Olá pessoal boa noite Agradeço demais aí por terem nos aguardado Eh boa noite estudantes docentes comunidade interna externa da Psicologia Minas todas as nossas unidades mas hoje especialmente nessa noite também nos direcionando aí as turmas da unidade Barreiro e também do campus Betim para quem não me conhece eu sou professor Vilmar Oliveira daqui a pouquinho professora Dan Núbia vai estar também por cá com a gente Ela acabou de terminar um processo de orientação de trabalho de conclusão de curso e a gente teve um probleminha com a conexão dela mas ela retorna vai participar aqui conosco
dessa transmissão Em alguns instantes aí no momento do debate para quem tá participando desse evento pela primeira vez estamos seguindo com a programação da semana da acolhida neste ano iniciamos com atividades do terceiro simpósio do nosso programa de pós-graduação Distrito Censo em psicologia por onde então temos aí a oferta do nosso mestrado e doutorado em psicologia e agora nos reunimos nessa transmissão que Celebra a aula inaugural da Psicologia Barreiro e da Psicologia Betim essa parceria né então já é costume Já é tradição a gente ter esse modelo de atividade né de aula inaugural dessas aberturas
nesse formato de acolhida geralmente então no primeiro semestre letivo a gente dá esse nome e no segundo vem aí como a né com o título de semana da Psicologia pensando também aí na ocasião em que a gente celebra o aniversário da nossa ciência profissão e hoje a gente vai estar debatendo uma temática super importante ã pensando aí no campo de atuação né e toda a sua pertinência temas emergentes em psicologia os desastres no cenário contemporâneo já vou subir aqui pra tela para est conosco convidar a professora Tatiane Melo tudo bem Tati boa noite Vilmar boa
noite para todo mundo que tá aí conosco para assistir essa Nosa esse nosso bate-papo hoje aqui né que é mais uma conversa mesmo sobre esse assunto tão importante mas já agradeço viu mar não gente que agradece aí pelo presente de ter aqui né a sua disponibilidade e a sua exposição tatian é psicóloga doutorando e administração e mestre em administração pela PUC Minas eh professora Ana faps ela tem atuado na área da gestão de pessoas o Instituto eh guaicui que é uma das assessorias técnicas responsáveis pelo assessoramento à comunidades que foram atingidas pelo desastre em Brumadinho
né e acho que especialmente por falar desse Episódio Todo mundo já já compreende a relevância né do que vai ser a nossa discussão Aí Tati a palavra tá com você né vou te acompanhar por cá né te ouvindo H qualquer coisa aí verbalmente tô aqui para o seu auxílio e as nossas ouvintes e os nossos ouvintes pessoal por favor já tô muito feliz aqui com as interações que a gente tá recebendo pelo chat daqui a pouquinho a gente vai compartilhar Então fique atentos aí essa comunicação o formulário para que vocês possam registrar a presença e
receber da aqui alguns dias a declaração aí que informa a participação de vocês mas não deixa também de registrar os comentários as reações né a o que tá sendo aqui compartilhado mas também as perguntas para compor esses nossos minutinhos aí de discussão depois quando o Tati fechar esse momento da exposição Tá bom então que seja um evento muito bacana para todos [Música] nós bom obrigada Vilmar eh Agradeço todo mundo que tá aqui conosco né pra gente poder conversar só se já tá aparecendo para vocês aí Vilmar a apresentação já tá aparecendo já agora certinho que
essa apresentação ela é um pouco para nortear a gente aqui nessa conversa pessoal porque é um assunto que desperta muita curiosidade né esse assunto dos Desastres e eu já queria chamar a atenção dos colegas aqui eh para primeiro ponto por que que eu quis falar aqui em desastres no cenário contemporâneo e não necessariamente da Psicologia de Emergências e desastres né que é uma área que tá já crescendo bastante porque a gente precisa eh pensar esse assunto sobre vários aspectos antes de se pensar numa Psicologia de desastres por ser um assunto que mexe muito com a
gente um assunto que nos últimos anos tem ganhado uma proporção muito grande é importante a gente entender ele um pouco para se pensar que psicologia é essa né que psicologia que pode atuar nesses eventos extremos nessas situações de crise que a gente tá abordando aqui então eh eu acho que nada mais contemporâneo já fazendo um trocadilho aqui nada mais contemporâneo do que os desastres Apesar deles não serem uma novidade na história do mundo né o mundo ele sempre teve eventos aí desastres muito graves mas tem aumentado de um tempo para cá né E tem alguns
motivos que a gente vai falar um pouquinho deles aqui então entender todo esse contexto ele é importante para se pensar essa psicologia que se propõe a trabalhar nesse assunto e aí gente vamos começar a pensar um pouquinho aqui né Eh o que que a gente lembra quando a gente fala de desastre né é um assunto gente que mexe que ele desperta muita curiosidade eu falo com vocês que todo lugar que eu vou falar de desastre não só para para pessoal da Psicologia mas para outras áreas também comumente o pessoal fica é muito interessado porque mexe
muito com os nossos afetos né Eu sempre brinco nas aulas com os alunos você quer entender pulsão vai falar de desastre com as pessoas mexe muito desperta muita curiosidade né E às vezes essa curiosidade ela pode ter várias vários motivos ali Né desde até os motivos mais mórbidos inclusive né que motivam muitas pessoas mas a gente tem alguns casos clássicos aí que eles vão mexer muito e a gente a gente vai ter mais informações sobre eles né hirosima que muitas vezes os alunos perguntam professora mas hirosima foi um desastre Sim ainda que tenha sido uma
bomba jogada na cidade mas foi um desastre Chernobil o furacão catrina né que é muito abordado na literatura os casos de tsunamis que são Talvez os desastres naturais mais eh com maior incidência aí né que a gente ouve falar dentro dos desastres naturais em geral mas principalmente gente os desastres recentes aqui no Brasil especificamente Mariana Brumadinho e AB boate Kis né esses três desastres eles causam uma comoção social muito grande principalmente Brumadinho e Mariana por conta do número elevado de mortes que esses desastres tiveram mas já chama atenção gente pra gente já começar a exercitar
o nosso olhar aqui Mariana não foi menos grave tá não foi menos grave que Brumadinho e menos grave que abat Kis só porque teve menos mortes não gente Mariana é um desastre gravíssimo e com muitas mortes também mas mortes não de humanos mortes de animais e a gente não pode negligenciar isso então Já vamos começar a treinar esse olhar aqui desde o início e aí gente esses sentimentos assim eles são muito importantes a gente pensar né tudo isso que move a gente diante de um desastre por o profissional que atua na área de desastres e
principalmente o psicólogo ele também tem emoções né então a gente já precisa começar a entender essa dinâmica de tudo isso que movimenta a gente quando fala desse assunto por é uma área gente que justamente por envolver tantos afetos uma carga emocional tão forte muitas vezes profissionais não preparados vão para ela tentando fazer as coisas e acabam se perdendo ali no Meio do evento no meio da crise porque são tomados por emoções né a gente teve relatos disso muito embr Madinho inclusive né então dos profissionais muito movidos pela solidariedade né O que é um gesto muito
louvável mas sem preparação para aquele evento para um episódio daquele porte E com isso perdendo um pouco o sentido do que fazer né então fazer esse exercício gente de entender os sentimentos aí as emoções que envolvem a gente nesses nesses grandes desastres é um exercício muito importante para atuar nessa área né Eu sempre falo com os alunos assim eu preciso fazer esse exercício do que eu dou conta porque não adianta eu me eu fazer um movimento para ir para uma área sem fazer essa reflexão se é uma área que ela me traz Desafios que eu
não sei se eu vou conseguir responder e esse campo das emoções é algo muito forte gente na área de desastres muito forte mesmo assim tal de tal forma que isso me fez mudar o tema que eu queria pro meu doutorado inclusive né que hoje minha pesquisa de doutorado vai no sentido de entender o adoecimento dos trabalhadores que atuam na no no pós-desastre né porque os trabalhadores dessa área estão adoecendo justamente porque mexe com muitas emoções e não pensem que eu tô falando apenas de Emoções ligadas a por exemplo a traumas a problemas né com com
quem teve perdas familiares e tudo mais não todos os trabalhadores gente que trabalham no desastre como um todo com todo tipo de dano envolvido então é uma carga emocional muito forte por isso que eu sempre sempre falo é uma área que transita entre a empatia e a racionalidade você não pode ser tomado pelas emoções ao ponto de ficar irracional mas também não pode ser tão acional a ponto de se ficar insensível e esquecer a força né daquele evento né de perder a humanidade que traz consigo Então é muito importante essa reflexão Inicial aqui e aí
qual que é a nossa proposta aqui gente da nossa conversa né Vamos sair do senso comum da leitura do desastre por qu justamente por ser um assunto gente que ele promove muita curiosidade na gente a gente fica querendo dar muito opinião a gente acaba às vezes tendo conclusões muito precipitadas que que eu tô querendo dizer fazendo julgamentos em cima daquele assunto sem necessariamente ter o conhecimento técnico por trás dele né E às vezes traz algumas conclusões precipitadas né Eh nos casos dos Desastres de barragem gente eh essa discussão ela é muito Evidente assim porque tem
um aspecto eh judicial muito forte nesses desastres né mais adiante a gente vai entrar um pouquinho nisso e algumas pessoas às vezes né eu tem 5 anos que o desastre aconteceu nesses 5 anos por várias vezes eu já tive gente me abordando falando assim nossa mas você não tá desresponsabilizar quando você tá chamando de desastre não gente não no caso tem toda uma literatura né que vai corroborar esse conceito então é importante de cara a gente entender que quando eu tô dizendo desastre eu não tô dizendo que foi algo feito sem querer algo feito ao
acaso não tá então tem toda uma conceituação que considera desastre como um processo sim como responsáveis E aí vamos entender essa dinâmica aqui né primeiramente riscos são naturais desastres não né Se tiver algum aluno meu aqui acompanhando vai falar nossa professor fala tanto isso na aula porque isso aqui é uma premissa gente que a gente precisa entender nessa área que é o que gente o risco faz parte da nossa vida a gente vive o tempo inteiro exposto a riscos a nossa dinâmica que no nosso planeta é um planeta que ele tem oscilações climáticas ele tem
grandes tempestades grandes secas são são riscos que nós estamos expostos agora o desastre não é natural é isso que a gente precisa entender e aí o desastre ele é justamente quando eu não faço a gestão desse risco quando eu não tomo as medidas necessárias que são né fundamentais para que o desastre não ocorra E aí os teóricos dessa área vão dizer os desastres são gerenciáveis e é exatamente isso significa gente que eu consigo conter um tsunami não mas que eu consigo tirar as pessoas da onde esse tsunami pode passar isso é Gestão de Risco se
eu sei que vai vir uma onda né um volume de água gigante ali eu eu tiro as pessoas eu faço uma evacuação se eu sei que vai ter um grande Tornado eu tomo as medidas de precaução por isso que países de primeiro mundo gente que são mais avançados nisso Japão Estados Unidos Austrália a própria Nova Zelândia Eles são muito bem treinados o grande diferencial do Japão que faz por exemplo você ter gente tem terremoto no Japão toda semana e a gente nem fica sabendo porque já é um país muito bem estruturado com gestão de riscos
a população já é muito bem treinada né então isso faz diferença você ter ali toda várias políticas várias estratégias bem construídas junto com a população para responder a esses riscos então o desastre é quando eu não faço essa preparação né quando eu deixo uma uma barragem romper e matando toda uma população que tá ali perto não ter uma preparação para isso eu não gerenciei os riscos da maneira que deveriam ter sido gerenciados quando vem uma enchente que faz um estrago enorme mata muita gente poder público não fez o que ele precisava fazer de tirar famílias
pessoas de zonas de risco de encostas de colocá-las numa zona de segurança Então não é gente é isso que é importante já ficar entendido aqui não é conter o fenômeno necessariamente mas é tomar as medidas diante da ocorrência daquele fenômeno a gente precisa ter noção disso E aí entendendo os desastres né gente o que que são os desastres entendendo isso aqui Gente esse esse conceito aqui você a gente tem vários conceitos mas esse aqui ele é o que eu acho que tá mais próximo a definição mais próxima Porque que a gente precisa entender dentro da
Psicologia que vai ser uma ocasião de crise ou estresse social observável no tempo e no espaço em que sociedade e seus componentes sofrem danos físicos e ou perda e alteração do seu funcionamento cotidiano vamos ficar um pouquinho aqui o desastre gente é quando você tem uma ruptura social é quando você tem uma desestabilização de uma comunidade essa comunidade gente ela pode ser uma comunidade de uma cidade ela pode ser uma comunidade de um país ou ela pode ser uma comunidade de pessoas envolvidas com a aquele público do desastre por exemplo as famílias da boat Kiss
as famílias da boat Kiss são uma comunidade e que desde aquele dia nunca mais foram a mesma a vida daquelas pessoas teve um um evento ali uma ruptura que modificou completamente a dinâmica da vida deles por isso que é um desastre também então aonde você tem danos físicos e perda do funcionamento cotidiano nós presenciamos gente gente muito bem lá em Brumadinho quando teve o rompimento da barragem essa alteração do cotidiano tanto que pessoas né que não tavam necessariamente na rota da onde a lama passou não tiveram a a perdas familiares não tiveram perda de ninguém
mas foram atingidas por toda a rota de trabalho delas foi prejudicada porque a dinâmica da cidade foi toda alterada estradas foram eh eh vidas essas pessoas não podiam passar então modifica toda a estrutura da cidade né então isso é uma coisa que caracteriza né às vezes os alunos ficam muito assim isso é um desastre isso aqui é um desastre o que eu sempre peço para eles olharem Observe se o contexto foi alterado né se você teve ali perdas danos mas se o contexto também daquele lugar foi alterado novamente volto na boate Kis gente Santa Maria
a cidade foi totalmente desestruturada depois da boate né aquele evento ali modificou a dinâmica da cidade por durante um bom tempo né então isso são fatores a serem observados Além disso ultrapassar a sua própria capacidade de autorre recuperação isso aqui gente é um ponto muito importante também da gente entender no conceito de desastres que é isso que ajuda a gente a entender toda aquela movimentação quando tem um evento vai paraos vermelha vai médico sem fronteiras Vai um monte de voluntário vem ajuda de outros países toda aquela dinâmica porque aquele local sozinho não consegue responder ele
não tem condições E aí condições de vários de vários níveis gente né condições estruturais condições de de saúde de em várias áreas aqui para responder então ele precisa de ajuda externa né então a cooperação externa ela é uma premissa se você vai lá no documento da ONU que orienta a área de desastres né quem tiver interesse é um documento chamado sendai Framework que é um documento diretivo né Ele é Mundial mas que ele tem as premissas principais da área de desastres e uma delas é a cooperação internacional de que você precisa enviar auxílio diante de
situações de calamidade nós vimos isso gente no Brasil eh muito próximo na época do desastre do Haiti em 2010 quando teve várias eh comitivas do Brasil de auxílio pro Haiti e o caso do Haiti é um caso um caso muito interessante pra gente entender isso porque a fragilidade do país era tamanha gente que internamente não tinha condição de quase nada paraa reconstrução para atuar naquele desastre foi um um desastre com uma atuação externa muito grande porque o país por si só já era muito fragilizado é diferente por exemplo do Japão quando acontece lá o próprio
país tem muita estrutura para responder São raros os casos que tem ajuda externa pro Japão porque ele já criou essas condições Então essa dimensão da Ajuda externa é muito importante para definir um desastre também né e Brumadinho mostrou isso pra gente boat Kis também mostrou gente o tanto de gente que teve que ir né que que teve que ir não que foi né do país para lá para ajudar principalmente psicólogos um outro caso também que a gente vê com frequência é das de Petrópolis da Serra de Petrópolis quando tem né os períodos de chuva lá
maior desastre da história do Brasil gente inclusive é na serra de Petrópolis em 2011 né nesse nesse desastre especificamente Teve uma grande mobilização de psicólogos para lá de psicólogos do Brasil inteiro para pro acolhimento das famílias lá então essas ess essas movimentações gente elas ajudam muito a gente a entender o que que configura a dinâmica de um desastre e a diferença que tem por exemplo para um acidente né um acidente que é mais pontual que necessariamente não se configura como desastre tá ambas as causas e as consequências dos Desastres são produtos de processos sociais que
operam dentro da dentro da sociedade afetada o que que é isso isso gente se os desastres são gerenciais então eles são um produto social e é nessa discussão aqui que a gente precisa começar a abrir a cabeça né para não ver mais desastre como uma fatalidade nó que dó rompeu a barragem nossa que dó veio veio uma enchente destruiu com tudo Não isso tem responsáveis né e a gente precisa começar identificar esses responsáveis E aí eu até coloquei umas fotos aqui né pra gente entender essa dimensão da cooperação que é aquilo que a gente vê
muito quando tem desastre né Cruz Vermelha Médicos Sem Fronteiras bombeiros a Defesa Civil aqui de Minas Gerais gente ela é referência no Brasil inclusive de atuação justamente por ela tá lidando com desastres tão delicados como ela tem lidado nos últimos anos né então é uma é um órgão que ele é bastante consultado né inclusive eh o o IML aqui de Belo Horizonte da Polícia Civil aqui de Belo Horizonte eh o caso o caso de Brumadinho toda a condução que eles tiveram que dar eles inclusive apresentaram isso em outros países foi um caso muito bem construído
dentro do do IML e que eles levaram para outros para outros territórios depois para outros lugares depois justamente pela complexidade que envolveu aquilo ali né a gente do lado de fora só vê ali eh a imagem né gente aquele mar de lama e os bombeiros trabalhando mas por trás daquilo ali teve uma uma estratégia extremamente complexa e bem construída de mapeamento para ir ali tentando localizar os corpos né e por isso que eles estão lá até hoje né isso segue essa estratégia tem todo um porquê de tá sendo feito até hoje então isso tudo ajuda
a gente a entender né Um pouquinho mais da área mas tem uma dimensão gente aqui pra gente na psicologia que ela é muito importante também que é essa questão social dos Desastres E aí eu gosto sempre de trazer uma fala da professor André zuri que é lá da UFMG e é uma das principais pesquisadoras dessa área ela é antropóloga e é uma fala esse esse recorte de fala que eu trouxe aqui dela é uma fala dela num congresso sobre Mariana em 2019 pouco depois do desastre de Brumadinho e André é muito incisiva nessas falas porque
ela pesquisa há muitos anos já a mineração as hidroelétricas e ela já cantava muito essa pedra antes desses desastres acontecerem né Olha nós estamos plantando bombas aqui e ninguém tá vendo uma hora elas vão começar a estourar como começaram né E essa fala dela é uma fala muito potente gente que ela vai dizer assim os desastres não são fenômenos naturais mas processos produzidos em função de cer ctos padrões de relações socioambientais arranjos institucionais e decisões políticas chama atenção gente aqui ó quando ela fala que não são fenômenos naturais ela não tá dizendo que não existem
desastres naturais não tá ela tá falando do fenômeno ou seja o fenômeno ele vai ter uma interferência do homem o homem vai colaborar para que os desastres aconteçam e quando a gente tá falando do homem gente a gente tá falando de arranjos institucionais de decisões políticas quando o governo x ou Y aprova uma lei que afrouxa o licenciamento ambiental né quando ele deixa passar a boiada ele tá contribuindo para um desastre no futuro é isso que ela tá dizendo aqui por você tem mecanismos ali não não não é só para os desastres ambientais não tá
pessoal a própria os desastres da boast quis por exemplo até onde você tinha um problema com o alvará da da boate Ou seja a fiscalização que deveria estar acontecendo ali não ocorreu então o Estado ele tem mecanismos para fiscalizar ele tem políticas para atuar antes de um desastre acontecer então quando você tem decisões políticas que não estão agindo da maneira que tem que ser elas estão colaborando para que desastres ocorram a fala da Andréia vai nesse sentido né ou seja os desastres não podem ser resumidos a problemas de ordem técnica ou tecnológic simplesmente isso porque
as opções tecnológicas resultam de decisões políticas pautadas pelo imperativo econômico entende gente assim traduzindo um pouco o que ela tá querendo dizer a gente não pode por exemplo olhar para um desastre como de Brumadinho e ficar pensando só assim nossa o engenheiro que construiu aquela barragem ali errou o técnico de segurança do trabalho não previu o que ele tinha que prever lá para tirar as pessoas da rota não é só isso ela tá falando de processos de tomadas de decisão que vão permitir que aquilo ali aconteça não adianta gente puxar para um funcionário para um
trabalhador que tá ali literalmente no chão de fábrica a responsabilidade disso porque você tem pessoas que estão tomando decisão e às vezes esse técnico esse Engenheiro ele vai avisar ele vai est ali no Calcanhar olha vai dar problema Olha isso aqui tá errado mas quem toma a decisão tá direcionando para outra coisa então é isso que a gente precisa entender porque é nisso que a gente começa a identificar responsáveis E para de ficar só ali com um extintor virado para um lado errado comecem gente é sempre esse exercício a identificar esses movimentos que resultam em
desastres porque isso vai começar a sinalizar pra gente o que a gente precisa cobrar aonde que a gente precisa começar a prestar atenção para que não aconteça E aí trazendo um pouquinho para vocês aqui pra gente entender né fazer começar a fazer uma separação um pouco eh técnica aqui e lembrando aqui novamente é diferenciando essa origem porque os danos gente é o que eu sempre falo com os alunos se eu passar para vocês uma foto aqui de uma de um poste tsunami e não falar o que que é vai ter gente que vai me dizer
que foi uma uma bomba que foi um tsunami ou que foi um terremoto os danos em si São muito parecidos entre os naturais tecnológicos São muito parecidos agora o que a gente precisa entender é justamente esses responsáveis pra gente pensar em como que a gente vai consertar isso depois como é que a gente vai fazer a reparação desse processo depois porque no caso aqui né desastres naturais são aqueles de origem que tem a origem deles deriva da natureza geralmente essa responsabilização vai caber ao estado porque o estado geralmente assim na maioria na grande maioria das
vezes porque o estado não tomou medidas necessárias para aquilo ali né vou dar um exemplo para vocês aqui saindo um pouco fora dos tsunamis só um minutinho para eu beber água gente um exemplo de um desastre recente que ilustra isso aqui ano passado a gente acho que foi ano passado mesmo o o terremoto na Turquia que matou mais de 50.000 pessoas eh esse terremoto gente inclusive se eu se eu não tô fazendo não tô fazendo alguma confusão aqui o primeiro ministro o Aliás o governador do Estado lá eh entregou o cargo depois disso porque boa
parte do problema que se teve lá de mortes Foi por conta dos prédios que caíram não apenas do terremoto em si foi forte foi dos prédios que caíram e os prédios não tinham estrutura e aí começou-se a descobrir que a o a qualidade da construção dos prédios era muito inferior e não tinha uma fiscalização sobre isso olha a responsabilidade do estado que deveria ter fiscalizado por que que no Japão quando tem terremoto não tem tanta morte mais porque a estrutura dos prédios são boas Porque tem uma fiscalização em cima tem uma política governamental muito forte
nesse sentido Então tá vendo é um desastre natural que a gente tá dizendo aqui esse da Turquia mas que a má Gestão Pública de não fiscalizar fez com que tivéssemos muitas mortes então a gente consegue localizar responsáveis por isso agora nos tecnológicos gente isso é mais Evidente né os tecnológicos decorrem de ações humanas os tecnológicos gente não é entendendo que não é tecnológico que tem a ver com tecnologia tá é um tecnológico no sentido de que deriva de ação humana eles são mais identificáveis geralmente Você tem uma empresa diretamente responsável um uma pessoa diretamente ável
Mas a gente nunca pode esquecer o pano de fundo o estado ainda que você tenha uma empresa diretamente responsável o estado também tem responsabilidade nisso o estado não teve a fiscalização que ele deveria ter tido com aquilo ali então a gente tem que entender né Essas origens para entender o nível de responsabilização também e pra gente entender por exemplo porque que os desastres tecnológicos eles são mais complexos né geralmente nas aulas gente os desastres tecnológicos sempre tomam mais atenção porque quando a gente começa a falar do assunto aí começa a aparecer muita polêmica Nossa esse
caso da boat Kiss teve isso is isso Brumadinho teve isso is isso são mais polêmicos né se a gente pega os outros clássicos aqui dos Desastres tecnológicos Chernobil é extremamente polêmico as pessoas até hoje têm muita curiosidade sobre Chernobil e não gente né Chernobil você teve um erro técnico ali mas o erro de condução do governo soviético depois foi muito grave também colocou a vida de muitas pessoas em risco então a gente precisa entender toda essa dinâmica como é que funciona né para atribuir responsabilidades falando um pouquinho aqui dos desastres naturais gente eh pra gente
não deixar eles de lado aqui porque acaba que a gente acaba indo sempre pros tecnológicos com mais força mas a gente precisa falar dos naturais também e os naturais porque no nosso Horizonte aqui de futuro existe uma perspectiva de muitos desastres naturais por conta das questões climáticas eles estão aí no nosso horizonte mas daqui a pouco vocês vão entender também o porquê dos naturais né porque não é só no futuro a gente teve teve um passado recente aí com desastre natural tomando a vida de todos nós entendendo um pouquinho né os desastres naturais tendem aumentar
de frequência e gravidade no Brasil né Isso é uma fala já de 10 anos para cá né Nem essa essa cação aqui não é nem recente assim ela já é de algum tempo e os sinais vem se manifestando por meio de diversos eventos climáticos com grandes períodos de seca inundações gente a gente precisa começar a considerar as secas também a gente sempre vai falar das inundações mas as secas também provocam grandes desastres no Brasil elas a gente também tem que consider considerar esse cenário para fazer defesa de políticas de prevenção de desastres em levantamento feito
né e aqui são dados né entre 91 e 2010 foram registrados no país quase 32.000 desastres afetando a vida de Mais de 96 milhões de pessoas e obrigando que mais de 6 milhões deixassem seus lares Além de alterarem a situação ambiental das áreas que recorrem e criarem novos cenários de exposição aos riscos a gente tem que lembrar também e isso nos desastres naturais fica muito Evidente como que um desastre gente ele fragiliza aquela comunidade deixando ela exposta a novos riscos Então não é só não é um evento estanque aconteceu aquele desastre pronto acabou não ele
fragiliza a comunidade e essa comunidade fica mais exposta depois disso exposta a várias coisas inclusive doenças então por isso que a gente não pode eh deixar de lado os desastres naturais ainda que a gente tenha a falsa percepção de que no Brasil não tem desastre natural né Gente eu venho de uma geração Acho que vi o mar também de ouvir assim não Brasil não tem isso não isso é coisa só dos Estados Unidos que é Ciclone Tsunami A gente tem uma cultura muito voltada para tsunami e como aqui não tem a gente acha que não
acontece nada mas tem gente tem Nós moramos em Belo Horizonte Belo Horizonte as chuvas aqui provocam desastres Minas Gerais e Rio de Janeiro são dois estados extremamente vulneráveis por conta da geologia dos est desses estados a gente agora tá falando muito de Santa Catarina né da região Sul que o bicho tá pegando lá também mas Minas e e Rio sempre tiveram muito problema com enchente com desmoronamento Então esse tipo de coisa a gente precisa também tá aqui no nosso do nosso lado gente acontecendo né E são desastres naturais só que que que eu queria chamar
a atenção a gente teve um recentemente que pegou todo mundo então todos nós aqui somos eh Sobreviventes de um desastre recente né que foi a covid gente a covid ela foi um desastre natural né Eh Geralmente eu não eu não tenho costume de abordá-la nas aulas Eu Sempre converso isso com os alunos porque a covid ainda tá a flor da pele a gente ainda não processou tudo que foi vivenciado né foi um desastre eh muito intenso e que essa dinâmica acelerada que a gente vive nela automaticamente a gente já vamos voltar pra rotina correndo fazendo
as coisas voltar presencial e tudo mais a ficha ainda não caiu e gente isso não é uma novidade em Desastres né Às vezes as pessoas vão ficar ali um bom tempo para processar tudo que aconteceu e a gente ainda tá nisso na covid a gente ainda tá entendendo os danos da covid né E ela é assim um desastre e um desastre natural só que que que eu queria trazer um pouquinho né da covid aqui falando um pouco por alto dela a configuração do cenário imposto pela covid acumulou uma crise sistêmica na saúde pública e a
necessidade de paralisação da economia que consequentemente gerou uma desestabilização geopolítica sem precedentes na história recente gente tem uma discussão né Eh eh foi feita lá no início da covid uma discussão muito grande assim de como que a gente classificaria covid porque talvez classificá-la só no ral de um desastre natural era muito pouco pela complexidade dela E aí tinha autores que iam falar assim olha é um desastre natural precedido de um desastre econômico né só que desastre econômico é uma coisa que a ainda não tá muito bem categorizada nessa área então assim você vai ter autores
que vão falar por exemplo de eh efeitos em Cascata que é quando você tem um desastre que vai desencadeando vários outros né Por conta dos problemas causados por esse primeiro desastre então a covid gente Ela ainda tá sendo muito entendida né ela tá sendo muito ainda estudada para ver como é que a gente entende esse assunto eu lembro na na minha banca da do mestrado minha pesquisa foi sobre Brumadinho mas a covid impactou pelo período que eu fiz a a a minha pesquisa a covid impactou diretamente a minha pesquisa e aí eu convidei pra minha
banca o coordenador do laboratório de desastre da Fiocruz que tava na época imerso na discussão de covid né então ele fala da mineração também mas eu chamei ele justamente assim pelo teor da covid na minha pesquisa mesmo não sendo o desastre que eu tava estudando eu tava falando de um outro desastre mas a força da covid gente foi a veladura então não tem como falar desse assunto aqui e não falar um pouquinho de covid né ela esteve ali no nosso cotidiano ela ensinou pra gente o que que é um desastre a covid ensinou pra gente
a responsabilidade do Estado né Eu acho que eu não preciso nem voltar aqui em tudo que foi vivenciado do quanto Ela mostrou pra gente essa responsabilização de atores do quanto você ter uma política ali estruturada como no nosso caso era o SUS fez diferença gente o SUS segurou muita coisa o SUS ele funcionou na época da pandemia como uma política ali de desastre mesmo de contenção países que não tinham uma estrutura como do SUS morreu muita gente era para ter morrido muito mais gente no Brasil se não fosse o SUS a gente tem que sempre
lembrar disso e sempre ressaltar isso E aí pessoal só entendendo um pouquinho né da covid aqui enquanto pandemia né a Organização Mundial de Saúde Ela fechou em três características definiu três características velocidade escala severidade e perturbação social né Essa classificação ali enquadrando a covid como pandemia a velocidade relacionada a rápida disseminação que a gente viu né ali como que foi rápido saiu da China mudou para outros países e aí assim a gente tem que lembrar né como que a globalização da mesma forma que ela traz ganhos pra gente ela também nos expõe mais né Eu
sempre faço um paralelo ali como é que você a globalização ali ela potencializou a pandemia essa troca ali né frequente de regiões como é que isso tem a ver com a globalização também a gente não pode ignorar esse fato eh a severidade né então a gravidade dos casos como que a covid no início ela teve uma um um grau de severidade muito intenso né fazendo morrer muita gente e a perturbação social né Essa disrupção social e econômica aí a gente volta para aquilo que eu disse lá no início né como é que o desastre né
um desastre ele não é nunca só no caso da da covid gente não era só uma gripezinha né ele tava alterando a estrutura da sociedade alterou não só a estrutura do Brasil do mundo inteiro a gente tava com um desastre na nossa frente era inegável olhar pra dinâmica social vamos lembrar do que eu disse lá no início né desestrutura Toda uma comunidade como a gente viu o mundo se desestruturar então talvez a grande resposta aí né covid foi um desastre tá nessa perturbação social como é que né gente as mortes também claro mas como que
o mundo teve que se readaptar naquele cenário todo ali então tudo isso exemplifica pra gente como que a covid foi um desastre tá E aí gente seguindo um pouquinho aqui que a gente não consegue né eu tô tô tentando falar um Geral do assunto aqui mas a covid se a gente entra muito nela ela de aulas e aulas aqui mas vamos pros tecnológicos também por É um cenário muito próximo da gente aqui em Minas Gerais e que eu sempre falo gente o horizonte não é bom não infelizmente a gente tem que ser muito sincero quanto
a isso né Nós temos hoje a última vez que eu peguei esse dado eh 436 barragens em Minas Gerais não é pouca coisa a gente tem barragem de mineração para todo lado em Minas Gerais e olha que a gente só lembra das barragens de mineração a gente esquece de hidroelétrica hidroelétrica também rompe viu gente ela também pode gerar desastre só que aqui no nosso caso a mineração ela ganhou um tom muito sério muito grave porque a gente tá falando de grandes barragens que não se sabe muito o que fazer com elas né E que elas
estão aí expostas tem comunidades e mais comunidades que nesse momento que a gente tá aqui conversando estão vivendo o terror de uma barragem que pode en roler comunidades aqui do lado você vai em Congonha Você vai em Ouro Preto você vai em Mariana você vai em Barão de cocai você vai em Itabira você vai ter pessoas em profundo sofrimento mental por conta de medo de barragem romper então a gente precisa olhar para esse cenário e vão entender aqui os desastres tecnológicos né Para Além das barragens é como eu já disse aqueles que resultam de decisões
humanas e aí tem uma fala gente aqui eh que vem inclusive se eu não me engano da engenharia essa essa citação aqui da relação né com indústrias de alta complexidade né como é que os grandes desastres eles envolvem essas indústrias né É aí que ele vai dizer aqui cujos sistemas e subsistemas apresentam intrincadas relações de funcionamento Nos quais normalmente os acidentes do sistema ocorrem devido a previstos nas interações Entre várias falhas nas interações Entre várias falhas no Qual a falha de um componente desencadeia falhas em outros componentes e subsistemas o que que ele tá dizendo
gente as indústrias elas trazem um nível de complexidade de funcionamento que às vezes você tem todo um sistema que aí dá uma falhadinha aqui que vai causar um desequilíbrio em todo o outro sistema e gerar um desastre então por exemplo nas barragens mesmo né Tem vários motivos que podem causar a gente o rompimento de uma barragem não é uma coisa tão simples de ser entendida né às vezes é uma mecânica de uma coisa aqui que desestabilizou a parte tal e que vai atingiu todo né a gente tem um exemplo aqui de Chernobil Por exemplo quando
quando você vai vai ver o que que aconteceu foi um reator que o técnico quis fazer uma testagem na temperatura daquele reator que aqu demais o reator que afetou os outros e explodiu a usina Então essa complexidade tecnológica ela também expõe a gente a riscos né Vamos pensar 500 anos atrás que você não tinha essas indústrias tão complexas você ia ter explosão de usina nuclear não você ia ter barragem rompendo não você não tinha né esse desenvolvimento tecnológico que traz mais riscos também então é importante a gente entender essa relação né com o desenvolvimento tecnológico
também E aí gente a gente não pode esquecer nunca é o que eu sempre falo com os alunos a gente tá falando de acidentes de trabalho né quando a gente olha para Brumadinho a primeira coisa que eu vejo é um acidente de trabalho Mariana é um acidente de trabalho por foram trabalhadores que mais morreram e isso não é qualquer coisa E aí isso traz reflexões assim que a gente nunca pode esquecer delas os desastres são aqueles gente que passam o perímetro da empresa e aí a empresa né ela envolveu a comunidade ficou exposto quantos desastres
não acontecem desastres não né quantos acidentes de trabalho não acontecem a gente não fica sabendo acontecem lá dentro da empresa e fica por lá mesmo né E aí eu puxo aqui pra psicologia do trabalho né Olha a dinâmica que a gente consegue ter acesso quando acontece um desastre desse de algo que tá acontecendo ali cotidianamente e que muitas vezes a gente tá aqui fora não tá sabendo e a gente não pode esquecer desse detalhe gente tá os que mais morreram em Brumadinho os que mais morreram em Mariana foram trabalhadores significa que todo o desastre tecnológico
é um acidente de trabalho não necessariamente você vai ter alguns outros né que que não vão ser tanto mas a grande maioria sim tá a gente não pode esquecer isso boat Kis de certa forma foi um acidente de trabalho também né teve um acidente de trabalho ali do músico lá do operador durante o trabalho que ele tava fazendo mas não causou a morte necessariamente de trabalhadores né foram de outras pessoas e aí só alguns dados vocês entenderem aqui no desastre da Samarco foram 19 óbitos dos quais 14 foram Trabalhadores né só que Mariana gente o
grande Impacto de Mariana é o desastre ambiental só para vocês terem uma noção comparativa Brumadinho foram 12 milhões de metros cicos de lama Mariana foi 50 é quatro vezes mais é muita coisa gente Mariana me desespera eu sempre falo isso assim Mariana Me angustia profundamente porque a gente não tem dimensão do que foi aquilo ali né justamente por o número de mortes ter sido relativamente pequeno a gente olha paraa Mariana muito distante e o dano ambiental ali é um dano Ambiental de gerações gente de décadas e décadas e décadas e é um processo que tá
aberto até hoje e a gente praticamente não fala mais dele as pessoas estão lá a mercê ainda de decisões judiciais e a gente não fala mais dele né então a gente precisa sim falar de Mariana a gente não pode esquecer Mariana o dano foi muito muito muito grande né A ainda que a gente não veja mas ele tá lá acontecendo já em Brumadinho quando a gente pega esses dados né Brumadinho Como eu disse foram 12 milhões de m c mas olha só 270 pessoas dentre as quais 127 127 eram empregados da própria Vale três Estagiários
e 118 eram de terceirizadas ou seja morreu Trabalhador gente e aí Eu sempre gosto de resgatar a fala de um promotora do ministério do trabalho num evento logo depois que teve eh da um evento logo depois do rompimento da barragem de Brumadinho e ela falando assim olha tão me pressionando muito para eh autorizar né o descomissionamento eu não vou ficar autorizando descomissionamento e colocando o trabalhador com a cara de frente para um paredão que ele vai ter 6 segundos para correr se o paredão romper as pessoas precisam precisam entender isso que descomissionamento pode causar instabilidade
na barragem e ela pode romper quando você tá fazendo descomissionamento o descomissionamento gente bem superficialmente falando é você esvaziar aquela barragem né só que não é um processo tão simples na época do comprimento de Brumadinho Teve uma grande um grande a em cima disso só que a gente precisa entender Até que ponto dá para fazer e eu lembro que essa fala dela na época me impactou muito assim ela falando qual vida é mais importante a do cidadão ou do Trabalhador porque com o descondicionamento eu vou colocar o trabalhador em risco e aí eu vou colocar
ele para Morrer para que outros sobrevivam que lógica é essa é uma lógica gente extremamente perversa que a gente tá nela inclusive né aonde uma vida pode valer mais do que outra onde a gente pode colocar alguns Para Morrer para que outros sobrevivam e a gente não pode deixar chegar nisso Justamente por isso que a gente tem que entender a dinâmica que provoca um desastre é pra gente não ter que chegar nessa escolha é não ter que ficar escolhendo quem vai morrer para que outro sobreviva né a gente tem que entender o antes disso e
a gente tá num momento muito importante gente na Humanidade para entender isso quando a gente começa a falar de crise climática de um monte de coisa que pode vir e as pessoas começam a achar você tá exagerando isso é um discurso político de exagero não é gente não é é enquanto a gente pode fazer alguma coisa né para não ter que ficar fazendo medidas paliativas lá na frente escolhendo quem vai viver e quem vai morrer porque quem vai morrer a gente já sabe né não é a tatian que tá dizendo isso não a literatura do
assunto quem vai morrer são as pessoas mais pobres porque vai morrer são os mais vulneráveis é esses que sempre morrem né então já tô trazendo uma coisa que eu vou colocar lá no final mas que já é importante pra gente entender isso aqui né são os mais vulneráveis que vão morrer todos esses desastres que eu citei aqui isso é dado são as pessoas mais pobres as mais vulneráveis que morrem né então a gente precisa começar a acordar para isso os impactos nas comunidades também gente né a gente não pode novamente a gente tem que considerar
a gravidade das mortes e a gente tem que considerar a gravidade dos danos quando a gente fala de Mariana e fala de Brumadinho por exemplo a gente tá falando de desastres com muitos danos com prejuízo de muita gente e que são desastres que já ocorreram Há 9 anos no caso de Mariana 5 anos no caso de Brumadinho E você tem comunidades que até hoje estão lutando lutando para ser reconhecidas porque foram impactadas e tão tendo que lutar para provar que foram impactadas é aquilo você ter a sua vida prejudicada e você ainda tem que ficar
anos brigando para mostrar que você foi prejudicado né é um nível de Sofrimento gente muito grande muito grande mesmo vamos lá os desastres tecnológicos além da perda de perda humana né como eu disse essas perdas na fauna na Flora né e os impactos de médio longo prazo essa questão do longo prazo eu tava até antes de entrar aqui para conversar com vocês eu tava eh na supervisão no estágio com os alunos de Betim e são alunos que tão né voltados para esse tema do desastre também o estágio tá voltado para esse tema E aí eu
tava falando com eles assim olha comecem a observar eles vão fazer uma atividade de um um caso específico um caso muito conhecido né para quem tem mais de 30 anos aqui do sésio de Goiânia que é um caso que às vezes a gente tem uma ideia bem longe dele mas que é um caso que ensina muito pra gente porque ele mostra o dano a longo prazo né se você vai lá hoje conversar com as vítimas com as pessoas atingidas nesse caso do sésio você vai encontrar pessoas profundamente deprimidas dependentes de políticas de saúde e com
dificuldade de reconhecimento porque o longo prazo gente começa a apagar a ca a o nexo causal daquilo ali aí essas pessoas começam a entrar em políticas que não são políticas públicas específicas pro caso delas e não ter demandas atendidas e um ponto que a a gente precisa pensar muito políticas públicas de saúde mental para essas pessoas gente não é qualquer coisa você ter um desastre que para uma cidade que paralisa essa cidade como você teve embr umad Dinho como você teve lá na boate Kiss isso marca as pessoas para sempre você precisa pensar políticas de
longo prazo não é coisa de um ano só pós desastre 2 anos só isso é lógica capitalista Ok paguei a indenização resolvi o problema Não não é isso você tá falando de anos ali que essas pessoas precisam de políticas específicas para elas de acompanhamento no caso dos rádio acidentados aqui que eu comentei eh eles vão falar de uso de medicação que eles precisam fazer e que eles vão ter dificuldade no acesso a essa medicação de acompanhamento com profissional de Psicologia que depois de um determinado tempo eles não consegu mais ter então a gente precisa começar
a olhar para esse futuro como é que vai ser daqui 20 anos 30 anos Brumadinho Mariana mais do que isso né a gente consegue perceber na dinâmica pós-covid que o adoecimento mental ele aumentou depois da covid né isso é uma coisa que a gente tem percebido bastante isso tem uma relação gente o desastre Será que a gente não tem que começar a pensar aí se nós não estamos num momento que a gente precisa pensar em fortalecimento das políticas de saúde justamente por conta desse desastre gigante que a gente teve Depois de 2019 e que ainda
tá acontecendo porque a covid não acabou gente a covid não acabou e a gente não pode ignorar o trauma que ficou daquilo ali e o medo que a gente fica cada vez que a gente pega covid agora cada vez que por mais que eu tenha a vacina e a vacina amenize muita coisa mas isso tem um receio isso resgata isso traz muitos gatilhos do que a gente vivenciou ali Será que a gente tem hoje políticas de saúde que comportam isso que dão conta desse cenário pós-desastre Será que a gente conseguiu ali né uma resiliência para
isso então a gente precisa começar a pensar esse longo prazo porque isso vai ser uma dos próximos anos né no nosso caso aqui Brumadinho Mariana nós estamos falando de pessoas gente que vem de desastres de contaminação a contaminação da água do rio desastres de contaminação eles vão ter desdobramentos ali por muitos anos as pessoas ficam com receio de usar água Olha eu tô na beira de um rio que eu não sei se eu posso usar água eu tô aqui eu usava né eu fazia uso da Pesca aqui pescava um peixe que eu não sei mais
se eu posso comer é esse cenário nos anos seguintes então a gente não pode cair nessa armadilha de ah simplesmente pagou a indenização resolveu fez um acordo com o governo do estado resolveu não a gente tá falando de políticas nos anos seguintes que tem que acontecer e a gente tem que acompanhar e tem que cobrar muito é uma questão de cidadania cobrar isso E aí gente esses processos judiciais né Aí eu não não vou nem Brumadinho Mari que eu já falei aqui mas a própria boate quis o processo que se arrasta né é uma característica
muito forte dos Desastres tecnológicos longos processos judiciais batalhas de laudos de análises para compor processo para chegar num consenso final de responsabilização daquele réu a gente tá assistindo isso aqui em Minas né processo de Mariana o processo de Brumadinho processos ainda que vão correndo e aí é batalha de laudo gente totalmente e as pessoas atingidas ficam ali a mercê disso n a mercê completamente de laudos técnicos se contradizendo o tempo inteiro e nunca chegando a uma decisão final E aí pessoal essas consequências na vida das pessoas aqui eu queria que a gente fizesse mesmo esse
exercício de não olhar apenas pro sujeito mas olhar para contexto porque o contexto ele vai dizer muito também do sofrimento desse sujeito né E quando a gente olha só para sujeito a gente pode acabar criando armadilhas muito perigosas pro próprio sujeito atingido que que eu tô querendo dizer a gente tá lidando com um contexto que tem estratégias institucionais muito bem construídas e que vão usar de todos os artifícios possíveis para poder minimizar o impacto Minimizar inclusive o gasto que vai ter com a reparação daquilo ali Por que que por exemplo eu gosto né de usar
muito o caso do sésio de Goiânia porque no caso do sésio gente eh mostra muito bem como foi criado um mecanismo né de silenciamento das vítimas recorrendo ao saber médico para anular o sofrimento psicológico das vítimas né então ali no caso de Goiânia a gente vai ter um um um contexto né um modus operand que vai ser nomeado na literatura como um sofrimento matemático que era usado como um silenciamento das vítimas para o silenciamento das vítimas no caso de Mariana e Brumadinho a gente teve um aperfeiçoamento desse modulos operand que é o que a Andreia
zuri que eu citei lá no início vai chamar de Sofrimento sociotécnico aí não é mais o Saber médico é o Saber jurídico que vai determinar né o que que que é dano o que que é ser atingido ou não atingido Então não é a pessoa sofrendo né é um saber jurídico que vai chegar ali e delimitar é o juiz que determina né O que que é o que que não é o dano então a entender essa dinâmica gente mostra como é que tá muito além do sujeito né então você vai ter ali né Muito o
trauma sim E por que que eu tô dizendo isso porque às vezes quando a gente fala da área de desastres principalmente no campo da psicologia vai ter um foco muito grande da questão do trauma das pessoas acharem que é só abordagem de trauma não eu vou trabalhar o trauma do sujeito que foi afetado mas não é só a questão traumática tem outras questões que tão envolvidas nesse assunto que produzem sofrimento tanto quanto trauma né esses danos materiais gente Eles produzem sofrimento também imagina o que que é você perder a sua fonte de sobrevivência você começar
a passar dificuldade por conta de um evento causado por uma empresa você não teve nada a ver com ele você perde a sua fonte de sobrevivência imagina o que que é você ter ali gerações da sua família Vivendo Num Território que de repente você é Obrigada sair dele que é o que acontece a gente nunca pode descolar do aspecto cultural vamos olhar para Minas Minas é um estado extremamente tradicional de família tradicional Como é que é você ter que ficar retirando essas famílias dali aonde elas cresceram aonde os pais cresceram os avós cresceram que é
o que a gente se depara quando a gente vai por exemplo para Ouro Preto né que ainda existe em Ouro Preto gente barragens que podem romper né E aí você chega lá você tem que retirar as famílias dali Ah tem que retirar a família e aí você pega a família e leva ela para um hotel para uma pousada gente quem que vive em hotel e pousada isso isso é dinâmica de vida aí a pessoa tem que ficar anos ali morando isso até ter uma decisão judicial para onde que ela vai acaba com a vida da
pessoa por algo que não teve nada a ver com ela tem a ver com uma outra empresa que tá ali explorando aquele lugar gerando risco e isso gente abre um assunto que é muito forte nessa área também que é da violação de direitos né que aí é um grande campo de atuação de psicólogo né Principalmente da psicologia social aqui são comunidades que vem seus direitos sendo violados né a gente que tá lá no Paraopeba Mariana vê isso o tempo inteiro né É você tirar dessas pessoas coisas básicas e os estigmas sociais porque eles existem tá
gente os estigmas contra as pessoas de áreas atingidas né lá em Goiânia as pessoas eh eh expostas ao sésio né consideradas Radio ocident ados são proibidos de entrarem são expulsos dos lugares não você é daquele lugar lá que teve aquele problema você não entra aqui não não é só lá gente a gente tem relatos aqui em Mariana principalmente contra crianças é muito triste isso de estigma contra as crianças de Bento Rodrigues eu já tive várias pessoas residentes em Brumadinho chegando e me contando isso né de de eh eh preconceito de de crianças contra outras crianças
lá você são daquele lugar lá né você vees não tem casa isso é muito duro gente isso existe né E são coisas que fazem parte desse cenário que produz sofrimento né é campo de atuação paraa psicologia E aí essa psicologia do contexto de desastres já caminhando para encerrar né aqui é uma psicologia que tá em construção né é recente ainda cfp foi falar desse assunto pela primeira vez em 2005 né então ainda tá sendo construída né Essa área é um campo que tem como foco a saúde mental e as necessidades psicossociais das pessoas afetadas né
então a gente eh pegar muito também essa parte do psicossocial né eu tô insistindo muito nisso gente porque às vezes o pessoal foca muito mesmo só na saúde mental só que a gente tem que considerar esse raio maior aqui né esse esse perímetro todo que envolve um desastre e todo tipo de dano psicosocial que tá ali e como eu disse tem poucos estudos né é uma área eu sempre eu sempre falo com os meus alunos assim gente é uma área que assim Precisa de gente escrevendo sobre ela pesquisando sobre ela principalmente na psicologia a gente
não tem muita coisa nesse assunto e o que tem assim é mais recente tá saindo agora né livros principalmente que estão saindo agora que tem profissionais falando disso muitos profissionais inclusive vinculados a Fiocruz que é a referência no estudo de desastres no Brasil é fundamental que a psicologia atue no pré-desastre no Desastre e no pós-desastre que que é isso gente o pré-desastre Prevenção é quando eu ainda posso ter ações para evitar que aquele desastre aconteça ou mitigar né ou seja diminuir ali o risco né diminuir o impacto daquele desastre é aquilo gente tá vindo o
Tsunami faz evacuação tira as pessoas dali Tá vindo uma mega chuva tira as pessoas avisa todo mundo para ficar em casa para não se expor são medidas isso são medidas de prevenção n eu sempre lembro aquele caso que a gente teve em 2020 quando a prefeitura de Belo Horizonte diante de uma chuva absurda que tava para cair fez movimentos com a população gente não saia de casa vai vir uma chuva muito séria e eu lembro que teve muita gente achando que aquilo ali era marketing não tão exagerando e tudo mais não era gente não tivesse
sido tomad as medidas que foram tomadas daquele Episódio ia ter morrido muita gente porque foi uma chuva absurda eu não me lembro em vida de ter visto uma chuva como Aquela que caiu foi muito sério foi um volume de água absurdo então isso são medidas preventivas E aí não se trata gente de criar uma au de ansiedade se trata de ser consciente justamente para trabalhar na prevenção é é uma questão de sobrevivência mesmo né a gente tem que saber encontrar esse Limiar durante o evento né E durante o evento tem uma premissa gente os profissionais
mais gabaritados as psicólogas mais gabaritadas nessa área vão falar isso assim durante o a catástrofe durante o desastre em si não vai se você não sabe o que fazer precisa ir quem tem noção do que precisa ser feito porque senão você vai ser mais um se expondo a risco e dando trabalho pra Defesa Civil ou pros bombeiros ou para quem tiver lá vá se você tiver um mínimo de Treinamento uma noção do que que você precisa fazer porque senão você vai ficar lá perdido E isso acontece muito tá de pessoas que vão só querendo ajudar
mas chega lá não sabe o que fazer e vira é mais um para quem tá lá trabalhando ter que se preocupar então tem interesse nisso na atuação na crise começa a buscar capacitação né começa a buscar ali formações específicas nisso para se preparar e no pós-desastre pós-desastre E hoje é onde eu atuo né onde eu trabalho é onde também os alunos que estão no estágio comigo estão atuando que é no pós-desastre do desastre do desastre da Vale em Brumadinho né que é quando você tem medidas de reparação medidas ali para minimizar os danos né para
reparar o que foi feito pras pessoas atingidas tá então essa temporalidade aqui a gente precisa ter noção dela pra gente não achar que é só o dia do evento aconteceu aquilo ali pronto acabou não tem muito desdobramento desdobramento ali às vezes é por anos dependendo do desastre chernoby tá desdobrando até hoje gente e por fim aqui pra gente encerrar né que eu já coloquei lá no início quem são as pessoas atingidas às vezes gente tem um pensamento que ele é muito de senso comum e assim isso a literatura Mundial vai falar isso né de colocar
todo mundo no m mes patamar que todo mundo tá exposto exposto aos desastres que os desastres atingem igualmente todo mundo não gente isso não é verdade né as pessoas mais vulneráveis estão mais expostas então por exemplo existe um conceito eu não coloquei ele aqui é um conceito que a gente vai estudar lá dentro da ecologia política que é o de racismo ambiental que é justamente de populações mais pobres povos tradicionais lombas comunidades ribeirinhas né indígenas são mais atingidos se você vai lá em Mariana hoje né os indígenas são Talvez os os mais atingidos junto com
as comunidades ribeirinhas porque eles dependem daquele Rio Então não é né isso isso é dado mesmo não só aqui mas no mundo as pessoas mais vulneráveis e sim mais pobres também são mais atingidas né E aí eu trouxe esse dado aqui do do Bruno Milanês dizendo né da da pesquisa que ele fez um levantamento que ele fez lá em Brumadinho logo depois do rompimento da barragem que olha só assim como em Mariana porque em Mariano isso também foi constatado as comunidades residentes nos primeiros quilômetros de destruição provocada pela lama das barragens de rejeitos São caracterizadamente
vulneráveis demonstrando como a desigualdade ambi ental é um processo recorrente na disposição de rejeitos indesejados na exposição ao risco sobre a parcela mais pobre da população talvez a melhor forma da gente entender isso aqui nós temos atualmente um movimento muito forte né em defesa da Serra do Curral aqui em Belo Horizonte né de que a Serra do Curral está so ameaça e a gente tem que defender mesmo gente quantas Serras do Curral não tão sendo né exploradas no interior e a gente não tá nem sabendo sem alarde nenhum mas você tem lá comunidades vulneráveis perto
com certeza comunidades perto você tem e essas comunidades não tê a força política a força midiática a força Econômica que tem a de Belo Horizonte que tá conseguindo fazer movimentos para segurar a exploração na Serra do Corral Então quem tá lá L né escondido não tem essa força tá mais vulnerável Então essas comunidades gente elas vão colher mais riscos e elas vão ficar mais expostas aos desastres os naturais também os naturais também tem registros disso né das populações mais vulneráveis no no furacão catrina né na covid tem muito muito muito dado gente sobre isso e
a covid gente não precisa nem de dado basta você faz um breve exercício de raciocínio se era um desastre que a prevenção dependia primeiramente de condições de higiene como é que eu levo condições de higiene para populações que não tem nem saneamento básico como é que ficaram essas populações durante a pandemia eu tava aqui no conforto da minha casa com máscara álcool em gel banho sem precisar ficar saindo para trabalhar e quem não tinha isso e quem tava tendo que botar a cara no vento todo dia como é que ficava então isso mostra pra gente
que vulnerabilidade sim tá associada a desastre né e a literatura do assunto literatura nacional e internacional vai dizer né de mulheres e crianças sendo afetadas desproporcionalmente gente eu sempre falo a luta por exemplo na reparação da mineração né na reparação dos Desastres de mineração é uma luta feminina é impressionante a quantidade de mulheres envolvidas as principais lideranças as lideranças mais potentes mais atuantes são mulheres né então corrobora esse dado aqui são mulheres porque elas são mais atingidas então observar essa dinâmica gente ajuda a gente a pensar políticas também nesse assunto e aí eu trouxe aqui
para finalizar né um dado disso Mães de baixa renda e chefe de famílias são mais afetadas por Desastres ambientais tá lá no no site da a pública essa matéria falando do assunto e eu queria finalizar ou Vilar com essa fala aqui que eu sempre gosto de levar para as aulas não existe fora quando o assunto é planeta a gente a gente não pode gente entrar numa num discurso capitalista de descarte e ignorar isso de que tudo que a gente tá fazendo tudo que a gente tá construindo aqui vai voltar pra gente em algum momento né
vai voltar eu sempre falo gente o lixo ele ele tá indo para algum lugar e uma hora ele vai voltar pra gente por isso que a gente tem que começar a pensar em reciclagem em coleta seletiva porque isso daqui uns anos vai gerar dor de cabeça muito séria pra gente a gente precisa começar a olhar pras questões climáticas a gente precisa olhar para tudo isso que a gente começa a ignorar ai não sei não existe não quero saber mas que vai voltar vai bater na porta por isso que não adianta a gente ficar fugindo tanto
desse assunto e às vezes até numa postura muito negacionista achando que é só exagero quando tá batendo na porta né Isso tá batendo na porta só nos últimos 4 anos 5 anos olha todos os desastres que eu falei com vocês aqui ambientais e tecnológicos então por isso que antes de pensar nessa psicologia dos Desastres gente a gente tem que pensar no que que a gente tá usando o que que a gente tá fazendo né o que que eles são porque pode até dessa conversa aqui não sair nenhum psicólogo de desastre mas que saia cidadãos conscientes
né que a gente construa uma cidadania consciente no entorno desse assunto e é isso vimar finalizo com essa imagem aqui que por si só fala muito muitíssimo obrigada Tati acho que foi importante demais né Nós podemos te escutar o pessoal que tá registrando no chat eh quanto né que a sua exposição ela foi interessante vou separar aqui alguns elementos também para que a gente possa conversar né mas destacar aqui um pouco um dos últimos comentários que a gente recebeu do YouTube que vem da Maria Terezinha que é uma estudante da unidade de Barreiro que coloca
aí né olha a psicologista fazendo história o lugar dela é onde o sofrimento em justiça humana né de fato está tá então psicologia todo dia todo lugar a gente tinha uma uma campanha de uns dos nossos conselhos regionais que trazam um pouco dessa mensagem e pela né a a o que T compartilha conosco senh olha de algo realmente muito eh complexo né E que do nossa parte também existe um grande conhecimento né então por isso que eu acho que o que você compartilha aqui conosco é precioso e e né um pouco da sua durante a
sua fala né Eh o tanto até quanto vai nos tocando um monte de coisas né então luí né que também é um estudante do Barreiro ele registra Olha que trabalhou aí numa empresa né que usava sel Então acho de uma série de experiências que na verdade elas estão mais próximas da gente eh quando você falava Eu também me lembrei muito de uma charge até tentei recuperar aqui que mas era uma espécie de desenho onde o estado de Minas Gerais ele tava assim todo furado tomado de lama sangue eh mas eh por um tempo ta eu
eu lecionei no nosso curso lá em posto de Caldas não sei se tem alguém de lá nos acompanhando agora eh eu comecei para lá no final de 2017 depois né 2018 eu dei aula lá durante 2019 eh eu não conhecia a cidade eu fui conhecer nessa ocasião mas é um lugar lindo turístico super gostoso Inclusive eu tenho muas saudades de lá das pessoas né Você conhece mas às vezes eu ia alguns lugares e eu escutando as pessoas falando de uma mina de urânio que tem na na divisa com município de Caldas do lado né e
elas iam falando daquilo aquilo ia me tocando assim eu ia ficando assustado com medo depois eu comecei a conversar com uns colegas professores para entender o que que era e realmente algo também um tanto assustador acho que quem né a gente aqui na região metropolitana de Belo Horizonte a gente não tem muito conhecimento mas eh é um outro problema do Estado de Minas Gerais também eh as três eh Minas em situação crítica né de de urânio onde era feito eh o o tratamento de urânio no Brasil estão também dentro do Estado de Minas Gerais e
essa Usina essa mina em Caldas eh em 2023 ela entrou em est de emergência né então não sei como tá a situação mais recente mas eu fiquei na na época pensando assim exatamente nesse medo nessa comoção né Eh e tanto quanto com aquele território ele tinha ali que se reorganizar e eu acho que é muito importante para nós quando você fala né olha pra gente pensar nessa noção de desastres não só então não é o fenômeno natural mas essa produção né dessa relação socioambiental institucional política humana né né eh e e eu acho assim olha
enquanto não não tá realmente né No No Caminho dos nossos olhos o quanto que a gente desconhece né então Lembrei de uns eventos recentes também no Rio né quantoas pessoas ficaram impressionadas quando o mar né arrastou uns carros em Leblon em novembro do ano passado e outras coisas né de fato aí pra gente pensar mas quando você destaca também a boa Kis né Acho que tem uma parte dos alunos que eram pessoas muito jovens né naquela época eu era criança mas o pessoal acho que foi aqui de alguma forma se recordando né Eh no tempo
que a gente tem por cá por debate mas antes disso Pessoal vocês estão vendo aqui professora da Núbia tá registrando aqui também algumas contribuições pelo chat ela tava conosco inicinho da transmissão né Tati e aí a gente teve esse problema com a conexão da Núbia pessoal tá aqui que tenta tá tentando conectar mas poró ela já tá aqui também fazendo presença com nós no chat mas tá nos acompanhando o tempo todo e e ela p assim e né para para justificar a ausência por não est aparecendo aqui na na transmissão tá pode ficar aí tranquila
eh tô aqui fazendo esse registro ã vi eu só queria um comentário aqui que eu tô um pouco assustada com isso que você falou de postos de Caldas Porque eu tive lá em 2022 e foi muito curioso assim porque eu tava indo embora e na hora na hora que eu tava indo embora peguei um Uber e conversando com com com o motorista assim ele eu não sei o que que aconteceu que caiu no assunto que eu comentei com ele que eu trabalhava com desastre e ele me contou desse caso aí ele falou assim não sei
se você sabe tem aqui a mina de urânio e tal tá tendo uns vazamentos com ela e começou a contar eu falei não E agora você tá me contando que tá que tá nesse risco aí eu não sabia Eu não não vi essa notícia é eu não tenho notícia tão recente ta mas foi ano passado que uma delas foi né entrou nesse estado de emergência depois que eu tive lá é depois vale a pena realmente a gente pesquisar um pouco mais né para ter a notícia inocente mas eu lembrava assim olha certamente isso provoca os
deslocamentos as pessoas elas vão querer se mudar de casa né então Eh e uma série né de outras coisas e aí associado a isso a gente teve um estudante que participou bastante que é o Célio E aí uma das questões aqui que ele enviou que eu marquei eh foi essa de as políticas de saúde elas não dão conta do básico prevenção e promoção de saúde Então como que elas vão dar conta de lidar com os desastres né então acho que tem algo muito legal aqui no final da sua fala que você fala exatamente eh da
nossa enquanto cidadões da nossa mobilização O que que a gente pode fazer mas pensando também na nossa categoria que que você pode aí refletir através aí dessa dessa da participação do Célio então Célio tem uma dimensão ela é estrutural nos desastres que a gente precisa considerar mas ao mesmo tempo a gente não pode colocar ela como tão distante a ponto de parecer uma Utopia não é só as políticas de saúde assim porque se a gente for pensar a saúde É uma parte muito importante mas como é que você pensa essa área por exemplo né em
como pensar políticas de prevenção sem pensar nas políticas de habitação por exemplo primeiro ponto aqui não é ficar gente todo ano indo lá tirando as pessoas de de área de risco é repensar política de habitação se de fato a gente se se a gente tá com uma Tá vendo como é que a gente vai bater na desigualdade social gente querendo assim não é o que eu sempre falo vulnerabilidade social não é sinônimo de desigualdade social Nesse contexto né porque a vulnerabilidade ela pode ser por exemplo vulnerabilidade geológica eu sempre explico pessoal o Japão ele tá
exposto ele é vulnerável mas a vulnerabilidade dele é geológica não é econômica só que a vulnerabilidade social Econômica ela é preponderante e ela precisa ser pensada como um todo aí Céli eu te falo por exemplo que eu vi muito do pessoal de São Paulo né logo que eu terminei o mestrado eu fui fazer uma pos em São Paulo lá com o pessoal da Uninove era o pessoal do direito com uma PS na arquitetura essa área é muito assim tá gente muito interdisciplinar você tem que ficar conversando com outras áreas o tempo inteiro eu sempre brinco
que eu nunca estudei tanta Geografia na minha vida assim mas e o que que era a pegada deles né dentro do contexto de São Paulo muito voltado pra revisão do plano diretor do município pras políticas de habitação para repensar a estrutura ali da cidade para diminuir esses riscos então Ass entende que assim a saúde ela entra nisso como uma política que você vai ter que pensar também medidas ali para fortalecer o sistema de saúde como foi fortalecido por exemplo na época da pandemia inclusive agora abre um parênteses aqui nós aqui Belo Horizonte Minas Gerais a
gente tá vendo de novo a saúde tendo que se mobilizar porque nós estamos numa epidemia de de dengue aí o bicho tá pegando né inclusive começa a ficar preocupada com isso aonde que isso vai parar né Então você entende que não é apenas uma área né que tem que fazer esse movimento de criar essas políticas porque a saúde em si o o Célio ela já vem fazendo sabe a saúde É talvez a área no Brasil mais preocupada com a área de desastres tanto que formações nessa área você vai encontrar lá na Fiocruz a Fiocruz puxa
muito esse esse bonde assim então os estudos as pesquisas os trabalhos vem muito de lá só que não dá para depender só da Saúde entende a gente a gente viu isso muito na pandemia que que tava adiantando o SUS fazer o serviço dele se tinha outros setores que estavam potencializando a pandemia então a gente tá falando de algo muito mais estrutural aonde você tem que ter outras áreas conversando sobre isso também preocupadas com isso eu trouxe esse exemplo da Habitação porque é um um ponto muito preocupante nas cidades quando você quando a gente pensa os
desastres nas cidades pessoal de São Paulo tá preocupado com isso por começar a chover demais lá vai ter desastre lá por lá aí gente vou falar bem simplificadamente tampar de asfalto não tem para onde correr água lá tampar tão tampando os rios outra coisa gente não tampam não tampem Rios pelo amor de Deus isso é péssimo você quer matar um geógrafo é você falar que vai tampar um rio sempre brinco com isso rio não se tampa Então você tem Você tá entendendo que são coisas que mais de uma área tem que atuar então a saúde
ela tá fazendo o que precisa Sabe tem que ter um fortalecimento sim com certeza você tem que ter mais investimento mas eu acho que a área que tá mais preparada tá mais se organizando para isso então não é só cobrar da saúde não não é dar nem não é uma questão de dar conta do básico assim né o SUS por si só ele já é uma política gente muito legal a gente tem que defender o SUS todos os dias quando você comp para com os outros países igual nesse contexto da covid né que eh para
entender a covid eu tinha que ficar vendo muitos casos de outros países a gente viê a força do SUS o quanto o SUS ele é importante assim e a gente não valoriza o quanto deveria Às vezes a gente fica querendo criar parâmetros pro SUS como se para que ele funcionasse como um hospital particular não é isso gente a lógica não é essaé a gente precisa entender ali que ele já faz muita coisa e defender a for fortalecimento dele porque defendendo o fortalecimento do SUS a gente vai criando políticas de prevenção né a gente vai fortalecendo
para desastres também né Aí é bater mais em outras áreas bacana eu acho que que é importante que você traz para nós uma dimensão muito Ampla né até quando você fala eh da prevenção né ou né o durante mais o o pós E aí acho que o que na sua fala já fica explícito pra gente até agora você traz de novo essa ideia da interdisciplinaridade mas quando a gente pensa na psicologia em especial como muitas psicologias são seriam acionadas também né para quem faz a escuta para quem vai lá né para cuidar desse diagnóstico também
do território Eh aí é legal quando você fala agora de ter que estudar geografia né Teve até um comentário aqui da Jose lembrando lá da psicologia social que fez um trabalho sobre identidade né e a perda dela e mediante aos grandes desastres né e é isso mesmo depois a gente tiver um tempinho coloca aqui também a questão que foi enviada pelo Professor Rubens e você também trazendo esse lugar também p pelo trabalhador né eh e aí tatia vou acho que aqui seguir por uma das questões que a professora da nú é um pedido que ela
nos faz né Eh que você nos compartilhasse um pouquinho também olha pensando na no no guaicui né Então como que foi esse trabalho realizado aí com as comunidades atingidas né Eh especialmente em termos de reparação E aí eu acrescentaria até esse detalhe também porque eh Você também é uma psicóloga nesse Campo também da da gestão de pessoas né Então como que é essa essa intervenção esse trabalho então gente eu brinco assim eh que no guaicuí eu sempre aí só pro pessoal entender né o guaicui é uma Assessoria Técnica independente é uma instituição que foi escolhida
como Assessoria Técnica independente eh que cuida do que a gente chama das áreas quatro e c do desastre que aí pega pompel fel Islândia Morada Nova de Minas Três Marias né Assim como tem aedas em Brumadinho né e Betim também essa região próxima de Brumadinho e tem o naab que pega ali Esmeraldas TR de Minas papagaios por qu gente o desastre só para para ficar claro aqui o desastre em Brumadinho ele foi em Brumadinho mas ele atingiu 25 municípios ao longo da Bacia do Paraopeba né então é muita gente atingida e é curioso Vilmar porque
quando eu fui pro Instituto eu vinha Eu Tava terminando o mestrado e eu vim de 2 anos e meio de Brumadinho né não na Assessoria Técnica mas trabalhando cotidianamente com as pessoas atingidas em Brumadinho desde o dia do desastre eu comecei a acompanhar as pessoas atingidas e venho até hoje né E aí eh quando eu fui pro instituto foi muito curioso porque eu fui aprovada né eu passei em duas assessorias no naab e no Instituto no naab eu ia pra área finalística para trabalhar diretamente com as pessoas pessoas atingidas e no Instituto eu ia pra
área de gestão e aí acabou que eu optei para vir pro Instituto que eu queria permanecer em Belo Horizonte e eh gente só um minutinho porque meus alunas me mandaram a mensagem aqui eu perdi o raciocínio Mas aí o que que acontece eu decidi vir pro guaqui né para Belo Horizonte e ficar mais na área de gestão porque eu tava finalizando as questões do mestrado e Esso é difícil para mim mudar pro interior só que rapidamente eu comecei a me aproximar do pessoal da área finalística e Isso acabou virando a minha função dentro do Instituto
né porque eu entrei à frente do RH né supervisionando o setor de RH como uma equipe ali na época de 10 pessoas e numa parte muito mais administrativa só que justamente por eu estar vindo de Brumadinho rapidamente eu me aproximei da área finalística e comecei a trabalhar diretamente com as gerências das áreas finalísticas e isso foi sendo percebido dentro da instituição até que eles falar assim não pera aí vamos tirar o desse operacional aqui do RH para você focar nisso no trabalho com os gestores então eu fiquei muito ali na gestão mas a gestão junto
com as equipes que trabalhavam com as pessoas atingidas e Justamente a experiência de Brumadinho me fazia entender muitos dos dilemas principalmente gente eh a quantidade de conflitos entre as equipes com como um reflexo da do próprio conflito das pessoas atingidas foi muito interessante ver isso sabe Gilmar Ô Vilmar como é que eu via nas equipes é uma reprodução dos conflitos que eu via das pessoas atingidas ali uma carga afetiva muito forte né ali e eh uma luta muito forte porque gente não consegue ficar nessa área quem não tem um pouquinho de militância social é uma
área de luta é uma área ali de luta cotidiana e isso é muito desgastante e eu comecei a ver muito disso assim como é que aqueles conflitos das equipes tinham muito dessa dificuldade que vinha do próprio assunto e trabalhar junto com os os gestores ali a condução disso essa mediação né E ao mesmo tempo como é que a gente estava num trabalho muito técnico mas que pela dinâmica judicial que envolve esse né esse assunto esses gestores eles também tinham que entender de gestão que que eu tô querendo dizer a gente tinha ali advogados muito bons
eh geógrafos muito bons cientistas sociais espetaculares vários doutores Mestres a gente chegou a uma época a fazer um levantamento 50% da equipe do Instituto era de Mestre Doutor e gente assim muito bem referenciado na área sabe mas que tava ali Começando na gestão então eu tava justamente ali fazendo esse meio de campo com eles junto com as equipes só que sempre com esse olhar também voltado para as pessoas atingidas até que chegou um momento que a gerência me propôs assim você quer ir para PR pra área finalística você quer ir para uma das regionais lidar
diretamente com as pessoas atingidas eu topei na hora só que aí um problema de saúde me me impediu de ir eu tive que continuar aqui porque eu tive que começar um tratamento na época que não tinha no interior só que é aquilo gente quando você tá envolvido né Eh você vai ser sempre chamado para aquilo logo depois eu comecei com as aulas aqui na PUC e veio a demanda dos estágios E aí Me colocaram em contato com as pessoas atingidas né com com os grupos organizados lá um grupo especificamente e a gente firmou uma parceria
que hoje os meus alunos no estágio acompanham pessoas atingidas né eles estão atendendo pessoas dessas regiões que eu falei aqui da área 4 e 5 então assim é um assunto gente também E aí já falando um pouco do campo de trabalho ou Vilmar eh eu gosto muito nas aulas logo no primeiro dia de fazer um um uma um exercício com os alunos assim quais áreas da psicologia vocês acham que tem a ver com desastres porque é uma área muito transversal Então você vai ter várias áreas da da Psicologia dialogando com a área de desastres Eu
sempre gosto de brincar assim a área de desastres é a psicologia social nível hard é quando tem o estouro do problema social de um problema social que tava ali latente não foi resolvido E aí estourou num desastre Então nesse momento por exemplo da recuperação do pós-desastre é uma atuação muito forte da psicologia social era o que eu faria se eu tivesse ido pro interior é um pouco da pegada dos estágios né que a gente tá fazendo o estágio ele é clínico é atendimento Clínico mas os alunos têm noção que tem que ter uma pegada social
então é muito transversal a área sabe dificilmente você vai ter ali uma clínica pura um social puro você vai ter sempre esses atravessamentos né e eu tô aí o máximo que eu posso aproveitando das experiências por isso inclusive viu mar que o meu doutorado vai ser de falar do do do stress ocupacional mesmo de quem tá nessa área né do trabalhador que tá adoecendo gente infelizmente assim os profissionais não só de de desastre de mineração tá pessoal da saúde que atuou na covid também já tá dando sinal Então esse campo a gente também precisa começar
a cuidar de quem tá atuando nessa área tá tá adoecendo tá vendo É muita coisa vilm tem é muito Campo por isso por isso que eu falo gente a área tem tanto Campo assim tá tá sendo construída é é puro mato não obrigado e aí a gente vê de fato como que a a psicologia ela é diversa né Eu acho que com isso você acabou também tocando aqui um pouco da questão que foi enviada pela professora Mirele quero agradecer a presença a participação eh que fala ela pergunta também a gente não vai ter tempo de
responder mas eu queria aqui mencionar rapidamente mas também pensando na na formação dos psicólogos né para para essa área mas a gente teve aqui interações bacanas né Eh da Rejane Cássia do Celso Júnior Professor Rubens que vai levar essa temática agora pra aula das 2050 então por isso que eu não não quero terminar a estorando tanto tempo né mas ele fala eh interessante você falar na atuação do psicólogo para além da escuta do sujeito e ele não falou isso agora não embora encaixou exatamente com com o final agora da sua última fala né E na
aula de psicologia social logo após sua palestra contemplaremos Martim baró eh que fala sobre o papel do psicólogo considerando o contexto do trauma psicosocial etc né Eh mas acho que você trouxe aqui mais algumas reflexões mas aí Rubens já também tá saindo aí com esse compromisso aí de de seguir por cá com a turma né posso só falar rapidinho para ele Rubens eh eu acho que particularmente primeiro um abraço para você Particularmente eu acho que você gostaria muito de entrar no campo da discussão do racismo ent eu acho que é é aonde dentro dessa área
de desastres a só Comunitária entraria muito bem porque aí tem uma discussão com a Ecologia política que abre muito o campo ali da da Psicologia soci Comunitária e traz discussões muito interessantes para essas comunidades principalmente comunidades Rubens aonde você não teve rompimento de barragem a gente precisa começar a falar desse pessoal porque você tem comunidades aí que tão em profundo sofrimento barragem nem rompeu a gente tá aqui não tá nem sabendo pesquisa depois sobre Antônio Pereira você vê como é que tá bacana E aí durante sua fala eu até mandei mas tô repetindo por cá
no chat o link né daquela reportagem que você destacou H sobre as mães de baixa renda e chefes de família né na na nessa interface com os desastres pessoal vale a pena a leitura e como eu tenho que fazer essa parte difícil realmente da da gente fechar eh mas aí pessoal né então ficou combinada a aula quem tem o horário das 20:50 vai conectar daqui a pouquinho lá com os professores no teams mas a semana da colhida ela continua então a gente ainda tem outras atividades amanhã eh vou fazer aqui brevemente o convite para que
vocês também participem tem na disponibilidade às 9 horas vai ser a temática gestão de carreira e mercado de trabalho com a Jaqueline Silveira atividade organizada aí pelo curso do campus Coração Eucarístico um pouquinho depois a gente vai ter a transmissão do curso de poos de Caldas envelhecer o futuro de todos nós com a Maira Humberto peixeiro e às 17 horas essa edição especial do FS ao vivo organizada aí em parceria pelo curso da Praça da Liberdade o curso da unidade São Gabriel com a Sueli Rique descolonizar Como assim então tem temáticas ainda muito interessantes Mas
vendo aqui as interações do chat se preparem porque esse ano como parte da celebração dos 65 anos da faculdade de psicologia da PUC Minas a gente tem muita coisa por vir pessoal Tatiane Muitíssimo obrigado tá você Vou compartilhar aqui o agradecimento da professora da Núbia também quero imensamente agradecer a professora Tatiane Melo pela exposição dessa temática tão importante paraa psicologia agradecer também toda a nossa audiência eh T você quer falar algo também pra gente poder encerrar não só agradecer mesmo gente e assim eh esse assunto eu trouxe um né um superficial mesmo aqui para vocês
mas ele tem muita continuação né assim principalmente desses Campos né quem tiver interesse depois né Eh fica à disposição aí meu e-mail também né quiser perguntar alguma coisa que não deu para perguntar aqui tô à disposição também tá então a gente tá aí para conversar bastante sobre esse assunto mesmo não e que eu tô vendo aqui mais dobramentos professora Luana falando né que tá saindo já com ideias pra turma de psicologia e direitos humanos de Betim e por aí vai pessoal é isso mesmo acho então tarefa mais que cumprida nessa nossa atividade mais uma vez
agradeço a todos vocês a gente se conecta amanhã nas nossas próximas transmissões Tatiane continua comigo por alguns minutinhos Um abraço pessoal tchau tchau obrigada gente tchau tchau