso Mas eu só lacei capim meu bonito boi Barroso que eu já tava por perdido Rastro na Areia logo Fi reconhecido meu boi Barroso meu boi Pitanga o teu lugar é lá na canga Adeus meninas
eu vou me embora não sou da sou lá de fora bom encontro para vocês [Música] Valeu acho que Gabriela vai entrar primeiro Então pessoal muito boa noite né assim eh começamos essa essa live com com coração quentinho como algumas pessoas colocaram né não podíamos começar de eh Uma forma mais eh emocionante né Ainda mais hoje numa noite fria que nós estamos aqui no Rio Grande do Sul eh para nós é um prazer imenso então né muitos aplausos pro Pinduca né E muito obrigado por participar aí no início da nossa Live Então a professora que vai
nos acompanhar hoje a professora Liane Castro de Araújo né Para nós a querida Lica né Eh Doutora em educação pela Universidade Federal da Bahia n Ela é professora na faculdade de educação e docente Permanente no programa de pós-graduação em educação nessa instituição atuando especialmente no campo da alfabetização leitura escrita e oralidade é membro do grupo de estudo e pesquisa em educação e linguagem geling na facede da UFBA coordenadora do Lap laboratório de acervos e práticas da mesma instituição e da rede Alfa laaps né que é a rede de laboratórios de alfabetização nas nas universidades onde
o jeal né que eu coordeno também faz parte é coordenadora de junta no compromisso né lei lá na Bahia eh tem há muito tempo estudado pesquisado e publicado sobre gêneros de da tradição oral como cultura lúdica prática de oralidade e no letramento alfabetização de crianças né então por isso que a professora está aqui né com todos esses anos de estudo pesquisa para conversar um pouquinho conosco sobre esse tema tão importante a gente combinou em torno de 1 hora né que a Lica vai ter para falar a gente depois vai ter um espaço para algumas eh
questões e a nossa previsão que a gente encerre entre 8:30 no máximo 15 pras 9 tá bom Lica muito obrigada mais uma vez por mais essa parceria né e a palavra é sua então boa noite gente eu queria começar just ente saudando a minha colega e amiga Gabriela agradecer a ela por esse convite para uma baiana vir aqui falar para vocês no sul ela que sempre deu muito apoio a essa discussão sobre a tradição oral né que é minha cachaça como se diz então como o convite né Eh veio do Rio Grande do Sul eu
agradeço muito a ela e a Caroline por essa oportunidade de falar para vocês né Eh quero agradecer a todo mundo aí presente do outro lado da tela e principalmente aos participantes do Rio Grande do Sul do Paraná de Santa Catarina as coordenadoras da região sul e dos demais estados da região e agradecer também a quem está comigo aqui no estúdio fazendo essa Live acontecer né o apoio técnicos os intérpretes também queria agradecer aos nordestinos e Nordestinas que mesmo já tendo assistido a Live da Bahia que foi sobre essa temática também estão aqui novamente que eu
sei né Eh eu agradeço em especial também a Pinduca né Por trazer o estofo linguageiro musical confortável de onde sempre eu quero puxar a minha fala sobre isso né ele já indicou o o Instagram da Canastra mas eu botei aí por escrito eh e bom eu vou falar hoje gente sobre o assunto que eu mais gosto de falar né então eu tô bem feliz de falar disso para vocês mas eu vou falar para um Estado né em estado complicado No momento ainda convalescente em recuperação né então a felicidade não é completa e eu convidei Pinduca
para esse trito musical justo justo para maciar os corações como Ele bem disse né porque é assim mergulhados na experiência sensível pelas Memórias de afeto que foram convocadas que eu vou puxar o fio dessa prosa né também Considerando o valor curativo da poética da música da literatura oral ou escrita né da arte da Beleza do brincar e aí eh como tudo isso nos chegou né Por uma melodia Gaúcha né eu queria trazer o que disse o urbanista a urbanista Beatriz gul que o jeito de se vincular mais rápido a um território é brincando nele né
eu lembro que brincar vem de vínculo de brinco né vínculo ou seja tem relação com criar vínculos de afeto interação e cultura por isso o boi Barroso que é do Cancioneiro Popular Gaúcho veio ao nosso encontro e eu me sinto um pouquinho vinculada ao Rio Grande do Sul né e a toda a região sul do nosso país tão grande e tão rico culturalmente brincando com vocês né a gente já sabe as vantagens emocionais afetivas cognitivas culturais sociais da brincadeira e da literatura para criança né O Poder simbólico dos repertórios lúdico poéticos então podemos também apostar
nesse potencial curativo né pelo jogo pela palavra das culturas infantis da fruição estética e brincante Então as crianças e mais ainda as crianças feridas de algum modo né precisam abraçar e serem abraçadas pela cultura pela literatura pela arte o que pode dar algum alento né em tempos de arroubos da natureza e das mazelas humanas e é por isso também por estar falando pro Rio Grande do Sul que eu quero reafirmar o poder de tudo isso tá então sigamos o repertório tradicional da infância eh que une gêneros orais as culturas infantis né com seus textos narrativos
poéticos convoca isso mesmo né Memórias de afeto experiência sensível exigindo inclusive que para falar deles seja necessário primeiro estar nesse estado de fruição né esse estado de jogo como diz Pinduca para e eh eh pela palavra pelo Canto né Eh a performance a voz a experiência vivida né e assim também deve ser com as crianças então nesses gêneros a linguagem vive em estado de jogo um estado de fruição de graça deslumbramento camento jogo espirituoso com a língua né E isso digo Logo no início né Não pode ser perdido de vista ao trazer esses textos das
culturas da infância pra escola e paraa aprendizagem da língua escrita hum os gêneros formulares que são formulares da tradição né diferente da fala útil né da comunicação ordinária né das trocas comunicativas e funcionais cotidianas eh aciona um uso que é extraordinário né da linguagem que sai do comum ou como diz o Claudemir Belintani né inspirado em Manuel de Barros que se trata de uma linguagem em um repertório que é da Ordem do destil não é inútil é destil né no sentido de não ter uma função utilitária uma função outra que não seja a fruição a
brincadeira a brincadeira com a linguagem né Tem uma função em si mesmo e é assim né que a gente vai então ver aqui o rumo dessa prosa que eu vou ter com vocês por tudo isso que eu tô falando né É que antes de falar sobre reflexões linguísticas na apropriação da escrita precisa falar ainda que levemente por causa do tempo né Desse repertório como cultura lúdica e prática de oralidade e desses gêneros em si mesmos né pra gente poder saber do que que a gente tá falando então eu separei minha fala nesses três momentos sendo
que esses dois primeiros são bem bem rapidinho né bom a poesia oral né e As cantigas infantis elas são fonte primeira junto com as narrativas das experiências linguísticas poéticas e culturais desde a mais tenra infância né todos os povos T seu repertório de textos que acolhe as crianças no mundo e as mergulham em suas culturas são textos compartilhados e textos mais específicos a determinados territórios regiões povos né mas a função deles é sempre prioritária é sempre brincar e brincar com a língua né E o repertório é vasto e rico né a gente precisa sair só
dos textos mais canônicos mais conhecidos os que circulam na mídia né os que que aparecem quando a gente joga no Google eh e deixar de ouvi-los e de referir-se a eles como cantiguinha da Galinha Pintadinha ou do Patati Patatá né eles são herança rica do nosso povo não pode ser reduzido a cantiguinha da Galinha Pintadinha né também precisamos deixar de achar que tem uma versão mais certa do que outra porque a dinâmica da mudança faz parte desse repertório Então hoje é domingo pé de cachimbo de pedir o cachimbo e hoje é domingo pé de cachimbo
uma árvore de cachimbo por não né alguns esses textos acolhem o non sense a falta de sentido a brincadeira apenas com as imagens então eh a gente precisa ampliar nossa visão em relação a esses gêneros que muitas vezes aparecem na escola só como visita na semana no mês do folclore né então que gêneros seriam esses E aí são muitos eu escolhi os que são mais das Crianças menores né bom então o eu tô focando nos gêneros poético musicais tá E eles podem ser cantados ou recitados ritmados então os que são cantados têm melodia né Tem
ritmo e melodia e os que são recitados eles têm ritmo o ritmo e a melodia conferem Musicalidade a esses gêneros né Mas diferente dos cantados os recitados não t melodia né eles têm ritmo que é a marcação do tempo bom então Eh vamos começar pelo começo né os acalantos As cantigas de ninar são pros bebês né e não paraas crianças foco dessa política que a gente tá aqui hoje falando mas tem uma importância geral né constitutiva pois eles constituem a primeira experiência com a oralidade poética né com a própria linguagem os acalantos recebem e acolhem
os recens chegados ao mundo na e e na cultura pelo Canto né pela voz melodiosa preparando o sono dos bebês né e vinculando Dois seres sossegando a criança e sossegando também quem canta né isso aqui daria pano PR manga uma live só para falar disso mas os acalantos eles mergulham as crianças no primeiro organizador da língua que é o extrato sonoro né e o que importa é isso essa melodia As cantigas são muitas muitas vocês viram aí né três cantigas de de aves de passarinhos de eh que muitos não conhecem né o próprio boi Barroso
né que é Gaúcho eh as gerações mais novas também têm pouca experiência com com esse repertório Então são muitas a gente pode sair dos mais conhecidos fazer uma pesquisa pesquisar na família pesquisar nos livros né Tem muita coisa bacana as brincadeiras cantadas eh São aquelas cantigas que estão muito eh vinculadas à brincadeira como o escravo de Jó escravo de Jó jogar Você não brinca sem cantar né pirulito que bate bate enfim são brincadeiras em que essa cantiga faz parte né os traval línguas os trav línguas é é uma brincadeira com a própria língua que vem
em forma de desafio articulatório né então farofa feita com farinha fofa faz uma fofoca feia quando digo digo digo digo não digo Diogo quando digo Diogo digo Diogo não digo digo né Então essas sonoridades inclusive são muito bacanas o trabalho com a alfabetização com a apropriação da da escrita a gente vai falar mais adiante eh as adivinhas as adivinhas elas convocam a esperteza da linguagem a esperteza na ponta da língua né trazem as figuras de linguagem traz a inteligência né O que é o que é quanto mais se tira mais aumenta Como assim buraco né
O que é que mesmo tendo casa vive do lado de fora botão né tem um tipo de adivinha que chama charada que a resposta já tá na pergunta ó a inteligência né na atmosfera o alimento diário é instrumento de pesca O que é na atmosfera ar o alimento diário pão é instrumento de pesca ar pão vê que tipo de barba tem um tubarão barba Tana então você vê que é brincando de Lego com as palavras umas palavras dentro de outras palavras compondo recompondo né O que também é muito interessante para as reflexões no processo de
apropriação da escrita também tem um tipo de adivinha que o vael que é um folclorista e chama de adivinha literária e que ele é assim o que é o que é que tem dentro do ovo do ovo não é Clara e não é gema é a letra V O que é o que é que tem no meio da lua a letra u o que é que tem na ponta do nariz a letra z Hum bom quadrinhas A Quadrinha É a morada da Rima né ela a estrutura dela de sete sílabas de quatro versos e as
rimas intercaladas Então ela a rima mora na quadrinha né em primeiro lugar quem me dera ser agora um cavalinho de Vento para dar um galopin Onde está seu pensamento Mas não pense que só tem quadrinha assim de amor não né não tenho medo de homem nem do Ronco que ele tem o bisouro também ronca vai se ver não é ninguém né bom gente a gente não pode mergulhar muito nessa fruição desses gêneros né Por causa do tempo e também tem muitos outros gêneros os cordéis infantis as LOAS as doadas eu foco aqui nesses mais próximo
das das culturas infantis e deixei as parlendas por último porque elas também têm diferentes tipos né e elas Lembrando que diferente das cantigas elas são recitadas né Elas têm ritmo e começo pelos brincos que são as parlendas de bebês né que a gente usa pros piqui titicos quando eles começam a ficar mais durinho serra serra serrador o marra marra marra Carneirinho uma casinha redondinha uma portinha duas janelinhas uma campainha blim blom as mnemônicas também trazem aprendizagem memorização de coisas por exemplo um dois feijão com arroz três quatro feijão no prato tem os números tem umas
com o dias da semana com meses né que ajuda a memorizar brincando né as parlendas propriamente ditas que são as parlendas de brincar né que são as brincadeiras ritmadas diferente das brincadeiras cantadas é por exemplo correco tia na casa da tia você v tem melodia tem ritmo né e é uma parlenda usada numa brincadeira então as parlendas propriamente ditas elas são muitos tipos né também tem brincadeiras com a própria língua tem aquelas parlendas de de Santos que tem muito por exemplo quem nunca São Longuinho São Longuinho me ache minha chave que eu te dou três
polinos né as fórmulas de escolha todo mundo conhece né Unido Salam mingu lá em cima do piano tem um copo de veneno quem bebeu morreu o azar foi seu una duna Tena Catena bico de pena bolof fedor ou minha mãe mandou bater nesse daqui mas como eu sou teimoso eu vou bater nesse da tipo de para fazer alguma coisa quem é que vai botar a mesa Quem é que vai apagar o quadro quem é que vai arrumar a cadeira quem é que vai pegar os lápis de cor enfim eh quem vai jogar né quem vai
começar quem vai ser o pique então é um tipo de Parlenda que é usada para introduzir outras brincadeiras as lenga lengas é é um tipo de Parlenda que nem todo autor reconhece como um tipo específico né na verdade lenga lenga é como os portugueses chamam as parlendas em geral mas tem autores que falam das linga lingas como sendo parlendas assim repetitivas acumulativas tipo hoje é domingo pé de cachim cachimba de Barro né ou Cadê o tocinho que tava aqui o gato que comeu cadê o gato e assim adiante né então gente e tem muitas outras
parlendas né inclusive parlendas que são boas pro pros maiores né de arreliar que os meninos maiores gostam de fazer pegadinha no outro enfim mas eu foquei nessas que são mais das Crianças foco da gente aqui tá Agora é preciso dizer que não é para estudar esses gêneros e tipos com as crianças certo a classificação é para nós né eles aprendem as diferenças brincando usando né e e também ressalto tá que essas fronteiras Entre esses gêneros não são eh rígidas né são borradas alguns autores classificam de um jeito outro já classifica de outro além disso né
ao mesmo tempo que elas chegam até nós né todos todo esse repertório chega até nós geração a geração garantindo a permanência da tradição também eles se renovam no tempo ganham variantes né corruptelas são usados para outras brincadeiras por exemplo Rei Capitão soldado ladrão moça bonita do meu coração era uma brincadeira de de fechar e abrir os botões da roupa e hoje em dia os meninos pulam corda falando isso né Eh então eles são mudados recriados adaptados no próprio brincar n né algo que é próprio da dinâmica da cultura oral certo o repertório ele ele é
Vivo Ele é dinâmico no nos pertence né se movendo entre o que permanece e o que se transforma eh numa dinâmica que une passado e presente tradição renovação e invenção sempre ele é nosso se dispõe a nós e a nossas brincas certo então gente vamos Recordar os que circularam em nossa própria infância na nossa família pesquisar e registrar os novos que mais instiguem vocês para poder compartilhar e brincar com as crianças né E não é só no sentido de resgate eles estão aí eles são nossos As crianças estão mais desprovidas dessas experiências mas principalmente na
na nos centros urbanos Mas eles estão aí né e eh e na nessa pesquisa também Cabe dizer que há muitos livros tanto de folcloristas como livros eh que são direcionados paraas crianças né que dá para fazer um bom acervo mas e isso é importante dizer né tem relação com cada um constituir pesquisar registrar para constituir um acero pessoal e profissional de memória de có né a gente vai falar um pouco mais sobre isso bom como eu tenho que passar adiante O tempo é curto eh eu botei aqui né Eh se vocês quiserem saber mais sobre
isso tudo esse repertório esses gêneros vão lá nas redes do laboratório de alfabetização que eu coordeno né na uf buap que Gabriela se referiu e pesquisem sobre o projeto que foi desenvolvido na pandemia sobre esses gêneros né porque gente é eh para que esse repertório se constitua né constitua culturas infantis e as Crianças efetivamente brinquem entre elas né elas precisam ser reapresentadas a esses textos apresentadas a esses textos né Eh e não só aos textos mas à experiências de brincar Então não é botar o cdzinho ali para ela ficar ouvindo não é as experiências de
brincar de ouvir de cantar junto né nas trocas intergeracionais que vão acionar essa essas experiências como experiências que eles vão eh achar interessante brincar entre eles né então circulando nas famílias e na escola e entre as próprias crianças memorizados para brincar né ele o repertório vai se tornando de cada um né e unindo gerações em torno dessas práticas brincantes aí e só aí né é que podem também se tornar contexto para as reflexões sobre a língua contexto não pretexto falarei disso mais adiante e é por isso tudo que é importante falarmos da tradição oral como
cultura lúdica e prática de oralidade antes de falar sobre a escrita tá E aí eu já fui falando né um pouco sobre isso no caminho então vou ser bem breve nessa parte eh Então antes de ser apresentados para refletir sobre a língua e muito antes de circularem por escrito esse repertório deve ser apresentado oralmente de memória e para brincar né eh deixa eu passar aqui pronto o repertório encantatório espirituoso da tradição oral é uma fonte inesgotável uma Cacimba paraas experiências linguageiras das crianças para nutrir o Imaginário para desenvolver a sensibilidade poética a familiaridade com a
linguagem poética né da poesia e o fruir estético e lúdico da literatura paraa imersão na expressividade da língua e também para constituir uma memória textual intertextual a partir da qual também vão construir e depois suas experiências de leitura escrita né para constituir e ampliar uma memória de afetos uma memória coletiva uma memória de vínculos de pertencimento a uma cultura e tudo isso por meio da palavra do Ritmo da melodia e muito frequente também o corpo né porque muitas brincadeiras demandam movimentos corporais além disso a própria voz que toa né que recita que canta também é
corpo né então trata--se de uma poesia com corpo com voz que emana de um corpo e como se trata de um repertório formular performativo né e de gêneros de origem circulação e composição Originalmente orais né o seu modo de divulgação e fruição mais potente é por via da voz e ditos de memória né como discutido pelo ptor que estuda a poesia oral a performance se estabelece quando interlocutores vivenciam a enunciação e a escuta no mesmo espaço-tempo né então o valor performativo não é o mesmo se os textos forem lidos ou mediatizados são formas válidas de
circulação do Repertório são né mas não tem o mesmo impacto da experiência Olho no olho do quentinho da voz do corpo presente disponível e do Repertório memorizado né então ou Vip induca ao vivo como Gabriela falou que quer vir aqui para ver ao vivo tem um diferencial né em relação a essa forma mediatizada pelas telas pelas tecnologias e aí a kimoto ela diz sobre isso né ela diz a força dos jogos tradicionais da infância explica-se pelo poder da expressão oral não devendo perder seu caráter de fruição e perpetuação da Cultura Infantil né daí a ância
de nós adultos também sabermos de cor saber de coração né saber de qu quer dizer saber de coração porque cor em Latim é coração né E compartilharmos o repertório e essas experiências sempre preservando a performatividade né então a gente precisa ter um um acervo nosso né para lançar a mão e não ficar abrindo o livro para ler pro menino ali na hora bom nesse sentido a gente precisa reconhecer a importância da educação infantil né em oportunizar experiências de constituição e ampliação desses repertórios em prover as crianças dessas experiências Porque como sujeitos de cultura e sujeitos
de linguagem Elas têm o direito a essas experiências né e ampliar suas práticas brincantes eh e sempre cuidando para que o repertório não seja esvaziado como objeto cultural ao ser tomado como objeto escolar né sempre na ideia de preservar e reafirmar as características lúdicas e poéticas então para fechar esse segundo ponto eh eu queria dizer que é preciso lembrar que são gêneros para ouvir brincar cantar dançar recitar arreliar o outro desafiar adivinhar pronunci desafiar a pronunciar nos trav línguas né ou seja seguir brincando com esse repertório tornar seu né ser aado por ele e é
justamente porque as crianças de hoje estão mais desprovidas dessas experiências culturais que é fundamental reapresentá-la porque precisam ser vivenciadas para serem confirmadas como algo que é bom de se fazer e de se fazer junto tá então gente para quem quiser saber mais sobre esta esses dois pontos que eu passei mais rapidinho a Live da Bahia foi sobre esse assunto e como lá eu tive mais tempo né Eu trouxe mais coisas a respeito dessa discussão tá lá no canal do CL da UFPE tá do YouTube gravada bom E aí passamos para o terceiro ponto já entrando
na apropriação da escrita na educação infantil então agora a gente vai ressaltar a potência da entrada na escrita a partir da cultura lúdica né que as crianças vivenciam nas práticas familiares e escolares eh e inclusive é bom ressaltar o valor disso no caso de crianças sem muita familiaridade com a cultura escrita né entrada pela cultura oral pode beneficiar muitas crianças que têm poucas experiências com cultura escrita bom ao lado das experiências com o livro né com os diversos gêneros eh com as práticas sociais de leitura escrita ao lado de tomar esses textos nos processos de
letramento Mais amplo que articula oralidade escrita o intuito aqui é abordar o potencial dessas experiências culturais para reflexões importantes na compreensão gradual do funcionamento da notação da língua né afirmando a importância também não apenas mas também dessa faceta linguística né fonológica notacional de uma forma bem diversa das práticas mecânicas e pouco significativas que por vezes vemos por aí então A ideia é essa tá então de uma forma mais Ampla antes de passar para essa especificidade né as experiências com os textos poéticos musicais desenvolvem a familiaridade com a linguagem poética como eu já falei com a
língua materna com suas engrenagens em diversos níveis semântico sintático morfológico fonológico pragmático discursivo né o Claudemir belint ele ressalta os gêneros da oralidade lúdica como pelo potencial escriturário da criança né Ele diz os textos orais da infância estão por detrás de toda a armação de linguagem que o adulto recria posteriormente seja escrita falada pictórica ou mesmo corporal então ele dá muita ênfase a esses gêneros da oralidade lúdica então fornecendo uma memória discursiva intertextual e um estofo linguageiro para leitura e escritas significativas e mais sofisticadas o repertório constitui para esse autor matéria prima para novas interações
com o universo textual em geral e matriz para leitura escrita funcionarem então de início eu registro Esse reconhecimento Mais amplo do valor desse repertório na formação leitora e inclusive formação humana né né como qualquer literatura mas eh me baseando no que diz a Zilma Ramos de Oliveira que é uma autora no campo da Educação Infantil eh de que além da função comunicativa a língua oferece à crianças experiências nas quais brincar com as palavras é a função prioritária é que podemos também discutir sobre o repertório da oralidade lúdica como contexto para brincar e refletir sobre as
palavras oralmente e por escrito contexto jamais pretexto volto a dizer né então trata--se de brincar e refletir sobre aspectos linguísticos fonológicos notacionais no contexto e Na continuidade das práticas socioculturais brincantes né e sem perder de vista o valor cultural e performático ou seja aproveitar a a predisposição da língua para brincadeira Ira com as palavras com as sonoridades para chamar atenção pra dimensão fonológica né Eh e notacional da escrita elementos que são muito importantes mas evidentemente não são os únicos da apropriação da linguagem escrita e nem são necessariamente separados das práticas sociais né As crianças eh
desde cedo elas observam o estrato sonoro da língua oral né nas práticas de oralidade nas brincadeiras e brincando com a própria língua e desenvolvem com isso uma sensibilidade fonológica né E aí eu vou recorrer ao que diz o lúria né que ele fala a história da escrita na criança começa muito antes da primeira vez que o professor coloca um lápis em sua mão e lhe mostra como forma as letras né e lúria diz isso no contexto do que vigot chama da pré-história da escrita né que ele tá referindo ao jogo ao Faz de Conta Ao
desenho como elementos que desenvolvem a função simbólica que é fundamental para desenvolvimento da escrita Mas a gente pode dizer também e eu digo isso me baseando em outros autores também vigotskiano né de que a dimensão sonora da língua constitui também a pré-história da escrita no âmbito da oralidade e da relação oralidade escrita né E aí novamente o Claudemir Belintani ele ele vem dizer né que brincando cantando recitando é preciso escandir separar as palavras em sílabas né Eh e que essa escanção ele diz torna a língua altamente tia na casa da tia unun nã lá vai
a bola gira na roda percebe a segmentação das palavras nos versos né em unidades menores que geralmente são sílabas poéticas revela que a linguagem é segment e desenvolve também né e saber que a linguagem segmentar já é muito importante para escrita e desenvolve também uma sensibilidade essas menores unidades de emissão sonora que são as sílabas né e por isso ele diz que é altamente suas sonoridades contribuindo para que as crianças prestem atenção a essa dimensão sonora e desenvolvam o pensamento metalinguístico falaremos disso que é importante paraa apropriação gradual do funcionamento da escrita e isso tem
relação sim com a consciência fonológica né a gente vai compreender um pouquinho isso por partes mas antes eu quero fazer um parêntese né para desmar isso de o que que é e o que que não é consciência fonológica certo então vamos lá consciência fonológica não é uma atividade perceptiva né meramente perceptiva da da do som é uma atividade cognitiva metacognitiva significa a a a cognição envolve né abstração generalização Eh processos cognitivos complexos né E além disso é uma atividade meta quer dizer que é o pensamento pensando sobre o seu próprio processamento então no caso da
linguagem da atividade meta linguística é um pensar sobre a linguagem pensar sobre a estrutura da linguagem né então não é percepção a consciência fonológica não é necessariamente um treinamento mecânico dos sons da língua né é a capacidade que permite analisar e refletir de forma explícita consciente deliberada sobre essa estrutura fonológica da língua oral tá a consciência fonológica não se reduz à consciência fonêmica né A consciência fonêmica é só um tipo de consciência fonológica que incide sobre os fonemas que é o que são as unidades que estruturam o sistema Mas elas são muito abstratas pros as
crianças não alfabetizadas e começar por aí é um desserviço né então a consciência fonológica é a uma constelação de habilidades que envolvem diferentes unidades fonológicas e a consciência de que a fala pode ser segmentada em diversas unidades e que se repetem em diferentes palavras como os meninos percebendo que entendendo que macaco tem um mar igual de Maria por Exemplo né bom eh não é o estabelecimento de relação entre letras e seus sons não é isso né Isso é instrução fônica que é lá do do método fônico eh é a capacidade de manipular as unidades fonológicas
mentalmente de forma deliberada ou seja identificar isolar manipular comparar combinar seg segmentar diversos segmentos não só o fonema diversas unidades fonológicas da língua tá não se confunde com o método fônico você fazer um trabalho de de consciência fonológica não quer dizer que você tá fazendo método fônico né o método fônico se utiliza desses estudos de consciência fonológica e muitas vezes de uma forma muito reducionista muito reducionista né Eh eh Então nem é o método fônico clássico nem mesmo o cognitivista mais atual que se diz baseado na ciência cognitiva Mas que que faz coisas que a
ciência cognitiva Nem concorda né então o que é é a reflexão sobre a dimensão sonora da língua é isso que pode est em diferentes metodologias certo não é uma propriedade específica a consciência fonológica não é da da a posse do método fônico bom a consciência fonológica não envolve necessariamente um ensino transmissivo artificial descontextualizado de unidade sem significado que são os sons da língua né é uma reflexão que pode se realizar em contexto e Na continuidade de prática socioculturais brincantes e significativas tudo sempre depende do como e isso é feito né então tampouco a consciência fonológica
é o único elemento importante na propria inicial da escrita certo gente não é mas devido ao caráter fonográfico do sistema alfabético né da nossa escrita alfabética eh é um caráter fonográfico ele não é perfeito né senão a gente escrevia como fala mas nesse momento ele tem importância descobrir o funcionamento fonográfico é importante Depois você vai ver que ele não é fonográfico né senão a gente escrevia como falava é mais complicado um pouco e aí a história da escrita vai explicar tudo isso porque que chegou nisso bom dito isto né o brincar com oralidade lúdica aciona
processos que são chamados de aqui no caso a gente tá falando dos processos fonológicos mas tem de qualquer e nível da língua Ou seja o o epilinguístico seria essa sensibilidade ainda não propriamente metalinguística deliberada né consciente mas é a partir deles desses processos ep que podemos e conduzindo as reflexões sobre a língua para processos mais conscientes mais deliberados mais met linguísticos né quando se manipula conscientemente as unidades da língua e se pode refletir efetivamente sobre as palavras então é diferente que os meninos brincam Gabriel o cara de pastel Eles estão só brincando é num nível
epilinguístico de uso da língua de brincadeira com a língua se a gente começar a pensar Gabriel cara de pastel O que é que tem parecido em Gabriel e pastel é no começo da palavra ou é no fim da palavra aí você já começa a puxar né uma reflexão mais e na hora que você bota escrito ali tudo que saiu de Gabriel cara de pastel Gabriel cara de anel Gabriel cara de v tudo que sair e você pode na escrita analisar né como tá aqui Castelo caramelo chinelo né E você vê que que parte da escrita
que é parecidinho como também é parecidinho o som né Aí você já entra num nível mais avançado ainda de reflexão meta ling então Eh agora eu tô falando em refletir né não treinar não memorizar não mecanizar e brincar com essas sonoridades não artificialização né refletindo sobre a estrutura da língua como um objeto de conhecimento no caso do nível fonológico refletindo sobre as unidades fonológicas e a tradição oral ela fornece muitas brincadeiras e textos que favorecem né essa passagem dos processos ep aos processos meta né sem que as reflexões sobre os segmentos sonoros e entre eles
e os segmentos gráficos das palavras percam de vista o contexto poético e brincante dessa oralidade lúdica né então vamos vamos ver uns exemplos já com as unidades fonológicas certo eh quem conhece essa brincadeira pico pico picolé que sabor você quer as crianças ficam com as mãozinhas assim né na mesa e aí pico pico picolé que sabor você quer aí a pessoa diz mor aí faz morango bate na mão dos outros né pico pico picolé que sabor você quer melancia mean o que que eles estão fazendo aí brincando e o que que eles estão fazendo aí
segmentando as palavras em suas unidades mínimas sonoras que são as sílabas né então e a sílaba é uma unidade linguística naturalmente isolável no fluxo da fala né justo porque ela é essa unidade mínima de emissão a gente não fala m a l a a gente fala ma lá tá e nossa língua é muito silábica também por isso é compreensível que as crianças segmentem as palavras em pedacinhos silábicos de forma muito natural desde muito cedo né mas essas aí aí é que tá o pulo do gato mas essa segmentação é muito natural principalmente para as crianças
que TM ricas experiências com esse repertório com a poesia com as brincadeiras da infância né descobrir que as palavras possuem significantes e não significantes sonoros e não só significados é fundamental paraa apropriação da escrita né compreender que um boi é maior do que uma formiga mas a palavra formiga é maior ou que melancia né é um fruto uma fruta maior do que o morango mas é também uma palavra maior porque tem mais pedacinhos né e é a base para compreender o sistema de notação da língua né Então essa Superação do que piag chamou de Realismo
nominal é fundamental para compreender que a escrita nota a língua falada ainda aqui note de uma forma desajeitada e a gente precise da ortografia para de fato reger a escrita né mas essa é outra conversa vocês conhecem a brincadeira do mamãe possuir as crianças fica de um l ficam de um lado e o adulto ou uma outra criança fica do outro é a mamãe aí as crianças perguntam mamãe posso ir as crianças dizem pode quantos passos cinco de quê de sapo aí elas têm que dar cinco pulinhos né E aí vai falando vários bichos até
que elas vê quem que chega primeiro então uma pequena adaptação dessa brincadeira né você tem que o o professor tem que dizer o o o número de Passos sendo o número de sílabas daquele bicho então por exemplo dois pulos de sapo e a as crianças T que pular e dizer o nome sapo três trotes de cavalo cavalo Quatro Passos de elefante elefante tá segmentação também silábica né então gente [Música] eh brincar né e depois pensar nos nomes maiores menores desses bichos já aciona essa segmentação que permite superar esse Realismo nominal e aproxima as crianças né
de uma possível fonetização da escrita só que além da segmentação silábica identificar e dizer palavras que se iniciam terminam com a mesma sílaba identificá-las em diferentes palavras tudo isso também é consciência de sílabas né não tem uma relação com recitar famílias silábicas hã babbi bobo tateti to de forma isolada e mecanicamente as sílabas são unidades fundamentais como eu já disse e justamente por ser essa menor unidade né e elas dão dicas do porque o fonema não tem realidade sonora a gente não fala né então mas o a sílaba da Dica né quando você vê ma
e fa tem uma coisinha diferente e uma coisinha parecida essa coisinha diferente é o fonema então a sílaba D dica desse fonema isso aí é para mais de metro a gente não vai entrar muito nisso hoje e enfim aí a gente tem abacaxi xixi quem não entra É um Sci né uma repetição silábica os bom pessoal acho que a a professora Liane Caiu né Vamos aguardar um pouquinho a gente vem tá analisando Ah tá chegando aí eu digo não vou perdeu a conexão aí tudo bem tudo bem Tem que só botar aí o slide na
na tela de novo e aí achar onde é que eu tô né tô lá na frente Ainda bem que foi rápido né Sim a gente tava aqui na nas sílabas não foi Ixe a a a luz tá tá piscando tá querendo tá então R Rua perua saia do meio da rua né Eh o sapo não lava o pé em si é uma brincadeira quando a gente canta só de cantar já chama atenção paraas sílabas né E para essas unidades vocálicas né esses fonemas vocálicos sa S si você tem aí a mudança da vogal mudando essa
sílabas né então isso é muito interessante para eles irem percebendo esse jogo entre né as sílabas e as vogais que são os núcleos né das sílabas e inclusive assim eh na literatura né não tem não se fala muito na literatura sobre consciência fonológica não se fala muito da consciência de assonâncias e a consciência de nemas vocálicos mas as assonâncias a assonância é um recurso poético que envolve a repetição desses sons vocálicos né Eh e esse som vocálico ele é muito claro pras crianças por quê Porque ele soa a e e soa a consoante não soa
não soa sozinha o nome já diz consoante soa com com quem com a vogal né então a vogal soa e o nome das vogais letras corresponde ao som o som a é uma letra A né E isso favorece muito que as crianças descubram que o que se escreve tem a ver com o que se fala porque elas não nascem sabendo isso né não nasce a gente já teve nossas discussões sobre o o nível pré-silábico né enfim eh então Eh essa para estar atenção a essas ess nesses textos que trazem repetição de vogais né ao ver
ao ao pensar na oralidade qual é o som que aparece com frequência e depois ver o texto escrito e descobrir que é a letra A que é a letra U né vai favorecer muito essa consciência aí né Essa fonetização da escrita essa descoberta de que a escrita nota fala bom eh as rimas né as rimas tem morada certa nos textos poéticos né reinam nas cantigas nas parlendas nas quadrinhas e ela chamam atenção paraa cadeia sonora da fala e essas e a essa unidade rima fonológica totalmente em contexto poético né então tem muitas brincadeiras muitos textos
rimados com esses com esse essa unidade fonológica e muitas brincadeiras que a gente pode fazer por exemplo Quem me der ser agora um cavalinho de luz para dar um galinho Onde está o seu meu filho falou cuscuz percebe que que só brincar de trocar como também tem aqui sou pequenininha do tamanho de um dedal carrega o papai no bolso e mamãe no avental né só brincar de rimar é uma produção de rima Isso é uma habilidade de consciência fonológica né e é uma brincadeira eh as aliterações vamos passar para elas as aliterações que é a
repetição dos sons das consoantes né já vão aproximando as crianças das unidades mais abstratas que são os fonemas né então a consciência de aliteração de fonemas envolve uma sensibilidade à unidade fonêmica mas não é uma consciência plena do fonema ainda né mas olha farofa feita com farinha fofa faz uma fofoca feia veja como o fá de farofa o fe de feita o Fô de fofa o f de fofoca tem sempre uma coisinha diferente que é a vogal e uma coisinha parecida esse sonzinho pequenininho aí que está aí É o quê É o fonema Então não
precisa nada daquilo de ficar treinando a criança dizer som de letra isolada o f artificializado a língua porque se a gente toma esse trabalho gradualmente elas vão chegar nisso no contexto das palavras e no contexto dos textos né chamando atenção para eles então os trav línguas nesse sentido constitui um gênero formado justamente desses Desafios articulatórios que cham atenção pros fonemas em aliteração né em repetição e por isso são muito bons também para quando os meninos estão perto de descobrir o princípio alfabético né então gente as rimas as assonâncias as aliterações são ao mesmo tempo né
[Música] Eh ao mesmo tempo fonológicas que chama atenção para a dimensão sonora da língua né E também favorece a reflexão fonológica em contexto lúdico e poético né ou seja essas sonoridades ela constitui tanto matéria prima da poesia da brincadeira com a língua quanto matéria prima né da descoberta e reflexões sobre o funcionamento da escrita possibilitando então muitas explorações significativas sobre a língua no processo da apropriação da escrita hé então eu não vou desenvolver sobre a questão do fonema porque eh Apesar de que as crianças de 5 anos já podem fazer reflexões fonêmicas em muitos casos
não é o foco da Educação Infantil Então eu vou passar aqui adiante eh o contato repetido nas brincadeiras né com determinadas estruturas sonoras seja as rimas as sílabas as aliterações as assonâncias abre caminho para sua identificação na corrente da fala e pro estabelecimento da relação com os segmentos gráficos né E aí a gente já vai chegando no na escrita mesmo né que a gente tá falando de reflexões na oralidade mas também na escrita que é importante porque a consciência fonológica sozinha não é suficiente né é preciso estabelecer relação entre as unidades sonoras e a grafia
das palavras né Por quê Porque a escrita né ela fornece um modelo de análise do oral né ampliando Muito as possibilidades de reflexão fonológica Quando você vê escrita cai a ficha de muita coisa né então para compreender a relação entre partes orais e partes escritas as crianças se beneficiam dessa materialização né que a forma escrita proporciona então você vê aí meu limão meu limão moiro se você tá lendo ali com dedo você já vai como é versificado né a criança vai se dando conta de que aquele pedaço escrito que é o verso coincide com o
pedaço falado que é o verso né como é versificado e tem um ritmo isso favorece eles entenderem ainda que globalmente que o que tá escrito tem a ver com o que fala gente porque isso não nasce sabendo como eu já disse né bom os textos tradicionais escritos contribuem paraa fonetização da escrita né como eu já falei então aqui eh eh tem essa acompanhar essa leitura dos versos né bom então os depois de brincar muito com os textos né Eh eles fornecem um contexto também para as primeiras leituras memorizados para brincar não com pretexto para alfabetizar
mas memorizados para brincar eles apoiam explorações da relação entre a fala e escrita né o ajuste do que sabe de có a grafia das palavras né aí aquela ah eu acho que Macaca é ali porque maó é igual a Maria e tem um monte de ar ó macaca tem um monte de ar são reflexões da né da relação entre o que se sabe de memória com o que tá escrito além disso favorece a consciência inicial da pal da de palavras que é a consciência lexical né que é a individualização das palavras no texto seja oral
seja escrito a gente não tem tempo de desenvolver muito isso mas é uma outra coisa que também favorece então gente fechando já né Essa parte eh eu queria dizer que sim né a educação infantil tem do meu ponto de vista um papel a cumprir também em relação à apropriação de elementos iniciais do sistema de escrita e sua base fonológica né mas de um modo diverso de práticas mecânicas descontextualizadas que tomam a escrita alfabética como um sistema autônomo de formas abstratas desvinculada das práticas socioculturais letradas e brincantes mas é nem tanto nem tão pouco porque também
a gente a gente não pode considerar o sistema de escrita como algo em si técnico mecânico né tomando o qu pelo como o fato de ter sido historicamente Tratado de uma forma mecanicista não quer dizer que esse objeto de conhecimento em si seja mecânico a forma de abordá-lo vai dizer se se é uma forma mecânica ou não se é uma forma que tá cuidando só da parte técnica ou não né não é a coisa em si é um objeto de conhecimento e um objeto de conhecimento maravilhoso um instrumento cultural que foi inventado pelos povos para
dar conta da escrita né a história da escrita é linda nesse sentido é um instrumento cultural com uma técnica cultural que a gente precisa aprender e E desde cedo as crianças também fazem perguntas sobre isso né O que que tá escrito aqui que letra é essa para que que serve isso elas se interessam não só pelas práticas sociais elas se interessam também nem pelo funcionamento da escrita né então reconhecendo as especificidades da infância e a a potencialidade do Repertório como cultura lúdica e prática de oralidade podemos também considerá-lo como porta de entrada paraa escrita desde
os processos da Educação Infantil inclusive relativa a essas apropriações da escrita alfabética né E aí para fechar minha fala a arrematando eh se por um lado né A gente reconhece né que o interesse em compreender o funcionamento do sistema de escrita e de se apropriar desse instrumento cultural vem a partir das da interação das Crianças com a cultura escrita por outro lado a cultura oral fornece muitos elementos para as crianças brincarem com a língua e aprenderem sobre a escrita né em contextos culturais ativos discursivos e a escola na contemporaneidade principalmente na etapa da educação infantil
tem sido e deve ser mais um espaço de transmissão da cultura oral nas culturas letradas né tendo um papel a cumprir aí né mesmo porque é um espaço em que se brinca se canta se senta em roda para cantar para ouvir história né e isso é muito importante na contemporaneidade que as crianças estão com menos espaços de sociabilidade nas ruas as Praças os Quintais de antigamente então a escola pode assumir né esse lugar de ser o lugar da tradição renovação e invenção a partir desse repertório E aí eu trago Kishimoto né que temos que ter
em vista né como ela argumenta que o jogos tradicionais deixam de ter sua característica básica de veicular Liv livremente a cultura infantil ao priorizar aspectos educativos quando utilizados pela escola e aí eu fazendo O Advogado do Diabo agora né para voltar paraa conversa anterior para dizer que destituídos dessa dimensão cultural interativa estética e brincante de que eu venho falando desde o início né a tradição oral na escola perde né sua potencialidade se esvazia enquanto repertório cultural então então isso precisa estar muito Claro porque é frequente vemos esses textos ou arremedos deles usados na escola com
função utilitária moralizante né para domesticar corpos fazer fila ficar calado costurar a boquinha né e lavar mão dentre outras funções úteis né destituindo esses textos de seu caráter destil que eu falei no início né se eu digo vaca amarela fez cocô na panela quem fala primeiro come todo o cocô dela né Embora tenha a função né Tenha uma função de chamar a atenção das crianças e a silenciar momentaneamente esse feito é pelo brincar né a função primordial não se perde aí o brincar segue sendo a função prioritária né não a utilidade acalma a turma pelo
brincar silencia pelo riso pela interação cultural percebe é diferente quando você usa com a função utilitária na frente então da mesma forma por tudo isso preciso também é preciso também tomar cuidado né ao trazer esse repertório pro terreno da apropriação da escrita porque muitas vezes o texto apresentado de cara como por escrito como produto da escrita né às vezes é ler para brincar quer dizer inverte né O que o que a gente estava falando antes e perdendo o seu caráter de texto oral performático Como já discutido né E aí eu termino com com uma Fala
minha e do Belintani se apoiando também no Jorge Jean que diz assim as crianças escapam da linguagem de todo dia na poesia e na brincadeira e se animam quando escutam uma cantilena um poema uma imagem que lhes diz de outro modo outra coisa diferente das exigidas pelas aprendizagens escolares que saibamos preservar essa potência da poesia dos gêneros da oralidade lúdica da corporalidade ao tomá-los no terreno da escola da formação leitora e em especial no terreno do útil da alfabetização então é isso gente eu espero que vocês tenham aproveitado essa prosa que brinquem brinquem muito na
educação infantil em especial com essas crianças que ainda sem entender a pandemia encontraram as dores vinda com a força das Águas no Rio Grande do Sul que elas possam encontrar na escola alegrias culturais né com as alegrias musicais e literárias discutidas por Jorge Sider no livro alunos né que diz para crescer harmoniosamente a criança precisa munir-se de alegria no presente né e Paulo Freire no prefácio desse mesmo livro emenda lutar pela alegria na escola é uma forma de lutar pela mudança do mundo e não há esperança sem alegria é isso gente muito obrigada pela escuta
e eu queria aqui eh most trva um pouquinho das referências deixa aí as referências um pouquinho é algumas não todas né agora tem uma uma brochura que já tem quase 15 anos essa brochura que eu escrevi já tem uns 15 anos vai virar livro futuramente Mas ela já traz algumas discussões né do que eu falei aqui hoje ela tá disponível para download no repositório da UFBA é isso RCA muito obrigada pela tua fala né a gente tá assim eh acompanhando um pouco os comentários né E também comentando nós né nos Bastidores aqui o quanto é
importante eh trazer de uma forma poética artística né eh contextualizada todas essas né esses exemplos que tu fosse apresentando ao longo da tua fala e que foi tocando a parte eh de memória né a parte da infância de muitas pessoas que estavam aqui que foram colocando né várias vezes eh nos comentários eu me lembro dessa música Ah isso eu vou cantar e vou fazer na minha aula enfim né então eu mesmo quando né tu fosse trazendo alguns exemplos eu fui me lembrando de outros porque eu era do tempo que eu brincava na rua né então
eu tinha uma turma de crianças num quando lá no prédio onde eu morava e as crianças da rua e a gente saía para brincar e brincava né mamãe posso ir quantos faz Tod essas brincadeiras aí né que tu fosse falando e outras que foi eh a partir da tua fala ativando aí na minha memória né então muito obrigado por esse momento né de nos encontrarmos com questões lá da nossa infância e também ir ressignificando no Nossa prática né junto com os nossas alunas né na universidade e também nesse curso de formação aqui eu vejo as
professoras também repensando e trazendo assim o quanto é importante que seja significativo para o professor né Para que também possa ser né com as crianças e e é isso né eu penso eh como colocou Giane aqui né o professor também precisa se sentir desafiado e Encantado e incluso no momento brincante Então não é algo que a gente propõe eu acho que né que captou bem a né a proposta e não é algo que a gente vai trabalhar com as crianças algo que a gente vai propor no sentido né hoje eu vou fazer esta tarefa não
é tá totalmente imbuído da experiência né exatamente experiência é a palavra né É É você brincar junto viver junto essa experiência intergeracional né então eu me lembro um pouco também eu trabalhei com a educação infantil uns 14 anos mais ou menos eu era professora e eu me divertia muito nas aulas né então Eh tu tá ali junto com as crianças te divertindo também se permitindo né Não sei se a Carol quer falar alguma coisa não eu ia só destacar Lica também né da os parabéns aqui a tu Não foste acompanhando mas né teve muitos elogios
aqui muitas menag vou L tudo depois muitas mensagens de de gratidão também né as as as diferenças que tu foste trazendo ali do que é e do que não é consciência fenológica né Qual o intuito né de de de de considerar né Essas práticas e essas experiências na educação infantil e um dos comentários traz um pouco justamente disso que a Gabriela mencionou né E tu estavas comentando também então vai nessa direção por isso eu vou colocar a Zumira eh destacou que mora em uma cidade muito pequena né e não há traços específicos de tradição H
mesmo que se pregue a colonização são Gaúcho não há o cotidiano né não há no cotidiano eh esse Resgate E aí ela pergunta como resgatar qual caminho buscar né que que sugestões que possibilidades H tu Poderias pensar conosco também né A partir um pouco da do trabalho que tu vens eh fazendo né das pesquisas que tu tens eh desenvolvido Então na verdade assim todos os povos e todos os territórios têm seus textos de referência embora né muitas vezes eles estejam se perdendo né por conta das novas práticas brincantes das novas experiências com as telas com
com né com a dificuldade também de est né na cidade nas praças nesses espaços de sociabilidade é verdade né Mas sempre tem então precisa pesquisar Então eu acho que pesquisar numa cidade pequena pesquisar com os mais velhos né E são textos Carol sempre eh eh que tão dentro das contradições da sociedade né então eles trazem a marca da colonização eles trazem a marca eh dos diferentes povos que nos formaram faz parte isso né Assim como tem os que são mais nacionais digamos assim que são mais conhecidos de todos né que podem também pras crianças novas
que estão chegando no mundo pra gente já é meio batido para eles não né então tem muito texto que pra gente já já cansei disso né se essa rua se essa rua fosse minha que é uma linda que eu amo e que as gerações novas não conhecem né os meninos aí interpretes estavam dizendo que não conhece o boi Barroso não é então assim eu penso que é uma pesquisa com as pessoas né fazer levantamento iso é muito interessante você fazer inventários culturais as escolas promoverem a a produção de inventários culturais na comunidade se é uma
cidade pequena ali com os pais com os avós né Isso é muito interessante porque você tem da sua escola você pode ter montado né um acervo interessante pode gravar essas pessoas cantando eu na minha disciplina de alfabetização na universidade eu um dos trabalhos deles é fazerem os mini acervos de de memória deles né e é muito interessante porque tem gente que diz ah eu não lembro nada e aí começa a conversar com a avó com a tia com não sei quem com aí começa a vir né E então quando a gente vai falar de texto
da tradição oral na alfabetização eles já estão munidos com essa com esse repertório com esse acervo né então eu acho que pode pesquisar Sim porque T tem ão lá eh os elogios aqui não não não não param né em termos de da abordagem né dos exemplos também da parte teórica né Muito embora como tu mesmo dissesse é muito rápido Tem coisas que não teria como abordar né mas eh de qualquer forma né Eu acho que ficou também bem bem forte né na na fala da de várias pessoas que estão aqui assistindo a importância do conhecimento
né do professor então nós precisamos estudar saber não quer dizer que nós vamos nomear para as crianças este gênero é tal isso e aquilo a sílaba não sei o quê porque na verdade né a toda a tua fala foi no sentido não foi no sentido de uma pré-alfabetização preparação para alfabetização né o método tal método aquele Então na verdade Tu vai trazendo o quanto essas experiências né com os diferentes gêneros aí que tu fosse trazendo né ele eh propicia no cotidiano né nas brincadeiras nos desafios nas né nas diferentes experiências voltando ao termo eh na
educação infantil desde a educação infantil eh principalmente paraas crianças que não têm essa possibilidade falasse muito rapidamente né de vivenciar isso nas suas casas em geral a gente coloca né Eh principalmente eh tem um divisor de águas aí na questão da escola né pública escola eh privada mas eu penso que hoje também né talvez até trazendo para problema matizar muitas vezes mais do que isso não se tem tempo e a cultura de brincar com as crianças os adultos os pais né aquilo que se fazia colocassem a questão da das cantigas de nin desde que né
que que as crianças os acalantos né Eh isso conforme as crianças vão crescendo os pais não vão Tendo também muito tempo de ficar com as crianças e brincando e tal e a educação acaba né muitas vezes assumindo o papel de ampliar esse repertório ou de trazer esse repertório para que as crianças possam né Eh como uma consequência n e e fazendo um processo de consciência fonológica sem mesmo saber o que não importa que saiba que tá fazendo consciência fonológica Ela precisa é viver isso né E aí é aquilo que eu falei né a a a
educação infantil A tem uma responsabilidade assumir aí nisso né justo por essas questões que você traz E aí não dá para você simplesmente pegar o CD da Galinha Pintadinha e botar rodando lá pra criança tá ouvindo e acabou entendeu não se trata disso eh se trata de herança cultural do nosso povo e a gente precisa né sair da forma musical como se coloca nessas nessas mídias que nem sempre é a mais agradável aos ouvidos né a o o ritmo a música que parece que nem muda a música é tudo igual né Tem uma padronização eh
Às vezes a voz é estridente perde toda a performatividade né E principalmente a experiência porque você botar você e o CD ali ouvindo mediatizado não vai significar O que significa o professor sentar para brincar com as crianças né então é nesse sentido do papel que a educação infantil pode né nisso mas nessa perspectiva Hum que você bem Fala aí retomando a tua própria fala né em outras palavras eh Sim essa esse momento de interação significativa né Ele é super importante né dos afetos mediadas por afeta né Yolanda Reis fala muito nisso né Essa questão da
triangulação entre enfim não sei Carol se tu queres colocar mais alguma coisa né acho que assim eh só respondendo algumas questões de ordem prática né a Live está disponibilizada né ela depois será utilizada nos momentos de Formação Nós Vamos retomar com os formadores estaduais os formadores municipais para chegar até as professoras né e e discutindo e trazendo esses exemplos assim e também tornando significativo nas próprias formações para que chegue aonde a gente quer que chegue que é na no cotidiano com as crianças na sala de aula né então só respondendo aí Alguns alumas questões e
basta colocar o nome da professora né Liana Liana Araújo no Google e vai aparecer o laboratório né as os textos uma série de no no link Tree do Instagram que eu botei aí o o endereço né Eh tem os artigos tem as coisas que as exp ações né também sobre esse assunto para quem quiser pesquisar mais eu queria responder a pergunta de Diane que ela fala que hoje temos algumas discussões sobre o Politicamente correto algumas cantigas como atirei o Paulo gato acabam sendo deixadas de lado ou adaptadas Mas e a herança cultural como fica né
Essa essa questão é uma questão muito polêmica né teria que ter bastante tempo pra gente discutir sobre isso mas repara eh atirei o pau no gato que é o exemplo que ela traz é uma brincadeira que e com com essa né dona chak admirou CC aquilo que eu falava de né da da duplicação das sílabas finais das palavras e a brincadeira das crianças o que as crianças estão fazendo ali é esperando o miau para cair que é isso que elas querem né então assim a O que conta é a melodia é a brincadeira com as
palavras não é o sentido daquele texto né ninguém sabe de criança que sai maltratando o bicho às vezes você fala ah mas olha o gatinho coitado a criança não se deu nem conta que o texto estava falando aquilo né ela vai pensar na hora que chama a atenção dela né então quando você faz uma versão politicamente correta Não Atire o Pau no Gato você chama atenção pro conteúdo que não é o que tá em jogo nesse gênero não é o que tá em jogo nesse texto né E aí você óbvio que se a questão aparecer
a gente conversa é para isso que serve a educação a gente conversa a gente faz a mediação né outro exemplo eh eh o cravo brigou com a rosa debaixo de uma sacada O Cravo saiu ferido e a Rosa despedaçada para minha pessoa na minha infância sempre foi uma história de amor e o cravo se deu mais mal do que a Rosa ó o cravo ficou doente a Rosa foi visitar o cravo teve um desmaio e a Rosa pôs-se a chorar para mim é uma história de amor né E tem pessoas fazendo uma leitura de que
é violência doméstica e de que não deve cantar para as crianças porque é violência doméstica quer dizer você pegar uma ideia simbólica e metafórica de despedaçada e entender como uma porrada física é um pouquinho demais né Isso é e querer eliminar a cantiga eu digo Escute as crianças escute o que é que elas vão interpretar disso escute o que elas vão achar dessa história antes você é como o Zé diz né Pinduca sempre diz você tá tá querendo ser muito sabido de saber até o que o outro vai interpretar então assim para uma criança pode
ser que o que ela viva em casa faça ela interpretar como violência física doméstica né porrada e talvez para essa mesma que ela que seja mais necessário cantar porque é no simbólico que a gente resolve essas coisas né E que e O Ilan breman ele vem falando muito disso que a gente tá né higienizando a literatura os textos tradicionais que fazer uma higienização e deixando de de fazer uma cama simbólica confortável onde as crianças vão trabalhar suas coisas né E aí faz faz de conta que a criança não tem medo que a criança não pensa
coisas ruins que que é tudo cor de-rosa isso é perigoso isso é muito perigoso Entendeu agora tem algumas cantigas que TM um um teor mais preconceituoso tem porque aquilo que eu disse eh Elas são fruto das contradições da da nossa sociedade o boi da cara preta na origem tem relação com com a escravidão mas hoje por exemplo a Canastra canta o BO da cara preta e boi de várias outras cores cantava para Joaquim nosso filho várias outras cores e eles cantam o boi boi boi boi do olho castanho pega esse menino que dormiu sem tomar
banho porque o que importa é a rima é o ninar né então assim você não tá confortável de cantar uma determinada cantiga porque para você Te acessa uma coisa mais difícil Ok não cante essa Cante outra né agora Essa militância do Politicamente correto que quer eliminar todas as can chicotinho queimado Ah tem relação com a escravidão não não importa qual foi a origem hoje é brinquedo de criança não se relaciona mais com isso né escravo de Jó etc etc Então a gente tem que ser ponderado né em como a gente lida com essas questões Mas
isso era é é discussão para metro né Só dei uma CL matemática muito importante né e que não se esgota aqui né muit muitas questões envolvidas ex mas eu acho que é isso né a eu penso né Eh que essa essa Live né é um primeiro contato o ideal seria retomar parar fazer anotações numa situação de estudo mesmo né e porque foram muitas informações né muitos aquele quadro mesmo que tu apresentas eh nós estava conversando aqui nos Bastidores eu e a Carol né sobre o que é e o que não é consciência fonológica que ela
que ela precisa ser ponderado linha por linha né então Eh É isso aí mas eh já estamos 10 paraas 9 né a hora boa falei muito não não eu acho que tá ótimo é mais ou menos o que a gente tinha combinado em torno de 8:30 15 pras pras 9 né E claro que também não precisamos ser assim eh e inê é e a gente vê aqui que o o o público tá né Eh firme e forte Então é isso Muito Obrigada Lica mais uma vez tá por nos agraciar aí com tanta conhecimento delicadeza né
Eu sempre brinco com a com a essa a fala da Lica ela é sonora né o sotaque para nós né Eu gosto de escutar parece que a liga tá cantando então Eh também encanta e nos faz pelo menos a mim né me faz prestar bastante atenção e e e ter um algo assim prazeroso de te ouvir tá obrigada mais uma vez muito obrigada a todos que e todas que nos assistiram né e é isso seguimos aí também quero agradecer isso eu ia dizer Gabriela quem sabe antes de encerrarmos né Nós deixamos a a Lica fazer
o o encerramento E aí sim depois então né Nós finalizamos a a transmissão pode ser fica à vontade Lica Então tá gente eu eu agradeço a todas e todos né e eu termino eu vou ler todos os comentários que aqui durante a Fala Eu não consigo né e eu fico muito feliz de que toque o coração de vocês né e eu vou terminar com a quadrinha de bicho do Sul aliás de uma ave para dialogar com o trio de cantigas de aves de Pinduca que é assim eu vou dar a despedida como deu quero quero
depois da festa acabada pernas para que te quero mas ó eu só vou porque não sou daqui sou lá de fora né mas eu vou levando comigo as alegrias desse momento com vocês e deixo quentinho de alguma alegria com vocês tá bom e muita força para seguir aí com o que ainda tem que de desafios é isso muito obrigada então Lica obrigada a todas e todas que estiveram conosco né nesse segundo en nesse segundo momento do seminário né e nos encontramos amanhã então em mais uma uma live Uma boa noite a todas todos e obrigada