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[Música] Olá boa noite sejam muito bem-vindos ao Roda Viva estamos ao vivo para todo o Brasil pela TV Cultura e emissoras afiliadas também é possível assistir este e outros programas em tempo real no nosso canal do YouTube ou a qualquer tempo pelo cultura Play o estado de hoje se tornou um dos cientistas de maior renome no mundo com uma pesquisa Ampla mas que se dedicou largamente a estudar e pesquisar a possibilidade de vida em outros planetas que não a terra combinando seus conhecimentos de astrofísica com um pensamento filosófico e espiritual igualmente profundos ele se tornou
um escritor celebrado e bem fora de qualquer caixa ele está no Brasil justamente para lançar o seu novo livro O Despertar do universo consciente pela Editora Record no qual propõe um pacto da Humanidade para salvar a terra do colapso o seu Manifesto é por uma visão biocêntrica que reconheça portanto a centralidade da vida e a terra como o planeta que até aqui é o único no qual sabemos que ela é capaz de prosperar Vamos então embarcar nessa viagem rumo a um futuro possível para uma vida na Terra com o astrofísico e professor Marcelo gler Marcelo
glazer nasceu em 19 de Março de 1959 no Rio de Janeiro é formado em física pela pu R com mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado no Kings College de Londres desde 1991 é professor e pesquisador no Dart Mouth College nos Estados Unidos em 2019 foi o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio templeton tido informalmente como o Nobel da espiritualidade acaba de lançar seu 12º livro O Despertar do universo consciente um Manifesto para o futuro da Humanidade para entrevistar o Marcelo glazer nós convidamos Giovana Girardi chefe de reportagem da cobertura socioambiental da
agência pública Salvador Nogueira jornalista de ciência e colunista da Folha de São Paulo Denis Russo burgerman ex-diretor de redação da super interessante e ex-editor chefe do Greg News Ricardo gando astrofísico no Observatório Nacional e Marcelo yamachita professor do Instituto de física teórica da Unesp e diretor do Instituto questão de ciência contamos ainda com os desenhos em tempo real do nosso Luciano Veronese boa noite Marcelo obrigada por voltar ao Roda Viva tantos anos depois com um livro novo que tá aqui comigo recomendo a todo mundo tá chegando as livrarias ess esta semana e eu queria começar
te perguntando sobre ele porque esse é o primeiro livro no qual você propõe textualmente O Manifesto Manifesto pressupõe aí algumas coisas que você está dizendo que não servem mais que precisam ser mudadas esse Manifesto contém uma série de críticas inclusive ao pensamento Cent consagrado algumas teorias científicas muito caras à sua área inclusive em resumo pra gente smilar ao longo do Programa Qual é o manifesto que você propõe para salvar o planeta e pro futuro da humanidade boa boa pergunta né quer dizer tem um livro inteiro né que Conta essa história depois eu devo dizer super
grato de estar de volta aqui eu acho que eu apareci no Roda Viva em 1997 pela primeira vez quando tinha quando lancei meu primeiro livro Dança do Universo então tenho temp toda uma carreira né que passou desde aquele momento e estamos de volta aqui e um olhar bem diferente eu acho porque naquele primeiro livro eu conto um pouco a história de do universo né de como a humanidade entendeu ou tenta entender o que que é o universo né e aqui eu tento contar uma outra história a história de quem somos nós nesse universo e e
contar essa história de uma forma muito diferente da forma que ela é contada em geral não só pela comunidade científica nas escolas também né e a ide e a urgência desse dessa dessa nova narrativa de quem nós somos vamos dizer assim vem da Encruzilhada em que o nosso projeto de civilização se encontra né chegou um momento não sei se porque eu tô ficando mais velho que eu comecei a falar assim será que o caminho que a gente tem pro futuro da humanidade é só de destruição ambiental e a si mesmo né a nós mesmos ou
será que existe um outro jeito de contar essa históriaa né né E esse aqui é o meu esforço nesse livro e no Manifesto eu confesso que eu relio O Manifesto Comunista do do Marx engles porque eu queria entender Ok como é que se escreve o manifesto né tem toda uma técnica para isso e você então tem que como você mencionou muito bem Vera tem que você tem que começar a construir um argumento de por esse momento de transformação é necessário no mundo primeira parte e a segunda parte e o que que você vai fazer então
o que que você propõe fazer então para que essa transformação seja efetuada E aí é isso que você faz ao longo do livro A gente não vai dar spoiler aqui mas vai trazer aos poucos essa discussão Denis por favor prazer est aqui Marcelo prazer est aqui no programa prazer ler seu livro eh a gente se acostumou nos últimos anos a ouvir defesas da ciência né você faz uma condenação bastante incisiva da ciência né você e critica bastante duramente a contribuição da ciência a esse projeto de sociedade que a gente implementou né n Aliás você faz
uma uma tipificação criminal né você acusa ciência de assassinato né assassinou o espírito que alenta a natureza são as suas palavras no livro né eu queria eh que você falasse um pouco sobre isso eh no que que a ciência errou eh e o o que que tinha que mudar na ciência Pois é a gente tem uma narrativa da ciência heroica né vamos dizer assim né de Que Nós seres humanos somos aqueles que conseguimos desvendar os grandes segredos da natureza e e portanto melhorar a qualidade de vida da humanidade Essa é a missão em princípio da
ciência aquela que a gente realmente né E isso daí em parte é verdade não tem menor dúvida né mas quando a gente fala de ciência em geral a gente pensa em quem a gente pensa no Newton a gente pensa no Galileu a gente pensa no Einstein a gente pensa menos agora todo mundo tá pensando no openheimer Mas isso é é agora né Mas antes a gente pensava só nesses visionários que criaram realmente mudanças de como para de paradigma né de como a gente vê o universo sem a menor dúvida mas tem um outro lado da
ciência que é um lado que é cooptado pelo capital entendeu a ciência sempre serviu o poder né começando com Arquimedes na Grécia antiga ele ajudou o rei de siracusa a defender siracusa contra os navios Romanos criando catapultas e espelhos e não sei o que então não existe só esse lado heróico da ciência existe um outro lado também que é um lado muito importante que é um lado que dos últimos 300 anos 400 anos transformou o mundo de uma maneira muito incrível que deu muito certo até o momento que não dá mais que é o desenvolvimento
de toda a máquina industrial de toda a tecnologia e então a crítica não é a ciência em si isso é muito importante da gente deixar isso muito claro eu passei a minha vida inteira fazendo ciência Então não é esse o ponto é como a ciência é usada pelo poder e até que ponto o cientista perde o controle das suas próprias ideias quando existe esse pacto vamos dizer assim um pacto com o diabo entendeu que é entre a ciência e o poder e o openheimer esse filme aí que sete Oscar agora é um exemplo perfeito desse
desse problema né que os caras brilhantes Geniais fizeram um projeto porque tinham um medo de que se os nazistas desenvolvessem a bomba atômica ia ser muito pior Então a gente tem que usar as melhores mentes no caso da Europa na época para criar essa essa essa nova arma antes dos nazistas faz sentido mas na hora de decidir quem vai usar ou não essa bomba depois que os nazistas já tinham saído da Guerra então aquele argumento principal já já tinha acabado Mas eles usaram os americanos usaram a bomba em Hiroshima e Nagasaki Por quê os cientistas
não tinham nenhum poder nessa decisão então quando a gente fala de ciência a gente não pode ter uma mentalidade inocente do que que ela é e é por isso que eu Trago essa conversa nesse em outros livros também Giovana Olá obrigada gente pelo convite Olá Marcelo um prazer estar aqui com você Muitas das coisas que você aponta nessa crítica que você faz à Ciência e e principalmente na relação que a gente tem com o planeta a gente já escuta há alguns anos por exemplo da voz de ambiental as ou da voz de lideranças indígenas até
alguma uma das que você cita no livro né que é o Ailton krenak Eh Ou até do de figuras religiosas como o Papa Francisco Por exemplo essa ideia de nossa casa comum ou não existe planeta B Só existe esse planeta eh Por que que você acha que foi importante trazer um cientista um cientista de hard Science da física fazendo também esses comentários que assim a gente já escuta Por que que é diferente estar por que fica diferente quando essa interlocução Vem de um cientista Então o que eu tento fazer é uma uma uma dentro das
minhas possibilidades é uma grande síntese do pensamento humano né então eu trago o elemento religioso espiritual no livro o elemento filosófico o elemento político e ficava faltando o elemento científico né de como que a gente pode usar a ciência moderna para dar para apoiar a causa de sustentabilidade e de mudança de mindset de como a gente se lidar com o mundo né porque que a narrativa que eu critico no livro científica é o que a gente chama de copernican ismo que Coitado não tem nada a ver com o pobre do Copérnico né então o primeiro
capítulo do livro acho chama Copérnico morreu Longa Vida ao copernican ismo né porque o Copérnico sugeriu eu vou contar isso um pouquinho em detalhe porque eu acho fundamental pra gente se situar legal aqui na na no a base do seu livro né É porque é fundamental isso né que ele falou o seguinte que a Terra é só o planeta antes dele por exemplo se a gente perguntasse pro Pedro Álvares Cabral Ei em que planeta que você mora em que universo que você mora ele ia falar Ah pois a terra no centro de tudo que sem
se mexer Tudo Girando em torno da gente essa esse universo cebola vamos dizer assim medieval né e e nós éramos centro o centro matemático do universo o centro físico do universo porque tudo caía aqui na terra e o centro teológico do universo então era um tripé né de de centralidade aí o Copérnico propõe Sem prova de que não pera aí a Terra é só um planeta feito Marte Júpiter etc a gente perde essa centralidade né e a revolução copernicana que se segue a isso que não foi feita por ele mas foi feita pelo Galileu pelo
Newton pelo descart né para essas pessoas o grande Kepler também ela então Eh ela prova essa ideia do Copérnico Realmente isso é verdade né A a terra então deixa de ser central e ao mesmo tempo teologicamente quando isso é uma história muito longa mas eu vou super resumir quando o monoteísmo Toma Toma Posse vamos dizer assim da do mundo ocidental né uma das coisas fundamentais você lê na Bíblia direto é que Deus criou o mundo para servir a humanidade não você daí se faz aí esse é seu domínio né os animais você dá os nomes
você faz o você quiser então o que antes no início da nossa civilização antes da civilização agrária com os caçadores coletores a terra era Sagrada ela era venerada ela era protegida ela espiritualizada ela era cheia de deuses e não existia uma separação entre o espírito e a matéria vamos dizer assim quando vem a monoteísmo os deuses vão pro céu viram um conceito abstrato a terra Deixa de ser sacralizada e ela é literalmente dessacralizada e objetificada por causa disso a ciência amplifica Essa visão no sentido que é o planeta terra é só um planeta e aliás
pessoal quanto mais a gente aprende pelo sobre o universo mais menos importantes nós ficamos né porque a terra sai do centro mas era o sol aí pera aí não é mais o sol porque o sol só uma estrela e existem eh 200 bilhões de estrelas só na nossa galáxia Mas aí tem a nossa galáxia E literalmente 100 Anos Atrás Centenário da descoberta do Edwin Hubble astrônomo americano que dizer que não a galáxia não é a Vi láia a única existem bilhões de outras então quanto mais a gente vai aprendendo sobre a história do universo menos
Central menos importante o planeta E aí a extrapolação que eu critico direto no no no livro porque é uma extrapolação que vem num pensamento astronômico dissociado de um pensamento sobre a vida que é a ideia de que é o é a ideia da indução dos grandes números né você fal Ah tem tanto mundo aí as leis da física e as leis da química são as mesmas no universo inteiro portanto a vida deve ser abundante no universo inteiro isso em Física Algumas pessoas usam tem um nome isso chama princípio da mediocridade que me faz chorar de
noite né de achar que esse nosso planeta é medíocre isso daí é uma violência entendeu então é contra essa narrativa da desimportância da mediocridade do nosso planeta e da vida nele que eu faço essa crítica à Ciência não a ciência obviamente não a ciência que a gente tá estudando para descobrir o universo mas como ela tá sendo interpretada né E como a gente precisa mudar essa história para poder ter um futuro vamos chamar o cientista para essa crítica então Ricardo exatamente Obrigado pelo convite Vera é um um prazer uma honra enorme est aqui hoje né
você falou do da dança do universo você l soui em 97 eu tava entrando em Astronomia no frj nesse ano então certamente uma referência quando foi anunciado que ia participar monte de estudante colega amigo falando ah parabéns tudo então é realmente você é uma grande referência e eu queria pegar algumas coisas que foram faladas aqui né Eh você falou que você sentiu um chamado né chegando para para fazer esse Manifesto você falou sobre a ciência ser cooptada e e eu lembrei de um um causa né quando você faz divulgação Científica conversa com com grande público
sempre tem uma coisa de de arrepiar o cabelo né então falou que por exemplo o asteroide né a gente busca asteroide para proteger a terra evitar o impacto né que que acabou com os dinossauros era uma invenção da astronomia para ganhar dinheiro né tem essa velha história e achei curiosíssimo esse esse assunto né Eh a gente tá falando aqui de futuro da humanidade mas sempre que a gente fala da asteroid veio o fatalismo né quando acontece alguma coisa vem asteroides e hoje em dia na verdade já fala que a humanidade é o próprio asteroide né
então eh como é que a gente consegue se livrar desta asteroide que já tá aqui né evitando eh e buscar o futuro da humanidade Então o que não falta é cenário distópico né você pega aí os intelectuais públicos do mundo inteiro inclusive o harari que é um cara que tem uma voz gigantesca né E E você tem vontade de chorar né porque é tudo o fim do mundo tá chegando Se não formos nós a intelig artificial que nós estamos desenvolvendo então Eh eu meio que cansei dessa história entendeu Falei mas será que só dá para
pensar dessa forma Será que nós somos assim tão horríveis ou será que existe dentro da gente a possibilidade de uma mudança que não vem só da cabeça e da apropriação da ciência para ganhar mais dinheiro pelas grandes empresas mas que vem também do coração da nossa ligação evolutiva de 300.000 anos de homo sapiens na terra em que não existia civilização não existia em tecnologia agrária existiam bandos de pessoas completamente integrados com mundo natural aí tudo bem a gente desenvolveu essa civilização agrária que tem grandes vantagens né porque obviamente a gente pode dar mais comida para
muito mais gente porque a gente pode isso é muito importante também a gente pode começar a controlar a natureza essa ideia do controle né de que quando a gente desenvolve tecnologias a gente tá controlando várias partes da natureza e aí a gente eh começou a se sentir meio que donos desse pedaço aqui né bom esse planeta é nosso a gente faz dele o que a gente consegue destruir montanhas cavar túneis né fazer canais plantar destruir florestas então a gente faz o que a gente quer desse lugar com a tecnologia Então não é que a culpa
é da ciência vamos dizer assim mas de como a ciência é usada por uma humanidade que tem valores morais completamente dissociados da importância desse nosso planeta e isso é que precisa mudar né então é daí que veio o chamado como você falou entendeu eu falei cara não dá para continuar com essa história a gente tem que ter uma outra história Então o que eu tento fazer no livro é recontar a história de quem nós somos de uma forma que enalteça tanto o planeta quanto a vida nesse planeta e que coloca a nossa posição enquanto espécie
capaz de contar histórias de criar Memórias de ter uma narrativa que você sabe disso muito bem que conta a evolução do universo Olha que coisa incrível que a gente fez né então botar essa bola para cima que é a história da nossa ciência que a gente faz né E como que ela pode ser importante para ajudar nessa mudança de paradigma que a gente precisa ter nesse momento Então é por aí Salvador Boa noite Marcelo prazer est aqui com você e olha fiquei muito intrigado pelas ideias desse livro algumas me dão um pouco de aflição eu
espero que a gente possa falar um pouco sobre elas eh na noite de hoje eh A começar por por esse esse paradoxo eh que eu percebo que é assim a gente atribuir um um uma culpa à ciência ou uma responsabilidade Pelas nossas agruras eh quando na verdade e a minha percepção é que ao longo dos últimos séculos foi a ciência que permitiu a nós mesmos percebermos o impacto que nós causamos no planeta e a gente vive uma circunstância hoje muito especial de civilização em que a gente se revolta com coisas muito ruins e tendem a
surgir coisas muito piores quando a gente eh produz essas revoltas e eu tenho a sensação de que um ataque à Ciência ainda que transversal ainda que cheio de ressalvas pode levar um caminho mais perigoso do que aquele que a gente já tá trilhando eu me pergunto foi uma preocupação para você tratar a ciência com esse olhar crítico que eu acho que é importante mas num momento tão delicado em que a gente vê movimentos anticiência crescendo e pessoas questionando resultados científicos eh crises sanitárias de saúde eh de todo tipo ambientais por conta do descrédito a ciência
afinal de contas a ciência tem nos alertado sobre as mudanças climáticas tem nos alertado sobre a devastação do meio ambiente tem nos alertado sobre o perigo de pandemias e ainda assim parece que boa parte da sociedade movida por um sentimento anti científico eh não tá disposta a fazer as mudanças e adotar as ações que são necessárias te causou uma preocupação isso com certeza e não é essa a ciência né que eu tô criticando isso é muito importante da gente entender também o que eu tô criticando Não é vamos dizer assim o desenvolvimento da ciência das
tecnologias que como você falou muito bem que seria de da gente se não tivesse vacina ou se não tivesse penicilina né então eh não é esse o ponto o ponto é uma narrativa da ciência que diminui a importância do planeta que nem se preocupa com a importância desse planeta entendeu isso sim que me tira o sono de noite então não é que a gente falar a ciência que ela fez Monstros né quem faz a ciência é um corpo de conhecimento criado pelo ser humano Então vamos fazer uma separação de águas fundamental aqui né A ciência
é um corpo de conhecimento criado por nós né o uso da ciência serve a propósitos muito diferentes o mais nobre deles como você muito bem mencionou é salvar vidas e melhorar a qualidade de vida do ser humano né e criar uma narrativa de compreensão de que mundo é esse em que a gente vive tudo isso óvi gente é fundamental né mas a gente não pode esquecer né que a gente tá vivendo um momento em que a história que a ciência conta de que nós somos tão pequenos e tão insignificantes no universo é só essa que
eu tô falando não é a ciência entendeu é essa interpretação copernicana do nosso planeta e da existência da vida nele Esse é o foco da minha crítica Então eu não sei se eu me expressei bem no livro né quando eu falo ela assassinou a alma da natureza que eu quis dizer com isso né que foi foi o que você Men fonou né eu não quis dizer que a ciência que é grande como é que eu vou falar uma coisa dessa né eu tenho sido a voz da ciência durante décadas não é esse o ponto né
mas é muito bom que você tenha levantado esse ponto Porque é importante as pessoas ficar bem claro isso né O que a gente precisa é usar a ciência para mostrar o quão importante esse nosso planeta é e é essa crítica que eu faço então quando a gente pensa na na narrativa normal da astronomia sobre o planeta terra e sobre a busca por outros planetas né a gente tá sempre procurando pelo planeta que é parecido com a terra né a ideia do né o é a terra 2.0 né aquela coisa assim né Será que existe esse
mundo ou não existe esse mundo e quais são os parâmetros dessa busca e como que a gente determina esses parâmetros é aí que a análise séria dessa crítica científica entra no livro né e é essa ciência que me preocupa não é que a ciência é o bandido aqui muito pelo contrário é o uso da por isso que eu mencionei pro Denis também a questão do openheimer né porque é o uso de como é feita a ciência que é fundamental então a big Farma né a farmacologia de grande porte você consegue fazer insulina por um preço
muito mais baixo do que quando você vende a insulina então a insulina ajuda é a criação da ciência mas o preço caro da insulina inviabiliza que muitas pessoas que não podem pagar esse preço usem a insulina então a ciência ela é impotente com relação a isso né Então essa é a é o que eu chamo de a cooptação da ciência né em termos de de poderes que não servem o propósito humano né e eu quero voltar a ciência que pode servir a esse propósito humano Então na verdade eu tô fazendo para mim o que eu
chamaria de uma defesa da ciência e não um ataque à Ciência Marcelo pra gente fechar a roda Olá Marcelo boa noite prazer estar aqui e a a tese Central desse seu novo livro é é trazer a ideia de uma ressac realização da da natureza né trazer esse respeito sagrado à natureza para que para que o ser humano volte a preservá-la né Eh nós somos físicos nossas ciência é uma ciência empírica que se baseia em experimentos em dados experimentais e a humanidade tem um experimento de pelo menos 2000 anos que mostra que a gente não consegue
chegar a um consenso daquilo que é sagrado né então crucificam pessoas queimam-se mulheres jogam-se aviões em edifícios né então a minha pergunta é como é que você essa sua tese essa sua hipótese eh você consegue construir um consenso em torno da sacralidade da biosfera ótima ótima porque esse é o ponto para mim o Ponto Central né como fazer essa como contar essa história de novo né que é a história que eu quero contar vamos dizer assim sobre sobre a ciência então para isso você tem que contar a história do nosso planeta a história da vida
no nosso planeta como ela surgiu o o momento o surgimento da Vida em si é um grande mistério né e e quando você começa a entender a Raridade do nosso planeta apesar de terem tantos mundos na nossa galáxia o que eu tento construir no no livro tento não eu construo no livro Uma argumentação que mostra que a Terra é um planeta diferente é um mundo muito especial é uma terra rara a gente chama isso Tá e por causa disso a gente tem que mudar a maneira como a gente se relaciona com ela e a a
palavra Sagrada é uma palavra que muito contenciosa vamos dizer assim né porque sagrada para quem por qu Então o que eu falo é que quando a gente olha pro planeta como um todo e a e a humanidade como a tribo humana nesse planeta O Sagrado aqui é para todo mundo é um sagrado que não tem nada a ver com uma denominação religiosa particular é um sagrado que tem a ver com o respeito que a gente precisa resgatar pra terra né então é uma coisa que transcende denominações religiosas e crenças etc é completamente secular não tem
nada de super Sobrenatural nessa história mas é uma ideia de você elevar ao nível além do humano a importância do nosso planeta porque nós dependemos dele para sobreviver então com isso a gente fecha o nosso primeiro bloco vai para um breve intervalo e volta já já para essa discussão que mistura sagrado profano C religião tudo mais Sai [Música] daí educação que transforma Bradesco estamos de volta com Roda Viva que hoje recebe o F Marcelo Gazer Marcelo os colegas ainda vão te provocar muito sobre as questões éticas e científicas mas eu como a única jornalista de
política aqui vou puxar um pouco a sardinha pro meu lado eh eu acho que tem um ponto anterior a essa discussão toda científica que é apesar dos alertas da ciência e da evidência mais do que consumada de que a vida no planeta corre riscos os governos e as empresas e os próprios cidadãos não conseguem implementar sequer os acordos já selados para por fim aí algumas emissões a reduzir eh a velocidade com que a temperatura na terra tá aumentando etc eh como que a gente faz isso e ser realidade é uma mudança de mindset individual como
você propõe em grande parte no seu livro ou tem que criar algum comprometimento mais eh específico do ponto de vista político para as empresas e pros eu acho que ambos eu acho que não tem que ser uma coisa ou outra tem que ser as duas coisas mas o que a gente vê é que obviamente os interesses geopolíticos não se alinham né Existem várias razões para isso que dá um programa diferente né mas existe também um vamos dizer assim uma dissonância cognitiva das pessoas com relação ao problema né o fato de que a maioria das pessoas
falam Pô eu não tenho nada a ver com isso eu não tenho poder de decisão eu sou só uma pessoa no mundo e o que que eu posso fazer para mudar né e e eu no meu livro eu foco muito mais nesse lado né No que que você como ser humano pode fazer para se encaixar melhor nessa visão vamos dizer assim que que muda a relação da humanidade com o planeta né porque todo mundo tem um papel a cumprir aqui eu eu acredito muito no Efeito Bola de Neve né as grandes revoluções elas não aconteceram
porque todo mundo ao mesmo tempo tempo eh eh concordou com aquela ideia mas porque a ideia foi se espalhando foi percolando pela sociedade né uma ideia uma e E aí e para mim isso é muito importante então eu acho que se a gente conseguisse convencer mais e mais pessoas do papel que elas têm enquanto ser humano enquanto indivíduos todo mundo tem uma comunidade de ação você tem a sua família você tem as comunidades As quais você pertence a sua igreja o seu Clube não interessa o seu a sua a sua cidade existem vamos dizer assim
quase que uma organização meio de cebola né da do da capacidade de influência de cada um as escolas e se você começa a implementar certos princípios de como se comportar que tão mais alinhados com uma sobrevivência sustentável da nossa civilização a minha ideia é que isso daí pode também viralizar eventualmente né então não essa mudança de paradigma vai vir de cima para baixo de governos e mas pode vir de baixo para cima também Giovana tinha pedido depois tá aberta a roda é eu ia perguntar sobre a questão do Sagrado mas acho que agora eu vou
continuar na pergunta da da Vera porque tava aqui na minha lista também você fala em três princípios básicos né quando você fala desse papel que o indivíduo tem a cumprir E aí Você comenta que você fala que não são sacrifícios esse papel não requer sacrifícios de uma revolução Sangrenta mas aí eu só vou citar rapidinho aqui os princípios que você fala porque o primeiro deles é uma mudança de hábitos uhum e pensando na humanidade como ela se construiu assim me parece que a mudança de hábitos é mais difícil do que uma guerra às vezes porque
você tá falando em mudar consumo você tá falando em mudar eh e e e e impressionar empresas né Eh em em em cobrar que as empresas ajam ela elas modifiquem seus produtos elas apresentem produtos mais sustentáveis E aí a minha a e e aí são duas dúvidas aqui primeiro que eu acho que é essa que uma mudança de hábitos não é fácil na verdade a gente vem falando há muito tempo Ah tem que reduzir né consumo de energia de carne etc e não se consegue né a gente tá falando de abandonar petróleo não parece que
existe coisa mais difícil no mundo do que abandonar o petróleo e a E isso não cabe só ao indivíduo né se você não tiver um poder regulatório mesmo nas empresas né alguém que tá lá regulando se aquela carne tá vindo realmente de uma área que não foi desmatada ou que você não tá emitindo do quanto eh né você diz que emite menos você tem que ter um poder regulatório ali nem que seja para fiscalizar ou Para multar né Então como que na verdade eh me parece eu eu achei me suou um pouco ingênuo assim achar
que as pessoas vão conseguir isso sem vir esse poder regulatório sem vir de um governo tomando uma decisão como essas Pois é né porque a gente tá sempre a gente tá sempre acostumado a ter o Paizão que diz o que que a gente tem que fazer né né aquela coisa do controle né do estado da religião etc e eu acho que aqui nesse momento a gente tem que começar a pensar como indivíduos porque o que o governo faz ou não faz com relação ao planeta vai afetar todo mundo da mesma forma né então é uma
decisão que pode vir de mudanças de políticas e empresariais também mas que também tem um papel da pessoa dos pais que estão preocupados com os filhos do mundo que eles vão deixar pros filhos que eles vão ter Então você tem Tod razão no sentido de que essa ideia de você consumir menos energia consumir menos água consumir menos eh consumir menos carne são óbvias são mudanças fundamentais assim pra gente melhorar a nossa relação com o meio ambiente né Porque infelizmente nos últimos 100 anos a gente quadruplicou a população da terra ela foi de 2 bilhões de
pessoas na última pandemia lá na gripe espanhola tinham 2 bilhões de pessoas agora tem oito em 100 anos a ciência não vai resolver todos esses problemas Entendeu essa ideia do do triunfalismo científico de que a gente sempre vai arrumar um jeito de de de resolver os problemas que a própria ciência cria Aliás só Tem 8 bilhões de pessoas por causa da ciência Só Tem 8 bilhões Pois é essa é verdade então a ideia Ah não a gente vai sequestrar carbono né a gente vai resolver esse tipo de solução tarde demais vai ajudar sim vai ajudar
é importante claro que é importante panéis Solares energia eólica etc mas o que eu quero fazer é uma mobilização que vem de baixo para cima também né porque é muito fácil criticar né dizer ah não tem jeito né os governos são corruptos é tudo uma questão de o capitalismo que move o mundo tudo isso é verdade óbvio né quem não mas o problema é que a crença de que a ciência vai resolver os nossos problemas que a gente vai consir sempre conseguir novas tecnologias que adi que vão nos deixar continuar fazendo do jeito que a
gente sempre fez não tá dando certo né obviamente não tá dando certo então alguma coisa tem que mudar né então por exemplo não é só a questão eh governamental Mas a questão do Poder das empresas para mim é absolutamente fundamental E aí eu acho que a gente tá vendo mudanças eu tô muito nos últimos TR anos eu tenho começar a me envolver muito com a questão da governança eh Empresarial e falando com vários CEO tanto nos Estados Unidos quanto aqui no Brasil sobre o que que seria uma liderança alinhada pros valores de século XX que
não são mais os valores do Século XX e tem muita gente de muitas empresas no Brasil e fora do Brasil pensando que realmente a gente tem que pensar a gente tem que eh criar ações e relações completamente diferentes entre o papel da minha empresa que não é mais só a questão de você satisfazer os acionistas que existe o papel sistêmico muito maior das empresas Então esse pensamento que você mencionou um pensamento canônico que é antiquado e que não vê o mundo como um sistema em que você tem várias correlações que são mutuamente dependentes então você
não consegue resolver um problema sem afetar um outro problema tudo isso tá ligado É por isso que a gente fala ah o desmatamento da Amazônia eh o desgelo da Antártica os pontos de de não retorno que vão virar esse planeta dos nove deles seis já foram atingidos né então a gente ficar esperando que a ONU se ONU não coitado que que os países se organizem para poder diminu o consumo diminuir o consumo de energia que é uma coisa que tá acontecendo de uma forma muito mais lenta do que deveria não tá dando certo a técnica
do medo distópico também não tá dando certo de que ah o mundo vai terminar aquela coisa essas campanhas de medo funcionam a curto prazo mas não quando teu problema tem décadas que é o problema do clima então é muito difícil convencer as pessoas a mudarem os hábitos a menos que você pegue no coração das pessoas tem duas maneiras de mudar a ideologia das pessoas uma é no coração e a outra na carteira né Uhum na carteira obviamente quando eh as coisas ficarem mais baratas as energias alternativas ficarem maisas já estão ficando e no coração é
você contar uma história em que cada um de nós tem um papel de guerreiro nessa revolução que é saval o nosso projeto de civilização diga deles eh posso posso seguir pode eh você tá falando do Poder do indivíduo né e a gente sabe que o poder do indivíduo é desigual nesse mundo né E essa desigualdade não tá diminuindo né tá crescendo de um jeito bem acelerado né a concentração de riqueza Aumentou e depois da pandemia de um jeito muito brutal né E tem uma curiosidade né você é astrofísico os as duas pessoas mais ricas do
mundo eh o musk e o bezos estão os dois olhando pro espaço né estão os dois olhando para cima e pensando em voo espacial e olhando olhando pro espaço como um lugar para pensar o futuro da humanidade eh eu queria saber o que que você acha disso eh como um cientista que estuda o espaço isso é boa notícia isso é má notícia como que eles estão o que que eles estão veio esp se forem só eles de repente se forem eles né E ficarem por lá né po ser então eu vejo isso tem duas partes
essa essa pergunta né a ideia de explorar o espaço Porque Nós seres humanos somos exploradores por natureza né então isso faz parte da história da humanidade nós saímos da África e fomos pelo mundo inteiro e agora a gente tá querendo se espalhar pelo espaço tem esse lado que é um lado que é romântico né E que que eu acho que é que deve ser vamos dizer seguido Porque quanto mais a gente aprende sobre os outros mundos mais a gente tá aprendendo sobre nós mesmos a nossa própria história enquanto espécie enquanto planeta mas obviamente esses sujeitos
aí eles não estão indo pro espaço por causa disso eles estão indo pro espaço para ganhar mais poder e mais dinheiro né porque a ideia é você construir Bases na lua para poder minerar asteroides você fazer turismo no espaço como uma outra fonte de renda etc né então esse lado da exploração espacial eu acho péssimo e mais aind do musk É também um plano de fuga né diante da iminência da morte da terra como é que a gente eu vou abrir divergência porque eu acho uma loucura Insana isso ó Marcelo eu acho o seguinte cara
eh Veja a situação do dessas dessas propostas de voo espacial eu tava pensando nisso no contexto do teu livro e no contexto da tua da tua ideia de sacralização da terra e de biocentrismo não é um uma obrigação moral da humanidade já que a gente vai enxergar a vida como algo realmente especial e que aparentemente até onde a gente sabe isso eu também quero discutir depois aparentemente até onde a gente sabe só tem aqui não é nosso dever moral levar a vida a outros lugares a gente sabe que a Terra é finita também finita no
espaço finita no tempo eh a gente vai deixar morrer aqui ou a gente tem que se espalhar por outros planetas eventualmente por outros sistemas Estelares E aí não falo só da civilização humana que é uma coisa difícil de você transportar Mas você pode por exemplo eh criar comunidades bacterianas em Marte com alguma facilidade você pode transformar planetas mortos em planetas vivos não é um dever nosso a partir do momento em que a gente aceita a ideia de que o biocentrismo é a nossa linha guia para pensar As Nossas ações pro mundo e aí nesse contexto
esse movimento de exploração espacial não é uma coisa bacana a despeito de que a gente possa discutir eh os interesses reais desses desses empresários e das agências espaciais por mais que eles mesmos eh argumentem em favor de colonização espacial de coisas nessa linha do que eu tô te dizendo não é um imperativo moral a gente se espalhar pelo universo eu acho que de jeito nenhum absolutamente não o imperativo moral que a gente tem agora nesse momento é cuidado do nosso planeta Esse é o imperativo moral porque a gente tá falando de décadas agora e essa
história de colonização de planetas e colocar B uma coisa exclui a outra ele falou que Exu exclui porque você tá mudando a conversa para um outro foco quando você começa a olhar para fora você tá fazendo o que o colonialismo já fez isso daí é a história do colonialismo contada mais uma vez aquela visão eurocêntrica de você se espalhar para conquistar Outros Mundos e impor valores nesses Outros Mundos que são os valores seus sem respeitar a importância daquele mundo como ele é esse discurso do eurocêntrico me incomoda um pouco porque a humanidade tá fazendo isso
desde sempre desde que surgiu o primeiro homo sapiens lá na África o que ele tem feito é se espalhar ninguém reclamou que ele se espalhou pela Ásia que ele se espalhou pela Europa que Ele atravessou veio pra América é essa essa é bacana essa eu falei das Duas explorações né tem a bacana e a não bacana essa da gente explorar Sem dúvida mas qual foi a diferença de motivação delas poder dinheiro escravidão roubar todo o mineral dos se foi busca de mais oportunidad não não não não calma aí a história não vem ninguém vai me
salvar dessa moçada como é que é isso o colonialismo é uma coisa terrível para tirar o não o colonialismo é porque significa uma população oprimir outra população no caso daação espacial nós não estamos falando disso ninguém vai oprimir Os marcianos não mas o ponto é o seguinte Salvador é que a ideia a mentalidade de que a gente vai sair daqui para poder viver em Outros Mundos porque a gente destruiu esse não mas que tá o o o elow musk por exemplo vamos usar o elow musk que é um maluco certificado gente só não pode concitar
muito debate só mais is um maluco certificado a gente sabe que ele fala muita bobagem que ele tem muita ideia maluca tudo bem eu subscrevo a isso mas ele fala assim e e o mandato da spacex é tornar a humanidade uma civilização multiplanet não é trocar um planeta por outro até porque seria de uma estupidez atroz e assim você pode falar muitas coisas do Elon bsk mas ele não é estúpido ele ele ele entende das coisas ele sabe que Marte não é um substituto pra terra de jeito nenhum em nenhuma hipótese né agora a possibilidade
de você levar vida a outros planetas se você como você defende no livro acha que a vida é uma coisa rara vamos deixar el Gir mas proteger a terra também claro acho que as coisas não se excluem exatamente eu acho que esse aqui é o ponto Só que nesse momento ninguém tá pensando na terra tá todo mundo pensando lá lá fora e e esse foco esses grandes bilionários antes de sair eles deviam consertar os problemas que a gente tem aqui então investir esses bilhões e bilhões e bilhões de dólares para ir para um lugar que
é terrível pra humanidade frio não tem vida não tem praticamente atmosfera a gravidade é muito menor em vez de cuidar do planeta que é o nosso planeta que a gente evoluiu durante 300.000 anos para est aqui o planeta que nos fornece a capacidade de poder tá aqui nesse debate nesse momento ninguém prestar atenção para ele e prestar atenção para ir para longe esse para mim é um crime contra a humanidade e contra a vida Marcelo Marcelo e depois o Ricardo di Marcelo é quero voltar um pouco a minha primeira questão e esse discurso da espiritualidade
é um discurso que você já adota há um bom tempo na sua carreira né E você é o ganhador do prêmio templeton o físico shano ele escreveu no no seu blog no no no blog dele que um dos objetivos da fundação templon é confundir essa linha que separa a religião e a ciência né então a religião de certa maneira se beneficia desse desse discurso haja vista as tentativas de inclusão por exemplo de criacionismo nas escolas né mas pelo lado da ciência me parece deletério esse discurso Então eu queria perguntar para você esse discurso quando você
fala de que você não fala de religião Mas você fala de espiritualidade Isso não é um eufemismo que pode aumentar a confusão dessa linha que separa religião e ciência olha eh primeiro Sean carroll que eu é meu amigo eu conheço ele há muito tempo a gente realmente tem um pensamento completamente diferente entre o que que é Ciência o que que é espiritualidade ele é ele é o é o materialista por definição o cara bem reducionista ele tem uma visão muito canônica e é um ótimo cientista Conheço ele há décadas etc né Essa acusação que ele
faz pra Fundação templeton é totalmente absurda tem porque ela tem várias partes a fundação ela tem Ela realmente tem vários projetos relacionados com religião Mas o que o projeto que os projetos muitos deles que elas estão eh fomentando na área de ciência são projetos totalmente de ponta que não tem nada a ver com religião Eu por exemplo ganhei uma bolsa deles para estudar teoro informação e as propriedades da complexidade da vida não tinha nada ver com religião Então essa esse esse rótulo né que as pessoas não gostam de lugar rótulo Ah é o rótulo Mas
eles fomentam projetos de criação ismo mas mas eles também fomentam proade da vida tem um cheirinho també de ponta em ciência que a National Science foundation que o departamento de energia que o os institutos da Saúde jamais fomentarius de alto risco né porque as bolsas em geral São dadas para projetos de pequeno risco né são pequenos passos que a gente dá numa direção ou outra enquanto que essas Bolsas São dadas para projetos que TM um risco muito maior então por exemplo eu tô trabalhando com um grupo agora que que tá tentando entender o desenvolvimento da
capacidade cognitiva na vida da onde que entra a religião nisso Marcelo pera aí deixa eu chamar o Ricardo que ele não perguntou nesse bloco ainda diga Ricardo não só queria voltar na questão do dessa sua iniciativa de engajar as pessoas como um indivíduo né e teve uma pesquisa em 2019 sobre percepção pública da ciência e tecnologia no Brasil em que falou que enfim a população confia nos cientistas né acha legal mas não conseguia lembrar do nome de de nenhum cientista quase menos de 10% da população consegui eh Conseguiu lembrar né com poucos eh notáveis exemplos
o astronauta hoje Senador Marcos Pontes né que não é bem um cientista e e bom e e você como cientista das ciências dura vi você é é é esse paradigma do cientista lembrado mas ainda assim a gente tem um cenário aterrador como é que a gente chega em todo mundo uhum Esse é o grande desafio né da Eu acho que eu proponho né nas várias na pontuação ali do Manifesto tem uma questão de reforma curricular em que você tem que contar essa história para todo mundo a história que nós conseguimos desenvolver desde o Big Bang
ou quase desde o Big Bang até hoje em dia Inclusive a história da é uma história magnífica e que ninguém sabe ninguém conta a história de como funciona o planeta terra a sabedoria dos ecossistemas que estão todos Entrelaçados ninguém conta Então como que você vai desenvolver não tem nada a ver com sagrado como você vai desenvolver uma relação de maravilhamento de encantamento com o planeta e com o universo se ninguém escuta essa história né então nós aqui tem vários divulgadores de ciência que estão contando essa história o tempo todo né Você tem um canal de
YouTube bem né p e tem muita gente com canais melhores aindas mas não é o suficiente né por isso que eu digo que você tem que ter uma uma mobilização que começa nas famílias nas escolas né nas várias comunidades diferentes para poder Celebrar essa coisa incrível que a gente conseguiu criar que é saber contar a história do universo do nosso lugar nele né que na verdade é o grande propósito desse livro né o lado vamos dizer assim mais lírico que é o lado que evoca uma espiritualidade que que é espiritualidade né porque quando fala em
espírito pessoa Ah é alma Sobrenatural isso não tem nada a ver com espiritualidade essa espiritualidade Cristã vamos dizer assim tem uma né Você vai para outras tradições religiosas você vê a condição de de espiritualidade de uma forma completamente diferente o budismo é uma forma profundamente esp espiritualizada e dependendo da escola budista não tem nenhum espírito Não é esse o ponto o ponto é que você ter uma relação viceral emocional transcendente com o maravilhamento que é Existir nesse mundo certo e essa história ninguém conta e essa história que eu tô tentando contar e essa história que
eu acho que pode emocionar as pessoas o suficiente para que elas se mobilizem a cuidar do planeta que permite que a gente conte essa história entendeu que a gente possa continuar a contar ela se a gente vai para outros lugares tudo bem Entendeu mas sem cuidar desse não D Então esse é o ponto então com isso a gente fecha o segundo bloco não saia daí não vá para outro planeta que a gente volta já já com [Música] Marcelo ação que transforma [Música] Bradesco estamos de volta com Roda Viva que hoje recebe o cientista Marcelo Gazer
Marcelo você falou que se a gente não ensinar falar no livre falar um pouquinho no bloco anterior eh a ciência de uma nova forma nas escolas e não falar sobre esses problemas com uma nova abordagem dificilmente a gente vai entender o papel da ecologia e de todas essas disciplinas interligadas eh para que a gente adote esse biocentrismo que você defende mas a gente sabe que o ensino nas escolas no Brasil e também no resto do mundo é totalmente diferente disso tudo compartimentado e nada relacionado ao que a gente tá vivendo hoje em dia eh Você
tem algum projeto de ensino educação científica para começar a enga esse seu novo jeito de pensar de uma forma mais sistematizada então eu tento fazer isso com os meus livros com os cursos que eu distribuo gratuitamente na internet né quer dizer essa visão de mundo que eu tô propondo ela tá totalmente ligada com esse esforço que eu faço de transformar o conhecimento científico num bem público uhum né então dentro do que eu posso fazer é isso se eu fosse Ministro de educação que eu não sou eu tentaria realmente contar a história de quem nós somos
em todos os currículos desde do primeiro do início mais do ensino mais primário até o phd até o doutorado eu acho que essa história pode ser contada em níveis de sofisticação maior né a medida em que você vai tendo estudantes mais bem preparados Mas ela precisa ser contada e se isso falha os livros T um poder né porque os livros são lidos fora da escola também né E se algumas dessas ideias que eu tô propondo e não sou o único outras pessoas estão propondo é percol pela cultura pública talvez pessoas se mobilizem e se sensibilizem
não só se mobilizem mas primeiro se sensibilizem depois se mobilizem para também serem os agentes dessa mudança né então eu vejo que o caminho é esse deixa eu passar pra Giovana que eu cortei ela antes diga eu queria voltar um pouquinho nessa questão do do Sagrado que eu entendo que você fala de uma espiritualidade secular você não tá falando de religião acho que isso fica muito Claro no livro ainda assim considerando esse mundo que a gente tá vivendo e vamos pegar Brasil vai mas a gente também poderia olhar para os Estados Unidos esse mundo muito
polarizado e muito que simplifica tudo que minimiza muito as coisas então quando a gente usa uma expressão como você usa no livro né Eh a terra a mágica do planeta ou a terra rara ou mesmo essa ideia de Sagrada ela não pode parecer que tá flertando um pouco com a ideia do Design inteligente Ou pelo menos eh não poderia ser encarado assim por alguns e isso acabar e ainda mais quando a gente pensa num momento que a gente volta a enfrentar um negacionismo pesado da Ciência da mudança do clima sacralizar a terra não pode acabar
servindo como um argumento pro criacionismo Pois é se eles não lerem o meu livro sim não mas is por isso dizer pegar uma palavra mas o que você não tem controle sobre isso mas é o jeito que a gente tá vendo a educação hoje né nenhum nenhum artista nenhum escritor tem controle sobre o que que as pessoas vão fazer ou pegar da obra que eles mas se as pessoas lerem o livro eles vão ver que exatamente não tem nada a ver é muito pelo contrário né eu falo justamente da contingência dos acidentes cósmicos que levaram
a formação do planeta Terra ser como ele é a evolução da vida aqui na terra ser como ela é o exemplo mais normal mais comum disso tudo é na época dos dinossauros veio lá o tal do asteroide 65 milhões de anos atrás um asteroide de Que destruiu em torno de 70% da vida no planeta Quase que esterilizou o planeta terra né dentre ele os dinossauros e o que aconteceu os mamíferos que existiam então que eram principalmente camundongos ratinhos pequenininhos ficaram sem os predadores sobreviveram evoluíram passaram por mutações se adaptaram a Ambientes diferentes e viraram eventualmente
a gente por Por que eu conto isso porque se esse asteroide não tivesse caído e antes dele várias outras grandes extinções não tivessem acontecido e um monte de outras coisas que eu não dá tempo de contar aqui por exemplo a oxigenação do planeta terra a gente não ia tá aqui então é exatamente é o antic criacionismo é o fato da fragilidade da história e da existência da vida no planeta que para mim é muito mais fascinante do que aquela ideia do Deus que vem e cria tudo entendeu o muito mais incrível é mostrar como que
a própria força da natureza as interações físicas as partículas que viram compostos de carbono que eventualmente se organizam de uma forma que a gente não sabe para virar o primeiro ser vivo essa passagem do não vivo pro vivo do uma matéria que não tem intencionalidade feito uma pedra para uma matéria que tem intencionalidade que é qualquer tipo de ser vivo né a bactéria mais simples ela tem intencionalidade ela quer continuar a ficar viva isso é uma coisa tão maravilhosa quanto misteriosa né E se a gente muda a história isso eu explico em detalhe no livro
A gente sonha tá aqui então muito pelo contrário Esse é o Anti criacionismo é antif fagulha Divina é anti Deus das lacunas que é essa ideia comum em Teologia de atribuir a Deus o que a gente não entende é justamente o oposto é a história fascinante dos acidentes cósmicos que levaram nesse planeta Salvador daqui a pouco vai falar mas espera aí e os outros né que eu acho que tem que falar mesmo nesse planeta pelo menos a ter a vida que tem de antes dele falar passar pro Ricardo que ele pediu depois dele vou pegar
no seu pé hein Marcelo você deixou de escapar pra Vera que você não é ministro da educação Então você reconhece importante a importância de ter alguém implementando políticas públicas eh você assumiria um papel desses Ministro de educação dependendo do governo né quer dizer vou me alinhar politicamente com certos tipos de governo e não out outros né porque é normal que a gente faz isso mas é uma possibilidade e ó fica essa dica aí governando Marcelo Deixa eu aproveitar que eu tô com comichões que você falou da questão da origem da vida e eu acho esse
um tema muito interessante e eu acho assim a ideia que você propõe é maravilhosa mas ela tá baseada numa premissa que eu acho ainda um pouco arriscada que é essa história do pós copernican ismo a o o a centralidade da terra como um lugar especial um lugar raro em que a vida surgiu numa sequência de eventos improváveis a gente tem e você cita isso no livro eh uma série de referências astronômicas que mostram o quanto a terra pelo menos nos seus parâmetros mais elementares ela não tem nada de muito especial né então quer dizer ela
é feita dos mesmos materiais que outros planetas os outros planetas eh de outros sistemas Solares são formados da mesma forma que o sistema solar foi produzido a gente já conhece toneladas de exoplanetas fora do sistema solar e mesmo dentro dentro do Sistema Solar conforme nós vamos explorando as luas de Júpiter de Saturno até Plutão eh pegar Marte a gente tem descoberto não só que há vários planetas eh que no passado parecem ter sido habitáveis como a terra caso de Marte caso Possivelmente de Vênus também bem no comecinho eh então dos quatro planetas rochosos três em
algum momento foram habitáveis foram não podem ter sido uma grande diferença habitáveis eu acho até que Marte é meio indiscutível foi habitável habitado não vamos chegar lá vamos chegar lá mas é que eu acho importante eu acho importante e lembrar que assim o copernican ismo que você propõe meio que a gente eh colocar como uma outra etapa no no processo de conhecimento ele ainda tem uma certa validade para uma série de coisas que a gente eh constata na natureza e a minha pergunta para você é a seguinte você acha que não é cedo demais pra
gente cravar que a Terra é Rara e a vida é Rara no universo com o pouco que a gente viu e com os ambientes habitáveis que a gente tá encontrando por aí Ótimo então eh eu acho que não tá cedo porque esse pensamento que você mencionou que é o pensamento mais típico astronômico né a ideia dos grandes números né pô tem tantos mundos por aí as leis da física e da química são as mesmas o universo inteiro Então por consequência Por que que a a vida existiria só aqui né ou ou não só aqui mas
quase que só aqui vamos dizer assim né O que falta nesse argumento são Dados então por exemplo a famosa história dos Cisnes né na na Europa né no século X todo mundo achava que só existia Cisne Branco porque o único Cisne que existia na Europa eram cisnes brancos Portanto o cisen era um bicho que só tinha cor branca aí os exploradores holandeses foram pra Austrália e viram cisne negro e aí mudou tudo P Ah não então não é verdade então a ideia de mais dados mudam a narrativa né Isso é sempre assim na ciência né
o problema desse desse pensamento indutivo de você extrapolar de que ah você tem muitos Mundos com essas leis todas é que quando você coloca vida no meio dessa história e infelizmente não tem nenhum biólogo aqui para me me me me segurar para me vamos dizer assim né Eh quando você coloca a vida na história a gente não tem métrica a gente não tem métrica porque a gente não tem a menor ideia de como a vida surgiu aqui de como que é possível mesmo que você tenha todas as condições químicas favoráveis geofísicas favoráveis para a surgir
que ela surge em algum lugar e Se surgir que é possível não tô dizendo que não vai surgir é óbvio que eu não tenho dados para isso dela se manter durante 3 bilhões e meio de anos passando por um monte de mutações para ficar cada vez mais complexa Então são muitos são muitos parâmetros né tal da da equação de a Equação de Drake né que tem todos esses parâmetros dos quais a gente não sabe nada sobre metade deles todos eles relacionados com a vida então mas pela falta de dados não é incongruente você dizer assim
olha não então é Rara não sabemos né a resposta não sabemos não a resposta não é não sabemos porque a gente eu vi isso hoje de manhã a gente conhece 5595 exoplanetas no momento deles com isso a gente tem estatística e a estatística é que os planetas como a terra ou seja que tem raio e massa como a terra são em torno de 3,5 por dos planetas todos você fala ah mas tem 1 trilhão São 35 bilhões Mas aí você tem que colocar se você tiver procurando com vida como a gente conhece sempre tem essa
qualificação tem que ter uma estrela feito Sol que são só 7% das estrelas da galáxia aí o número cai para 2 2.4 bilhões que também é muito mundo né Mas aí você tem que colocar mas a terra não é só um pedaço de pedra com tamanho com uma estrela ela tem uma lua muito grande ela tem um campo magnético muito forte Ela tem uma inclinação de 23º com relação ao plano da eclíptica que é fundamental para ter as quatro estações que mais que tá faltando campo magnético atmosfera muito densa que permite que a gente filtre
um monte de coisas caem do céu quando você começa a colocar tudo isso você fala caramba não é só um pedaço de pedra viajando pelo espaço Mas é um planeta com muitas propriedades importantes Vamos ouvir a pergunta eu queria voltar para dessacralização eh assim no início eh a terra era uma deusa né E aliás isso é bem recorrente em civilizações no planeta todo a ideia da terra como uma deusa né a gente conhece Gaia deusa grega que é avó de Zeus se eu não me engano mas né fundadora do Panteão dos deuses gregos mas é
muito recorrente em culturas de todos os continentes essa ideia de que a Terra é uma divindade né e e é fácil entender de onde vem essa ideia porque é uma coisa meio impressionante mesmo né uma coisa de onde a vida toda Brota e nasce né E hoje a Terra é mercadoria né teve você você narra esse processo você narra essa história no livro né agora tem um tem um momento muito chave dessa história que achei que você não se dedica tanto que é o momento fundador da idade moderna que é esse fenômeno europeu chamado cercamentos
né teve um certo momento que os reis o o poder político e o poder econômico começa a pôr cerca em volta de pedaço de terra e falar isso é meu eh é claro que quem sempre achou que a Terra era meio que de todo mundo você ia lá você caçava você pescava você plantava você você você podia fazer o que era eles não gostaram muito dessa ideia de repente alguém fala que é meu foi tensa esse processo é mas aconteceu Marx fala disso aliás né ele chama isso de apropriação primitiva do capitalismo um passo fundamental
pra acumulação que deu no capitalismo a pergunta eh o que você tá ressac realizar a terra demanda abrir mão do capitalismo Ah não não mas ó eu falo sobre isso sim tem uma hora no livro que eu falo da transição dos Caçadores coletores para pra civilização agrária em que eu falo Alguém teve a ideia de que esse pedaço de terra aqui agora é meu da onde que veio isso né a gente Tomou posse isso aqui que é o meu pedaço de test fal Essa é minha casa cara isso aqui não é nem sua terra nem
sua casa pode ser durante algumas décadas mas a terra vai continuar ali muito depois de você ir né então a ideia de que é Nossa essa ideia da propriedade que faz toda a base não só do Capital mas de qualquer sistema econômico é fundamental Você tem toda a razão né então não é uma questão de contra o capitalismo é uma questão de contra a ideia do Progresso infinito que faz parte tanto do capitalismo como de qualquer outro sistema econômico a ideia de que a gente pode sempre crescer mais economicamente sem entender que o preço do
Progresso é a destruição do que mantém esse Progresso possível que é a sustentabilidade do planeta Então não é contra neamente o capitalismo mas a maneira como a gente lida com a noção do Progresso infinito com isso então a gente encerra o nosso terceiro bloco vai para mais um intervalo e eu volto já já com mais Marcelo Blazer aqui no rodav eu conto essa história ali eu falo eu é eu [Música] fal educação que transforma [Música] Bradesco estamos de volta com o roda viv quem vai perguntar agora pro Marcelo gler é o Marcelo a machet Diga
lá Marcelo Marcelo eh eu queria fazer uma pergunta com base no seu histórico de divulgador científico e também de professor de Universidade né a palavra quântica quântico hoje se tornou uma palavra que agrega a valor ao produto que tá perto dela e que muitas vezes a maioria das vezes não tem nada de quântico né então tem Cat quântico colchão quântico filtro quântico por assim vai né Eh recente ente um grupo de professores de física de uma universidade federal escreveu um Manifesto contra uma disciplina que tinha na universidade lá que era algo como enfermagem quântica né
Eh aí eu queria saber de você a academia é convenientemente seletiva na defesa da integridade da ciência ela deveria ser muito mais ativa na integridade da Ciência Sem dúvida né então você deu esse exemplo é ótimo né da das curas quânticas né as pessoas que conseguem disparar raios de de neutrinos pelas mãos e coisas absurdas assim que apropriam as ideias científicas totalmente fora de contexto né e e as pessoas acreditam porque usam a credibilidade científica né ah não se tem quântico deve tá certo né aquela coisa assim né então é um abuso Eu acho que
eu já Man já me manifestei muitas vezes Contra isso nos meus escritos e Eu Acho sim que a comunidade científica deveria ser mais presente com relação a isso né porque Ah desculpa as pessoas se iludem né Isso daí é aquela coisa né que é triste né porque a ignorância do que realmente é a ciência pode levar esse tipo de exploração da inocência dos outros o despertar do universo consciente saiu primeiro nos Estados Unidos e depois aqui no Brasil e isso é sinal e é fruto do fato de que você tem a sua carreira toda desenvolvida
lá ou de que essas discussões estão mais maduras lá fora do que aqui acho que nenhuma das duas Vera eu é meu meu modo de trabalho em geral é que eu escrevo não todos mas eu só escrevi sete livros em inglês e eu escrevo eles antes em inglês e depois eu traduzo eu mesmo para português né e em geral em geral acontece das editoras brasileiras ser muito mais ágeis do que as Americanas em termos de produção do livros em vez de demorarem 10 meses demoram três ou quatro e o livro acaba saindo Antes aqui né
mas no caso desse não aconteceu isso porque eu demorei a traduzir a culpa foi minha eu demorei porque eu tava muito atrelado lá de trabalho e tal mas e não tem nenhuma vamos dizer assim não tem nenhuma razão fundamental sobre isso já tem um outro saindo lá ele é uma continuação da ideia desse é um pouco diferente é um livro que se chama em português chamaria o ponto cego vamos dizer assim é um livro não não só meu é escrito com outro astrofísico com o filósofo e tem a ver um pouco com os problemas que
a pesquisa mais de ponta em física biologia e pensamento e neurociência encontra quando ela extrapola além do que deveria dier tipo essa discussão aqui do Roda Viva di lá o Ric não queria complementar a a pergunta do Marcelo né é o físico astrofísico pesquisador americano Max tegmark ele né Você conhece eh de tanto em tanto ele faz 10 artigos normais vamos dizer assim e um atacando mais de forma mais formal essa questão da ciência por exemplo alma quântica né que é um conceito que não faz sentido o nosso corpo é clássico né no sentido newtoniano
e enfim o que é quântico é quântico eh você já fez ou ou gostaria de fazer algo mais assim formal artigos formais abordando essa essa viagens que estão por aí que deturpam completamente e eh os conceitos físicos e Como assim artigos mais formais ele por exemplo ele faz a a conta né explorando Por que a alma não pode ser quântica Ah meu Deus que desperdício de inteligência mas enfim é é uma atitude louvável né gastar tempo mas mas o problema com essa atitude é a seguinte as pessoas que vão ler e entender esse artigo são
justamente as pessoas que não precisam ler e entender esse artigo porque já sabem uhum né então esse não é um problema dos cientistas é um problema da percepção cultural da ciência Então você tem que ir direto no veículo cultural para poder consertar esses erros Então acho que o Max eu não sei porque que ele faz isso talvez ele na verdade queira acreditar nessas coisas e queira tentar encontrar um jeito quem sabe um dia ele não consegue provar o que ele tá querendo tô brincando Se bem que ele é um cara que tem um pensamento metafísico
muito louco né com relação ao multiverso e tal n Então essa é outra conversa Marcelo deix que deix Marcelo a gente vive um momento de avanço acelerado da ciência né e de impactos muito profundos por via da tecnologia na nossa vida né a ciência tá mudando nossa vida de um jeito muito rápido de uma geração para outra tá difícil de acompanhar inclusive agora por exemplo o a discussão é sobre inteligência artificial né e uma coisa curiosa é que quando você via os avanços científicos nos anos 60 nos anos 70 Geralmente se olhava para eles com
otimismo né A vida vai melhorar a partir disso eu tô acompanhando o debate sobre inteligência artificial tem gente falando Ah vou ganhar produtividade mas não tô vendo ninguém falar que o mundo vai melhorar com inteligência artificial pelo contrário a nossa tendência é partir do princípio que a gente tá desenvolvendo mais uma tecnologia distópica eh que que que é isso é uma crise de imaginação eh é é a gente perdeu o controle dos rumos da ciência a gente tá pesquisando que a gente não devia estar pesquisando que que que é que tá acontecendo Então isso daí
me remete ao Frankenstein ao livro não ao filme ao livro Frankenstein né que a Mary Shelley usou a ciência de ponta lá de 1819 que era a descoberta de que a eletricidade passava pelos nervos e fazia com que os músculos se mexesse para então dizer que esse era o segredo da vida e se a gente conquistasse isso a gente ia conquistar a morte isso daí para mim é uma transposição da ciência em Deus né de você atribuir ao conhecimento científico um conhecimento que é Divino controlar a vida e a morte e isso daí leva todo
esse movimento de transhumanismo que tá bombando aí né Que várias pessoas tipo Ray kurzweil e várias outras Dizem que o nosso futuro talvez não seja talvez até venha ser no espaço como tava falando mas é é um futuro completamente sem corpo porque nós somos informação então a gente decod essa decodifica essa informação toda coloca o teu eu digital no computador e se fizer o backup Você é imortal né É só ir de computador para computador não futuro pós biológico né o futuro que prescinde da vida pós biológico exatamente mas a narrativa é sempre a mesma
começou com o apocalipse de João em que as pessoas voltam né naquela naquela coisa da ressurreição da alma também não tem corpo né aí o mito do Frankenstein que a gente consegue reconquistar a a morte e agora a mesma reconquista da morte ou a conquista da Morte que a gente nunca conquistou ela antes com a ideia da transcendência do corpo do humano né então a inteligência artificial ela é uma é um sonho de que isso daí venha a ser possível né só que quando você olha pro que realmente a inteligência artificial faz hoje ela não
tem nada a ver com isso né então tem muita aspiração dizer aquela ideia de será que esse é o futuro da humanidade se alguém ler o livro 2001 do que foi o filme né Os seres extraterrestres não tinham mais corpo eles eram só informação disseminada pelo espaço o que que é isso espírito então é a ressurreição dos nerdes né aquela ideia de que eventualmente esse que é o nosso futuro enquanto espécie né Eu acho esse um futuro trágico pra humanidade primeiro porque não vai ser por aí que é outra outro programa mas a gente já
foi de openheimer já foi para pobres criaturas tá bem do Óscar esse roda M aqui hoje é isso Giovana é não eu tava pensando eh você fala você propõe no livro que a gente entenda que a gente a gente existe porque a terra existe né Eh e por outro lado tem gente que diz assim que tudo que a gente tá fazendo a terra vai continuar existindo talvez a gente não exista mais né Eh mas outras espécies quer dizer a vida talvez encontre o seu caminho e talvez encontre sem a gente o que né Pode ser
aí que seja uma coisa boa Tá aí o thanos para dizer que metade da população podia ser eliminada e tava tudo muito bem né mas eu quia perguntar é que acho que essa ideia do do biocentrismo ela esbarra numa coisa que é uma luta contra o imediatismo porque eu acho que a humanidade ela vive muito né Ela não ela não tá sequer pensando não é não estamos falando de Netos de filhos é a nossa própria geração que vai ser afetada né mas o imediatismo ele é muito forte na nossa sociedade e a gente tem um
despreso pela nossa própria espécie né vi enfim as guerras mas vide a própria né O desequilíbrio econômico que a gente existe então que Dirá pelas outras né então quanto que a gente consegue virar essas savinha quando a gente se despreza que Dirá os outros que Dirá as outras espécies Pois é né a gente tem muito trabalho para fazer né a Giovana ela tá sendo a consciência realista da noite muitos anos sobre mudança climática e realmente os problemas políticos econômicos e Morais da humanidade são absolutamente terríveis devastadores várias catástrofes que a gente tá vendo toda hora
a gente saiu da pandemia eu me lembro durante a pandemia eu tava cheio de cheio de esperança né de que puxa a gente vai passar por uma nova Renascença feit feito depois da peste né bubônica na Europa no século X veio A Renascença que transformou a humanidade né a gente vai vir melhor né qual vai ser a Renascença que vem Agora depois dessa pandemia né duas grandes guerras terríveis essa que é a nossa Renascença né o movimento político pendular né indo pra direita em vários países do mundo e tal então É muito devastador né você
pensar só dessa forma então a minha maneira de olhar pro mundo é tentar falar que se a gente só focar no fracasso a gente nunca vai conseguir ter sucesso então como a gente pode tentar ter uma dose de sucesso com relação a esses fracassos todos da humanidade na minha pequena esfera de ação é tentando criar essas visões de mundo que são mais para cima mais otimistas que resgatam um valor moral superior pra humanidade né então isso é uma coisa que eu falo muito no livro né que esse imperativo moral da vida você tem toda a
razão se a gente desaparecer a gente sempre falava do Apocalipse nuclear As Baratas vão sobreviver a vida sempre encontra um jeito esse aqui é o ponto e ela se acha em todos os cantos que a gente pode pensar nesse planeta né até em lixo atômico radioativo tem bactéria né mas não é essa a vida nossa mas essa nossa vida ela ela é um pouquinho diferente das outras porque ela é a vida que conta histórias que tem memória e por causa disso ela pode resgatar o passado para poder realinhar um pouco o nosso projeto pro futuro
e talvez tenha chegado esse momento será que a gente vai conseguir fazer isso ou será que a gente vai conseguir sempre com as mesmas tragédias e destruições que pontuam a nossa história Humana porque tem muita coisa boa no ser humano também é que a gente não pensa tanto nelas a gente vai então agora fazer o intervalo e no último bloco eu abro com o novo embate do Salvador e o Marcelo não vai BBA Talvez seja a grande a grande m de [Música] conv educação que transforma Bradesco estamos de volta com roda viv quem vai perguntar
pro Marcelo agora é o salvador Nogueira Diga lá que ô Marcelo eh em A Dança do Universo lá em 97 você eh mostrou seu talento para descrever o universo de forma poética encantou todo mundo e sempre com aquela visão humanista de valorizar o nosso o nosso olhar pro universo a gente chega agora eh mais de 20 anos depois e continua tendo esse viés humanista esse olhar encantador Pro universo Encantado mas eu sinto uma um um pesar também você tá desiludido você se considera desiludido da trajetória que você fez aí ao longo de todos esses anos
você é desiludido com a humanidade hoje ah eu acho que eu sempre fui desiludido com a humanidade desde criança né porque a gente pode ser muito melhor do que a gente é né Eu acho que é muito triste ver o que tá acontecendo no mundo né e e não melhorando mas piorando né de muita muitas formas mas também eu não queria terminar o programa vamos dizer assim essa nossa conversa de uma maneira meio deprimente né porque eu acho que também tem muita coisa boa acontecendo eu vejo isso nas gerações mais jovens adolescentes que TM uma
relação com a diversidade com as escolhas sexuais com o meio ambiente com a sustentabilidade que é muito diferente da geração dos Pais e dos avós deles e delas né E isso para mim me alenta um pouco sabe eu acho que eh Eles é que a gente também vai pegar essa peteca Mas eles certamente vão pegar mesmo né E eles sabem disso né e eventualmente o poder passa de mão para mão né né a ideia de que os políticos eles vem vão né mas o planeta terra continua então eu espero que mais pessoas se juntem a
esse movimento a essa ideia de que nós podemos ser mais do que somos nós podemos ter um imperativo moral que é ligado com a preservação e a e a e a e a celebração do nosso planeta e do privilégio que é tá vivo a gente nunca Para para pensar nisso né mas tá viva uma coisa muito incrível a gente tá poder a gente poder presenciar né Cada dia de uma forma diferente né você sair da cama Qual é o seu propósito né então eu acho que para mim você tem que encontrar um propósito na sua
vida e para mim nenhum propósito é mais fundamental hoje do que entender que é a gente que vai definir o nosso futuro coletivo tem algumas questões bem pragmáticas que você coloca no livro que seriam aí maneiras de implementar essa teoria e o seu Manifesto queria que você resumisse rapidamente aquela ideia do que você não deve fazer e do que você deve fazer dentro desse novo modo de ver a terra aí a vida tá então são vamos dizer assim são três princípios né o princípio do menos menos consumo de energia isso ao nível individual e obviamente
corporativo governal etc mas menos energia menos água eh menos lixo né Eh o princípio do mais seria menos carne né e obviamente o Brasil agropecuária é tão fundamental pra economia Mas é devastador em termos ambientais né então a gente tem que encontrar um equilíbrio com relação a isso o princípio do mais que seria a maior exposição à natureza a gente se isola Nessas cidades né cheias de linhas retas e e círculos perfeitos que não tem nada a ver com o mundo natural e a gente se isola tão bem que a gente esquece que existe aquela
Floresta que tá meio longe às vezes mas que tem sempre tem um parque né E se você olhar com o olho com olhar correto nesse parque você vai encontrar um monte de coisas vi uma relação incrível mesmo meio capenga meio estrangulada ali pelo concreto uma uma uma relação entre sistemas vivos diferentes né então é uma questão de querer olhar para essas coisas né então para mim uma pracinha é um grande laboratório planetário você encontra um pedaço do planeta vários pedaços do planeta nessa pracinha e finalmente a ideia do Consumidor que tem a consciência do que
que tá consumindo da onde que vem aquilo que tá sendo consumido e obviamente tem setores da da economia que não podem se dar o luxo disso mas os que podem deveriam estar fazendo isso né e a ideia da da generosidade e da gratidão e da da noção de pertencimento ao planeta a ideia de que nós não estamos acima da natureza Isso é uma grande bobagem né porque a gente tem que respirar da onde que vem o ar não vem da cidade vem da atmosfera a atmosfera faz parte do planeta Da onde vem a água também
não vem na cidade a gente tem que beber água a gente tem que inspirar a gente não pode se separar da natureza Então essa noção de codependência e de respeito que vem com ela para mim é fundamental para causar uma mudança na orientação de cada um de valores mesmos de escolhas de sacrifícios pô mas eu adoro picanha Beleza cara come picanha uma vez por semana sabe não diminui 50% do teu consumo de carne Você ainda vai adorar e mesmo e assim você vai ajudar muito mais ao seu planeta então existem tem sacrifícios que são muito
mais fáceis do que uma revolução com rifle na mão e matar o inimigo sim tá aberta a roda Diga lá Marcelo diga Marcelo Marcelo eh deixa eu fazer uma pergunta eh de física eh a teoria de cordas e multiversos ainda é uma teoria que desperta bastante Fascinação no público geral e também em estudantes que vão fazer suas pós-graduações mestrados e doutorados o livro você faz uma afirmação contundente contra essa teoria você compara ela aos Deus da Deus das lacunas né E diz que essas teorias É Uma Questão de Fé uhum a minha pergunta é tá
na hora de abandonar essa teoria qual que é o conselho que você dá pros estudantes que eventualmente pensam cinema vai fazer se ela for abandonada então essencialmente Issa é uma história longa Não vou falar muito tempo prometo ver é rápido eh essa herança daí né eu fiz o meu doutorado em em teoria de cordas né então quer dizer eu tava nessa história também né de de desenvolver teorias que podiam explicar tudo né teoria de tudo aquela coisa romântica né da do platonismo de que existe o o código matemático da natureza que a gente pode desvendar
com a nossa Razão Humana né aquela coisa da que até o Steven rock escreveu eh a gente vai desvendar a mente de Deus usando uma metáfora obviamente e tal mas o ponto é que essas teorias foram apostas no em meados da década de 1970 por prevendo uma série de coisas que poderiam ter acontecido que poderiam ter sido descobertas e que não foram né e e eu meio que saí desse caminho dessa busca aí há 20 anos atrás mais menos para me dedicar a outras áreas da ciência que para mim são muito mais interessantes e mais
relevantes para o dilema humano vamos dizer assim então estudo da complexidade estudo da dinâmica de temas etc outras coisas história da vida eh busca de vida em outros planetas etc né então Eh o meu conselho para os jovens que é isso que você tá perguntando né É não ficar muito fixado nessa ideia de que nós vamos encontrar a resposta para tudo mas que o fundamental é fazer perguntas que sejam relevantes pra humanidade né e a humanidade Precisa dessas perguntas dessa nova geração né então não é que tem que parar de pensar em multiverso em teoria
de cordas e tal mas existem razões filosóficas sérias que eu falo no livro como você mencionou aí que não dá tempo de falar aqui para olhar para essas para essas ideias como mais fantasiosas do que científicas Marcelo eh Você fala muito em imperativo moral né E a gente tem guerras aí acontecendo no mundo que eh colocam em perspectiva a possibilidade de governos e indivíduos passarem a ter uma visão mais compassiva da vida e etc queria te ouvir sobre o conflito Israel palestino e esse imperativo moral eh e se tem algum caminho possível a seu ver
pra gente buscar um cessar fogo olha eh a minha posição é meio parecida com do Einstein com relação a isso né o pacifismo acima de tudo né então completamente contra qualquer guerra Eu também sou judeu tem esse detalhe né talvez seja por isso esteja fazendo essa acho importante te ouvir ainda mais num contexto em que o antissemitismo também tá crescendo em razão dess exatamente então quer dizer eh para mim o problema não é o judaísmo em si mas é a liderança do Estado de Israel nesse momento e a liderança também na faixa de gaza nesse
momento quer dizer não é nem nesse momento é várias décadas né mas o que Israel eh Infelizmente eu acho que não entendeu ainda é que se você limitar como uma panela de pressão né você limita você vai fervendo a água eventualmente o a pressão tem que escapar de alguma forma né A forma como ela escapou foi muito errada terrível trágica né Eu queria não queria terminar em coisas deprimentes calma alguém vai perguntar uma coisa para cima depois disso mas eu precis mas eu acho a resposta militar israelense inicialmente eu acho que foi necessária Mas até
que ponto ela vai é uma questão que tem a ver com a decisão dos líderes né que para mim não representam a minha maneira de pensar sobre o mundo tá certo agora alguém para fazer a pergunta Marcelo conta um pouco do que você tá fazendo na Toscana o que que é a ilha de conhecimento Obrigado Denis então eu lá na Toscana a gente comprou uma vila lá do século X que tem uma história Super linda e que não dá tempo muito de contar mas que tem uma igreja é uma igreja que segundo o Bispo de
Siena e eu não acredito nisso hein Marcelo para te most tem 39 Milagres sancionados ali no século 1600 mais ou menos então quando eu comprei eu descobri que tin essa igreja eu falei o que que eu posso fazer com isso né e a gente tá então transformando esse lugar no que a gente chama de um centro de florescimento humano a ideia sendo que a gente quer tem várias atividades diferentes uma delas que para mim é muito importante pra conversa que a gente tá tendo hoje principalmente com a Giovana aqui que ela levantou esses Pontos importantes
é o retreinamento até ético vamos dizer assim né da liderança corporativa né como você pode ser líder no mundo que tá sendo ameaçado pelo consumerismo exagerado e mesmo assim não deixar não abandonar a noção de progresso que é uma noção que obviamente vai ser difícil de convencer a liderança mas criar uma coisa que seja compatível com a nossa existência nesse planeta e não com a destruição dele né e momento eu tô vendo assim um interesse gigantesco de várias lideranças corporativas que me parece que mostra que esse é um barômetro de uma mudança que tá para
acontecer que é uma coisa que eu vejo com otimismo mas a ideia de progresso que não quer abandonar não é a ideia de crescimento infinito Pois é não dá para ter crescimento infinito num planeta finito é uma Matemática Simples né Então como que a gente redesenha essa história né e é esse que a gente vai são as ideias que a gente tá desenvolvendo nesse lugar a gente viu aqui que você eh tá conseguindo compatibilizar a sua atividade de ensino com a pesquisa com a escrita de vários livros que tem uma abordagem mais didática para atrair
eh o público em geral pro conhecimento científico e agora nessa abordagem que tem ali um tanto de coach para esses empresários como você se define hoje você eh se vê mais como um escritor mais como um divulgador de ciência mais como um Cent quem é o Marcelo Blazer esse mul nesse multiverso Marcelo é um ser humano extremamente preocupado com a condição humana e com o futuro desse planeta e não só com a condição humana mas com a condição de todas as formas de vida nele então que que a gente pode fazer para tentar mudar um
pouquinho essa história Então esse que é o Marcelo gler de hoje e quando você olha pro de 97 que sentou aí nessa mesma cadeira o quanto você mudou eu acho que eu mudei menos do que eu pensei que ia mudar Porque como o meu querido Salvador mencionou muito bem né aquela aquele maravilhamento com a ciência com a natureza com a nossa capacidade de entender o mundo é a grande mola propulsora dessa inspiração toda que eu sempre tive durante esses anos todos em que eu sou cientista né e dividir esse conhecimento com o máximo de pessoas
que eu posso públicas lideranças eu acho que faz parte dessa jornada Tá certo eu te agradeço muito pela entrevista e já te convido a voltar daqui a 20 poucos anos para dizer se deu certo ou não a sua conv Tomara que a gente consiga né ter essa conversa daqui a 20 poucos anos tá certo é isso gente nosso programa fica por aqui agradeço além do Marcelo por ter incluído Roda Viva na intensa agenda de lançamento do despertar do universo consciente aqui no Brasil também agradeço a essa bancada de jornalistas e cientistas que conduziu a conversa
comigo com esse bom humor e o certo ceticismo que condiz com o jornalismo científico Giovana Girardi Salvador Nogueira Denis Russo burgerman Ricardo ogando Marcelo y machita e o Luciano Veronese que tentou desenhar todo esse programa que foi bem eletrizante nosso agradecimento sobretudo a você espectador do Roda Viva e da TV Cultura assiduo em o despertar do universo consciente a capacidade do homem de contar histórias é elevada a um poder quase Sublime de distintivo em relação às demais espécies de animais que habitam a terra conosco a partir disso O que o Marcelo pede é que a
visão do homem como dono do planeta e como tal detentor de poder de explorá-lo até exao Dê lugar a uma outra visão na qual a humanidade assume o compromisso ético de salvar a vida na Terra já que ela é tão Rara Como diria o Lenine senão única no universo você fica agora com o senhor Brasil e o Roda Viva volta na próxima segunda-feira como sempre às 10 da noite até [Música] lá [Música] educação que transforma Bradesco
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